O documento discute o conceito de capital social, sua origem e evolução. Aborda as definições iniciais de Hanifan e Jacobs e as contribuições posteriores de teóricos como Bourdieu, Coleman, Putnam e o Banco Mundial. Explora como o capital social pode ser entendido como normas sociais, redes e confiança que facilitam a cooperação entre pessoas.
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
Capital social resumo
1. CAPITAL SOCIAL: UM
ENTENDIMENTO CONCEITUAL
PRELIMINAR
Elaboração: Dejalma Cremonese
E-mail: dcre@unijui.tche.br
DCS – UNIJUÍ – RS – BRASIL
2. Capital social: origem e evolução
O capital social é um conceito novo com um
crescimento rápido nas Ciências Sociais nos anos
90.
Há dificuldade na definição – não é um conceito
homogêneo.
O entendimento conceitual continua a se
desenvolver.
3. Capital social: origem e evolução
O “espírito” do capital social vem da teoria social clássica
do século XIX:
– Teóricos como Tocqueville, Stuart Mill, Durkheim,
Simmel e Kornhauser enfatizaram longamente a
importância da sociedade civil e associações voluntárias
como vitais para a consolidação da democracia
Os “escritos” sobre capital social:
– Início do século XX: Reformador na Educação (Hanifan)
– Meio do século XX: ativista urbano (Jacobs)
– Fim do século XX: Cientistas Politicos (Coleman, Putnam)
4. Capital social: áreas de abrangência
Sociologia
Bourdieu (1981)
Coleman (1988; 1990)
Ciências Politicas
Putnam (1993)
Debate sobre o desenvolvimento
Banco Mundial (depois de 1995)
Fonte: http://www.ird.sn/activites/c3edoa/cr_rdesjardins.ppt
5. Capital social : um conceito
heterogêneo
“Estruturas sociais” (Coleman)
“obrigações recíprocas”
“canais de informações”
“normas sociais”
“Ordenamento das organizações sociais” (Putnam)
“confiança, normas e redes”, engajamento civico e
comunitário.
“bonding”, “bridging”, “linking” (Banco Mundial)
Fonte: http://www.ird.sn/activites/c3edoa/cr_rdesjardins.ppt
6. Em busca de uma definição
A expressão capital social ainda carece de
uma definição clara. O termo capital nos
remete a um recurso econômico, porém, o
foco da problematização está centrado nas
relações sociais. Apesar de controverso e
contraditório, trata-se de um paradigma
emergente, rico em conceitos aplicáveis em
realidades sociais que demandam programas
promotores do aumento da participação e da
superação da pobreza. (Carlos Renato Mota)
7. TEÓRICOS
HANIFAN (1916)
Jane Jacobs (1961)
Pierre Bourdieu (1983)
James S. Coleman (1988;1990)
Robert D. Putnam (1993; 2000)
Fukuyama (1995, 1999)
Kliksberg (2001)
Bertolini e Bravo (1999)
Cohen e Prusak (2001)
Banco Mundial (1999)
Woolcock (2000)
Bandeira (2003)
Baquero (1999, 2003)
8. Capital social: primeiras referências
A literatura registra que as primeiras referências ao
termo "capital social", no sentido geral em que é
atualmente utilizado – ou seja, para designar a
fonte dos benefícios individuais ou coletivos
derivados da participação em redes sociais –
ocorreu em um trabalho publicado em 1916, de
autoria de Lyda Judson Hanifan, intitulado The
Rural School Community Center
BANDEIRA (2003)
9. Capital social: primeira definição
esses ativos tangíveis que contam para a maioria
das pessoas na vivência diária: isto é confiança,
companheirismo, simpatia, e relacionamento social
entre os indivíduos e famílias que compõem uma
unidade social. (L. J. Hanifan, 1916)
Fran Baum
http://192.94.208.240/Crc/General/EdandTraining/documents/Seminar
%207%20Fran.ppt
10. Pierre Bourdieu
No contexto europeu, a expressão “capital social”
apareceu com destaque na obra de Pierre
Bourdieu, que estendeu a noção de capital para
além dos seus limites tradicionais, aplicando-a a
dimensões não-materiais e simbólicas,
distinguindo múltiplas formas de capital, entre as
quais a econômica, a cultural e a social.
