O documento resume trechos das epístolas de Paulo aos Coríntios no capítulo 10 e 11, onde ele defende seu ministério apostólico e exorta os coríntios a confiarem no evangelho que ele pregou. Ele também alerta sobre falsos apóstolos e descreve os sofrimentos que passou em nome de Cristo. Emmanuel complementa dizendo que devemos confiar no Cristo e aguardar n'Ele com fé no trabalho pelo bem, não nos prendendo ao imediatismo.
1. II CORINTIOS CAP 10 e 11
CURSO AURÉLIO AGOSTINHO E PAULO
DE TARSO
08/05/2021
2. 2ª Epístola de S. Paulo aos Coríntios
CAPÍTULO 10
10 Mas eu mesmo Paulo vos rogo, pela mansuetude e modéstia do Cristo; pois que, em verdade, presente entre
vós, sou humilde; mas ausente sou ousado convosco.
2 Rogo-vos pois que, estando presente, pela confiança que vos tenho, não me atreva usar de ousadia para com
alguns que nos julgam como se andássemos segundo a carne.
3 Ainda que andemos na carne, não militamos segundo a carne.
4 Porquanto as armas da nossa milícia não são carnais, mas são poderosas em Deus para destruição das
fortificações; derribando conselhos,
5 E toda altivez que se levanta contra a ciência de Deus; reduzindo ao cativeiro toda inteligência, em favor do
Cristo.
6 E estamos prontos para punir toda desobediência, quando vossa obediência seja completa.
7 O que vedes, são segundo a aparência. Se alguém está confiante que é do Cristo, considere isto também
consigo: Que assim como ele é do Cristo, também nós [do Cristo somos].
8 Porque ainda quando mais gloriado seja, acerca do nosso poder, que o Senhor nos deu para edificação e não
para destruição, não me envergonho.
9 Mas para, deste modo, não parecer que vos aterrorizo por cartas,
10 Porque na verdade, dizem alguns, as cartas são graves e fortes, mas [entre nós, é] de presença pessoal fraca,
e palavra desprezível.
3. 11 Para quem esteja pensando deste modo, afirmamos que, quais somos nas palavras por cartas quando
ausentes, tais seremos também de fato quando presentes.
12 Porque não ousamos inserirmo-nos, ou comparar-nos, àqueles que se gabam a si mesmos; mas a nós
mesmos nos medimos, e a nós mesmos nos comparamos.
13 Nós pois não nos gloriaremos discriciosamente, mas segundo o metro com que Deus nos mediu, medir-nos-
emos até chegarmos a vós.
14 Porque não chegamos a vós como se nos desdobrássemos; pois temos chegado até vós pelo Evangelho do
Cristo;
15 Não nos gloriando discriciosamente pelos trabalhos alheios, esperando porém que, tendo crescido vossa fé
e segundo nossa regra, em vós nos engrandeçamos abundantemente;
16 Evangelizando também àqueles que estão além de vós, não nos gloriando em campo alheio, naqueles que
já estão preparados.
17 Quem porém se gloria, glorie-se no Senhor. ( † )
18 Porque não é aprovado aquele que a si mesmo se recomenda, mas é sim aquele a quem Deus recomenda.
4. Fonte viva — Emmanuel
65 - Não te enganes
“Olhais para as coisas, segundo as aparências? Se alguém confia de si mesmo que é do Cristo, pense outra
vez isto consigo, que assim como ele é do Cristo, também nós do Cristo somos.” — PAULO (2 Coríntios, 10.7)
1 Não te enganes, acerca da nossa necessidade comum no aperfeiçoamento.
2 Muita vez, superestimando nossos valores, acreditamo-nos privilegiados na arte da elevação. E, em tais
circunstâncias, costumamos esquecer, impensadamente, que outros estão fazendo pelo bem muito mais que
nós mesmos.
3 O vaga-lume acende leves relâmpagos nas trevas e se supõe o príncipe da luz, mas encontra a vela acesa
que o ofusca.
4 A vela empavona-se sobre um móvel doméstico e se presume no trono absoluto da claridade, entretanto, lá
vem um dia em que a lâmpada elétrica brilha no alto, embaciando-lhe a chama.
5 A lâmpada, a seu turno, ensoberbece-se na praça pública, mas o Sol, cada manhã, resplandece no
firmamento, clareando toda a Terra e empalidecendo todas as luzes planetárias, grandes e pequenas.
