Este documento apresenta um resumo de um livro de Economia para o 10o ano. O livro aborda vários temas como a atividade económica, necessidades e consumo, produção de bens e serviços, preços e mercados, moeda e inflação, rendimentos e distribuição de rendimentos e utilização de rendimentos. Inclui também explicações dos principais conceitos, esquemas resumos, sínteses e avaliações para cada tema, além de simuladores de exames e respostas de provas anteriores.
1. exame
ECONOMIAA
Maria João Pais
Maria Manuela Góis
RtVlSAOQENIlUCA
Prof. Doutor Belmso Cil Cabrito
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2. ÍNDICE
PARTE 1 - 10 ° Ano
Introdução 6
Alguns concertos a relembrar 7
Capacidades estruturantes 14
Tema 1
A atividade económica
e a ciência económica
1.1 Realidade social e ciências sociais 21
1.2 Fenómenos sociais e fenómenos económicos 22
1.3 A economia como ciência e o seu objeto
de estudo 22
1.4 A atividade económica e os agentes
económicos 24
Esquema-síntese 26
Síntese 27
Avaliação 28
Tema 2
Necessidades e consumo
2.1 Necessidades - noção e classificação 31
22 Consumo - noção e tipos de consumo 32
23 Padrões de consumo - diferenças e fatores
explicativos 33
2.4 Evolução da estrutura do consumo em
Portugal e na União Europeia 36
25 A sociedade de consumo 37
2.6 0 consumerismo e a responsabilidade
social dos consumidores 38
27 A defesa dos consumidores em Portugal
e na União Europeia 38
Esquema-síntese 40
Síntese 41
Avaliação 42
Tema 3
A produção de bens e de serviços
3.1 Bens - noção e classificação 47
32 Produção e processo produtivo.
Setores de atividade económica 48
3.3 Fatores produtivos 50
3.4 A combinação dos fatores produtivos 53
Esquema-síntese 56
Síntese 57
Avaliação 58
Tema 4
Preços e mercados
4.1 Noção e exemplos de mercados 65
42 O mecanismo de mercado 66
43 Estrutura dos mercados 73
Esquema-síntese 76
Síntese 77
Avaliação 78
Tema 5
Moeda e inflação
5.1 A evolução da moeda - formas e funções 83
52 A moeda europeia - o euro 84
5.3 O preço de um bem - noção e componentes 86
5.4 A inflação — noção e medida 86
5.5 A inflação em Portugal e na União Europeia 90
Esquema-síntese 92
Síntese 93
Avaliação 94
Tema 6
Rendimentos e distribuição
dos rendimentos
6.1 A atividade produtiva e a formação dos
rendimentos 99
62 A distribuição funcional dos rendimentos 99
63 A distribuição pessoal dos rendimentos 101
6.4 A redistribuição dos rendimentos 106
6.5 As desigualdades na distribuição
dos rendimentos em Portugal e na União
Europeia 108
Esquema-síntese 110
Síntese 111
Avaliação 112
Tema 7
Utilização dos rendimentos
7.1 A utilização dos rendimentos — o consumo
e a poupança 117
72 Os destinos da poupança - a importância
do investimento 117
73 O investimento em Portugal e o investimento
português no estrangeiro 120
74 O financiamento da atividade económica 121
Esquema-síntese 126
Síntese 127
Avaliação 128
3. PARTE 2-11.° Ano
Tema 8
Os agentes económicos
e o circuito económico
8.1 O circuito económico 137
8.2 O equilíbrio entre recursos e empregos 141
Esquema-síntese 142
Síntese 143
Avaliação 144
Tema 9
A Contabilidade Nacional
9.1 Noção e objetivos da Contabilidade
Nacional 147
9.2 Conceitos necessários à Contabilidade
Nacional 148
9.3 Óticas de cálculo do valor da produção 151
9.4 Limitações da Contabilidade Nacional 157
9.5 As Contas Nacionais portuguesas 158
Esquema-síntese 160
Síntese 161
Avaliação 162
Tema 10
As relações económicas
com o Resto do Mundo
10.1 Necessidade e diversidade de relações
económicas internacionais 167
10.2 Registo das relações económicas com
o Resto do Mundo 169
10.3 Políticas comerciais e organização
do comércio mundial 174
10.4Relações económicas de Portugal com a
União Europeia e com o Resto do Mundo 176
Esquema-síntese 180
Síntese
Avaliação
181
182
Tema 11
A intervenção do Estado
na economia
11.1 Funções e organização do Estado 189
11.2 A intervenção do Estado na atividade
económica 190
11.3 As políticas económicas e sociais do Estado
português 200
Esquema-síntese 206
Síntese 207
Avaliação 208
Tema 12
A economia portuguesa
no contexto da União Europeia
12.1 Noção e formas de integração económica 213
12.2 O processo de integração na Europa 214
12.3 Desafios da União Europeia na atualidade 220
12.4 Portugal no contexto da UE 224
Esquema-síntese 228
Síntese 229
Avaliação 230
PARTE 3
Provas-modelo de Exame
Prova-modelo de Exame 1 236
Prova-modelo de Exame 2 246
Prova-modelo de Exame 3 254
Prova-modelo de Exame 4 261
PARTE 4
Glossário 270
Soluções 279
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4.
5. PARTE 1
10° Ano
Introdução
Tema 1. A atividade económica e a ciência económica
Tema 2. Necessidades e consumo
Tema 3. A produção de bens e de serviços
Tema 4. Preços e mercados
Tema 5. Moeda e inflação
Tema 6. Rendimentos e distribuição dos rendimentos
Tema 7. Utilização dos rendimentos
6. Introdução
Alguns conceitos a relembrar
Capacidades estruturantes
• Interpretação de textos
• Elaboração de esquemas
• Análise de quadros
• Análise de gráficos
• Redação de sínteses e conclusões
7. Alguns conceitos a relembrar
Toda a atividade humana tem uma finalidade para a qual concorrem vários fatores que. se
devidamente organizados, poderão contribuir para o seu sucesso. No caso presente, da disci
plina de Economia A. temos em questão o conhecimento e a sua avaliação feita através de um
exame final.
Vamos começar por relembrar alguns conceitos Já estudados anteriormente e que serão ne-
cessános para que se possa responder corretamente às questões de exame.
Valores absolutos e valores relativos
Os valores absolutos são dados numéncos que medem uma grandeza numa determinada
unidade. Por exemplo, na frase «A população total de um país é constituída por 10 325.5 mi
lhares de indivíduos». a unidade escolhida foi «milhares de indivíduos». Se. em alternativa, a
unidade escolhida fosse «Indivíduos», diríamos «A população total de um país é constituída
por 10 325 500 indivíduos» (dez milhões, trezentos e vinte cinco mil e quinhentos indivíduos).
Os valores relativos sao dados numéncos expressos através de percentagens, permilagens.
taxas de variação, índices e coeficientes multiplicadores.
Percentagens, permllagens e taxas
As percentagens (%) e as permllagens (%o) representam uma proporção, ou seja, uma parte
de um todo (um subconjunto do conjunto-universo). As percentagens dizem respeito a um
determinado valor em cada 100 e as permllagens. em cada 1000.
Por exemplo, a taxa de atividade, apresentada em percentagem, representa o número de
pessoas ativas em cada 100 habitantes com 15 e mais anos. No segundo trimestre de 2018,
Portugal apresentava uma taxa de atividade de 59,0%; isto é. em cada 100 habitantes com 15
e mais anos, 59 eram pessoas ativas.
Taxa de atividade =
População ativa
População total
x 100
A taxa de desemprego, também apresentada em percentagem, representa o número de pes
soas desempregadas em cada 100 pessoas ativas. Em 2018. Portugal apresentava uma taxa de
desemprego de 7,0%. isto é. em cada 100 pessoas ativas, 7 encontravam-se desempregadas.
Taxa de desemprego =
População desempregada
População ativa
A taxa de natalidade, apresentada em permilagem. representa o número de nascimentos por
mil habitantes, registados em determinado ano. Em Portugal, em 2017. a taxa de natalidade foi
8.4%o. ou seja, verificaram-se nesse ano 8.4 nascimentos por 1000 habitantes.
Taxa de natalidade =
Número de nascimentos
------------------------------------x 1000
População total
7
8. Uma percentagem de repartição diz respeito a uma parte relativa a um conjunto (100%) num
determinado momento, por exemplo, as taxas de atividade e de desemprego, que acabámos
de analisar, ou a estrutura setorial do produto interno bruto (PIB), isto é. o peso de cada setor
de atividade no PIB.
Uma percentagem de variação (ou taxa de variação) refere-se á variação de determinada va
riável entre dois momentos, ou seja,a um aumento ou diminuição relativa. Porexemplo, as taxas
de variação anual do PIB e as taxas de variação anual do IPC (índice de preços no consumidor).
Aprofundaremos mais à frente estas percentagens.
Medição das variações
Os indicadores económicos e sociais variam no tempo e no espaço.
Para medir as variações ao longo do tempo, podemos determinar a variação absoluta, ou
seja, a diferença entre o valor final e o valor inicial, expresso em determinada unidade.
Variação absoluta = Valor final - Valor Inicial
Também podemos determinar a sua variação relativa, através de coeficientes multiplicadores,
taxas de variação e índices.
1. Coeficientes multiplicadores
Os coeficientes multiplicadores são valores pelos quais os valores Iniciais têm de ser
multiplicados para se obterem os valores finais.
Valor final
Coeficiente multiplicador = --------
Valor inicial
Por exemplo, se o preço do bem b. em 2017. fosse 25€ e. em 2018. passasse a ser 28€. o
coeficiente multiplicador determinar-se-ia do seguinte modo:
28€
Coeficiente multiplicador = = 1,12
2. Taxas de variação
As taxas de variação representam a evolução (positiva ou negativa) relatlvamente a um
valor de partida (verificado no início do período).
Taxa de variação
Valor final - Valor inicial
Valor iniciai
x 100
8
9. Valor final = Valor Inicial * |r/ Taxa de variação
[(—iõò—M
Coeficiente multiplicador =
[1 Taxa de vanação t ]
IA 100 / J
Valor final = Valor inicial * Coeficiente multiplicador
Tendo em conta o exemplo anterior, em que o valor final é 28€ e o valor Inicial, 25€. a taxa
de vanaçâo do preço do bem b. entre 2017 e 2018, será:
Taxa de variação =
(28C - 25C)
25C
100 = 0,12 x 100 = 12%
Se quisermos determinar o valor final a partir da taxa de variação:
Valor final = 2S€ * [( ) +1] = 25 x 112 = 28G
Coeficiente multiplicador =
Quando se analisa uma taxa de varlaçáo, é necessário ter em atenção o seguinte:
• uma taxa de variação positiva e superior à do período anterior significa que a vanável
em análise cresceu mais do que no período antenor.
• uma redução da taxa de variação, mantendo-se esta sempre positiva, significa que o
valor continuou a crescer, só que menos (isto é, a sua variação foi menos significativa).
Neste caso, venficou-se uma desaceleração ou um abrandamento do seu crescimento.
Analisemos, de seguida, o exemplo do quadro 1 relativo à taxa de vartação do PIB, em
Portugal, nos terceiro e quarto trimestres de 2017 e no pnmeiro trimestre de 2018.
Quadro 1 - Taxa de variação do produto interno bruto em Portugal (PIB)
nos terceiro e quarto trimestres de 2017 e no primeiro trimestre de 2018. Em percentagem
Hmie Boletim Estatístico do Banco de Portugal. a»«stodc 201K (adaptado)
’----------------
3-’trimestre-2017 4." trimestre - 2017 Vtrtmestre-2018
Podemos concluir que o PIB cresceu sempre neste período. Cresceu mais no quarto tri
mestre de 2017 do que no tnmestre anterior; no primeiro trimestre de 2018 continuou a
crescer, mas menos. Assim, constatamos uma desaceleração do PIB no pnmeiro trimestre
de 2018 ou um abrandamento do seu crescimento.
9
10. Para determinarmos a diferença em valores absolutos entre duas percentagens utilizamos
os pontos percentuais (p.p.).
Atenção! Quando se pretende sabera diferença entrevalores relativos, nunca se podem
usar percentagens. Nesses casos, utilizamos os pontos percentuais (p.p.).
