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FUNDADOR DA SANTANENSE
29/12/2019 by Charles
Manoel José de Souza MoreiraManoel José de Souza Moreira
Golpe tremendo acaba de ser vibrado sobre a sociedade santanense. A morte, sem
pena do vácuo insondável que ia abrir neste lugar, arrebatou consigo a vida daquele
homem que era justamente quem não podia morrer.
Arrancou desapiedadamente dentre nós aquele chefe querido para o qual todos os
corações se abriam no eflúvio da mais santa amizade. Porque raro um homem pode
granjear tanta simpatia, tanta estima num lugar.
Ele era o centro de gravidade da família santanense, porque em torno dele é que
giravam todos os olhares, sedentos dos seus bons ensinamentos, desejosos de
ouvir-lhe a palavra amiga, de aprender com ele as práticas da vida, sempre cheia de
lições sublimes. Era esse homem o Tenente Coronel Manoel Jose de Souza Moreira.
Pai amantíssimo, esposo dedicado, amigo leal, cidadão prestimoso, eis ali o espelho
dos grandes homens. Gênio empreendedor, ele fundou a Fábrica de Tecidos
Santanense, que lhe custou o mais caro dos seus sacrifícios.
Só quem o viu nessa fase de construção de tão gigantesca empresa, é que pode
ajuizar do incomparável esforço, desgostos, angustias e sofrimento que lhe custara
tão penoso cometimento. Mas ele tudo venceu e aí está o laurel do seu triunfo.
Nascido a 5 de fevereiro de 1829, na cidade de Bonfim, ele veio para aqui (Itaúna)
ainda de tenra idade. Aos 21 anos de idade contraiu matrimônio com Dona Ana
Joaquina de Jesus, fato este que teve lugar em 1850.
Fixando residência aqui (Itaúna), ele estabeleceu-se com casa comercial de primeira
ordem, onde revelou o maior tino comercial, distinguindo-se por sua admirável
penetração nos mais intrincados cálculos financeiros, do quais ele sempre soube sair-
se com argucia e orientação.
Com o trabalho horando e perseverante, ele conseguiu criar uma família numerosa, e
ainda mais reunir uma regular fortuna, que serviu sempre para amparar os
necessitados e ajudar aos seus e aos amigos.
Deixa 11 filhos, e trinta e seis netos. Teve aventura de ver um de seus filhos formar
fortunas e outros ainda em carreira próspera. A sua prole é um testemunho brilhante
do quanto ele soube ser prodigo em puros ensinamentos e salutares exemplos.
Sua desolada viúva aí lhes expressa sua dor irrefragável da saudade. Seus diletos
filhos, enfim, toda a família Gonçalves, sofreram tão rude golpe, que deveras não
temos palavras que os possa consolar. A dor que os sufoca está acima de qualquer
palavra de consolo!
Foi às 6 horas da tarde de 22 de dezembro de 1898, que a mão do destino arrebatou
do mundo o nosso saudoso amigo. Velhos incômodos agravados ultimamente por
tenaz afecção cardíaca, miraram-lhe a existência pouco a pouco, até que seu corpo,
enfraquecido, gasto pelos sofrimentos não pode mais resistir e cedeu, exalando o
último alento.
Seu enterramento teve lugar no dia 23 da corrente, às 6 horas da tarde. Entre enorme
concorrência de amigos e parentes, foi o corpo levado ao último jazigo, acompanhado
de prantos e lágrimas, que brotavam espontâneos daquela multidão. Após a
encomendação na matriz, usou da palavra o nosso preclaro vigário, Antônio
Maximiano de Campos, que exaltou as excelsas qualidades do finado,
desenvolvendo eloquente panegírico.
Manoel José de Souza Moreira e sua esposa Dona Ana Joaquina de Jesus
Por último usou da palavra à beira da sepultura o signatário destas linhas, que por
sua vez pôs em relevo as admiráveis qualidades do finado, e salientou a lacuna
insondável que deixava na nossa sociedade o desaparecimento de tão venerado
ancião.