6 Enquanto perdura a sombra protetora e educativa da carne, quase sempre somos vítimas de nossas ilusões,
mas, em voltando o clarão infinito da verdade com a renovação da morte física, verificamos, ao sol da vida
espiritual, que a Providência Divina é glorioso amor para a Humanidade inteira.
7 Não troques a realidade pelas aparências.
8 Respeitemos cada realização em seu tempo e cada pessoa no lugar que lhe é devido.
9 Todos somos companheiros de evolução e aperfeiçoamento, guardados ainda entre o bem e o mal.
5. 10 Onde acionarmos a nossa “parte inferior”, a sombra dos outros permanecerá em nossa companhia.
11 Da zona a que projetarmos a nossa “boa parte”, a luz do próximo virá ao nosso encontro.
12 Cada alma é sempre uma incógnita para outra alma. Em razão disso, não será lícito erguer as paredes
de nossa tranquilidade sobre os alicerces do sentimento alheio.
13 Não nos iludamos. Retifiquemos em nós quanto prejudique a nossa paz íntima e estendamos braços e
pensamentos fraternos, em todas as direções, na certeza de que, se somos portadores de virtudes e
defeitos, nas ocasiões de juízo receberemos sempre de acordo com as nossas obras. 14 E,
compreendendo que a Bondade do Senhor brilha para todas as criaturas, sem distinção de pessoas,
recordemos em nosso favor e em favor dos outros as significativas palavras de Paulo: — “Se alguém
confia de si mesmo que é do Cristo, pense outra vez isto consigo, porque tanto quanto esse alguém é
do Cristo, também nós do Cristo somos.”
Emmanuel
6. O Evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo XVII
Sede perfeitos
Caracteres da perfeição
1. Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e
caluniam. – Porque, se somente amardes os que vos amam, que recompensa tereis disso? Não fazem
assim também os publicanos? – Se unicamente saudardes os vossos irmãos, que fazeis com isso mais
do que outros? Não fazem o mesmo os pagãos? – Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o
vosso Pai celestial.
(S. MATEUS, 5:44, 46 a 48.)
7. 2. Pois que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, esta proposição: “Sede perfeitos, como
perfeito é o vosso Pai celestial”, tomada ao pé da letra, pressuporia a possibilidade de atingir-se a perfeição
absoluta. Se à criatura fosse dado ser tão perfeita quanto o Criador, tornar-se-ia ela igual a este, o que é
inadmissível. Mas, os homens a quem Jesus falava não compreenderiam essa nuança, pelo que ele se
limitou a lhes apresentar um modelo e a dizer-lhes que se esforçassem pelo alcançar.
Aquelas palavras, portanto, devem entender-se no sentido da perfeição relativa, a de que a Humanidade
é suscetível e que mais a aproxima da Divindade. Em que consiste essa perfeição? Jesus o diz: “Em
amarmos os nossos inimigos, em fazermos o bem aos que nos odeiam, em orarmos pelos que nos
perseguem.” Mostra ele desse modo que a essência da perfeição é a caridade na sua mais ampla acepção,
porque implica a prática de todas as outras virtudes.
Com efeito, se se observam os resultados de todos os vícios e, mesmo, dos simples defeitos,
reconhecer-se-á nenhum haver que não altere mais ou menos o sentimento da caridade, porque todos têm
seu princípio no egoísmo e no orgulho, que lhes são a negação; e isso porque tudo o que sobreexcita o
sentimento da personalidade destrói, ou, pelo menos, enfraquece os elementos da verdadeira caridade, que
são: a benevolência, a indulgência, a abnegação e o devotamento. Não podendo o amor do próximo, levado
até ao amor dos inimigos, aliar-se a nenhum defeito contrário à caridade, aquele amor é sempre, portanto,
indício de maior ou menor superioridade moral, donde decorre que o grau da perfeição está na razão direta
da sua extensão. Foi por isso que Jesus, depois de haver dado a seus discípulos as regras da caridade, no
que tem de mais sublime, lhes disse: “Sede perfeitos, como perfeito é vosso Pai celestial.”
8. 2ª Epístola de S. Paulo aos Coríntios
CAPÍTULO 11
11 Praza a Deus que tolereis ainda um pouco a minha insipiência! Mas, enfim, suportai-me.
2 Porque com divino zelo, desvelo-me por vós. Porquanto vos apresentei Cristo, por vosso único varão a
desposar-vos como virgem casta.
3 Mas temo que, assim como a serpente com sua astúcia enganou Eva, vossos sentimentos também sejam
corrompidos e se apartem da simplicidade que há no Cristo.