Recorrendo ao quadro 1. podemos concluir que o PIB cresceu 0.1 pontos percentuais (0.1
p.p.), entre o terceiro trimestre de 2017 e o quarto trimestre de 2017 e que. entre o quarto
trimestre de 2017 e o primeiro tnmestre de 2018. continuou a aumentar, embora menos
(menos 0,3 p.p.). Continuou assim a crescer neste período, só que menos, como vimos
anteriormente.
Só se venflca um decréscimo do valor da variável em estudo quando a taxa de crescimen
to apresenta valores negativos.
Consideremos o seguinte exemplo, relativo a variação do número total de Indivíduos de
sempregados. em Portugal, em 2016 e 2017.
Quadro 2 - Número total de indivíduos desempregados, em Portugal, em 2016 e 2017. Em milhares
2016 2017
https://www.p<irdala.pt (consultadoem setembrode 2018)
Para determinarmos a taxa de variação da população desempregada entre 2016 e 2017.
devemos proceder do seguinte modo:
Taxa de variação =
(462.8 573.0)
573.0
x 100
110.2
573.0
X 100 = -19.2%
Podemos verificar que o número de indivíduos desempregados decresceu 19,2% no período
considerado, pois a taxa de variação foi negativa (ou seja, a taxa de variação foi -19,2%).
3. índices
Os índices sao valores abstratos que representam uma variação relativa entre dois ou
mais valores, registados em diferentes momentos. O seu resultado é multiplicado por 100
para evitar a existência de casas decimais. O ano base diz respeito ao valor de referência
e corresponde ao índice 100.
índice
/ Valor do ano t
Valor do ano base /
x 100
11. IMTROOUÇÃO W
Vejamos alguns exemplos
• Para um coeficiente multiplicador de 1.5. o índice é 150 e a taxa de variação 50%.
• Para um coeficiente multiplicador de 0.70. o índice é 70 e a taxa de variação -30%.
• Para uma taxa de variação de 5%. o índice é 105 e o coeficiente multiplicador 1.05.
• Para uma taxa de variação de -7%. o índice é 93 e o coeficiente multiplicador 0.93.
• Quando o índice passa de 100 para 125, quer dizer que em cada 100 cresceu 25, ou seja,
aumentou 25% (taxa de variação = +25%). Neste caso, o coeficiente multiplicador é 1,25.
• Quando o índice passa de 100 para 80. quer dizer que em cada 100 decresceu 20. ou seja,
diminuiu 20% (taxa de variação = -20%). Neste caso, o coeficiente multiplicador é 0,80.
É muito importante fazer corretamente as correspondências entre os coeficientes multi
plicadores. as taxas de variação e os índices.
Multiplicação de taxas de crescimento
As taxas de crescimento não se adicionam, porque são valores relativos. Por isso, as taxas
de crescimento (positivas ou negativas) multiplicam-se a partir dos respetivos coeficientes
multiplicadores, quando pretendemos conhecer o valor de taxas de variação ao longo de
vários anos.
Por exemplo, se num determinado pato as exportações cresceram 4% em 2017 e. em 2018,
cresceram 3%. como se determina a variação global, nestes dois anos?
Coeficiente multiplicador (2017) = = 0,04 + 1 = 1,04
Coeficiente multiplicador (2018) = = 0,03 + 1 = 1.03
1.04 x 1.03 = 1.0712
índice = 107.12
107.12 - 100 = 7,12
Taxa de variação global = 7.12%
11
12. Vejamos agora outro exemplo em que uma das taxas sofreu uma variação negativa.
Se. num determinado país, em 2017, as importações apresentaram uma taxa de crescimento
de 2% e, no ano seguinte, a taxa foi -1.5%. a variação global, nesses dois anos, determina-se
do seguinte modo:
Coeficiente multiplicador (2017) = = 0.02 + 1 = 1.02
Coeficiente multiplicador (2018) = -0.015 + 1 = 0.985
1,02 x 0.985 = 1,0047
índice = 100,47
100.47 - 100 = 0.47
Taxa de variação global = 0,47%
Desigualdade da distribuição dos rendimentos
Os rácios S90/S10 e S80/S20 são indicadores que permitem medir as desigualdades na dis
tribuição dos rendimentos.
O S90 corresponde ao rendimento monetário líquido recebido pelos 10% da população que
detém níveis mais elevados de rendimento (decil do topo) e o S10 corresponde ao rendimen
to recebido pelos 10% com menor nível de rendimento (decll da base).
Segundo o INE. o rãclo S90/S10 «é um Indicador de desigualdade na distribuição do rendi
mento. definido como o rácio entre a proporção do rendimento total recebido pelos 10% da
população com maiores rendimentos e a parte do rendimento auferido pelos 10% de menores
rendimentos.»’ Este rácio permite que se conheça quantas vezes é que o rendimento dos
10% da população com maiores recursos é superior aos 10% da população com mais baixos
recursos.
Vejamos o seguinte exemplo, relativo a Portugal, em 2015:
Quadro 3 - Proporção do rendimento auferido pelos 10% da parte superior (S90)
e pelos 10% da base (S10) da distribuição. Portugal (2015). Em percentagem
25.9 2.6 9,96
Futite: https:/'<i»crvai<in<>-das-dcslguaJdadcs.ci>m (cnnsoitadnctn Julhode2018)
A partir do quadro 3. podemos observar que. em Portugal, os 10% da população com maiores
recursos (decll do topo) concentravam maior rendimento, correspondente a 25.9% dos ren
dimentos.
Por seu turno, o decll da base (os 10% da população com mais baixos recursos) apenas detinha
2.6% do rendimento total.
• https://www.ine.pt (consultado emjulho de 2018).
13. Podemos determinar o valor do rácio S90/S10 do seguinte modo:
S90/S10 = 25 - = 9.96
2.6
IHTROOUÇÃO W
É possível assim concluir que Portugal, em 2015. apresentava um nível de desigualdade ele
vado entre o rendimento dos 10% mais ricos e o rendimento dos 10% mais pobres. O rácio
S90/S10 era 9,96, ou seja, o rendimento dos 10% mais ricos era 9.96 vezes superior ao dos
10% mais pobres.
Por sua vez, o rácio S80/S20 permite-nos saber quantas vezes o rendimento dos 20% mais
ricos é superior ao rendimento dos 20% mais pobres.
Segundo o INE. este rácio «é um indicador de desigualdade na distnbuição do rendimento,
definido como o rácio entre a proporção do rendimento total recebido pelos 20% da popula
ção com maiores rendimentos e a parte do rendimento aufendo pelos 20% de menores ren
dimentos.»* O rendimento total recebido pelos 20% da população com maiores rendimentos
corresponde ao quinto quintil e a parte do rendimento auferido pelos 20% de menores rendi
mentos corresponde ao primeiro quintil.
Quadro 4 - Rácio S80/S20 e proporção do rendimento auferido pelos 20% da parte superior (S80)
e pelos 20% da base (S20) da distribuição. Portugal (2015). Em percentagem
S8O/S2O S80 S2O
5.9 41.4 7.0
Ao analisarmos o quadro 4. podemos verificar que Portugal, em 2015. apresentava um nível
de desigualdade elevado entre o rendimento dos 20% mais ricos e o rendimento dos 20%
mais pobres, ou seja, o rácio S80/S20 era 5.9. Isto quer dizer que. em 2015. o rendimento dos
20% mais ncos (quinto quintll) era 5.9 vezes superior ao dos 20% mais pobres (primeiro quln-
til). Os 20% mais ricos detinham 41.4% dos rendimentos e os 20% mais pobres, apenas 7%.
■ https7AMWw.ine.pt (consultado emjulho de 2018).
14. Capacidades estruturardes
Para além dos conceitos, a preparaçao para o exame, que deverá ser metódica e discipli
nada, terá de ter por base a apropriação dos conteúdos programáticos, com os níveis de
profundidade explicitados nos objetivos enunciados no programa oficial. No entanto, essa
apropriação exige capacidades transversais que. no caso da tipologia dos exames nacionais
de Economia A. são a Interpretação de textos, a elaboração de esquemas, a análise de
quadros estatísticos, a análise (e construção) de diferentes tipos de gráficos e a redação de
sínteses de conclusões.
Interpretação de textos
Em qualquer disciplina, para se efetuar um estudo eficaz é fundamental que se interprete
corretamente um texto, extraindo as suas ideias.
Vejamos, então, como se deverá proceder perante um texto.
1. Situar o texto
Em primeiro lugar, é importante situarmos o texto, ou seja, sabermos quem é o seu autor ou
autora (um economista ou uma instituição, como, por exemplo, o Banco de Portugal, o Eurostat,
o INE. a OCDE ou a ONU), assim como a data do mesmo, a fim de o podermos enquadrar
historicamente.
2. Compreender o sentido do texto
É. depois, fundamental que se retirem do texto todas as informações importantes. Deste
modo, convém efetuar:
a) uma primeira leitura Integral do texto (se necessário, deve consultar-se um dicionário ou
o glossário que se encontra no fim dos livros, para se saber o significado de palavras des
conhecidas);
b) uma nova leitura, com maior profundidade, parágrafo por parágrafo ou alínea por alínea,
sublinhando as ideias principais, os conceitos e as articulações do texto (estas, geralmente.
lnlciam-se por expressões do tipo - «por um lado... (e por outro)». «Inlcialmente». «por con
seguinte». entre outras).
3. Identificar o tema do texto
O tema do texto constitui o seu objeto, ou seja, o assunto tratado.
4. Identificar a Ideia central do texto
A ideia central diz respeito ao que o autor desenvolve ao longo do texto, constituindo, desse
modo, a tese, ou assunto do texto.
14
15. 5. Sintetizar o texto
Para recolher as Ideias principais de um texto, é Importante slntefizá-lo. Para Isso, dever-se-á:
a) retirar somente as informações que ele contém;
b) destas, selecionar as mais importantes;
c) expor essas informações (reformuladas e não copiadas) pela ordem em que surgiram no texto.
Numa síntese não se deverão exprimir opiniões pessoais.
Elaboração de esquemas
Os esquemas permttem-nos visualizar os conhecimentos essenciais acerca de um determi
nado objeto de estudo, evidenciando as principais relações que se estabelecem entre os
fenómenos, sendo, por isso, multo úteis no processo de aprendizagem.
é. todavia, importante frisar que a utilização de esquemas empobrece a análise teórica, uma
vez que estes são sempre uma visão simplificada da realidade que pretendemos estudar.
Existem duas grandes categorias de esquemas:
a) os que pretendem pôr em destaque classificações (por exemplo, um conceito principal e
outros conceitos ou teorias a ele ligados);
b) os que pretendem demonstrar certos mecanismos associados às relações que se estabe
lecem entre os fenómenos.
Neste livro, no final de cada unidade surgem esquemas que permitem visualizar os conheci
mentos essenciais trabalhados e que integram estas duas categonas.
Análise de quadros estatísticos
Quando procedemos à análise de quadros estatísticos devemos efetuar várias operações, de
acordo com determinada ordem:
1. Ler e analisar o título, que nos dará informações acerca do tema tratado ou do período
estudado.
2. Obter informação acerca da fonte, que nos dirá quem forneceu os dados contidos no qua
dro. assim como a data a que este se refere, por exemplo.
3. Observar a unidade em que os valores são mencionados - para sabermos se nos encon
tramos perante valores absolutos, valores relativos, ou taxas de vanação e para conhecer
mos a unidade monetária em que certos valores são expressos.
4. Identificar o universo de estudo (todo o conjunto a ser estudado) e os seus componentes,
como, por exemplo, grau de qualificação profissional, sexo, data, nacionalidade, grupo etá
rio ou nível de rendimento.
5. Realizar cálculos para se poderem analisar mais informações. Por exemplo, quando os va
lores se encontram em valor absoluto, podemos calculá-los em valores relativos para mais
facilmente redrarmos conclusões acerca do nosso objeto de estudo.
6. Partir da ideia mais geral para a mais particular (título do quadro, títulos das linhas e colunas).
7. Descrever o quadro, retirando toda a informação possível.
8. Explicar os factos organizados no quadro, mobilizando todos os conhecimentos adquindos
e associados ao objeto de estudo.
15
16. Análise de gráficos
Os gráficos permitem visualizar Informação e tendências, o que facilita a interpretação dos
valores.
Quando analisamos um gráfico, devemos proceder do mesmo modo que para os quadros
estatísticos:
1. Ler e analisar o título.
2. Obter informação acerca da fonte, data dos valores e eventuais anotações.
3. Observar a unidade em que os valores sâo mencionados.
4. Retirar do grafico a ideia principal - mas ter em atenção a escala do gráfico para não fazer
análises Incorretas.