O ataúde, forrado de crepe de seda, estava repleto de coroas e flores com dísticos,
dos quais tomamos nota dos seguintes:
Uma grande coroa de alecrim e manjericão, com a inscrição: “Saudades de sua
esposa”;
Uma coroa de margaridas roxas e saudades com a inscrição: “Ao fundador da
Fábrica de Tecidos Santanense, saudades da Companhia”;
Um coração feito de ciprestes e alecrins, com o dístico: “Saudades de seus filhos”;
Uma elegante lira de flores artificiais, palhetas douradas, — Lembrança de Augusto
Carlos do Amaral;
Uma linda âncora dourada, com saudades e sempre-vivas “Saudades de Francisco
Franco”;
Uma cruz de flores artificiais e saudades roxas, “Saudades de Rogério & Lindolpho”;
Uma lira de flores artificiais, “Lembrança de Arthur de Mattos e família”,
Uma coroa de flores naturais e fitas, “Saudades de Virica de Mattos”;
Uma estrela de saudades roxas guarnecidas de perpetuas, “Saudades de João
Gonçalves e filhos”;
Uma coroa de flores artificiais e naturais, “Saudades de Cassiano Dornas e família”;
Um buquê de flores naturais, “Saudades de suas filhas Neca e Castorina”;
Um lindo buquê, “Saudades dos filhos do Dr. Augusto”.
Terminado esta notícia repetimos aqui:
— A terra lhe seja leve!
Sant’Anna de São João Acima, 24 de dezembro de 1898.
Clicar aqui para saber mais sobre a biografia de Manoel José de Souza Moreira
Cemitério Central de Itaúna Mausoléu Dona Ana & Manoel José
Discurso preferido à beira da sepulturaDiscurso preferido à beira da sepultura
Dentro em poucos momentos a terra, com a sua frieza mortuária do túmulo, receberá
o corpo já inerte desse homem ilustre, desse idolatrado ancião que em vida se
chamou Manoel José de Souza Moreira.
A pá do coveiro, sinistramente vai lançar sobre aquele peito venerado, a terra dura e
fria, para abafar-lhe as últimas linhas do seu corpo.
E aquele coração amigo, que ontem batia acelerado, que pulsou tantas vezes, cheio
do doce amor paternal, vai emudecer para sempre debaixo daquela camada lúgubre
que cobre o sarcófago! …
A morte, essa lei fatal do Universo, se manifesta em todos os seres da criação.
Desde o seivoso tronco do cedro do Líbano, até a haste débil e franzina da mais
cândida violeta, em tudo ela se manifesta, sempre triste e merencória.
Tudo morre neste mundo! O grande ipê da secular floresta, cresce, levanta altaneiro a
florida copa sobre o verde negro do bosque, e vive séculos e séculos. Mas um dia, a
negra rajada o impele, e ele rui por terra, levando consigo toda aquela frondente
galhada que o cerca.
A mimosa florzinha depois de perfumar os vasos, depois de enfeitar os prados,
também tem o seu dia, morre e seca-se. A grande sapucaia da floresta, leva anos e
anos a crescer, a ostentar-se como rainha do bosque. Mais depois de dar por minutos
anos o seu raro fruto, de atapetar o chão de flores, lá vem um dia que ela também
morre.
Vemos todos os dias os nossos amigos morrer, presenciamos a toda hora a execução
da mesma lei fatal do Universo. Entretanto será possível acostumarmo-nos com a
morte?
Não! Não podemos nos conformar com essa lei que vai ao lar de uma família e
arranca-lhe barbaramente a criatura mais cara, para nunca mais a restituir.
E é por isso mesmo que vejo hoje brotar de todos os olhos uma lágrima de dor, que
significa muito!
O anjo da morte pairando sinistramente sobre a terra santanense, abateu seu voo
mortuário sobre o telhado de uma família muito ilustre. A Parca, desfechando o golpe
de seu alfanje, vibrou-o sobre o lar da família Gonçalves!