11. Pierre Bourdieu
Distinção múltiplas formas do capital social:
Econômica
Cultural
Social
- Indivíduos e grupos utilizam-se desse processo de
conversão para assegurar a reprodução de seu
capital total
12. Bourdieu define o capital social nos seguintes
termos:
Para Bourdieu, o volume de capital social possuído por um
determinado indivíduo depende do tamanho da rede de contatos que
ele pode mobilizar de forma efetiva, bem como do volume de
capital (econômico, cultural ou simbólico) possuído pelos demais
indivíduos aos quais ele está conectado através de rede. Bourdieu
(1980), p.2
A definição de CS utilizado por Bourdieu enfatiza o papel das redes
sociais como meio de acesso a recursos. A conseqüência esperada
da posse de capital social é, em última análise, a obtenção de
recursos econômicos. O capital social é, pois um meio de obter o
acesso a recursos econômicos, intensamente desejados nas
sociedades capitalistas, por meio de conexões sociais. Bandeira
(2003), p.19.
13. James Coleman
Sua primeira contribuição relacionada com o tema data de
1988, através de um artigo intitulado Social Capital in the
Creation of Human Capital – considerado por muitos
como um dos textos fundadores da literatura sobre este
tema.
Para Coleman, o CS diferencia-se de outros capitais como
o capital físico e o capital humano. O capital social está
incorporado à estrutura das relações existentes entre as
pessoas, não estando alojado, nem nas pessoas nem nos
instrumentos de produção.
14. Bourdieu e Coleman
Bourdieu (1985, p. 20) e Coleman (1990, p. 30) fazem
referências ao capital social a partir de referências de
grupos sociais, coletivos e comunitários. Segundo esses
autores, o estudo do capital social está imerso na
comunidade, não fazendo parte de nenhuma aplicação de
recursos de forma privada nem ser alienado a partir de um
valor de mercado. Trata-se de um valor da comunidade
gerador de bens públicos, onde todos se beneficiam.
15. Putnam apoiou-se no modelo de
associação voluntária de Tocqueville
Igualdade Associação Associação Democracia
cívica política
Ref.: Frumkin (ch 2) 2002
16. Robert Putnam
A popularidade do conceito é atribuída à repercussão do
trabalho de Robert Putnam, cientista político da Universidade
de Harvard.
Obras: Making Democracy Work: Civic Traditions in
Modern Italy (publicado em 1993), (Comunidade e
Democracia: a experiência da Itália moderna 1996). Putnam
estudou detalhadamente as diferenças de desempenho
institucional verificadas entre as administrações regionais
italianas, ao longo dos vinte anos que se seguiram à sua
implantação, ocorrida em 1970.
Depois de constatar, através de uma minuciosa análise
empírica, que as administrações das regiões localizadas no
Centro e no Norte da Itália haviam apresentado um
desempenho melhor que as do Sul, Putnam buscou identificar
as causas dessas diferenças. Bandeira (2003)
17. Diferença entre o Norte e o Sul da Itália
Norte: maior tradições cívicas, que teriam contribuído para
acumular um maior estoque de capital social nessas regiões,
constituído por uma densa malha de formas de associação
caracterizadas por padrões horizontais de relações sociais.
Sul:
- tradição cultural autoritária que fez com que nela viessem a
predominar relações sociais de tipo vertical, hierárquicas,
gerando um campo pouco fértil para o cultivo do espírito
participativo e comunitário
- Nessas sociedades, os indivíduos tendem a concentrar suas
lealdades e sua confiança em círculos mais fechados, unidos
por laços familiares (máfia Siciliana). Bandeira (2003)
18. Capital social: repercussões
A principal contribuição de Putnam para a popularidade do conceito
de capital social, talvez esteja relacionada com outro artigo seu,
publicado em 1995, intitulado Bowling Alone: America’s
Declining Social Capital. Esse texto despertou a atenção dos meios
de comunicação, gerou ampla controvérsia e teve grande impacto
junto à opinião pública. A repercussão do tema alcançou a própria
administração norte-americana, no período Clinton, que incorporou
ao seu discurso alguns dos temas centrais da análise de Putnam.
Nesse artigo, e em outros trabalhos que o seguiram, Putnam
desenvolveu a tese de que, devido a mudanças de hábitos ocorridas
nas últimas décadas, o estoque de capital social da sociedade
americana estaria sendo reduzido. Bandeira (2003)
19. As hipóteses de Putnam – estudos nos EUA
O capital social está decaindo na América
Evidência: diminuição da participação de grupos
tradicionais (e.g. boliche, associações e grupos de Igreja.