5. Identificar algumas ideias secundárias, que também são importantes para a análise, sem
nos perdermos em pequenos detalhes.
Gráficos de barras
Os gráficos de barras são multo utilizados para representar, por exemplo, informação relacio
nada com países, grupos etários ou tipos de bens.
No eixo das abcissas representa-se o que está a ser estudado e no eixo das ordenadas o que
se está a medir. Neste eixo, por se tratar de uma medição, é fundamental a representação de
uma escala para que a altura das barras seja proporcional ao seu valor.
Vejamos o exemplo do gráfico 1.
Grafico 1 - Produto interno bruto e procura interna. Portugal.
Taxa de variação anuaL Em percentagem
Este gráfico apresenta-nos um diagrama em colunas relativo a taxa de variação do PIB em
percentagem e uma curva relativa à taxa de variação da procura Interna, em percentagem e
em volume. Os valores foram calculados em volume, ou seja, o efeito da inflação está anulado.
17. IMTROOUÇÀO
No eixo das abcissas encontram-se representados os anos e no eixo das ordenadas, os valo
res das taxas de variação, em percentagem. Observando a informação do gráfico, podemos
verificar que. após um período de crescimento com desaceleração a partir de 1999. o PIB
decresceu em 2003 (a sua taxa de variação foi negativa), voltando a crescer entre 2004 e
2008. ano em que sofreu uma forte desaceleração (devido à crise financeira internacional de
2007-2008).
Em 2009. o PIB sofreu um acentuado decréscimo.
Em 2010. o PIB tomou a crescer, mas voltou a decrescer entre 2011 e 2013, devido à crise de
2011-2014 e às políticas de austeridade.
Em 2014, voltou a crescer, evidenciando uma aceleração em 2015 e em 2017. fruto da recu
peração económica.
No mesmo período, no que respeita à evolução da procura interna, constatamos uma varia
ção. de certa forma semelhante à do PIB. uma vez que a procura interna é composta pelas
seguintes parcelas:
Procura Interna = Consumo total + Investimento
Procura externa = Exportações
PIB Consumo total + Investimento + (Exportações - Importações)
PIB = Procura interna + Procura externa - Importações
Estes indicadores serão estudados mais adiante.
Gráficos circulares (de repartição)
Os gráficos circulares utllizam-se. geralmente, para representar as partes de um todo em
valores percentuais
Vejamos, como exemplo, o gráfico 2.
Gráfico 2 - Comercio internacional: importações (CIF) de bens por principais parceiros comerciais.
Em percentagem
Nota: Importação CIF (cost. insurance and freight. ou seja, custo, seguro e frete no porto de destino). O impor
tador paga os custos da chegada do bem no porto de destino, paga as formalidades de importação, bem como
os direitos e impostos.
17
18. O gráfico 2 representa assim a percentagem das importações portuguesas por pnnclpals
parceiros comerciais. Analisando-o, percebemos que a UE constitui o maior fornecedor de
bens, com um peso de 77.9%; ou seja, as importações provenientes da UE representam 77.9%
do total das importações portuguesas. Depois a OPEP. de onde Portugal importa petróleo,
representa 2.9% das importações portuguesas, seguida dos PALOP e dos EUA. com um peso
de 2.1% e 1.6% respeüvamente. A percentagem de 14.4% corresponde a outros países ou or
ganizações internacionais, com exceção dos assinalados no gráfico.
Curvos
Estes gráficos representam geralmente evoluções de séries cronológicas. No eixo das abcis-
sas indica-se o tempo e no eixo das ordenadas representa-se a variável que se está a medir.
Vejamos, como exemplo, a evolução da taxa de desemprego registada em Portugal, entre
1998 e 2018.
Grãfico 3 - Evolução da taxa de desemprego. Em percentagem
Nota: Diz-se que há uma quebra de série temporal, quando se verifica uma alteração nas normas estabelecidas
para definir ou observar uma variável ao longo do tempo. A quebra pode ser resultado de uma só alteração ou
de uma combinação de várias alterações que se verificam simultaneamente num pontode observaçãotemporal
da variável - http://smi.rne.pt (consultado em agosto de 2018).
A análise do gráfico 3 permite-nos verificar uma subida da taxa de desemprego, entre 2011
(cerca de 12%) e 2013 (cerca de 18%). A partir desse ano regista-se uma tendência de forte
descida da taxa de desemprego - com pequenas oscilações em 2015 e 2016 -. atingindo-se
em 2018 cerca de 8% (ou seja, 8 desempregados em cada 100 cidadãos ativos).
19. INTROOUÇÀO W
Redação de sínteses e conclusões
Para se proceder à redação de sínteses e de conclusões, é necessário elaborar uma introdu
ção. um desenvolvimento e. finalmente, uma conclusão, sendo imprescindível que se proce
da segundo determinada ordem:
1. Leitura atenta da questão a ser objeto de análise e de síntese.
2. Elaboração de um plano de trabalho provisório (ainda pouco detalhado) sobre o assunto
que está a ser tratado.
3. Mobilização e associação de todos os conhecimentos que se tem acerca do assunto em
questão.
4. Estudo detalhado de todos os documentos.
5. Elaboração definitiva de um plano de trabalho (mais pormenorizado), com uma introdução,
um desenvolvimento - com a divisão em partes e subpartes. sem esquecer os respetivos
títulos e subtítulos -. e uma conclusão.
6. Redação da Introdução, do desenvolvimento e da conclusão.
A Introdução deverá apresentar o assunto que se vai tratar, devendo despertar o interesse
dos leitores (professores e/ou colegas). Convém enquadrar o assunto, apresentar a defi
nição dos concertos que irão ser utilizados, assim como as teorias e posições que irão ser
confrontadas ao longo do desenvolvimento.
O desenvolvimento implica a elaboração de um texto devidamente estruturado de acordo
com o plano detalhado (elaborado no ponto 5). mobilizando todos os conhecimentos asso
ciados ao assunto que se está a tratar. A redação do texto deverá ser cuidada.
A conclusão deve ser dividida em duas partes. Por um lado, deverá fazer o balanço do que
se tratou no desenvolvimento e. por outro, abrir novas perspetivas sobre o tema que se
esteve a tratar.
19
20. TEMA1
A atividade económica
e a ciência económica
1.1 Realidade social e ciências sociais
1.2 Fenómenos sociais e fenómenos económicos
1.3 A economia como ciência e o seu objeto de estudo
1.4 A atividade económica e os agentes económicos
21. TEMA1 Aatividade económicaeaciência económica
1.1 Realidade social e ciências sociais
Vivemos numa sociedade em mudança, marcada por grandes desigualdades sociais e por ru
turas: a par de um desenvolvimento tecnológico sem precedentes, milhões de seres humanos
vivem na mais terrível pobreza. A economia - assim como as outras ciências sociais - preocu-
pa-se com estes problemas, ou seja, com a identificação e explicação dos fenómenos sociais.
Defacto, realidades sociais como o emprego, casamento, educação, família, pobreza, exclusão
social, globalização, apenas para enumerar algumas, decorrem da nossa vida em sociedade
e. como tal. são também designadas por fenómenos sociais, constituindo o objeto de estudo
das ciências sociais.
A realidade social ê um todo multo complexo e. por Isso, suscetível de ser abordada por diferen
tes perspetivas disciplinares, ou seja, de acordo com o seu objeto de estudo, teorias e métodos
de investigação. Vejamos os exemplos seguintes:
Fenómeno social: educação
✓ Perspetiva da economia: estudo dos gastos do Estado e dasfamílias, evolução dos
gastos destes agentes ao longo dos anos e comparações internacionais relativas
a esses gastos.
•/ Perspetiva da sociologia: estudo do (in)sucesso escolar por sexo, região, zona
urbana, classe social e etnia.
✓ Perspetiva da história: estudo da evolução da educação ao longo do tempo, da
abertura das escolas públicas às crianças e da abertura das universidades às mu
lheres.
✓ Perspetiva da demografia: estudo da escolarização de acordo com a distribuição
por sexo, idade e região.
✓ Perspetiva da política: estudo dos objetivos políticos dos vários governos relativa
mente à educação, das medidas para os alcançar e dos resultados.
✓ Perspetiva do direito: estudo da regulamentação jurídica da escolaridade obriga
tória. da avaliação, da formação de professores, ou de todo o conjunto de normas
jurídicas relativamente a educação.
Para obtermos informações vartadas recorremos a diferentes ciências sociais, pois todas se
debruçam sobre a mesma realidade, embora com perspetivas diferentes. O contributo de cada
uma dar-nos-á assim uma visão mais aprofundada e completa do fenómeno social em estu
do porque a realidade social ê una e ao mesmo tempo económica, sociológica, geográfica,
histórica, demográfica, etc. A atividade humana é plurídlmenslonal e somos nós que. para
aprofundarmos o nosso conhecimento sobre ela. a dividimos de acordo com o objeto de estu
do específico de cada ciência social e integramos o contributo de todas elas.
A esta atitude metodológica chamamos Interdlsclpllnarldade. pois todas as ciências sociais
são Interdependentes e complementares, entrando no objeto de estudo umas das outras.
21
22. 1.2 Fenómenos sociais e fenómenos económicos
A economia interessa analisar a dimensão económica da realidade social, constituindo os
fenómenos económicos uma abstração dessa realidade. Para estudá-la. o economista terá de
a compartimentar artlflclalmente. Identificando os fenómenos económicos.
Porém, o economista tem de ter presente que se encontra perante uma abstração, não po
dendo perder a perspetiva do todo - isto é, dos fenómenos sociais totais, unos e complexos
- conjugando sempre os contributos de todas as ciências sociais, a partir da Interdlsclpllna-
rldade, pois caso contrário, corre-se o risco de se obterem visões incompletas, parcelares e
desligadas dessa realidade.
A matemática e a estatística são imprescindíveis ao estudo da realidade económica. O regis
to e a publicação dos dados económicos permitem a análise quantitativa dos comportamen
tos económicos, através da utilização das técnicas matemáticas e estatísticas de tratamento
de dados.
1.3 A economia como ciência e o seu objeto
de estudo
Economia como ciência
A economia é uma ciência social desde o século XVIII devendo este estatuto ao escocês
Adam Smlth (1723-1790). A sua pnnclpal obra. Uma Investigação sobre a Natureza e Causa
da Riqueza das Nações (1776). ainda hoje é uma referência.
Enquanto ciência, a economia possui um objeto de estudo, teoria, conceitos próprios, termi
nologia própria, um método científico e leis (ou conclusões).
22
Os fenómenos económicos ligados à produção, ao consumo, ao rendimento e ao Investi
mento. entre outros, são o objeto de estudo da economia
23. TEMA1 Aatividade económicaeaciência económica
Problema económico
O problema económico, ou problema fundamental da economia, está relacionado com a ne
cessidade de fazer escolhas que têm de ser feitas perante o facto de existirem necessidades
Ilimitadas, por um lado. e. por outro, recursos escassos para as satisfazermos E necessário
hierarquizar as necessidades (colocá-las por ordem decrescente de importância) e decidir
quais são as que vamos satisfazer e a ordem pela qual serão satisfeitas. E por isso que a eco
nomia também é denominada a «ciência das escolhas».
Racionalidade económica
As escolhas necessárias para se adequarem os recursos escassos às necessidades ilimita
das implicam que não haja desperdícios e que se procure o mínimo dispêndio de recursos,
através de uma gestão eficiente. Deslgna-se essa gestão eficiente dos recursos de raciona
lidade económica.
Custo de oportunidade
O custo de oportunidade de um bem consiste na alternativa que se teve de sacrificar para se
obter esse bem. ou seja, o preço que se teve de pagar quando, face à escassez de recursos,
foi necessário fazer uma opção. Essa opção, considerada a mais vantajosa e a mais racional.
Impõe um sacrifício relaüvamente à satisfação de outras necessidades a que se teve de
renunciar.