E entre lágrimas de sangue, entre a dor mais aguda, ela vê desaparecer o chefe
amado, o pai querido, o amigo bom e sincero, que parte, e não volta!
Mas antes disso, quero que aqui fiquem gravadas estas palavras amigas, que são o
testemunho sincero de uma amizade e gratidão eternas a família Gonçalves.
Nasceu o saudoso Manoel José de Souza Moreira na cidade de Bonfim aos 5 de
fevereiro de 1829. De tenra idade, partiu para Sant’Ana (Itaúna) terra esta que foi o
seu grande amor. Aqui casou-se em 1850, com Dona Ana Joaquina de Jesus,
pertencente a uma distintíssima.
Morre com 70 anos incompletos, tendo vivido 48 anos de casado. Deixa uma viúva
envolta no pesado luto da maior dor. Deixa 11 filhos, e trinta e seus netos.
Deixa, pois, criada a família, ornamento brilhante da sociedade santanense. Família
criada sob os moldes da virtude, que ele ensinou prodigamente com exemplo próprio
e com salutares conselhos.
Aqui fica gravado o seu gênio empreendedor, a sua pertinácia no trabalho, a sua
força de vontade inabalável, que há de servir como um monumento para perpetuar-
lhe a memória — a Fábrica de Tecidos Santanense.
Pois foi a sua força de vontade que venceu todos os obstáculos e fez com que a
pátria de seus filhos tivesse um troféu de glória.
Batalhou pela vida como um herói e à custa do trabalho horando, acumulou uma
fortuna regular. A sua bolsa, sempre aberta aos necessitados, nunca recusou um
óbolo carinho a pobreza. Eis aqui quem soube ser o pai amantíssimo e bom, o
esposo dedicado e leal, o amigo prestimoso e sincero. A sua missão estava
cumprida, a sua obra estava feita, era preciso descansar.
Os grandes generais, muitas vezes não morrem na peleja. Depois das refregas das
batalhas, depois de arriscar a vida na luta e ver a pátria feliz e em paz, eles voltam ao
remanso tranquilo do lar, e lá, docemente, com a alma tranquila e serene, morrem
deixando um nome ilustre.
Este que aqui vejo é o batalhador da vida. Depois da ingente batalha da existência
em que ele soube sempre ser forte, depois de lutar com todos os espinhos da vida,
ele recolheu-se ao sossego do lar, e parte hoje sereno e plácido para aquele país feliz
onde só entram os jutos e os bons.
Leva a alma tranquila e a consciência branca. Brilha lhe na fronte a auréola de um
justo, e risinho e calmo ele deixa para sempre aquela mesma terra que ele muitas
vezes regou com suas lágrimas, aquele mesmo lar que ele mais amou neste mundo.
Esses que ficam, que procurem o consolo na religião, para a grande dor que os
oprime. Mas a ti saudoso morto, outra te sorri a sorte. Partes para essa região
dourada, onde vais receber o prêmio das tuas virtudes. E antes que a terra fria te
dirija este último adeus, desejando que seja muito feliz a tua viagem; que seja
atapetado de flore o caminho por onde vais trilhar.
Lá encontrarás um rei muito maior do que os que aqui viste. Lá terás um guia muito
grande — Deus. E em vez desta terra de miséria, vais encontrar um reino muito
colossal — a Eternidade.
Que sejas muito bem recebido, é o que todos nós te desejamos. Que à porta dessa
sumptuosa morada, o criador te receba de braços abertos e te introduza no seio
daqueles que lá vivem felizes porque foram justos.
Mas antes que o sarcófago consuma esse peito amigo, deixa que te lancemos um
último olhar de despedida, transidos da maior dor te digamos em frase cortada de
soluço: — a terra te seja leve.
Discurso preferido à beira da sepultura do Tenente Coronel Manoel José de Souza
Moreira, em 23 de dezembro de 1898 por Lindolpho Xavier.
Referências:
Pesquisa e Organização: Charles Aquino
Fonte Impressa do Jornal: Gazeta de Minas, cidade de Oliveira, 3 de janeiro 1899, nº 589,
página 2.
