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Nixon, o Vietnã, os japoneses e o diabetes
Terça, 20 Maio 2014
Todos já conhecem a epidemia de obesidade e diabetes que vem assolando o mundo
ocidental nas últimas décadas.
O Brasil, embora não seja o país com maior número de pessoas diagnosticadas com
Diabetes, é a nação com maior aumento de incidência da doença. Podemos atribuir
isso apenas à alteração de hábitos alimentares e de atividade física? Teriam dois
terços da população dos países desenvolvidos se transformado em “glutões” e
preguiçosos no espaço de apenas duas gerações?
A história começa no início dos anos 70. Em 1971, Richard Nixon era presidente dos
EUA e estava às voltas com a disputa para a reeleição presidencial no ano seguinte. O
país estava atolado na guerra do Vietnã há quase seis anos, o que já cobrava um alto
preço político. Mas, além disso, havia um outro problema: a pressão inflacionária no
preço dos alimentos. Nixon perderia o apoio crucial do setor agrícola e das donas de
casa se não interviesse. A solução foi nomear um novo ministro da agricultura, Earl
Butz.
Butz introduziu uma série de reformas visando a diminuir o preço dos alimentos, que
em última análise levaram à substituição do modelo de agricultura familiar pelo de
agricultura industrial, de produção em massa, com maximização da produtividade.
Isso levou a duas consequências principais: 1- gerou um enorme aumento da
disponibilidade de alimentos (e calorias) ao consumidor geral e 2- obteve maciços
estoques de alimentos que não podiam nem mesmo ser exportados. Uma das culturas
mais comuns nos EUA é a do milho, que constituía a maioria das sobras. Na década
de 1980 os cientistas japoneses descobriram um meio de aproveitar justamente este
excesso de produção, sintetizando um adoçante extremamente barato à base de
xarope de milho.
O problema? O xarope de milho, assim como a sacarose e outros adoçantes muito
utilizados na indústria alimentícia até hoje, tem um alto teor de frutose (50-55%). O
Brasil em particular, passou nos últimos anos de grande produtor a grande
consumidor de açúcar (o açúcar branco de mesa, ou sacarose, é 50% glicose e 50%
frutose). Nos EUA e em outros países, esses tipos de adoçantes são vistos em pães,
doces, refrigerantes, condimentos, fast food e muitos outros alimentos processados.
E apesar de terem um poder adoçante superior ao da glicose, vemos que seu uso tem
aumentado nos últimos anos, ao invés de diminuir. Quanto melhor o sabor, maior as
vendas. Durante o processamento dos alimentos pela indústria, grande quantidade
de sacarose e outros adoçantes é adicionada, para dar palatabilidade, enquanto é
retirada a fibra alimentar, para aumentar a durabilidade do alimento. As fibras são
importantes não apenas por estimular maior saciedade, mas também por fazer com
que açúcares como a frutose sejam absorvidos mais lentamente e metabolizados
melhor pelo organismo. Frutas e vegetais doces como a própria cana de açúcar
normalmente contem grandes quantidades de fibras.
A frutose é um açúcar metabolizado primariamente pelo fígado e seu
bioprocessamento está mais relacionado às gorduras que aos carboidratos. E o fígado
humano tem uma capacidade limitada de metabolizar esse açúcar. A frutose já foi
testada como fonte de calorias em pacientes sob alimentação parenteral, mas seu
uso foi descontinuado justamente por provocar toxicidade hepática. Durante sua
metabolização, é necessária sua fosforilação a frutose-1-fosfato e depois a
metabolização deste composto. Mas a capacidade do fígado em fosforliar a frutose
excede em muito sua capacidade de metabolizar frutose-1-fosfato. Assim, durante
aumento excessivo da oferta de frutose, o fígado fica depletado de ATP, que é o
doador de fosfato da reação. Ou seja, se a oferta de frutose aumentar demais,
teremos problemas. O resultado final desta via metabólica é um aumento da
deposição de gordura ectópica no fígado (obesidade visceral, estatose e estato‐
hepatite não alcoólica), aumento da produção de VLDL e triglicérides, aumento da
resistência à insulina com diminuição dos níveis de HDL e aumento dos níveis de ácido
úrico, muito associados ao desenvolvimento de hipertensão arterial.
