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Este iivro é parte tia Teologia
Bíblica e da Teologia Histórica.
É o estudo de assuntos introdu­
tórios da Bíblia.
0 livro apresenta uma orien­
tação sumária sobre a leitura e
estudo das Sagradas Escrituras
e mostra pontos fascinantes co­
mo:
•A Estrutura da Bíblia;
• A Formação e a Trans­
missão do Cânon Sagrado;
• Os Manuscritos e as Tra­
duções;
• 0 Período inttrtesta
mentário;
• Fatos Sobre as Nações
contemporâneas.
Tambem são apresentados
nos para a com-
Bíbiia, como: usose
Povos e Geogra-
M
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Escola de Educação Teológica
das Assembleias de Deus
Caixa Postal 1031 • Campinas - SP • 13012-970
www.eetad.com.br
ISBN 85-87860-36-4
9 7 8 8 5 8 7 8 6 0 3 6 1
Printed in Brazil
BIBLIOLOGIA
introdução ao Estudo da Bíblia
BIBLIOLOGIA
introdução ao Estudo da Bíblia
Autoria de
Antonio Gilberto da silva
Adaptado para curso pela equipe redatorial da EETAD
Escola de Educação Teológica das Assembléias de Deus
Campinas • SP • Brasil
III
Livro autodidático do Curso de Teologia da EETAD
Nível Básico
Consultor Teológico
Pastor Antonio Gilberto, M. Teol.
Equipe Editorial
Diagramação: Matheus Santos
Revisão de textos: Martha Jalkauskas
Revisão Geral: Miriam Estevan
Supervisão de Produção
Márcio Matta
Coordenação Geral
Pr. Josué de Campos
Dados Internacionais de C atalogação na Publicação (C1P)
(Câm ara Brasileira do Livro, SP Brasil)
Silva, Antonio Gilberto da
Blbliologia: introdução ao estudo da Bíblia: adaptado para curso pela equipe
redatorial da EETAD / Antonio Gilberto da Silva. 1a edição.
Campinas, SP: Escola de Educação Teológica das Assembléias de Deus, 2006.
Bibliografia.
ISBN 85-87860-36-4
1. Bíblia - Crítica e interpretação 2. Bíblia - Estudo e ensino 3. Bíblia - Leitura
I. Título.
06-5149
índices para catálogo sistemático
1. Bíblia: Estudo 220.07
Filiação
:ão Evangélica de Educação Teológica na A m érica Latina
[ A SE C - A ssociação de Editores Cristãos
© Copyright 2008 • 1- Edição 2006 • Edição revisada 2010
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial.
Impresso no Brasil • Printed in Brazil • Impreso en Brasil
A E T A L - Associaç
editores j cristãos
CDD 220.07
IV
ICOMO ESTUDAR ESTE LIVRO
As vezes, estudamos muito e aprendemos ou retemos pouco ou nada. Isto, em
parte, acontece pelo fato de estudarmos sem ordem nem método. Embora sucintas, as
orientações a seguir lhe serão muito úteis.
1. Busque ajuda divina
Ore a Deus dando-Lhe graças e suplicando direção e iluminação do alto. Deus
pode vitalizar e capacitar nossas faculdades mentais quanto ao estudo da Sua santa
Palavra, bem como assuntos afins e legítimos. Nunca execute qualquer tarefa de estudo
e trabalhos desta matéria, sem primeiro orar.
2. Tenha à mão materiais auxiliares
Além da matéria a ser estudada neste livro-texto, tenha à mão as seguintes fontes
de consulta e referência:
a) Bíblia. Tenha mais de uma versão para leitura e meditação para que
fundamente sua fé na Palavra de Deus; A EETAD utiliza a versão ARA (Almeida
Revista e Atualizada), publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil. Na eventualidade
de alguns versículos citados serem de outra versão, esta é citada entre parênteses.
b) Dicionários Bíblico e Teológico. Para a devida compreensão de termos
inerentes;
c) Dicionário da Língua Portuguesa. Para a compreensão do significado de
algumas palavras utilizadas esporadicamente;
d) Atlas Bíblico. Para situar os fatos bíblicos no espaço geográfico.
e) Concordância Bíblica. Para a rápida localização de referências bíblicas;
f) Livros de apoio. Faça uso de bons livros de referência, publicados pelas
principais editoras evangélicas. Veja, na Bibliografia Indicada, no final deste livro, os
títulos mais indicados para lhe auxiliarem no estudo desta matéria.
g) Livro ou caderno de apontamentos individuais. Habitue-se a sempre
tomar notas durante suas aulas, estudos e meditações, a partir da Bíblia, de tudo que
venha a ser útil no avanço do seu conhecimento teológico e no desempenho do seu
ministério.
V
3. Seja organizado ao estudar
a) Ao primeiro contato com a matéria, procure obter uma visão global da mesma,
isto é, como um todo. Nessa fase do estudo, não sublinhe nada. Não faça apontamentos.
Não procure referências na Bíblia. Procure, sim, descobrir o propósito da matéria em
estudo, isto é, o que ela visa comunicar-lhe.
b) Passe então ao estudo minucioso de cada Lição, observando a seqüência dos
Textos que a compõem. Agora, sim, à medida que for estudando, sublinhe palavras,
frases e trechos-chaves. Faça anotações no caderno a isso destinado. Se essas anotações
forem desorganizadas, nenhum benefício você terá.
c) Ao final de cada Texto, feche o livro e procure recompor de memória suas
divisões principais. Caso tenha alguma dificuldade, volte ao Texto. O aprendizado é
um processo metódico e gradual. Não é algo automático como apertar um botão da
máquina para funcionar. Pergunte aos que sabem, como foi que aprenderam.
d) Ao término de cada Lição, responda os exercícios do Questionário da Lição
sem consultar os Textos correspondentes. Em seguida volte aos Textos, comparando
suas respostas. Tanto as perguntas que ficaram em branco como aquelas com respostas
erradas, só deverão ser completadas ou corrigidas após sanadas as dúvidas pelo estudo
paciente e completo dos Textos correspondentes.
e) Reexamine a Lição estudada, bem como seus exercícios.
f) Passe para a Lição seguinte.
g) Ao final do livro, reexamine toda a matéria estudada; detenha-se nos pontos
que lhe foram mais difíceis, ou que falaram mais profundo ao seu coração.
Observando sempre todas estas orientações, você chegará a um resultado
satisfatório em seu estudo, tanto no aprendizado quanto no crescimento espiritual.
VI
1
INTRODUÇÃO
Bibliologia é parte da Teologia Bíblica e da Teologia Histórica. É também chamada
Isagoge, termo grego que significa conduzir para dentro, uma vez que conduz ao interior
do infinito campo das Santas Escrituras. Destarte, Bibliologia é o estudo dos assuntos
introdutórios à Bíblia. Ela auxilia poderosamente o estudante na compreensão da Bíblia,
e é indispensável a qualquer área da Teologia por auxiliar na elucidação dos inumerá­
veis fatos bíblicos.
Um dos pontos altos da Bibliologia é a exposição da milagrosa história da Bíblia:
como ela é formada e como chegou até nós.
Sendo um livro divino mas produzido por canais humanos e para o ser humano,
é natural que a Bíblia faça referência a tudo o que é humano e terreno, como países,
povos, raças, línguas, usos, costumes, culturas, montanhas, rios, desertos, mares, climas,
solos, estradas, plantas, produtos, minérios, animais, comércio e as mazelas humanas,
inclusive.
Esse é o imenso palco da revelação divina que temos na Bíblia. Daí a necessidade
de termos pelo menos uma noção dos fatos registrados, para compreendermos o que
Deus quer nos dizer.
Apresentamos inicialmente uma orientação sumária sobre a leitura e o estudo
das Santas Escrituras, e daí prosseguimos numa sequência lógica, tratando de:
a) Sua estrutura. Divisão e classificação dos livros; detalhes sobre capítulos,
versículos, tema central e especificidades do texto. A Bibliologia não esgota os
particulares de cada livro, por ser este o domínio da Síntese Bíblica.
b) O Cânon Sagrado. Sua formação e transmissão até nós.
c) Preservação e tradução. Isto abrange as línguas originais, os manuscritos,
as versões e as traduções do Santo Livro.
d) História geral do povo da Bíblia - Israel. Isto inclui o período inter-
testamentário (entre Malaquias e Mateus) e fatos sobre as nações contemporâneas. A
Bíblia foi tecida no tear da História, e se o estudante ignorar esta última, terá sempre
dificuldades na compreensão dos fatos da Bíblia.
e) Auxílios externos para a compreensão da Bíblia. Integram esta parte do
estudo a geografia bíblica, a cronologia geral, e os usos e costumes dos povos bíblicos.
VII
Tem sido privilégio do autor deste livro estudar a santa Palavra de Deus por
cinco décadas e, nesse tempo, ter reconhecido, mais e mais, a necessidade de cada
estudante (não apenas leitor) da fííblia de aprofundar-se nos assuntos que constituem
a Bibliologia.
Memorizemos os 66 livros da Bíblia e suas respectivas abreviaturas:
Na
Hc
Sf
Ag____
Zc
Ml _
Mt
M c _
Lc _
Jo_^__
A t _
_
Rm____
1 C o __
2Co
GL -
_________________________________________ Ef
Ester______________________ Et__________Filipenses____________ Fp
Jó Jó Colossenses Cl
Salmos SI 1 Tessalonicenses 1Ts
Provérbios Pv 2 Tessalonicenses 2Ts
Eclesiastes Ec 1 Timóteo 1Tm
Cantares Ct 2 Timóteo 2Tm
1
saías Is Tito Tt
Jeremias Jr Filemom Fm
Lamentações de Jeremias Lm Hebreus Hb
Ezequiel Ez Tiago Tg
Daniel Dn 1 Pedro 1Pe
Oséias Os 2 Pedro 2Pe
Joel Jl 1 João 1Jo
Amós Am 2 João 2Jo
Obadias Ob 3 João 3Jo
Jonas Jn Judas Jd
Miquéias Mq Apocalipse Ap
Lovilico
■
’Números-,
D('ulPionomio
Josué
Juizes
Rute
IS am uel____
2^Samuel_ _
_1 R e is ____
2 Reis_ _ _
^ Crônicas^ _
_2 Crônic_as_
JEsdras _ _
Neemias
Marcos- r-
Lucas
João . -
Atos dos Apóstolos
Rom anos________
 C oríntios_______
2 Coríntios _____
G álatas__________
Efésios
VIII
LIÇÃO TEXTO PÁG.
1. A IMPORTÂNCIA DAS ESCRITURAS 01
A Razão da Necessidade das Escrituras....................................... 1 03
A Razão da Necessidade das Escrituras (Cont.)......................... 2 05
Como Estudar a Bíblia..................................................................... 3 07
2. A BÍBLIA COMO LIVRO 11
Os Livros Antigos............................................................................. 1 13
A Estrutura da Bíblia....................................................................... 2 16
A Estrutura da Bíblia (Cont.)........................................................ 3 19
O Tema Central da Bíblia............................................................... 4 21
Observações Úteis e Práticas......................................................... 5 25
3. A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 29
A Inspiração Divina da Bíblia........................................................ 1 31
A Inspiração Divina da Bíblia (Cont.).......................................... 2 33
Harmonia e Unidade da Bíblia...................................................... 3 35
Provas da Inspiração Divina da Bíblia.......................................... 4 37
Provas da Inspiração Divina da Bíblia (Cont.)........................... 5 39
'Provas da Inspiração Divina da Bíblia (Cont.)........................... 6 41
4. O CÂNON DA BÍBLIA E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA 45
O Cânon do Antigo Testamento................................................... 1 47
A Formação do Cânon do Antigo Testamento........................... 2 49
O Cânon do Novo Testamento...................................................... 3 52
Datas e Períodos Sobre o Cânon em Geral.................................. 4 55
5. PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA 61
As Línguas Originais da Bíblia....................................................... 1 63
Os Manuscritos da Bíblia ............................................................... 2 66
Os Manuscritos da Bíblia (Cont.).................................................. 3 68
Os Manuscritos da Bíblia (Cont.).................................................. 4 70
6. PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA (Cont.) 75
A Tradução da Bíblia.......................................................................... 1 77
A Tradução da Bíblia (Cont.)............................................................ 2 79
Outras Versões Orientais e Ocidentais............................................ 3 82
Versões em Português......................................................................... 4 84
Peculiaridades Sobre o Texto Bíblico e Sua Tradução................. 5 87
7. A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA 91
a
A Epoca Pré-Abraâmica.................................................................... 1 93
A Época de Israel................................................................................ 2 96
Da Conquista de Canaã à Monarquia............................................ 3 99
O Reino Dividido................................................................................ 4 102
Profetas do Reino Dividido................................................................ 5 104
O Cativeiro do Reino de Judá........................................................... 6 105
Restauração Pós-Cativeiro................................................................ 7 107
8. A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA (Cont.) 113
O Período Interbíblico........................................................................ 1 115
O Período Interbíblico (Cont.)........................................................ 2 117
A Palestina Independente Sob os Macabeus................................. 3 119
A Palestina Sob o Domínio Romano.............................................. 4 121
A Palestina Sob o Domínio Romano (Cont.)................................ 5 123
Até os Nossos Dias.............................................................................. 6 125
9. CRONOLOGIA BÍBLICA 131
Considerarações Acerca do Estudo da Cronologia Bíblica 1 133
Cronologia da Bíblia e da História Contemporânea..................... 2 137
Cronologia da Bíblia e da História Contemporânea (Cont.) 3 139
Cronologia Diversa............................................................................ 4 142
Cronologia dos Impérios Mundiais.................................................. 5 145
Cronologia dos Impérios Mundiais (Cont.)................................... 6 148
10. GEOGRAFIA BÍBLICA 153
O Mundo Bíblico................................................................................ 1 155
O Mundo Bíblico (Cont.).................................................................. 2 158
O Mundo Bíblico (Cont.)................................................................. 3 161
Mares, Montanhas, Rios e Cidades da Bíblia................................. 4 165
Vida e Costumes dos Povos Bíblicos............................................... 5 170
Gabarito - Questionários das Lições........................................................ 173
Bibliografia Indicada...................................................................................... 174
Referências Bibliográficas............................................................................. 176
Currículo do Curso de Teologia - Nível Básico.................................... 177
Currículo do Curso de Teologia - Nível Médio......................................... 178
X
^ ^ lo n fo rm e registra, por exemplo, o salmo 19.1-6, é através da Criação que Deus
1 tem Se revelado ao homem. Deus revela-Se também através da Palavra Escrita,
Bíblia Sagrada (Rm 15.4), e da Palavra Viva, Jesus Cristo (Jo 1.1).
Essa dupla revelação, como veremos, tornou-se necessária devido à queda do
homem. E uma providência divina como o principal meio do homem natural conhecer
a Deus e Sua vontade, e do cristão conhecer o propósito santificador de Deus para si
e para todos os salvos.
Esta Lição apresenta porque é importante estudarmos as Escrituras e seu propósito
em quatro aspectos:
1. Prepara-nos como crentes para respondermos àqueles que pedem a razão
da esperança que há em nós, conforme 1 Pedro 3.15;
2. Faz obreiro aprovado no correto manejo da Palavra da Verdade, conforme
2 Timóteo 2.15;
3. Desenvolve a fé do crente, quanto ao fato de que a Bíblia é a infalível
Palavra de Deus, como declara Isaías 34.16;
4. Mostra a luz e proporciona entendimento aos simples, de acordo com o
salmo 119.130.
A considerar que a Bíblia é não somente um livro para ser lido, mas estudado e
seus ensinos aplicados à nossa vida cristã, esta Lição apresenta também a maneira
como devemos estudá-la: o relacionamento com Seu autor, a frequência recomendável
para a lermos e com que atitude, de ordem mental e espiritual.
Portanto, que Deus nos acompanhe passo a passo ao longo desta Lição e nos
faça mais habilitados para realizarmos Sua obra na terra.
1
2 BIBLIOLOGIA
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. A Razão da Necessidade das Escrituras
2. A Razão da Necessidade das Escrituras (Cont.)
3. Como Devemos Estudar a Bíblia
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:
1. Citar três razões porque devemos estudar a Bíblia;
2. Discorrer sobre as razões pelas quais devemos ler, crer e praticar a Bíblia;
3. Explicar as maneiras de se estudar a Bíblia de forma proveitosa.
LIÇÂO 1: A IMPORTÂNCIA DAS ESCRITURAS 3
TEXTO 1
A RAZAO DA NECESSIDADE DAS ESCRITURAS
Deus tem Se revelado através dos tempos por meio de Suas obras, isto é, a Cria-
ção (Rm 1.20; SI 19.1-6). Porém, na Palavra de Deus temos uma revelação especial e
maior. Temo-la de duas maneiras:
a) Na Bíblia - a Palavra Escrita (Rm 15.4);
b) Em Cristo - a Palavra Viva (Jo 1.1).
Esta revelação é dupla e tornou-se necessária devido à queda do homem.
O estudo das Escrituras
A necessidade do estudo das Escrituras está explícita nos seguintes textos:
"... santificai a risio, com> Senhor, em vosso coração, estando sempre
preparados para responder a todo aquele que ves pedir razão da
esperança que há em vás." (1IV >
. 15)
“Procura apresentar-ie a Deus aprnvadn, armo ohreirn que tiàm teju de
que se eiiver^m/uir, que num^ja hem n palavra dit venLulc.”
"Buscai no livro do Si-.ii< '!<
, c lede: Xenlntma destas criaturas jalluira.
nem uma nem outra /aliará; /’tnque a hoca do Si:it< w o
ordenou, e n seu Espirito mesmn as ajuntará." (Is H. 16)
“
A revelação das luas palavras esclarece e da
entendimento aos simples." (SI I 19.1 30)
O preparo e o entendimento das Escrituras ocorre por meio de seu estudo orga­
nizado e sistemático. A análise dos versículos a acima nos conduz a dois pontos de
suma importância: porque e como devemos estudar a Bíblia.
Estudar é mais do que ler: é aplicar a mente a um assunto, de modo sistemático,
e constante e compenetrado, por meio do raciocínio, da percepção e da memória.
4 BIBLIOLOGIA
Porque estudar a Bíblia
Destacamos abaixo quatro razões pelas quais devemos estudar a Bíblia
1. É o único manual de vida. O crente é salvo para servir ao Senhor (IPe
2.9; Ef 2.10). Sendo a Bíblia o livro'texto do cristão, é imperioso que este a maneje
bem para o desempenho eficiente de sua missão (2Tm 2.15). O profissional eficiente
sabe empregar as ferramentas de seu ofício. Essa eficiência não é automática: ela pro-
vém do estudo e da prática.
Assim deve ser o crente na vida cristã e no trabalho dedicado ao Senhor
em relação ao seu manual - a Bíblia. Entre as promessas de Deus àquele que conhece
devidamente a Sua Palavra, encontramos a registrada em Isaías 55.11: “assim será a
palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e
prosperará naquilo para que a designei.”.
2. Alimenta nossa alma. Não há dúvida de que o estudo da Palavra de
s
Deus proporciona nutrição e crescimento espiritual. E tão indispensável à alma quan-
to o pão ao corpo. Nas passagens a seguir, ela é comparada ao alimento, porém este só
nutre o corpo quando é absorvido pelo organismo.
“
Jesus, porém, respondeu: Está escrito: :ãn só de pão viverá o korncni,
mas de toda palavra que proccde da boca de Deus.” (Mt 4.4)
“
Achadas as tuas palavras, logo as comi: as (uas palavras me foram
gozo e alegria para o coração, pois. pela icu nome sou chamado,
ó Senhor, Deus dos hxcrciios.” (Jr 15.16)
“desejai ardentemente, como crianças rcccm-nasddas, o genuíno Iciw
espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimentopara salvação"
(IPe 2.2)
O texto de 1 Pedro 2.2 fala do intenso apetite dos recém-nascidos; assim
deve ser o nosso apetite pela Palavra divina. Bom apetite pela Bíblia é sinal de saúde
espiritual.
3. É o instrumento que o Espírito Santo usa (Ef 6.17). Se em nós houver
abundância da Palavra de Deus, o Espírito Santo terá o instrumento com que operar.
/ s
E preciso, pois, meditar nela (SI 1.2; Js 1.8). E preciso deixar que ela domine todas as
esferas da nossa vida, dos nossos pensamentos e do nosso coração e, assim, molde todo
o nosso viver diário. Em suma: precisamos ficar saturados da Palavra de Deus.
LIÇÁO 1: A IMPORTÂNCIA DAS ESCRITURAS 5
Um requisito primordial para Deus responder nossas orações é estarmos
imbuídos da Sua Palavra. Aqui está, em parte, a razão de muitas orações não serem
respondidas: o desinteresse pela Palavra de Deus.
O texto de João 15.7 diz: “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras
permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. Pelo menos três fatos
estão implícitos aqui:
1. Na oração precisamos apoiar nossa fé nas promessas de Deus, que
estão na Bíblia;
2. A Palavra de Deus produz fé em nós (Rm 10.17);
3. Nossas petições devem ser feitas segundo a vontade de Deus (ljo
5.14), e um dos meios de sabermos a vontade de Deus é a Sua Palavra.
TEXTO 2
A RAZÃO DA NECESSIDADE DAS ESCRITURAS
(Cont.)
Porque estudar a Bíblia (Cont.)
A última das razões destacadas pelas quais devemos estudar a Bíblia diz respeito
a que:
4. Enriquece espiritualmente nossa vida (Sl 119.72). Essa riqueza pr
da revelação do Espírito primeiramente “para que o Deus de nosso SenhorJesus Cristo, o
Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele. ”
(Ef 1.17). A pessoa que procurar entender a Bíblia somente através da capacidade
intelectual muito cedo desistirá da leitura. Só o Espírito de Deus conhece as coisas de
Deus (ICo 2.10).
Um renomado expositor cristão informa que há 32.000 promessas na Bí­
blia toda! Pensemos que fonte de riqueza há aí! Entre as riquezas derivadas da Bíblia
6 BIBLIOLOGIA
está a formação do caráter ideal, bem como a formação da vida cristã. A Bíblia é a
melhor diretriz de conduta humana; a melhor formadora de caráter. Os princípios que
modelam nossa vida devem dela proceder.
A falta de orientação espiritual correta e pronta segundo a Palavra de Deus,
especialmente quanto a novos convertidos, tem resultado em inúmeras vidas desequi­
libradas e doentias pelo resto da existência, as quais só um milagre de Deus pode
reajustar. Pessoas assim ferem a si mesmas e aos demais a seu redor.
A Bíblia é a revelação de Deus à humanidade. Tudo que Deus tem para o ho­
mem e dele requer, e tudo que o homem precisa saber espiritualmente da parte de
Deus, quanto à sua redenção, conduta cristã e felicidade eterna, está revelado na
Bíblia. Tudo o que o homem tem a fazer é tomar o Livro e apropriar-se dele pela fé. O
autor da Bíblia é Deus, seu real intérprete é o Espírito Santo e seu tema central é o
Senhor Jesus Cristo.
O homem deve ler a Bíblia para ser sábio, crer na Bíblia para ser salvo e praticar
a Bíblia para ser santo.
Na vida cristã e no trabalho do Senhor em geral, o Espírito Santo só nos poderá
lembrar o texto bíblico preciso se este tiver sido lido ou estudado Qo 14.26). E possível
alguém ser lembrado de algo que não sabe ou, no caso específico da Bíblia, não tenha
lido? E evidente que não. Portanto, o Espírito Santo quer não somente encher o cren­
te, mas também encontrar nele o instrumento com que operar a Palavra de Deus.
Ter o Espírito Santo e não conhecer a Palavra de Deus conduz ao fanatismo,
visto que há pessoas assim querem usar o Espírito Santo, em vez de permitir que Ele as
use. Conhecer a Palavra e não ter o Espírito conduz ao formalismo. Estes dois extre­
mos são igualmente perigosos.
LIÇÁO 1: A IMPORTÂNCIA DAS ESCRITURAS 7
TEXTO 3
COMO ESTUDAR A BÍBLIA
Já mostramos que a Bíblia é um livro para ser
não apenas lido, mas estudado. Como divina e ins­
pirada Palavra de Deus, a Bíblia é um livro singular,
do qual maior proveito tira quem sabe estudá-lo. E
é exatamente com o propósito de tirarmos o máxi­
mo de proveito do estudo da Bíblia que apresenta­
mos cinco passos para seguirmos.
1. Ler a Bíblia conhecendo seu Autor.
Isto é de suprema importância e é a melhor maneira de se estudar a Bíblia. Ela é o
único livro cujo Autor está presente quando se lê. O autor de um livro pode explicá-
-lo como ninguém.
A Bíblia é um livro fácil e ao mesmo tempo difícil; simples e ao mesmo
tempo complexo. Não basta apenas lermos suas palavras e analisarmos detidamente
suas declarações. Tudo isso é indispensável, mas não basta.
É preciso conhecer e amar seu Autor. Desta forma, a compreensão será
mais fácil. Façamos como Maria, que aprendia aos pés do Mestre (Lc 10.39); aos pés
dEle ainda é o melhor lugar!
2. Ler a Bíblia diariamente (Dt 17.19). Estima-se que 90% dos crentes não
leiam a Bíblia diariamente; portanto, não é de admirar haver tantos deles frios e infru­
tíferos nas igrejas. Mais do que isto, espiritualmente são anões, raquíticos, mundanos,
carnais, indiferentes, nervosos e iracundos. Sem crescimento espiritual, Deus não re­
vela Suas verdades profundas Qo 16.12; Hb 5.12; Mc 4.33).
É de admirar haver pessoas que acham tempo para ler, ouvir e ver de tudo,
menos a Palavra de Deus. Resultado: “comem” tanto outras coisas que perdem o ape­
tite para as coisas de Deus. E justo e próprio ler outras coisas, mas devemos tomar mais
tempo com as Escrituras.
