SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 17
Baixar para ler offline
*Couto, Caio. Publicitário especialista em Comunicação em Redes; Lahoz, Artur. Publicitário e Planejador Estratégico; Maquiaveli, Janaina. Publicitária e
Doutora em Ciências Sociais; Neves, Gabriela. Publicitária especialista em Comunicação Digital, integrantes do time de planejamento e estratégia da New360.
Afinal, hábitos alimentares estão relacionados a modos de
vida. E nossas experiências sociais orientam e conformam
nossas escolhas e preferências. Em termos sociológicos,
nossos padrões de gosto são parte de nossas de identidades
pessoais e cultural; de nosso habitus e estilo de vida.
O gosto alimentar sempre
teve uma relação estreita
com a cultura.
As heranças étnicas e culturais na
formação do gosto.
Isso quer dizer que podemos
e devemos contrariar o ditado
popular. Gosto se discute, sim.
Para isso, é preciso reconhecer:
O gosto como parte de nossos
processos de identificação -
positivos ou negativos - com
determinados grupos sociais que
integramos ou desejamos integrar.
Os padrões de consumo
segmentados ou tangenciais, onde
estariam situadas, por exemplo, as
tendências alimentares: da carne
vegetal aos alimentos funcionais.
O papel da indústria alimentícia em
instaurar ou condenar determinados
padrões de consumo, seja em favor
ou condenando, por exemplo,
os ultraprocessados.
1 2 3 4
É curioso observar
como as tendências
vão se estabelecendo,
a partir da própria
dinâmica social.
Em 2018, por exemplo, o Think With Google publicou
um estudo sobre o consumo alimentar com hábitos
“natural power”. O argumento principal era que a busca
por saudabilidade vai além dos aspectos funcionais e de
benefícios para a saúde. Ela representa um estilo de vida.
N A T U R A L
A F Ó R M U L A
N A T U R A L
I N T E N S O
I N D U L G E N T E
P O W E R
E F E T I V O
R Á P I D O
Intensidade
Natural, mas
com potência
O xampu bomba (de vitaminas)
é o mais buscado do Brasil
4,3 milhões
de buscas só em 2017
Temaki - 25% de crescimento
nas buscas nos últimos 3 anos
Ceviche - 65% de crescimento
nas buscas nos últimos 3 anos
O Natural ganha mais espaço
no cardápio do brasileiro
quando se apresenta como
uma indulgência, o famoso
agradinho que a gente faz
parte de si mesmo
Indulgência
Natural, mas
com potência
Um exemplo desse fenômeno é como
as dietas de redução de peso foram
se reconfigurando, para se tornarem
compostas por alimentos saudáveis,
gostosos, mas também indulgentes,
ou seja, compensatórios na praticidade
e que se encaixam nas rotinas cada vez
mais corridas do consumidor médio,
que vive nas grandes cidades.
O Instituto de Pesquisas Mintel
nomeia essa tendência de Self
Fulfilling Practices: a procura por
produtos capazes de proporcionar
benefícios nutricionais, físicos ou
emocionais. Num estudo global,
Fonte: Mintel, Estudo global sobre comportamento de consumo, 2017
45%
da amostragem prefere lanches feitos de ingredientes naturais.
44%
preferem lanches fortificados com benefícios nutricionais.
38%
dos consumidores buscam benefícios funcionais.
Além das tendências alimentares,
diversos estudos apontam que, entre
os millennials (ou nascidos entre
o início da década de 1980 e o final
dos anos 1990), 1 em cada 5 estão
mudando suas dietas para reduzir o
impacto do seu comportamento de
consumo no clima.
Isso não significa que alimentos saudáveis e ingredientes
naturais sejam um padrão indiscriminado de consumo
alimentar. Segundo Julie Creswell, repórter do
The New York Times, o consumo de alimentos
processados ​​e junk food, ainda significativo nos EUA,
mesmo que em queda, nos últimos anos, tornou-se de
novo latente desde o início da epidemia de COVID-19.
No Brasil, o Instituto de pesquisa
Opinion Box tem investigado
o impacto da epidemia na
alimentação dos brasileiros
desde o final de abril. Também
por aqui, a ansiedade causada
pelo contexto afeta os hábitos e
os gostos alimentares.
De acordo com os estudos:
48% dos brasileiros sentem que
estão mais ansiosos e;
43% afirmam comer mais,
em razão disso.
33% dos brasileiros que não
tinham o hábito passaram a
cozinhar regularmente em casa.
E fazendo isso, passaram a se
preocupar mais com a qualidade
da alimentação.
24% estão consumindo
mais frutas, verduras e legumes.
Por outro lado, em razão das medidas
de distanciamento social:
Mas em nome da praticidade,
muitos brasileiros ampliaram o
uso de aplicativos de entrega de
comida pronta. E 21% aumentaram
o consumo de produtos
industrializados.
Para entender esse cenário, é preciso
entender como as pessoas estão
vivendo, muitos sem tempo para
cozinhar, outros tantos adotando
um padrão alimentar menos rico
em nutrientes, simplesmente
porque custa menos.
Fonte: Pesquisa Nielsen 2019 - Estilo de vida do Brasileiro
Isso porque, segundo o Instituto
Nielsen de pesquisa, a categoria de
compradores de alimentos saudáveis
equivale hoje a 28% da população
brasileira e é formada, basicamente,
por pessoas pertencentes
às classes A e B.
Logo, o consumo alimentar é
complexo e influenciado por muitos
fatores distintos. Entre eles, a
escolha do que comer orientada
por distinção e status, própria dos
estratos superiores da pirâmide
populacional, em termos de renda.
Ainda assim, a tendência de um
consumo alimentar ora indulgente,
ora saudável, é uma realidade no
mundo contemporâneo e que não
podemos desconsiderar.
Só precisamos entender a quem ela
atende e em quais circunstâncias.
REVIEW
O gosto alimentar sempre teve
uma relação estreita com a
cultura e é parte de múltiplos
registros de culturas, como
modos de vida e etnias.
1
4
2
5
3
6
A formação de gosto alimentar
também precisa levar em
consideração o papel da indústria
alimentícia na formação de
padrões como também aspectos
inerentes a produção de consumo
alimentar segmentado.
São identificadas tendências
de resgate a saudabilidade
como: natural power
e Self Fulfilling Practices.
Assim como uma preocupação
com o impacto ambiental
do consumo alimentar.
A pandemia do COVID-19
ampliou o consumo de alimentos
processados ou junk food em
função da ansiedade.
Mas também impulsionou
um resgate ao hábito de
cozinhar em casa.
Obrigado.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Determinantes em saude
Determinantes em saudeDeterminantes em saude
Determinantes em saudeRica Cane
 