Resulta do confronto entre
Recursos escassos ou limitados Necessidades Ilimitadas
Escolha entre necessidades ilimitadas e recursos disponíveis
Racionalidade económica
Otimização da utilização dos recursos
Satisfação de algumas
necessidades
I
Benefício
• Não satisfação de algumas
necessidades
• Custo de oportunidade
Rime. Rossctu. Iruniduça> à Economia. Editora Atlas (adaptado)
23
24. 1.4 A atividade económica e os agentes económicos
Os agentes económicos
Quando se analisa a atividade económica, interessa considerar um conjunto de agentes que
intervêm no processo produtivo e exercem com autonomia a mesma função, apresentando
um comportamento tipificado. Podemos definir agente económico como toda a entidade au
tónoma. com capacidade para realizar operações económicas tomando decisões. O agente
económico possui também capacidade para deter valor económico.
Quadro 1 - Agentes económicos e principais funções
Ayentes económicos Principais funções
Famílias Consumir
Empresas não financeiras Produzir bens e serviços não financeiros
Instituições financeiras Prestar serviços financeiros
Administração Pública (Estado)
Garantir a satisfação das necessidades
coletivas e redistribuir o rendimento
Resto do Mundo Trocar bens, serviços e capitais
V
25. TEMA1 Aatividade económicaeaciência económica
A atividade económica
Todas as pessoas satisfazem necessidades através do consumo de bens e serviços. No en
tanto, multas dessas pessoas são também trabalhadoras em atividades produtoras de bens e
serviços (produção) e. por Isso, recebem salários; outras são proprletánas dos meios de pro
dução (capital, empresas, edifícios, terrenos urbanos e agrícolas, equipamentos, por exem
plo). recebendojuros, rendas e lucros (distribuição do rendimento).
Todos estes rendimentos que as pessoas auferem são utilizados da seguinte forma: uma
parte é gasta no consumo (aquisição de bens e serviços para a satisfação das necessidades
das famflias) e a outra parte é transformada em poupança (acumulação) para ser depositada
nos bancos ou investida.
Podemos concluir que as phncipais funções desempenhadas pelos agentes económicos cor
respondem às principais atividades económicas.
Atividade económica
Conjunto de atividades que as pessoas realizam relacionadas com a satisfação das ne
cessidades individuais e coletivas:
✓ Produção
✓ Distribuição e redistribuição dos rendimentos
•/ Utilização dos rendimentos
26. ESQUEMA-SÍNTESE
Objeto de estudo
das ciências
sociais
Ciências sociais
• Economia
• Sociologia
• História
• Direito
• Psicologia
• Demografia
• Antropologia
• (...)
Atividade Agentes económicos
económica
• Famílias
• Empresas não
financeiras
Fenómenos
económicos
í
• Produção
• Distribuição
e redistribuição
dos rendimentos
• Utilização dos
rendimentos
Objeto
de estudo
• Instituições
financeiras
• Administração
Pública (Estado)
• Resto do Mundo
Problema
económico
Recursos Necessidades
escassos ilimitadas
Escolhas
Racionalidade
económica
Otimização
de recursos
r n
Satisfação
de algumas
necessidades
Beneficio
Não satisfação
de algumas
necessidades
í
Custo de
oportunidade
26
27. TTMA1 Aatividade económicaeaciênciaeconómica
SÍNTESE
✓ Para identificar e explicar os fenómenos sociais recorremos às ciências sociais. Cada fenó
meno social pode ser abordado por diferentes perspetivas, como a económica, a socioló
gica. a demográfica, ajurídica, a política e a histórica.
✓ Cada ciência social estuda o fenómeno social de acordo com o seu objeto de estudo, teorias
e métodos de investigação e desta mterdisciplinaridade resulta o melhor conhecimento do
fenómeno social. Por isso se diz que as ciências sociais são interdependentes e comple
mentares.
✓ A economia estuda a dimensão económica da realidade social: os fenómenos económicos.
O seu objeto de estudo sâo os fenómenos sociais associados à produção, distnbulção de
rendimentos, consumo, poupança e investimento.
✓ A economia estuda o problema económico, isto é. ajuda a tomar a decisão de escolher, de
entre as necessidades ilimitadas que as pessoas sentem, aquelas que devem ser satisfeitas
em cada momento. Por isso a economia é também denominada a «ciência das escolhas».
✓ A decisão económica obriga a uma gestão eficiente dos recursos, de acordo com o princípio
da racionalidade económica, ou seja, uma gestão que procure obter a máxima satisfação
utilizando o mínimo de recursos.
✓ As decisões económicas (escolhas) implicam, sempre, custos de oportunidade, ou seja, o
sacrifício das necessidades não satisfeitas.
✓ Agentes económicos são os agentes com capacidade de intervir na economia.
✓ Os agentes económicos são as famílias, cuja função principal é a de consumir as empresas
não financeiras, que produzem bens e serviços para o mercado; as Instituições financeiras,
que prestam serviços financeiros; a Administração Pública, ou Estado, que garante a satis
fação das necessidades coletivas e a redistribuição dos rendimentos; e o Resto do Mundo,
que troca bens, serviços e capitais.
✓ A atividade económica é constituída pelo conjunto de atividades que as pessoas realizam
relacionadas com a satisfação das necessidades individuais e coletivas. A produção, a distri
buição e redistribuição e a utilização dos rendimentos sao atividades económicas.
27
28. Avaliação
GRUPO I
As questões abaixo são de escolha múltipla. Selecione a opção correta em cada uma.
1. O conhecimento da realidade social obtém-se quando esta é abordada por diferentes
perspetivas disciplinares porque
(A) cada ciência social tem o seu objeto de estudo.
(B) é difícil estudar a realidade social.
(C) as ciências sociais são interdependentes e complementares.
(D) cada ciência social utiliza teonas e métodos de investigação diferentes.
2. A produção é um fenómeno económico porque
(A) é um fenómeno social.
(B) pode medir-se em unidades monetánas.
(C) se destina à satisfação das necessidades individuais.
(D) se destina à satisfação das necessidades individuais e coletivas.
3. A decisão económica implica custos de oportunidade porque
(A) face a recursos escassos, a satisfação de certas necessidades obnga à não satisfa
ção de outras.
(B) para produzir é preciso despender recursos.
(C) o mesmo bem pode ser produzido utilizando comblnaçOes diferentes de recursos.
(D) uma decisão económica tem custos monetários.
4. A atividade económica é desenvolvida
(A) pelas empresas não financeiras e financeiras.
(B) pelas famílias e pelo Estado.
(C) pelas famílias, pelas empresas e pelo Estado.
(D) pelos agentes económicos.
GRUPO II
1. «Nos países em desenvolvimento, pelo menos 1.2 milhões de chanças são obrigadas a
trabalhar»
Adaptado dc ThlcnyJcantct. A Economia Social. Lisboa. <Xitro Modo. 2009
1.1 Identifique o fenómeno social implícito na afirmação.
1.2 Explicite como a economia, o direito e a política podem estudar o fenómeno social
implícito na afirmação.
1.3 Justifique a necessidade da Interdiscipllnarldade como atitude metodológica no
estudo dos fenómenos sociais.
28
29. TEMA1 Aatividade económicaeaciência económica
2. «Vivemos num mundo de escassez» (adaptado de Parkin et al„ Macroeconomia. Cidade
do México. Addlson Wesley. 1999).
2.1 Explique o problema económico, a partir da afirmação.
2.2 Justifique a racionalidade económica, com base na afirmação.
2.3 Apresente uma noção de custo de oportunidade, a partir de um exemplo.
3. Os indivíduos ou entidades podem agrupar-se e participar na atividade económica exer
cendo várias funções.
3.1 Defina «agente económico», a partir da afirmação.
3.2 Complete o quadro seguinte.
— Principais funções 1
Consumir
Produzir bens e serviços não financeiros
Instituições financeiras
Administração Pública (Estado)
Trocar bens, serviços e capitais
4. «A economia é o estudo de como as pessoas e a sociedade decidem empregar os re
cursos escassos, que poderiam ter utilizações alternativas, para produzir bens variados
a fim de os distribuir, agora ou no futuro, entre as várias pessoas da sociedade»
Adaptado de Samuelsotic Nurdhaus. Economia. S3o Paulo. McGraw-HUI. 19B1
4.1 Justifique o facto de a economia ser uma ciência social.
43 Explique o problema económico, a partir da afirmação.
43 Identifique o objeto de estudo da economia, tendo em conta a afirmaçao.
5. No primeiro semestre de 2018. o número de veículos ligeiros de passageiros ven
didos aumentou relatlvamente ao período homólogo de 2017. Identifique a ativida
de económica implícita na afirmação e refira as restantes.
Atividade de consumo. Restantes atividades: produção, distribuição e utilização de ren
dimentos. que inclui, além do consumo, a poupança.
29
30. TEMA 2
Necessidades e consumo
2.1 Necessidades - noção e classificação
2.2Consumo - noção e tipos de consumo
2.3 Padrões de consumo - diferenças e fatores explicativos
2.4 Evolução da estrutura do consumo em Portugal e na União Europeia
2.5A sociedade de consumo
2.60 consumerismo e a responsabilidade social dos consumidores
2.7A defesa dos consumidores em Portugal e na União Europeia
31. TEMA2 Necessidadeseconsumo
2.1 Necessidades - noção e classificação
Noção de necessidade
Todos sentimos multas e variadas necessidades que precisamos de satisfazer.
Necessidades - Situações de mal-estar que impelem os indivíduos a sua resolução.
As necessidades assumem variadas características: são múltiplas e vanadas e estão permanen
temente presentes no nosso quotidiano.
• Multiplicidade - as necessidades sâo múltiplas e de diferente natureza.
• Substltulbllldade - as necessidades podem ser satisfeitas através de meios alternativos.
• Saclabllldade - conforme vamos satisfazendo uma necessidade, ela vai sendo progressi-
vamente eliminada.
• Relatividade - as necessidades vanam no tempo e no espaço, sendo, portanto, relativas
ao momento histórico e ao espaço geográfico onde são sentidas.
Classificação das necessidades
Quanto a sua Importância
Primárias
Secundárias
Terciárias
Quanto ao facto
de vivermos em coletividade
• Necessidades primárias - são indispensáveis à vida humana (por exemplo, a respiração e
a alimentação).
• Necessidades secundárias - garantem uma melhor qualidade de vida (por exemplo, cultu
ra e transporte).
• Necessidades terciárias - se não forem satisfeitas, não põem em risco a vida dos indiví
duos. sendo dispensáveis (por exemplo, vestuário de marca, perfume, ou viajar em classe
executiva).
• Necessidades Individuais - são as que sentimos independentemente de vivermos com os
outros (a alimentação, por exemplo), sendo satisfeitas por bens e serviços privados;
• Necessidades coletivas - decorrem do facto de vivermos em coletividade (segurança.
Justiça, saúde, por exemplo), podendo ser satisfeitas por bens e serviços públicos.
31
32. 2.2 Consumo - noção e tipos de consumo
Noção de consumo
O consumo é um comportamento indispensável a satisfação das necessidades e pode ser de
finido como o ato pelo qual se destrói um bem para satisfação das necessidades das pessoas.
Consumo - Destruição de um bem ou utilização de um serviço na satisfação das neces
sidades (Necessidade Consumo Satisfação).
Representa um fenómeno social complexo, podendo ser analisado do ponto de vista econó
mico e social.
É um ato económico na medida em que as decisões relativas às necessidades a satisfazer ou
aos bens e serviços a consumir são escolhas que têm consequências na economia (a nível da
procura, da produção, do emprego, da utilização dos recursos escassos, etc.).
Por sua vez, é um ato social pois consumir determinados bens e serviços tem consequências
que afetam a coletividade, por exemplo a nível da poluição, da saúde e segurança das pessoas,
da exploração do trabalho Infantil, etc.
Tipos de consumo
Considerando a multiplicidade de necessidades que se sentem e a diversidade de bens e ser
viços que se utilizam na sua satisfação, é possível distinguir vários tipos de consumo.
Quanto à natureza das necessidades satisfeitas
• Consumo essencial - utilização de bens indispensáveis à sobrevivência. Por exemplo,
consumo de alimentos, de habitação, de vestuário, etc.
• Consumo supérfluo - realizado para satisfazer necessidades terciárias. Por exemplo, con
sumo de maquilhagem, dejoias, de chocolates, etc.
32
33. TEMA 2 Necesstdadese consumo W
Quanto ao autor do ato de consumir
• Consumo privado - realizado pelas pessoas, pelos particulares. Por exemplo, ir ao cinema,
adquinr vestuário, comprar alimentos, etc.
