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O ROMANCE DE CANTARES
Muitos teólogos não compreenderam o caráter lúdico de Cantares. Não compreenderam que o pastor e o rei eram o mesmo personagem e ao interpretarem o livro colocam Sunamita apaixonada pelo pastor e sendo tomada a força para o harém do rei, criando uma trama insolúvel. Os discursos se confundiriam, o maior cântico de Salomão, cantaria, não o seu grande amor, mas o amor de outro, que roubou dele, seu grande amor. Há uma qualidade nos discursos do amado que o identificam como uma única pessoa. Sua unidade. Sua sabedoria, seu profundo conhecimento sobre as questões do palácio, seu tremendo conhecimento sobre os procedimentos da guarda. O modo como o amado a nomeia do início ao fim de Cantares. O modo como o amado ama Sunamita. Pode se ver até na generosidade a alegria de Salomão, que ao final recompensa regiamente aos guardas da Vinha, com uma comissão assombrosa ao final do texto, que não condiz com a lamentação de alguém que perdeu o amor de sua vida. 
O livro não trata de uma farsa, Salomão não está “seduzindo” Sunamita. Em nenhum momento das Escrituras Salomão é retratado como possuindo caráter de sedutor. Mesmo porque seu passado se inicia com uma tragédia familiar que certamente deixou marcas profundas em sua psique. O livro é de um autoria de um jovem e é a suprema poesia de Salomão, justamente porque é a suprema expressão de seu amor. Salomão guardou debaixo do travesseiro uma cópia dele, seu tesouro particular. Sua maior composição, seu mais belo cântico. 
As declarações de Salomão fora de Cantares estão em Provérbios, e Eclesiastes. Em Provérbios ele relembra o amor de sua juventude: Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade. 
Ele assume para si um provérbio egípcio de um grande amigo, Agur, no qual ele declara coisas que o maravilhavam Estas três coisas me maravilham; e quatro há que não conheço: O caminho da águia no ar; o caminho da cobra na penha; o caminho do navio no meio do mar; e o caminho do homem com uma virgem. 
O livro de Reis declara que em sua velhice suas mulheres é que o influenciaram, de tal maneira que ele construiu templos e foi com elas neles para oferecer incenso a divindades estrangeiras. E em Eclesiastes, no qual ele reclama que devia ter vivido com ela para sempre. 
Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade; porque esta é a tua porção nesta vida, e no teu trabalho, que tu fizeste debaixo do sol. 
O conhecimento geográfico do amado, sua visão perfeita sobre estações, ecológicas, correspondem ao conhecimento de um único personagem daquela época. Salomão. O único discurso do pastor deixa claro que ela não o conhece e anseia conhece-lo. Uma cantada avultosa. Até na resposta do pastor há a mesma descrição que Salomão fará sobre ela, do início ao fim do poema. “Formosa”. 
Cantares 1:8 
Se tu não o sabes, ó mais formosa entre as mulheres, sai-te pelas pisadas do rebanho, e apascenta as tuas cabras junto às moradas dos pastores. 
Cantares 6:4 
Formosa és, meu amor, como Tirza, aprazível como Jerusalém, terrível como um exército com bandeiras.
É indubitavelmente, Salomão. 
O Romance 
Algumas palavras preliminares. Esse livro é embebido em vinho. Se tivesse alguma cor nas páginas seria púrpura. A atmosfera ocorre nas vinhas, os enamorados correm entre as vides, é a época das safras, da coleta, dos cantos dos pisadores de uva, do amadurecimento da safra antiga, da confecção do vinho novo, é tempo de PENTECOSTES! É a primavera israelita, são as festas dos camponeses e camponesas, é época do Templo Novo! Sunamita está literalmente embriagada e Salomão também, em alguns momentos do livro. Se espremer Cantares, pingará vinho. 
A moça que é a personagem principal do livro (Sunamita) é moradora de Sunem, uma cidade que fica localizada na região da Galiléia. Uma cidade pequena, porém de mulheres cujo caráter será exaltado mais que uma vez nas Escrituras. Ela é uma moça de uma família humilde, trabalhadora desde a infância, mas que participava das várias festividades agrícolas e festivais religiosos de sua época. Haviam sete festas instituídas por Moisés, mais os eventos da cidade de Jerusalém, incluindo as peregrinações de diversas regiões por ocasião das festas do recém-inaugurado templo, que substituía a antiquíssima tenda da congregação e mudava radicalmente os locais sagrados de peregrinação, antes localizado na região agrícola de Betel para a paisagem urbana de Jerusalém. Era provavelmente a moça mais nova da família e foi forçada a tomar conta de uma vinha que era possessão hereditária de sua família. Em determinada cena do texto os irmãos colocam a menina para correr e apanhar as raposas que estão tentando comer as uvas das parreiras. Imagine o que é correr atrás de um bando de raposas famintas dentro de um imenso vinhal. Dona de uma beleza extraordinária e de uma ousadia inimaginada. Sua mãe ainda vivia, mas seu pai não é mencionado em Cantares.
Salomão é o segundo personagem. Filho de Davi com Betseba, após uma tragédia familiar provocada por uma paixão seguida de um ato impensado e cruel de seu pai, conforme sua história de vida. 
Com a implantação da nova administração de Salomão os encargos e tributos aumentaram bastante sobre os israelitas em busca de financiar as extravagancias causadas pela vaidade do novo rei. Diferentemente de seu pai Davi, Salomão era dado a alguns excessos no que dizia a manutenção da pompa, na demonstração efusiva da “glória” de seu reinado. Salomão instituiu a primeira frota de navios de Israel, com todos os barcos de projeto e tripulação estrangeira, composta a maioria de tirios e fenícios, construídos de um tipo de madeira caríssimo para sua época, transportada por centenas de quilômetros a partir de troncos com dezenas de metros de comprimento. Salomão havia equipado a seu exército com um uma infantaria com cavalos de raça, importados da Arábia e do Egito. Os cavalos de Salomão eram importados do Egito e de Keve, Cilícia. O preço de cada cavalo era de 1800 gramas de prata. E o gasto com sua cavalaria era imenso. Diz-se que no apogeu da cavalaria de Salomão o número de estábulos para guardar os animais era da ordem de 4000. 
Israel: descoberta ruínas do palácio do rei Davi 
Pesquisadores dizem ter descoberto palácio do Rei Davi em Israel. Pesquisadores da Autoridade de Antiguidades de Israel e da Universidade Hebraica de Jerusalém descobriram o que seriam dois edifícios reais com cerca de 3 mil anos na antiga cidade fortificada de Khirbet Qeiyafa. Ruínas associadas ao lendário personagem bíblico têm cerca de 3 mil anos. Depósito real para guardar impostos também foi identificado. http://www.sci-news.com/ e http://g1.globo.com Atualizado em 21/07/2013 06h30 Um desses edifícios foi identificado pelos cientistas como um palácio do lendário Rei Davi, importante figura para o cristianismo, judaísmo e islamismo, famoso pelo episódio bíblico da luta com o gigante Golias, entre outros. A segunda construção, afirmam os cientistas, é uma espécie de depósito real.