Saúde e indicadores
Saúde e indicadoresSaúde e indicadores
Saúde e indicadoresAna Castro
 
MOOC - Modulo III
MOOC - Modulo IIIMOOC - Modulo III
MOOC - Modulo IIICecaneUFRGS
 
Políticas de saúde para a população Negra - RNP
Políticas de saúde para a população Negra - RNPPolíticas de saúde para a população Negra - RNP
Políticas de saúde para a população Negra - RNPobenjamim
 
ALIANÇA pela Alimentação Adequada e Saudável - carta de apresentação
ALIANÇA pela Alimentação Adequada e Saudável - carta de apresentaçãoALIANÇA pela Alimentação Adequada e Saudável - carta de apresentação
ALIANÇA pela Alimentação Adequada e Saudável - carta de apresentaçãoProf. Marcus Renato de Carvalho
 
Saude individual e comunitária
Saude individual e comunitáriaSaude individual e comunitária
Saude individual e comunitáriaDeolinda Silva
 
Indicadores do estado de saude de uma população
Indicadores do estado de saude de uma populaçãoIndicadores do estado de saude de uma população
Indicadores do estado de saude de uma populaçãoCarla Brites
 
Indicadores do estado de saúde de uma população1
Indicadores do estado de saúde de uma população1Indicadores do estado de saúde de uma população1
Indicadores do estado de saúde de uma população1mariagoretisilva
 
Release_Palestra_Sandra_Chemin
Release_Palestra_Sandra_CheminRelease_Palestra_Sandra_Chemin
Release_Palestra_Sandra_Cheminforumdealimetacao
 
2012 mkt71 processo de escolha de alimentos por parte de consumidores idosos
2012 mkt71 processo de escolha de alimentos por parte de consumidores idosos2012 mkt71 processo de escolha de alimentos por parte de consumidores idosos
2012 mkt71 processo de escolha de alimentos por parte de consumidores idososRicardo Vernieri Alencar
 
