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Brincadeiras com ciência
O VELHO QUE PLANTAVA ÁRVORES
Jean Giono
- Jean Giono (1895-1970) nasceu em Manosque;
- grande escritor francês da sua geração;
- escreveu mais de trinta romances bem como contos, ensaios, poesia, peças
de teatro e traduções;
- galardoado com o Prix Brentano, o Prix de Mónaco e a Légion d’Honneur.http://assets.nybooks.com/media/photo/201
4/05/14/white_1-060514.jpg
2ª Guerra Mundial - Ocupação nazi:
http://www.larousse.fr/encyclopedie/data/images/1011242-
La_France_sous_Vichy.jpg
Vale de Drôme
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/32/Dielavan.jpg
Passaram cerca de quarenta anos, desde a altura em que fiz uma longa viagem a pé, por picos
absolutamente desconhecidos pelos turistas, nessa ancestral região dos Alpes que se estende até à
Provença. (…)
Encontrava-me a uns 1200 a 1300 metros de altitude, na altura em que comecei a minha longa
jornada naquela terra extensamente despovoada, nua e monótona, onde só a alfazema
silvestre florescia. (…)
Após cinco horas de marcha ainda não tinha encontrado água e nada me fazia ter esperança de que isso
fosse acontecer. Por todo o lado sempre a mesma terra seca, a mesma vegetação lenhosa.
(págs 9-10-13, ed. Presença)
Ficou logo subentendido que eu passaria ali a noite; a aldeia mais próxima ficava a mais de dia e meio
de marcha. (…)
(…) O pastor, que não fumava, foi buscar um pequeno saco e despejou sobre a mesa
um monte de bolotas. Pôs-se a examiná-las uma a uma com muita atenção, separando as boas das
más. Eu fumava o meu cachimbo. Propus-me ajudá-lo. Respondeu-me que era tarefa sua. (…)
(…) Quando conseguiu separar cem bolotas perfeitas, parou e fomos deitar-nos. (…)
(…) No dia seguinte pedi-lhe autorização para ficar mais um dia com ele, a retemperar forças. (…)
Foi buscar o rebanho e levou-o ao pasto. Antes de se ir embora, mergulhou num balde de água o saquinho
onde tinha juntado as bolotas, cuidadosamente escolhidas e contadas.
(págs 17-18-19-23-24, ed. Presença)
Reparei que, em vez de um cajado, ele levava um varão de ferro da espessura de um polegar e com
cerca de um metro e meio de comprimento.
Fiz de conta que ia passear tranquilamente e segui por um caminho paralelo ao seu. O pasto das
ovelhas ficava no fundo de um vale.
Deixou o pequeno rebanho à guarda do cão e subiu até ao local onde eu estava. Receei que me viesse
censurar a indiscrição de ali estar, mas não foi isso que aconteceu. Estava apenas a seguir o seu caminho
e convidou-me a acompanhá-lo, se não tivesse nada mais importante para fazer. Ia até um lugar a duzentos
metros dali, a subir.
(págs 24-25, ed. Presença)
Ao chegar ao lugar pretendido, pôs-se a espetar o varão de ferro que trazia. Fazia um buraco, onde
punha uma bolota, e depois tapava-o com terra. Plantava carvalhos. (…) E, assim,
plantou as cem bolotas com um cuidado extremo.
(…)
No lugar das ruínas que eu tinha visto em 1913 elevavam-se agora quintas limpas, rebocadas,
denotando uma vida feliz e confortável. As velhas fontes alimentadas pelas chuvas e pelas neves que as
florestas retêm, recomeçaram a correr. Canalizaram as águas. Ao lado de cada quinta, nos bosquezinhos
de aceres, os tanques das fontes transbordam sobre tapetes de hortelã fresca.