Vista aérea da cidade murada (Foto: Divulgação/Sky View/Autoridade de Antiguidades de Israel/Universidade Hebraica) Os trabalhos arqueológicos da equipe de Yossi Garfinkel e Saar Ganor revelaram parte de um palácio que teria mil metros quadrados, com vários cômodos ao seu redor onde foram encontrados recipientes de alabastro, potes e vestígios da prática de metalurgia. 
Achados de relíquias arqueológicas encontradas em Khirbet Qeiyafa (Clara Amit / Israel Antiquities Authority) O palácio é a construção mais alta da antiga localidade, permitindo o controle sobre todas as outras casas, bem como uma vista a grandes distâncias, chegando até o Mar
Mediterrâneo. De acordo com nota da Autoridade de Antiguidades, o local é ideal para mandar mensagens por meio de sinais de fumaça. O palácio, no entanto, foi muito destruído cerca de 1.400 anos após seu surgimento, quando foi transformado em sede de uma fazenda, no período do Império Bizantino. 
Palacio do Rei David desenterrado em Khirbet Qeiyafa (Sky View / Hebrew University / Israel Antiquities Authority) O depósito identificado mais ao norte era um local para guardar impostos, na época coletados na forma de produtos agrícolas. Essa estrutura corrobora a ideia da existência de um reino estruturado, que cobrava tributos e tinha centros administrativos. 
1 Reis 4 
Durante toda a vida de Salomão, Judá e Israel viveram em plena paz e segurança em seus territórios, cada cidadão debaixo da sua videira e da sua figueira, desde Dã até Berseba. 
Salomão possuía quatro mil baias para os cavalos dos seus carros de guerra e doze mil cavalos de sua infantaria de guerra. 
Não satisfeito com sua cavalaria ele ainda solicitou a construção de 1400 carros de guerra, bigas para transporte de arqueiros e de armas. 
2 Crônicas 1:14
Então Salomão juntou carros e cavaleiros; chegando a possuir mil e quatrocentos carros e doze mil cavaleiros. E os posicionou uma parte nas guarnições de algumas cidades e a outra próxima de si, em Jerusalém. 
Hermon 
Vista para o Hermon 
Quando a Sunamita andava pelas planícies do Líbano era comum ver centenas de carros de guerra desfilando diante de seus olhos. Milhares de cavaleiros percorriam todo o reino para
vigilância das cidades e um enorme efetivo de soldados ficava constantemente acampado ao redor de Jerusalém. 
Vale de Jezreel 
Diz o Josefo historiador: que havia 12.000 cavaleiros: 6.000 nas torres de atalaia, e 6.000 andava com o rei pra todo lado. Os Cavaleiros: vestiam púrpura, tírias, andavam em cavalos brancos, todos com cabeleiras compridas, e nelas eram colocados papelotes de ouro. E quando Salomão ia refrescar os pés, desciam as montanhas para o Riacho, 6.000 o acompanhavam, diz Josefo, que os raios do sol batiam na cabeleira e resplandeciam os rostos, por causa do brilho do ouro. Foram gastos13 anos para construir o palácio, por causa de sua vaidade, mais 7 anos para fazer o templo de Deus. Havia 1.400 carros de guerra, mesmo sem precisar, ninguém desafia tamanho poder na época. Diz a historia que 60.000 pessoas freqüentavam seu palácio diariamente para assentar á grande mesa com o rei. Não eram oferecidos copos de vidro, plásticos e prata, eram de ouro maciço.Para atender o numero de pessoas: 6.730 litros de farinha, mais 100 ovelhas, 30 bois e fora animais de caça. 
Como não havia guerras, todos os reis vinham trabalhar no reinado de Salomão e mandavam trabalhadores. A bíblia diz: que eram 153.600 no governo do rei. Sendo que 70.000 subiam montanhas para trazer madeiras de: Cedro, Acácia e Cetim, outros 80.000 subiam montanhas para buscar ouro, prata e pedras preciosas, outros 3.600 eram inspetores. 
Além disso, a moça morava numa região próxima a um vale por onde passavam grandes caravanas, vindas de diversas nações para homenagear o ‘grande rei’ e para conhecer o mistério de sua sabedoria, herdada de modo sobrenatural. O grande mistério que envolvia o
rei Salomão é que o que ele sabia e manifestava aos ouvidos de todos os que o conheciam é um saber que não recebera dos polos de conhecimento de sua época. Os nomes mais notórios de conhecimento de homens reconhecidos como sábios e que obtiveram essa sabedoria através de diversas escolas de conhecimento, que significa aprendizado e contato com diversas civilizações, incluindo os egípcios e os árabes, foram ultrapassados por um jovem de 23 anos que não teve contato com nenhuma escola ou grupo notável dos seus dias. 
Tabela Como referencia para a idade de Salomão à época de Cantares: 
A rainha de Sabá deve ter passado diante de seus olhos arregalados quando da visita ao soberbo rei. 
Cafarnaum e Cesaréia cidades marítimas cujos portos ficavam a uns 60 km da habitação da Sunamita, onde chegavam os navios de Tarsis trazendo madeira de sândalo, pavões, tigres, macacos e aves raras. 
Salomão, tal como seu pai, foi exímio luthier (fabricante de instrumentos musicais). Percebendo a sonoridade da madeira de sândalo para uso de instrumentos projetou e construiu junto a um grupo de artesões, alaúdes. 
(exemplos de alaúdes da antiguidade)
A árvore do sândalo (Santalum album) é originário da Índia e outras partes da Ásia 
Na Índia, o sândalo é uma árvore sagrada, e o governo a tem declarado como propriedade nacional para preservá-la da depredação ao qual tem sido exposta. Só é permitido o seu corte quando o exemplar possuir mais de trinta anos, momento em que naturalmente começa a morrer. Um tronco do sândalo demora 25 anos para adquirir uma espessura de 6 cm. 
Salomão realizava obras grandiosas, incluindo fortificações, cidades, aquedutos (inferência) e utilizava-se de trabalhadores forçados em todo o reino. 
I Reis 9:20-22 
Salomão convocou para o trabalho forçado todos os não israelitas, descendentes dos amorreus, hititas, ferezeus, heveus e dos jebuzeus, sobreviventes de guerra e presos pelos israelitas, cujos descendentes continuam a trabalhar como escravos até hoje. Mas Salomão não impôs trabalho forçado a nenhum dos filhos de Israel; eles eram homens de guerra, seus
capitães, os comandantes dos seus carros de guerra, oficiais, escudeiros e os condutores de carros. 