Arte e Fotografia: Charles Aquino
Acervo: Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira- ICMC

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Fundador da Fábrica de Tecidos Santanense

  • 1. FUNDADOR DA SANTANENSE 29/12/2019 by Charles Manoel José de Souza MoreiraManoel José de Souza Moreira Golpe tremendo acaba de ser vibrado sobre a sociedade santanense. A morte, sem pena do vácuo insondável que ia abrir neste lugar, arrebatou consigo a vida daquele homem que era justamente quem não podia morrer. Arrancou desapiedadamente dentre nós aquele chefe querido para o qual todos os corações se abriam no eflúvio da mais santa amizade. Porque raro um homem pode granjear tanta simpatia, tanta estima num lugar. Ele era o centro de gravidade da família santanense, porque em torno dele é que giravam todos os olhares, sedentos dos seus bons ensinamentos, desejosos de ouvir-lhe a palavra amiga, de aprender com ele as práticas da vida, sempre cheia de lições sublimes. Era esse homem o Tenente Coronel Manoel Jose de Souza Moreira. Pai amantíssimo, esposo dedicado, amigo leal, cidadão prestimoso, eis ali o espelho dos grandes homens. Gênio empreendedor, ele fundou a Fábrica de Tecidos Santanense, que lhe custou o mais caro dos seus sacrifícios. Só quem o viu nessa fase de construção de tão gigantesca empresa, é que pode
  • 2. ajuizar do incomparável esforço, desgostos, angustias e sofrimento que lhe custara tão penoso cometimento. Mas ele tudo venceu e aí está o laurel do seu triunfo. Nascido a 5 de fevereiro de 1829, na cidade de Bonfim, ele veio para aqui (Itaúna) ainda de tenra idade. Aos 21 anos de idade contraiu matrimônio com Dona Ana Joaquina de Jesus, fato este que teve lugar em 1850. Fixando residência aqui (Itaúna), ele estabeleceu-se com casa comercial de primeira ordem, onde revelou o maior tino comercial, distinguindo-se por sua admirável penetração nos mais intrincados cálculos financeiros, do quais ele sempre soube sair- se com argucia e orientação. Com o trabalho horando e perseverante, ele conseguiu criar uma família numerosa, e ainda mais reunir uma regular fortuna, que serviu sempre para amparar os necessitados e ajudar aos seus e aos amigos. Deixa 11 filhos, e trinta e seis netos. Teve aventura de ver um de seus filhos formar fortunas e outros ainda em carreira próspera. A sua prole é um testemunho brilhante do quanto ele soube ser prodigo em puros ensinamentos e salutares exemplos. Sua desolada viúva aí lhes expressa sua dor irrefragável da saudade. Seus diletos filhos, enfim, toda a família Gonçalves, sofreram tão rude golpe, que deveras não temos palavras que os possa consolar. A dor que os sufoca está acima de qualquer palavra de consolo! Foi às 6 horas da tarde de 22 de dezembro de 1898, que a mão do destino arrebatou do mundo o nosso saudoso amigo. Velhos incômodos agravados ultimamente por tenaz afecção cardíaca, miraram-lhe a existência pouco a pouco, até que seu corpo, enfraquecido, gasto pelos sofrimentos não pode mais resistir e cedeu, exalando o último alento. Seu enterramento teve lugar no dia 23 da corrente, às 6 horas da tarde. Entre enorme concorrência de amigos e parentes, foi o corpo levado ao último jazigo, acompanhado de prantos e lágrimas, que brotavam espontâneos daquela multidão. Após a encomendação na matriz, usou da palavra o nosso preclaro vigário, Antônio Maximiano de Campos, que exaltou as excelsas qualidades do finado, desenvolvendo eloquente panegírico.
