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COMPLICAÇÕES
PÓS-OPERATÓRIAS
CLÍNICA CIRÚRGICA
RESUMÃO PARA A PROVA
CLÍNICA CIRÚRGICA
2
SUMÁRIO
1. FEBRE ......................................................... 3
2. COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS............ 3
3. COMPLICAÇÕES CARDÍACAS................... 5
4. COMPLICAÇÕES DA FERIDA
OPERATÓRIA.................................................. 5
5. DEISCÊNCIAS ANASTOMÓTICAS............. 7
6. COMPLICAÇÕES DO TRATO URINÁRIO... 7
7. COMPLICAÇÕES INTRACAVITÁRIAS........ 8
8. COMPLICAÇÕES GASTRINTESTINAIS...... 9
9. COMPLICAÇÕES DO SISTEMA
NERVOSO CENTRAL.................................... 10
10. RABDOMIÓLISE..................................... 11
11. DISFUNÇÃO SEXUAL............................. 11
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
3
1. Febre
A febre pós-operatória é produzida em resposta tanto a proces-
sos infecciosos quanto a não infecciosos. As etiologias da febre no
pós-operatório costumam seguir uma sequência de aparecimento
(Tabela a seguir).
Principais causas de febre no pós-operatório
24 horas	 Atelectasia pulmonar
48 horas	 Flebite
72 horas	 Infecção urinária
Até o 5o
dia	 Infecção da ferida operatória e de cateteres
	vasculares
Após o 7o
dia	 Coleção intracavitária, fístula
2. Complicações respiratórias
Atelectasia
	 É a mais comum das complicações pulmonares pós-operató-
rias e afeta 25% dos submetidos a cirurgias abdominais;
	 Mais frequente nas primeiras 48 horas após a cirurgia e respon-
sável por mais de 90% dos episódios febris durante esse período.
CLÍNICA CIRÚRGICA
4
Pneumonia
	 Complicação pulmonar que mais comumente pode determi-
nar a morte do paciente cirúrgico;
	 O uso profilático de antibióticos não diminui a incidência de co-
lonização Gram negativa da orofaringe, e o tempo de intubação
está diretamente relacionado à ocorrência das pneumonias as-
sociadas à ventilação.
Aspiração de conteúdos da boca e do estômago
	 Comum entre sedados ou com outras causas de rebaixamento do
nível de consciência. A taxa de mortalidade para aspiração maciça
pulmonar e subsequente pneumonia gira em torno de 50%;
	 O tratamento envolve a manutenção de via aérea livre e previne
riscos de novos episódios e lesão pulmonar. Antibióticos devem
ser empregados nas situações de aspiração de grande volume
ou na presença de repercussão clínica desfavorável.
Embolia pulmonar
	 A gravidade clínica será em função do tamanho do coágulo que
se solta do sistema venoso periférico e se aloja na vasculatura
pulmonar;
	 A tomografia computadorizada multislice apresenta-se como
uma técnica de rapidez diagnóstica, baixa morbidade, sensibili-
dade de 86% e especificidade de 92%.
Edema pulmonar
	 Condição associada ao acúmulo de líquidos nos alvéolos, determi-
nando a redução da troca gasosa e desencadeando a hipoxemia;
	 No pós-operatório, as causas mais relacionadas são as iatrogê-
nicas (excesso de fluidos intravenosos), a disfunção miocárdica
primária e a hipertensão arterial não controlada.
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
5
Síndrome da angústia respiratória do adulto
	 São liberados mediadores bioquímicos da inflamação, que aca-
bam por lesar o endotélio, com extravasamento de plasma para
dentro dos alvéolos, normalmente após trauma ou sepse;
	 O edema pulmonar resultante impede a ventilação e a oxigena-
ção. A pressão arterial de oxigênio declina, e a concentração de
dióxido de carbono aumenta.