A menina que trabalhava nas vinhas era tratada como escrava por seus irmãos se sentia duplamente injustiçada. Enquanto seus irmãos eram honrados pelo rei, que impunha trabalhos forçados Às nações conquistadas, ela era tratada como estrangeira, como uma presidiária, como uma capturada, como uma sobrevivente de guerra. Seus irmãos retiraram dela sua dignidade como israelita e agora ela trabalhava como escrava num vinhal de Salomão nas terras do Líbano. 
E com certeza absoluta, Salomão podia estar sendo venerado por toda a terra.
Mas, não por ela. 
Para ela ele simbolizava usurpação. Tirania. Escravidão. O dono de toda a terra permitia que seus cruéis irmãos dela se servissem, dela abusassem com trabalho duro numa vinha que não lhe pertencia. Mas que eles diziam que era responsabilidade dela. 
Podemos imaginar a raiva com que ela via sem poder participar, das manifestações de pompa, de glória, de poder militar, econômico, que desfilavam diariamente diante de seus olhos. 
E eis que chegara a época da primavera nas terras libanesas. A ecologia de Israel explodia multicolorida, as neves derretiam sobre o monte Hermon, corredeiras e cascatas eram criadas em vários locais nas subidas das encostas, dava-se inicio a migração de diversas aves, ao tempo de acasalamento de diversos animais, incluindo as pombas selvagens e os gamos dos bosques cheios de figueiras, oliveiras e lírios. Os pastores iniciariam as atividades de retirada da lã dos carneiros e tinha início as festas primaveris, as festas das colheitas. Entre as comunidades não israelitas aconteciam festivais a Baal com referencia ao amor de sua esposa Anat que o traria de volta da morte, e com relação aos judeus as danças da vinha, as festas de Benjamim. As festas de benjamim não tinham origem na Lei, eram festividades civis, elas tinham um caráter cultural. “Estas festas das vinhas surgiram para festejar ou rir de uma ‘trapaça”. Ou rir de uma situação criada por uma promessa impensada fruto de tremenda hostilidade entre as tribos. A hostilidade envolveu uma tragédia, a morte da esposa de um levita, estuprada por cinco homens. Eram habitantes de uma cidade benjamita, os quais se recusaram a entrega-los a justiça. A situação gerou uma guerra cerca de 120 anos antes do reinado de Salomão, benjamim contra todas as demais. Depois de terríveis batalhas todas a tribo dos benjamitas (Binyāmîn,"filho da felicidade) é quase totalmente extinta, menos 600 homens que sobreviveram fugindo para uma montanha conhecida como rocha de Rimon, próximo a Galiléia,
que é também palco de Cantares. 
Antes das batalhas os líderes das tribos amaldiçoaram a si mesmo e se ESCONJURAM dizendo “maldito aquele que oferecer uma de suas filhas em casamento a um benjamita”
Após a guerra eles se arrependeram de terem dizimado a uma tribo inteira. Mas, como haviam conjurado uma maldição contra si mesmos, não podiam ceder mulheres para os sobreviventes. Fizeram um censo para ver se alguma tribo não havia participado da guerra contra os Benjamitas e descobriam que duas delas não haviam guerreado. Então eles enviaram uma carta de paz aos benjamitas e disseram que fossem e raptassem as moças que pudessem pegar entre os vinhais daquelas tribos e com elas casassem e pudessem crescer novamente. Afinal “raptar” não significa “oferecer”, elas não foram “dadas” foram “tomadas”. Os pais das moças “raptadas” vieram reclamar no conselho das tribos e os líderes os convenceram a não tentar retomá-las. Foram devidamente “recompensados” e assim que puderam visitaram suas filhas já casadas. Quando as viram tratadas como esposas e não como servas ou escravas, e que teriam netos e netas, se tranquilizaram. E então as moças de todas as tribos que ansiavam se casar também queriam a chance de serem raptadas. E começaram a correr no meio das vinhas brincando com seus futuros pretendentes. E assim nascia uma das mais engraçadas, festivas e alegres festas de Israel, a festa das vinhas. Milhares de adolescentes dançavam e cantavam em busca de seus amores.
E não seria diferente para a Sunamita de cantares. Ela irá se misturar as milhares de jovens que irão entrar mesmo que os guardas não permitam, correndo pelo interior dos vinhais enquanto fogem de seus pretendentes. Um festival regado a cânticos, instrumentos musicais, danças, brincadeiras e muito vinho. 
E é no meio dessa bagunça toda, que chegará o rei Salomão. 
O contexto rural da festa também transparece com vigor em 4,12-15, que fala de rebentos, flores silvestres e correntes d’água. A água das chuvas, ou a neve derretida, parece ter sido um elemento muito celebrado na festividade que deu origem a estes poemas 
A Sunamita participa da festa regada a vinho, a danças, canções e gritaria. E o rei com seus soldados, seus nobres, sua corte real, suas provisões e administradores, com inumeráveis camelos de provisões e protegido por centenas de cavaleiros e soldados armados, cercado de carros de guerra. 
A moça vê ao cortejo real e em algum momento os olhos dela se encontram com o do rei, que curioso com a jovem deve ter parado a procissão. Só que ela foge. Não quer contato com o home que a explora através de seus irmãos. A noite chegará e Salomão em algum momento estará imerso na atmosfera das diversas festas e intentará ir até um de seus vinhais para participar da festa. Ao que entendemos do poema de amor ele não o faz declaradamente. Salomão sabe que não poderá participar das festas de seu povo declaradamente. Não poderia dar um passo sem estar literalmente cercado de centenas de oficiais do estado. Então ele se disfarça de pastor com um grupo de amigos e vai escondido para a grande festa. 
E é lá que comecará a aventura narrada em Cantares. Podemos imaginar ele observando as moças correndo, as brincadeiras e finalmente a jovem Sunamita dançando, que não reconhece ao rei, a quem na verdade odeia. Indo em direção a Vinha onde avistou a Sunamita, Salomão a virá correndo e dançando. Ao se aproximar dela descobrirá mais um encanto da moça. Sua voz maravilhosa. Ela é uma exímia cantora. Como ele é.
Ela dança diante dele e o convida a correr atrás delas nas vinhas, após muito beber vinho. Ela se perde por entre as vides, e ele convidado por ela, a segue como um adolescente, e em algum instante ele a perde de vista. Quando ela começa a cantar. Ele se guia pela sua voz e a alcança... e a derruba no chão. E então beija a menina. 
Ele faaz aquilo que Ariel estava tentando com o príncipe sem ter sucesso 
E então foge! 
Deixando para trás de si uma moradora de Sunem, embriagada e absolutamente apaixonada. 
E assim começa o Cântico dos Cânticos. 
Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho.
A moça tentará encontrar o jovem, procurando-o em virtude de suas roupas, junto aos grupos de pastores que estão nas festas. 