Esse conjunto de anormalidades é a própria definição da síndrome metabólica, hoje
culpada por grande parte da incidência galopante de doenças cardiovasculares. Nos
últimos anos, alguns pesquisadores tem dado cada vez mais ênfase ao excesso de
frutose (sacarose) na gênese de distúrbios metabólicos e no aumento de incidência
de diabetes. O aumento no consumo de carboidratos (e particularmente sacarose)
nas últimas décadas se correlaciona muito melhor com o aumento de incidência de
obesidade e doenças relacionadas do que o aumento no consumo de gorduras. Uma
feliz coincidência que talvez deva ser mais valorizada e estimulada pelos médicos é a
primeira coisa que um paciente que acabou de se tornar diabético diz ao seu médico:
‘doutor, já cortei o açúcar!’.
Obviamente, a obesidade e o diabetes são doenças muito mais complexas que o
simples excesso de frutose na dieta. Esforços para combate‐las baseado em mudança
de hábitos alimentares, aumento da atividade física e uso de medicações tem se
mostrado muito aquém do necessário e cada vez mais pacientes vem recorrendo à
cirurgia bariátrica como forma de controle do peso e das comorbidades associadas,
particularmente o diabetes. Se quisermos enfrentar a obesidade e o diabetes, e ainda
diminuir as mortes por doença cardiovascular, é fundamental que foquemos a
atenção não apenas na conscientização e tratamento do indivíduo, mas também no
processamento dos alimentos atualmente realizado e ofertado pela indústria
alimentícia moderna, atuando em conjunto com políticas governamentais mais
incisivas e maior fiscalização pelas agências reguladoras.
Muito mais pesquisas nos campos básico e clínico devem surgir nos próximos anos
investigando melhor essas relações. E o veredicto sobre o papel do açúcar na
epidemia de obesidade pode vir a se mostrar um fato amargo.
Fonte: http://goo.gl/hiID8g [diabetes.org.br]
Informações do Autor
Dr. Arnaldo Moura Neto
Médico Endocrinologista formado pela Unicamp
Mestre em Clínica Médica e doutorando em Clínica Médica pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp
Especialista em endocrinologia pela SBEM e membro da SBD

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Nixon, Vietnã, Japoneses e Diabetes

  • 1. Nixon, o Vietnã, os japoneses e o diabetes Terça, 20 Maio 2014 Todos já conhecem a epidemia de obesidade e diabetes que vem assolando o mundo ocidental nas últimas décadas. O Brasil, embora não seja o país com maior número de pessoas diagnosticadas com Diabetes, é a nação com maior aumento de incidência da doença. Podemos atribuir isso apenas à alteração de hábitos alimentares e de atividade física? Teriam dois terços da população dos países desenvolvidos se transformado em “glutões” e preguiçosos no espaço de apenas duas gerações? A história começa no início dos anos 70. Em 1971, Richard Nixon era presidente dos EUA e estava às voltas com a disputa para a reeleição presidencial no ano seguinte. O país estava atolado na guerra do Vietnã há quase seis anos, o que já cobrava um alto preço político. Mas, além disso, havia um outro problema: a pressão inflacionária no preço dos alimentos. Nixon perderia o apoio crucial do setor agrícola e das donas de casa se não interviesse. A solução foi nomear um novo ministro da agricultura, Earl Butz. Butz introduziu uma série de reformas visando a diminuir o preço dos alimentos, que em última análise levaram à substituição do modelo de agricultura familiar pelo de agricultura industrial, de produção em massa, com maximização da produtividade. Isso levou a duas consequências principais: 1- gerou um enorme aumento da disponibilidade de alimentos (e calorias) ao consumidor geral e 2- obteve maciços estoques de alimentos que não podiam nem mesmo ser exportados. Uma das culturas mais comuns nos EUA é a do milho, que constituía a maioria das sobras. Na década de 1980 os cientistas japoneses descobriram um meio de aproveitar justamente este excesso de produção, sintetizando um adoçante extremamente barato à base de xarope de milho. O problema? O xarope de milho, assim como a sacarose e outros adoçantes muito utilizados na indústria alimentícia até hoje, tem um alto teor de frutose (50-55%). O Brasil em particular, passou nos últimos anos de grande produtor a grande