3. Complicações cardíacas
A maioria aparece durante o ato cirúrgico ou dentro dos 3 primeiros
dias de pós-operatório, sendo especialmente comuns nos proce-
dimentos intratorácicos. Nas arritmias no período pós-operatório,
deve-se avaliar se as causas decorrem de hipopotassemia, hipoxe-
mia, alcalose, toxicidade digitálica ou estresse durante cirurgias de
emergências. Ademais, aproximadamente 0,4% de todos os pacien-
tes operados desenvolvem infarto agudo do miocárdio. As manifes-
tações clínicas são dores torácicas, hipotensão e arritmias cardíacas.
4. Complicações da ferida operatória
Hematoma
	 Coleção de sangue dentro da ferida fechada é uma das compli-
cações mais comuns, causada principalmente por hemostasia
local não adequada;
	 Elevação e coloração da ferida, com afastamento de suas bor-
das, desconforto e secreção local.
CLÍNICA CIRÚRGICA
6
Seroma
	 Acúmulo da liquefação da gordura e da linfa. Sua presença au-
menta o risco de infecção da ferida operatória;
	 Localizado abaixo da pele, pode ser evacuado por aspiração
com agulha em condições estéreis ou, eventualmente, ser con-
duzido com observação seriada.
Deiscência
	 Possibilidade de ser total ou parcial de qualquer camada da fe-
rida. O processo que engloba a ruptura de todas as camadas da
parede abdominal e a extrusão de vísceras abdominais é cha-
mado de evisceração;
	 Fatores sistêmicos (idade, estados de imunossupressão, hipoal-
buminemia, tabagismo) e locais envolvidos (técnica cirúrgica
inadequada, aumento da pressão intra-abdominal e deficiência
na cicatrização).
Infecção da ferida operatória é uma complicação que cursa com
febre após o 4º dia de pós-operatório e tem, como etiologia, ger-
mes entéricos ou o Staphylococcus. O 1º passo para o tratamento
das infecções de ferida operatória é a drenagem adequada. Pos-
teriormente, são utilizadas as soluções antissépticas e a lavagem
com soluções salinas, evitando o crescimento bacteriano na ferida
e promovendo a formação do tecido de granulação em área limpa.
Antibióticos sistêmicos são utilizados quando há evidências de
piora progressiva local e sintomas clínicos gerais (febre, adinamia,
bacteriemia, toxemia).
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
7
5. Deiscências anastomóticas
O 1o
sinal da deiscência anastomótica é a taquicardia. Ocorre co-
mumente febre, dor abdominal, mal-estar, íleo paralítico, recusa ali-
mentar ou vômitos pós-prandiais e incapacidade geral de recupe-
ração. Nas situações em que a deiscência for pequena, com fístula
controlada, pode ser utilizado o tratamento conservador, até cessar
a drenagem do líquido. Se não há sepse, iniciam-se nutrição paren-
teral e jejum oral. É possível também o uso de dietas entéricas (com
sonda locada após a fístula) ou dieta oral de absorção alta (para as
fístulas de trato gastrintestinal baixo).
6. Complicações do trato urinário
A inabilidade de micção espontânea é comum no pós-operatório,
especialmente após operações pélvicas e perineais ou procedimen-
tos em que foi empregada anestesia espinal. Nesses casos, é neces-
sária a sondagem vesical de demora, e a sua permanência deve ser
individualizada.
Os germes mais comuns envolvidos nas infecções do trato uriná-
rio são as bactérias entéricas Gram negativas. O local de infecção é,
usualmente, a bexiga (cistite). Não raramente, a infecção ascende
para o trato urinário superior (pielite e pielonefrite). Os sintomas da
infecção urinária incluem disúria, calafrios, aumento da frequência
da micção e dor localizada sobre a área de infecção. Uma amostra
de urina pode detectar a presença de bactérias e leucócitos.