• Consumo público - realizado por entidades da Administração Pública. Por exemplo, aquisição
de papel pela secretaria da escola, pagamento dos vencimentos aosfuncionários públicos, etc.
Quanto ao beneficiário do consumo
• Consumo Individual - realizado por uma pessoa, que impede que outras pessoas o pos
sam realizar. Por exemplo, quando utlizamos uma bicicleta, mais ninguém o pode fazer,
quando comemos um pão. Impedimos outra pessoa de o consumir, etc.
• Consumo coletivo - realizado por um grande número de pessoas, sendo a coletividade a
beneficiária desse consumo. Por exemplo, utilização dos serviços de saúde, dejustiça, etc.
Quanto à finalidade do consumo
• Consumo final - bens que satisfazem diretamente as nossas necessidades. Por exemplo,
aquisição de livros, ingestão de alimentos, compra de um perfume, etc.
• Consumo Intermédio - bens que vão ser utilizados na produção de outros bens. Porexem
plo. utilização de matérias-primas pelas empresas.
2.3 Padrões de consumo - diferenças e fatores
explicativos
Padrões de consumo
O consumo é um comportamento económico e social Influenciado pelo tempo histórico e pelo
espaço geográfico em que ocorre. Os povos que vivem em determinado espaço, numa dada
época histórica, consomem de acordo com determinados modelos sociais.
A cultura dos povos, o rendimento das famílias, a tecnologia, o preço dos bens, o clima, a publi
cidade são fatores que influenciam o consumo e as formas de o concretizar.
Padrões de consumo - Modelos específicos a que o consumo obedece, de acordo com
a época histórica e localização geográfica, e segundo a cultura dos povos, o rendimento,
a tecnologia disponível, entre outros fatores.
Os vános fatores que influenciam o consumo podem
ser agrupados em económicos e extraeconomlcos
Quadro 2 - Fatores de que depende o consumo
• Rendimento • Moda
• Preços
• Inovação
• Crédito
• Outros
• Cultura
• Tradição
• Publicidade
• Outros
33
34. Fatores económicos
O rendimento dos consumidores
O consumo e função do rendimento, ou seja, qualquer alteração no nível de rendimentos dos
consumidores reflete-se no nível de consumo, mantendo-se tudo o resto constante. Um aumen
to do nível de rendimentos dos consumidores originará um aumento do consumo.
Os preços
Quando os preços são baixos, maior será a nossa propensão para consumir, vertficando-se o
contrário quando os preços sao altos Há. no entanto, que considerar o nível de rendimentos
que Influencia também o consumo: quando se verifica um aumento dos preços mantendo-se
o rendimento, diminui a capacidade aquisitiva dos consumidores e. consequentemente, o con
sumo.
A variação dos preços, associada a variações não proporcionais do rendimento, afeta de modo
diverso os consumos essenciais e supérfluos. O aumento dos preços, quando não é acompa
nhado por um aumento proporcional do rendimento, irá reduzir principalmente os consumos
supérfluos pois os consumidores terão de gastar uma maior fatia do seu rendimento nos con
sumos essenciais. A diminuição dos preços, mantendo-se o nível de rendimentos, possibilitará
um aumento dos consumos supérfluos.
A Inovação tecnológica
A Inovação tecnológica origina novos bens que geram grande apetência por parte dos con
sumidores. Novos telemóveis com novas funções são disso exemplo.
O crédito bancário
Através de empréstimos contraídos junto dos bancos, os consumidores terão mais dinheiro
disponível para consumir.
Fatores extraeconómicos
A moda, a cultura, a tradição, a publicidade, as marcas constituem fatores extraeconómicos.
de caráter sodocultural que se refletem no consumo. Adquinr produtos que estão na moda
ou comprar produtos de marcas que conferem estatuto social são exemplos da influência dos
fatores extraeconómicos no consumo.
Estrutura do consumo
As despesas de consumo das famílias são repartidas por diversos tipos de bens de consumo.
Sendo o rendimento um dos fatores determinantes do consumo, as diferenças de rendimentos
entre as famílias determinam variações diferenciadas no consumo dos diversos tipos de bens.
Os consumos essenciais são menos influenciados pela variação dos rendimentos, ao contrário
do que acontece com os consumos supérfluos. É, assim, importante conhecer não só o valor
total das despesas de consumo das famílias como a forma como a despesa se distribui pelos
diferentes grupos de bens, ou seja, conhecer a estrutura do consumo.
34
35. TEMA2 Necessidadeseconsumo
Estrutura do consumo - Repartição das despesas de consumo das famílias pelos dife
rentes grupos de bens de consumo.
Quadro 3 - Estrutura de consumo de duas famílias. X e Y. Em unidades monetárias (u m.)
Família X (4 membros) Famflia Y (4 membros) j
1 Categorias de consumos
Bens alimentares e bebidas 500 3000
Vestuário e calçado 100 2000
Habitação 100 2000
Saúde 100 500
Educação 50 500
Transportes 100 500
Lazer 30 1000
Outros 20 500
Total 1000 10 000
No quadro 3 observamos que as duas famílias têm rendimentos diferentes (1000€ e 10 000€)
e valores de despesa diferentes nas várias categorias de bens. Vejamos o peso ou coeficiente
orçamental de cada tipo de bens no orçamento das famílias X e Y.
A leitura do quadro 4 permite verificar que a família X gasta 50% do seu rendimento com a ali
mentação (o coeficiente orçamental relativo à alimentação é de 50%) enquanto a família Ygasta
30% (o coeficiente orçamental relativo à alimentação é de 30%).
Coeficiente orçamental - Percentagem de uma classe de despesas de consumo em
relação ao total das despesas de consumo de uma familia.
35
36. A análise dos quadros permite verificar que a família X.tendo um rendimento Inferior à família Y
(1000€ e 10 000€ respetlvamente). gasta percentualmente mais em alimentação (coeficiente
orçamental maior. 50%); enquanto a família Y. possuindo um rendimento maior, gasta percen
tualmente menos em alimentação (menor coeficiente orçamental: 30%). Esta conclusão baseia-
se na lei de Engel.
Lei de Engel - Quanto menoro rendimento de uma família, de uma região ou de um país.
maior será o coeficiente orçamental relativo às despesas de alimentação.
Esta lei pode ser adaptada a outras situações. Serve também para comparar níveis de desen
volvimento entre países ou níveis de vida de estratos sociais diferentes, níveis de rendimento
em períodos diferentes, etc.
2.4 Evolução da estrutura do consumo em Portugal
e na União Europeia
A análise da evolução da estrutura do consumo das famílias ou dos países permite conhecer as
alterações ocorridas no seu rendimento disponível e. consequentemente, o nível de bem-estar.
Quadro 5 - Evolução das despesas de consumo final das familias em Portugal e na UE-28,
por tipo de bens e serviços. 1995 e 2016. Em percentagem
R>nte v>wwp<krdaid.p< (a>nsulud<> cmdczcmbmde 20181
Tipos de bens e serviços
1995 2016 ]
Portugal UE-28 Portugal UE-28
Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas 18.5 14.0 16.9 12.2
Bebidas alcoólicas, tabaco e narcóticos 3.6 4.4 3.1 3.9
Vestuário e calçado 7.0 6.2 6.3 4.9
Habitação, água. luz. gás e outros combustíveis 12.8 22,0 18.8 24.5
Móveis, equipamentos domésticos e manutenção
da habitação
6.6 6.5 5.1 5.5
Saúde 4.5 32 5.1 3.9
Transportes 15.0 13.0 12.7 12.9
Comunicações 22 19 2.4 2.5
Lazer, recreação e cultura 8.0 8.8 6.1 8.5
Educação 1.1 0.8 12 12
Restaurantes e hotéis 10.6 77 11.8 8.6
Bens e serviços diversos 10.1 11.4 10.6 «.5
36
37. TEMA2 Necessidadeseconsumo
Da análise dos valores do quadro 5 pode concluir-se que:
• em Portugal, entre 1995 e 2016. o coeficiente orçamental relativo à alimentação diminuiu
(de 18,5% para 16.9%), enquanto a percentagem de gastos com as rubricas <bens e serviços
diversos», «restaurantes e hotéis» e habitação aumentou;
• na UE-28 a evolução foi no mesmo sentido, ou seja, diminuiu o coeficiente orçamental re
lativo aos produtos alimentares (de 14.0% para 12,2%). e aumentou o peso da despesa com
a habitação (de 22,0% para 24,5%);
• em Portugal e na UE-28. em 2016. a despesa com a habitação constituía a rubrica com o
maior coeficiente orçamental;
• em Portugal e na UE-28. entre 1995 e 2016, registou-se um aumento do rendimento dispo
nível das famílias, dada a diminuição do coeficiente orçamental com a rubrica alimentação
(lei de Engel).
• na UE-28 o rendimento das famílias é. em média, superior ao rendimento das famílias por
tuguesas. em ambos os anos, pois a percentagem do rendimento gasta na alimentação no
conjunto dos países da UE-28 é infenor aos valores apresentados pelas famílias portuguesas.
2.5 A sociedade de consumo
Após a Revolução Industrial e as permanentes descobertas científicas e tecnológicas, a produ
ção começou a exceder as necessidades de consumo das populações dos países mais indus
trializados e desenvolvidos. Em meados do século XX. o eixo das preocupações dos empresá
rios deslocou-se da esfera da produção para a das vendas. Surge, então, todo um conjunto de
estudos para encontrar soluções para o escoamento do excesso de produção. O marketing e a
publicidade passam a sertão ou mais importantes que a própna produção.
A cnação de novas necessidades passa a constituir uma estratégia de escoamento da constan
te e exponencial produção. Consome-se para escoar a produção. É a chamada sociedade de
consumo - uma sociedade de abundância, com bens baratos, de duração limitada e produzi
dos em séne. O consumo massiflca-se com a oferta destes bens produzidos em série, a custos
baixos, sem grande qualidade ou duração.
Para escoar tal profusão de bens, o comércio adapta-se - surgindo os grandes centros comer
ciais. os hipermercados etc.
Sociedade de consumo - E a sociedade em que a oferta de bens excede a procura,
sendo os bens produzidos em larga escala, em série e de duração efémera. Criar novas
necessidades, produzir e vender são os fins deste tipo de sociedade.
Na sociedade de consumo é necessário que o desejo de comprar esteja sempre presente
para dar resposta à crescente produção por parte das empresas. O consumidor, os seus de
sejos e a sua vontade de comprar constituem o foco de atenção de produtores e vendedores.
A publicidade e o marketing são técnicas essenciais à sociedade de consumo.
As inovações, as novas tecnologias e a produção em séne permitiram às empresas lançar no
mercado grande quantidade de produtos com preços acessíveis. A publicidade, a moda, a
facilidade de acesso ao crédito, são. por sua vez. fatores que estimulam o consumo, multas
vezes de uma forma excessiva e até pengosa para a saúde e segurança do consumidor.
37
38. Consome-se por Impulso, sem critérios. de forma excessiva. Irracional e com desperdício - é
o chamado consumlsmo.
38
Consumlsmo - Conjunto de comportamentos que levam a um consumo excessivo,
sem critérios e compulsivo.
2.6 O consumerismo e a responsabilidade social
dos consumidores
Em resposta a uma sociedade excessivamente consumista. com grandes desperdícios e pouco
criteriosa nas suas escolhas, têm surgido organizações e movimentos de apelo à ponderação.
São os movimentos consumeristas.
Estes movimentos têm como objetivo defender os interesses e direitos dos consumidores, pro
movendo ações que conduzam a um consumo mais esclarecido, racional e baseado em valores
sociais e ambientais.
Quadro 5 - Consumerismo vs consumtsmo
Consumerismo
• Consumo racional, controlado, seletivo e
com critérios.
• Consumo baseado em valores sociais, am
bientais e no respeito pelas gerações futuras.
• Consumo irracional, impulsivo e sem critérios.
• Consumo irresponsável, excessivo e perigoso.
• Consumo baseado em valores materiais, na
ostentação e no supérfluo.
Uma das áreas de intervenção das práticas consumeristas prende-se com a defesa do am
biente. O direito a um ambiente saudável e equilibrado é um direito coletivo de todos os
povos, reconhecido pela Organização das Nações Unidas. A sustentabilidade ambiental e o
direito das gerações futuras a um planeta limpo implicam, da parte dos cidadãos, uma altera
ção dos seus comportamentos consumistas em benefício de práticas consumeristas.