Estarrece o fato de que muitos líderes de igrejas não levem seu povo a ler a
Bíblia. Não basta assistir aos cultos, ouvir sermões e testemunhos, acompanhar estu­
dos bíblicos e ler boas obras de literatura cristã. E preciso a leitura bíblica individual,
8 BIBLIOLOGIA
pessoal. Há crentes que só se alimentam “espiritualmente” quando lhe dão comida na
boca, isto é, pela colher do pastor, do professor da Escola Bíblica Dominical, etc. Se
ninguém lhe der “comida”, morrerá de inanição espiritual.
3. Ler a Bíblia com a melhor atitude mental e espiritual. Isto é de capital
importância para o êxito no estudo bíblico. A atitude correta é a seguinte:
a) Estudar a Bíblia como a Palavra de Deus e não como uma obra lite­
rária qualquer;
b) Estudar a Bíblia com o coração e em atitude devocional, e não ape­
nas com o intelecto.
As riquezas da Bíblia são para os humildes que temem ao Senhor (Tg
1.21). Quanto maior for nossa comunhão com Deus, mais humilde seremos. Os ga­
lhos mais carregados de frutos são os que mais se abaixam. E preciso lermos a Bíblia
sem duvidarmos do seu ensino. A dúvida e a descrença cegam o leitor (Lc 24.25).
4. Ler a Bíblia em oração, devagar, meditando. Assim fizeram os servos de
Deus no passado, a exemplo de Davi (SI 119.12,18) e Daniel (Dn 9.21-23). O cami­
nho ainda é o mesmo. Na presença do Senhor em oração, as coisas incompreensíveis
são esclarecidas (SI 73.16,17). A meditação aprofunda o sentido. Muitos leem a Bíblia
apenas, para estabelecerem recorde de leitura. Ao lermos a Bíblia, devemos aplicá-la
primeiro a nós próprios, senão, não haverá virtude alguma.
5. Ler a Bíblia toda. Há uma riqueza insondável nisso! É a única maneira
de conhecermos a verdade completa dos assuntos tratados na Bíblia, visto que a reve­
lação de Deus é progressiva. Sendo a Palavra de Deus, ela é infinita. Mesmo as mentes
mais férteis do mundo não podem abarcá-la completamente. Não há no mundo quem
esgote a Bíblia.
Todos somos sempre alunos (Rm 11.33,34; ICo 13.12; Dt 29.29) e quem nos
ajuda no esclarecimento das Escrituras é o Espírito Santo, concomitantemente com
oração e estudo. Ele, que conhece as profundezas de Deus, pode ir revelando o conhe­
cimento da verdade, à medida que buscamos a Sua face e andamos mais perto dEle.
LIÇÁO 1: A IMPORTÂNCIA DAS ESCRITURAS 9
QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO
I. Assinale com “X ” a alternativa correta.
1.01 E dever do crente, em relação às Escrituras, estudá-la e aplicá-la à mente
X a) de modo sistemático, constante e compenetrado.
b) para ganhar mais pontos nos concursos bíblicos.
c) para recitar de cor os livros da Bíblia.
d) Nenhuma das alternativas está correta.
1.02 A Bíblia é o instrumento que o Espírito Santo usa para agir em nós. É preciso,
pois, que ela domine todas as esferas
a) da nossa vida.
b) dos nossos pensamentos.
c) do nosso coração.
d) Todas as alternativas estão corretas.
1.03 Para que Deus responda às nossas orações devemos estar imbuídos da Sua Pala­
vra. Então,
a) saberemos apoiar nossa fé nas promessas de Deus.
b) a Palavra de Deus produzirá fé em nós.
c) saberemos submeter nossos pedidos à vontade de Deus.
d) Todas as alternativas estão corretas.
10 BIBLIOLOGIA
II. Marque “C” para certo e “E” para errado.
|^1.04 Importa saber que o Espírito Santo só nos lembra o texto bíblico preciso se o
conhecermos.
j£ V l.05 A Bíblia é a melhor diretriz de conduta humana e a melhor formadora de ca­
ráter.
^ 1.06 De acordo com a Lição estudada, o autor da Bíblia é o Espírito Santo, seu
real intérprete é Jesus Cristo e o seu tema central é Deus.
C 1.07 Maria foi um exemplo de quem aprendia as Escrituras aos pés do Mestre.
/
=
■ 1.08 Sem crescimento espiritual, que provém da leitura diária da Bíblia, Deus não
nos revela Suas verdades profundas.
Ç_ 1.09 Ler a Bíblia duvidando do seu ensino cega o leitor.
f 1.10 A revelação de Deus mediante a leitura da Bíblia é progressiva.
ANOTAÇÕES
HÜSs
SSB B
A BÍBLIA COMO LIVRO
E
sta Lição apresenta como os livros eram formados, desde o maierial utilizado
até a maneira como eram feitos c conservados os registros escritos. Sendo um
livro antigo, a Bíblia nasceu de um processo totalmente diferenciado de como a
conhecemos hoje, na forma impressa ou mesmo na forma virtual e online, utilizando-
-se o mais alto padrão tecnológico.
Sem alterar jamais o teor da mensagem divina, a composição da Bíblia também
sofreu alterações, a considerar que os livros sagrados não estavam no princípio todos
reunidos como os temos agora. As invenções e descobertas feitas ao longo da História
pelo homem, como o papel e o prelo de tipos móveis, propiciou a difusão progressiva
da Palavra de Deus por todo o globo.
Diversas são as designações que a Bíblia emprega a si mesma, o que veremos
durante o estudo desta lição, assim como o significado e a origem deste termo - Bíblia.
A estrutura da Bíblia é também objeto de estudo desta Lição, como sua divisão
em dois Testamentos, em capítulos e em versículos. Os autores dos livros bíblicos são
também aqui abordados, levando-se em conta que foram escritos por cerca de quarenta
pessoas, no decorrer de aproximadamente dezesseis séculos, o que não impediu jamais
o milagre da perfeita harmonia e da unidade do texto bíblico.
Sendo Jesus Cristo o tema central dos 66 livros que compõem as Sagradas
Escrituras, é possível sintetizá-los em (a) preparação, (b) manifestação, (c) explanação
e (d) consumação, para efeito de entendimento.
Além da composição, da estrutura e do tema central, esta Lição apresenta algumas
particularidades sobre a Bíblia, que seguramente nos serão úteis e práticas para o estudo.
Acompanhemos, então, as páginas que se seguem.
11
12 BIBLIOLOGIA
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. Os Livros Antigos
2. A Estrutura da Bíblia
3. A Estrutura da Bíblia (Cont.)
4. O Tema Central da Bíblia
5. Algumas Observações Úteis e Práticas
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:
1. Descrever a forma primitiva da Bíblia;
2. Definir a palavra testamento no contexto do estudo da Bíblia;
3. Dar a estrutura da Bíblia no que concerne ao Novo Testamento;
4. Dizer qual o tema central da Bíblia;
5. Mencionar três observações úteis e práticas no estudo das Escrituras.
LIÇÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 13
TEXTO 1
OS LIVROS ANTIGOS
Como todo livro antigo, a Bíblia, em sua composição original, também tinha a
forma de rolo (Jr 36.2). Os rolos eram feitos de papiro e de pergaminho.
Papiro
O papiro era uma folha para escrever e/ou pintar, feita de
tiras cortadas dessas hastes, umedecidas, justapostas e/ou
entrecruzadas, batidas para se obter sua unificação e geralmen­
te polida após a secagem. Criado pelos egípcios, foi o princi­
pal suporte da escrita na Antiguidade, especialmente na
região do Mar Mediterrâneo, onde a maior parte dos livros
e registros diversos era constituída por rolos de papiro.
O papiro era uma planta aquática que crescia junto
aos rios, lagos e banhados do Oriente, cuja entrecasca ser­
via para escrita. Essa planta existe ainda hoje no Sudão, na
Galileia Superior e no vale de Sarom. As tiras extraídas do
papiro eram coladas umas às outras até formarem um rolo
de qualquer extensão. Este material gráfico primitivo é mencionado muitas vezes na
Bíblia, por exemplo em, Êxodo 2.3, Jó 8.11 e Isaías 18.2. Em certas versões da Bíblia o
papiro é mencionado como junco; de fato, o papiro é um tipo de junco de grandes
proporções. De papiro deriva-se a palavra papel Seu uso nas Escrituras remonta ao ano
3000 a.C.
Pergaminho
O pergaminho consistia em peles, principalmente de car­
neiro ou ovelha, submetidas a um banho de cal e depois
raspadas e polidas com pedra-pomes. Feito isso, eram lava­
das, novamente raspadas e colocadas para secar em moldu­
ras de madeira, para evitar a formação de pregas ou rugas.
Por fim, recebiam uma ou mais demãos de alvaiade (pig­
mento branco, constituído de carbonato de chumbo, usado
em pintura de exteriores).
14 BIBLIOLOGIA
Melhor e mais durável que o papiro, o nome pergaminho deriva da cidade de
Pérgamo, onde, provavelmente no século II a.C., o processo foi desenvolvido. Seu uso
é mais recente do que o do papiro; provém dos primórdios da Era Cristã, apesar de já
/
ser conhecido antes. E também mencionado na Bíblia, como em 2 Timóteo 4.13.
O formato primitivo da Bíblia
A Bíblia foi originalmente escrita em forma de rolo,
sendo cada livro um rolo. Assim, vemos que, a princí­
pio, os livros sagrados não estavam reunidos uns aos
outros como os temos agora em um volume único, a
Bíblia. O que tornou isso possível foi a invenção do pa­
pel no século II pelos chineses, bem como a do prelo de
tipos móveis em 1450 d.C., por Gutenberg, tipógrafo
alemão. Até então era tudo manuscrito pelos escribas,
de modo laborioso, lento e oneroso.
Quanto ao aspecto da difusão da Sua Palavra, Deus
tem abençoado maravilhosamente. Através dos milhões
de exemplares impressos, com rapidez e facilidade em
muitos pontos do globo, a distribuição e a disseminação
da Bíblia, ou apenas o Novo Testamento, maior número
de pessoas vem sendo alcançadas.
Graças também ao progresso alcançado no campo das invenções e da tecnologia,
hoje podemos transportar, com toda a comodidade, um exemplar da Bíblia, coisa im­
possível nos tempos primitivos. Ainda hoje, devido aos ritos tradicionais, os rolos sa­
grados das escrituras hebraicas continuam em uso nas sinagogas judaicas.
O vocábulo Bíblia
O termo Bíblia não se encontra no texto das Sagradas Escrituras. Consta apenas
da capa, mas não no texto. Donde, pois, provém este vocábulo? Do grego, a língua
original do Novo Testamento.
A palavra Bíblia, que é uma forma plural, deriva do grego bíblos ou bíblion, que
significa rolo ou livro. Bíblion, no caso nominativo plural, assume a forma bíblia, signi­
ficando livros. No latim medieval, é usado como uma palavra singular - uma coleção
de livros ou “a Bíblia” (fonte: www.google.com.br).
Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado biblion e vários destes
formavam uma bíblia. Portanto, literalmente, a palavra bíblia quer dizer coleção de li­
LIÇÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 15
vros pequenos. Com a invenção do papel, desapareceram os rolos e a palavra biblos deu
origem a livro, como se vê em biblioteca, bibliografia, bibliófilo, etc. E consenso entre os
doutos no assunto que o nome Bíblia foi primeiramente aplicado às Sagradas Escritu-
ras por João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, no século IV da nossa era.
Devido as Escrituras constituírem uma unidade perfeita, a palavra Bíblia, sendo
uma forma plural, como acabamos de ver, passou a ser singular, significando O Livro,
isto é, O Livro dos Livros, O Livro por Excelência. Como Livro Divino, a definição
canônica da Bíblia é “
A Revelação de Deus à Humanidade”.
Entre inúmeros outros, os nomes mais comuns que a Bíblia emprega a si mesma,
isto é, nomes canônicos, são:
Escrituras: “Perguntou-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os
construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é
maravilhoso aos nossos olhos?” (Mt 21.42).
Sagradas Escrituras: “o qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos
seus profetas nas Sagradas Escrituras.” (Rm 1.2).
Livro do Senhor: “Buscai no livro do S e n h o r e lede: Nenhuma destas criaturas
falhará...” (Is 34.16).
A Palavra de Deus: “invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradi­
ção ...” (Mc 7.13); “... a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer
espada de dois gumes...” (Hb 4.12).
Os oráculos de Deus: “... aos judeus foram confiados os oráculos de Deus.” (Rm
3.2).
16 BIBLIOLOGIA
TEXTO 2
A ESTRUTURA DA BÍBLIA
Estudaremos neste Texto a estrutura ou composição da Bíblia, isto é, sua divisão
em partes principais e seus livros quanto à classificação por assuntos, divisão em capí­
tulos e versículos e certas particularidades indispensáveis.
Os Dois Testamentos
A Bíblia divide-se em duas partes principais: o Antigo e o Novo Testamento,
tendo ao todo 66 livros: 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. Estes 66
livros foram escritos num período, aproximadamente, de 16 séculos por cerca de 40
autores.
Aqui está um dos milagres da Bíblia. Esses escritores pertenciam às mais variadas
profissões e atividades, viveram e escreveram em países, regiões e continentes diferen­
tes, distantes uns dos outros, em épocas e condições diversas. Entretanto, seus escritos
formam uma harmonia perfeita. Isto prova que Um só os dirigia no registro da revela­
ção divina.
A palavra testamento provém do termo grego diatheke e significa:
a) aliança ou concerto, no Antigo Testamento a palavra usada é berith, que
significa concerto.
b) testamento, isto é, um documento contendo a última vontade de alguém
quanto à distribuição de seus bens após a morte. Esta é a palavra empregada no Novo
Testamento, como, por exemplo, em Lucas 22.20. O duplo sentido do termo grego
mostra duas coisas: que a morte do testador (Cristo) ratificou ou selou a Nova Aliança
e, portanto, nos garante toda a herança (Hb 9.15-17).
O título “
Antigo Testamento”foi primeiramente aplicado aos primeiros 39 livros
da Bíblia por Tertuliano e Orígenes, que integram a era patrística da Igreja.
Na primeira divisão principal da Bíblia temos o Antigo Concerto (também cha­
mado pacto, aliança), vindo pela Lei, feito no Sinai e selado com sangue de animais
(Ex 24.3-8; Hb 9.19,20). Na segunda divisão principal, o Novo Testamento, temos o
Novo Concerto, advindo pelo Senhor Jesus Cristo, feito no Calvário e selado com o
Seu próprio sangue (Lc 22.20; Hb 9.11-15). E, pois, um concerto superior ao anterior.
LIÇÂO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 17
O Antigo Testamento
Como dissemos, o Antigo Testamento contém 39 livros e foi escrito original­
mente em hebraico, com exceção de pequenos trechos escritos em aramaico, língua
que Israel contraiu no exílio babilónico. Há também algumas palavras persas. Seus 39
livros estão classificados em 4 grupos, .conforme o assunto a que pertencem: Lei, His­
tória. Poesia e Profecia.
1. Lei. São 5 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Esta seção do Antigo Testamento também é chamada de “Pentateuco”. Esses livros
tratam da origem de todas as coisas, da Lei e do estabelecimento da nação israelita.
2. História. São 12 livros: de Josué a Ester. Ocupam-se da história de Israel
nos seus vários períodos:
a) Teocracia, sob o comando dos juizes;
b) Monarquia, sob o reino de Saul, Davi e Salomão;
c) Divisão do reino e cativeiro, contendo o relato dos reinos de Judá
e Israel, este levado sob cativeiro para a Assíria e aquele para a Babilônia.
d) Pós-Cativeiro. sob a liderança de Zorobabel, Esdras e Neemias em
conjunto com os profetas, seus contemporâneos.
3. Poesia. São 5 livros: de Jó a Cantares de Salomão. São chamados
“Poéticos”, não porque sejam cheios de imaginação e fantasia, mas devido ao gênero
de seu conteúdo. São também chamados “Devocionais”.
4. Profecia. São 17 livros: de Isaías a Malaquias. Subdividem-se em:
a) Profetas Maiores: Isaías a Daniel (5 livros);
b) Profetas Menores: Oséias a Malaquias (12 livros).
' Os nomes “Maiores” e “Menores” não se referem ao mérito ou à notoriedade do
profeta, mas ao tamanho dos livros e à dimensão do ministério profético.
Apresentamos a seguir um quadro com todos os livros do Antigo Testamento
separados por assunto, de acordo com a versão Septuaginta das Sagradas Escrituras.
18 BIBLIOLOGIA
ANTIGO TESTAMENTO
HISTÓRICOS
LIVROS
POÉTICOS
LIVROS PROFÉTICOS
- Gcnos-ã - Josué Os Profetas Maiores
- Èxodo - Juizes - Salmos - Isaías
- Levítico - Rute - Provérbios - Jeremias
- Números -1 Samuel - Eclosiastes - Lamentações de
- Deuteronômio - 2 Samuel
-1 Reis
- Cantares de
Salomão
Jeremias
- Ezequiel
- 2 Reis
— --------------
- Daniel
-1 Crônicas
- 2 Crônicas
- Esdras
- Neemias
- Ester
Os Profetas Menores
- Oséias
- Joel
- Amós
- Obadias
- Jonas
- Miquéias
- Naum
- Habacuque
- Sofonias
- Ageu
- Zacarias
- Malaquias
LIÇÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 19
TEXTO 3
A ESTRUTURA DA BÍBLIA
(Cont.)
A classificação dos livros do Antigo Testamento por assunto advém da versão
Septuaginta, através da Vulgata, e não leva em conta a ordem cronológica dos acon­
tecimentos relatados em cada livro, o que, para o leitor menos avisado, dá lugar a não
poucas confusões, procurar agrupar a narrativa cronologicamente. Estudaremos a cro­
nologia bíblica mais adiante em Lição específica. Na Bíblia hebraica (que é o nosso
Antigo Testamento), a divisão dos livros é bem diferente, como veremos posterior­
mente.
O Novo Testamento
Composto por 27 livros, o Novo Testamento, foi escrito em grego, não o grego
clássico dos eruditos, mas o do povo comum, chamado “Koiné”. Seus livros também
estão classificados em 4 grupos conforme o assunto a que pertencem: Biografia, Histó­
ria, Epístolas e Profecia.
1. Biografia. São os 4 Evangelhos. Descrevem a vida do Senhor Jesus Cris­
to e Seu glorioso ministério terreno. Os três primeiros Evangelhos são chamados
“Sinópticos” devido ao paralelismo das informações que há entre eles. Os Evangelhos
são os livros mais importantes da Bíblia. Todos os livros que os precedem tratam da
preparação para a manifestação de Jesus Cristo e os que lhes seguem são explicações
da doutrina de Cristo.
2. História. É o Livro de Atos dos Apóstolos. Registra a história da Igreja
primitiva, seu viver, a propagação do Evangelho; tudo através do Espírito Santo, con­
forme Jesus prometera (At 1.8).
3. Epístolas. São 21 epístolas (ou cartas), e abrangem de Romanos a Judas.
Elas contêm a doutrina da Igreja e os destinatários são diversos, também conforme o
assunto:
a) 9 são dirigidas a igrejas (de Romanos a 2 Tessalonicenses);
b) 4 são dirigidasa indivíduos (duasaTimóteo, umaaTitoe uma a Filemom);
c) 1 é dirigida aos hebreus cristãos;
d) 7 são dirigidas a todos, indistintamente (Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2, e 3
20 BIBLIOLOGIA
João e Judas). Estas são também chamadas “Universais”, “Católicas” ou “Gerais”, ape­
sar de duas delas (2 e 3 João) serem dirigidas a pessoas.
4. Profecia. É o Livro de Apocalipse (ou Revelação). Trata da volta pes
do Senhor Jesus Cristo à terra e das coisas que precederão esse glorioso evento. Nesse
livro bíblico vemos o Senhor Jesus vindo com Seus santos para:
a) destruir o poder gentílico mundial, então sob o reinado da Besta;
b) livrar Israel, que estará no centro da Grande Tribulação;
c) julgar as nações;
d) estabelecer Seu reino milenar.
Assim como o Antigo Testamento, livros do Novo Testamento não estão situa­
dos em ordem cronológica.
NOf0 TESTAMENTO
BIOGRAFIA
■:ç rSIStíi
HISTÓRIA
p a u u n I H
>ÍSTOLAS
íGer Ais
1 PROFECIA
■Mnlciis
■Marcos
■Lucas
■João
'!-i - O Livro' de Atos - Romanos
-1 Corintios
- 2 Coríntios ' ' ' * v
- Gálatas
- Efésios
- Filipenses
- Colossenses
-1 Tessalonicenses
- 2 Tessalonicenses
-1 Timóteo
- 2 Timóteo
- Tito
- Filemom
-Hebreus
Tiaqi)
l 1 Pedro
- 2 Pedro
j -1 João
i - 2 João
i - 3 João
! - Judas
- Apocalipse
LICÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 21
Particularidades da versão católica da Bíblia
Nas bíblias de edição católico-romana, os Livros de 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis são
chamados 1, 2, 3 e 4 Reis, respectivamente. Os livros de 1 e 2 Crônicas são chamados
1 e 2 Paralipômenos. Esdras e Neemias são chamados 1 e 2 Esdras.
Também nas edições católicas de Matos Soares e Antonio Pereira de Figueiredo,
o salmo 9 corresponde, na versão de João Ferreira de Almeida, aos Salmos 9 e 10.0 de
número 10, ao de número 11. Isto assim se sucede até aos Salmos 146 e 147, que na
Bíblia é o de número 147. Deste modo, os três salmos finais são idênticos em qualquer
das versões acima mencionadas. Essas diferenças de numeração em nada afetam o
texto em si; nem poderia ser doutra forma, sendo a Bíblia o Livro do Senhor.
TEXTÕ 4
O TEMA CENTRAL DA BÍBLIA
Jesus é o tema central da Bíblia. Ele mesmo o declara em Lucas 24-44 e João
5.39:
‘A seguir, Jesus lhes disse: São esias as palavras que eu vos falei, estando
ainda convosco: importava se cumprisse nulo o que de mim está
escrito na Lei de Moisés, nos Projetas e nos Salmos."
“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna,
e são elas mesmas que testificam de mim. ”
Leia também Atos 3.18; 10.43 e Apocalipse 22.16.
Se olharmos com cuidado, veremos que em tipos, figuras, símbolos e profecias,
Jesus ocupa o lugar central das Escrituras; isto além da Sua manifestação como está
registrada em todo o Novo Testamento.
22 BIBLIOLOGIA
Cristo - De Gênesis a Apocalipse
Destacamos abaixo o tratamento dado a Jesus Cristo por cada um dos livros
bíblicos, segundo seus contextos, autores e propósitos divino.s
Em Gênesis, Cristo é a Semente de Mulher;
Em Exodo, é o nosso Cordeiro Pascal;
Em Levítico, é o nosso Sumo Sacerdote;
Em Números, é a Coluna de Fogo e a Nuvem de Dia;
Em Deuteronômio, é o Profeta no Meio do Povo;
Em Josué, é o Capitão do Exército do Senhor;
Em Juizes, é o nosso Juiz e Libertador;
Em Rute, é o nosso Parente Remidor;
Em 1 Samuel, é o nosso Profeta;
Em 2 Samuel, é o nosso Sacerdote;
Em 1 Reis, é o Rei Sábio;
Em 2 Reis, é o Rei Fiel;
Em 1 Crônicas, é o Grande Monarca;
Em 2 Crônicas, é o Monarca que Permanece;
Em Esdras, é o Grande Escriba;
Em Neemias, é o nosso Restaurador;
Em Ester, é o nosso Escape da Morte;
Em Jó, é o nosso Redentor que Vive;
Em Salmos, é o nosso Pastor;
Em Provérbios, é a Sabedoria de Deus;
Em Eclesiastes, é a nossa Vida Completa;
Em Cantares de Salomão, é o Amado de nossa Alma;
Em Isaías, é o Messias Prometido;
Em Jeremias, é o Renovo da Justiça;
Em Lamentações, é Aquele que Chora por Nós;
Em Ezequiel, é o Renovo Principal;
Em Daniel, é o Quarto Homem na Fornalha;
Em Oséias, é o Marido Fiel;
Em Joel, é o nosso Batizador;
Em Amós, é o Divino Lavrador;
Em Obadias, é o nosso Salvador;
Em Jonas, é o Grande Missionário;
Em Miquéias, é o Libertador Divino;
Em Naum, é o Juiz das Nações;
Em Habacuque, é o Deus da nossa Salvação;
LIÇÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 23
Em Sofonias, é o Senhor Zeloso;
Em Ageu, é o Desejado das Nações;
Em Zacarias, é o Renovo da Justiça;
Em Malaquias, é o Sol da Justiça;
Em Mateus, é o Rei dos Judeus;
Em Marcos, é o Servo de Deus;
Em Lucas, é o Filho do Homem;
Em João, é o Filho de Deus;
Em Atos, é o Senhor Ressurreto;
Em Romanos, é Aquele que nos Faz Mais do que Vencedores,
Em 1 Coríntios, é o Senhor das nossas Vidas;
Em 2 Coríntios, é o nosso Conforto;
Em Gálatas, é o Libertador do Jugo da Lei;
Em Efésios, é Aquele que Cumpre Tudo em Todos;
Em Filipenses, é o Modelo de Humildade;
Em Colossenses, é a Plenitude de Deus;
Em 1 Tessalonicenses, é Aquele que Virá Arrebatar a Igreja;
Em 2 Tessalonicenses, é Aquele que Virá para Julgar os ímpios;
Em 1 Timóteo, é o Único Mediador Entre Deus e os Homens;
Em 2 Timóteo, é o nosso Modelo;
Em Tito, é o nosso Exemplo;
Em Filemom, é o nosso Senhor e Mestre;
Em Hebreus, é o nosso Intercessor Junto ao Pai;
Em Tiago, é o nosso Modelo Singular;
Em 1 Pedro, é a Pedra Angular da nossa Fé;
Em 2 Pedro, é a nossa Força;
Em 1 João, é o nosso Advogado Junto ao Pai;
Em 2 João, é a Verdade;
Em 3 João, é o Caminho;
Em Judas, é o nosso Protetor;
Em Apocalipse, Jesus Cristo é o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Aleluia!