No inicio imaginei que não Salomão não soubesse quem era ela. Mas a medida que lermos Cantares veremos que ele investigou profundamente a “vitima” de sua paixão. E elaborou um estratagema minucioso para ficar com a moça. Usou todos os seus recursos, sua juventude, seu charme, disfarçou-se e talvez tenha, tocou e cantou para ela em algum momento. 
Sunamita necessita encontrar o sujeito ousado. E da mesma forma ela vai ser ousada. Sabe- se lá como, a menina ROUBOU um bando de cabritos. Na pior hipótese, na melhor ela pediu emprestado. Com certeza os cabritos não lhe pertenciam porque cuidar das vinhas e correr atrás de raposas o dia inteiro não lhe dariam tempo para exercer um segundo oficio. A doce trapaceira usurpando o grupo de desnorteados cabritos vai até onde fica o grupo de pastores e lá estará disfarçado Salomão. Ela o encontra com seus amigos. Tudo armação. A frase em que ela pergunta onde é que ele leva as ovelhas para beber água é uma desculpa esfarrapada, só para dar uma “cantada” nele. Na primeira frase que ela fala já insinua que sem não queria ficar “errante”que aos pés de seus companheiros...” sem você estou perdida”...Salomão percebe a deixa e ESTRATEGICAMENTE imagina um lugar longe dos olhos da multidão, mas que é conhecido de de facílimo acesso cuidando para que a moça não se perca! Marcarão um encontro entre eles na manhã seguinte, num lugar que eles escolhem, longe dos olhos da multidão, perto de onde ficam os rebanhos, em campos fora da cidade. Em dado instante em Cantares ela irá elogiar a voz melodiosa do amado. Salomão cantava para ela um dos seus primeiros 60 Cânticos...afinal ele ainda estava começando sua carreira de compositor. Lá o conquistador cantará, dançará e passará com ela a primeira noite de liberdade, para ambos. Ela, livre de seus afazeres na vinha (ela fugiu!) e ele das atividades administrativas reais. E ele pela primeira vez em sua vida, tem alguém ao seu lado não por causa de sua posição ou poder. Sequer conhece seu nome. Ele também não a chama pelo nome. Ela não sabe quem ele é ou de onde vem, e ele não leva em conta sua posição social, ou seu passado. Ela o amava de verdade, voluntária e espontaneamente e ele, apesar de ter um harém, se enamora da humildade, da franqueza, da beleza e da pureza do amor da Sunamita. Mas amanhece e o “Cinderelo” tem que deixar seu “disfarce ao contrário” para voltar a sua posição real. Porém marca com ela um segundo encontro. Um encontro onde a moça decide contra as condições sociais, assumindo riscos absurdos, entregar-se ao seu amado. Para fugir com ele daquela vida de opressão. O que ela fará será contra a vontade e sem o conhecimento de seus irmãos. Que se descobrirem são capazes de matá-la. 
Nesse interim várias coisas irão acontecer. As raposas farão a festa na vinha desguarnecida. A menina embriagada dormirá até tarde e só a muito custo Salomão irá acordá-la. A moça se desencontrará pelo menos duas vezes com Salomão, e duas vezes com os guardas da cidade, o primeiro de oficiais idôneos e o segundo com policiais truculentos e cruéis. As meninas de Jerusalém perceberão a beleza do pastor e intentarão paquerá-lo e ela enciumada usará de artimanhas, invocará mágicas que não sabe realizar para tentar intimidá-las com maldições inexistentes. Salomão em dado instante noiva com a moça, apresenta-lhe a su mãe, Betseba! Assume um compromisso com e menina diante de seus parentes realizando uma humilde mas belíssima celebração. Então haverá o instante dramático da história, o pesadelo da separação, depois de dias afastado, ele retorna de surpresa numa noite, mas ela revoltada pelo distanciamento, sem saber que o rei vivia uma vida-dupla, e sem saber que ele era o rei, o rechaça, mas quando finalmente decide abrir a porta do quarto onde está, Salomão já não tem mais tempo, indo de novo para o palácio realizar sua extensa agenda oficial. 
Na noite úmida em que ele vai até a casa de Sunamita a moça inventa uma desculpa esfarrapada para que ele não entre. Quando ela finalmente se dispõe a abrir a porta, para não ser descoberto, Salomão terá fugido para uma festividade que haverá no palácio. Ao ver que o rapaz por quem se apaixonou não está na porta ela vai até cidade mais próxima e o busca,
mas estava vestida ainda do modo que se preparou para receber a Salomão, e é confundida e tratada como uma prostituta pelos guardas que cercam a cidade. Ela é atacada, fica quase despida sendo auxiliada pelas moças da cidade que se ajuntam, ou a encontram após sua desesperada fuga. É salva justamente pelas moças da cidade, que tanto implicava, que a reconhecem. Ela dá uma descrição de seu amado, mas sua descrição é de um homem perfeito, etéreo, ele pode ser só um sonho! Ninguém sabe onde ele está ou para onde foi. Na minha versão: Eem algum momento um cortejo passará, e dentre eles alguém que ela reconhece muito bem. O safado. Sem-vergonha. O bandido. Então ela cai em si. Tinha se apaixonado justamente pelo homem que ela mais desprezava. E sem retorno. Ou ela finalmente compreendeu em algum instante, quem era a pessoa por quem se apaixonou 
Está, confusa, e em vez de voltar para sua vida comum, em vez de retornar para a opressão da escravidão decide realizar um ato de insanidade. Maior ainda que a “fuga” que não deu certo. E numa grande comédia, ela que devia perseguir as raposas, agora é perseguida pelos seus irmãos, irá em perseguição de Salomão, fugindo dos guardas que também a perseguem e seguidas de perto pelas filhas de Jerusalém. 
A Sunamita entrará sem ser convidada no salão real, entrará dentro do palácio e ali dançará diante do rei e de todos os seus nobres. O que ele fez encoberto pelas sombras, ela o publicará diante de todos. A dança de Maanaim é um epíteto para a dança de dois exércitos, uma competição de dança, uma apresentação com dois coros ou duas fileiras de dançarinas. 
A dança de Maanaim ocorrerá no capítulo 7. 
E assim ela o faz. Entrará no palácio de algum modo e conseguirá dançar diante do rei e de seus convidados. E em algum momento ela tirará o véu e se revelará. 
E diante de tal ato de coragem, não resta ao rei nenhum outro artifício se não agir da mesma maneira. Declarar seu amor pela moça diante de toda a multidão e desposar uma plebeia diante dos olhos atônitos das “filhas de Jerusalém”. 
O capítulo posterior, o 6 mostrará um casamento magnífico, a moça honrada e vestida como uma princesa que haveria de se tornar, o próximo, capitulo 7 a lua de mel do casal apaixonado
e o capítulo 8 nos trará um surpresa. 
Uma maravilhosa surpresa. 
Uma menina. Uma menina nascida da união de Salomão com a Sunamita.