CLÍNICA CIRÚRGICA
8
7. Complicações intracavitárias
O sangramento é a maior causa de choque circulatório nas pri-
meiras 24 horas de uma cirurgia abdominal. O hemoperitônio pós-
-operatório – condição aguda e de rápida evolução – é geralmente
resultado de problemas técnicos de hemostasia, mas podem estar
envolvidas condições de coagulopatias. A expansão volêmica deve
ser administrada o mais rapidamente possível, enquanto se inicia a
investigação diagnóstica. Se a hipotensão ou outros sinais de hipo-
volemia persistirem, deve-se realizar a reoperação.
A síndrome compartimental abdominal é uma complicação que
ocorre com a elevação persistente da pressão intra-abdominal
> 20mmHg, associada à falência orgânica não presente previamente.
O melhor tratamento da SCA compreende a profilaxia por meio da
identificação de pacientes de risco, evitando o fechamento conven-
cional da cavidade abdominal e utilizando técnicas de fechamento
temporário.
Paciente sob risco de SCA:
• Politrauma;
• Laparotomia em trauma para
“controle de danos”;
• Hemorragia retroperitoneal
• Ruptura de aneurisma de aorta;
• Ascite volumosa.
Presença de 2 dos 4:
• PIP > 35cm H2O;
• paO2/FiO2;< 150
• Diurese < 30mL/h;
• Abdome rígido ou
tenso.
Medida indireta da
PIA (intravesical)
PIA = 15mmHg
Manter
normovolemia e
monitorização
Reposição
volêmica agressiva
e manter
monitorização
Descompressão
e reexploração
abdominal
Descompressão
PIA = 35mmHg
PIA > 15 e < 25mmHg PIA ≥ 25 e < 35mmHg
SCA: Síndrome Compartimental Abdominal
PIP: pico de pressão inspiratória
Diagnóstico e tratamento
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
9
8. Complicações gastrintestinais
Úlceras
Risco aumentado na insuficiência respiratória, coagulopatia,
infecção grave, uremia e hemorragia digestiva. A profilaxia com
inibidor da bomba de prótons deve ser realizada nesses casos
Íleo paralítico ou adinâmico
	 Maior frequência com o uso de medicações como opioides, ní-
veis anormais de eletrólitos, condições inflamatórias como pan-
creatite ou peritonite e dor;
	 Sem terapia específica, a não ser descompressão gástrica por
sonda nasogástrica, hidratação venosa e sintomáticos.
Obstrução mecânica
	 Manifestação mais tardia e menos frequente no período pós-
-operatório imediato e resultante de aderências ou da formação
de hérnias internas;
	 Pode ocorrer a chamada pseudo-obstrução mecânica, ou sín-
drome de Ogilvie, mais comum em cirurgias ortopédicas de
quadril ou cirurgias ginecológicas.
Pancreatite
Representa 10% de todos os casos de pancreatite aguda, em 1 a
3% dos submetidos à manipulação peripancreática e nas cirur-
gias das vias biliares
CLÍNICA CIRÚRGICA
10
Insuficiência hepática
	 Principal causa de icterícia pós-operatória, consequência da ne-
crose de células hepáticas, inflamação ou ressecção massiva de
tecido hepático;
	 Drogas, hipotensão, hipóxia e sepse estão entre as causas de
icterícia por lesão parenquimatosa.
Colecistite aguda
É mais comum em procedimentos no trato gastrintestinal;
forma acalculosa como a mais recorrente (70 a 80%), principal-
mente em homens (75%), progredindo mais rapidamente para
necrose, sem responder ao tratamento conservador
Diarreia por Clostridium difficile
	 Causa comum de infecção nosocomial entre pacientes cirúrgicos;
	 Instalada a infecção intestinal por Clostridium difficile, o trata-
mento compreende o uso de metronidazol ou, para infecções
com patógeno resistente, vancomicina oral.