  • 3. Manoel José de Souza Moreira e sua esposa Dona Ana Joaquina de Jesus Por último usou da palavra à beira da sepultura o signatário destas linhas, que por sua vez pôs em relevo as admiráveis qualidades do finado, e salientou a lacuna insondável que deixava na nossa sociedade o desaparecimento de tão venerado ancião. O ataúde, forrado de crepe de seda, estava repleto de coroas e flores com dísticos, dos quais tomamos nota dos seguintes: Uma grande coroa de alecrim e manjericão, com a inscrição: “Saudades de sua esposa”; Uma coroa de margaridas roxas e saudades com a inscrição: “Ao fundador da Fábrica de Tecidos Santanense, saudades da Companhia”; Um coração feito de ciprestes e alecrins, com o dístico: “Saudades de seus filhos”; Uma elegante lira de flores artificiais, palhetas douradas, — Lembrança de Augusto Carlos do Amaral; Uma linda âncora dourada, com saudades e sempre-vivas “Saudades de Francisco Franco”; Uma cruz de flores artificiais e saudades roxas, “Saudades de Rogério & Lindolpho”;
  • 4. Uma lira de flores artificiais, “Lembrança de Arthur de Mattos e família”, Uma coroa de flores naturais e fitas, “Saudades de Virica de Mattos”; Uma estrela de saudades roxas guarnecidas de perpetuas, “Saudades de João Gonçalves e filhos”; Uma coroa de flores artificiais e naturais, “Saudades de Cassiano Dornas e família”; Um buquê de flores naturais, “Saudades de suas filhas Neca e Castorina”; Um lindo buquê, “Saudades dos filhos do Dr. Augusto”. Terminado esta notícia repetimos aqui: — A terra lhe seja leve! Sant’Anna de São João Acima, 24 de dezembro de 1898. Clicar aqui para saber mais sobre a biografia de Manoel José de Souza Moreira Cemitério Central de Itaúna Mausoléu Dona Ana & Manoel José
  • 5. Discurso preferido à beira da sepulturaDiscurso preferido à beira da sepultura Dentro em poucos momentos a terra, com a sua frieza mortuária do túmulo, receberá o corpo já inerte desse homem ilustre, desse idolatrado ancião que em vida se chamou Manoel José de Souza Moreira. A pá do coveiro, sinistramente vai lançar sobre aquele peito venerado, a terra dura e fria, para abafar-lhe as últimas linhas do seu corpo. E aquele coração amigo, que ontem batia acelerado, que pulsou tantas vezes, cheio do doce amor paternal, vai emudecer para sempre debaixo daquela camada lúgubre que cobre o sarcófago! … A morte, essa lei fatal do Universo, se manifesta em todos os seres da criação. Desde o seivoso tronco do cedro do Líbano, até a haste débil e franzina da mais cândida violeta, em tudo ela se manifesta, sempre triste e merencória. Tudo morre neste mundo! O grande ipê da secular floresta, cresce, levanta altaneiro a florida copa sobre o verde negro do bosque, e vive séculos e séculos. Mas um dia, a negra rajada o impele, e ele rui por terra, levando consigo toda aquela frondente galhada que o cerca. A mimosa florzinha depois de perfumar os vasos, depois de enfeitar os prados, também tem o seu dia, morre e seca-se. A grande sapucaia da floresta, leva anos e anos a crescer, a ostentar-se como rainha do bosque. Mais depois de dar por minutos anos o seu raro fruto, de atapetar o chão de flores, lá vem um dia que ela também morre. Vemos todos os dias os nossos amigos morrer, presenciamos a toda hora a execução da mesma lei fatal do Universo. Entretanto será possível acostumarmo-nos com a morte? Não! Não podemos nos conformar com essa lei que vai ao lar de uma família e arranca-lhe barbaramente a criatura mais cara, para nunca mais a restituir. E é por isso mesmo que vejo hoje brotar de todos os olhos uma lágrima de dor, que significa muito! O anjo da morte pairando sinistramente sobre a terra santanense, abateu seu voo mortuário sobre o telhado de uma família muito ilustre. A Parca, desfechando o golpe de seu alfanje, vibrou-o sobre o lar da família Gonçalves! E entre lágrimas de sangue, entre a dor mais aguda, ela vê desaparecer o chefe amado, o pai querido, o amigo bom e sincero, que parte, e não volta!