O desenvolvimento de energias alternativas, a promoção da agricultura biológica, a recicla
gem e a reutilização constituem alguns exemplos de ações que promovem o desenvolvimen
to sustentável, contribuindo para o equilíbrio ambiental e maior qualidade de vida para todos.
2.7 A defesa dos consumidores em Portugal
e na União Europeia
Em Portugal, a defesa dos direitos dos consumidores tem sido assumida por diversas organiza
ções de caráter particular, como a DECO (Associação Portuguesa para a Defesa do Consumi
dor). e também por entidades públicas, o que que mostra o interesse do Estado na promoção
da qualidade de vida dos cidadãos e a sua preocupação com o futuro, em termos ambientais e
de desenvolvimento.
39. TEMA2 Necessidadeseconsumo
A consagração dos direitos dos consumidores na Constituição da República Portuguesa e a
ação da Direção-Geral do Consumidor na defesa dos direitos dos consumidores constituem
dois exemplos das preocupações sociais e ambientais do Estado.
Lei de defesa do consumidor - alguns direitos do consumidor:
Direito á qualidade de bens e serviços: a proteção da saúde e segurança física; à forma
ção e educação para o consumo: à proteção dos seus interesses económicos.
A União Europeia, na área da defesa dos direitos dos consumidores, tem também adotado
legislação e definido políticas europeias específicas.
Agenda do Consumidor Europeu
Objetivos:
• Reforçar a segurança dos consumidores:
• Aumentar o seu nível de conhecimento, de modo a capacitá-los com informação e
meios de recurso perante mercados mais complexos;
• Melhorar as práticas de fiscalização e controlo dos mercados, promovendo uma maior
39
40. ESQUEMA-SÍNTESE
r
Características
• Multiplicidade
• Saciabilidade
• Substituibilidade
• Relatividade
Classificação
• Quanto a importância
(primárias, secundárias
e terciárias)
• Quanto à vida
em coletividade
(individuais e coletivas)
Satisfeitas
com
Bens materiais Serviços
CONSUMO J
Tipos de consumo
• Final
• Intermédio
• Individual
• Coletivo
• Essencial
• Supérfluo
• Público
• Privado
1
Fatores que Influenciam o consumo
Económicos:
- Rendimento
- Estrutura do consumo e lei de Engel
- Preços
- Inovação tecnológica
Extraeconómicos:
- Moda
- Publicidade
- Tradição
- Modos de vida
- Estrutura etária das famílias
Consumismo Consumerismo
40
41. TEMAS Necessidadeseconsumo
SÍNTESE
✓ O conceito de necessidade encontra-se associado à ausência de bem-estar. Avida humana
exige a satisfaçao de múltiplas necessidades.
✓ As necessidades humanas caractenzam-se pela multiplicidade (sâo muitas, de diferente
natureza e origem); pela relatividade (variam com o tempo, o espaço e o grupo social); pela
substitulbilldade (podem ser satisfeitas por bens substitutos) e pela saclabilidade (ao fim de
algumas utilizações dos bens que as podem satisfazer, o Indivíduo encontra-se saciado ou
satisfeito).
✓ As necessidades, porserem múltiplas, podem classificar-se segundo critérios diferentes: o da
importância na sua satisfação (necessidades pnmánas. secundárias e terciárias); e quanto
ao número de pessoas que as sentem (necessidades individuais e necessidades coletivas).
✓ O consumo é um ato económico que consiste na destruição de um bem para satisfação de
uma necessidade e que resulta de uma escolha; mas é. igualmente, um ato social dadas as
suas Implicações éticas, humanas, ambientais, políticas, por exemplo.
✓ O consumo pode ser classificado como final (não Intervém na produção de outros bens,
como no caso das famílias) ou intermédio (própno das empresas que utilizam bens para
a produção de outros bens); individual (consumo de um agente económico) ou coletivo
(consumo da coletividade); essencial ou supérfluo; público (consumo do Estado) ou privado
(consumo das famílias ou empresas). Padrões de consumo são modelos de consumo que
decorrem do facto de este variar no tempo, no espaço, com o grupo social a que as pes
soas pertencem e com a cultura das sociedades.
✓ É possível calcular a percentagem que os consumidores gastam em alimentação relativa
mente ao total das suas despesas de consumo ou orçamento familiar (coeficiente orçamen
tal relativo a alimentação) e relacionar esse coeficiente com o rendimento das famílias. Esta
relação foi estabelecida por Engel. que afirmou que quanto maior fosse esse coeficiente
orçamental, menor seria o rendimento das famílias (lei de Engel).
✓ O consumo é uma das componentes mais importantes da economia dos países industriali
zados. Decorrente das constantes descobertas científicas e tecnológicas e do consequen
te crescimento económico destes países, a produção tem excedido, em multas situações,
as necessidades de consumo das populações, deslocando o centro das preocupações dos
empresános da esfera da produção para a das vendas. A criação de novas necessidades
passa a constituir uma estratégia de escoamento da constante e exponencial produção -
estamos na sociedade de consumo. Consome-se para escoar a produção.
✓ O consumismo. traduzido em comportamentos de consumo excessivo, irracional e sem cri
térios. torna-se na imagem da sociedade de consumo.
✓ Como resposta a uma sociedade excesslvamente consumlsta. têm surgido movimentos de
apelo à ponderação e à responsabilidade social. São os movimentos consumenstas.
41
42. Avaliação
GRUPO I
As questões abaixo são de escolha múltipla. Selecione a opção correta em cada uma.
1. Quanto à sua importância, um carro de topo de gama e a saúde são. respetivamente.
(A) uma necessidade coletiva e uma necessidade secundária.
(B) uma necessidade terciáda e uma necessidade pnmária.
(C) uma necessidade individual e uma necessidade terciária.
(D) uma necessidade secundária e uma necessidade pnmária.
2. O gráfico 1 apresenta dados relativos ao nível de saciedade do indivíduo A. à medida
que vai bebendo copos de água.
De acordo com o gráfico, o indivíduo A
(A) fica saciado, em termos de sede, ao fim de um copo de água.
(B) fica saciado, em termos de sede, ao fim de dois copos de água.
(C) fica saciado, em termos de sede, ao fim de três copos de água.
(D) não atinge a saciação.
3. Os materiais escolares adquiridos pelas famílias para as suas chanças constituem exem
plos de um consumo
(A) individual e público.
(B) privado e intermédio.
{C) intermédio e supérfluo.
(D) final e individual.
42
43. TEMA2 Necessidades econsumo
4. A utilização de fermento por uma padana constitui um consumo
(A) coletivo porque o pão é consumido por um grande número de pessoas.
(B) final, porque o fermento vai ser incorporado no produto final.
(C) intermédio, porque o fermento vai ser transformado num bem final.
(D) público, porque o Estado tem de assegurar a satisfação das necessidades básicas.
5. O consumo das famílias depende, entre outros fatores.
(A) dos preços dos bens e dos coeficientes orçamentais relativos à habitação.
(B) dos rendimentos dos consumidores e do meio social.
(C) da inovação tecnológica e da lei de Engel.
(D) das marcas e dos coeficientes orçamentais relativos à educação.
6. Num determinado país, o rendimento disponível das famílias aumentou. Mantendo-se
tudo o resto constante, o valor monetário gasto em alimentação e bebidas não alcoóli
cas fez o respetivo coeficiente orçamental aumentar. Esta afirmação é
(A) verdadeira, porque é necessário satisfazer necessidades básicas.
(B) verdadeira, porque de acordo com a lei de Engel. a relação entre a despesa em ali
mentação e bebidas não alcoólicas e o rendimento disponível aumentou.
(C) falsa, porque não é possível aumentar a relação entre a despesa em alimentação e
bebidas não alcoólicas e o rendimento disponível.
(D) falsa, porque de acordo com a lei de Engel, a relação entre a despesa em alimenta
ção e bebidas não alcoólicas e o rendimento disponível diminuiu.
7. O consumismo e o consumerismo são dois fenómenos que apresentam respetivamente
as seguintes características
(A) consumo impulsivo e consumo irracional.
(B) consumo racional e consumo baseado em valores ambientais.
(C) consumo indiscriminado e consumo baseado em valores sociais.
(D) consumo controlado e consumo sem considerar as suas consequências.
GRUPO II
1. As necessidades são múltiplas, individuais ou coletivas.
1.1 Explicite a afirmação anterior, através de exemplos.
1.2 Apresente uma noção de necessidade.
43
44. Avaliação
2. O quadro 1 apresenta o valor dos coeficientes orçamentais relativos a componen
te do consumo «Alimentação e bebidas não alcoólicas» do país A. em dois mo
mentos diferentes (f e t + 5). assim como o rendimento das famílias em unidades
monetárias (u.m.) no ano t.
Quadro 1 - Coeficientes orçamentais
40
5000
Alimentação e bebidas não alcoólicas
Rendimento (u.m.)
2.1 Apresente uma noção de coeficiente orçamental relativo a componente do
consumo «Alimentação e bebidas não alcoólicas», com base nos valores apre
sentados na tabela.
2J Sabendo que o rendimento das famílias no ano t + 5 aumentou 20%. calcule o
valor das despesas de consumo em alimentação e bebidas não alcoólicas no
momento refendo.
23 Explicite a lei de Engel.
2.4 Considerando que. em período de cnse económica, o rendimento poderá bai
xar relativamente ao ano t + 5. indique o limite inferior para o valor do coefi
ciente orçamental relativo à alimentação e bebidas não alcoólicas, justificando
o valor Indicado.
2.1 O coeficiente orçamental relativo ã componente do consumo «Alimentação e be
bidas não alcoólicas» representa a percentagem do rendimento que as famílias
gastam no consumo de bens alimentares e bebidas não alcoólicas. Com base na
tabela, pode-se ler que as famílias do país A. em média, no ano t, gastaram 40% do
seu rendimento para satisfazer as suas necessidades em bens alimentares e bebi
das não alcoólicas.
Alimentação e bebidas não alcoólicas 40 35
Rendimento (u.m.) 5000 5000 « 1.20 = 6000
Então o valor monetário das despesas de consumo em alimentação e bebidas não
alcoólicas no ano t + 5 será de: 6000 « 0,35 = 2100 u.m.
44
45. TEMA2 Necessidades econsumo
2.3 A lei de Engel afirma que quanto maior for o rendimento das famílias, menos eleva
do é o coeficiente orçamental relativo ã alimentação e bebidas não alcoólicas, ou
seja, menor é a percentagem do rendimento gasta na alimentação e bebidas não
alcoólicas. De facto, sendo a alimentação uma despesa essencial, mesmo que o
seu valor aumente em termos absolutos (o que deverá suceder visto o rendimento
em t+ 5 ter aumentado relativamente a t), o seu peso no rendimento diminuirá rela
tivamente mais. Em termos aritméticos, teremos um numerador ligeiramente maior
(despesas em alimentação) e um denominador muito mais alto (rendimento), o que
toma o coeficiente orçamental mais baixo.
2.4 Se o rendimento das famílias diminuir relativamente a t + 5, então o valor do coefi
ciente orçamental relativo ã alimentação e bebidas não alcoólicas deverá ser mais
elevado do que o de t+ 5. tendo por limite inferior 35%.
3. O consumo é um ato económico e um ato social.
3.1 Explique o significado da afirmação anterior, tendo em conta os fatores de que de
pende o consumo.
3.2 Justifique o consumismo nas sociedades atuais.
3.3 Indique duas consequências do consumismo.
4. <0 efeito prático da nova diretiva sobre os direitos dos consumidores na UE. em vigor
desde o dia 13 de junho de 2014. traduz-se na aplicação de direitos iguais para todos
os consumidores quando adquinrem bens ou serviços no espaço da UE. Por exemplo,
o direito a devolver os produtos nâo desejados no prazo de 14 dias; o direito a obter a
reparação ou substituição dos produtos defeituosos; o direito a receber informação leal
e transparente sobre os produtos adquiridos [...]».
Adaptado de https://cec.consunitdor.pt. consultado em dezembro de 2018
Explicite o conceito de consumensmo. considerando a afirmação anterior.