Considerando o Senhor Jesus Cristo como o centro da Bíblia, o Dr. C. I. Scofield
resume os 66 livros em 4 palavras a Ele referentes, da seguinte forma:
1. Preparação: Todo o Antigo Testamento, ao tratar da preparação para
o advento de Jesus Cristo.
2. Manifestação: Os Evangelhos, ao tratar da encarnação, manifestação e
vida de Jesus Cristo.
24 BIBLIOLOGIA
3. Explanação: São as Epístolas, que fornecem o esclarecimento sobre a
doutrina de Cristo.
4. Consumação: O Livro de Apocalipse, ao tratar da consumação de todas
as coisas preditas, através de Cristo.
Portanto, as Escrituras sem Jesus seriam como a Física sem a matéria ou a Mate-
mática sem os números.
Alguns fatos e particularidades da Bíblia
A Bíblia, originalmente, não era dividida em livros, capítulos e versículos. A
divisão em capítulos foi feita em 1250 d.C. pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade
dominicano e estudioso das Escrituras.
A divisão em versículos se deu em duas etapas: o Antigo Testamento em 1445
pelo rabi Nathan e o Novo Testamento em 1551 por Robert Stevens, um impressor de
Paris. Stevens publicou a primeira Bíblia dividida em capítulos e versículos em 1555,
sendo esta a Vulgata Latina. Quanto às imperfeições destas divisões, trataremos nou­
tro texto.
O Antigo Testamento tem 929 capítulos e 23.214 versículos, enquanto que o
Novo Testamento tem 260 capítulos e 7.959 versículos. Assim, a Bíblia toda possui
1.189 capítulos e 31.173 versículos.
A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo após a invenção do prelo; isso
deu-se em 1452 em Mainz, Alemanha. Embora o quadro a seguir contenha dados de
2005, até a data da publicação desta edição não constam consideráveis alterações
nestes números.
Até o ano 2005, a Bíblia toda e partes achavam-se traduzidas em 2.377 das mais
de 6.500 línguas existentes no mundo (vejamos quadro a seguir). Deste modo, as
palavras de Jesus, em Marcos 16.15, podem ter seu fiel cumprimento: “E disse-lhes: Ide
por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.
LIÇÂO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 25
CONTINENTE OU REGIÃO PORÇÕES
SÓ
TESTAMENTOS
BÍBLIA
TODA
TOTAL
África 223 158 673
Asia 223 236 13U 589
Austrália, Nova Zelândia e 155 224 38 417
Ilhas do Pacífico
Europa 112 35 61 208
América do Norte 41 28 07 76
Ilhas do Caribe, México,
•. '
América Central e América do 120 264 27 411
Sul
Línguas Construídas
02 0 I 01 03
1
Totais 876 1.079 422 2.377
Fonte: Scripture Language Report das Sociedades Bíblicas Unidas.
http://www.biblesocietv.org/latestnews/latest301-slr2004stats.html
TEXTO 5
OBSERVAÇÕES ÚTEIS E PRÁTICAS
Este Texto visa a ajudar-nos no manuseio e estudo da Bíblia. Portanto, tenha­
mos sempre em mente o fato de que melhor proveito terá do estudo das Escrituras
quem melhor souber manuseá-la.
Os pontos abordados a seguir ajudar-nos-ão a ter o aproveitamento que tanto
desejamos no estudo das Escrituras, uma vez observados atentamente.
1. Apontamentos individuais. Habitue-se a tomar notas de suas med
ções na Palavra de Deus. A memória falha. Distribua seus apontamentos por assuntos
previamente escolhidos e destacados uns dos outros. Use um caderno de anotações,
pois, se não houver organização nos seus apontamentos, eles não lhe serão úteis.
26 BIBLIOLOGIA
2. Referências Bíblicas. O sistema mais simples e rápido para escrever refe-
rências bíblicas é o adotado pela Sociedade Bíblica do Brasil: duas letras, sem ponto,
para cada livro da Bíblia (ver p. VIII). Entre o capítulo e o versículo põe-se apenas um
ponto. No índice das bíblias editadas pela Sociedade Bíblica do Brasil, há uma lista dos
livros abreviados, como vemos, a seguir, alguns exemplos de referências por esse sistema.
a) 1 João 2.4 (Primeira Epístola de João, capítulo dois, versículo quatro);
b) Jó 3.7,8 (Livro de Jó, capítulo três, versículos sete e oito);
c) 1 Crônicas 6-10 (Primeiro Livro das Crônicas, capítulos seis a dez);
d) 1 Pedro 5.2-9 (Primeira Epístola de Pedro, capítulo cinco, versículos
2 a 9);
e) Filipenses 1.23 (Epístola de Paulo aos Filipenses, capítulo um, versículo
vinte e três);
f) Filemom v. 14 (Epístola de Paulo a Filemom, versículo quatorze);
g) Apocalipse 9 (Apocalipse de João, capítulo nove).
3. Texto, contexto, referência e inferência.
A diferença entre os quatro aspectos bíblicos acima assinalados é fundamental
para a compreensão do estudo das Escrituras:
a) Texto. Conjunto de palavras contidas numa passagem;
b) Contexto. É a parte anterior e posterior do texto em relevo. O con­
texto pode ser geral, imediato ou remoto. Pode ser um versículo, um capítulo ou um
livro inteiro.
c) Referência. E a conexão direta sobre determinado assunto. Além de
indicar o livro, capítulo e versículo, a referência pode levar a outras indicações como:
“a” - indica a parte inicial do versículo; exemplo: Rm 11.17a;
“b” - indica a parte final do versículo; exemplo: Rm 11.16b;
“ss”- indica os versículos que se seguem até o fim ou não do capítu­
lo; exemplo: Rm 11.17ss;
“qv” - significa que veja; recomendações para não se deixar de ler o
texto indicado; provém da expressão latina quod vide = que veja;
LIÇÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 27
“cf”- significa compare, confirme, confronte; provém dolatimconfere;
“i.e.” - significa isto é; provém do latim id est.
As referências também podem ser verbais e reais. A primeira é um
paralelismo de palavras; a segunda, de assuntos ou ideias.
d) Inferência. É uma conexão indireta entre assuntos. É uma ilação ou
dedução.
4. Siglas das diferentes versões em vernáculo. O uso dessas siglas poupa
tempo e trabalho.
- ARC = Almeida Revista e Corrigida. É a Bíblia de Almeida antiga,
impressa inicialmente pela Imprensa Bíblica Brasileira;
- ARA = Almeida Revista e Atualizada. É a Bíblia de Almeida, revisa­
da e publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil, completa, a partir de 1958;
- FIG = Antonio Pereira de Figueiredo. Atualmente é impressa pela
Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, Londres;
- SOARES = Matos Soares. Versão popular dos católicos brasileiros;
- RHODEN = Hubert Rhoden. Versão particular desse ex-padre brasileiro;
- CBSP = Centro Bíblico de São Paulo. Edição católica popular da Bíblia;
-TR A D . BRAS. = Tradução Brasileira. 1917;
5. O tempo antes e depois de Cristo. A ordem cronológica dos fatos ocor­
ridos antes e depois de Cristo é feito da seguinte maneira:
- a.C. = Antes de Cristo, isto é, antes do nascimento de Cristo.
- d.C. = Depois de Cristo, isto é, o tempo depois do nascimento de
Cristo. Também aparece em algumas obras como “a.D.”, proveniente da expressão
latina Anno Domini, isto é, ano do Senhor, em alusão ao nascimento de Cristo.
6. Manuseio do volume sagrado. Obtenha completo domínio do manuseio
da Bíblia, a fim de encontrar com rapidez qualquer referência bíblica. Jesus fazia assim.
Em Lucas 4-17 diz que Ele achou o lugar onde estava escrito:”. Ora, naquele tempo,
isso era muito mais difícil do que hoje com o avanço da indústria gráfica e dos recursos
tecnológicos.
28 BIBLIOLOGIA
QUESTIONÁRIO DA LIÇAO
I. Associe a Coluna “A” de acordo com a Coluna “B ”.
Coluna “A”
j) 2.01 Material que consistia em peles, principal-
mente de carneiro ou ovelha, sobre o qual
era feito o registro bíblico.
j[^2.02 Definição canônica da Bíblia, como livro
divino.
2.03 Provém do termo grego diatheke e signifi­
ca aliança ou concerto.
Ç 2.04 Escrito por Moisés, é composto pelos cinco
primeiros livros da Bíblia.
Coluna “B ”
A. Apalavra testamento.
B. “
A Revelação de Deus à
Humanidade”.
C. Pentateuco.
D. Pergaminho.
II. Marque “C” para certo e “E” para errado.
"fc 2.05 No Antigo Testamento, a classificação dos livros por assuntos provém da Vul-
gata e leva em conta a ordem cronológica dos fatos relatados em cada livro.
Q 2.06 O Novo Testamento foi escrito em grego, mas não no grego clássico dos eru­
ditos e sim no do povo comum, chamado “Koiné”.
Ç jLSòl De acordo com a classificação do Dr. Scofield, os Evangelhos tratam da encar­
nação, manifestação e vida de Jesus Cristo.
^ 2.08 Desde a sua origem, os livros da Bíblia já eram divididos em capítulos e ver­
sículos.
2.09 Enquanto a referência é a conexão direta sobre determinado assunto, a in­
ferência é uma conexão indireta entre os assuntos.
2.10 A indicação de tempo antes e depois de Cristo é indicado pelas letras a.C. e d.C.
A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS
N
ota-se na Bíblia duas coisas: O Livro e a Mensagem. Na Lição anterior, estu­
damos a Bíblia como Livro: agora a estudaremos como Palavra ou Mensagem
de Deus. O estudo da Bíblia tem por finalidade precípua o conhecimento de
Deus. Isso é visto desde o seu primeiro versículo, no qual vemos que tudo tem o seu
centro em Deus.
Portanto, a causa motivante de ensinar a Bíblia aos outros deve ser a de levá-los
a conhecer a Deus. Se chegarmos a conhecer o Livro e falharmos em conhecer a Deus,
erramos no nosso propósito, e também o propósito de Deus por meio do seu Livro seria
baldado.
Que as Escrituras são de origem divina é assunto resolvido. Deus, na Sua Pala­
vra é testemunha concernente a Si mesmo. Quem tem o Espírito de Deus deposita
toda confiança nela como a Palavra de Deus, sem exigir provas, nem argumentar.
Portanto, sob o ponto de vista legal, a Bíblia não está sujeita a provas e argumentos.
Ao longo desta Lição, apresentaremos algumas comprovações da Bíblia como a
Palavra de Deus, não para crermos que ela é divina, mas porque cremos que ela é
divina. E satisfação para nós, crentes na Bíblia, podermos apresentar evidências exter­
nas daquilo que cremos internamente - no coração.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. A Inspiração Divina da Bíblia
2. A Inspiração Divina da Bíblia (Cont.)
3. Harmonia e Unidade da Bíblia
4. Provas da Inspiração Divina da Bíblia
5. Provas da Inspiração Divina da Bíblia (Cont.)
6. Provas da Inspiração Divina da Bíblia (Cont.)
3 0 BIBLIOLOGIA
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:
1. Explicar o que se entende por inspiração divina quanto à autoria da Bíblia;
2. Identificar a teoria correta sobre a inspiração da Bíblia;
3. Discorrer sobre a harmonia e a unidade da Bíblia;
4. Destacar provas da inspiração divina da Bíblia;
5. Mencionar a influência exercida pela Bíblia sobre as pessoas e as nações;
6. Reconhecer os aspectos que tornam a Bíblia sempre atual, familiar, supe­
rior e imparcial em comparação a qualquer outro livro.
LICÁO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 31
TEXTO 1
A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA
O que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração
divina (Jó 32.8; 2 Tm 3.16; 2Pe 1.21). E devido à inspiração divina que ela é chamada
“
A Palavra de Deus” (ver 2 Timóteo 3.16, se possível, no original).
O que é inspiração divina?
Que vem a ser inspiração divina?
E a influência sobrenatural do Espírito
Santo, como um sopro, sobre os escritores
da Bíblia, capacitando-os a receber e a
transmitir a mensagem divina, sem mis­
tura ou erro.
A própria Bíblia reivindica a si a
inspiração de Deus, pois a expressão
“
Assim diz o Sen h o r ”, qual carimbo de
autenticidade divina, ocorre mais de 2.600 vezes nos seus 66 livros, além doutras ex-
pressões equivalentes. Foi o Espírito de Deus quem falou através dos escritores da
Bíblia (ver Ezequiel 11.5; 2 Crônicas 20.14,15 e 24.20).
Teorias falsas da inspiração da Bíblia
Quanto à inspiração da Bíblia há várias teorias falsas, as quais não devemos
ignorar. Dentre elas se destacam as seguintes:
1. A Teoria da Inspiração Natural Humana. Essa teoria ensina que a Bíblia
foi escrita por homens dotados de gênio e força intelectual especiais, como Camões,
Rui Barbosa e inúmeros outros. Isto nega o sobrenatural. E um erro fatal, de
consequências imprevisíveis para a fé. Os escritores da Bíblia reivindicam que era
Deus quem falava através deles (exemplos: 2 Samuel 23.2 com Atos 1.16; Jeremias 1.9
com Esdras 1.1; Ezequiel 3.16,17; Atos 28.25).
2. A Teoria da Inspiração Divina Comum. Ensina que a inspiração dos
escritores da Bíblia é a mesma que hoje nos sobrevêm quando oramos, pregamos,
32 BIBLIOLOGIA
cantamos, ensinamos e andamos em comunhão com Deus. Isto é um equívoco, por­
que a inspiração comum que o Espírito nos concede:
a) admite gradação, isto é, o Espírito Santo pode conceder maior co­
nhecimento e percepção espiritual ao crente, à medida que este ora, consagra-se e
santifica-se e, ao passo que a inspiração dos escritores da Bíblia não admite graus. O
escritor era ou não era inspirado;
b) a inspiração comum pode ser permanente (ljo 2.27), enquanto que
a dos escritores da Bíblia era temporária. Centenas de vezes encontramos esta expres­
são dos profetas: “E veio a mim a palavra do Senhor”, indicando o momento em que
Deus os tomava para transmitir Sua mensagem.
3. A Teoria da Inspiração Parcial. Ensina que partes da Bíblia são inspira­
das, outras não. Ensina que a Bíblia não é a Palavra de Deus; apenas contém a Palavra
de Deus. Se essa teoria fosse verdadeira, estaríamos em grande confusão, porque quem
poderia dizer quais partes são inspiradas ou não? A própria Bíblia refuta isso em 2
Timóteo 3.16: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útilpara o ensino, para repreensão,
para a correção, para a educação na justiça”. Também em Marcos 7.13 o Senhor Jesus
aplicou o termo “a palavra de Deus” a todo o Antigo Testamento. Quanto ao Novo
Testamento, Apocalipse 22.18,19 utiliza a expressão “livro desta profecia”.
4. A Teoria do Ditado Verbal. Ensina a inspiração da Bíblia só quanto às
palavras, não deixando lugar para a atividade e o estilo do escritor, o que é patente em
cada livro. Lucas, por exemplo, fez cuidadosa investigação de fatos conhecidos (Lc
1.3,4). Esta falsa teoria faz dos escritores verdadeiras máquinas, escrevendo sem qual­
quer noção de mente e raciocínio. Deus não falou pelos escritores como quem fala
através dum alto-falante, mas usou as faculdades mentais de cada um.
5. A Teoria da Inspiração das Ideias. Ensina que Deus inspirou as ideias da
Bíblia, mas não as suas palavras; estas ficaram a cargo dos escritores. Ora, o que é a
palavra na definição mais sumária? Não é a expressão do pensamento? Tentemos agora
mesmo elaborar uma ideia sem palavras... impossível! Uma ideia ou pensamento ins­
pirado só pode ser expresso por palavras inspiradas. Ninguém há que possa separar a
palavra da ideia. A inspiração da Bíblia não foi somente “pensada”, mas também “fa­
lada” (veja a palavra “falar”em 2 Pedro 1.21; Hebreus 1.1; 1 Gdxgssesães 2.13). Isto é,
as palavras foram também inspiradas (Ap 22.19). J^/
/gyv?ci jâ n i £0
LIÇÁO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 33
TEXTO 2
A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA
(Cont.)
A teoria correta sobre a inspiração da Bíblia
A teoria correta da inspiração da Bíblia é chamada Teoria da Inspiração Plenária
ou Verbal, que ensina que todas as partes da Bíblia foram igualmente inspiradas; que
os escritores não funcionaram quais máquinas inconscientes; que houve cooperação
vital e contínua entre eles e o Espírito de Deus, que os capacitava. Essa teoria afirma
que homens santos escreveram a Bíblia com palavras de seu vocabulário, porém sob
uma influência tão poderosa do Espírito Santo, que o que escreveram foi a Palavra de
Deus.
Explicar como Deus agiu no homem, isso é difícil! Se no ser humano, o
entrosamento do espírito com o corpo é um mistério inexplicável para os mais sábios,
imagine-se o entrosamento do Espírito de Deus com o espírito do homem! O que
sabemos é que, quando aceitamos a Jesus como Salvador, isso ocorre através da acei­
tação da Sua Palavra.
A Inspiração Plenária cessou ao ser escrito o último livro do Novo Testamento.
Depois disso, nem os mesmos escritores, nem qualquer outro servo de Deus pode ser
chamado inspirado no mesmo sentido, com a mesma finalidade.
Diferença entre “Revelação” e “Inspiração” divinas
Revelação é a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer ao escritor coisas desconheci-
das e que o homem por si só não podia jamais saber. Exemplos disso encontram-se em
Daniel 12.8 e 1 Pedro 1.10-12.
Quanto à inspiração, já vimos a sua definição no Texto anterior. A inspiração
nem sempre implica em revelação. Toda a Bíblia foi inspirada por Deus, mas nem toda
ela foi dada por revelação. Lucas, por exemplo, foi inspirado a examinar trabalhos já
conhecidos ao escrever o Evangelho que traz o seu nome (Lc 1.1-4). O mesmo ocor­
reu com Moisés, que foi inspirado a registrar o que presenciara, como relata o
Pentateuco. Exemplos de partes da Bíblia que foram concedidas aos seus escritores por
meio de revelação incluem:
34
I
BIBLIOLOGIA
a) Os primeiros capítulos de Gênesis. Como escreveria Moisés sobre um
assunto anterior a si? Se não foi revelação, ele deve ter lançado mão de escritos exis­
tentes. Há uma antiga tradição hebraica que declara isto;
b) José ao interpretar os sonhos de Faraó (Gn 40.8; 41.15,16,38,39);
c) Daniel declarando ao rei Nabucodonosor o sonho que este havia esque­
cido e, em seguida, interpretando-o (Dn 2.2-7,19,28-30);
d) Os escritos do apóstolo Paulo. Ora, Paulo não andou com o Senhor
Jesus, pois nEle creu por volta do ano 35 d.C. Porém, em suas epístolas, ele nos conduz
às profundezas do ensino doutrinário sobre a Igreja, inclusive no que tange à escatologia.
Assuntos de primeira grandeza sobre a regeneração, justificação, paracletologia, res­
surreição e glorificação são por ele abordados.
Como teve o apóstolo conhecimento de tudo isso? Ele mesmo no-lo diz em Gálatas
1.11,12 e Efésios 3.3-7: por revelação! Em seus escritos há passagens onde esta revela­
ção é bem patente, como em 1 Coríntios 11.23-26: “Porque eu recebi do Senhor o que
também vos entreguei Por sua vez, o capítulo 15 de 1 Coríntios, também por ele
escrito, é a passagem mais profunda e mais completa da Bíblia a respeito da ressurrei­
ção de Cristo.
Diferença entre declaração da Bíblia e registro de declaração
A Bíblia não mente, mas registra mentiras que outros proferiram. Nesse caso,
não é a mentira do registro bíblico que foi inspirada, e sim o registro da mentira. Ela
registra que o insensato diz no seu coração “Não há Deus” (SI 14.1). Esta declaração,
“Não há Deus”, não foi inspirada, e sim seu registro pelo escritor.
Outro exemplo marcante é o do caso da morte do rei Saul. Este morreu lançan­
do-se sobre sua própria espada (ISm 31.4); no entanto, o amalequita que trouxe a
notícia de sua morte mentiu, dizendo que fora ele quem matara Saul (2Sm 1.6-10).
Ora, o que se deu aí foi apenas o registro da declaração do amalequita, o que não
significa que a Bíblia minta. Há muitos desses casos que os inimigos da Bíblia regis­
tram, inclusive de Satanás. Suas declarações não foram inspiradas por Deus, mas sim
o registro delas. Sansão mentiu mais de uma vez a Dalila; a Bíblia não é mentirosa por
isso, apenas registra o fato (Jz 16).
Durante a leitura bíblica é preciso verificar quem, para quem, para que tempo e
/
em que sentido está falando. E preciso conferir a fonte e suas intenções, antes de
absorver a informação.
LIÇÃO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 35
TEXTO 3
HARMONIA E UNIDADE DA BÍBLIA
A existência da Bíblia até os nossos dias só pode ser explicada como um milagre.
Há, nela, 66 livros, escritos por cerca de 40 escritores, cobrindo um período, aproxi-
madamente, de 16 séculos. Esses homens, na maior parte dos casos, não se conhece­
ram. Viveram em lugares distantes, em três continentes, escrevendo em duas línguas
principais.
Devido a essas distâncias, em muitos casos, os autores nada sabiam sobre o que
já havia sido escrito. Muitas vezes um escritor iniciava um assunto e, séculos depois, um
outro completava-o com tanta riqueza de detalhes, que somente um livro advindo de
Deus poderia ser assim. Uma obra humana em tais circunstâncias seria uma babel
indecifrável!
Alguns pormenores dessa harmonia
A Bíblia é inspirada por Deus e, portanto, dotada de autoridade, no que diz
respeito aos escritores, às condições, às circunstâncias e à razão da harmonia e da uni­
dade dos seus escritos. A ação do Espírito Santo de Deus em tudo isso é incontestável.
Confiramos a seguir.
a) Os escritores. Foram ho­
mens de todas as atividades da vida hu­
mana; daí a diversidade de estilos encon­
trada na Bíblia. Moisés foi príncipe e legis­
lador, além de grande general. Josué foi um
grande comandante. Davi e Salomão, reis
e poetas. Daniel, ministro de estado. Pedro,
Tiago e João, pescadores. Zacarias e
Jeremias, sacerdotes e profetas. Amós era
homem do campo; cuidava de gado. Mateus, funcionário público. Paulo, teólogo e
erudito. E assim por diante. Apesar de toda essa diversidade, quando examinamos os
escritos desses homens, sob tantos estilos diferentes, verificamos que os mesmos se
completam, ainda que tratando de um só assunto! O produto de suas penas não são
muitos livros, mas um só livro, poderoso e coerente.
36 BIBLIOLOGIA
b) As condições- Também não houve uniformidade de condições na com­
posição dos livros da Bíblia. Moisés escreveu o Pentateuco nas solitárias paragens do
deserto. Jeremias, nas trevas e sujidade duma masmorra. Davi, nas verdes colinas dos
campos. Paulo escreveu parte de suas epístolas nas prisões. João, no exílio, na ilha de
Patmos. Apesar de tantas e diferentes condições, a mensagem da Bíblia é uniforme. O
pensamento de Deus flui de maneira uniforme e progressiva através dela, como um rio
que, brotando de sua nascente, vai avolumando suas águas até tornar-se caudaloso. A
mensagem da Bíblia tem essa continuidade maravilhosa!
c) Circunstâncias. As circunstâncias em que os 66 livros da Bíblia foram
escritos também foram as mais diversas. Davi, por exemplo, escreveu parte de seus
trabalhos no calor das batalhas; Salomão, na calma da paz. Há profetas que escreve­
ram em meio a profundas tristezas, ao passo que Josué escreveu durante a alegria da
vitória. Apesar da pluralidade de circunstâncias, a Bíblia apresenta um só sistema de
doutrinas, uma só mensagem de amor, um só meio de salvação. De Gênesis a Apocalipse,
há uma só revelação, um só pensamento, um só propósito.
d) A razão da harmonia e unidade. Se a Bíblia fosse um livro puramente
humano, sua composição seria inexplicável. Suponhamos que 40 dos melhores escri­
tores atuais do mundo, providos de todos os meios necessários, fossem isolados uns
dos outros, em situações diferentes, cada um com a missão de escrever uma obra sua.
Se no final reuníssemos todas as obras, jamais teríamos um conjunto uniforme. Seria
uma grande miscelânea! Pois bem, imaginemos isto acontecendo nos tempos antigos
em que a Bíblia foi escrita! A confusão seria muito maior! Não havia meios de comu­
nicação, mas dificuldades de toda sorte. O que seria da Bíblia se não fosse a mão de
Deus?
Se alguma falha for encontrada na Bíblia, será sempre do lado humano, como:
tradução mal feita, grafia inexata, interpretação forçada, má compreensão de quem
estuda, falsa aplicação do sentido do texto, etc.