Indicadores Do Estado De SaúDe De Uma PopulaçãO
Indicadores Do Estado De SaúDe De Uma PopulaçãOIndicadores Do Estado De SaúDe De Uma PopulaçãO
Indicadores Do Estado De SaúDe De Uma PopulaçãODAVIDbeatriz
 
Promoção da alimentação saudável - doc MS
Promoção da alimentação saudável - doc MSPromoção da alimentação saudável - doc MS
Promoção da alimentação saudável - doc MSgisa_legal
 
Envelhecimento Ativo - Saúde do Idoso
Envelhecimento Ativo - Saúde do IdosoEnvelhecimento Ativo - Saúde do Idoso
Envelhecimento Ativo - Saúde do IdosoEnfº Ícaro Araújo
 
Saúde individual e comunitária indicadores do estado de saúde da população
Saúde individual e comunitária indicadores do estado de saúde da populaçãoSaúde individual e comunitária indicadores do estado de saúde da população
Saúde individual e comunitária indicadores do estado de saúde da populaçãoPatrícia Santos
 
SaúDe Individual E ComunitáRia
SaúDe Individual E ComunitáRiaSaúDe Individual E ComunitáRia
SaúDe Individual E ComunitáRiaSérgio Luiz
 
SaúDe Individual E ComunitáRia1
SaúDe Individual E ComunitáRia1SaúDe Individual E ComunitáRia1
SaúDe Individual E ComunitáRia1Nuno Correia
 

Mais procurados (19)

Determinantes em saude
Determinantes em saudeDeterminantes em saude
Determinantes em saude
 
Power point nº1 9ºano
Power point nº1 9ºanoPower point nº1 9ºano
Power point nº1 9ºano
 
Saúde e indicadores
Saúde e indicadoresSaúde e indicadores
Saúde e indicadores
 
MOOC - Modulo III
MOOC - Modulo IIIMOOC - Modulo III
MOOC - Modulo III
 
Políticas de saúde para a população Negra - RNP
Políticas de saúde para a população Negra - RNPPolíticas de saúde para a população Negra - RNP
Políticas de saúde para a população Negra - RNP
 
ALIANÇA pela Alimentação Adequada e Saudável - carta de apresentação
ALIANÇA pela Alimentação Adequada e Saudável - carta de apresentaçãoALIANÇA pela Alimentação Adequada e Saudável - carta de apresentação
ALIANÇA pela Alimentação Adequada e Saudável - carta de apresentação
 
Saude individual e comunitária
Saude individual e comunitáriaSaude individual e comunitária
Saude individual e comunitária
 
Indicadores do estado de saude de uma população
Indicadores do estado de saude de uma populaçãoIndicadores do estado de saude de uma população
Indicadores do estado de saude de uma população
 
Indicadores do estado de saúde de uma população1
Indicadores do estado de saúde de uma população1Indicadores do estado de saúde de uma população1
Indicadores do estado de saúde de uma população1
 
Release_Palestra_Sandra_Chemin
Release_Palestra_Sandra_CheminRelease_Palestra_Sandra_Chemin
Release_Palestra_Sandra_Chemin
 
2012 mkt71 processo de escolha de alimentos por parte de consumidores idosos
2012 mkt71 processo de escolha de alimentos por parte de consumidores idosos2012 mkt71 processo de escolha de alimentos por parte de consumidores idosos
2012 mkt71 processo de escolha de alimentos por parte de consumidores idosos
 
Indicadores Do Estado De SaúDe De Uma PopulaçãO
Indicadores Do Estado De SaúDe De Uma PopulaçãOIndicadores Do Estado De SaúDe De Uma PopulaçãO
Indicadores Do Estado De SaúDe De Uma PopulaçãO
 
Promoção da alimentação saudável - doc MS
Promoção da alimentação saudável - doc MSPromoção da alimentação saudável - doc MS
Promoção da alimentação saudável - doc MS
 
Envelhecimento Ativo - Saúde do Idoso
Envelhecimento Ativo - Saúde do IdosoEnvelhecimento Ativo - Saúde do Idoso
Envelhecimento Ativo - Saúde do Idoso
 