Razões:
Cinismo societal
Maior participação da mulher na força de trabalho
Menos casamento, mais divórcios, menos filhos
Tecnologia: consumo individual de lazer
Ref.: Putnam
20. Putnam: conclusões
Importância da reciprocidade para abastecer a
confiança social
Construir confiança através de redes de clubes
sociais, coral, associações de bairro
Crucial para instituições democráticas e
desenvolvimento econômico
Forte capital social → maior desenvolvimento
econômico
21. Putnam
Nos trabalhos iniciais Putnam define CS como:
… características da vida social - redes, normas e
confiança – que possibilita os participante agir
juntos mais efetivamente para conseguir (almejar)
objetivos futuros”.
In “Bowling Alone” (2000) Putnam focalizou mais
as redes e subestimou o papel das normas e
confianças…
22. OS DETERMINANTES DO CAPITAL
SOCIAL
Historia e cultura: vivência tradicional associativa e
vibrante no norte da Itália
Estruturas sociais: estruturas hierárquicas são más
para o capital social
A família: Cria normas e nós sociais
Educação: Níveis mais altos de educação são
associados com maior confiança social etc .
Sociedade civil. Associações voluntárias podem
ajudar a construir capital social e confiança mútua
23. OS DETERMINANTES DO CAPITAL
SOCIAL
Tendências do mercado de trabalho: Ex. O trabalho
intenso parece ter um efeito negativo no
engajamento social.
Tecnologia e outras inovações: papel da televisão:
pode ser positivo ou negativo
Desigualdades econômicas: desigualdades
econômicas podem reduzir a probabilidade de
associações sociais compartilhadas etc.
valores individuais - desejo para maior autonomia
pessoal
24. CAPITAL SOCIAL – DEFINIÇÃO
“O capital Social é o envolvimento individual em
atividades coletivas, construção de redes de
confiança recíproca, construção de virtudes cívicas
que possibilitam o fortalecimento da democracia”
Robert Putnam
25. Outras definições
Capital Social: organização coletiva (confiança,
normas, redes) da qual facilitam ações coordenadas e
cooperação para benefício mútuo (1995).
“…características da organização social, tal como
participação cívica, normas de reciprocidade e
confiança nos outros, que facilita cooperação para o
benefício mútuo.” (Kawachi et al)
CS é um outro modo de descrever “comunidade”.
Mas a tradicional comunidade é justamente uma das
muitas formas de capital social.
26. Capital Social: Conceitos essenciais
“Capital’ – usado para produtivos propósitos
“Social” – deriva do latim (amigo, amizade):
recursos inerentes nos relacionamentos
Parte de nossas propriedades
– terra: recursos naturais
– capital físico: ferramentas, teconologias, infra-
estrutura
– capital humano: idéias, habilidades, saúde
27. Capital Social pode ser usado para o
bem…
– Construindo espírito comunitário, participação e
cooperação
…ou para o mal
- 11/9: aviões + escola de vôo + redes (terrorismo,
Ku Klux Klan, Mafia, narcotráfico...)
28. CAPITAL SOCIAL: SUBSTITUTO OU COMPLEMENTO
DE OUTRAS FORMAS DE CAPITAL?
O capital social pode ser uma alternativa às outras
formas de capital. Também é chamado de “o
capital dos pobres”
Fonte: http://www.ird.sn/activites/c3edoa/cr_rdesjardins.ppt
29. CAPITAIS DA COMUNIDADE
Capital natural: ar, água, solo, biodiversidade – animais,
plantas – paisagens)
Capital humano: cultura, conhecimento
Capital material: bens móveis e imóveis
Capital financeiro: recursos, dinheiro
Capital político: organizações, poder, vóz/expressões,
connections
Capital social: redes, cooperação, associação, confiaça
(CS. É mais um elemento agregador da comunidade)
30. CAPITAL DA COMUNIDADE
Capital Humano Capital Social
Ecossistema saudável
Economia vital
Igualdade social
Capital Natural Capital financeiro/
construções
http://gppop.dsu.nodak.edu/ppt/c/flora.ppt
31. UM CAPITAL PODE AUMENTAR OUTROS CAPITAIS?
Capital político
Capital humano Capital Social
Liderança:
Reconhecendo
Oportunidades
& mobilizando recursos
Capital para aumentar capitais Construir
Natural Capital
financeiro
Capital Cultural
32. Capital Humano
educação A característica e potencial
dons, habilidades dos indivíduos que são
saúde determinados pela
valores intercessão da natureza
liderança
(genética) e educação
(determinado por interações
do meio-ambiente)
33. Capital Natural
Sustentável, ecossistema saudável com
múltiplo benefícios comunitários
Comunidades humanas e sistema natural
Múltpilos benefícios comunitários
Inventando território comum
35. Capital Financeiro
Débito capital
Igualdade capital
Taxas rentáveis
Poupanças
Taxas de abatimento
Concessões
36. Construir capital
moradias Ifra-estruturausada
rede de esgoto como instrumento
Sistemas de água para produzir
Negócios outros capitais
Cuidado centros
Estradas
Comunicação eletrônica
37. Capital político
Organização Capital político é a
habilidade de um grupo
Conecção para influenciar a
Vozes distribuição de recursos
dentro de uma unidade
Poder social, incluindo juda
para colocar a agenda de
qual recursos estão
disponíveis.