9. Complicações do
sistema nervoso central
O acidente vascular cerebral é a maior complicação neurológica
possível em idosos, principalmente na população com severa ate-
rosclerose e que se mantém hipotensa durante ou após a cirurgia
(decorrentes de infecção grave no pós-operatório, baixo débito car-
díaco, hipotermia prolongada etc.). Constitui suspeita em todo qua-
dro de déficit neurológico focal com duração superior a 24 horas.
O delirium é outra complicação comum, principalmente em idosos,
no período de internação pós-operatória. É um estado de disfunção
cognitiva, com flutuação do nível de orientação temporoespacial,
perda de memória e conversação incoerente. As principais condi-
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
11
ções que favorecem o quadro são infecções ativas e distúrbios hi-
droeletrolíticos. Se houver necessidade de sedação, doses baixas
de haloperidol, que não têm efeitos cardiovasculares maiores em
comparação com outros agentes sedativos, poderão ser aplicadas.
10. Rabdomiólise
A rabdomiólise pode ser fruto de compressão muscular ou de
reação a agentes anestésicos. A elevação da creatinofosfoquinase,
que se deposita nos glomérulos, pode levar a insuficiência renal e
diurese em menor volume, com coloração acastanhada e grumos.
A proteção renal envolve a diurese forçada com hiper-hidratação,
alcalinização da urina com infusão de bicarbonato e estímulo diu-
rético com furosemida e manitol.
11. Disfunção sexual
A disfunção erétil é encontrada após certos procedimentos cirúrgi-
cos, como prostatectomia aberta, cirurgia cardíaca e reconstrução
aórtica. Em cirurgias pélvicas, pelo risco de lesão dos ramos sacrais
do plexo, é importante discutir essa possibilidade com o paciente
antes de qualquer procedimento de risco. Outros procedimentos,
como retossigmoidectomias, podem ocasionar ejaculação retró-
grada, pela lesão do plexo hipogástrico. Procedimentos cirúrgicos
por laparoscopia e, principalmente por acesso robótico, têm apre-
sentado menores índices dessas complicações.
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COMPLICAÇÕES PÓS-CIRURGIA: FEBRE, RESPIRATÓRIAS, CARDÍACAS E MAIS

  • 2. CLÍNICA CIRÚRGICA 2 SUMÁRIO 1. FEBRE ......................................................... 3 2. COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS............ 3 3. COMPLICAÇÕES CARDÍACAS................... 5 4. COMPLICAÇÕES DA FERIDA OPERATÓRIA.................................................. 5 5. DEISCÊNCIAS ANASTOMÓTICAS............. 7 6. COMPLICAÇÕES DO TRATO URINÁRIO... 7 7. COMPLICAÇÕES INTRACAVITÁRIAS........ 8 8. COMPLICAÇÕES GASTRINTESTINAIS...... 9 9. COMPLICAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL.................................... 10 10. RABDOMIÓLISE..................................... 11 11. DISFUNÇÃO SEXUAL............................. 11
  • 3. COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS 3 1. Febre A febre pós-operatória é produzida em resposta tanto a proces- sos infecciosos quanto a não infecciosos. As etiologias da febre no pós-operatório costumam seguir uma sequência de aparecimento (Tabela a seguir). Principais causas de febre no pós-operatório 24 horas Atelectasia pulmonar 48 horas Flebite 72 horas Infecção urinária Até o 5o dia Infecção da ferida operatória e de cateteres vasculares Após o 7o dia Coleção intracavitária, fístula 2. Complicações respiratórias Atelectasia É a mais comum das complicações pulmonares pós-operató- rias e afeta 25% dos submetidos a cirurgias abdominais; Mais frequente nas primeiras 48 horas após a cirurgia e respon- sável por mais de 90% dos episódios febris durante esse período.