Saúde individual e comunitária indicadores do estado de saúde da população
Saúde individual e comunitária indicadores do estado de saúde da populaçãoSaúde individual e comunitária indicadores do estado de saúde da população
Saúde individual e comunitária indicadores do estado de saúde da população
 
SaúDe Individual E ComunitáRia
SaúDe Individual E ComunitáRiaSaúDe Individual E ComunitáRia
SaúDe Individual E ComunitáRia
 
Politica nacional saude_populacao_negra
Politica nacional saude_populacao_negraPolitica nacional saude_populacao_negra
Politica nacional saude_populacao_negra
 
SaúDe Individual E ComunitáRia1
SaúDe Individual E ComunitáRia1SaúDe Individual E ComunitáRia1
SaúDe Individual E ComunitáRia1
 
Ficha de trabalho 1 2018-2019
Ficha de trabalho 1   2018-2019Ficha de trabalho 1   2018-2019
Ficha de trabalho 1 2018-2019
 

Semelhante a As múltiplas influências culturais e sociais na formação do gosto alimentar

Guia alimentar da população brasileira 2014.
Guia alimentar da população brasileira 2014. Guia alimentar da população brasileira 2014.
Guia alimentar da população brasileira 2014. Fabrízia Sampaio
 
Apostila de nutrição e dietética profª lívia motta
Apostila de nutrição e dietética profª lívia motta Apostila de nutrição e dietética profª lívia motta
Apostila de nutrição e dietética profª lívia motta LviaMotta3
 
Trabalho de ciencias de lara
Trabalho de ciencias de laraTrabalho de ciencias de lara
Trabalho de ciencias de laraCarla Gomes
 

Semelhante a As múltiplas influências culturais e sociais na formação do gosto alimentar (8)

REDAÇAO2.pdf
REDAÇAO2.pdfREDAÇAO2.pdf
REDAÇAO2.pdf
 
Guia alimentar da população brasileira 2014.
Guia alimentar da população brasileira 2014. Guia alimentar da população brasileira 2014.
Guia alimentar da população brasileira 2014.
 
Aula 03 hábitos alimentares
Aula 03   hábitos alimentaresAula 03   hábitos alimentares
Aula 03 hábitos alimentares
 
Dietas da Moda: Uma Análise Qualitativa
Dietas da Moda: Uma Análise QualitativaDietas da Moda: Uma Análise Qualitativa
Dietas da Moda: Uma Análise Qualitativa
 
SLS Nutrition WP
SLS Nutrition WPSLS Nutrition WP
SLS Nutrition WP
 
Apostila de nutrição e dietética profª lívia motta
Apostila de nutrição e dietética profª lívia motta Apostila de nutrição e dietética profª lívia motta
Apostila de nutrição e dietética profª lívia motta
 
Trabalho de ciencias de lara
Trabalho de ciencias de laraTrabalho de ciencias de lara
Trabalho de ciencias de lara
 
Eu consigo emagrecer dr. joel fuhrman
Eu consigo emagrecer   dr. joel fuhrmanEu consigo emagrecer   dr. joel fuhrman
Eu consigo emagrecer dr. joel fuhrman
 

Último

Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdf
Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdfAula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdf
Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdfGiza Carla Nitz
 
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARdispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARBelinha Donatti
 
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdfAula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 6 - Primeiros Socorros - Choque Elétrico .pdf
Aula 6 - Primeiros Socorros - Choque Elétrico .pdfAula 6 - Primeiros Socorros - Choque Elétrico .pdf
Aula 6 - Primeiros Socorros - Choque Elétrico .pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdf
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdfAula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdf
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 2.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo -  PARTE 2.pdfAula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo -  PARTE 2.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 2.pdfGiza Carla Nitz
 
372589790-Aula-10-Fios-de-Sutura.aulafiospptx
372589790-Aula-10-Fios-de-Sutura.aulafiospptx372589790-Aula-10-Fios-de-Sutura.aulafiospptx
372589790-Aula-10-Fios-de-Sutura.aulafiospptxpatrcialibreloto
 
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdfHistologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdfzsasukehdowna
 
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdf
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdfAula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdf
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdf
Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdfAula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdf
Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdfGiza Carla Nitz
 
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagemaula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagemvaniceandrade1
 
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (1).pptx
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (1).pptxPRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (1).pptx
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (1).pptxEmanuellaFreitasDiog
 
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxNR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxWilliamPratesMoreira
 