  • 6. Mas antes disso, quero que aqui fiquem gravadas estas palavras amigas, que são o testemunho sincero de uma amizade e gratidão eternas a família Gonçalves. Nasceu o saudoso Manoel José de Souza Moreira na cidade de Bonfim aos 5 de fevereiro de 1829. De tenra idade, partiu para Sant’Ana (Itaúna) terra esta que foi o seu grande amor. Aqui casou-se em 1850, com Dona Ana Joaquina de Jesus, pertencente a uma distintíssima. Morre com 70 anos incompletos, tendo vivido 48 anos de casado. Deixa uma viúva envolta no pesado luto da maior dor. Deixa 11 filhos, e trinta e seus netos. Deixa, pois, criada a família, ornamento brilhante da sociedade santanense. Família criada sob os moldes da virtude, que ele ensinou prodigamente com exemplo próprio e com salutares conselhos. Aqui fica gravado o seu gênio empreendedor, a sua pertinácia no trabalho, a sua força de vontade inabalável, que há de servir como um monumento para perpetuar- lhe a memória — a Fábrica de Tecidos Santanense. Pois foi a sua força de vontade que venceu todos os obstáculos e fez com que a pátria de seus filhos tivesse um troféu de glória. Batalhou pela vida como um herói e à custa do trabalho horando, acumulou uma fortuna regular. A sua bolsa, sempre aberta aos necessitados, nunca recusou um óbolo carinho a pobreza. Eis aqui quem soube ser o pai amantíssimo e bom, o esposo dedicado e leal, o amigo prestimoso e sincero. A sua missão estava cumprida, a sua obra estava feita, era preciso descansar. Os grandes generais, muitas vezes não morrem na peleja. Depois das refregas das batalhas, depois de arriscar a vida na luta e ver a pátria feliz e em paz, eles voltam ao remanso tranquilo do lar, e lá, docemente, com a alma tranquila e serene, morrem deixando um nome ilustre. Este que aqui vejo é o batalhador da vida. Depois da ingente batalha da existência em que ele soube sempre ser forte, depois de lutar com todos os espinhos da vida, ele recolheu-se ao sossego do lar, e parte hoje sereno e plácido para aquele país feliz onde só entram os jutos e os bons. Leva a alma tranquila e a consciência branca. Brilha lhe na fronte a auréola de um justo, e risinho e calmo ele deixa para sempre aquela mesma terra que ele muitas vezes regou com suas lágrimas, aquele mesmo lar que ele mais amou neste mundo. Esses que ficam, que procurem o consolo na religião, para a grande dor que os oprime. Mas a ti saudoso morto, outra te sorri a sorte. Partes para essa região dourada, onde vais receber o prêmio das tuas virtudes. E antes que a terra fria te dirija este último adeus, desejando que seja muito feliz a tua viagem; que seja atapetado de flore o caminho por onde vais trilhar.
  • 7. Lá encontrarás um rei muito maior do que os que aqui viste. Lá terás um guia muito grande — Deus. E em vez desta terra de miséria, vais encontrar um reino muito colossal — a Eternidade. Que sejas muito bem recebido, é o que todos nós te desejamos. Que à porta dessa sumptuosa morada, o criador te receba de braços abertos e te introduza no seio daqueles que lá vivem felizes porque foram justos. Mas antes que o sarcófago consuma esse peito amigo, deixa que te lancemos um último olhar de despedida, transidos da maior dor te digamos em frase cortada de soluço: — a terra te seja leve. Discurso preferido à beira da sepultura do Tenente Coronel Manoel José de Souza Moreira, em 23 de dezembro de 1898 por Lindolpho Xavier. Referências: Pesquisa e Organização: Charles Aquino Fonte Impressa do Jornal: Gazeta de Minas, cidade de Oliveira, 3 de janeiro 1899, nº 589, página 2. Arte e Fotografia: Charles Aquino Acervo: Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira- ICMC