Portanto, quando encontrarmos na Bíblia um trecho discrepante, não pensemos
logo que é erro. Saibamos refletir como Agostinho, um dos “Pais da Igreja”, que disse:
“Num caso desse, deve haver erro do copista, tradução mal feita do original, ou então - sou
eu mesmo que não consigo entender...”.
Suponhamos que na cidade onde moramos um edifício viesse a ser construído
com pedras a serem preparadas em várias partes do Brasil. Ao serem colocadas, encai­
xavam-se perfeitamente na construção, satisfazendo todos os detalhes e requisitos da
planta. Que diria o aluno se tal de fato acontecesse? Que apenas um arquiteto dirigira
os operários nas diversas pedreiras, dando minuciosas instruções a cada um. E o caso
da Bíblia - O Templo da Verdade de Deus. As “pedras”foram preparadas em tempos e
lugares os mais remotos, mas, ao serem justapostas, combinaram-se perfeitamente
porque, atrás de cada elemento humano, estava em operação a mente infinita de
Deus.
LIÇÁO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS__________________________________ 37
TEXTO 4
PROVAS DA INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA
Ainda que aceitemos a harmonia e a unidade da Bíblia como uma das mais
contundentes provas ter sido divinamente inspirada, achamos necessário darmos ou­
tras provas dessa natureza, o que faremos no decorrer deste e dos doisTextos seguintes.
A aprovação da Bíblia por Jesus
Inúmeras pessoas sabem quem é Jesus; creem que Ele fez milagres; creem em Sua
ressurreição e ascensão, mas não creem na Bíblia! Tais pessoas precisam saber a posi­
ção de Jesus quanto à Bíblia. Devem saber que Ele:
a) leu-a (Lc 4.16-20);
b) ensinou-a (Lc 24.27);
c) chamou-a “a palavra de Deus” (Mc 7.13);
d) cumpriu-a (Lc 24.44).
A última referência (Lc 24.44) é maravilhosa porque é onde Jesus apresenta Sua
aprovação em todas as Escrituras do Antigo Testamento, pois “Lei, Salmos e Profetas”
eram as três divisões da Bíblia nos dias em que o Novo Testamento ainda estava sendo
formado.
Jesus também afirmou que as Escrituras são a verdade (Jo 17.17). Ele viveu e
procedeu de acordo com elas (Lc 18.31). Declarou que o escritor Davi falou pelo
Espírito Santo (Mc 12.35,36). No deserto, sendo tentado pelo inimigo, Jesus derro­
tou-o com a Palavra de Deus (Mt 4.7,10 referindo-se a Dt 6.13,16).
3 8 BIBLIOLOGIA
Quanto ao Novo Testamento, em João 14.26, o Senhor antecipadamente o se-
lou com sua aprovação divina, ao declarar: “O Espírito Santo... vos ensinará todas as
coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.”. Assim sendo, o que os apóstolos
ensinaram e escreveram não foi a recordação advinda de si mesmos, mas do Espírito
Santo. Também no Evangelho de João, capítulo 16 versículos 13 e 14, Jesus disse
ainda que o Espírito Santo os guiaria a “toda a verdade”. Portanto, no Novo Testamen­
to temos a essência da revelação divina.
O testemunho do Espírito Santo na vida do crente
Toda pessoa que aceita Jesus como Salvador, o Espírito Santo põe em sua alma a
certeza quanto à autoria da Bíblia. Não é preciso ninguém ensinar isso. Quem de fato
aceita Jesus, aceita também a Bíblia como a Palavra de Deus.
Em João 7.17, o Senhor Jesus mostra como podemos ter em nós o testemunho
do Espírito Santo quanto à autoria divina da Bíblia: “Se alguém quiser fazer a vontade
dele...”. Assim como o Espírito Santo testifica no crente que este é filho de Deus (Rm
8.16), testifica também que a Bíblia é a mensagem de Deus para este mesmo filho.
O cumprimento fiel das profecias da Bíblia
O Antigo Testamento é um livro de profecias (Mt 11.13). O Novo Testamento
em grande parte também o é. Referimo-nos aqui, evidentemente, às profecias no sen­
tido preditivo; divididas em duas classes conforme se acha no Antigo Testamento: as
literais e as expressas por tipos e símbolos, como há inúmeras no Tabernáculo (Hb
10.1).
Inúmeras profecias da Bíblia se cumpriram no passado em sentido parcial ou
total; inúmeras outras se cumprem em nossos dias; e muitas outras cumprir-se-ão
daqui para frente. As profecias sobre o Messias, por exemplo, proferidas séculos antes
de Seu nascimento, cumpriram-se literalmente com toda precisão quanto ao tempo,
local e outros detalhes por exemplo: Gênesis 49.10; Isaías 7.14; 53; Daniel 9.24-26;
Miquéias 5.2; Zacarias 9.9; Salmos 22.
Outro ponto saliente nas profecias é o caso da nação israelita. A Bíblia prediz
sua dispersão, restauração e progresso material e espiritual. Leiamos: Levítico
26.14,32,33; Deuteronômio 4.25-27; 28.15,64; Jeremias 23.3; 30.3; Ezequiel 11.17;
36; 37; Isaías 60.9; 61.6).
Os últimos quatro impérios mundiais - Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma; são
admiravelmente descritos séculos antes de surgirem no horizonte do cenário mundial
_:CÀO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 39
Dn capítulos 2-7). O cumprimento contínuo das profecias da Bíblia é uma prova de
sua origem divina. O que Deus disse sucederá (Jr 1.12). Graças a Deus por tão sublime
e glorioso livro!
TEXTO 5
PROVAS DA INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA
(Cont.)
A influência da Bíblia nas pessoas e nas nações
O mundo hoje é melhor devido à influência da Bíblia. Mesmo os próprios inimi­
gos da Bíblia admitem que nenhum livro em toda a história da humanidade teve influ­
ência tão benéfica; eles reconhecem o seu efeito sadio na civilização. Nenhum outro
livro tem poder de influenciar e transformar beneficamente não apenas os indivíduos,
mas nações inteiras, conduzindo-os a Deus.
Disse o Dr. F. B. Meyer, famoso comentador devocional da Bíblia: “O melhor
argumento em favor da Bíblia é o caráter que ela forma”.
Vejamos um pouco da condição moral de alguns povos sem a Bíblia:
1. Os gregos. Dentre os povos antigos, os gregos foram os mais cult
doutos nas letras. Seus filósofos e literatos foram os mais célebres e influentes de todos
os tempos. No entanto, a grandiosa cultura grega e seus livros sem conta nunca deti­
veram a onda de licenciosidade, impureza e idolatria que sempre prevaleceu no mun­
do grego.
Em Corinto, por exemplo, havia um templo a Vênus com mil mulheres
devotas que levavam ao tesouro os lucros obtidos por meio de sua impureza. Sócrates
fazia da moral o assunto único da sua filosofia e ainda assim recomendava a adivinha­
ção. Ele próprio era entregue à fornicação. Platão, o grande discípulo de Sócrates,
ensinava que mentir era coisa honrosa. A sabedoria deles e seus milhares de livros não
os conduziram à salvação, tampouco os seguidores de suas filosofias. Estes dois, Platão
e Sócrates, eram homossexuais ativos, como relata o historiador romano Suetônio.
40 BIBLIOLOGIA
2. Os romanos. Foram os mais famosos como legisladores, guerreiro
dores e poetas. No entanto, quanto ao padrão dos costumes e da moral, foi dos mais
promíscuos em Roma, como bem registra a História. Mesmo entre as famílias abastadas
e regularmente constituídas, as descobertas arqueológicas, gravuras e descrições revelam
fatos que o recato proíbe de relatar e enumerar. Cícero, o maior orador romano, defen­
de a fornicação e recomenda a prática do suicídio. Catão, o Censor, tido como o mais
perfeito modelo de virtude, foi réu da prostituição e da embriaguez; advogou e mais
tarde praticou o suicídio.
De acordo com registros do historiador romano Suetônio, Julio César ti­
nha encontros “amorosos” com o rei Nicomedes, da Bitínia. O imperador Calígula
(37-41 d.C.) viveu amasiado com sua própria irmã Drusilla. Nero viveu maritalmente
com sua própria mãe Agripina; viveu depois amasiado com dois eunucos: o primeiro
chamado Sporus, e o segundo chamado Doríphorus. Segundo o historiador Juvenal,
Messalina, a imperatriz, esposa de Cláudio, imperador de 41-54 d.C., foi extremamen­
te depravada. Se era assim entre os membros da classe alta, como não teria sido nas
classes baixas?
A Bíblia nos faz diferentes
Somente a Bíblia faz-nos diferentes desses povos. Sem ela, nos tornar-nos-íamos
semelhantes a eles. O nosso mundo orgulha-se hoje de ter atingido os píncaros do
saber e de ter produzido os mais importantes e melhores livros, entretanto a onda de
pecado e mal avassala a humanidade como um rolo compressor. Comparemos tudo
isso com o caráter, a formação e a personalidade ideal verdadeiros seguidores da Bí­
blia.
Quanto à educação, não há filosofia educacional segura se não for alicerçada
sobre os ensinos fundamentais da Bíblia. A educação atual reconhece que a formação
do caráter é a suprema finalidade do seu trabalho, mas isto não vai muito longe, a
menos que se reconheça que a única base do verdadeiro caráter é a Bíblia.
Fé na Bíblia é a maior força de qualquer jovem na prossecução da vida e da
carreira educacional. A juventude precisa saber disso. A tragédia é que professores aos
milhares em todo o mundo, saturados e narcotizados por falsa dialética e filosofias vis,
desencaminham os jovens desde a mais tenra idade. Saiba-se, portanto que a Bíblia é
o livro mais maravilhoso do mundo. Seus ensinos, tão simples e ao mesmo tempo tão
profundos, servirem de guia para uma vida feliz e bem sucedida, sendo sempre a base
segura e única para encontrarmos o Criador na eternidade.
LIÇÁO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 41
TEXTO 6
PROVAS DA INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA
(Cont.)
A Bíblia é sempre nova e inesgotável
/
O tempo não afeta a Bíblia. E o livro mais antigo do mundo e, ao mesmo tempo
o mais atual. Em mais de 20 séculos o homem não pôde melhorá-lo. Se a Bíblia fosse
de origem humana, é claro que em 20 séculos ela há muito estaria desatualizada. Uma
vez que o homem moderno se jacta de tanto saber, seria de se esperar que já tivesse
produzido uma Bíblia melhor! Para o salvo, isto é uma evidência da Bíblia como a
Palavra imutável de Deus!
Na sua utilidade, a Bíblia nunca torna-se um livro antigo, apesar de repleto de
antiguidades. Ela é tão atual como o dia de amanhã. Sua mensagem milenar tanto
satisfaz a criança, como o encanecido idoso. A Bíblia pode ser lida várias vezes, sem se
poder sondar suas profundezas e sem que o leitor perca o interesse. Acontece isso com
os demais livros? Quem já se cansou de ler João 3.16; salmo 23; Romanos 12 e 1
Coríntios 12? Ocorre que cada vez que lemos tais passagens (sem falar das demais)
descobrimos coisas que nunca tínhamos visto antes. Depois de mais de 2.000 anos de
escrito o último livro da Bíblia, a impressão que se tem é que a tinta do original ainda
está secando.
A Bíblia é familiar a cada povo ou indivíduo, em qualquer lugar
Através do mundo inteiro, todo crente, ao ler a Bíblia, recebe sua mensagem
como se esta fora escrita diretamente para si. Nenhum crente tem a Bíblia como livro
alheio, estrangeiro, como acontece com os demais livros traduzidos. Todas as raças
consideram a Bíblia como possessão sua. Nós a recebemos como “nossa”. Isso aconte­
ce em qualquer país aonde ela chega. Isto prova que ela procede de Deus - o Pai de
todos!
Qual pessoa que, ao ler o salmo 23, acha que tenha sido escrito para os judeus?
Quanto a nós, por exemplo, que vivemos no Brasil, a impressão que temos é que ele foi
escrito diretamente para nós. A mesma coisa dirão os irmãos dos demais países. A
mensagem da Bíblia é a mesma em todas as línguas. Nisto vemos que a Bíblia é dife­
rente de todos os demais livros do mundo. Se fosse produto humano, não se ajustaria
4 2 BIBLIOLOGIA
às línguas de todas as nações. Nenhum outro livro pode igualar-se à Bíblia nesse par-
ticular. E mais uma prova da sua origem divina.
A superioridade da Bíblia em relação aos demais livros quanto à composição
É muito interessante compararmos alguns pontos dos ensinos da Bíblia com os
de Zoroastro, Buda, Confúcio, Sócrates, Sólon, Marco Aurélio e outros autores pa­
gãos. Os ensinos da Bíblia superam os desses homens em todos os pontos imagináveis.
Vamos destacar somente dois pontos em toda essa superioridade.
1. A Bíblia contém apenas verdade. Isto que não acontece com os demais
livros. Se pudéssemos reunir todos os grandes pensadores de toda a literatura, antiga e
moderna, retirássemos o imprestável e colocássemos toda a verdade selecionada em
um único volume, ainda assim este jamais substituiria a Bíblia. Ela pode ser conduzida
num bolso de paletó, todavia há apenas verdade neste pequeno livro, o que não ocor­
re com os outros que o homem produziu em todos os séculos. Como se pode explicar
isso? Há somente uma resposta racional e judiciosa: Este Livro não veio do homem;
veio de Deus.
2. A Bíblia contém só verdade. Se há mentiras na Bíblia, não são dela;
apenas foram registradas. Os demais livros contêm verdades misturadas com mentiras
ou erros. Reconhecemos que há joias preciosas nos livros dos homens, mas, é como
disse certa vez Joseph Cook: “São jóias retiradas da lama!...”. Toda verdade encontrada
em trabalhos humanos, seja do ponto de vista moral ou espiritual, acha-se, em essên­
cia, nas Sagradas Escrituras.
A imparcialidade da Bíblia
Se fosse um livro originado pelo homem, a Bíblia não poria a descoberto as faltas
e falhas dele. O homem jamais teria produzido um livro como a Bíblia, que dá toda a
glória a Deus enquanto mostra a fraqueza do homem (Jó 17.1-14;27; SI 50.21,22;
51.5; ICo 1.19-25).
A Bíblia tanto diz que Davi era um homem segundo o coração de Deus (At
13.22), como também revela seus pecados, como vemos nos Livros de Reis, Crônicas
e Salmos. E também o caso da embriaguez de Noé, a dissimulação de Abraão, o caso
de Ló, a idolatria e a luxúria de Salomão. Nada disto está escrito para que os imitemos,
mas para nossa admoestação e para provar a imparcialidade da Bíblia. E ela o único
Livro assim.
O homem jamais escreveria um livro como a Bíblia, que põe em relevo as fra­
quezas e defeitos humanos.
LIÇÁO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 4 3
QUESTIONÁRIO DA LIÇÁO
Marque “C” para certo e “E” para errado.
€- 3.01 Dentre as falsas teorias quanto à inspiração das Escrituras, a Teoria da Ins­
piração Natural Humana ensina que tenham sido escritas por homens dota­
dos de gênio e força intelectual especiais.
T. 3.02 A Teoria da Inspiração Plenária ou Verbal ensina que todas as partes da Bí­
blia são igualmente inspiradas.
(^3.03 Referente aos escritos bíblicos, revelação é a ação de Deus pela qual Ele deu
a conhecer ao escritor coisas desconhecidas e que o homem por si só não poderia
saber.
3.04 Quanto às condições em que os escritores da Bíblia escreveram seus livros,
elas são coincidentes, pois todos tiveram experiências similares.
Ç_ 3.05 A perfeitaharmonia da Bíblia é, uma provaincontestável dasuaorigem divina.
C 3.06 Lei, Salmos e Profetas eram as divisões da Bíblia nos dias em que o Novo
Testamento ainda estava sendo formado.
-T* S
l. 3.07 E o Espírito Santo quem testifica no crente que este é filho de Deus.
Ç 3.08 De acordo com a Lição estudada, não há filosofia educacional segura se a
mesma não for alicerçada sobre os ensinos fundamentais da Bíblia.
3.09 Depois de mais de 2.000 mil anos em que foi escrito o último livro da Bíblia,
precisa-se que seja escrito algo mais atual.
3.10 O salmo 23 foi escrito especificamente para o judeu; não se adapta à nossa
época.
4 4 BIBLIOLOGIA
ANOTAÇÕES
C
ânon ou Escrituras Canônicas é a coleção completa dos livros diihumicnic inspira­
dos, constituindo a Bíblia. Cânon, palavra grega que significa literalmente
vara reta de medir, assim como uma régua de carpinteiro.
No Antigo Testamento, o termo aparece no original em passagens como Ezequiel
40.5: “Vi um muro exterior que rodeava toda a casa e, na mão do homem, uma cana de
medir, de seis côvados, cada um dos quais tinha um côvado e quatro dedos. Ele mediu a
largura do edifício, uma cana; e a altura, uma cana. ”.
No sentido religioso, cânon não significa aquilo que mede, mas aquilo que serve de
norma, regra. Com este sentido, a palavra cânon aparece no original em vários lugares
do Novo Testamento, como por exemplo nos versículos mencionados a seguir:
“E, a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e
misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus.” (G1 6.16)
“Nós, porém, não nos gloriaremos sem medida, mas respeitamos
o limite da esfera de ação que Deus nos demarcou e que se
estende até vós.” (2Co 10.13)
“não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios e tendo
esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos sobremaneira
engrandecidos entre vós, dentro da nossa esfera de ação.”
' (2Co 10.15)
“Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos.” (Fp 3.16)
A Bíblia, como cânon sagrado, é a nossa norma ou regra de fé e prática. Diz-se
dos livros da Bíblia que são canônicos para diferenciá-los dos apócrifos. O emprego do
termo cânon foi primeiramente aplicado aos livros da Bíblia por Orígenes (185-254
d.C.).
45
46 BIBLIOLOGIA
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. O Cânon do Antigo Testamento
2. A Formação do Cânon do Antigo Testamento
3. O Cânon do Novo Testamento
4. Datas e Períodos Sobre o Cânon em Geral
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:
1. Mencionar a disposição ou ordem dos livros do cânon hebraico seguin­
do sua tríplice divisão;
2. Descrever como se deu a formação do cânon do Antigo Testamento;
3. Mostrar a ordem da formação do cânon do Novo Testamento;
4. Relatar quantos anos levou para se concluir a composição de todos os li­
vros da Bíblia.
LIÇÁO 4: O CÂNON DA BÍBLIA E SUA EVOLUÇÁO HISTÓRICA 47
TEXTO 1
O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO
Na época patriarcal, a revelação divina era transmitida por meio da escrita e
oralmente. A escrita já era conhecida na Palestina séculos antes de Moisés; a arqueo­
logia tem provado isto, inclusive por encontrar inúmeras inscrições, placas, sinetes e
documentos antediluvianos.
O cânon do Antigo Testamento, como temos atualmente, ficou completo desde
o tempo de Esdras, após o ano 445 a.C. Entre os judeus, o Antigo Testamento tem três
divisões, as quais Jesus citou em Lucas 24-44 - Leis. Profetas e Escritos (Salmos). A
divisão dos livros do cânon hebraico é diferente da nossa, proveniente da Septuaginta.
Soma 24 livros em vez de 39, porque são considerados um só livro cada grupo dos
seguintes:
a) Os dois de Samuel................................................................ 1
b) Os dois de Reis...................................................................... 1
c) Os dois de Crônicas................................................................1
d) Os de Esdras e Neemias.........................................................1
e) Os doze Profetas Menores..................................................... 1
f) Os demais livros................................................................... 19
Total 24
A disposição ou ordem dos livros no cânon hebraico é também diferente da
nossa. Apresentamos a seguir essa disposição, dentro da tríplice divisão do cânon já
mencionada (Lei, Profetas, Escritos).
1. Lei: 5 livros Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
2. Profetas: 8 livros .... Primeiros Profetas: Josué, Juizes, Samüel e Reis.
Últimos Profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Doze
(um só livro, contendo os doze Profetas Menores).
3. Escritos: 11 livros .. Divididos em:
Livros Poéticos: Salmos, Provérbios e Jó.
Os Cinco Rolos: Cantares de Salomão, Rute,
Lamentações de Jeremias, Eclesiastes e Ester.
Livros Históricos: Daniel, Esdras-Neemias (um úni­
co livro) e Crônicas.
4 8 BIBLIOLOGIA
No caso dos Cinco Rolos, eles eram assim chamados porque eram rolos separa­
dos, lidos anualmente em festas distintas, assim:
1. Cantares, na Páscoa, em alusão ao Êxodo do povo judeu do Egito;
2. Rute, no Pentecostes, na celebração da colheita, em seu início (primícia);
3. Lamentações de Jeremias, no mês de Abibe, relembrando a destruição
de Jerusalém pelos babilônios;
4. Eclesiastes, na Festa dos Tabernáculos, representando gratidão após a
colheita;
5. Ester, na Festa do Purim, comemorando o livramento de Israel da mão
do mau Hamã.
No cânon hebraico os livros não estão em ordem cronológica. Os judeus não se
preocupavam com um sistema cronológico e pode haver nisto um plano divino.
A nossa divisão do Antigo Testamento em 39 livros provém da Septuaginta,
através da Vulgata Latina. A Septuaginta foi a primeira tradução das Escrituras, feita
do hebraico para o grego, em cerca do ano 285 a.C. Também a ordem dos livros por
assunto nas nossas bíblias, provém dessa famosa tradução, sobre a qual trataremos
mais detalhadamente na próxima Lição.
Em Lucas 24.44, Jesus chamou “Salmos” (“Escritos”) a última divisão do cânon
hebraico certamente porque esse livro era o primeiro dessa divisão. Segundo a nossa
divisão, o Antigo Testamento começa com Gênesis e termina em Malaquias, porém,
segundo a divisão do cânon hebraico o primeiro livro é Gênesis e o último é Crônicas.
Isto é evidente nas palavras de Jesus em Mateus 23.35 - o caso de Abel está em
Gênesis e o do filho de Baraquias está em Crônicas.
■IÇÁO 4: O CÂNON DA BÍBLIA E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA 49
TEXTO 2
A FORMAÇÃO DO CÂNON DO
ANTIGO TESTAMENTO
O cânon do Antigo Testamento foi formado num espaço de mais de 1.000 anos
(mais ou menos 1.046 anos), de Moisés a Esdras. Moisés escreveu as primeiras palavras
do Pentateuco por volta de 1491 a.C., ao passo que Esdras entrou em cena em 445 a.C.
Evidentemente, Esdras não foi o último escritor na formação do cânon do Anti­
go Testamento; os últimos foram Neemias e Malaquias, porém, de acordo com os
escritos históricos judaicos, foi ele que, na qualidade de escriba e sacerdote, reuniu os
rolos canônicos, fixando também o cânon do Antigo Testamento, encerrado em seu tem­
po.
A formação do Cânon foi gradual
Apresentamos a seguir a sequência da formação gradual do Antigo Testamento.
Convém termos em mente aqui que toda a cronologia bíblica é apenas aproximada. Já
no Novo Testamento, há precisão em muitos casos. Essa cronologia vai sendo atuali­
zada à medida que os estudos avançam e a arqueologia fornece informes oficiais, se­
gundo a permissão de Deus.
1. Moisés começou a escrever o Pentateuco cerca do ano de 1491 a.C.,
concluindo-o por volta de 1451 a.C. (Nm 33.2; Jo 5.46,47). As partes do Pentateuco
anteriores, como o relato da Criação, todo o Livro de Gênesis e parte de Êxodo, Moisés
escreveu lançando mão de fontes existentes (Gn 2.4; 5.1), ou por revelação divina.
Gênesis 26.5 dá a entender que nesse tempo já havia “mandamentos, preceitos e esta­
tutos” escritos. É certo que existem passagens do Pentateuco que foram acrescentadas
posteriormente;
2. Josué, sucessor de Moisés (1445 a.C.), escreveu uma obra e a colocou
perante o Senhor (Js 24.26);
3. Samuel (1095 a.C.), o último juiz e também profeta do Senhor, escreveu
e colocou seus escritos perante o Senhor (ISm 10.25). Certamente, “perante o Se­
n h o r ” significa que seus escritos eram depositados na arca do concerto com os demais
escritos sagrados lá depositados (Êx 25.21; Hb 9.4);
50 BIBLIOLOGIA
4- Isaías (770 a.C.) fala do “livro do Sen h o r ” (Is 34.16), e “palavras do livro”
(Is 29.18);
5. Em 726 a.C., os salmos já eram cantados (2Cr 29.30). O fato aí registra­
do teve lugar nesse tempo;
6. Jeremias, cuja chamada deu-se em 626 a.C., registrou a revelação divina
(Jr 30.1,2). Tal livro foi queimado pelo rei Jeoaquim em 607 a.C., porém Deus orde­
nou que Jeremias preparasse novo rolo, o que foi feito mediante seu secretário Baruque
(Jr 36.1,2,23,28,32; 45.1);
7. No tempo do rei Josias (621 a.C.), Hilquias achou o “Livro da Lei” (2Rs
22.8- 10);
8. Daniel (553 a.C.) refere-se aos “livros” (Dn 9.2). Eram os rolos sagrados
das Escrituras até então;
9. Zacarias (520 a.C.) declara que os profetas que o precederam falaram da
parte do Espírito Santo (7.12). Não há aqui referência direta a escritos, mas há
inferência. Zacarias foi o penúltimo profeta do Antigo Testamento, isto é profeta lite­
rário;
10. Neemias, em seus dias (445 a.C.), achou o livro das genealogias dos
judeus que já haviam regressado do exílio (7.5). Certamente havia outros livros;
11. Nos dias de Ester, o Livro estava sendo escrito (Et 9.32);
12. Contemporâneo de Neemias, Esdras foi hábil escriba da lei de Moisés e
leu o livro do Senhor para os judeus já estabelecidos na Palestina, de regresso do
cativeiro babilónico (Ne 8.1-5). Conforme 2 Macabeus e outros escritos judaicos, Esdras
presidiu a chamada “Grande Sinagoga”, que selecionou e preservou os rolos sagrados,
determinando dessa maneira o cânon das Escrituras do Antigo Testamento (Ed 7.10,14).
