1. ERRO E QUEDA
Leis Morais da Vida - Divaldo Pereira Franco
pelo Espírito Joana de Angelis
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2. “Não erreis, não vos enganeis, meus
amados irmãos.” –
(Tiago: capítulo 1º,versículo 16)
O salutar conselho do apóstolo Tiago continua muito oportuno
e de grande atualidade para os cristãos novos.
Erro — compromisso negativo, amarra ao passado.
Ao erro cometido impõe-se sempre a necessidade de
reparação.
Quem conhece Jesus não se pode permitir o desculpismo
constante, irresponsável, que domina um sem número de
pessoas
3. Por toda parte se apresentam os que mentem e traem,
enganam e dilapidam, usurpam e negligenciam, exploram e
envilecem, aplaudidos uns, homenageados outros,
constituindo o perfeito clã dos iludidos em si mesmos.
Sem embargo, o mal que fazem ao próximo prejudica-os, porquanto
não se furtarão a fazer a paz com a consciência, agora ou depois.
Envilecem. aviltam, deslustram, desonram, maculam
4. Enquanto se erra, muitas vezes se diz crer na
honestidade e valia da ação, como a ocultar-se em ideais
ou objetivos que têm aparência elevada e
honesta.
Todavia, todo homem, à exceção dos que transitam nas
faixas mais primitivas da evolução ou os que padecem
distúrbios psíquicos, tem a noção
exata do que lhe constitui bem e mal, do que lhe compete,
ou não, realizar.
5. Anestesiados os centros do discernimento e da razão,
hoje ou amanhã as conjunturas de que ninguém se
consegue eximir impor-lhes-ão reexame de
atitudes e de realizações, gerando neles o impositivo
do despertamento para as superiores conceituações
sobre a vida.
6. Dormem nos recessos íntimos do ser e despertar no
momento próprio as inabordáveis expressões da
presença divina, que se transformam em impulsos
generosos, sentimentos de amor e fé, aspirações de
beleza e ideal nobre que não se podem esmagar ou
usar indevidamente sem a correspondente
consequência, que passa a constituir problemas e
dificuldade na economia
moral-espiritual do mau usuário.
*
Joana de Angelis
7. Erro — compromisso negativo, amarra ao
passado.
Ao erro cometido impõe-se sempre a
necessidade de reparação.
8. “Arrependimento, expiação e
reparação constituem, portanto, as três
condições necessárias para apagar os
traços de uma falta e suas
consequências.
O arrependimento suaviza os travos* da
expiação, abrindo pela esperança o
caminho da reabilitação; só a
reparação, contudo, pode anular o
efeito destruindo-lhe a causa.”
(ALLAN KARDEC. O Céu e o Inferno, Primeira Parte, cap. 7,
item “Código penal da
vida futura”)
Travos : Impressão desagradável;
amargura.
9. "Que consequência produz o
arrependimento no estado corporal?
O Livro dos Espíritos - questão 992
Exprobra: censurar
Arrependimento, expiação e reparação
"Fazer que, já na vida atual, o Espírito
progrida, se tiver tempo de reparar
suas faltas.
Quando a consciência o exprobra* e
lhe mostra uma imperfeição, o homem
pode sempre melhorar-se."
10. Três são os traços que caracterizam o
arrependimento:
Ermance Dufaux
11. Se tirarmos o esforço de
superação dessa sequência
teremos o cruel episódio mental
do remorso, ou seja, os
arrependidos que nada fazem
para se melhorar.
Melhora – Culpa- Superação
12. O arrependimento impulsiona, o remorso estagna.
Esses três traços psicológicos e emocionais que
determinam o ato de arrepender-se passam por
metamorfoses infinitas, conforme a personalidade que o
vivência.
As tendências mais marcantes dessas
experiências interiores podem ser percebidas em
algumas manifestações de "dor psíquica corretiva",
que se diferencia da "dor psíquica expiatória".