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O Romance de Salomão e Sunamita

  • 1.
  • 2.
  • 3. O ROMANCE DE CANTARES
  • 4. Muitos teólogos não compreenderam o caráter lúdico de Cantares. Não compreenderam que o pastor e o rei eram o mesmo personagem e ao interpretarem o livro colocam Sunamita apaixonada pelo pastor e sendo tomada a força para o harém do rei, criando uma trama insolúvel. Os discursos se confundiriam, o maior cântico de Salomão, cantaria, não o seu grande amor, mas o amor de outro, que roubou dele, seu grande amor. Há uma qualidade nos discursos do amado que o identificam como uma única pessoa. Sua unidade. Sua sabedoria, seu profundo conhecimento sobre as questões do palácio, seu tremendo conhecimento sobre os procedimentos da guarda. O modo como o amado a nomeia do início ao fim de Cantares. O modo como o amado ama Sunamita. Pode se ver até na generosidade a alegria de Salomão, que ao final recompensa regiamente aos guardas da Vinha, com uma comissão assombrosa ao final do texto, que não condiz com a lamentação de alguém que perdeu o amor de sua vida. O livro não trata de uma farsa, Salomão não está “seduzindo” Sunamita. Em nenhum momento das Escrituras Salomão é retratado como possuindo caráter de sedutor. Mesmo porque seu passado se inicia com uma tragédia familiar que certamente deixou marcas profundas em sua psique. O livro é de um autoria de um jovem e é a suprema poesia de Salomão, justamente porque é a suprema expressão de seu amor. Salomão guardou debaixo do travesseiro uma cópia dele, seu tesouro particular. Sua maior composição, seu mais belo cântico. As declarações de Salomão fora de Cantares estão em Provérbios, e Eclesiastes. Em Provérbios ele relembra o amor de sua juventude: Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade. Ele assume para si um provérbio egípcio de um grande amigo, Agur, no qual ele declara coisas que o maravilhavam Estas três coisas me maravilham; e quatro há que não conheço: O caminho da águia no ar; o caminho da cobra na penha; o caminho do navio no meio do mar; e o caminho do homem com uma virgem. O livro de Reis declara que em sua velhice suas mulheres é que o influenciaram, de tal maneira que ele construiu templos e foi com elas neles para oferecer incenso a divindades estrangeiras. E em Eclesiastes, no qual ele reclama que devia ter vivido com ela para sempre. Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade; porque esta é a tua porção nesta vida, e no teu trabalho, que tu fizeste debaixo do sol. O conhecimento geográfico do amado, sua visão perfeita sobre estações, ecológicas, correspondem ao conhecimento de um único personagem daquela época. Salomão. O único discurso do pastor deixa claro que ela não o conhece e anseia conhece-lo. Uma cantada avultosa. Até na resposta do pastor há a mesma descrição que Salomão fará sobre ela, do início ao fim do poema. “Formosa”. Cantares 1:8 Se tu não o sabes, ó mais formosa entre as mulheres, sai-te pelas pisadas do rebanho, e apascenta as tuas cabras junto às moradas dos pastores. Cantares 6:4 Formosa és, meu amor, como Tirza, aprazível como Jerusalém, terrível como um exército com bandeiras.
  • 5. É indubitavelmente, Salomão. O Romance Algumas palavras preliminares. Esse livro é embebido em vinho. Se tivesse alguma cor nas páginas seria púrpura. A atmosfera ocorre nas vinhas, os enamorados correm entre as vides, é a época das safras, da coleta, dos cantos dos pisadores de uva, do amadurecimento da safra antiga, da confecção do vinho novo, é tempo de PENTECOSTES! É a primavera israelita, são as festas dos camponeses e camponesas, é época do Templo Novo! Sunamita está literalmente embriagada e Salomão também, em alguns momentos do livro. Se espremer Cantares, pingará vinho. A moça que é a personagem principal do livro (Sunamita) é moradora de Sunem, uma cidade que fica localizada na região da Galiléia. Uma cidade pequena, porém de mulheres cujo caráter será exaltado mais que uma vez nas Escrituras. Ela é uma moça de uma família humilde, trabalhadora desde a infância, mas que participava das várias festividades agrícolas e festivais religiosos de sua época. Haviam sete festas instituídas por Moisés, mais os eventos da cidade de Jerusalém, incluindo as peregrinações de diversas regiões por ocasião das festas do recém-inaugurado templo, que substituía a antiquíssima tenda da congregação e mudava radicalmente os locais sagrados de peregrinação, antes localizado na região agrícola de Betel para a paisagem urbana de Jerusalém. Era provavelmente a moça mais nova da família e foi forçada a tomar conta de uma vinha que era possessão hereditária de sua família. Em determinada cena do texto os irmãos colocam a menina para correr e apanhar as raposas que estão tentando comer as uvas das parreiras. Imagine o que é correr atrás de um bando de raposas famintas dentro de um imenso vinhal. Dona de uma beleza extraordinária e de uma ousadia inimaginada. Sua mãe ainda vivia, mas seu pai não é mencionado em Cantares.
  • 6. Salomão é o segundo personagem. Filho de Davi com Betseba, após uma tragédia familiar provocada por uma paixão seguida de um ato impensado e cruel de seu pai, conforme sua história de vida. Com a implantação da nova administração de Salomão os encargos e tributos aumentaram bastante sobre os israelitas em busca de financiar as extravagancias causadas pela vaidade do novo rei. Diferentemente de seu pai Davi, Salomão era dado a alguns excessos no que dizia a manutenção da pompa, na demonstração efusiva da “glória” de seu reinado. Salomão instituiu a primeira frota de navios de Israel, com todos os barcos de projeto e tripulação estrangeira, composta a maioria de tirios e fenícios, construídos de um tipo de madeira caríssimo para sua época, transportada por centenas de quilômetros a partir de troncos com dezenas de metros de comprimento. Salomão havia equipado a seu exército com um uma infantaria com cavalos de raça, importados da Arábia e do Egito. Os cavalos de Salomão eram importados do Egito e de Keve, Cilícia. O preço de cada cavalo era de 1800 gramas de prata. E o gasto com sua cavalaria era imenso. Diz-se que no apogeu da cavalaria de Salomão o número de estábulos para guardar os animais era da ordem de 4000. Israel: descoberta ruínas do palácio do rei Davi Pesquisadores dizem ter descoberto palácio do Rei Davi em Israel. Pesquisadores da Autoridade de Antiguidades de Israel e da Universidade Hebraica de Jerusalém descobriram o que seriam dois edifícios reais com cerca de 3 mil anos na antiga cidade fortificada de Khirbet Qeiyafa. Ruínas associadas ao lendário personagem bíblico têm cerca de 3 mil anos. Depósito real para guardar impostos também foi identificado. http://www.sci-news.com/ e http://g1.globo.com Atualizado em 21/07/2013 06h30 Um desses edifícios foi identificado pelos cientistas como um palácio do lendário Rei Davi, importante figura para o cristianismo, judaísmo e islamismo, famoso pelo episódio bíblico da luta com o gigante Golias, entre outros. A segunda construção, afirmam os cientistas, é uma espécie de depósito real.