Essa “Grande-Sinagoga” era um conselho composto de 120 membros que, diz-se, ter
sido organizada por Neemias, cerca de 410 a.C., sob a presidência de Esdras. Foi essa
entidade que reorganizou a vida religiosa dos repatriados e, mais tarde, deu origem ao
Sinédrio, cerca de 275 a.C. A Esdras é atribuída a tríplice divisão do cânon já estuda­
do. Foi em seu tempo que os samaritanos foram expulsos da comunidade judaica (Ne
13), levando consigo o Pentateuco, que é até hoje a Bíblia dos samaritanos. Isto prova
que o Pentateuco era escrito canônico;
13. Encontramos profeta citando profeta, o que infere haver mensagem
escrita. Por exemplo, comparemos Miquéias 4.1-3 com Isaías 2.2-4;
Introdução ao Estudo da Bíblia
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Introdução ao Estudo da Bíblia

  • 1.
  • 2. Este iivro é parte tia Teologia Bíblica e da Teologia Histórica. É o estudo de assuntos introdu­ tórios da Bíblia. 0 livro apresenta uma orien­ tação sumária sobre a leitura e estudo das Sagradas Escrituras e mostra pontos fascinantes co­ mo: •A Estrutura da Bíblia; • A Formação e a Trans­ missão do Cânon Sagrado; • Os Manuscritos e as Tra­ duções; • 0 Período inttrtesta mentário; • Fatos Sobre as Nações contemporâneas. Tambem são apresentados nos para a com- Bíbiia, como: usose Povos e Geogra- M k A . IgK yl?: W Ê r X Escola de Educação Teológica das Assembleias de Deus Caixa Postal 1031 • Campinas - SP • 13012-970 www.eetad.com.br ISBN 85-87860-36-4 9 7 8 8 5 8 7 8 6 0 3 6 1 Printed in Brazil
  • 4. BIBLIOLOGIA introdução ao Estudo da Bíblia Autoria de Antonio Gilberto da silva Adaptado para curso pela equipe redatorial da EETAD Escola de Educação Teológica das Assembléias de Deus Campinas • SP • Brasil III
  • 5. Livro autodidático do Curso de Teologia da EETAD Nível Básico Consultor Teológico Pastor Antonio Gilberto, M. Teol. Equipe Editorial Diagramação: Matheus Santos Revisão de textos: Martha Jalkauskas Revisão Geral: Miriam Estevan Supervisão de Produção Márcio Matta Coordenação Geral Pr. Josué de Campos Dados Internacionais de C atalogação na Publicação (C1P) (Câm ara Brasileira do Livro, SP Brasil) Silva, Antonio Gilberto da Blbliologia: introdução ao estudo da Bíblia: adaptado para curso pela equipe redatorial da EETAD / Antonio Gilberto da Silva. 1a edição. Campinas, SP: Escola de Educação Teológica das Assembléias de Deus, 2006. Bibliografia. ISBN 85-87860-36-4 1. Bíblia - Crítica e interpretação 2. Bíblia - Estudo e ensino 3. Bíblia - Leitura I. Título. 06-5149 índices para catálogo sistemático 1. Bíblia: Estudo 220.07 Filiação :ão Evangélica de Educação Teológica na A m érica Latina [ A SE C - A ssociação de Editores Cristãos © Copyright 2008 • 1- Edição 2006 • Edição revisada 2010 Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial. Impresso no Brasil • Printed in Brazil • Impreso en Brasil A E T A L - Associaç editores j cristãos CDD 220.07 IV
  • 6. ICOMO ESTUDAR ESTE LIVRO As vezes, estudamos muito e aprendemos ou retemos pouco ou nada. Isto, em parte, acontece pelo fato de estudarmos sem ordem nem método. Embora sucintas, as orientações a seguir lhe serão muito úteis. 1. Busque ajuda divina Ore a Deus dando-Lhe graças e suplicando direção e iluminação do alto. Deus pode vitalizar e capacitar nossas faculdades mentais quanto ao estudo da Sua santa Palavra, bem como assuntos afins e legítimos. Nunca execute qualquer tarefa de estudo e trabalhos desta matéria, sem primeiro orar. 2. Tenha à mão materiais auxiliares Além da matéria a ser estudada neste livro-texto, tenha à mão as seguintes fontes de consulta e referência: a) Bíblia. Tenha mais de uma versão para leitura e meditação para que fundamente sua fé na Palavra de Deus; A EETAD utiliza a versão ARA (Almeida Revista e Atualizada), publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil. Na eventualidade de alguns versículos citados serem de outra versão, esta é citada entre parênteses. b) Dicionários Bíblico e Teológico. Para a devida compreensão de termos inerentes; c) Dicionário da Língua Portuguesa. Para a compreensão do significado de algumas palavras utilizadas esporadicamente; d) Atlas Bíblico. Para situar os fatos bíblicos no espaço geográfico. e) Concordância Bíblica. Para a rápida localização de referências bíblicas; f) Livros de apoio. Faça uso de bons livros de referência, publicados pelas principais editoras evangélicas. Veja, na Bibliografia Indicada, no final deste livro, os títulos mais indicados para lhe auxiliarem no estudo desta matéria. g) Livro ou caderno de apontamentos individuais. Habitue-se a sempre tomar notas durante suas aulas, estudos e meditações, a partir da Bíblia, de tudo que venha a ser útil no avanço do seu conhecimento teológico e no desempenho do seu ministério. V
  • 7. 3. Seja organizado ao estudar a) Ao primeiro contato com a matéria, procure obter uma visão global da mesma, isto é, como um todo. Nessa fase do estudo, não sublinhe nada. Não faça apontamentos. Não procure referências na Bíblia. Procure, sim, descobrir o propósito da matéria em estudo, isto é, o que ela visa comunicar-lhe. b) Passe então ao estudo minucioso de cada Lição, observando a seqüência dos Textos que a compõem. Agora, sim, à medida que for estudando, sublinhe palavras, frases e trechos-chaves. Faça anotações no caderno a isso destinado. Se essas anotações forem desorganizadas, nenhum benefício você terá. c) Ao final de cada Texto, feche o livro e procure recompor de memória suas divisões principais. Caso tenha alguma dificuldade, volte ao Texto. O aprendizado é um processo metódico e gradual. Não é algo automático como apertar um botão da máquina para funcionar. Pergunte aos que sabem, como foi que aprenderam. d) Ao término de cada Lição, responda os exercícios do Questionário da Lição sem consultar os Textos correspondentes. Em seguida volte aos Textos, comparando suas respostas. Tanto as perguntas que ficaram em branco como aquelas com respostas erradas, só deverão ser completadas ou corrigidas após sanadas as dúvidas pelo estudo paciente e completo dos Textos correspondentes. e) Reexamine a Lição estudada, bem como seus exercícios. f) Passe para a Lição seguinte. g) Ao final do livro, reexamine toda a matéria estudada; detenha-se nos pontos que lhe foram mais difíceis, ou que falaram mais profundo ao seu coração. Observando sempre todas estas orientações, você chegará a um resultado satisfatório em seu estudo, tanto no aprendizado quanto no crescimento espiritual. VI
  • 8. 1 INTRODUÇÃO Bibliologia é parte da Teologia Bíblica e da Teologia Histórica. É também chamada Isagoge, termo grego que significa conduzir para dentro, uma vez que conduz ao interior do infinito campo das Santas Escrituras. Destarte, Bibliologia é o estudo dos assuntos introdutórios à Bíblia. Ela auxilia poderosamente o estudante na compreensão da Bíblia, e é indispensável a qualquer área da Teologia por auxiliar na elucidação dos inumerá­ veis fatos bíblicos. Um dos pontos altos da Bibliologia é a exposição da milagrosa história da Bíblia: como ela é formada e como chegou até nós. Sendo um livro divino mas produzido por canais humanos e para o ser humano, é natural que a Bíblia faça referência a tudo o que é humano e terreno, como países, povos, raças, línguas, usos, costumes, culturas, montanhas, rios, desertos, mares, climas, solos, estradas, plantas, produtos, minérios, animais, comércio e as mazelas humanas, inclusive. Esse é o imenso palco da revelação divina que temos na Bíblia. Daí a necessidade de termos pelo menos uma noção dos fatos registrados, para compreendermos o que Deus quer nos dizer. Apresentamos inicialmente uma orientação sumária sobre a leitura e o estudo das Santas Escrituras, e daí prosseguimos numa sequência lógica, tratando de: a) Sua estrutura. Divisão e classificação dos livros; detalhes sobre capítulos, versículos, tema central e especificidades do texto. A Bibliologia não esgota os particulares de cada livro, por ser este o domínio da Síntese Bíblica. b) O Cânon Sagrado. Sua formação e transmissão até nós. c) Preservação e tradução. Isto abrange as línguas originais, os manuscritos, as versões e as traduções do Santo Livro. d) História geral do povo da Bíblia - Israel. Isto inclui o período inter- testamentário (entre Malaquias e Mateus) e fatos sobre as nações contemporâneas. A Bíblia foi tecida no tear da História, e se o estudante ignorar esta última, terá sempre dificuldades na compreensão dos fatos da Bíblia. e) Auxílios externos para a compreensão da Bíblia. Integram esta parte do estudo a geografia bíblica, a cronologia geral, e os usos e costumes dos povos bíblicos. VII
  • 9. Tem sido privilégio do autor deste livro estudar a santa Palavra de Deus por cinco décadas e, nesse tempo, ter reconhecido, mais e mais, a necessidade de cada estudante (não apenas leitor) da fííblia de aprofundar-se nos assuntos que constituem a Bibliologia. Memorizemos os 66 livros da Bíblia e suas respectivas abreviaturas: Na Hc Sf Ag____ Zc Ml _ Mt M c _ Lc _ Jo_^__ A t _ _ Rm____ 1 C o __ 2Co GL - _________________________________________ Ef Ester______________________ Et__________Filipenses____________ Fp Jó Jó Colossenses Cl Salmos SI 1 Tessalonicenses 1Ts Provérbios Pv 2 Tessalonicenses 2Ts Eclesiastes Ec 1 Timóteo 1Tm Cantares Ct 2 Timóteo 2Tm 1 saías Is Tito Tt Jeremias Jr Filemom Fm Lamentações de Jeremias Lm Hebreus Hb Ezequiel Ez Tiago Tg Daniel Dn 1 Pedro 1Pe Oséias Os 2 Pedro 2Pe Joel Jl 1 João 1Jo Amós Am 2 João 2Jo Obadias Ob 3 João 3Jo Jonas Jn Judas Jd Miquéias Mq Apocalipse Ap Lovilico ■ ’Números-, D('ulPionomio Josué Juizes Rute IS am uel____ 2^Samuel_ _ _1 R e is ____ 2 Reis_ _ _ ^ Crônicas^ _ _2 Crônic_as_ JEsdras _ _ Neemias Marcos- r- Lucas João . - Atos dos Apóstolos Rom anos________ C oríntios_______ 2 Coríntios _____ G álatas__________ Efésios VIII
  • 10. LIÇÃO TEXTO PÁG. 1. A IMPORTÂNCIA DAS ESCRITURAS 01 A Razão da Necessidade das Escrituras....................................... 1 03 A Razão da Necessidade das Escrituras (Cont.)......................... 2 05 Como Estudar a Bíblia..................................................................... 3 07 2. A BÍBLIA COMO LIVRO 11 Os Livros Antigos............................................................................. 1 13 A Estrutura da Bíblia....................................................................... 2 16 A Estrutura da Bíblia (Cont.)........................................................ 3 19 O Tema Central da Bíblia............................................................... 4 21 Observações Úteis e Práticas......................................................... 5 25 3. A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 29 A Inspiração Divina da Bíblia........................................................ 1 31 A Inspiração Divina da Bíblia (Cont.).......................................... 2 33 Harmonia e Unidade da Bíblia...................................................... 3 35 Provas da Inspiração Divina da Bíblia.......................................... 4 37 Provas da Inspiração Divina da Bíblia (Cont.)........................... 5 39 'Provas da Inspiração Divina da Bíblia (Cont.)........................... 6 41 4. O CÂNON DA BÍBLIA E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA 45 O Cânon do Antigo Testamento................................................... 1 47 A Formação do Cânon do Antigo Testamento........................... 2 49 O Cânon do Novo Testamento...................................................... 3 52 Datas e Períodos Sobre o Cânon em Geral.................................. 4 55 5. PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA 61 As Línguas Originais da Bíblia....................................................... 1 63 Os Manuscritos da Bíblia ............................................................... 2 66 Os Manuscritos da Bíblia (Cont.).................................................. 3 68 Os Manuscritos da Bíblia (Cont.).................................................. 4 70
  • 11. 6. PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA (Cont.) 75 A Tradução da Bíblia.......................................................................... 1 77 A Tradução da Bíblia (Cont.)............................................................ 2 79 Outras Versões Orientais e Ocidentais............................................ 3 82 Versões em Português......................................................................... 4 84 Peculiaridades Sobre o Texto Bíblico e Sua Tradução................. 5 87 7. A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA 91 a A Epoca Pré-Abraâmica.................................................................... 1 93 A Época de Israel................................................................................ 2 96 Da Conquista de Canaã à Monarquia............................................ 3 99 O Reino Dividido................................................................................ 4 102 Profetas do Reino Dividido................................................................ 5 104 O Cativeiro do Reino de Judá........................................................... 6 105 Restauração Pós-Cativeiro................................................................ 7 107 8. A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA (Cont.) 113 O Período Interbíblico........................................................................ 1 115 O Período Interbíblico (Cont.)........................................................ 2 117 A Palestina Independente Sob os Macabeus................................. 3 119 A Palestina Sob o Domínio Romano.............................................. 4 121 A Palestina Sob o Domínio Romano (Cont.)................................ 5 123 Até os Nossos Dias.............................................................................. 6 125 9. CRONOLOGIA BÍBLICA 131 Considerarações Acerca do Estudo da Cronologia Bíblica 1 133 Cronologia da Bíblia e da História Contemporânea..................... 2 137 Cronologia da Bíblia e da História Contemporânea (Cont.) 3 139 Cronologia Diversa............................................................................ 4 142 Cronologia dos Impérios Mundiais.................................................. 5 145 Cronologia dos Impérios Mundiais (Cont.)................................... 6 148 10. GEOGRAFIA BÍBLICA 153 O Mundo Bíblico................................................................................ 1 155 O Mundo Bíblico (Cont.).................................................................. 2 158 O Mundo Bíblico (Cont.)................................................................. 3 161 Mares, Montanhas, Rios e Cidades da Bíblia................................. 4 165 Vida e Costumes dos Povos Bíblicos............................................... 5 170 Gabarito - Questionários das Lições........................................................ 173 Bibliografia Indicada...................................................................................... 174 Referências Bibliográficas............................................................................. 176 Currículo do Curso de Teologia - Nível Básico.................................... 177 Currículo do Curso de Teologia - Nível Médio......................................... 178 X
  • 12. ^ ^ lo n fo rm e registra, por exemplo, o salmo 19.1-6, é através da Criação que Deus 1 tem Se revelado ao homem. Deus revela-Se também através da Palavra Escrita, Bíblia Sagrada (Rm 15.4), e da Palavra Viva, Jesus Cristo (Jo 1.1). Essa dupla revelação, como veremos, tornou-se necessária devido à queda do homem. E uma providência divina como o principal meio do homem natural conhecer a Deus e Sua vontade, e do cristão conhecer o propósito santificador de Deus para si e para todos os salvos. Esta Lição apresenta porque é importante estudarmos as Escrituras e seu propósito em quatro aspectos: 1. Prepara-nos como crentes para respondermos àqueles que pedem a razão da esperança que há em nós, conforme 1 Pedro 3.15; 2. Faz obreiro aprovado no correto manejo da Palavra da Verdade, conforme 2 Timóteo 2.15; 3. Desenvolve a fé do crente, quanto ao fato de que a Bíblia é a infalível Palavra de Deus, como declara Isaías 34.16; 4. Mostra a luz e proporciona entendimento aos simples, de acordo com o salmo 119.130. A considerar que a Bíblia é não somente um livro para ser lido, mas estudado e seus ensinos aplicados à nossa vida cristã, esta Lição apresenta também a maneira como devemos estudá-la: o relacionamento com Seu autor, a frequência recomendável para a lermos e com que atitude, de ordem mental e espiritual. Portanto, que Deus nos acompanhe passo a passo ao longo desta Lição e nos faça mais habilitados para realizarmos Sua obra na terra. 1
  • 13. 2 BIBLIOLOGIA ESBOÇO DA LIÇÃO 1. A Razão da Necessidade das Escrituras 2. A Razão da Necessidade das Escrituras (Cont.) 3. Como Devemos Estudar a Bíblia OBJETIVOS DA LIÇÃO Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de: 1. Citar três razões porque devemos estudar a Bíblia; 2. Discorrer sobre as razões pelas quais devemos ler, crer e praticar a Bíblia; 3. Explicar as maneiras de se estudar a Bíblia de forma proveitosa.
  • 14. LIÇÂO 1: A IMPORTÂNCIA DAS ESCRITURAS 3 TEXTO 1 A RAZAO DA NECESSIDADE DAS ESCRITURAS Deus tem Se revelado através dos tempos por meio de Suas obras, isto é, a Cria- ção (Rm 1.20; SI 19.1-6). Porém, na Palavra de Deus temos uma revelação especial e maior. Temo-la de duas maneiras: a) Na Bíblia - a Palavra Escrita (Rm 15.4); b) Em Cristo - a Palavra Viva (Jo 1.1). Esta revelação é dupla e tornou-se necessária devido à queda do homem. O estudo das Escrituras A necessidade do estudo das Escrituras está explícita nos seguintes textos: "... santificai a risio, com> Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que ves pedir razão da esperança que há em vás." (1IV > . 15) “Procura apresentar-ie a Deus aprnvadn, armo ohreirn que tiàm teju de que se eiiver^m/uir, que num^ja hem n palavra dit venLulc.” "Buscai no livro do Si-.ii< '!< , c lede: Xenlntma destas criaturas jalluira. nem uma nem outra /aliará; /’tnque a hoca do Si:it< w o ordenou, e n seu Espirito mesmn as ajuntará." (Is H. 16) “ A revelação das luas palavras esclarece e da entendimento aos simples." (SI I 19.1 30) O preparo e o entendimento das Escrituras ocorre por meio de seu estudo orga­ nizado e sistemático. A análise dos versículos a acima nos conduz a dois pontos de suma importância: porque e como devemos estudar a Bíblia. Estudar é mais do que ler: é aplicar a mente a um assunto, de modo sistemático, e constante e compenetrado, por meio do raciocínio, da percepção e da memória.
  • 15. 4 BIBLIOLOGIA Porque estudar a Bíblia Destacamos abaixo quatro razões pelas quais devemos estudar a Bíblia 1. É o único manual de vida. O crente é salvo para servir ao Senhor (IPe 2.9; Ef 2.10). Sendo a Bíblia o livro'texto do cristão, é imperioso que este a maneje bem para o desempenho eficiente de sua missão (2Tm 2.15). O profissional eficiente sabe empregar as ferramentas de seu ofício. Essa eficiência não é automática: ela pro- vém do estudo e da prática. Assim deve ser o crente na vida cristã e no trabalho dedicado ao Senhor em relação ao seu manual - a Bíblia. Entre as promessas de Deus àquele que conhece devidamente a Sua Palavra, encontramos a registrada em Isaías 55.11: “assim será a palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.”. 2. Alimenta nossa alma. Não há dúvida de que o estudo da Palavra de s Deus proporciona nutrição e crescimento espiritual. E tão indispensável à alma quan- to o pão ao corpo. Nas passagens a seguir, ela é comparada ao alimento, porém este só nutre o corpo quando é absorvido pelo organismo. “ Jesus, porém, respondeu: Está escrito: :ãn só de pão viverá o korncni, mas de toda palavra que proccde da boca de Deus.” (Mt 4.4) “ Achadas as tuas palavras, logo as comi: as (uas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois. pela icu nome sou chamado, ó Senhor, Deus dos hxcrciios.” (Jr 15.16) “desejai ardentemente, como crianças rcccm-nasddas, o genuíno Iciw espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimentopara salvação" (IPe 2.2) O texto de 1 Pedro 2.2 fala do intenso apetite dos recém-nascidos; assim deve ser o nosso apetite pela Palavra divina. Bom apetite pela Bíblia é sinal de saúde espiritual. 3. É o instrumento que o Espírito Santo usa (Ef 6.17). Se em nós houver abundância da Palavra de Deus, o Espírito Santo terá o instrumento com que operar. / s E preciso, pois, meditar nela (SI 1.2; Js 1.8). E preciso deixar que ela domine todas as esferas da nossa vida, dos nossos pensamentos e do nosso coração e, assim, molde todo o nosso viver diário. Em suma: precisamos ficar saturados da Palavra de Deus.
  • 16. LIÇÁO 1: A IMPORTÂNCIA DAS ESCRITURAS 5 Um requisito primordial para Deus responder nossas orações é estarmos imbuídos da Sua Palavra. Aqui está, em parte, a razão de muitas orações não serem respondidas: o desinteresse pela Palavra de Deus. O texto de João 15.7 diz: “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. Pelo menos três fatos estão implícitos aqui: 1. Na oração precisamos apoiar nossa fé nas promessas de Deus, que estão na Bíblia; 2. A Palavra de Deus produz fé em nós (Rm 10.17); 3. Nossas petições devem ser feitas segundo a vontade de Deus (ljo 5.14), e um dos meios de sabermos a vontade de Deus é a Sua Palavra. TEXTO 2 A RAZÃO DA NECESSIDADE DAS ESCRITURAS (Cont.) Porque estudar a Bíblia (Cont.) A última das razões destacadas pelas quais devemos estudar a Bíblia diz respeito a que: 4. Enriquece espiritualmente nossa vida (Sl 119.72). Essa riqueza pr da revelação do Espírito primeiramente “para que o Deus de nosso SenhorJesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele. ” (Ef 1.17). A pessoa que procurar entender a Bíblia somente através da capacidade intelectual muito cedo desistirá da leitura. Só o Espírito de Deus conhece as coisas de Deus (ICo 2.10). Um renomado expositor cristão informa que há 32.000 promessas na Bí­ blia toda! Pensemos que fonte de riqueza há aí! Entre as riquezas derivadas da Bíblia
  • 17. 6 BIBLIOLOGIA está a formação do caráter ideal, bem como a formação da vida cristã. A Bíblia é a melhor diretriz de conduta humana; a melhor formadora de caráter. Os princípios que modelam nossa vida devem dela proceder. A falta de orientação espiritual correta e pronta segundo a Palavra de Deus, especialmente quanto a novos convertidos, tem resultado em inúmeras vidas desequi­ libradas e doentias pelo resto da existência, as quais só um milagre de Deus pode reajustar. Pessoas assim ferem a si mesmas e aos demais a seu redor. A Bíblia é a revelação de Deus à humanidade. Tudo que Deus tem para o ho­ mem e dele requer, e tudo que o homem precisa saber espiritualmente da parte de Deus, quanto à sua redenção, conduta cristã e felicidade eterna, está revelado na Bíblia. Tudo o que o homem tem a fazer é tomar o Livro e apropriar-se dele pela fé. O autor da Bíblia é Deus, seu real intérprete é o Espírito Santo e seu tema central é o Senhor Jesus Cristo. O homem deve ler a Bíblia para ser sábio, crer na Bíblia para ser salvo e praticar a Bíblia para ser santo. Na vida cristã e no trabalho do Senhor em geral, o Espírito Santo só nos poderá lembrar o texto bíblico preciso se este tiver sido lido ou estudado Qo 14.26). E possível alguém ser lembrado de algo que não sabe ou, no caso específico da Bíblia, não tenha lido? E evidente que não. Portanto, o Espírito Santo quer não somente encher o cren­ te, mas também encontrar nele o instrumento com que operar a Palavra de Deus. Ter o Espírito Santo e não conhecer a Palavra de Deus conduz ao fanatismo, visto que há pessoas assim querem usar o Espírito Santo, em vez de permitir que Ele as use. Conhecer a Palavra e não ter o Espírito conduz ao formalismo. Estes dois extre­ mos são igualmente perigosos.
