Este documento discute como as redes sociais digitais naturalizam o desejo de autoexposição e como isso gera uma tensão entre o desejo de ser visto e o medo de ser vigiado. Ele também analisa como a visibilidade, popularidade e autoridade se tornaram indicadores de desempenho nessas redes, envolvendo jogos de (in)visibilidade.
3. introdução
Facebook anunciou que lançaria ferramenta
semelhante, já que compartilhar atualizações de
perfil, postagens de foto ou recomendações de
sites com todos é considerado, internamente,
4. Problemática
A classificação ou organização dos “amigos” em grupos
e o aperfeiçoamento da experiência de relacionamento
restrito são sintomáticos da crescente tensão entre o
desejo de ser visto e o medo de ser vigiado.
REDES SOCIAIS SATISFAÇÃO amigos
AMBIENTES Ser reconhecidamente alguém fãs
HIPERESPETACULARES
DE ALTA VISIBILIDADE seguidores
MEDIÁTICA
NOVOS REGISTROS
De controle e vigilância perseguidores
6. A naturalização do
desejo de autoexposição
Em meio aos jogos sociais
que se desenrolam nas
redes (SANTAELLA, 2003),
nesses laboratórios de
aparição performática e
celebração móvel da
identidade (HALL, 1997),
apareSer constitui o ápice
das culturas de interface e
simulação característicos
da cultura pós-moderna
(TURKLE, 1997).
7. A naturalização do
desejo de autoexposição
Inscrever-se nas
plataformas
Identificar-se Envergar um
(diferenciar-se) perfil
Tornar-se Significativo lugar
indexável de fala a partir do
qual cada usuário
pode atuar na
Ser (in)visível
rede, organizar o
Projeção e discurso sobre si
Dissolução na Deslocamento dos e ascender ao
convergência eixos de organização status de sujeito
entre existência e do discurso sobre si:
teleexistência SUJEITO GLOCAL
do Who? Para o
Where? What?
8. A naturalização do
desejo de autoexposição
Sob o assédio da interatividade e a ameaça da invisibilidade,
cada aparição ciberespacial está em
permanente estado de manutenção.
Os jogos de (in)visibilidade que se desenrolam nas redes envolvem
uma disputa agonística pelo centro da cena (TRIVINHO, 2010).
Também revestem-se da lúdica do mimicry.
agon performance mimicry
Empreendedor de si Representar-se
9. O desejo de ser visto e o
medo de ser vigiado
A legitimação da existência mediante a sinalização do
reconhecimento do outro (audiência potencial).
Visibilidade = valor exponencial (mais que reputação).
Desejo de ser visto cultura narcisista
Preocupação com a privacidade (vigilância ostensiva)
10. O desejo de ser visto e o
medo de ser vigiado
No Brasil, em abril de 2006, o Orkut implementou
recurso que registra os 5 últimos visitantes (existente
até hoje, nov. 2011). Após, outras ferramentas de
controle de audiência e privacidade foram adicionadas.
Fake profiles foram criados como estratégia de manter a
privacidade da navegação entre perfis sem que o
usuário tivesse que abrir mão de saber quem visitou o
seu perfil “oficial”. Desejo de apreender algo sobre a
audiência própria (apesar da precariedade do recurso).
12. O desejo de ser visto e o
medo de ser vigiado
Registro
de
visitantes
Grupos
FAKE
de PROFILES
AMIGOS
Conversa Reestrição
privada de envio
no de
Scrapbook SCRAPS
MURAL Conteúdo
restrito CADEADO
13. Indicadores de Performance:
agon e mimicry
Dentre os valores que concorrem
para a composição do capital
VISIBILIDADE POPULARIDADE social digital, ser/estar visível na
MEDIÁTICA (AUDIÊNCIA) esfera mediática parece ter
preponderância sobre os demais
na medida em que é o fator que
CAPITAL SOCIAL DIGITAL
possibilita a experiência de “ser
popular” ou o exercício de “ser
AUTORIDADE REPUTAÇÃO uma autoridade reconhecida”.
(INFLUÊNCIA) ONLINE Ou seja: é preciso “ser visível”
para “ter audiência” e “ter
influência”.
14. Indicadores de Performance:
agon e mimicry
A auferição do grau de influência do usuário sobre sua rede
e, consequentemente, de sua reputação online, não é tão simples quanto alguns
softwares ou sites especializados levam a crer, pois depende da análise
qualitativa dos aspectos quantitativos – o que relativiza os valores preponderantes
e reconsidera aspectos comumente negligenciados nos jogos de (in)visibilidade
de acordo com o contexto de vida e construção identitária de cada usuário.
15. Indicadores de Performance:
agon e mimicry
agon performance mimicry
Empreendedor de si Representar-se
Outro: inimigo a ser Outro:
superado, competidor audiência, plateia, ad
mirador
Quantidade de amigos, Quantidade de RTs, de
seguidores, fãs, mensagens
assinaturas, leitores; “curtidas”, “compartilhada
quantidade de s” e “comentadas”
mensagens enviadas
(always on)
Necessidade de
reconhecimento
Desejo do único
17. A PESQUISADORA
Cíntia Dal Bello
Doutoranda e Mestre em Comunicação e Semiótica do
PEPGCOS-PUC-SP com bolsa CAPES;
coordenadora, docente e pesquisadora do curso de
Comunicação Social - Publicidade e Propaganda da
Universidade Nove de Julho. Consultora de imagem em
redes sociais digitais. Associada à ABCiber e membro do
grupo de pesquisa Plurimídia. Integrante do grupo
SOCIOTRAMAS: ESTUDOS MULTITEMÁTICOS SOBRE
REDES SOCIAIS, organizado e coordenado pela Profa. Dra.
Lúcia Santaella.
Blog: www.cintiadalbello.blogspot.com
Facebook: Cíntia Dal Bello
Twitter: @cintiadalbello
E-mail: pubcintia@yahoo.com.br