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdf
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdfSC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdf
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdfTHIALYMARIASILVADACU
 
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdf
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdfAula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdf
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal - Parte 1.pdf
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal  - Parte 1.pdfAula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal  - Parte 1.pdf
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal - Parte 1.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdfAula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 3 - Epidemiologia - Conceito e História.pdf
Aula 3 - Epidemiologia - Conceito e História.pdfAula 3 - Epidemiologia - Conceito e História.pdf
Aula 3 - Epidemiologia - Conceito e História.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdfAula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdfAula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdfGiza Carla Nitz
 

Último (20)

Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdf
Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdfAula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdf
Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdf
 
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARdispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
 
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdfAula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdf
 
Aula 6 - Primeiros Socorros - Choque Elétrico .pdf
Aula 6 - Primeiros Socorros - Choque Elétrico .pdfAula 6 - Primeiros Socorros - Choque Elétrico .pdf
Aula 6 - Primeiros Socorros - Choque Elétrico .pdf
 
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdf
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdfAula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdf
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdf
 
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 2.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo -  PARTE 2.pdfAula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo -  PARTE 2.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 2.pdf
 
372589790-Aula-10-Fios-de-Sutura.aulafiospptx
372589790-Aula-10-Fios-de-Sutura.aulafiospptx372589790-Aula-10-Fios-de-Sutura.aulafiospptx
372589790-Aula-10-Fios-de-Sutura.aulafiospptx
 
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdfHistologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
 
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdf
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdfAula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdf
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdf
 
Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdf
Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdfAula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdf
Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdf
 
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagemaula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
 
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (1).pptx
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (1).pptxPRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (1).pptx
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (1).pptx
 
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxNR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
 
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdf
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdfSC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdf
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdf
 
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdf
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdfAula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdf
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdf
 
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal - Parte 1.pdf
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal  - Parte 1.pdfAula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal  - Parte 1.pdf
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal - Parte 1.pdf
 
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdfAula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
 
Aula 3 - Epidemiologia - Conceito e História.pdf
Aula 3 - Epidemiologia - Conceito e História.pdfAula 3 - Epidemiologia - Conceito e História.pdf
Aula 3 - Epidemiologia - Conceito e História.pdf
 
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdfAula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
 
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdfAula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
 