  • 18. LIÇÁO 1: A IMPORTÂNCIA DAS ESCRITURAS 7 TEXTO 3 COMO ESTUDAR A BÍBLIA Já mostramos que a Bíblia é um livro para ser não apenas lido, mas estudado. Como divina e ins­ pirada Palavra de Deus, a Bíblia é um livro singular, do qual maior proveito tira quem sabe estudá-lo. E é exatamente com o propósito de tirarmos o máxi­ mo de proveito do estudo da Bíblia que apresenta­ mos cinco passos para seguirmos. 1. Ler a Bíblia conhecendo seu Autor. Isto é de suprema importância e é a melhor maneira de se estudar a Bíblia. Ela é o único livro cujo Autor está presente quando se lê. O autor de um livro pode explicá- -lo como ninguém. A Bíblia é um livro fácil e ao mesmo tempo difícil; simples e ao mesmo tempo complexo. Não basta apenas lermos suas palavras e analisarmos detidamente suas declarações. Tudo isso é indispensável, mas não basta. É preciso conhecer e amar seu Autor. Desta forma, a compreensão será mais fácil. Façamos como Maria, que aprendia aos pés do Mestre (Lc 10.39); aos pés dEle ainda é o melhor lugar! 2. Ler a Bíblia diariamente (Dt 17.19). Estima-se que 90% dos crentes não leiam a Bíblia diariamente; portanto, não é de admirar haver tantos deles frios e infru­ tíferos nas igrejas. Mais do que isto, espiritualmente são anões, raquíticos, mundanos, carnais, indiferentes, nervosos e iracundos. Sem crescimento espiritual, Deus não re­ vela Suas verdades profundas Qo 16.12; Hb 5.12; Mc 4.33). É de admirar haver pessoas que acham tempo para ler, ouvir e ver de tudo, menos a Palavra de Deus. Resultado: “comem” tanto outras coisas que perdem o ape­ tite para as coisas de Deus. E justo e próprio ler outras coisas, mas devemos tomar mais tempo com as Escrituras. Estarrece o fato de que muitos líderes de igrejas não levem seu povo a ler a Bíblia. Não basta assistir aos cultos, ouvir sermões e testemunhos, acompanhar estu­ dos bíblicos e ler boas obras de literatura cristã. E preciso a leitura bíblica individual,
  • 19. 8 BIBLIOLOGIA pessoal. Há crentes que só se alimentam “espiritualmente” quando lhe dão comida na boca, isto é, pela colher do pastor, do professor da Escola Bíblica Dominical, etc. Se ninguém lhe der “comida”, morrerá de inanição espiritual. 3. Ler a Bíblia com a melhor atitude mental e espiritual. Isto é de capital importância para o êxito no estudo bíblico. A atitude correta é a seguinte: a) Estudar a Bíblia como a Palavra de Deus e não como uma obra lite­ rária qualquer; b) Estudar a Bíblia com o coração e em atitude devocional, e não ape­ nas com o intelecto. As riquezas da Bíblia são para os humildes que temem ao Senhor (Tg 1.21). Quanto maior for nossa comunhão com Deus, mais humilde seremos. Os ga­ lhos mais carregados de frutos são os que mais se abaixam. E preciso lermos a Bíblia sem duvidarmos do seu ensino. A dúvida e a descrença cegam o leitor (Lc 24.25). 4. Ler a Bíblia em oração, devagar, meditando. Assim fizeram os servos de Deus no passado, a exemplo de Davi (SI 119.12,18) e Daniel (Dn 9.21-23). O cami­ nho ainda é o mesmo. Na presença do Senhor em oração, as coisas incompreensíveis são esclarecidas (SI 73.16,17). A meditação aprofunda o sentido. Muitos leem a Bíblia apenas, para estabelecerem recorde de leitura. Ao lermos a Bíblia, devemos aplicá-la primeiro a nós próprios, senão, não haverá virtude alguma. 5. Ler a Bíblia toda. Há uma riqueza insondável nisso! É a única maneira de conhecermos a verdade completa dos assuntos tratados na Bíblia, visto que a reve­ lação de Deus é progressiva. Sendo a Palavra de Deus, ela é infinita. Mesmo as mentes mais férteis do mundo não podem abarcá-la completamente. Não há no mundo quem esgote a Bíblia. Todos somos sempre alunos (Rm 11.33,34; ICo 13.12; Dt 29.29) e quem nos ajuda no esclarecimento das Escrituras é o Espírito Santo, concomitantemente com oração e estudo. Ele, que conhece as profundezas de Deus, pode ir revelando o conhe­ cimento da verdade, à medida que buscamos a Sua face e andamos mais perto dEle.
  • 20. LIÇÁO 1: A IMPORTÂNCIA DAS ESCRITURAS 9 QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO I. Assinale com “X ” a alternativa correta. 1.01 E dever do crente, em relação às Escrituras, estudá-la e aplicá-la à mente X a) de modo sistemático, constante e compenetrado. b) para ganhar mais pontos nos concursos bíblicos. c) para recitar de cor os livros da Bíblia. d) Nenhuma das alternativas está correta. 1.02 A Bíblia é o instrumento que o Espírito Santo usa para agir em nós. É preciso, pois, que ela domine todas as esferas a) da nossa vida. b) dos nossos pensamentos. c) do nosso coração. d) Todas as alternativas estão corretas. 1.03 Para que Deus responda às nossas orações devemos estar imbuídos da Sua Pala­ vra. Então, a) saberemos apoiar nossa fé nas promessas de Deus. b) a Palavra de Deus produzirá fé em nós. c) saberemos submeter nossos pedidos à vontade de Deus. d) Todas as alternativas estão corretas.
  • 21. 10 BIBLIOLOGIA II. Marque “C” para certo e “E” para errado. |^1.04 Importa saber que o Espírito Santo só nos lembra o texto bíblico preciso se o conhecermos. j£ V l.05 A Bíblia é a melhor diretriz de conduta humana e a melhor formadora de ca­ ráter. ^ 1.06 De acordo com a Lição estudada, o autor da Bíblia é o Espírito Santo, seu real intérprete é Jesus Cristo e o seu tema central é Deus. C 1.07 Maria foi um exemplo de quem aprendia as Escrituras aos pés do Mestre. / = ■ 1.08 Sem crescimento espiritual, que provém da leitura diária da Bíblia, Deus não nos revela Suas verdades profundas. Ç_ 1.09 Ler a Bíblia duvidando do seu ensino cega o leitor. f 1.10 A revelação de Deus mediante a leitura da Bíblia é progressiva. ANOTAÇÕES
  • 22. HÜSs SSB B A BÍBLIA COMO LIVRO E sta Lição apresenta como os livros eram formados, desde o maierial utilizado até a maneira como eram feitos c conservados os registros escritos. Sendo um livro antigo, a Bíblia nasceu de um processo totalmente diferenciado de como a conhecemos hoje, na forma impressa ou mesmo na forma virtual e online, utilizando- -se o mais alto padrão tecnológico. Sem alterar jamais o teor da mensagem divina, a composição da Bíblia também sofreu alterações, a considerar que os livros sagrados não estavam no princípio todos reunidos como os temos agora. As invenções e descobertas feitas ao longo da História pelo homem, como o papel e o prelo de tipos móveis, propiciou a difusão progressiva da Palavra de Deus por todo o globo. Diversas são as designações que a Bíblia emprega a si mesma, o que veremos durante o estudo desta lição, assim como o significado e a origem deste termo - Bíblia. A estrutura da Bíblia é também objeto de estudo desta Lição, como sua divisão em dois Testamentos, em capítulos e em versículos. Os autores dos livros bíblicos são também aqui abordados, levando-se em conta que foram escritos por cerca de quarenta pessoas, no decorrer de aproximadamente dezesseis séculos, o que não impediu jamais o milagre da perfeita harmonia e da unidade do texto bíblico. Sendo Jesus Cristo o tema central dos 66 livros que compõem as Sagradas Escrituras, é possível sintetizá-los em (a) preparação, (b) manifestação, (c) explanação e (d) consumação, para efeito de entendimento. Além da composição, da estrutura e do tema central, esta Lição apresenta algumas particularidades sobre a Bíblia, que seguramente nos serão úteis e práticas para o estudo. Acompanhemos, então, as páginas que se seguem. 11
  • 23. 12 BIBLIOLOGIA ESBOÇO DA LIÇÃO 1. Os Livros Antigos 2. A Estrutura da Bíblia 3. A Estrutura da Bíblia (Cont.) 4. O Tema Central da Bíblia 5. Algumas Observações Úteis e Práticas OBJETIVOS DA LIÇÃO Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de: 1. Descrever a forma primitiva da Bíblia; 2. Definir a palavra testamento no contexto do estudo da Bíblia; 3. Dar a estrutura da Bíblia no que concerne ao Novo Testamento; 4. Dizer qual o tema central da Bíblia; 5. Mencionar três observações úteis e práticas no estudo das Escrituras.
  • 24. LIÇÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 13 TEXTO 1 OS LIVROS ANTIGOS Como todo livro antigo, a Bíblia, em sua composição original, também tinha a forma de rolo (Jr 36.2). Os rolos eram feitos de papiro e de pergaminho. Papiro O papiro era uma folha para escrever e/ou pintar, feita de tiras cortadas dessas hastes, umedecidas, justapostas e/ou entrecruzadas, batidas para se obter sua unificação e geralmen­ te polida após a secagem. Criado pelos egípcios, foi o princi­ pal suporte da escrita na Antiguidade, especialmente na região do Mar Mediterrâneo, onde a maior parte dos livros e registros diversos era constituída por rolos de papiro. O papiro era uma planta aquática que crescia junto aos rios, lagos e banhados do Oriente, cuja entrecasca ser­ via para escrita. Essa planta existe ainda hoje no Sudão, na Galileia Superior e no vale de Sarom. As tiras extraídas do papiro eram coladas umas às outras até formarem um rolo de qualquer extensão. Este material gráfico primitivo é mencionado muitas vezes na Bíblia, por exemplo em, Êxodo 2.3, Jó 8.11 e Isaías 18.2. Em certas versões da Bíblia o papiro é mencionado como junco; de fato, o papiro é um tipo de junco de grandes proporções. De papiro deriva-se a palavra papel Seu uso nas Escrituras remonta ao ano 3000 a.C. Pergaminho O pergaminho consistia em peles, principalmente de car­ neiro ou ovelha, submetidas a um banho de cal e depois raspadas e polidas com pedra-pomes. Feito isso, eram lava­ das, novamente raspadas e colocadas para secar em moldu­ ras de madeira, para evitar a formação de pregas ou rugas. Por fim, recebiam uma ou mais demãos de alvaiade (pig­ mento branco, constituído de carbonato de chumbo, usado em pintura de exteriores).
  • 25. 14 BIBLIOLOGIA Melhor e mais durável que o papiro, o nome pergaminho deriva da cidade de Pérgamo, onde, provavelmente no século II a.C., o processo foi desenvolvido. Seu uso é mais recente do que o do papiro; provém dos primórdios da Era Cristã, apesar de já / ser conhecido antes. E também mencionado na Bíblia, como em 2 Timóteo 4.13. O formato primitivo da Bíblia A Bíblia foi originalmente escrita em forma de rolo, sendo cada livro um rolo. Assim, vemos que, a princí­ pio, os livros sagrados não estavam reunidos uns aos outros como os temos agora em um volume único, a Bíblia. O que tornou isso possível foi a invenção do pa­ pel no século II pelos chineses, bem como a do prelo de tipos móveis em 1450 d.C., por Gutenberg, tipógrafo alemão. Até então era tudo manuscrito pelos escribas, de modo laborioso, lento e oneroso. Quanto ao aspecto da difusão da Sua Palavra, Deus tem abençoado maravilhosamente. Através dos milhões de exemplares impressos, com rapidez e facilidade em muitos pontos do globo, a distribuição e a disseminação da Bíblia, ou apenas o Novo Testamento, maior número de pessoas vem sendo alcançadas. Graças também ao progresso alcançado no campo das invenções e da tecnologia, hoje podemos transportar, com toda a comodidade, um exemplar da Bíblia, coisa im­ possível nos tempos primitivos. Ainda hoje, devido aos ritos tradicionais, os rolos sa­ grados das escrituras hebraicas continuam em uso nas sinagogas judaicas. O vocábulo Bíblia O termo Bíblia não se encontra no texto das Sagradas Escrituras. Consta apenas da capa, mas não no texto. Donde, pois, provém este vocábulo? Do grego, a língua original do Novo Testamento. A palavra Bíblia, que é uma forma plural, deriva do grego bíblos ou bíblion, que significa rolo ou livro. Bíblion, no caso nominativo plural, assume a forma bíblia, signi­ ficando livros. No latim medieval, é usado como uma palavra singular - uma coleção de livros ou “a Bíblia” (fonte: www.google.com.br). Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado biblion e vários destes formavam uma bíblia. Portanto, literalmente, a palavra bíblia quer dizer coleção de li­
  • 26. LIÇÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 15 vros pequenos. Com a invenção do papel, desapareceram os rolos e a palavra biblos deu origem a livro, como se vê em biblioteca, bibliografia, bibliófilo, etc. E consenso entre os doutos no assunto que o nome Bíblia foi primeiramente aplicado às Sagradas Escritu- ras por João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, no século IV da nossa era. Devido as Escrituras constituírem uma unidade perfeita, a palavra Bíblia, sendo uma forma plural, como acabamos de ver, passou a ser singular, significando O Livro, isto é, O Livro dos Livros, O Livro por Excelência. Como Livro Divino, a definição canônica da Bíblia é “ A Revelação de Deus à Humanidade”. Entre inúmeros outros, os nomes mais comuns que a Bíblia emprega a si mesma, isto é, nomes canônicos, são: Escrituras: “Perguntou-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos?” (Mt 21.42). Sagradas Escrituras: “o qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras.” (Rm 1.2). Livro do Senhor: “Buscai no livro do S e n h o r e lede: Nenhuma destas criaturas falhará...” (Is 34.16). A Palavra de Deus: “invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradi­ ção ...” (Mc 7.13); “... a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes...” (Hb 4.12). Os oráculos de Deus: “... aos judeus foram confiados os oráculos de Deus.” (Rm 3.2).
  • 27. 16 BIBLIOLOGIA TEXTO 2 A ESTRUTURA DA BÍBLIA Estudaremos neste Texto a estrutura ou composição da Bíblia, isto é, sua divisão em partes principais e seus livros quanto à classificação por assuntos, divisão em capí­ tulos e versículos e certas particularidades indispensáveis. Os Dois Testamentos A Bíblia divide-se em duas partes principais: o Antigo e o Novo Testamento, tendo ao todo 66 livros: 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. Estes 66 livros foram escritos num período, aproximadamente, de 16 séculos por cerca de 40 autores. Aqui está um dos milagres da Bíblia. Esses escritores pertenciam às mais variadas profissões e atividades, viveram e escreveram em países, regiões e continentes diferen­ tes, distantes uns dos outros, em épocas e condições diversas. Entretanto, seus escritos formam uma harmonia perfeita. Isto prova que Um só os dirigia no registro da revela­ ção divina. A palavra testamento provém do termo grego diatheke e significa: a) aliança ou concerto, no Antigo Testamento a palavra usada é berith, que significa concerto. b) testamento, isto é, um documento contendo a última vontade de alguém quanto à distribuição de seus bens após a morte. Esta é a palavra empregada no Novo Testamento, como, por exemplo, em Lucas 22.20. O duplo sentido do termo grego mostra duas coisas: que a morte do testador (Cristo) ratificou ou selou a Nova Aliança e, portanto, nos garante toda a herança (Hb 9.15-17). O título “ Antigo Testamento”foi primeiramente aplicado aos primeiros 39 livros da Bíblia por Tertuliano e Orígenes, que integram a era patrística da Igreja. Na primeira divisão principal da Bíblia temos o Antigo Concerto (também cha­ mado pacto, aliança), vindo pela Lei, feito no Sinai e selado com sangue de animais (Ex 24.3-8; Hb 9.19,20). Na segunda divisão principal, o Novo Testamento, temos o Novo Concerto, advindo pelo Senhor Jesus Cristo, feito no Calvário e selado com o Seu próprio sangue (Lc 22.20; Hb 9.11-15). E, pois, um concerto superior ao anterior.
  • 28. LIÇÂO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 17 O Antigo Testamento Como dissemos, o Antigo Testamento contém 39 livros e foi escrito original­ mente em hebraico, com exceção de pequenos trechos escritos em aramaico, língua que Israel contraiu no exílio babilónico. Há também algumas palavras persas. Seus 39 livros estão classificados em 4 grupos, .conforme o assunto a que pertencem: Lei, His­ tória. Poesia e Profecia. 1. Lei. São 5 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Esta seção do Antigo Testamento também é chamada de “Pentateuco”. Esses livros tratam da origem de todas as coisas, da Lei e do estabelecimento da nação israelita. 2. História. São 12 livros: de Josué a Ester. Ocupam-se da história de Israel nos seus vários períodos: a) Teocracia, sob o comando dos juizes; b) Monarquia, sob o reino de Saul, Davi e Salomão; c) Divisão do reino e cativeiro, contendo o relato dos reinos de Judá e Israel, este levado sob cativeiro para a Assíria e aquele para a Babilônia. d) Pós-Cativeiro. sob a liderança de Zorobabel, Esdras e Neemias em conjunto com os profetas, seus contemporâneos. 3. Poesia. São 5 livros: de Jó a Cantares de Salomão. São chamados “Poéticos”, não porque sejam cheios de imaginação e fantasia, mas devido ao gênero de seu conteúdo. São também chamados “Devocionais”. 4. Profecia. São 17 livros: de Isaías a Malaquias. Subdividem-se em: a) Profetas Maiores: Isaías a Daniel (5 livros); b) Profetas Menores: Oséias a Malaquias (12 livros). ' Os nomes “Maiores” e “Menores” não se referem ao mérito ou à notoriedade do profeta, mas ao tamanho dos livros e à dimensão do ministério profético. Apresentamos a seguir um quadro com todos os livros do Antigo Testamento separados por assunto, de acordo com a versão Septuaginta das Sagradas Escrituras.
  • 29. 18 BIBLIOLOGIA ANTIGO TESTAMENTO HISTÓRICOS LIVROS POÉTICOS LIVROS PROFÉTICOS - Gcnos-ã - Josué Os Profetas Maiores - Èxodo - Juizes - Salmos - Isaías - Levítico - Rute - Provérbios - Jeremias - Números -1 Samuel - Eclosiastes - Lamentações de - Deuteronômio - 2 Samuel -1 Reis - Cantares de Salomão Jeremias - Ezequiel - 2 Reis — -------------- - Daniel -1 Crônicas - 2 Crônicas - Esdras - Neemias - Ester Os Profetas Menores - Oséias - Joel - Amós - Obadias - Jonas - Miquéias - Naum - Habacuque - Sofonias - Ageu - Zacarias - Malaquias
  • 30. LIÇÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 19 TEXTO 3 A ESTRUTURA DA BÍBLIA (Cont.) A classificação dos livros do Antigo Testamento por assunto advém da versão Septuaginta, através da Vulgata, e não leva em conta a ordem cronológica dos acon­ tecimentos relatados em cada livro, o que, para o leitor menos avisado, dá lugar a não poucas confusões, procurar agrupar a narrativa cronologicamente. Estudaremos a cro­ nologia bíblica mais adiante em Lição específica. Na Bíblia hebraica (que é o nosso Antigo Testamento), a divisão dos livros é bem diferente, como veremos posterior­ mente. O Novo Testamento Composto por 27 livros, o Novo Testamento, foi escrito em grego, não o grego clássico dos eruditos, mas o do povo comum, chamado “Koiné”. Seus livros também estão classificados em 4 grupos conforme o assunto a que pertencem: Biografia, Histó­ ria, Epístolas e Profecia. 1. Biografia. São os 4 Evangelhos. Descrevem a vida do Senhor Jesus Cris­ to e Seu glorioso ministério terreno. Os três primeiros Evangelhos são chamados “Sinópticos” devido ao paralelismo das informações que há entre eles. Os Evangelhos são os livros mais importantes da Bíblia. Todos os livros que os precedem tratam da preparação para a manifestação de Jesus Cristo e os que lhes seguem são explicações da doutrina de Cristo. 2. História. É o Livro de Atos dos Apóstolos. Registra a história da Igreja primitiva, seu viver, a propagação do Evangelho; tudo através do Espírito Santo, con­ forme Jesus prometera (At 1.8). 3. Epístolas. São 21 epístolas (ou cartas), e abrangem de Romanos a Judas. Elas contêm a doutrina da Igreja e os destinatários são diversos, também conforme o assunto: a) 9 são dirigidas a igrejas (de Romanos a 2 Tessalonicenses); b) 4 são dirigidasa indivíduos (duasaTimóteo, umaaTitoe uma a Filemom); c) 1 é dirigida aos hebreus cristãos; d) 7 são dirigidas a todos, indistintamente (Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2, e 3
  • 31. 20 BIBLIOLOGIA João e Judas). Estas são também chamadas “Universais”, “Católicas” ou “Gerais”, ape­ sar de duas delas (2 e 3 João) serem dirigidas a pessoas. 4. Profecia. É o Livro de Apocalipse (ou Revelação). Trata da volta pes do Senhor Jesus Cristo à terra e das coisas que precederão esse glorioso evento. Nesse livro bíblico vemos o Senhor Jesus vindo com Seus santos para: a) destruir o poder gentílico mundial, então sob o reinado da Besta; b) livrar Israel, que estará no centro da Grande Tribulação; c) julgar as nações; d) estabelecer Seu reino milenar. Assim como o Antigo Testamento, livros do Novo Testamento não estão situa­ dos em ordem cronológica. NOf0 TESTAMENTO BIOGRAFIA ■:ç rSIStíi HISTÓRIA p a u u n I H >ÍSTOLAS íGer Ais 1 PROFECIA ■Mnlciis ■Marcos ■Lucas ■João '!-i - O Livro' de Atos - Romanos -1 Corintios - 2 Coríntios ' ' ' * v - Gálatas - Efésios - Filipenses - Colossenses -1 Tessalonicenses - 2 Tessalonicenses -1 Timóteo - 2 Timóteo - Tito - Filemom -Hebreus Tiaqi) l 1 Pedro - 2 Pedro j -1 João i - 2 João i - 3 João ! - Judas - Apocalipse
  • 32. LICÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 21 Particularidades da versão católica da Bíblia Nas bíblias de edição católico-romana, os Livros de 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis são chamados 1, 2, 3 e 4 Reis, respectivamente. Os livros de 1 e 2 Crônicas são chamados 1 e 2 Paralipômenos. Esdras e Neemias são chamados 1 e 2 Esdras. Também nas edições católicas de Matos Soares e Antonio Pereira de Figueiredo, o salmo 9 corresponde, na versão de João Ferreira de Almeida, aos Salmos 9 e 10.0 de número 10, ao de número 11. Isto assim se sucede até aos Salmos 146 e 147, que na Bíblia é o de número 147. Deste modo, os três salmos finais são idênticos em qualquer das versões acima mencionadas. Essas diferenças de numeração em nada afetam o texto em si; nem poderia ser doutra forma, sendo a Bíblia o Livro do Senhor. TEXTÕ 4 O TEMA CENTRAL DA BÍBLIA Jesus é o tema central da Bíblia. Ele mesmo o declara em Lucas 24-44 e João 5.39: ‘A seguir, Jesus lhes disse: São esias as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse nulo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Projetas e nos Salmos." “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. ” Leia também Atos 3.18; 10.43 e Apocalipse 22.16. Se olharmos com cuidado, veremos que em tipos, figuras, símbolos e profecias, Jesus ocupa o lugar central das Escrituras; isto além da Sua manifestação como está registrada em todo o Novo Testamento.
  • 33. 22 BIBLIOLOGIA Cristo - De Gênesis a Apocalipse Destacamos abaixo o tratamento dado a Jesus Cristo por cada um dos livros bíblicos, segundo seus contextos, autores e propósitos divino.s Em Gênesis, Cristo é a Semente de Mulher; Em Exodo, é o nosso Cordeiro Pascal; Em Levítico, é o nosso Sumo Sacerdote; Em Números, é a Coluna de Fogo e a Nuvem de Dia; Em Deuteronômio, é o Profeta no Meio do Povo; Em Josué, é o Capitão do Exército do Senhor; Em Juizes, é o nosso Juiz e Libertador; Em Rute, é o nosso Parente Remidor; Em 1 Samuel, é o nosso Profeta; Em 2 Samuel, é o nosso Sacerdote; Em 1 Reis, é o Rei Sábio; Em 2 Reis, é o Rei Fiel; Em 1 Crônicas, é o Grande Monarca; Em 2 Crônicas, é o Monarca que Permanece; Em Esdras, é o Grande Escriba; Em Neemias, é o nosso Restaurador; Em Ester, é o nosso Escape da Morte; Em Jó, é o nosso Redentor que Vive; Em Salmos, é o nosso Pastor; Em Provérbios, é a Sabedoria de Deus; Em Eclesiastes, é a nossa Vida Completa; Em Cantares de Salomão, é o Amado de nossa Alma; Em Isaías, é o Messias Prometido; Em Jeremias, é o Renovo da Justiça; Em Lamentações, é Aquele que Chora por Nós; Em Ezequiel, é o Renovo Principal; Em Daniel, é o Quarto Homem na Fornalha; Em Oséias, é o Marido Fiel; Em Joel, é o nosso Batizador; Em Amós, é o Divino Lavrador; Em Obadias, é o nosso Salvador; Em Jonas, é o Grande Missionário; Em Miquéias, é o Libertador Divino; Em Naum, é o Juiz das Nações; Em Habacuque, é o Deus da nossa Salvação;
  • 34. LIÇÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 23 Em Sofonias, é o Senhor Zeloso; Em Ageu, é o Desejado das Nações; Em Zacarias, é o Renovo da Justiça; Em Malaquias, é o Sol da Justiça; Em Mateus, é o Rei dos Judeus; Em Marcos, é o Servo de Deus; Em Lucas, é o Filho do Homem; Em João, é o Filho de Deus; Em Atos, é o Senhor Ressurreto; Em Romanos, é Aquele que nos Faz Mais do que Vencedores, Em 1 Coríntios, é o Senhor das nossas Vidas; Em 2 Coríntios, é o nosso Conforto; Em Gálatas, é o Libertador do Jugo da Lei; Em Efésios, é Aquele que Cumpre Tudo em Todos; Em Filipenses, é o Modelo de Humildade; Em Colossenses, é a Plenitude de Deus; Em 1 Tessalonicenses, é Aquele que Virá Arrebatar a Igreja; Em 2 Tessalonicenses, é Aquele que Virá para Julgar os ímpios; Em 1 Timóteo, é o Único Mediador Entre Deus e os Homens; Em 2 Timóteo, é o nosso Modelo; Em Tito, é o nosso Exemplo; Em Filemom, é o nosso Senhor e Mestre; Em Hebreus, é o nosso Intercessor Junto ao Pai; Em Tiago, é o nosso Modelo Singular; Em 1 Pedro, é a Pedra Angular da nossa Fé; Em 2 Pedro, é a nossa Força; Em 1 João, é o nosso Advogado Junto ao Pai; Em 2 João, é a Verdade; Em 3 João, é o Caminho; Em Judas, é o nosso Protetor; Em Apocalipse, Jesus Cristo é o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Aleluia! Considerando o Senhor Jesus Cristo como o centro da Bíblia, o Dr. C. I. Scofield resume os 66 livros em 4 palavras a Ele referentes, da seguinte forma: 1. Preparação: Todo o Antigo Testamento, ao tratar da preparação para o advento de Jesus Cristo. 2. Manifestação: Os Evangelhos, ao tratar da encarnação, manifestação e vida de Jesus Cristo.