  • 4. CLÍNICA CIRÚRGICA 4 Pneumonia Complicação pulmonar que mais comumente pode determi- nar a morte do paciente cirúrgico; O uso profilático de antibióticos não diminui a incidência de co- lonização Gram negativa da orofaringe, e o tempo de intubação está diretamente relacionado à ocorrência das pneumonias as- sociadas à ventilação. Aspiração de conteúdos da boca e do estômago Comum entre sedados ou com outras causas de rebaixamento do nível de consciência. A taxa de mortalidade para aspiração maciça pulmonar e subsequente pneumonia gira em torno de 50%; O tratamento envolve a manutenção de via aérea livre e previne riscos de novos episódios e lesão pulmonar. Antibióticos devem ser empregados nas situações de aspiração de grande volume ou na presença de repercussão clínica desfavorável. Embolia pulmonar A gravidade clínica será em função do tamanho do coágulo que se solta do sistema venoso periférico e se aloja na vasculatura pulmonar; A tomografia computadorizada multislice apresenta-se como uma técnica de rapidez diagnóstica, baixa morbidade, sensibili- dade de 86% e especificidade de 92%. Edema pulmonar Condição associada ao acúmulo de líquidos nos alvéolos, determi- nando a redução da troca gasosa e desencadeando a hipoxemia; No pós-operatório, as causas mais relacionadas são as iatrogê- nicas (excesso de fluidos intravenosos), a disfunção miocárdica primária e a hipertensão arterial não controlada.
  • 5. COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS 5 Síndrome da angústia respiratória do adulto São liberados mediadores bioquímicos da inflamação, que aca- bam por lesar o endotélio, com extravasamento de plasma para dentro dos alvéolos, normalmente após trauma ou sepse; O edema pulmonar resultante impede a ventilação e a oxigena- ção. A pressão arterial de oxigênio declina, e a concentração de dióxido de carbono aumenta. 3. Complicações cardíacas A maioria aparece durante o ato cirúrgico ou dentro dos 3 primeiros dias de pós-operatório, sendo especialmente comuns nos proce- dimentos intratorácicos. Nas arritmias no período pós-operatório, deve-se avaliar se as causas decorrem de hipopotassemia, hipoxe- mia, alcalose, toxicidade digitálica ou estresse durante cirurgias de emergências. Ademais, aproximadamente 0,4% de todos os pacien- tes operados desenvolvem infarto agudo do miocárdio. As manifes- tações clínicas são dores torácicas, hipotensão e arritmias cardíacas. 4. Complicações da ferida operatória Hematoma Coleção de sangue dentro da ferida fechada é uma das compli- cações mais comuns, causada principalmente por hemostasia local não adequada; Elevação e coloração da ferida, com afastamento de suas bor- das, desconforto e secreção local.
  • 6. CLÍNICA CIRÚRGICA 6 Seroma Acúmulo da liquefação da gordura e da linfa. Sua presença au- menta o risco de infecção da ferida operatória; Localizado abaixo da pele, pode ser evacuado por aspiração com agulha em condições estéreis ou, eventualmente, ser con- duzido com observação seriada. Deiscência Possibilidade de ser total ou parcial de qualquer camada da fe- rida. O processo que engloba a ruptura de todas as camadas da parede abdominal e a extrusão de vísceras abdominais é cha- mado de evisceração; Fatores sistêmicos (idade, estados de imunossupressão, hipoal- buminemia, tabagismo) e locais envolvidos (técnica cirúrgica inadequada, aumento da pressão intra-abdominal e deficiência na cicatrização). Infecção da ferida operatória é uma complicação que cursa com febre após o 4º dia de pós-operatório e tem, como etiologia, ger- mes entéricos ou o Staphylococcus. O 1º passo para o tratamento das infecções de ferida operatória é a drenagem adequada. Pos- teriormente, são utilizadas as soluções antissépticas e a lavagem com soluções salinas, evitando o crescimento bacteriano na ferida e promovendo a formação do tecido de granulação em área limpa. Antibióticos sistêmicos são utilizados quando há evidências de piora progressiva local e sintomas clínicos gerais (febre, adinamia, bacteriemia, toxemia).