As múltiplas influências culturais e sociais na formação do gosto alimentar

  • 1. *Couto, Caio. Publicitário especialista em Comunicação em Redes; Lahoz, Artur. Publicitário e Planejador Estratégico; Maquiaveli, Janaina. Publicitária e Doutora em Ciências Sociais; Neves, Gabriela. Publicitária especialista em Comunicação Digital, integrantes do time de planejamento e estratégia da New360.
  • 2. Afinal, hábitos alimentares estão relacionados a modos de vida. E nossas experiências sociais orientam e conformam nossas escolhas e preferências. Em termos sociológicos, nossos padrões de gosto são parte de nossas de identidades pessoais e cultural; de nosso habitus e estilo de vida. O gosto alimentar sempre teve uma relação estreita com a cultura.
  • 3. As heranças étnicas e culturais na formação do gosto. Isso quer dizer que podemos e devemos contrariar o ditado popular. Gosto se discute, sim. Para isso, é preciso reconhecer: O gosto como parte de nossos processos de identificação - positivos ou negativos - com determinados grupos sociais que integramos ou desejamos integrar. Os padrões de consumo segmentados ou tangenciais, onde estariam situadas, por exemplo, as tendências alimentares: da carne vegetal aos alimentos funcionais. O papel da indústria alimentícia em instaurar ou condenar determinados padrões de consumo, seja em favor ou condenando, por exemplo, os ultraprocessados. 1 2 3 4
  • 4. É curioso observar como as tendências vão se estabelecendo, a partir da própria dinâmica social. Em 2018, por exemplo, o Think With Google publicou um estudo sobre o consumo alimentar com hábitos “natural power”. O argumento principal era que a busca por saudabilidade vai além dos aspectos funcionais e de benefícios para a saúde. Ela representa um estilo de vida. N A T U R A L A F Ó R M U L A N A T U R A L I N T E N S O I N D U L G E N T E P O W E R E F E T I V O R Á P I D O Intensidade Natural, mas com potência O xampu bomba (de vitaminas) é o mais buscado do Brasil 4,3 milhões de buscas só em 2017 Temaki - 25% de crescimento nas buscas nos últimos 3 anos Ceviche - 65% de crescimento nas buscas nos últimos 3 anos O Natural ganha mais espaço no cardápio do brasileiro quando se apresenta como uma indulgência, o famoso agradinho que a gente faz parte de si mesmo Indulgência Natural, mas com potência
  • 5. Um exemplo desse fenômeno é como as dietas de redução de peso foram se reconfigurando, para se tornarem compostas por alimentos saudáveis, gostosos, mas também indulgentes, ou seja, compensatórios na praticidade e que se encaixam nas rotinas cada vez mais corridas do consumidor médio, que vive nas grandes cidades.
  • 6. O Instituto de Pesquisas Mintel nomeia essa tendência de Self Fulfilling Practices: a procura por produtos capazes de proporcionar benefícios nutricionais, físicos ou emocionais. Num estudo global, Fonte: Mintel, Estudo global sobre comportamento de consumo, 2017 45% da amostragem prefere lanches feitos de ingredientes naturais. 44% preferem lanches fortificados com benefícios nutricionais. 38% dos consumidores buscam benefícios funcionais.
  • 7. Além das tendências alimentares, diversos estudos apontam que, entre os millennials (ou nascidos entre o início da década de 1980 e o final dos anos 1990), 1 em cada 5 estão mudando suas dietas para reduzir o impacto do seu comportamento de consumo no clima.
  • 8. Isso não significa que alimentos saudáveis e ingredientes naturais sejam um padrão indiscriminado de consumo alimentar. Segundo Julie Creswell, repórter do The New York Times, o consumo de alimentos processados ​​e junk food, ainda significativo nos EUA, mesmo que em queda, nos últimos anos, tornou-se de novo latente desde o início da epidemia de COVID-19.
  • 9. No Brasil, o Instituto de pesquisa Opinion Box tem investigado o impacto da epidemia na alimentação dos brasileiros desde o final de abril. Também por aqui, a ansiedade causada pelo contexto afeta os hábitos e os gostos alimentares. De acordo com os estudos: 48% dos brasileiros sentem que estão mais ansiosos e; 43% afirmam comer mais, em razão disso.
  • 10. 33% dos brasileiros que não tinham o hábito passaram a cozinhar regularmente em casa. E fazendo isso, passaram a se preocupar mais com a qualidade da alimentação. 24% estão consumindo mais frutas, verduras e legumes. Por outro lado, em razão das medidas de distanciamento social:
  • 11. Mas em nome da praticidade, muitos brasileiros ampliaram o uso de aplicativos de entrega de comida pronta. E 21% aumentaram o consumo de produtos industrializados.
  • 12. Para entender esse cenário, é preciso entender como as pessoas estão vivendo, muitos sem tempo para cozinhar, outros tantos adotando um padrão alimentar menos rico em nutrientes, simplesmente porque custa menos.
  • 13. Fonte: Pesquisa Nielsen 2019 - Estilo de vida do Brasileiro Isso porque, segundo o Instituto Nielsen de pesquisa, a categoria de compradores de alimentos saudáveis equivale hoje a 28% da população brasileira e é formada, basicamente, por pessoas pertencentes às classes A e B.
  • 14. Logo, o consumo alimentar é complexo e influenciado por muitos fatores distintos. Entre eles, a escolha do que comer orientada por distinção e status, própria dos estratos superiores da pirâmide populacional, em termos de renda.
  • 15. Ainda assim, a tendência de um consumo alimentar ora indulgente, ora saudável, é uma realidade no mundo contemporâneo e que não podemos desconsiderar. Só precisamos entender a quem ela atende e em quais circunstâncias.
  • 16. REVIEW O gosto alimentar sempre teve uma relação estreita com a cultura e é parte de múltiplos registros de culturas, como modos de vida e etnias. 1 4 2 5 3 6 A formação de gosto alimentar também precisa levar em consideração o papel da indústria alimentícia na formação de padrões como também aspectos inerentes a produção de consumo alimentar segmentado. São identificadas tendências de resgate a saudabilidade como: natural power e Self Fulfilling Practices. Assim como uma preocupação com o impacto ambiental do consumo alimentar. A pandemia do COVID-19 ampliou o consumo de alimentos processados ou junk food em função da ansiedade. Mas também impulsionou um resgate ao hábito de cozinhar em casa.