O documento discute o tema de salvamento aquático e afogamento. Apresenta estatísticas globais e nacionais sobre afogamento, fatores de risco, mecanismos de lesão, classificação e graus de afogamento. Também aborda o atendimento no suporte básico de vida, revisão de procedimentos como verificação de pulso, desobstrução de vias aéreas e ressuscitação cardiopulmonar em vítimas de afogamento.
3. AGENDA
7 Grau de Afogamento
8 Atendimento no Suporte Básico
10 Quando tentar RCP em um afogamento
9 Revisão
11 Acionamento do Suporte Avançado
12 Referências
4. No Mundo...
235.000 óbitos ao ano / 37 mortes a cada hora
Afogamento
Estima-se que 94% dos incidentes aquáticos no mundo
sejam desconhecidos.
50% de todas as mortes ocorrem em idade menor de
25 anos
Terceira principal causa de morte não intencional no
mundo;
SOBRASA, 2021
6. No Brasil....
44% dos afogamentos ocorrem nos meses de
Novembro a Fevereiro e o restante são distribuídos
igualmente ao longo dos outros 8 meses.
Afogamento
Mais de 65% ocorrem nos finais de semana e feriados.
59% das mortes na faixa de 1 a 9 anos de idade
ocorrem em piscinas e residências;
A cada UMA HORAe MEIA um Brasileiro morre afogado;
SOBRASA, 2021
8. Acidentes em Meio Líquido
Afogamento
Afogamento
Hipotermia
Síndrome da Imersão
9. Acidentes em Meio Líquido
Síndrome da Imersão
Também chamada de Hidrocussão ou Choque Térmico.
É a abrupta exposição ao ambiente líquido que
apresenta grande diferença de
temperatura em relação a temperatura corpórea.
Pode causar arritmia cardíaca ou parada cardiorrespiratória.
A hidrocussão é uma síncope de imersão rápida
Afogamento
10. Acidentes em Meio Líquido
Síndrome da Imersão
Em aguas frias pode ocorres o Choque pelo Frio:
Reflexo cardiovascular logo após a imersão em água fria;
Ocorre resfriamento rápido da pele, vasoconstrição periférica,
reflexo de gasping, e incapacidade de segurar a respiração, hiperventilação
(aumento da FR) e taquicardia.
Esse reflexo de gasping pode levar a aspiração e ao afogamento.
Essas respostas podem levar a morte súbita imediata após
imersão ou após alguns minutos, síncope, PCR, arritmias e etc.
Afogamento
11. Acidentes em Meio Líquido
Hipotermia
É a exposição ao meio líquido que resultará em uma redução da temperatura corpórea para
valores menores que 37ºC /36,5ºC (temperatura corpórea);
Hipotermia leve: onde a temperatura corpórea se encontra entre 32ºC e 36,5ºC.
Pode causar: lapsos de memória, tremores e cianose.
Hipotermia profunda: onde a temperatura corpórea esta inferior a 32ºC.
• Pode causar: Ausência de resposta a estímulos dolorosos, cianose central (boca), ausência
de tremores.
Afogamento
13. Definição
Afogamento seco / molhado
Afogamento ativo / passivo
Quase afogamento
Afogamento
Afogamento
Resgate
Já cadáver por afogamento
Novas Definições Desuso
14. Definição
OMS
Afogamento
O afogamento ocorre em situações em que o líquido entra em
contato com as vias aéreas da pessoa em imersão (água na face)
ou por submersão (abaixo da superfície do líquido).
Afogamento:
“Aspiração de líquido não corporal por submersão ou
imersão.” OMS
15. Definição
OMS
Afogamento
Se a pessoa é resgatada, o processo de afogamento é interrompido, o que é
denominado um afogamento não fatal.
Qualquer incidente de submersão ou imersão sem evidência de aspiração deve
ser considerado um resgate na água e não um afogamento.
Resgate:
“Pessoa socorrida da água, sem sinais de aspiração de líquido.”
OMS
16. Definição
Já Cadáver por Afogamento:
“Morte por afogamento (exclui situações de mal súbito dentro da
água sem aspiração) sem chances de iniciar reanimação,
comprovada por tempo de submersão maior que uma hora ou
sinais evidentes de morte a mais de uma hora como rigidez
cadavérica, livores, ou decomposição corpora.”