  • 35. 24 BIBLIOLOGIA 3. Explanação: São as Epístolas, que fornecem o esclarecimento sobre a doutrina de Cristo. 4. Consumação: O Livro de Apocalipse, ao tratar da consumação de todas as coisas preditas, através de Cristo. Portanto, as Escrituras sem Jesus seriam como a Física sem a matéria ou a Mate- mática sem os números. Alguns fatos e particularidades da Bíblia A Bíblia, originalmente, não era dividida em livros, capítulos e versículos. A divisão em capítulos foi feita em 1250 d.C. pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras. A divisão em versículos se deu em duas etapas: o Antigo Testamento em 1445 pelo rabi Nathan e o Novo Testamento em 1551 por Robert Stevens, um impressor de Paris. Stevens publicou a primeira Bíblia dividida em capítulos e versículos em 1555, sendo esta a Vulgata Latina. Quanto às imperfeições destas divisões, trataremos nou­ tro texto. O Antigo Testamento tem 929 capítulos e 23.214 versículos, enquanto que o Novo Testamento tem 260 capítulos e 7.959 versículos. Assim, a Bíblia toda possui 1.189 capítulos e 31.173 versículos. A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo após a invenção do prelo; isso deu-se em 1452 em Mainz, Alemanha. Embora o quadro a seguir contenha dados de 2005, até a data da publicação desta edição não constam consideráveis alterações nestes números. Até o ano 2005, a Bíblia toda e partes achavam-se traduzidas em 2.377 das mais de 6.500 línguas existentes no mundo (vejamos quadro a seguir). Deste modo, as palavras de Jesus, em Marcos 16.15, podem ter seu fiel cumprimento: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.
  • 36. LIÇÂO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 25 CONTINENTE OU REGIÃO PORÇÕES SÓ TESTAMENTOS BÍBLIA TODA TOTAL África 223 158 673 Asia 223 236 13U 589 Austrália, Nova Zelândia e 155 224 38 417 Ilhas do Pacífico Europa 112 35 61 208 América do Norte 41 28 07 76 Ilhas do Caribe, México, •. ' América Central e América do 120 264 27 411 Sul Línguas Construídas 02 0 I 01 03 1 Totais 876 1.079 422 2.377 Fonte: Scripture Language Report das Sociedades Bíblicas Unidas. http://www.biblesocietv.org/latestnews/latest301-slr2004stats.html TEXTO 5 OBSERVAÇÕES ÚTEIS E PRÁTICAS Este Texto visa a ajudar-nos no manuseio e estudo da Bíblia. Portanto, tenha­ mos sempre em mente o fato de que melhor proveito terá do estudo das Escrituras quem melhor souber manuseá-la. Os pontos abordados a seguir ajudar-nos-ão a ter o aproveitamento que tanto desejamos no estudo das Escrituras, uma vez observados atentamente. 1. Apontamentos individuais. Habitue-se a tomar notas de suas med ções na Palavra de Deus. A memória falha. Distribua seus apontamentos por assuntos previamente escolhidos e destacados uns dos outros. Use um caderno de anotações, pois, se não houver organização nos seus apontamentos, eles não lhe serão úteis.
  • 37. 26 BIBLIOLOGIA 2. Referências Bíblicas. O sistema mais simples e rápido para escrever refe- rências bíblicas é o adotado pela Sociedade Bíblica do Brasil: duas letras, sem ponto, para cada livro da Bíblia (ver p. VIII). Entre o capítulo e o versículo põe-se apenas um ponto. No índice das bíblias editadas pela Sociedade Bíblica do Brasil, há uma lista dos livros abreviados, como vemos, a seguir, alguns exemplos de referências por esse sistema. a) 1 João 2.4 (Primeira Epístola de João, capítulo dois, versículo quatro); b) Jó 3.7,8 (Livro de Jó, capítulo três, versículos sete e oito); c) 1 Crônicas 6-10 (Primeiro Livro das Crônicas, capítulos seis a dez); d) 1 Pedro 5.2-9 (Primeira Epístola de Pedro, capítulo cinco, versículos 2 a 9); e) Filipenses 1.23 (Epístola de Paulo aos Filipenses, capítulo um, versículo vinte e três); f) Filemom v. 14 (Epístola de Paulo a Filemom, versículo quatorze); g) Apocalipse 9 (Apocalipse de João, capítulo nove). 3. Texto, contexto, referência e inferência. A diferença entre os quatro aspectos bíblicos acima assinalados é fundamental para a compreensão do estudo das Escrituras: a) Texto. Conjunto de palavras contidas numa passagem; b) Contexto. É a parte anterior e posterior do texto em relevo. O con­ texto pode ser geral, imediato ou remoto. Pode ser um versículo, um capítulo ou um livro inteiro. c) Referência. E a conexão direta sobre determinado assunto. Além de indicar o livro, capítulo e versículo, a referência pode levar a outras indicações como: “a” - indica a parte inicial do versículo; exemplo: Rm 11.17a; “b” - indica a parte final do versículo; exemplo: Rm 11.16b; “ss”- indica os versículos que se seguem até o fim ou não do capítu­ lo; exemplo: Rm 11.17ss; “qv” - significa que veja; recomendações para não se deixar de ler o texto indicado; provém da expressão latina quod vide = que veja;
  • 38. LIÇÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 27 “cf”- significa compare, confirme, confronte; provém dolatimconfere; “i.e.” - significa isto é; provém do latim id est. As referências também podem ser verbais e reais. A primeira é um paralelismo de palavras; a segunda, de assuntos ou ideias. d) Inferência. É uma conexão indireta entre assuntos. É uma ilação ou dedução. 4. Siglas das diferentes versões em vernáculo. O uso dessas siglas poupa tempo e trabalho. - ARC = Almeida Revista e Corrigida. É a Bíblia de Almeida antiga, impressa inicialmente pela Imprensa Bíblica Brasileira; - ARA = Almeida Revista e Atualizada. É a Bíblia de Almeida, revisa­ da e publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil, completa, a partir de 1958; - FIG = Antonio Pereira de Figueiredo. Atualmente é impressa pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, Londres; - SOARES = Matos Soares. Versão popular dos católicos brasileiros; - RHODEN = Hubert Rhoden. Versão particular desse ex-padre brasileiro; - CBSP = Centro Bíblico de São Paulo. Edição católica popular da Bíblia; -TR A D . BRAS. = Tradução Brasileira. 1917; 5. O tempo antes e depois de Cristo. A ordem cronológica dos fatos ocor­ ridos antes e depois de Cristo é feito da seguinte maneira: - a.C. = Antes de Cristo, isto é, antes do nascimento de Cristo. - d.C. = Depois de Cristo, isto é, o tempo depois do nascimento de Cristo. Também aparece em algumas obras como “a.D.”, proveniente da expressão latina Anno Domini, isto é, ano do Senhor, em alusão ao nascimento de Cristo. 6. Manuseio do volume sagrado. Obtenha completo domínio do manuseio da Bíblia, a fim de encontrar com rapidez qualquer referência bíblica. Jesus fazia assim. Em Lucas 4-17 diz que Ele achou o lugar onde estava escrito:”. Ora, naquele tempo, isso era muito mais difícil do que hoje com o avanço da indústria gráfica e dos recursos tecnológicos.
  • 39. 28 BIBLIOLOGIA QUESTIONÁRIO DA LIÇAO I. Associe a Coluna “A” de acordo com a Coluna “B ”. Coluna “A” j) 2.01 Material que consistia em peles, principal- mente de carneiro ou ovelha, sobre o qual era feito o registro bíblico. j[^2.02 Definição canônica da Bíblia, como livro divino. 2.03 Provém do termo grego diatheke e signifi­ ca aliança ou concerto. Ç 2.04 Escrito por Moisés, é composto pelos cinco primeiros livros da Bíblia. Coluna “B ” A. Apalavra testamento. B. “ A Revelação de Deus à Humanidade”. C. Pentateuco. D. Pergaminho. II. Marque “C” para certo e “E” para errado. "fc 2.05 No Antigo Testamento, a classificação dos livros por assuntos provém da Vul- gata e leva em conta a ordem cronológica dos fatos relatados em cada livro. Q 2.06 O Novo Testamento foi escrito em grego, mas não no grego clássico dos eru­ ditos e sim no do povo comum, chamado “Koiné”. Ç jLSòl De acordo com a classificação do Dr. Scofield, os Evangelhos tratam da encar­ nação, manifestação e vida de Jesus Cristo. ^ 2.08 Desde a sua origem, os livros da Bíblia já eram divididos em capítulos e ver­ sículos. 2.09 Enquanto a referência é a conexão direta sobre determinado assunto, a in­ ferência é uma conexão indireta entre os assuntos. 2.10 A indicação de tempo antes e depois de Cristo é indicado pelas letras a.C. e d.C.
  • 40. A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS N ota-se na Bíblia duas coisas: O Livro e a Mensagem. Na Lição anterior, estu­ damos a Bíblia como Livro: agora a estudaremos como Palavra ou Mensagem de Deus. O estudo da Bíblia tem por finalidade precípua o conhecimento de Deus. Isso é visto desde o seu primeiro versículo, no qual vemos que tudo tem o seu centro em Deus. Portanto, a causa motivante de ensinar a Bíblia aos outros deve ser a de levá-los a conhecer a Deus. Se chegarmos a conhecer o Livro e falharmos em conhecer a Deus, erramos no nosso propósito, e também o propósito de Deus por meio do seu Livro seria baldado. Que as Escrituras são de origem divina é assunto resolvido. Deus, na Sua Pala­ vra é testemunha concernente a Si mesmo. Quem tem o Espírito de Deus deposita toda confiança nela como a Palavra de Deus, sem exigir provas, nem argumentar. Portanto, sob o ponto de vista legal, a Bíblia não está sujeita a provas e argumentos. Ao longo desta Lição, apresentaremos algumas comprovações da Bíblia como a Palavra de Deus, não para crermos que ela é divina, mas porque cremos que ela é divina. E satisfação para nós, crentes na Bíblia, podermos apresentar evidências exter­ nas daquilo que cremos internamente - no coração. ESBOÇO DA LIÇÃO 1. A Inspiração Divina da Bíblia 2. A Inspiração Divina da Bíblia (Cont.) 3. Harmonia e Unidade da Bíblia 4. Provas da Inspiração Divina da Bíblia 5. Provas da Inspiração Divina da Bíblia (Cont.) 6. Provas da Inspiração Divina da Bíblia (Cont.)
  • 41. 3 0 BIBLIOLOGIA OBJETIVOS DA LIÇÃO Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de: 1. Explicar o que se entende por inspiração divina quanto à autoria da Bíblia; 2. Identificar a teoria correta sobre a inspiração da Bíblia; 3. Discorrer sobre a harmonia e a unidade da Bíblia; 4. Destacar provas da inspiração divina da Bíblia; 5. Mencionar a influência exercida pela Bíblia sobre as pessoas e as nações; 6. Reconhecer os aspectos que tornam a Bíblia sempre atual, familiar, supe­ rior e imparcial em comparação a qualquer outro livro.
  • 42. LICÁO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 31 TEXTO 1 A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA O que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração divina (Jó 32.8; 2 Tm 3.16; 2Pe 1.21). E devido à inspiração divina que ela é chamada “ A Palavra de Deus” (ver 2 Timóteo 3.16, se possível, no original). O que é inspiração divina? Que vem a ser inspiração divina? E a influência sobrenatural do Espírito Santo, como um sopro, sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e a transmitir a mensagem divina, sem mis­ tura ou erro. A própria Bíblia reivindica a si a inspiração de Deus, pois a expressão “ Assim diz o Sen h o r ”, qual carimbo de autenticidade divina, ocorre mais de 2.600 vezes nos seus 66 livros, além doutras ex- pressões equivalentes. Foi o Espírito de Deus quem falou através dos escritores da Bíblia (ver Ezequiel 11.5; 2 Crônicas 20.14,15 e 24.20). Teorias falsas da inspiração da Bíblia Quanto à inspiração da Bíblia há várias teorias falsas, as quais não devemos ignorar. Dentre elas se destacam as seguintes: 1. A Teoria da Inspiração Natural Humana. Essa teoria ensina que a Bíblia foi escrita por homens dotados de gênio e força intelectual especiais, como Camões, Rui Barbosa e inúmeros outros. Isto nega o sobrenatural. E um erro fatal, de consequências imprevisíveis para a fé. Os escritores da Bíblia reivindicam que era Deus quem falava através deles (exemplos: 2 Samuel 23.2 com Atos 1.16; Jeremias 1.9 com Esdras 1.1; Ezequiel 3.16,17; Atos 28.25). 2. A Teoria da Inspiração Divina Comum. Ensina que a inspiração dos escritores da Bíblia é a mesma que hoje nos sobrevêm quando oramos, pregamos,
  • 43. 32 BIBLIOLOGIA cantamos, ensinamos e andamos em comunhão com Deus. Isto é um equívoco, por­ que a inspiração comum que o Espírito nos concede: a) admite gradação, isto é, o Espírito Santo pode conceder maior co­ nhecimento e percepção espiritual ao crente, à medida que este ora, consagra-se e santifica-se e, ao passo que a inspiração dos escritores da Bíblia não admite graus. O escritor era ou não era inspirado; b) a inspiração comum pode ser permanente (ljo 2.27), enquanto que a dos escritores da Bíblia era temporária. Centenas de vezes encontramos esta expres­ são dos profetas: “E veio a mim a palavra do Senhor”, indicando o momento em que Deus os tomava para transmitir Sua mensagem. 3. A Teoria da Inspiração Parcial. Ensina que partes da Bíblia são inspira­ das, outras não. Ensina que a Bíblia não é a Palavra de Deus; apenas contém a Palavra de Deus. Se essa teoria fosse verdadeira, estaríamos em grande confusão, porque quem poderia dizer quais partes são inspiradas ou não? A própria Bíblia refuta isso em 2 Timóteo 3.16: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útilpara o ensino, para repreensão, para a correção, para a educação na justiça”. Também em Marcos 7.13 o Senhor Jesus aplicou o termo “a palavra de Deus” a todo o Antigo Testamento. Quanto ao Novo Testamento, Apocalipse 22.18,19 utiliza a expressão “livro desta profecia”. 4. A Teoria do Ditado Verbal. Ensina a inspiração da Bíblia só quanto às palavras, não deixando lugar para a atividade e o estilo do escritor, o que é patente em cada livro. Lucas, por exemplo, fez cuidadosa investigação de fatos conhecidos (Lc 1.3,4). Esta falsa teoria faz dos escritores verdadeiras máquinas, escrevendo sem qual­ quer noção de mente e raciocínio. Deus não falou pelos escritores como quem fala através dum alto-falante, mas usou as faculdades mentais de cada um. 5. A Teoria da Inspiração das Ideias. Ensina que Deus inspirou as ideias da Bíblia, mas não as suas palavras; estas ficaram a cargo dos escritores. Ora, o que é a palavra na definição mais sumária? Não é a expressão do pensamento? Tentemos agora mesmo elaborar uma ideia sem palavras... impossível! Uma ideia ou pensamento ins­ pirado só pode ser expresso por palavras inspiradas. Ninguém há que possa separar a palavra da ideia. A inspiração da Bíblia não foi somente “pensada”, mas também “fa­ lada” (veja a palavra “falar”em 2 Pedro 1.21; Hebreus 1.1; 1 Gdxgssesães 2.13). Isto é, as palavras foram também inspiradas (Ap 22.19). J^/ /gyv?ci jâ n i £0
  • 44. LIÇÁO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 33 TEXTO 2 A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA (Cont.) A teoria correta sobre a inspiração da Bíblia A teoria correta da inspiração da Bíblia é chamada Teoria da Inspiração Plenária ou Verbal, que ensina que todas as partes da Bíblia foram igualmente inspiradas; que os escritores não funcionaram quais máquinas inconscientes; que houve cooperação vital e contínua entre eles e o Espírito de Deus, que os capacitava. Essa teoria afirma que homens santos escreveram a Bíblia com palavras de seu vocabulário, porém sob uma influência tão poderosa do Espírito Santo, que o que escreveram foi a Palavra de Deus. Explicar como Deus agiu no homem, isso é difícil! Se no ser humano, o entrosamento do espírito com o corpo é um mistério inexplicável para os mais sábios, imagine-se o entrosamento do Espírito de Deus com o espírito do homem! O que sabemos é que, quando aceitamos a Jesus como Salvador, isso ocorre através da acei­ tação da Sua Palavra. A Inspiração Plenária cessou ao ser escrito o último livro do Novo Testamento. Depois disso, nem os mesmos escritores, nem qualquer outro servo de Deus pode ser chamado inspirado no mesmo sentido, com a mesma finalidade. Diferença entre “Revelação” e “Inspiração” divinas Revelação é a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer ao escritor coisas desconheci- das e que o homem por si só não podia jamais saber. Exemplos disso encontram-se em Daniel 12.8 e 1 Pedro 1.10-12. Quanto à inspiração, já vimos a sua definição no Texto anterior. A inspiração nem sempre implica em revelação. Toda a Bíblia foi inspirada por Deus, mas nem toda ela foi dada por revelação. Lucas, por exemplo, foi inspirado a examinar trabalhos já conhecidos ao escrever o Evangelho que traz o seu nome (Lc 1.1-4). O mesmo ocor­ reu com Moisés, que foi inspirado a registrar o que presenciara, como relata o Pentateuco. Exemplos de partes da Bíblia que foram concedidas aos seus escritores por meio de revelação incluem:
  • 45. 34 I BIBLIOLOGIA a) Os primeiros capítulos de Gênesis. Como escreveria Moisés sobre um assunto anterior a si? Se não foi revelação, ele deve ter lançado mão de escritos exis­ tentes. Há uma antiga tradição hebraica que declara isto; b) José ao interpretar os sonhos de Faraó (Gn 40.8; 41.15,16,38,39); c) Daniel declarando ao rei Nabucodonosor o sonho que este havia esque­ cido e, em seguida, interpretando-o (Dn 2.2-7,19,28-30); d) Os escritos do apóstolo Paulo. Ora, Paulo não andou com o Senhor Jesus, pois nEle creu por volta do ano 35 d.C. Porém, em suas epístolas, ele nos conduz às profundezas do ensino doutrinário sobre a Igreja, inclusive no que tange à escatologia. Assuntos de primeira grandeza sobre a regeneração, justificação, paracletologia, res­ surreição e glorificação são por ele abordados. Como teve o apóstolo conhecimento de tudo isso? Ele mesmo no-lo diz em Gálatas 1.11,12 e Efésios 3.3-7: por revelação! Em seus escritos há passagens onde esta revela­ ção é bem patente, como em 1 Coríntios 11.23-26: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei Por sua vez, o capítulo 15 de 1 Coríntios, também por ele escrito, é a passagem mais profunda e mais completa da Bíblia a respeito da ressurrei­ ção de Cristo. Diferença entre declaração da Bíblia e registro de declaração A Bíblia não mente, mas registra mentiras que outros proferiram. Nesse caso, não é a mentira do registro bíblico que foi inspirada, e sim o registro da mentira. Ela registra que o insensato diz no seu coração “Não há Deus” (SI 14.1). Esta declaração, “Não há Deus”, não foi inspirada, e sim seu registro pelo escritor. Outro exemplo marcante é o do caso da morte do rei Saul. Este morreu lançan­ do-se sobre sua própria espada (ISm 31.4); no entanto, o amalequita que trouxe a notícia de sua morte mentiu, dizendo que fora ele quem matara Saul (2Sm 1.6-10). Ora, o que se deu aí foi apenas o registro da declaração do amalequita, o que não significa que a Bíblia minta. Há muitos desses casos que os inimigos da Bíblia regis­ tram, inclusive de Satanás. Suas declarações não foram inspiradas por Deus, mas sim o registro delas. Sansão mentiu mais de uma vez a Dalila; a Bíblia não é mentirosa por isso, apenas registra o fato (Jz 16). Durante a leitura bíblica é preciso verificar quem, para quem, para que tempo e / em que sentido está falando. E preciso conferir a fonte e suas intenções, antes de absorver a informação.
  • 46. LIÇÃO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 35 TEXTO 3 HARMONIA E UNIDADE DA BÍBLIA A existência da Bíblia até os nossos dias só pode ser explicada como um milagre. Há, nela, 66 livros, escritos por cerca de 40 escritores, cobrindo um período, aproxi- madamente, de 16 séculos. Esses homens, na maior parte dos casos, não se conhece­ ram. Viveram em lugares distantes, em três continentes, escrevendo em duas línguas principais. Devido a essas distâncias, em muitos casos, os autores nada sabiam sobre o que já havia sido escrito. Muitas vezes um escritor iniciava um assunto e, séculos depois, um outro completava-o com tanta riqueza de detalhes, que somente um livro advindo de Deus poderia ser assim. Uma obra humana em tais circunstâncias seria uma babel indecifrável! Alguns pormenores dessa harmonia A Bíblia é inspirada por Deus e, portanto, dotada de autoridade, no que diz respeito aos escritores, às condições, às circunstâncias e à razão da harmonia e da uni­ dade dos seus escritos. A ação do Espírito Santo de Deus em tudo isso é incontestável. Confiramos a seguir. a) Os escritores. Foram ho­ mens de todas as atividades da vida hu­ mana; daí a diversidade de estilos encon­ trada na Bíblia. Moisés foi príncipe e legis­ lador, além de grande general. Josué foi um grande comandante. Davi e Salomão, reis e poetas. Daniel, ministro de estado. Pedro, Tiago e João, pescadores. Zacarias e Jeremias, sacerdotes e profetas. Amós era homem do campo; cuidava de gado. Mateus, funcionário público. Paulo, teólogo e erudito. E assim por diante. Apesar de toda essa diversidade, quando examinamos os escritos desses homens, sob tantos estilos diferentes, verificamos que os mesmos se completam, ainda que tratando de um só assunto! O produto de suas penas não são muitos livros, mas um só livro, poderoso e coerente.
  • 47. 36 BIBLIOLOGIA b) As condições- Também não houve uniformidade de condições na com­ posição dos livros da Bíblia. Moisés escreveu o Pentateuco nas solitárias paragens do deserto. Jeremias, nas trevas e sujidade duma masmorra. Davi, nas verdes colinas dos campos. Paulo escreveu parte de suas epístolas nas prisões. João, no exílio, na ilha de Patmos. Apesar de tantas e diferentes condições, a mensagem da Bíblia é uniforme. O pensamento de Deus flui de maneira uniforme e progressiva através dela, como um rio que, brotando de sua nascente, vai avolumando suas águas até tornar-se caudaloso. A mensagem da Bíblia tem essa continuidade maravilhosa! c) Circunstâncias. As circunstâncias em que os 66 livros da Bíblia foram escritos também foram as mais diversas. Davi, por exemplo, escreveu parte de seus trabalhos no calor das batalhas; Salomão, na calma da paz. Há profetas que escreve­ ram em meio a profundas tristezas, ao passo que Josué escreveu durante a alegria da vitória. Apesar da pluralidade de circunstâncias, a Bíblia apresenta um só sistema de doutrinas, uma só mensagem de amor, um só meio de salvação. De Gênesis a Apocalipse, há uma só revelação, um só pensamento, um só propósito. d) A razão da harmonia e unidade. Se a Bíblia fosse um livro puramente humano, sua composição seria inexplicável. Suponhamos que 40 dos melhores escri­ tores atuais do mundo, providos de todos os meios necessários, fossem isolados uns dos outros, em situações diferentes, cada um com a missão de escrever uma obra sua. Se no final reuníssemos todas as obras, jamais teríamos um conjunto uniforme. Seria uma grande miscelânea! Pois bem, imaginemos isto acontecendo nos tempos antigos em que a Bíblia foi escrita! A confusão seria muito maior! Não havia meios de comu­ nicação, mas dificuldades de toda sorte. O que seria da Bíblia se não fosse a mão de Deus? Se alguma falha for encontrada na Bíblia, será sempre do lado humano, como: tradução mal feita, grafia inexata, interpretação forçada, má compreensão de quem estuda, falsa aplicação do sentido do texto, etc. Portanto, quando encontrarmos na Bíblia um trecho discrepante, não pensemos logo que é erro. Saibamos refletir como Agostinho, um dos “Pais da Igreja”, que disse: “Num caso desse, deve haver erro do copista, tradução mal feita do original, ou então - sou eu mesmo que não consigo entender...”. Suponhamos que na cidade onde moramos um edifício viesse a ser construído com pedras a serem preparadas em várias partes do Brasil. Ao serem colocadas, encai­ xavam-se perfeitamente na construção, satisfazendo todos os detalhes e requisitos da planta. Que diria o aluno se tal de fato acontecesse? Que apenas um arquiteto dirigira os operários nas diversas pedreiras, dando minuciosas instruções a cada um. E o caso
  • 48. da Bíblia - O Templo da Verdade de Deus. As “pedras”foram preparadas em tempos e lugares os mais remotos, mas, ao serem justapostas, combinaram-se perfeitamente porque, atrás de cada elemento humano, estava em operação a mente infinita de Deus. LIÇÁO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS__________________________________ 37 TEXTO 4 PROVAS DA INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA Ainda que aceitemos a harmonia e a unidade da Bíblia como uma das mais contundentes provas ter sido divinamente inspirada, achamos necessário darmos ou­ tras provas dessa natureza, o que faremos no decorrer deste e dos doisTextos seguintes. A aprovação da Bíblia por Jesus Inúmeras pessoas sabem quem é Jesus; creem que Ele fez milagres; creem em Sua ressurreição e ascensão, mas não creem na Bíblia! Tais pessoas precisam saber a posi­ ção de Jesus quanto à Bíblia. Devem saber que Ele: a) leu-a (Lc 4.16-20); b) ensinou-a (Lc 24.27); c) chamou-a “a palavra de Deus” (Mc 7.13); d) cumpriu-a (Lc 24.44). A última referência (Lc 24.44) é maravilhosa porque é onde Jesus apresenta Sua aprovação em todas as Escrituras do Antigo Testamento, pois “Lei, Salmos e Profetas” eram as três divisões da Bíblia nos dias em que o Novo Testamento ainda estava sendo formado. Jesus também afirmou que as Escrituras são a verdade (Jo 17.17). Ele viveu e procedeu de acordo com elas (Lc 18.31). Declarou que o escritor Davi falou pelo Espírito Santo (Mc 12.35,36). No deserto, sendo tentado pelo inimigo, Jesus derro­ tou-o com a Palavra de Deus (Mt 4.7,10 referindo-se a Dt 6.13,16).