4 Porque se vier alguém vos pregar outro Cristo, que nós não temos pregado, ou que aceiteis outro Espírito, que
não o tenhais aceito; ou outro Evangelho, que não haveis recebido, bem o apadrinharíeis.
5 Porque estimo que em nada me fiz menor dentre os maiores apóstolos.
6 Porque ainda que eu seja inapto nas palavras, não o sou na ciência; pois em tudo vo-lo temos manifestado.
7 Ou porventura pequei, humilhando-me para que fôsseis exaltados? Porquanto gratuitamente vos evangelizo
com o Evangelho de Deus.
8 Espoliei [porventura] outras igrejas, recebendo delas estipêndio para vos servir?
9 E, quando estive convosco, carente, não fui oneroso a ninguém, porque minhas necessidades foram supridas
pelos irmãos que vieram da Macedônia; em tudo me guardei, e guardarei, de vos ser pesado.
10 Pelas verdades do Cristo que trago em mim, esta glória não me será infringida nas regiões da Acaia.
9. 11 Por quê? Será por que não vos amo? Deus o sabe.
12 Mas o que faço, fá-lo-ei ainda para não dar ocasião àqueles que buscam um pretexto de se gloriarem,
comparando-se conosco.
13 Porque os tais falsos apóstolos são obreiros dolosos, transfigurando-se em apóstolos do Cristo.
14 E não vos admireis, porque o próprio Satanás transfigura-se em anjo de luz;
15 Não é demais, pois, que seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; cujo fim será segundo suas
próprias obras.
16 Outra vez digo: (que ninguém me tenha por insensato, doutro modo aceitem-me como tal, para que eu tenha
um pouco de que gloriar).
17 O que digo com respeito à glorificação, não o digo conforme o Senhor, senão por insipiência.
18 Pois que muitos se gloriam segundo a carne, também eu gloriarei.
19 Porque soportais de bom grado aos insensatos, quando vós mesmos sois sábios.
20 Porque suportais a quem vos escraviza, a quem vos devora, a quem vos subtrai, a quem vos ensoberbece, a
quem vos esbofeteia a face.
21 Falo com vergonha, como se nós fôssemos fracos; mas naquilo que alguém ousa, (falo por insipiência) ouso
eu também.
22 São hebreus, eu também; são israelitas, eu também; são descendência de Abraão, eu também;
10. 23 São ministros do Cristo, (digo-o como o menor dos sábios) eu mais ainda; em muitíssimos labores, nos
cárceres inúmeras vezes, nos demasiados açoites e freqüentemente exposto à morte.
24 Por cinco vezes recebi dos judeus os quarenta açoites menos um.
25 Por três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia
estive à deriva em mar profundo.
26 Em meus itinerários muitas vezes estive em perigos de rios, de ladrões, dos meus compatriotas, dos gentios,
na cidade, no deserto, no mar, entre falsos irmãos,
27 Em labor e miséria, em muitas vigílias, com fome e sede, em muitos jejuns, em frio e desnudez.
28 Além destas questões extrínsecas, tenho minhas instâncias cotidianas e a solicitude contínua para com
todas as igrejas.
29 Quem enfraquece, que eu não enfraqueça? Quem escandaliza, que eu não abrase?
30 Se importa gloriar, quais das minhas fraquezas são gloriáveis?
31 Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, que é bendito por todos os séculos, sabe que não minto.
32 Em Damasco, o preposto do rei Aretas custodiava a cidade dos damascenos para me prender;
33 Mas desceram-me num cesto por uma janela, muralha abaixo, e assim escapei das suas mãos.
11. As epístolas aos coríntios refletem o compromisso de Paulo de sempre confiar e esperar no
Cristo, como também nos aconselha Emmanuel.
...É natural confiar no Cristo e aguardar n’Ele, mas que dizer da angústia da alma atormentada no
círculo de cuidados terrestres, esperando egoisticamente que Jesus lhe venha satisfazer os caprichos
imediatos? […] É imprescindível, portanto, esperar em Cristo com a noção real da eternidade. A
filosofia do imediatismo, na Terra, transforma os homens em crianças. Não vos prendais à idade do
corpo físico, às circunstâncias e condições transitórias. Indagai da própria consciência se permaneceis
com Jesus. E aguardai o futuro, amando e realizando com o bem, convicto de que a esperança
legitima não é repouso e, sim, confiança no trabalho incessante.
XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, verdade e vida.
Cap :123 Esperar em Cristo