  • 7. COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS 7 5. Deiscências anastomóticas O 1o sinal da deiscência anastomótica é a taquicardia. Ocorre co- mumente febre, dor abdominal, mal-estar, íleo paralítico, recusa ali- mentar ou vômitos pós-prandiais e incapacidade geral de recupe- ração. Nas situações em que a deiscência for pequena, com fístula controlada, pode ser utilizado o tratamento conservador, até cessar a drenagem do líquido. Se não há sepse, iniciam-se nutrição paren- teral e jejum oral. É possível também o uso de dietas entéricas (com sonda locada após a fístula) ou dieta oral de absorção alta (para as fístulas de trato gastrintestinal baixo). 6. Complicações do trato urinário A inabilidade de micção espontânea é comum no pós-operatório, especialmente após operações pélvicas e perineais ou procedimen- tos em que foi empregada anestesia espinal. Nesses casos, é neces- sária a sondagem vesical de demora, e a sua permanência deve ser individualizada. Os germes mais comuns envolvidos nas infecções do trato uriná- rio são as bactérias entéricas Gram negativas. O local de infecção é, usualmente, a bexiga (cistite). Não raramente, a infecção ascende para o trato urinário superior (pielite e pielonefrite). Os sintomas da infecção urinária incluem disúria, calafrios, aumento da frequência da micção e dor localizada sobre a área de infecção. Uma amostra de urina pode detectar a presença de bactérias e leucócitos.
  • 8. CLÍNICA CIRÚRGICA 8 7. Complicações intracavitárias O sangramento é a maior causa de choque circulatório nas pri- meiras 24 horas de uma cirurgia abdominal. O hemoperitônio pós- -operatório – condição aguda e de rápida evolução – é geralmente resultado de problemas técnicos de hemostasia, mas podem estar envolvidas condições de coagulopatias. A expansão volêmica deve ser administrada o mais rapidamente possível, enquanto se inicia a investigação diagnóstica. Se a hipotensão ou outros sinais de hipo- volemia persistirem, deve-se realizar a reoperação. A síndrome compartimental abdominal é uma complicação que ocorre com a elevação persistente da pressão intra-abdominal > 20mmHg, associada à falência orgânica não presente previamente. O melhor tratamento da SCA compreende a profilaxia por meio da identificação de pacientes de risco, evitando o fechamento conven- cional da cavidade abdominal e utilizando técnicas de fechamento temporário. Paciente sob risco de SCA: • Politrauma; • Laparotomia em trauma para “controle de danos”; • Hemorragia retroperitoneal • Ruptura de aneurisma de aorta; • Ascite volumosa. Presença de 2 dos 4: • PIP > 35cm H2O; • paO2/FiO2;< 150 • Diurese < 30mL/h; • Abdome rígido ou tenso. Medida indireta da PIA (intravesical) PIA = 15mmHg Manter normovolemia e monitorização Reposição volêmica agressiva e manter monitorização Descompressão e reexploração abdominal Descompressão PIA = 35mmHg PIA > 15 e < 25mmHg PIA ≥ 25 e < 35mmHg SCA: Síndrome Compartimental Abdominal PIP: pico de pressão inspiratória Diagnóstico e tratamento
  • 9. COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS 9 8. Complicações gastrintestinais Úlceras Risco aumentado na insuficiência respiratória, coagulopatia, infecção grave, uremia e hemorragia digestiva. A profilaxia com inibidor da bomba de prótons deve ser realizada nesses casos Íleo paralítico ou adinâmico Maior frequência com o uso de medicações como opioides, ní- veis anormais de eletrólitos, condições inflamatórias como pan- creatite ou peritonite e dor; Sem terapia específica, a não ser descompressão gástrica por sonda nasogástrica, hidratação venosa e sintomáticos. Obstrução mecânica Manifestação mais tardia e menos frequente no período pós- -operatório imediato e resultante de aderências ou da formação de hérnias internas; Pode ocorrer a chamada pseudo-obstrução mecânica, ou sín- drome de Ogilvie, mais comum em cirurgias ortopédicas de quadril ou cirurgias ginecológicas. Pancreatite Representa 10% de todos os casos de pancreatite aguda, em 1 a 3% dos submetidos à manipulação peripancreática e nas cirur- gias das vias biliares