Afogamento
OMS
17. Fatores de Risco
Idade – crianças
Sexo – homens são responsáveis por 80% dos casos
Localização – piscinas de quintais e áreas naturais (lagos, lagoas, oceanos)
Álcool e drogas – perda da capacidade de julgamento (20-30% dos casos)
Trauma ou doença subjacente – hipoglicemia, infarto, arritmias, depressão, pensamento
suicida, epilepsia
Afogamento
18. Fatores de Risco
Hipotermia – imersão prolongada (temperatura corporal < 35ºC)
Capacidade de nadar – assumir maiores riscos / maior exposição
Comportamentos respiratórios que levam a um “blecaute” hipóxico – hiperventilação
-> diminuição do Oxigênio -> perda de consciência -> hipóxia (mergulhadores)
Afogamento
20. *Acima da FC normal= Taquicardia / Abaixo da FC normal= Bradicardia
Afogamento
21. Mecanismo de Lesão
Quando uma pessoa está em dificuldades na água e não pode manter as vias aéreas livres de líquido,
a água que entra na boca é voluntariamente cuspida ou engolida. Se não interrompido a tempo, uma
quantidade inicial de água é aspirada para as vias aéreas e a tosse ocorre como uma resposta reflexa
(evidencia de aspiração).
Se a pessoa não é resgatada, a aspiração de água continua e a hipoxemia leva em segundos a
poucos minutos à perda de consciência e apnéia que acontecem ao mesmo tempo. Em seqüência, a
taquicardia se deteriora em bradicardia, atividade elétrica sem pulso, e, finalmente, em assistolia.
Afogamento
Se a pessoa é resgatada viva, o quadro clínico é determinado predominantemente pela quantidade de
água que foi aspirada e os seus efeitos
22. Mecanismo de Lesão
Surfactante:
Trata-se de um líquido que é produzido naturalmente pelo organismo. A função do surfactante é
formar uma camada de filme para facilitar a troca de gases respiratórios no pulmão. É através dele que os
alvéolos pulmonares ficam abertos durante o processo de respiração
Afogamento
23. Mecanismo de Lesão
Hipotermia:
Considera-se hipotermia quando a temperatura corporal esta abaixo de 35ºC;
A taxa de consumo de oxigênio pelo cérebro reduz 5% a cada diminuição de 1ºC (37º a 20º);
Ocorre diminuição de consumo de oxigênio, atividade elétrica e metabólica do cérebro.
O que explica....
Casos de sucesso na RCP realizadas em pacientes com tempo prolongado de submersão.
A aspiração de água salgada e água doce causam graus similares de lesão, ambas alteram a
membrana alvéolo capilar e causa alteração nas trocas gasosas.
Afogamento
24. Classificação
Quanto ao tipo de água:
Água doce: piscina, rios, lagos, tanques
Água salgada: mar
Água salobra: encontro água doce com o mar
Líquidos não corporais: tanque de óleo ou outros materiais.
Quanto a causa do afogamento:
• Primário: quando não existe indícios de uma causa do afogamento;
• Secundário: quando existe uma causa que tenha impedido a vítima de se manter na superfície e,
em consequência precipitou o afogamento – drogas, convulsão, traumatismos, doenças cardíacas
ou pulmonares, acidentes de mergulho e etc. (cãibra não caracteriza).
Afogamento
25. Classificação
Quanto a gravidade do afogamento:
Será estabelecido pela avaliação inicial e de acordo com a situação da vítima.
Resgate:
• Vítima resgatada viva da água que não apresenta tosse ou espuma na boca e/ou nariz - pode ser
liberada no local sem necessitar de atendimento médico após avaliação do socorrista, quando
consciente.
Afogamento:
• Afogamento: pessoa resgatada da água que apresenta evidência de aspiração de líquido: tosse,
ou espuma na boca ou nariz - deve ter sua gravidade avaliada no local do incidente, receber
tratamento adequado e acionar se necessário uma equipe médica a prover suporte avançado de
vida.