  • 7. Vista aérea da cidade murada (Foto: Divulgação/Sky View/Autoridade de Antiguidades de Israel/Universidade Hebraica) Os trabalhos arqueológicos da equipe de Yossi Garfinkel e Saar Ganor revelaram parte de um palácio que teria mil metros quadrados, com vários cômodos ao seu redor onde foram encontrados recipientes de alabastro, potes e vestígios da prática de metalurgia. Achados de relíquias arqueológicas encontradas em Khirbet Qeiyafa (Clara Amit / Israel Antiquities Authority) O palácio é a construção mais alta da antiga localidade, permitindo o controle sobre todas as outras casas, bem como uma vista a grandes distâncias, chegando até o Mar
  • 8. Mediterrâneo. De acordo com nota da Autoridade de Antiguidades, o local é ideal para mandar mensagens por meio de sinais de fumaça. O palácio, no entanto, foi muito destruído cerca de 1.400 anos após seu surgimento, quando foi transformado em sede de uma fazenda, no período do Império Bizantino. Palacio do Rei David desenterrado em Khirbet Qeiyafa (Sky View / Hebrew University / Israel Antiquities Authority) O depósito identificado mais ao norte era um local para guardar impostos, na época coletados na forma de produtos agrícolas. Essa estrutura corrobora a ideia da existência de um reino estruturado, que cobrava tributos e tinha centros administrativos. 1 Reis 4 Durante toda a vida de Salomão, Judá e Israel viveram em plena paz e segurança em seus territórios, cada cidadão debaixo da sua videira e da sua figueira, desde Dã até Berseba. Salomão possuía quatro mil baias para os cavalos dos seus carros de guerra e doze mil cavalos de sua infantaria de guerra. Não satisfeito com sua cavalaria ele ainda solicitou a construção de 1400 carros de guerra, bigas para transporte de arqueiros e de armas. 2 Crônicas 1:14
  • 9. Então Salomão juntou carros e cavaleiros; chegando a possuir mil e quatrocentos carros e doze mil cavaleiros. E os posicionou uma parte nas guarnições de algumas cidades e a outra próxima de si, em Jerusalém. Hermon Vista para o Hermon Quando a Sunamita andava pelas planícies do Líbano era comum ver centenas de carros de guerra desfilando diante de seus olhos. Milhares de cavaleiros percorriam todo o reino para
  • 10. vigilância das cidades e um enorme efetivo de soldados ficava constantemente acampado ao redor de Jerusalém. Vale de Jezreel Diz o Josefo historiador: que havia 12.000 cavaleiros: 6.000 nas torres de atalaia, e 6.000 andava com o rei pra todo lado. Os Cavaleiros: vestiam púrpura, tírias, andavam em cavalos brancos, todos com cabeleiras compridas, e nelas eram colocados papelotes de ouro. E quando Salomão ia refrescar os pés, desciam as montanhas para o Riacho, 6.000 o acompanhavam, diz Josefo, que os raios do sol batiam na cabeleira e resplandeciam os rostos, por causa do brilho do ouro. Foram gastos13 anos para construir o palácio, por causa de sua vaidade, mais 7 anos para fazer o templo de Deus. Havia 1.400 carros de guerra, mesmo sem precisar, ninguém desafia tamanho poder na época. Diz a historia que 60.000 pessoas freqüentavam seu palácio diariamente para assentar á grande mesa com o rei. Não eram oferecidos copos de vidro, plásticos e prata, eram de ouro maciço.Para atender o numero de pessoas: 6.730 litros de farinha, mais 100 ovelhas, 30 bois e fora animais de caça. Como não havia guerras, todos os reis vinham trabalhar no reinado de Salomão e mandavam trabalhadores. A bíblia diz: que eram 153.600 no governo do rei. Sendo que 70.000 subiam montanhas para trazer madeiras de: Cedro, Acácia e Cetim, outros 80.000 subiam montanhas para buscar ouro, prata e pedras preciosas, outros 3.600 eram inspetores. Além disso, a moça morava numa região próxima a um vale por onde passavam grandes caravanas, vindas de diversas nações para homenagear o ‘grande rei’ e para conhecer o mistério de sua sabedoria, herdada de modo sobrenatural. O grande mistério que envolvia o
  • 11. rei Salomão é que o que ele sabia e manifestava aos ouvidos de todos os que o conheciam é um saber que não recebera dos polos de conhecimento de sua época. Os nomes mais notórios de conhecimento de homens reconhecidos como sábios e que obtiveram essa sabedoria através de diversas escolas de conhecimento, que significa aprendizado e contato com diversas civilizações, incluindo os egípcios e os árabes, foram ultrapassados por um jovem de 23 anos que não teve contato com nenhuma escola ou grupo notável dos seus dias. Tabela Como referencia para a idade de Salomão à época de Cantares: A rainha de Sabá deve ter passado diante de seus olhos arregalados quando da visita ao soberbo rei. Cafarnaum e Cesaréia cidades marítimas cujos portos ficavam a uns 60 km da habitação da Sunamita, onde chegavam os navios de Tarsis trazendo madeira de sândalo, pavões, tigres, macacos e aves raras. Salomão, tal como seu pai, foi exímio luthier (fabricante de instrumentos musicais). Percebendo a sonoridade da madeira de sândalo para uso de instrumentos projetou e construiu junto a um grupo de artesões, alaúdes. (exemplos de alaúdes da antiguidade)
  • 12. A árvore do sândalo (Santalum album) é originário da Índia e outras partes da Ásia Na Índia, o sândalo é uma árvore sagrada, e o governo a tem declarado como propriedade nacional para preservá-la da depredação ao qual tem sido exposta. Só é permitido o seu corte quando o exemplar possuir mais de trinta anos, momento em que naturalmente começa a morrer. Um tronco do sândalo demora 25 anos para adquirir uma espessura de 6 cm. Salomão realizava obras grandiosas, incluindo fortificações, cidades, aquedutos (inferência) e utilizava-se de trabalhadores forçados em todo o reino. I Reis 9:20-22 Salomão convocou para o trabalho forçado todos os não israelitas, descendentes dos amorreus, hititas, ferezeus, heveus e dos jebuzeus, sobreviventes de guerra e presos pelos israelitas, cujos descendentes continuam a trabalhar como escravos até hoje. Mas Salomão não impôs trabalho forçado a nenhum dos filhos de Israel; eles eram homens de guerra, seus
  • 13. capitães, os comandantes dos seus carros de guerra, oficiais, escudeiros e os condutores de carros. A menina que trabalhava nas vinhas era tratada como escrava por seus irmãos se sentia duplamente injustiçada. Enquanto seus irmãos eram honrados pelo rei, que impunha trabalhos forçados Às nações conquistadas, ela era tratada como estrangeira, como uma presidiária, como uma capturada, como uma sobrevivente de guerra. Seus irmãos retiraram dela sua dignidade como israelita e agora ela trabalhava como escrava num vinhal de Salomão nas terras do Líbano. E com certeza absoluta, Salomão podia estar sendo venerado por toda a terra.