  • 10. CLÍNICA CIRÚRGICA 10 Insuficiência hepática Principal causa de icterícia pós-operatória, consequência da ne- crose de células hepáticas, inflamação ou ressecção massiva de tecido hepático; Drogas, hipotensão, hipóxia e sepse estão entre as causas de icterícia por lesão parenquimatosa. Colecistite aguda É mais comum em procedimentos no trato gastrintestinal; forma acalculosa como a mais recorrente (70 a 80%), principal- mente em homens (75%), progredindo mais rapidamente para necrose, sem responder ao tratamento conservador Diarreia por Clostridium difficile Causa comum de infecção nosocomial entre pacientes cirúrgicos; Instalada a infecção intestinal por Clostridium difficile, o trata- mento compreende o uso de metronidazol ou, para infecções com patógeno resistente, vancomicina oral. 9. Complicações do sistema nervoso central O acidente vascular cerebral é a maior complicação neurológica possível em idosos, principalmente na população com severa ate- rosclerose e que se mantém hipotensa durante ou após a cirurgia (decorrentes de infecção grave no pós-operatório, baixo débito car- díaco, hipotermia prolongada etc.). Constitui suspeita em todo qua- dro de déficit neurológico focal com duração superior a 24 horas. O delirium é outra complicação comum, principalmente em idosos, no período de internação pós-operatória. É um estado de disfunção cognitiva, com flutuação do nível de orientação temporoespacial, perda de memória e conversação incoerente. As principais condi-
  • 11. COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS 11 ções que favorecem o quadro são infecções ativas e distúrbios hi- droeletrolíticos. Se houver necessidade de sedação, doses baixas de haloperidol, que não têm efeitos cardiovasculares maiores em comparação com outros agentes sedativos, poderão ser aplicadas. 10. Rabdomiólise A rabdomiólise pode ser fruto de compressão muscular ou de reação a agentes anestésicos. A elevação da creatinofosfoquinase, que se deposita nos glomérulos, pode levar a insuficiência renal e diurese em menor volume, com coloração acastanhada e grumos. A proteção renal envolve a diurese forçada com hiper-hidratação, alcalinização da urina com infusão de bicarbonato e estímulo diu- rético com furosemida e manitol. 11. Disfunção sexual A disfunção erétil é encontrada após certos procedimentos cirúrgi- cos, como prostatectomia aberta, cirurgia cardíaca e reconstrução aórtica. Em cirurgias pélvicas, pelo risco de lesão dos ramos sacrais do plexo, é importante discutir essa possibilidade com o paciente antes de qualquer procedimento de risco. Outros procedimentos, como retossigmoidectomias, podem ocasionar ejaculação retró- grada, pela lesão do plexo hipogástrico. Procedimentos cirúrgicos por laparoscopia e, principalmente por acesso robótico, têm apre- sentado menores índices dessas complicações.
  • 12. Gostou? Esse conteúdo faz parte do nosso curso Intensivo 2019! O curso contempla os 85 temas que mais caem nas provas de Residência Médica, de acordo com dados de incidência dos últimos 5 anos. O conteúdo é oferecido em diferentes formatos (vídeos, podcasts, livros físicos e digitais) para ajudar na fixação e para adaptar-se ao perfil e à rotina de cada aluno. Fale com nossos consultores: (011) 96980-0068 Ou acesse: www.medcel.com.br/intensivo2019 Siga a gente nas redes sociais: @medcel @medcel medceloficial MedcelResidMedica