  • 49. 3 8 BIBLIOLOGIA Quanto ao Novo Testamento, em João 14.26, o Senhor antecipadamente o se- lou com sua aprovação divina, ao declarar: “O Espírito Santo... vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.”. Assim sendo, o que os apóstolos ensinaram e escreveram não foi a recordação advinda de si mesmos, mas do Espírito Santo. Também no Evangelho de João, capítulo 16 versículos 13 e 14, Jesus disse ainda que o Espírito Santo os guiaria a “toda a verdade”. Portanto, no Novo Testamen­ to temos a essência da revelação divina. O testemunho do Espírito Santo na vida do crente Toda pessoa que aceita Jesus como Salvador, o Espírito Santo põe em sua alma a certeza quanto à autoria da Bíblia. Não é preciso ninguém ensinar isso. Quem de fato aceita Jesus, aceita também a Bíblia como a Palavra de Deus. Em João 7.17, o Senhor Jesus mostra como podemos ter em nós o testemunho do Espírito Santo quanto à autoria divina da Bíblia: “Se alguém quiser fazer a vontade dele...”. Assim como o Espírito Santo testifica no crente que este é filho de Deus (Rm 8.16), testifica também que a Bíblia é a mensagem de Deus para este mesmo filho. O cumprimento fiel das profecias da Bíblia O Antigo Testamento é um livro de profecias (Mt 11.13). O Novo Testamento em grande parte também o é. Referimo-nos aqui, evidentemente, às profecias no sen­ tido preditivo; divididas em duas classes conforme se acha no Antigo Testamento: as literais e as expressas por tipos e símbolos, como há inúmeras no Tabernáculo (Hb 10.1). Inúmeras profecias da Bíblia se cumpriram no passado em sentido parcial ou total; inúmeras outras se cumprem em nossos dias; e muitas outras cumprir-se-ão daqui para frente. As profecias sobre o Messias, por exemplo, proferidas séculos antes de Seu nascimento, cumpriram-se literalmente com toda precisão quanto ao tempo, local e outros detalhes por exemplo: Gênesis 49.10; Isaías 7.14; 53; Daniel 9.24-26; Miquéias 5.2; Zacarias 9.9; Salmos 22. Outro ponto saliente nas profecias é o caso da nação israelita. A Bíblia prediz sua dispersão, restauração e progresso material e espiritual. Leiamos: Levítico 26.14,32,33; Deuteronômio 4.25-27; 28.15,64; Jeremias 23.3; 30.3; Ezequiel 11.17; 36; 37; Isaías 60.9; 61.6). Os últimos quatro impérios mundiais - Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma; são admiravelmente descritos séculos antes de surgirem no horizonte do cenário mundial
  • 50. _:CÀO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 39 Dn capítulos 2-7). O cumprimento contínuo das profecias da Bíblia é uma prova de sua origem divina. O que Deus disse sucederá (Jr 1.12). Graças a Deus por tão sublime e glorioso livro! TEXTO 5 PROVAS DA INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA (Cont.) A influência da Bíblia nas pessoas e nas nações O mundo hoje é melhor devido à influência da Bíblia. Mesmo os próprios inimi­ gos da Bíblia admitem que nenhum livro em toda a história da humanidade teve influ­ ência tão benéfica; eles reconhecem o seu efeito sadio na civilização. Nenhum outro livro tem poder de influenciar e transformar beneficamente não apenas os indivíduos, mas nações inteiras, conduzindo-os a Deus. Disse o Dr. F. B. Meyer, famoso comentador devocional da Bíblia: “O melhor argumento em favor da Bíblia é o caráter que ela forma”. Vejamos um pouco da condição moral de alguns povos sem a Bíblia: 1. Os gregos. Dentre os povos antigos, os gregos foram os mais cult doutos nas letras. Seus filósofos e literatos foram os mais célebres e influentes de todos os tempos. No entanto, a grandiosa cultura grega e seus livros sem conta nunca deti­ veram a onda de licenciosidade, impureza e idolatria que sempre prevaleceu no mun­ do grego. Em Corinto, por exemplo, havia um templo a Vênus com mil mulheres devotas que levavam ao tesouro os lucros obtidos por meio de sua impureza. Sócrates fazia da moral o assunto único da sua filosofia e ainda assim recomendava a adivinha­ ção. Ele próprio era entregue à fornicação. Platão, o grande discípulo de Sócrates, ensinava que mentir era coisa honrosa. A sabedoria deles e seus milhares de livros não os conduziram à salvação, tampouco os seguidores de suas filosofias. Estes dois, Platão e Sócrates, eram homossexuais ativos, como relata o historiador romano Suetônio.
  • 51. 40 BIBLIOLOGIA 2. Os romanos. Foram os mais famosos como legisladores, guerreiro dores e poetas. No entanto, quanto ao padrão dos costumes e da moral, foi dos mais promíscuos em Roma, como bem registra a História. Mesmo entre as famílias abastadas e regularmente constituídas, as descobertas arqueológicas, gravuras e descrições revelam fatos que o recato proíbe de relatar e enumerar. Cícero, o maior orador romano, defen­ de a fornicação e recomenda a prática do suicídio. Catão, o Censor, tido como o mais perfeito modelo de virtude, foi réu da prostituição e da embriaguez; advogou e mais tarde praticou o suicídio. De acordo com registros do historiador romano Suetônio, Julio César ti­ nha encontros “amorosos” com o rei Nicomedes, da Bitínia. O imperador Calígula (37-41 d.C.) viveu amasiado com sua própria irmã Drusilla. Nero viveu maritalmente com sua própria mãe Agripina; viveu depois amasiado com dois eunucos: o primeiro chamado Sporus, e o segundo chamado Doríphorus. Segundo o historiador Juvenal, Messalina, a imperatriz, esposa de Cláudio, imperador de 41-54 d.C., foi extremamen­ te depravada. Se era assim entre os membros da classe alta, como não teria sido nas classes baixas? A Bíblia nos faz diferentes Somente a Bíblia faz-nos diferentes desses povos. Sem ela, nos tornar-nos-íamos semelhantes a eles. O nosso mundo orgulha-se hoje de ter atingido os píncaros do saber e de ter produzido os mais importantes e melhores livros, entretanto a onda de pecado e mal avassala a humanidade como um rolo compressor. Comparemos tudo isso com o caráter, a formação e a personalidade ideal verdadeiros seguidores da Bí­ blia. Quanto à educação, não há filosofia educacional segura se não for alicerçada sobre os ensinos fundamentais da Bíblia. A educação atual reconhece que a formação do caráter é a suprema finalidade do seu trabalho, mas isto não vai muito longe, a menos que se reconheça que a única base do verdadeiro caráter é a Bíblia. Fé na Bíblia é a maior força de qualquer jovem na prossecução da vida e da carreira educacional. A juventude precisa saber disso. A tragédia é que professores aos milhares em todo o mundo, saturados e narcotizados por falsa dialética e filosofias vis, desencaminham os jovens desde a mais tenra idade. Saiba-se, portanto que a Bíblia é o livro mais maravilhoso do mundo. Seus ensinos, tão simples e ao mesmo tempo tão profundos, servirem de guia para uma vida feliz e bem sucedida, sendo sempre a base segura e única para encontrarmos o Criador na eternidade.
  • 52. LIÇÁO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 41 TEXTO 6 PROVAS DA INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA (Cont.) A Bíblia é sempre nova e inesgotável / O tempo não afeta a Bíblia. E o livro mais antigo do mundo e, ao mesmo tempo o mais atual. Em mais de 20 séculos o homem não pôde melhorá-lo. Se a Bíblia fosse de origem humana, é claro que em 20 séculos ela há muito estaria desatualizada. Uma vez que o homem moderno se jacta de tanto saber, seria de se esperar que já tivesse produzido uma Bíblia melhor! Para o salvo, isto é uma evidência da Bíblia como a Palavra imutável de Deus! Na sua utilidade, a Bíblia nunca torna-se um livro antigo, apesar de repleto de antiguidades. Ela é tão atual como o dia de amanhã. Sua mensagem milenar tanto satisfaz a criança, como o encanecido idoso. A Bíblia pode ser lida várias vezes, sem se poder sondar suas profundezas e sem que o leitor perca o interesse. Acontece isso com os demais livros? Quem já se cansou de ler João 3.16; salmo 23; Romanos 12 e 1 Coríntios 12? Ocorre que cada vez que lemos tais passagens (sem falar das demais) descobrimos coisas que nunca tínhamos visto antes. Depois de mais de 2.000 anos de escrito o último livro da Bíblia, a impressão que se tem é que a tinta do original ainda está secando. A Bíblia é familiar a cada povo ou indivíduo, em qualquer lugar Através do mundo inteiro, todo crente, ao ler a Bíblia, recebe sua mensagem como se esta fora escrita diretamente para si. Nenhum crente tem a Bíblia como livro alheio, estrangeiro, como acontece com os demais livros traduzidos. Todas as raças consideram a Bíblia como possessão sua. Nós a recebemos como “nossa”. Isso aconte­ ce em qualquer país aonde ela chega. Isto prova que ela procede de Deus - o Pai de todos! Qual pessoa que, ao ler o salmo 23, acha que tenha sido escrito para os judeus? Quanto a nós, por exemplo, que vivemos no Brasil, a impressão que temos é que ele foi escrito diretamente para nós. A mesma coisa dirão os irmãos dos demais países. A mensagem da Bíblia é a mesma em todas as línguas. Nisto vemos que a Bíblia é dife­ rente de todos os demais livros do mundo. Se fosse produto humano, não se ajustaria
  • 53. 4 2 BIBLIOLOGIA às línguas de todas as nações. Nenhum outro livro pode igualar-se à Bíblia nesse par- ticular. E mais uma prova da sua origem divina. A superioridade da Bíblia em relação aos demais livros quanto à composição É muito interessante compararmos alguns pontos dos ensinos da Bíblia com os de Zoroastro, Buda, Confúcio, Sócrates, Sólon, Marco Aurélio e outros autores pa­ gãos. Os ensinos da Bíblia superam os desses homens em todos os pontos imagináveis. Vamos destacar somente dois pontos em toda essa superioridade. 1. A Bíblia contém apenas verdade. Isto que não acontece com os demais livros. Se pudéssemos reunir todos os grandes pensadores de toda a literatura, antiga e moderna, retirássemos o imprestável e colocássemos toda a verdade selecionada em um único volume, ainda assim este jamais substituiria a Bíblia. Ela pode ser conduzida num bolso de paletó, todavia há apenas verdade neste pequeno livro, o que não ocor­ re com os outros que o homem produziu em todos os séculos. Como se pode explicar isso? Há somente uma resposta racional e judiciosa: Este Livro não veio do homem; veio de Deus. 2. A Bíblia contém só verdade. Se há mentiras na Bíblia, não são dela; apenas foram registradas. Os demais livros contêm verdades misturadas com mentiras ou erros. Reconhecemos que há joias preciosas nos livros dos homens, mas, é como disse certa vez Joseph Cook: “São jóias retiradas da lama!...”. Toda verdade encontrada em trabalhos humanos, seja do ponto de vista moral ou espiritual, acha-se, em essên­ cia, nas Sagradas Escrituras. A imparcialidade da Bíblia Se fosse um livro originado pelo homem, a Bíblia não poria a descoberto as faltas e falhas dele. O homem jamais teria produzido um livro como a Bíblia, que dá toda a glória a Deus enquanto mostra a fraqueza do homem (Jó 17.1-14;27; SI 50.21,22; 51.5; ICo 1.19-25). A Bíblia tanto diz que Davi era um homem segundo o coração de Deus (At 13.22), como também revela seus pecados, como vemos nos Livros de Reis, Crônicas e Salmos. E também o caso da embriaguez de Noé, a dissimulação de Abraão, o caso de Ló, a idolatria e a luxúria de Salomão. Nada disto está escrito para que os imitemos, mas para nossa admoestação e para provar a imparcialidade da Bíblia. E ela o único Livro assim. O homem jamais escreveria um livro como a Bíblia, que põe em relevo as fra­ quezas e defeitos humanos.
  • 54. LIÇÁO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 4 3 QUESTIONÁRIO DA LIÇÁO Marque “C” para certo e “E” para errado. €- 3.01 Dentre as falsas teorias quanto à inspiração das Escrituras, a Teoria da Ins­ piração Natural Humana ensina que tenham sido escritas por homens dota­ dos de gênio e força intelectual especiais. T. 3.02 A Teoria da Inspiração Plenária ou Verbal ensina que todas as partes da Bí­ blia são igualmente inspiradas. (^3.03 Referente aos escritos bíblicos, revelação é a ação de Deus pela qual Ele deu a conhecer ao escritor coisas desconhecidas e que o homem por si só não poderia saber. 3.04 Quanto às condições em que os escritores da Bíblia escreveram seus livros, elas são coincidentes, pois todos tiveram experiências similares. Ç_ 3.05 A perfeitaharmonia da Bíblia é, uma provaincontestável dasuaorigem divina. C 3.06 Lei, Salmos e Profetas eram as divisões da Bíblia nos dias em que o Novo Testamento ainda estava sendo formado. -T* S l. 3.07 E o Espírito Santo quem testifica no crente que este é filho de Deus. Ç 3.08 De acordo com a Lição estudada, não há filosofia educacional segura se a mesma não for alicerçada sobre os ensinos fundamentais da Bíblia. 3.09 Depois de mais de 2.000 mil anos em que foi escrito o último livro da Bíblia, precisa-se que seja escrito algo mais atual. 3.10 O salmo 23 foi escrito especificamente para o judeu; não se adapta à nossa época.
  • 56. C ânon ou Escrituras Canônicas é a coleção completa dos livros diihumicnic inspira­ dos, constituindo a Bíblia. Cânon, palavra grega que significa literalmente vara reta de medir, assim como uma régua de carpinteiro. No Antigo Testamento, o termo aparece no original em passagens como Ezequiel 40.5: “Vi um muro exterior que rodeava toda a casa e, na mão do homem, uma cana de medir, de seis côvados, cada um dos quais tinha um côvado e quatro dedos. Ele mediu a largura do edifício, uma cana; e a altura, uma cana. ”. No sentido religioso, cânon não significa aquilo que mede, mas aquilo que serve de norma, regra. Com este sentido, a palavra cânon aparece no original em vários lugares do Novo Testamento, como por exemplo nos versículos mencionados a seguir: “E, a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus.” (G1 6.16) “Nós, porém, não nos gloriaremos sem medida, mas respeitamos o limite da esfera de ação que Deus nos demarcou e que se estende até vós.” (2Co 10.13) “não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios e tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos sobremaneira engrandecidos entre vós, dentro da nossa esfera de ação.” ' (2Co 10.15) “Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos.” (Fp 3.16) A Bíblia, como cânon sagrado, é a nossa norma ou regra de fé e prática. Diz-se dos livros da Bíblia que são canônicos para diferenciá-los dos apócrifos. O emprego do termo cânon foi primeiramente aplicado aos livros da Bíblia por Orígenes (185-254 d.C.). 45
  • 57. 46 BIBLIOLOGIA ESBOÇO DA LIÇÃO 1. O Cânon do Antigo Testamento 2. A Formação do Cânon do Antigo Testamento 3. O Cânon do Novo Testamento 4. Datas e Períodos Sobre o Cânon em Geral OBJETIVOS DA LIÇÃO Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de: 1. Mencionar a disposição ou ordem dos livros do cânon hebraico seguin­ do sua tríplice divisão; 2. Descrever como se deu a formação do cânon do Antigo Testamento; 3. Mostrar a ordem da formação do cânon do Novo Testamento; 4. Relatar quantos anos levou para se concluir a composição de todos os li­ vros da Bíblia.
  • 58. LIÇÁO 4: O CÂNON DA BÍBLIA E SUA EVOLUÇÁO HISTÓRICA 47 TEXTO 1 O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO Na época patriarcal, a revelação divina era transmitida por meio da escrita e oralmente. A escrita já era conhecida na Palestina séculos antes de Moisés; a arqueo­ logia tem provado isto, inclusive por encontrar inúmeras inscrições, placas, sinetes e documentos antediluvianos. O cânon do Antigo Testamento, como temos atualmente, ficou completo desde o tempo de Esdras, após o ano 445 a.C. Entre os judeus, o Antigo Testamento tem três divisões, as quais Jesus citou em Lucas 24-44 - Leis. Profetas e Escritos (Salmos). A divisão dos livros do cânon hebraico é diferente da nossa, proveniente da Septuaginta. Soma 24 livros em vez de 39, porque são considerados um só livro cada grupo dos seguintes: a) Os dois de Samuel................................................................ 1 b) Os dois de Reis...................................................................... 1 c) Os dois de Crônicas................................................................1 d) Os de Esdras e Neemias.........................................................1 e) Os doze Profetas Menores..................................................... 1 f) Os demais livros................................................................... 19 Total 24 A disposição ou ordem dos livros no cânon hebraico é também diferente da nossa. Apresentamos a seguir essa disposição, dentro da tríplice divisão do cânon já mencionada (Lei, Profetas, Escritos). 1. Lei: 5 livros Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. 2. Profetas: 8 livros .... Primeiros Profetas: Josué, Juizes, Samüel e Reis. Últimos Profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Doze (um só livro, contendo os doze Profetas Menores). 3. Escritos: 11 livros .. Divididos em: Livros Poéticos: Salmos, Provérbios e Jó. Os Cinco Rolos: Cantares de Salomão, Rute, Lamentações de Jeremias, Eclesiastes e Ester. Livros Históricos: Daniel, Esdras-Neemias (um úni­ co livro) e Crônicas.
  • 59. 4 8 BIBLIOLOGIA No caso dos Cinco Rolos, eles eram assim chamados porque eram rolos separa­ dos, lidos anualmente em festas distintas, assim: 1. Cantares, na Páscoa, em alusão ao Êxodo do povo judeu do Egito; 2. Rute, no Pentecostes, na celebração da colheita, em seu início (primícia); 3. Lamentações de Jeremias, no mês de Abibe, relembrando a destruição de Jerusalém pelos babilônios; 4. Eclesiastes, na Festa dos Tabernáculos, representando gratidão após a colheita; 5. Ester, na Festa do Purim, comemorando o livramento de Israel da mão do mau Hamã. No cânon hebraico os livros não estão em ordem cronológica. Os judeus não se preocupavam com um sistema cronológico e pode haver nisto um plano divino. A nossa divisão do Antigo Testamento em 39 livros provém da Septuaginta, através da Vulgata Latina. A Septuaginta foi a primeira tradução das Escrituras, feita do hebraico para o grego, em cerca do ano 285 a.C. Também a ordem dos livros por assunto nas nossas bíblias, provém dessa famosa tradução, sobre a qual trataremos mais detalhadamente na próxima Lição. Em Lucas 24.44, Jesus chamou “Salmos” (“Escritos”) a última divisão do cânon hebraico certamente porque esse livro era o primeiro dessa divisão. Segundo a nossa divisão, o Antigo Testamento começa com Gênesis e termina em Malaquias, porém, segundo a divisão do cânon hebraico o primeiro livro é Gênesis e o último é Crônicas. Isto é evidente nas palavras de Jesus em Mateus 23.35 - o caso de Abel está em Gênesis e o do filho de Baraquias está em Crônicas.
  • 60. ■IÇÁO 4: O CÂNON DA BÍBLIA E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA 49 TEXTO 2 A FORMAÇÃO DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO O cânon do Antigo Testamento foi formado num espaço de mais de 1.000 anos (mais ou menos 1.046 anos), de Moisés a Esdras. Moisés escreveu as primeiras palavras do Pentateuco por volta de 1491 a.C., ao passo que Esdras entrou em cena em 445 a.C. Evidentemente, Esdras não foi o último escritor na formação do cânon do Anti­ go Testamento; os últimos foram Neemias e Malaquias, porém, de acordo com os escritos históricos judaicos, foi ele que, na qualidade de escriba e sacerdote, reuniu os rolos canônicos, fixando também o cânon do Antigo Testamento, encerrado em seu tem­ po. A formação do Cânon foi gradual Apresentamos a seguir a sequência da formação gradual do Antigo Testamento. Convém termos em mente aqui que toda a cronologia bíblica é apenas aproximada. Já no Novo Testamento, há precisão em muitos casos. Essa cronologia vai sendo atuali­ zada à medida que os estudos avançam e a arqueologia fornece informes oficiais, se­ gundo a permissão de Deus. 1. Moisés começou a escrever o Pentateuco cerca do ano de 1491 a.C., concluindo-o por volta de 1451 a.C. (Nm 33.2; Jo 5.46,47). As partes do Pentateuco anteriores, como o relato da Criação, todo o Livro de Gênesis e parte de Êxodo, Moisés escreveu lançando mão de fontes existentes (Gn 2.4; 5.1), ou por revelação divina. Gênesis 26.5 dá a entender que nesse tempo já havia “mandamentos, preceitos e esta­ tutos” escritos. É certo que existem passagens do Pentateuco que foram acrescentadas posteriormente; 2. Josué, sucessor de Moisés (1445 a.C.), escreveu uma obra e a colocou perante o Senhor (Js 24.26); 3. Samuel (1095 a.C.), o último juiz e também profeta do Senhor, escreveu e colocou seus escritos perante o Senhor (ISm 10.25). Certamente, “perante o Se­ n h o r ” significa que seus escritos eram depositados na arca do concerto com os demais escritos sagrados lá depositados (Êx 25.21; Hb 9.4);
  • 61. 50 BIBLIOLOGIA 4- Isaías (770 a.C.) fala do “livro do Sen h o r ” (Is 34.16), e “palavras do livro” (Is 29.18); 5. Em 726 a.C., os salmos já eram cantados (2Cr 29.30). O fato aí registra­ do teve lugar nesse tempo; 6. Jeremias, cuja chamada deu-se em 626 a.C., registrou a revelação divina (Jr 30.1,2). Tal livro foi queimado pelo rei Jeoaquim em 607 a.C., porém Deus orde­ nou que Jeremias preparasse novo rolo, o que foi feito mediante seu secretário Baruque (Jr 36.1,2,23,28,32; 45.1); 7. No tempo do rei Josias (621 a.C.), Hilquias achou o “Livro da Lei” (2Rs 22.8- 10); 8. Daniel (553 a.C.) refere-se aos “livros” (Dn 9.2). Eram os rolos sagrados das Escrituras até então; 9. Zacarias (520 a.C.) declara que os profetas que o precederam falaram da parte do Espírito Santo (7.12). Não há aqui referência direta a escritos, mas há inferência. Zacarias foi o penúltimo profeta do Antigo Testamento, isto é profeta lite­ rário; 10. Neemias, em seus dias (445 a.C.), achou o livro das genealogias dos judeus que já haviam regressado do exílio (7.5). Certamente havia outros livros; 11. Nos dias de Ester, o Livro estava sendo escrito (Et 9.32); 12. Contemporâneo de Neemias, Esdras foi hábil escriba da lei de Moisés e leu o livro do Senhor para os judeus já estabelecidos na Palestina, de regresso do cativeiro babilónico (Ne 8.1-5). Conforme 2 Macabeus e outros escritos judaicos, Esdras presidiu a chamada “Grande Sinagoga”, que selecionou e preservou os rolos sagrados, determinando dessa maneira o cânon das Escrituras do Antigo Testamento (Ed 7.10,14). Essa “Grande-Sinagoga” era um conselho composto de 120 membros que, diz-se, ter sido organizada por Neemias, cerca de 410 a.C., sob a presidência de Esdras. Foi essa entidade que reorganizou a vida religiosa dos repatriados e, mais tarde, deu origem ao Sinédrio, cerca de 275 a.C. A Esdras é atribuída a tríplice divisão do cânon já estuda­ do. Foi em seu tempo que os samaritanos foram expulsos da comunidade judaica (Ne 13), levando consigo o Pentateuco, que é até hoje a Bíblia dos samaritanos. Isto prova que o Pentateuco era escrito canônico; 13. Encontramos profeta citando profeta, o que infere haver mensagem escrita. Por exemplo, comparemos Miquéias 4.1-3 com Isaías 2.2-4;