5. Considere o quadro a seguir.
Quadro 2 - Despesas de consumo em produtos alimentares
e bebidas não alcoólicas em alguns paises da UE. 2016. Em percentagem
UE-28
~T123 Bulgána 19.5 Lituânia 22.2
Áustria 97 Finlândia 12.0 Reino Unido 8.1
Fonte: wwwpordata.pt (consultadoem setembro de 2018)
5.1 Compare os valores fornecidos.
5.2 Retire conclusões relativas ao rendimento disponível das famílias.
45
46. TEMA 3
A produção de bens e de serviços
3.1 Bens - noção e classificação
32 Produção e processo produtivo. Setores de atividade económica
3.3 Fatores produtivos - noção e classificação
3.4 A combinação dos fatores produtivos
47. TEMA 3 A produçãode bense de serviços
3.1 Bens - noção e classificação
Para satisfazermos as nossas necessidades, produzimos bens e serviços.
Bens - Meios através dos quais as necessidades dos indivíduos podem ser satisfeitas.
Dada a multiplicidade de bens de que dispomos para satisfazer as nossas necessidades, os
bens sâo classificados, segundo critérios específicos, para os conhecermos melhor.
Quanto ao custo
• bens livres, quando sâo obtidos sem dispêndio de dinheiro ou esforço, como o ar que res
piramos ou a luz solar. Estes bens correspondem aos bens que nâo são escassos;
• bens económicos, quando existem em quantidades limitadas, sendo, portanto, bens es
cassos relativamente às necessidades sentidas. É necessáno gastar algum dinheiro ou
despender algum esforço para os adquirir. Os bens económicos podem ser classificados
de acordo com os seguintes critérios:
Quanto à natureza
• bens materiais, quando é possível senti-los. vê-los - isto ê, quando têm visibilidade físi
ca ou sâo tangíveis, podendo ser armazenados. Por exemplo, um livro, um bolo ou uma
ferramenta:
• bens Imateriais ou serviços, quando não têm visibilidade física, não são tangíveis. Por
exemplo, um concerto, uma aula, uma consulta médica.
Quanto à função
• bens de consumo, quando se destinam ao consumo final das famílias. Por exemplo, o
vestuárto, os alimentos ou um computador;
• bens de produção, quando se destinam a produzir outros bens. Um computador, para
uma empresa, é um bem de produção, assim como outras máquinas ou as matérias-pri
mas. Os bens de produção têm a designação de meios de produção.
Quanto a duração
• bens duradouros, quando não se anulam após uma primeira utilização. Uma máquina,
uma peça de roupa ou um telemóvel são bens duradouros;
• bens nâo duradouros, quando se esgotam após a sua utilização. Uma peça de fruta e as
matérias-pnmas que se Incorporam nos produtos finais são bens não duradouros.
Quanto às relações recíprocas
• bens substituíveis ou sucedâneos, quando se podem substituir entre si porterem carac
terísticas semelhantes. Azeite e óleo, açúcar e sacarina são exemplos destes bens;
• bens complementares, quando, para atingirem os fins para os quais foram criados, de
vem ser utilizados em conjunto. O computador e a impressora, que se completam na
elaboração e apresentação de trabalhos, o carro e a gasolina são exemplos de bens
complementares. A complementandade pode ser horizontal, se os bens em causa fo
rem de consumo, e vertical, se os bens forem de produção.
47
48. 3.2 Produção e processo produtivo.
Setores de atividade económica
Toda a produção exige fatores produtivos (trabalho e capital) que se podem combinar de ma
neiras diferentes, como se pode verificar no gráfico 1. relativo á produção de um bem.
Produção - Ato económico pelo qual se criam bens e serviços.
Processo produtivo e a tecnologia utilizada na produção. Isto é. a relação técnica que associa
as quantidades utilizadas dos fatores produtivos (trabalho e capital) com a quantidade máxi
ma de produto que se pode obter.
O processo produtivo pode ser identificado na curva de produção visto que cada um dos
pontos dessa curva representa possibilidades de combinar os fatores produtivos. Se optamos
pela produção no ponto A, isso significa que o processo produtivo escolhido combina x uni
dades de trabalho com y unidades de capital.
Setores de atividade económica
A abundância e variedade de bens e serviços produzidos pelos países torna necessário o seu
agrupamento em grandes conjuntos com características semelhantes. O critério que se tem
adotado foi apresentado pelo economista Colln Clark (1905-1989) e é ainda hoje um critério
seguido. O critério assenta, fundamentalmente, no tipo de bens produzidos.
Segundo Clark, os bens são agrupados em três setores de atividade económica: o setor
primário, o setor secundário e o setor terciário.
No setor primário estão incluídos os bens provenientes da natureza. Agricultura, silvicultura,
pesca, caça, pecuária e indústrias extrativas sáo as atividades incluídas neste setor.
No setor secundário incluem-se as indústrias transformadoras, a produção e distribuição de
gás. água e eletricidade e a construção. Tendo em conta o tipo de Indústria é possível falar de
Indústrias ligeiras (onde predomina o trabalho) e de Indústrias pesadas (onde predomina o
capital). Pode-se ainda dividir as indústrias em tradicionais, que recorrem a processos produ
tivos antigos, e as modernas, que recorrem a tecnologia de ponta. Inovadora.
48
49. TEMA 3 A produçãode bense de serviços
O setor terciário é um setor residual, onde todas as atividades não incluídas nos setores
pnmário e secundário se encontram. São os serviços, dos quais se destacam o comércio, a
educação, a saúde, o turismo e a atividade bancária, por exemplo.
Jean Fourastlé (1907-1990), economista francês, propôs entretanto uma alteração à tipologia
anterior, integrando as Indústrias extrativas no setor que designou por setor Industrial. Tam
bém propôs a designação de setor agrícola e setor dos serviços para os setores primáno e
terciário, respeúvamente. Por seu turno. Marc Porat (n. 1947) sugenu uma divisão adicional, o
setor quaternário
O setor quaternário
O desenvolvimento das economias modernas, assente na inovação dos processos pro
dutivos dos bens e serviços, permite constatar a importância das atividades relaciona
das com a informação, a informática, a cibernética, a alta tecnologia, a robótica e as
atividades intelectuais, como a investigação e o desenvolvimento.
Pela função estratégica que têm no desenvolvimento das economias, estas atividades
poderiam ser integradas num outro setor de atividade económica - o setor quaternário,
segundo proposta do autor Marc Porat (ERIC - Institute of Education Sciences. US De-
partment of Education. 1977).
Estas classificações, que têm um critério essenciaImente económico, são seguidas pelo Fundo
Monetário Internacional (FMI) e permitem caracterizar as economias dos países, caracterizando-
-os como desenvolvidos, emergentes ou em desenvolvimento.
Um país desenvolvido é aquele em cuja economia predomina o setor terciário - é. por isso,
um país tercianzado. Um país em desenvolvimento é um país predominantemente agrícola,
cujo setor primário é o dominante. Num país emergente, o setor primário já não é o dominan
te, o setor secundário tem algum destaque em termos do seu contributo para o produto do
país e o setor terciário tem um peso semelhante ao do setor secundário.
Existem, todavia, outras classificações, como as do Programa das Nações Unidas para o De
senvolvimento (PNUD). que se baseiam noutros critérios, como o desenvolvimento humano,
que conjuga valores de indicadores económicos, demográficos e sociais/culturais.
Quadro 1 - Relação entre o nrvel de desenvolvimento de um pais e os setores de atividade
Rctoçfto entro os setores de
Exemplos |
! dopas
Pais desenvolvido Setor III > Setor II > Setor 1 EUA. países da UE
País emergente Setor II e III em crescimento Brasil, Angola. China
País em desenvolvimento Setor 1 predominante Guiné-Blssau. Moçambique
49
50. 3.3 Fatores produtivos
Para produzir são necessários fatores produtivos, isto e. meios que permitam, através da
sua combinação, a produção necessária à satisfação das necessidades da população. Esses
meios são os recursos naturais (que podem ser classificados como capital), a força de traba
lho e o capital ou meios de produção.
Recursos naturais
Os recursos naturais são bens que a natureza coloca diretamente à disposição dos indivíduos
para a satisfação das suas necessidades, como matérias-primas ou matéhas subsidiárias. Os
recursos naturais podem ser renováveis (se se conseguirem renovar num período relativa
mente curto, mas dependente da natureza do bem) ou não renováveis (quando a sua utiliza
ção provoca a sua destruição definitiva).
Naturalmente, há que preservar os recursos não renováveis e ser criterioso no uso dos re
cursos renováveis, não só para que as gerações presentes não enfrentem a escassez desses
bens, mas também em nome das gerações futuras.
Força de trabalho
Para a produção dos bens e serviços necessános à satisfação das necessidades de uma po
pulação é Indispensável, comoJá foi referido, força de trabalho. Esta é a população com que
um país pode contar para a produção. Por isso, torna-se importante contabilizá-la.
População ativa, população Inativa e taxa de atividade
Calcular a população com que um país pode contar para trabalhar, sendo remunerada por
isso, é falar de população ativa Esta integra não só os homens e mulheres que têm uma
ocupação ou profissão -e que são remunerados por isso - mas também os desempregados.
Os indivíduos que não fazem parte da população ativa formam a população Inativa, sendo
esta constituída «pela população estudantil, doméstica e reformada» (Pordata).
50
51. TEMA 3 A produçãode bense de serviços
Resulta do confronto entre
População ativa População Inativa
• Trabalhadores
• Desempregados
■ População estudantil
• População doméstica
• População reformada
A percentagem da população ativa relativamente ao total da população dá-nos a taxa de
atividade de um país.
Taxa de atividade =
População ativa
População total
x 100
É possível calcular as taxas de atividade por género, que. tendencialmente. apresentarão
valores tanto mais próximos quanto mais desenvolvido for o país.
Taxa de atividade feminina =
População ativa feminina
População feminina total
x 100
Taxa de atividade masculina =
População ativa masculina
População masculina total
Desemprego e taxa de desemprego
é Importante conhecer, igualmente, a percentagem dos desempregados relativamente à po
pulação ativa, que corresponde à taxa de desemprego de um país.
Taxa de desemprego =
N.° de desempregados
População ativa
x 100
I
Pelas consequências sociais e económicas do desemprego, é importante compreender algu
mas das suas causas. Excluindo situações de crise económica, que se traduzem sempre em
valores elevados de desemprego, é possível reconhecer, igualmente, situações causadoras
de desemprego em períodos de crescimento económico.
O desenvolvimento tecnológico é um dos fatores que. por força da automação, da Informati
zação e da robotlzaçâo resultantes, acaba por dispensar o trabalho menos qualificado e mais
manual que antes se encontrava afeto à produção. Este üpo de desemprego é designado por
desemprego tecnológico por resultar da substituição de trabalho por tecnologia. Por outro
51
52. lado, novas profissões irão surgir ligadas a este processo natural de crescimento e desen
volvimento das economias. Estas vão-se. cada vez mais, terclarlzando. Assim, é fundamental
que todos os trabalhadores se vão atualizando, através de formação ao longo da sua vida
profissional, sob pena da sua exclusão precoce do mercado de trabalho.
O desemprego de longa duração e o desemprego repetitivo são outros tipos de desemprego.
O desemprego de longa duração é o que se prolonga por um ano ou mais e o desemprego
repetitivo é o que resulta de sucessivos desempregos por inadaptação ao posto de trabalho
devido ao baixo nível de qualificação dos trabalhadores, normalmente multojovens. A preca
riedade de emprego e a situação resultante.
Taxa de desemprego de longa duração =
Desempregados ha 1 ano ou mais
População ativa
x 100
Também se podem calcular taxas de desemprego por género. Em geral, tanto maior é a taxa
de desemprego feminina face à masculina, quanto menos desenvolvido é o país.
Taxa de desemprego feminino =
Mulheres desempregadas
População ativa feminina
Taxa de desemprego masculino
Homens desempregados
População ativa masculina
Capital
Capital e riqueza
O capital é outro fator produtivo. No entanto, não se deverá confundir capital com riqueza: en
quanto a riqueza consiste num conjunto de bens diversos (casas, carros, aviões, dinheiro, obras
de arte, etc.) que sõo propriedade de alguém que os utiliza para fins pessoais, já o capital é o
conjunto dos bens aplicados na atividade económica. Uma obra de arte, por exemplo, poderá
ser riqueza quando é pertença de um indivíduo que a possui por ser um apreciador ou um co
lecionador. mas poderá ser capital se esse indivíduo se tratar de um um galensta que a compra
para a vender.