Afogamento
28. Grau de Afogamento
Grau Resgate:
Vítimas conscientes, que são socorridas na água, sem aspiração de liquida, ou seja, sem líquido
em via aérea. Ausência de tosse ou espuma em nariz/boca.
Afogamento
29. Grau de Afogamento
Grau 1:
As vítimas que apresentam esse grau de afogamento, aspiraram uma quantidade mínima de água,
suficiente para produzir tosse. Não apresentam espuma na boca ou nariz. Nível de consciência
preservado.
Grau 2:
• É apresentado pelas vítimas que aspiram quantidade de água suficiente para alterar a troca
gasosa ( O2 – CO2). Apresenta pouca espuma na boca ou nariz. Pode haver alteração do nível de
consciência (agitação, desorientação ou sonolência).
Afogamento
30. Grau de Afogamento
Grau 3:
A vítima aspira uma quantidade importante de água, apresentando sinais de insuficiência
respiratória aguda, como dificuldade respiratória (dispneia), cianose de mucosas e extremidades,
e também a presença de secreção nasal e bocal. Apresenta alteração do nível de consciência.
Grau 4:
• Assemelha-se muito com o de grau 3, no que tange à quantidade de água aspirada, porém o nível
de consciência pode variar de agitação ao coma sendo que a vítima quando em coma não
desperta mesmo com estímulo doloroso intenso.
Afogamento
31. Grau de Afogamento
Grau 5:
A vítima apresenta-se em apnéia (parada respiratória), contudo apresenta pulso arterial,
indicando atividade cardíaca. Apresenta um quadro de coma leve a profundo (inconsciente) com
cianose intensa grande quantidade de secreção oral e nasal.
Grau 6:
• Trata-se da Parada Cardiorespiratória, representada pela apnéia e pela ausência de batimentos
cardíacos.
Afogamento
32. Atendimento no Suporte Básico de Vida
Cheque a resposta da vítima ainda dentro da água:
Vítima consciente:
Resgatar até a praia ou borda da piscina sem outro procedimento.
Vítima inconsciente:
Água rasa – abra vias aéreas, cheque respiração até alcançar área seca.
Água funda – use sempre equipamento de proteção (boias, cordas, barco e etc). Coloque a face
do paciente para fora da água e abra as vias aéreas. Se não houver respiração, inicie a ventilação
imediatamente de 12 a 20/min até alcançar área seca. Não cheque sinais de circulação (pulso)
dentro da água, somente se a distância à área seca for longe ou se chegar em água rasa. Se não
houver circulação não inicie compressões dentro da água. Resgate o mais rápido possível para
área seca sem outros procedimentos.
Afogamento
33. Atendimento no Suporte Básico de Vida
Transporte da água para área seca com a cabeça do paciente acima do tronco com vias aéreas
desobstruídas.
Em área seca:colocar a cabeça do paciente ao mesmo nível do tronco.
Não tente retirar água dos pulmões.
A posição da cabeça mais baixa que o tronco aumenta a ocorrência de regurgitação, retardando
o inicio da ventilação e oxigenação, prejudicando o paciente.
Em praias inclinadas coloque o paciente paralelo a linha da água em decúbito dorsal (abdome
para cima).
Afogamento
35. Revisão.....
Verificação de Pulso
Adulto: Pulso carotídeo ou femoral
Pulso Radial
Crianças menores de 2 anos: Pulso braquial
Afogamento
36. Deslize suas mãos para cada lado
da cabeça e apoie as pontas dos
dedos nos ângulos da mandíbula,
coloque os polegares sobre a parte
anterior da mandíbula e tracione
deslocando o mento para a frente
sem movimentar a cabeça.
Afogamento
Revisão.....
Desobstrução de Via Aérea
Jaw Trust
37. Revisão.....
Afogamento
Desobstrução de Via Aérea
Elevação do Mento:
Com uma das mãos apoie na testa da vítima e exerça
uma pequena tração para trás, fazendo uma pequena
extensão do pescoço;
Ao mesmo tempo que você apoia a mão na testa com a
outra mão faça uma pinça com os dedos elevando o
queixo e abrindo-o;
Chin Lift
42. Compressões Cardíacas:
ADULTOS
• Realizar 5 ventilações antes de iniciar a RCP, se não houver retorno do pulso,
iniciar as manobras de RCP.