  • 14. Mas, não por ela. Para ela ele simbolizava usurpação. Tirania. Escravidão. O dono de toda a terra permitia que seus cruéis irmãos dela se servissem, dela abusassem com trabalho duro numa vinha que não lhe pertencia. Mas que eles diziam que era responsabilidade dela. Podemos imaginar a raiva com que ela via sem poder participar, das manifestações de pompa, de glória, de poder militar, econômico, que desfilavam diariamente diante de seus olhos. E eis que chegara a época da primavera nas terras libanesas. A ecologia de Israel explodia multicolorida, as neves derretiam sobre o monte Hermon, corredeiras e cascatas eram criadas em vários locais nas subidas das encostas, dava-se inicio a migração de diversas aves, ao tempo de acasalamento de diversos animais, incluindo as pombas selvagens e os gamos dos bosques cheios de figueiras, oliveiras e lírios. Os pastores iniciariam as atividades de retirada da lã dos carneiros e tinha início as festas primaveris, as festas das colheitas. Entre as comunidades não israelitas aconteciam festivais a Baal com referencia ao amor de sua esposa Anat que o traria de volta da morte, e com relação aos judeus as danças da vinha, as festas de Benjamim. As festas de benjamim não tinham origem na Lei, eram festividades civis, elas tinham um caráter cultural. “Estas festas das vinhas surgiram para festejar ou rir de uma ‘trapaça”. Ou rir de uma situação criada por uma promessa impensada fruto de tremenda hostilidade entre as tribos. A hostilidade envolveu uma tragédia, a morte da esposa de um levita, estuprada por cinco homens. Eram habitantes de uma cidade benjamita, os quais se recusaram a entrega-los a justiça. A situação gerou uma guerra cerca de 120 anos antes do reinado de Salomão, benjamim contra todas as demais. Depois de terríveis batalhas todas a tribo dos benjamitas (Binyāmîn,"filho da felicidade) é quase totalmente extinta, menos 600 homens que sobreviveram fugindo para uma montanha conhecida como rocha de Rimon, próximo a Galiléia,
  • 15. que é também palco de Cantares. Antes das batalhas os líderes das tribos amaldiçoaram a si mesmo e se ESCONJURAM dizendo “maldito aquele que oferecer uma de suas filhas em casamento a um benjamita”
  • 16. Após a guerra eles se arrependeram de terem dizimado a uma tribo inteira. Mas, como haviam conjurado uma maldição contra si mesmos, não podiam ceder mulheres para os sobreviventes. Fizeram um censo para ver se alguma tribo não havia participado da guerra contra os Benjamitas e descobriam que duas delas não haviam guerreado. Então eles enviaram uma carta de paz aos benjamitas e disseram que fossem e raptassem as moças que pudessem pegar entre os vinhais daquelas tribos e com elas casassem e pudessem crescer novamente. Afinal “raptar” não significa “oferecer”, elas não foram “dadas” foram “tomadas”. Os pais das moças “raptadas” vieram reclamar no conselho das tribos e os líderes os convenceram a não tentar retomá-las. Foram devidamente “recompensados” e assim que puderam visitaram suas filhas já casadas. Quando as viram tratadas como esposas e não como servas ou escravas, e que teriam netos e netas, se tranquilizaram. E então as moças de todas as tribos que ansiavam se casar também queriam a chance de serem raptadas. E começaram a correr no meio das vinhas brincando com seus futuros pretendentes. E assim nascia uma das mais engraçadas, festivas e alegres festas de Israel, a festa das vinhas. Milhares de adolescentes dançavam e cantavam em busca de seus amores.
  • 17. E não seria diferente para a Sunamita de cantares. Ela irá se misturar as milhares de jovens que irão entrar mesmo que os guardas não permitam, correndo pelo interior dos vinhais enquanto fogem de seus pretendentes. Um festival regado a cânticos, instrumentos musicais, danças, brincadeiras e muito vinho. E é no meio dessa bagunça toda, que chegará o rei Salomão. O contexto rural da festa também transparece com vigor em 4,12-15, que fala de rebentos, flores silvestres e correntes d’água. A água das chuvas, ou a neve derretida, parece ter sido um elemento muito celebrado na festividade que deu origem a estes poemas A Sunamita participa da festa regada a vinho, a danças, canções e gritaria. E o rei com seus soldados, seus nobres, sua corte real, suas provisões e administradores, com inumeráveis camelos de provisões e protegido por centenas de cavaleiros e soldados armados, cercado de carros de guerra. A moça vê ao cortejo real e em algum momento os olhos dela se encontram com o do rei, que curioso com a jovem deve ter parado a procissão. Só que ela foge. Não quer contato com o home que a explora através de seus irmãos. A noite chegará e Salomão em algum momento estará imerso na atmosfera das diversas festas e intentará ir até um de seus vinhais para participar da festa. Ao que entendemos do poema de amor ele não o faz declaradamente. Salomão sabe que não poderá participar das festas de seu povo declaradamente. Não poderia dar um passo sem estar literalmente cercado de centenas de oficiais do estado. Então ele se disfarça de pastor com um grupo de amigos e vai escondido para a grande festa. E é lá que comecará a aventura narrada em Cantares. Podemos imaginar ele observando as moças correndo, as brincadeiras e finalmente a jovem Sunamita dançando, que não reconhece ao rei, a quem na verdade odeia. Indo em direção a Vinha onde avistou a Sunamita, Salomão a virá correndo e dançando. Ao se aproximar dela descobrirá mais um encanto da moça. Sua voz maravilhosa. Ela é uma exímia cantora. Como ele é.
  • 18. Ela dança diante dele e o convida a correr atrás delas nas vinhas, após muito beber vinho. Ela se perde por entre as vides, e ele convidado por ela, a segue como um adolescente, e em algum instante ele a perde de vista. Quando ela começa a cantar. Ele se guia pela sua voz e a alcança... e a derruba no chão. E então beija a menina. Ele faaz aquilo que Ariel estava tentando com o príncipe sem ter sucesso E então foge! Deixando para trás de si uma moradora de Sunem, embriagada e absolutamente apaixonada. E assim começa o Cântico dos Cânticos. Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho.