(págs 25-27-60, ed. Presença)
As aldeias reconstruíram-se pouco a pouco. Uma população vinda das planícies onde a terra se vende
cara, fixara-se na região trazendo juventude, movimento espírito de aventura. Encontravam-se pelos
caminhos homens e mulheres bem alimentados, rapazes e raparigas com o gosto de rir e das festas
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O Velho que plantava árvores e regenerava uma região

  • 1. Brincadeiras com ciência O VELHO QUE PLANTAVA ÁRVORES Jean Giono
  • 2. - Jean Giono (1895-1970) nasceu em Manosque; - grande escritor francês da sua geração; - escreveu mais de trinta romances bem como contos, ensaios, poesia, peças de teatro e traduções; - galardoado com o Prix Brentano, o Prix de Mónaco e a Légion d’Honneur.http://assets.nybooks.com/media/photo/201 4/05/14/white_1-060514.jpg
  • 3. 2ª Guerra Mundial - Ocupação nazi: http://www.larousse.fr/encyclopedie/data/images/1011242- La_France_sous_Vichy.jpg
  • 5. Passaram cerca de quarenta anos, desde a altura em que fiz uma longa viagem a pé, por picos absolutamente desconhecidos pelos turistas, nessa ancestral região dos Alpes que se estende até à Provença. (…) Encontrava-me a uns 1200 a 1300 metros de altitude, na altura em que comecei a minha longa jornada naquela terra extensamente despovoada, nua e monótona, onde só a alfazema silvestre florescia. (…) Após cinco horas de marcha ainda não tinha encontrado água e nada me fazia ter esperança de que isso fosse acontecer. Por todo o lado sempre a mesma terra seca, a mesma vegetação lenhosa. (págs 9-10-13, ed. Presença)
  • 6. Ficou logo subentendido que eu passaria ali a noite; a aldeia mais próxima ficava a mais de dia e meio de marcha. (…) (…) O pastor, que não fumava, foi buscar um pequeno saco e despejou sobre a mesa um monte de bolotas. Pôs-se a examiná-las uma a uma com muita atenção, separando as boas das más. Eu fumava o meu cachimbo. Propus-me ajudá-lo. Respondeu-me que era tarefa sua. (…) (…) Quando conseguiu separar cem bolotas perfeitas, parou e fomos deitar-nos. (…) (…) No dia seguinte pedi-lhe autorização para ficar mais um dia com ele, a retemperar forças. (…) Foi buscar o rebanho e levou-o ao pasto. Antes de se ir embora, mergulhou num balde de água o saquinho onde tinha juntado as bolotas, cuidadosamente escolhidas e contadas. (págs 17-18-19-23-24, ed. Presença)
  • 7. Reparei que, em vez de um cajado, ele levava um varão de ferro da espessura de um polegar e com cerca de um metro e meio de comprimento. Fiz de conta que ia passear tranquilamente e segui por um caminho paralelo ao seu. O pasto das ovelhas ficava no fundo de um vale. Deixou o pequeno rebanho à guarda do cão e subiu até ao local onde eu estava. Receei que me viesse censurar a indiscrição de ali estar, mas não foi isso que aconteceu. Estava apenas a seguir o seu caminho e convidou-me a acompanhá-lo, se não tivesse nada mais importante para fazer. Ia até um lugar a duzentos metros dali, a subir. (págs 24-25, ed. Presença)
  • 8. Ao chegar ao lugar pretendido, pôs-se a espetar o varão de ferro que trazia. Fazia um buraco, onde punha uma bolota, e depois tapava-o com terra. Plantava carvalhos. (…) E, assim, plantou as cem bolotas com um cuidado extremo. (…) No lugar das ruínas que eu tinha visto em 1913 elevavam-se agora quintas limpas, rebocadas, denotando uma vida feliz e confortável. As velhas fontes alimentadas pelas chuvas e pelas neves que as florestas retêm, recomeçaram a correr. Canalizaram as águas. Ao lado de cada quinta, nos bosquezinhos de aceres, os tanques das fontes transbordam sobre tapetes de hortelã fresca. (págs 25-27-60, ed. Presença)
  • 9. As aldeias reconstruíram-se pouco a pouco. Uma população vinda das planícies onde a terra se vende cara, fixara-se na região trazendo juventude, movimento espírito de aventura. Encontravam-se pelos caminhos homens e mulheres bem alimentados, rapazes e raparigas com o gosto de rir e das festas populares. Se contarmos com a população antiga, irreconhecível depois que viviam com doçura, e os novos chegados, mais de dez mil pessoas deviam a sua felicidade a Elzéard Bouffier. (págs 60-61, ed. Presença)