consumidor de açúcar (o açúcar branco de mesa, ou sacarose, é 50% glicose e 50% frutose). Nos EUA e em outros países, esses tipos de adoçantes são vistos em pães, doces, refrigerantes, condimentos, fast food e muitos outros alimentos processados. E apesar de terem um poder adoçante superior ao da glicose, vemos que seu uso tem aumentado nos últimos anos, ao invés de diminuir. Quanto melhor o sabor, maior as vendas. Durante o processamento dos alimentos pela indústria, grande quantidade de sacarose e outros adoçantes é adicionada, para dar palatabilidade, enquanto é retirada a fibra alimentar, para aumentar a durabilidade do alimento. As fibras são
  • 2. importantes não apenas por estimular maior saciedade, mas também por fazer com que açúcares como a frutose sejam absorvidos mais lentamente e metabolizados melhor pelo organismo. Frutas e vegetais doces como a própria cana de açúcar normalmente contem grandes quantidades de fibras. A frutose é um açúcar metabolizado primariamente pelo fígado e seu bioprocessamento está mais relacionado às gorduras que aos carboidratos. E o fígado humano tem uma capacidade limitada de metabolizar esse açúcar. A frutose já foi testada como fonte de calorias em pacientes sob alimentação parenteral, mas seu uso foi descontinuado justamente por provocar toxicidade hepática. Durante sua metabolização, é necessária sua fosforilação a frutose-1-fosfato e depois a metabolização deste composto. Mas a capacidade do fígado em fosforliar a frutose excede em muito sua capacidade de metabolizar frutose-1-fosfato. Assim, durante aumento excessivo da oferta de frutose, o fígado fica depletado de ATP, que é o doador de fosfato da reação. Ou seja, se a oferta de frutose aumentar demais, teremos problemas. O resultado final desta via metabólica é um aumento da deposição de gordura ectópica no fígado (obesidade visceral, estatose e estato‐ hepatite não alcoólica), aumento da produção de VLDL e triglicérides, aumento da resistência à insulina com diminuição dos níveis de HDL e aumento dos níveis de ácido úrico, muito associados ao desenvolvimento de hipertensão arterial. Esse conjunto de anormalidades é a própria definição da síndrome metabólica, hoje culpada por grande parte da incidência galopante de doenças cardiovasculares. Nos últimos anos, alguns pesquisadores tem dado cada vez mais ênfase ao excesso de frutose (sacarose) na gênese de distúrbios metabólicos e no aumento de incidência de diabetes. O aumento no consumo de carboidratos (e particularmente sacarose) nas últimas décadas se correlaciona muito melhor com o aumento de incidência de obesidade e doenças relacionadas do que o aumento no consumo de gorduras. Uma feliz coincidência que talvez deva ser mais valorizada e estimulada pelos médicos é a primeira coisa que um paciente que acabou de se tornar diabético diz ao seu médico: ‘doutor, já cortei o açúcar!’. Obviamente, a obesidade e o diabetes são doenças muito mais complexas que o simples excesso de frutose na dieta. Esforços para combate‐las baseado em mudança de hábitos alimentares, aumento da atividade física e uso de medicações tem se mostrado muito aquém do necessário e cada vez mais pacientes vem recorrendo à cirurgia bariátrica como forma de controle do peso e das comorbidades associadas, particularmente o diabetes. Se quisermos enfrentar a obesidade e o diabetes, e ainda diminuir as mortes por doença cardiovascular, é fundamental que foquemos a atenção não apenas na conscientização e tratamento do indivíduo, mas também no processamento dos alimentos atualmente realizado e ofertado pela indústria
  • 3. alimentícia moderna, atuando em conjunto com políticas governamentais mais incisivas e maior fiscalização pelas agências reguladoras. Muito mais pesquisas nos campos básico e clínico devem surgir nos próximos anos investigando melhor essas relações. E o veredicto sobre o papel do açúcar na epidemia de obesidade pode vir a se mostrar um fato amargo. Fonte: http://goo.gl/hiID8g [diabetes.org.br] Informações do Autor Dr. Arnaldo Moura Neto Médico Endocrinologista formado pela Unicamp Mestre em Clínica Médica e doutorando em Clínica Médica pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp Especialista em endocrinologia pela SBEM e membro da SBD