Inicie com 2 (duas) ventilações e 30 (trinta) compressões (2:30);
•
De 100 a 120 compressões por minuto;
Comprima rápido, comprima forte e permita o retorno completo do tórax;
Profundidade de 5 a 6 centímetros;
Após 2 (dois) minutos ou 5 (cinco) ciclos de RCP reavalie a vítima, não demore mais do
que dez segundos nesta avaliação;
A cada 2 (dois) minutos troque o socorrista.
Revisão.....
Afogamento
44. CRIANÇAS
• Realizar 5 ventilações antes de iniciar a RCP, se não houver retorno do pulso, iniciar as
manobras de RCP.
Inicie com 2 (duas) ventilações e 15 (quinze) compressões (2:15);
•
De 1/3 do diâmetro anteroposterior do tórax;
Comprima rápido, comprima forte e permita o retorno completo do tórax;
Após 2 (dois) minutos ou 5 (cinco) ciclos de RCP reavalie a vítima, não demore mais do que
dez segundos nesta avaliação;
A cada 2 (dois) minutos troque o socorrista.
Revisão.....
Afogamento
46. A RCP em vítimas de afogamento difere pelo início com 5
ventilações;
Há alteração na sequência entre compressões e ventilações
porque a principal causa de PCR nesses casos é a hipóxia.
A água aspirada durante o afogamento não deve ser retirada, pode
atrasar o início das manobras e provocar vômito;
Próteses dentárias devem ser retiradas – podem causar obstrução
da via aérea.
Afogamento
Observações
47. TODOS os afogados em PCR com tempo de submersão inferior a uma hora ou com
tempo indefinido de submersão!
Todos os casos que NÃO apresentam um ou mais dos sinais a seguir:
Rigidez Cadavérica
Decomposição corporal
Presença de livores
Quando tentar RCP em afogamento?
Rigidez cadavérica
Afogamento
Livores
48. O suporte Avançado de vida corresponde à equipe de atendimento pré-hospitalar
composta por um médico, um enfermeiro e um condutor, e possui materiais que
possibilitam o estabelecimento de uma via aérea avançada no local da ocorrência
(intubação), utilização de medicações como adrenalina em uma PCR e monitor cardíaco,
entre outros vários equipamentos.
Se houver disponibilidade deste tipo de viatura na cidade, a mesma deve ser acionada
para o local do afogamento.
Acionamento do Suporte Avançado
Afogamento
49. QuandoAcionar o SuporteAvançado??
A partir da identificação de uma vítima de afogamento Grau 3.
A vítimas de afogamento grau 2 podem ser avaliadas e encaminhadas para o atendimento
hospitalar com as unidades de suporte básico (USB ou UR), mas devem ser removidas do
local.
Acionamento do Suporte Avançado
Afogamento
51. Referências
SOBRASA – Boletim Epidemiológico do Brasil 2021. Sobrasa – Sociedade Brasileira de Salvamento Aquatico
Pré-hospitalar - GRAU - 2a. Edição 2015 – Manole
APH - RESGATE - EMERGÊNCIA EM TRAUMA. 1ª Edição. Junia Sueoka
American Heart Association. Highlights of the 2020 AHA Guidelines Update for CPR and ECC.
https://cpr.heart.org/-/media/cpr-files/cpr-guidelines- files/highlights/hghlghts_2020_ecc_guidelines_english.pdf
PHTLS 9º Edição
2015 American Heart Association Guidelines Update for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency
Cardiovascular Care. Part 8: Post–Cardiac Arrest Care. http://circ.ahajournals.org/content/132/18_suppl_2/S46
diretrizes_afogamento_classificacao_tratamento bls.pdf
Diretriz Brasileira de Ressucitação – AFOGAMENTO, (2017). David Szpilman.
Afogamento
52. “Para solucionar um problema, primeiro
temos de vê-lo, admiti-lo e conhecê-lo”
Szpilman & Palácios