52
53. TEMA 3 A produçãode bense de serviços
Tipos de capital
O capital pode classlflcar-se em:
• capital financeiro - conjunto dos meios financeiros de uma empresa. Este divide-se em
capital próprio, quando os meios financeiros são propriedade da empresa, e capital alheio,
quando os meios financeiros não pertencem à empresa;
• capital técnico - conjunto dos meios que permitem a produção. DMde-se em capital fixo,
que representa todos os meios de produção que nâo se anulam durante o processo produ
tivo, como as máquinas, por exemplo, e capital circulante, que designa as matérias-primas
e as matérias subsidiárias que se Irão Incorporar nos produtos finais. A evolução tecnológi
ca recente (automação. Informatização, robotização e inteligência artificial) representa um
contnbuto fundamental para a modernização do capital e para a inovação dos processos
produtivos.
• capital natural e capital humano - um bem pode ser considerado capital quando é utili
zado na produção de outros bens (como as máquinas - capital fixo - e as matérias-primas
- capital circulante) originando valor acrescentado. Ora. tanto os recursos naturais como
os recursos humanos são fatores em que é possível investir para acrescentar mais-valias
ao ato produtivo.
Pela importância e potencial que os recursos naturais e humanos têm na qualidade da produ
ção. na investigação e inovação, e pela escassez deste tipo de bens, atribui-se-lhes, por ana
logia com o capital técnico, a designação de capital natural e capital humano A semelhança
do que sucede com o investimento em tecnologia e inovação, também se deverá investir na
qualificação dos recursos humanos e na qualidade dos recursos naturais para que estes se
transformem em fatores capazes de potenciar a produção.
3.4 A combinação dos fatores produtivos
É possível produzir as mesmas quantidades, com combinações diferentes dos fatores pro
dutivos disponíveis numa economia, porque estes apresentam as seguintes características:
• são substituíveis (pode-se substituir trabalho por capital e vice-versa);
• são complementares (trabalho e capital complementam-se para produzir os bens);
• são adaptáveis (trabalho e capital adaptam-se às quantidades e ao tipo de bens a produzir).
A função de produção traduz essa possibilidade, como pode observar-se no gráfico 2.
53
54. Podemos verificar que a produção de um determinado bem pode ser obtida através de di
versas combinações dos fatores produtivos, trabalho e capital. Assim. 4 unidades de trabalho
e 1 unidade de capital (ponto X). 1 unidade de trabalho e 5 unidades de capital (ponto Y) ou
todas as combinações representadas pelos pontos da curva apresentada são possibilidades
tecnológicas de produção ou diferentes processos produtivos.
O ponto A corresponde a uma Impossibilidade de produção, por não haver fatores produti
vos suficientes para produzir aquela quantidade (superior à da curva representada).
A escolha do ponto ótimo de produção - a produtividade
A produtividade e um conceito central que representa a quantidade/valor da produção que se
obtém com o emprego de uma certa quantidade/valor de trabalho ou capital.
Produtividade total =
Produção
Fatores produtivos utilizados
Produtividade média do trabalho =
Produção
Trabalho
Produtividade média do capital =
Produção
Capital
Naturalmente, interessará ao empresário aumentar a produtividade dos fatores produtivos.
Mas. como consegui-lo?
O tempo na escolha da combinação dos fatores produtivos
Como conseguir a melhor combinação dos fatores produtivos? A escolha vai depender da
variável tempo - se considerarmos o curtíssimo prazo, o empresário não tem qualquer hi
pótese de alterar a combinação dos fatores produtivos. No entanto, se tivermos em conta o
curto prazo, já é possível alguma alteração - a do fator trabalho, dado que a do fator capital
é de mais difícil alteração. Por último, se considerarmos o longo prazo,já será possível alterar
os dois fatores produtivos.
Combinação dos fatores produtivos no curto prazo
Numa perspetiva de curto prazo, a combinação ótima dos fatores produtivos é dada pelo
valor mais alto da produtividade marginal (o aumento da produção gerado quando se aumen
ta uma unidade do fator produtivo variável).
Produtividade marginal
Acréscimo de produção
Acréscimo de uma unidade de fator produtivo
Consideremos o exemplo do quadro da página seguinte, relativo a produtividade marginal do
trabalho.
54
55. TEMA 3 A produçãode bense de serviços
1 cetfelra-debulnadora
w Sempre fixo.
*" É a produtividade resultante da utilização de mais uma unidade de fator produtivo (neste caso, um trabalha
dor).
Ajustificação tem a ver com a lei dos rendimentos marginais decrescentes, que afirma que, a
partir de uma dada combinação dos fatores produtivos, como um deles é fixo, a produção vai
aumentando cada vez menos - a produtividade marginal vai diminuindo/os rendimentos vão
decrescer.
Combinação dos fatores produtivos no longo prazo
Numa perspetiva de longo prazo, temos de recorrer aos custos de produção, que compor
tam os custos fixos e os custos variáveis. Os custos fixos são independentes das quantidades
produzidas (rendas, por exemplo) e os custos variáveis variam em função das quantidades
produzidas (custos das maténas-pnmas, por exemplo).
Para aumentar a produção ter-se-á de aumentar as quantidades dos fatores produtivos, o que
originara um aumento dos custos de produção. No entanto, será possível aumentar a produção
com um aumento menos proporcional dos custos. Este facto deve-se à diminuição dos custos
fixos, que vão «tendendo para zero» à medida que a produção aumenta e aos abatimentos e
descontos obtidos nas compras em grandes quantidades de fatores produtivos, etc.
Verifica-se assim que. quando a produção aumenta até um certo limite, os custos médios
por unidade produzida vão diminuindo. Há economias de escala que ofiginam rendimentos
crescentes à escala. É. assim, vantajoso para o empresário produzir grandes quantidades.
Naturalmente, a partir de uma certa quantidade produzida, vão verificar-se deseconomlas de
escala, dada a menor eficiência originada pela grande dimensão das empresas (dificuldades
na organização da produção, na gestão, etc.).
Observe-se o exemplo do quadro 3. onde a combinação ótima dos fatores produtivos corres
ponde à produção de 30 unidades, porque representa o menor custo por unidade produzida
(CTM). Aumentando a quantidade produzida para 35, o custo por unidade produzida também
aumenta, havendo deseconomlas de escala.
Quadro 3 - Combinação ótima de fatores produtivos
55
56. ESQUEMA-SÍNTESE
População residente
Produção de bens
e serviços
População ativa
Trabalho-
• Trabalhadores
• Desempregados
Fatores produtivos
Técnico
Circulante
População Inativa
• População estudantil.
• População doméstica
• População reformada
Financeiro
Próprio Alheio
Combinação ótima
Máxima racionalidade,
eficiência e bem-estar
J. 1
Curto Longo
prazo prazo
4»
A quantidade a produzir corresponde ao mínimo custo unitário
médio - dimensão ótima, em que se obtêm economias de escala
(e a partir da qual haverá deseconomias de escala)
A combinação ótima dos fatores produtivos corresponde à máxima
produtividade marginal (a partir da qual haverá rendimentos
decrescentes porque um dos fatores produtivos é fixo)
56
57. TEMA3 A produção cie bense de serviços
SÍNTESE
✓ As necessidades sâo satisfeitas com bens. Estes podem ser livres e económicos; de consu
mo e de produção; materiais e imateriais (serviços), duradouros e não duradouros; sucedâ
neos (substitutos) e complementares.
✓ Produção é o ato económico de produzir bens e serviços. A produção resulta da combina
ção dos fatores produtivos, trabalho e capital. Os fatores produtivos podem combinar-se de
formas diferentes, consoante a tecnologia utilizada.
✓ Todos os bens são agrupados em setores de atividade (prtmárlo. secundário e terciário).
A medida que um país se desenvolve, o setor terciário vai-se tornando dominante.
✓ A população residente de um país pode ser ativa (empregados e desempregados) e inativa
(estudantes, reformados, inválidos e donas de casa).
✓ A taxa de atividade de um país representa a percentagem da população ativa relativamente
ao total da população do país. Podem, também, calcular-se taxas de atividade por género.
✓ A taxa de desemprego de um país representa a percentagem de desempregados no total
da população ativa. Podem calcular-se taxas de desemprego por género, que correspon
dem à percentagem dos indivíduos de determinado género (masculino, feminino) no total
desses indivíduos (masculino, feminino).
✓ Há diversas formas de desemprego: tecnológico, repetitivo e de longa duração. Para com
bater o desemprego, a formação ao longo da vida ativa é indispensável.
✓ Para produzir um mesmo bem. utllizam-se os fatores trabalho e capital em proporções
variadas, de acordo com a tecnologia utilizada. A curva de possibilidades de um bem re
presenta todas as combinações possíveis dos fatores trabalho e capital para a produção
daquele bem. Nessa curva, um dos pontos representa a combinação ótima dos fatores
produtivos desse bem (em que se alcança o valor mais alto da produtividade marginal).
✓ A produtividade representa a quantldade/valor de produção de um bem que se obtém com
o emprego de certa quantldade/valor de trabalho ou de capital. Pode determinar-se a pro
dutividade média geral, a produtividade do trabalho e a produtividade do capital.
✓ A combinação ótima dos fatores produtivos é influenciada pela variável tempo. No curtíssimo
prazo, não é possível alterar a produtividade; no curto prazo é mais fácil alterar o fator tra
balho; no longo prazo, podem alterar-se os fatores trabalho e capital.
✓ A combinação ótima dos fatores produtivos é dada pelo valor mais alto da produtividade
marginal, que significa o aumento da produção quando se aumenta uma unidade do fator
produtivo variável.
✓ A dimensão ótima de uma unidade produtiva é aquela em que se atingem os menores
custos por unidade produzida, em resultado do aumento das quantidades produzidas (eco
nomias de escala).
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58. Avaliação
GRUPO I
As questões abaixo são de escolha múltipla. Selecione a opção correta em cada uma.
1. A silvicultura e a pecuária sâo ramos da atividade económica que
(A)se registam no setor I. (C) se registam no setor III.
(B) se registam no setor II. (D) se registam no setor I e II. respetivamente.
2. Sabendo que a população residente de um país é de 20 milhões de habitantes e que a
sua população ativa é de 11 milhões, entáo. a taxa de atividade desse país é de
(A) 5.5%. (C) 55%.
(B) 0.5%. (D) 50%.
3. A produtividade marginal do trabalho é crescente quando
(A) se emprega mais um trabalhador que ongina um aumento da produção.
(B) se emprega mais um trabalhador e a produção diminui.
(C) a produção adicional do último trabalhador for nula.
(D) a produção decresce com o último trabalhador empregado.
4. Observe a seguinte função relativa à produção de 250 unidades do bem X.
A análise do gráfico permite concluir que
(A) é possível produzir 250 unidades do bem X com 1 unidade de capital e 7 trabalhadores.
(B) é possível produzir 250 unidades do bem X com 1 unidade de capital e 6 trabalhadores.
(C) é possível produzir a quantidade C com os mesmos fatores produtivos.
(D) a produção em A é maior do que em B.
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59. TEMA3 A produçãode bense de serviços
5. A produtividade relaciona
(A) o consumo de capital fixo com o número de trabalhadores.
(B) o investimento com o consumo de capital fixo.
(C) a produção com a população.
(D) a produção com os fatores produtivos utilizados para a obter.
6. Selecione a afirmação verdadeira.
(A) O advogado presta um serviço aos seus clientes.
(B) O equipamento médico constitui um serviço prestado pelos hospitais.
(C) Os concertos são bens.
(D) A atividade dos bancos e seguradoras é um bem.
7. O azeite e o óleo são bens sucedâneos. Esta afirmação é
(A) verdadeira, porque são dois bens de preço semelhante.
(B) falsa, porque o azeite tem uma qualidade superior ao óleo.
(C) verdadeira, porque se podem substituir entre sl.
(D) falsa, porque nunca se pode substituir um pelo outro.
8. Considere os valores relativos à população do país A
Quadro 1
Ano t
Anot+1 |
População total (em milhares) 10 10 000
Taxa de desemprego (em %) 10 4.5
Taxa de atividade (em %) 10 51.0
A partir dos valores fornecidos pode-se afirmar que. no país A.
(A) no ano t. o número de ativos foi de 5100.0 milhares de pessoas.
(B) no ano t +1. o número de desempregados foi de 229 500 milhares de pessoas.
(C) no ano t. o número de desempregados foi de 5100 milhares de pessoas.
(D) no ano t +1. o número de desempregados foi de 1425 milhares de pessoas.
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