13. O desejo de melhora no estágio em que nos encontramos está,
quase sempre, sob o jugo da vaidade e pode expressar-se por
mecanismos psicológicos variados.
Desejar melhora é ter que reconhecer a própria penúria moral,
assumi-la livremente em razão do idealismo nobre.
É doloroso o encontro com as sombras interiores, mesmo
quando queremos sinceramente nos ver libertos delas.
14. O impulso para crescer espiritualmente para nós é
um desafio de proporções sacrificiais.
Chamemos de "neurose de perfeição" ou
perfeccionismo a necessidade obsessiva de fazer o
bem com exatidão, uma profunda inaceitação de suas
falhas e as dos outros, gerando melindre e intolerância,
face ao nível de exigência e cobrança para consigo e
com o mundo à sua volta.
15. A angústia decorrente do contato com o ego, o homem
velho que queremos transformar, leva a ativar mecanismos
de defesa para "acobertar" essa inferioridade que
detectamos em nós; então entra em ação o orgulho,
criando uma falsa imagem, uma imagem idealizada com a
qual procuramos nos forrar de ter que olhar e admitir a
pequenez da qual somos portadores.
16. Essa luta nos recessos dos sentimentos e do pensamento
traz à baila o conflito, a insatisfação e todo tipo de
incômodo interior, deixando a vida íntima em estado de
intensas comoções e mudanças.
Damos o nome de sentimento de culpa a todo esse
conjunto de reações emocionais, quase sempre
"indefiníveis" para quem os sofre.
17. O sentimento de culpa tem camuflagens e nuanças
muito versáteis. Deixemos claro que em nosso
estágio de aperfeiçoamento podemos tomá-lo como
um fator de impulsão para a melhora.
Se a criatura arrependida não sentisse culpa, não
garantiria a continuidade de seu progresso e
desistiria, optando pela loucura ou pela queda
moral.
18. Digamos que a culpa é uma energia intrusa, porém
necessária na sustentação do desejo de melhora. Jamais
tomemo-la, no entanto, como essencial, porque é um
sentimento aprendido, um resultado de vivências anteriores e
não uma virtude com a qual tenhamos sido criados.
Suas manifestações podem ser percebidas na autopunição,
no sentimento de desmerecimento e desvalor, nas fantasias de
carma e dor, nas posturas de vítimas da vida, na
inconformação, no azedume sistemático, nas crises de
autopiedade ou ainda nos hábitos da lamúria e da queixa.
19. E a expiação, do que se trata?
Allan Kardec esclarece que a
expiação não é um castigo divino, mas
sim o reflexo das próprias ações
humanas. É o verdadeiro resultado de
suas escolhas. É o pagamento das
suas dívidas.
O corpo físico, ao longo das
existências vai experimentando os
sofrimentos que os seres
proporcionam aos seus irmãos. É a
justiça sendo feita.
Arrependimento, expiação e reparação
20. Kardec elucida, com clareza a questão, dizendo que “a
reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se
havia feito o mal”.
Diz ainda Allan Kardec, quem não repara os seus erros
numa existência, por fraqueza ou má vontade, achar-se-á
numa existência ulterior em contato com as mesmas
pessoas que de si tiverem queixas, e em condições
voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes
reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes
tenha feito.
Arrependimento, expiação e reparação
21. O esforço é a ação que promove o equilíbrio no processo do
arrependimento. Não existe arrependimento real sem reparação.
Querer melhorar, sentir-se culpado e nada fazer é muito doloroso. Eis
aqui a importância dos serviços de amor ao próximo que alivia e
consola alguém, mas que também estabiliza os níveis energéticos de
quem o realiza.
Lucas, cap 15, v. 7, - "Digo-vos que assim haverá alegria no céu por
um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos
que não necessitam de arrependimento".
Ave a humildade! Lembrai-vos disso, todos os que se encontram em
luta sob o guante das dores psíquicas.
Ermance Dufaux