  • 19. A moça tentará encontrar o jovem, procurando-o em virtude de suas roupas, junto aos grupos de pastores que estão nas festas. No inicio imaginei que não Salomão não soubesse quem era ela. Mas a medida que lermos Cantares veremos que ele investigou profundamente a “vitima” de sua paixão. E elaborou um estratagema minucioso para ficar com a moça. Usou todos os seus recursos, sua juventude, seu charme, disfarçou-se e talvez tenha, tocou e cantou para ela em algum momento. Sunamita necessita encontrar o sujeito ousado. E da mesma forma ela vai ser ousada. Sabe- se lá como, a menina ROUBOU um bando de cabritos. Na pior hipótese, na melhor ela pediu emprestado. Com certeza os cabritos não lhe pertenciam porque cuidar das vinhas e correr atrás de raposas o dia inteiro não lhe dariam tempo para exercer um segundo oficio. A doce trapaceira usurpando o grupo de desnorteados cabritos vai até onde fica o grupo de pastores e lá estará disfarçado Salomão. Ela o encontra com seus amigos. Tudo armação. A frase em que ela pergunta onde é que ele leva as ovelhas para beber água é uma desculpa esfarrapada, só para dar uma “cantada” nele. Na primeira frase que ela fala já insinua que sem não queria ficar “errante”que aos pés de seus companheiros...” sem você estou perdida”...Salomão percebe a deixa e ESTRATEGICAMENTE imagina um lugar longe dos olhos da multidão, mas que é conhecido de de facílimo acesso cuidando para que a moça não se perca! Marcarão um encontro entre eles na manhã seguinte, num lugar que eles escolhem, longe dos olhos da multidão, perto de onde ficam os rebanhos, em campos fora da cidade. Em dado instante em Cantares ela irá elogiar a voz melodiosa do amado. Salomão cantava para ela um dos seus primeiros 60 Cânticos...afinal ele ainda estava começando sua carreira de compositor. Lá o conquistador cantará, dançará e passará com ela a primeira noite de liberdade, para ambos. Ela, livre de seus afazeres na vinha (ela fugiu!) e ele das atividades administrativas reais. E ele pela primeira vez em sua vida, tem alguém ao seu lado não por causa de sua posição ou poder. Sequer conhece seu nome. Ele também não a chama pelo nome. Ela não sabe quem ele é ou de onde vem, e ele não leva em conta sua posição social, ou seu passado. Ela o amava de verdade, voluntária e espontaneamente e ele, apesar de ter um harém, se enamora da humildade, da franqueza, da beleza e da pureza do amor da Sunamita. Mas amanhece e o “Cinderelo” tem que deixar seu “disfarce ao contrário” para voltar a sua posição real. Porém marca com ela um segundo encontro. Um encontro onde a moça decide contra as condições sociais, assumindo riscos absurdos, entregar-se ao seu amado. Para fugir com ele daquela vida de opressão. O que ela fará será contra a vontade e sem o conhecimento de seus irmãos. Que se descobrirem são capazes de matá-la. Nesse interim várias coisas irão acontecer. As raposas farão a festa na vinha desguarnecida. A menina embriagada dormirá até tarde e só a muito custo Salomão irá acordá-la. A moça se desencontrará pelo menos duas vezes com Salomão, e duas vezes com os guardas da cidade, o primeiro de oficiais idôneos e o segundo com policiais truculentos e cruéis. As meninas de Jerusalém perceberão a beleza do pastor e intentarão paquerá-lo e ela enciumada usará de artimanhas, invocará mágicas que não sabe realizar para tentar intimidá-las com maldições inexistentes. Salomão em dado instante noiva com a moça, apresenta-lhe a su mãe, Betseba! Assume um compromisso com e menina diante de seus parentes realizando uma humilde mas belíssima celebração. Então haverá o instante dramático da história, o pesadelo da separação, depois de dias afastado, ele retorna de surpresa numa noite, mas ela revoltada pelo distanciamento, sem saber que o rei vivia uma vida-dupla, e sem saber que ele era o rei, o rechaça, mas quando finalmente decide abrir a porta do quarto onde está, Salomão já não tem mais tempo, indo de novo para o palácio realizar sua extensa agenda oficial. Na noite úmida em que ele vai até a casa de Sunamita a moça inventa uma desculpa esfarrapada para que ele não entre. Quando ela finalmente se dispõe a abrir a porta, para não ser descoberto, Salomão terá fugido para uma festividade que haverá no palácio. Ao ver que o rapaz por quem se apaixonou não está na porta ela vai até cidade mais próxima e o busca,
  • 20. mas estava vestida ainda do modo que se preparou para receber a Salomão, e é confundida e tratada como uma prostituta pelos guardas que cercam a cidade. Ela é atacada, fica quase despida sendo auxiliada pelas moças da cidade que se ajuntam, ou a encontram após sua desesperada fuga. É salva justamente pelas moças da cidade, que tanto implicava, que a reconhecem. Ela dá uma descrição de seu amado, mas sua descrição é de um homem perfeito, etéreo, ele pode ser só um sonho! Ninguém sabe onde ele está ou para onde foi. Na minha versão: Eem algum momento um cortejo passará, e dentre eles alguém que ela reconhece muito bem. O safado. Sem-vergonha. O bandido. Então ela cai em si. Tinha se apaixonado justamente pelo homem que ela mais desprezava. E sem retorno. Ou ela finalmente compreendeu em algum instante, quem era a pessoa por quem se apaixonou Está, confusa, e em vez de voltar para sua vida comum, em vez de retornar para a opressão da escravidão decide realizar um ato de insanidade. Maior ainda que a “fuga” que não deu certo. E numa grande comédia, ela que devia perseguir as raposas, agora é perseguida pelos seus irmãos, irá em perseguição de Salomão, fugindo dos guardas que também a perseguem e seguidas de perto pelas filhas de Jerusalém. A Sunamita entrará sem ser convidada no salão real, entrará dentro do palácio e ali dançará diante do rei e de todos os seus nobres. O que ele fez encoberto pelas sombras, ela o publicará diante de todos. A dança de Maanaim é um epíteto para a dança de dois exércitos, uma competição de dança, uma apresentação com dois coros ou duas fileiras de dançarinas. A dança de Maanaim ocorrerá no capítulo 7. E assim ela o faz. Entrará no palácio de algum modo e conseguirá dançar diante do rei e de seus convidados. E em algum momento ela tirará o véu e se revelará. E diante de tal ato de coragem, não resta ao rei nenhum outro artifício se não agir da mesma maneira. Declarar seu amor pela moça diante de toda a multidão e desposar uma plebeia diante dos olhos atônitos das “filhas de Jerusalém”. O capítulo posterior, o 6 mostrará um casamento magnífico, a moça honrada e vestida como uma princesa que haveria de se tornar, o próximo, capitulo 7 a lua de mel do casal apaixonado
  • 21. e o capítulo 8 nos trará um surpresa. Uma maravilhosa surpresa. Uma menina. Uma menina nascida da união de Salomão com a Sunamita.