O relatório econômico semanal do Brasil discute: 1) O crescimento lento do PIB de 1,5% no segundo trimestre de 2013; 2) O déficit da conta corrente de US$ 5,5 bilhões em agosto, aumentando o déficit anual para US$ 58 bilhões; 3) A desvalorização do Real em relação ao dólar devido ao déficit da conta corrente e expectativas sobre a política monetária dos EUA.
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1. 26 de Setembro de 2013
Relatório econômico semanal do Brasil
Déficit em conta corrente
Continuam os estímulos do FED. A maior liquidez
mundial que vem favorecendo nos últimos anos à
economia brasileira se observa cada vez mais
ameaçante ante uma ruptura definitiva do ciclo. Os
anúncios feitos pelo FED no dia 18 de setembro de
seguir com sua política de estímulos deram um
respiro à administração de Dilma Rousseff, que
observará com muita cautela às próximas decisões
que pudesse chegar a tomar o organismo estrangeiro.
O fim da política de estímulos geraria um impacto
maior nos custos da economia brasileira como
também nas economias emergentes, já que o temor
por um possível aumento na taxa de juros traria uma
maior saída de capitais às observadas últimamente e
deixariam ao desnudo os problemas internos que têm
essas economias. É o caso do Brasil no qual as
estadísticas hão manifestado maiores desequilíbrios
macroeconómicos que se detalham a seguir.
Crescimento lento do PBI
Os últimos dados publicados pelo Instituto de
Geografia e Estadística mostraram que a economia
cresceu 1.5% em relação ao primeiro trimestre de
2013 evidenciando uma lenta melhoria em relação
aos dados do primeiro trimestre, cujo crescimento foi
0.6%. O período caracteriza-se por ter um
crescimento em todos os setores da economia
embora moderados. A agropecuária com um
crescimento de 3.9% foi o setor com maior
crescimento, enquanto a indústria e os serviços
tiveram um aumento de 2% e 0.8% respectivamente.
Os últimos dados apresentados pelo Banco Central do
Brasil deram um déficit de U$S 5.505 para o mês de
agosto em sua conta corrente. A partir de janeiro ao
presente mês o déficit registra um total de U$S
57.952 e se fizermos a comparação com o mesmo
período do ano passado, teremos que o aumento do
déficit foi de 6.86%. O financiamento deste déficit
através de endividamento externo é um risco e mais
ainda quando estamos falando acerca de economias
latinoamericanas.
Devaluação do Real
A depreciação do real é por causa do déficit em conta
corrente e às expectativas que se geram em relação à
alteração dos estímulos provenientes do FED. Este
fenómeno de depreciação vem ocorrendo com a
maioria das moedas dos países emergentes pelos
mesmos motivos. As intervenções diárias do Banco
Central do Brasil fazem que o aumento do dólar ainda
não seja maior, mantendo o tipo de câmbio numa
banda que oscila entre R$2.2 e R$2.4. No seguinte
gráfico podemos observar as modificações do tipo de
câmbio em relação ao dólar durante o mês de
setembro.
Variação do tipo de câmbio Dólar-Real durante setembro (até o dia 25/9)
2.4
2.35
2.3
2.25
2.2
Pressão inflacionária
2.15
2.1
Segundo o Índice de Preços Nacionais ao Consumidor
Amplo (IPCA-15) a inflação durante o mês de
setembro foi de 0.27%. E preciso dizer que o IPCA-15
é um relatório prévio de inflação aos dados oficiais
que se publicarão nos primeiros dias do mês de
outubro. A particularidade é que o nível inflacionário
cresceu em relação ao mês de agosto, o mesmo foi de
0.16%. Os motivos desse aumento foram por causa do
aumento dos preços no setor de transporte. Se
fizermos a soma da inflação durante os últimos 12
meses, registraremos quase um nível de 6% quando
no mesmo período do ano passado foi de 0.48%.
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2.05
Fonte: Bloomberg
Ante este cenário os especialistas acham que não
existirão maiores modificações até o fim do ano, mas
se houver dados não favoráveis na economia dos
EE.UU durante o mês de outubro, talvez tenhamos
uma alteração dos estímulos pelo FED.
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