39. Capital Social
Construindo confiança mútua
Reciprocidade
Formação e colaboração entre grupos
Identidade coletiva
Senso de partilha futura
Trabalhando juntos
40. CAPITAL SOCIAL
Espírito comunitário
Voluntarismo
Ajuda mútua e governança
Participação em assuntos locais
Organização civica
Envolvimento na comunidade e atividades sociais
Ajudando os vizinhos e as pessoas que estão com
necessidades
42. Segundo Durston (2000, p. 22), é possível listar uma série de
características institucionais e funcionais do capital social
comunitário, entre as quais podemos apontar:
criação de confiança entre os membros de um grupo;
mobilização e gestão de recursos comunitários;
cooperação coordenada em tarefas que excedem as
capacidades de uma rede;
resolução de conflitos por líderes ou por uma
jurisprudência institucionalizada;
legitimação de líderes e executivos com funções de gestão
e administração;
controle social através da imposição de normas
compartilhadas pelo grupo e a sanção por castigo de
indivíduos transgressores.
43. TRÊS DIMENSÕES ESSENCIAIS DO
CAPITAL SOCIAL:
BONDING Aglutinadoras: Quando as pessoas se unem e interagem
entre si; Pessoas interligadas por laços fortes de amizade ou
parentesco... Neste nível prepondera o sentimento de
solidariedade, amizade, entre membros de famílias ou grupos
étnicos dentro de um grupo específico... Conexões entre as
pessoas, (as pessoas se associam para poder sobreviver...)
BRIDGING Ponte: consiste na interação entre grupos sociais...
Associações com maior mobilidade onde as relações sociais são
horizontais objetivando bem comuns...
LINKING Conectoras: é a união entre as pessoas com o objetivo de
alavancar recursos junto às instituições estabelecidas, acesso a
bancos, governo... “é quando os pobres batem à porta do Estado
para pedir recursos...”
Para esta discussão ver Putnam (1998); Narayan (1999); Woolcock (2000); Banco
Mundial (2002)
45. Capital social é
Construir confiança mútua
Construir
um futuro Formação de
compartilhado grupos
Fortalecer a Colaboração
Identidade entre grupos
coletiva http://gppop.dsu.nodak.edu/ppt/c/flora.ppt
48. State
Market
Capital
Social
Bridging
Market
Civil State
Society
http://gppop.dsu.nodak.edu/ppt/c/flora.ppt
49. DIMENSÕES BÁSICAS DO CAPITAL SOCIAL
SEGUNDO KLIKSBERG
Clima de confiança no interior de uma sociedade
Capacidade de associatividade
Consciência Cívica
Valores Éticos
Fonte: http://www.iadb.org/etica/documentos/kli_capit.ppt
50. CONCLUSÕES DE INVESTIGAÇÕES RECENTES
SOBRE OS IMPACTOS DO CAPITAL SOCIAL
(KLIKSBERG)
Há fortes correlações entre o grau de confiança e o grau de
associatividade, de uma sociedade por um lado, e crescimento
econômico do outro.
O grau de associatividade incide fortemente no rendimento
econômico em pequenos produtores agrícolas.
Há significativa correlação entre o clima de confiança em uma
sociedade e fatores como a eficiência judicial, a ausência de
corrupção, a qualidade da burocracia e o cumprimento com os
impostos.
(Fonte: http://www.iadb.org/etica/documentos/kli_capit.ppt)
51. Temas da literatura do capital social
Há um crescimento na literatura sobre o capital social, um número
de temas estão emergindo:
1. Participação em redes: interlocução entre as redes – relações
entre indivíduos e grupos – formação de associações
2. Reciprocidade: altruísmo, ajuda mútua, serviços e benefícios
aos outros. Na comunidade onde a reciprocidade é forte, as
pessoas são mais cuidadosas com os interesses dos outros
3. Confiança: indispensável para que aja capital social
4. Normas Sociais: controle social, normas, leis. Onde o capital
social é alto, há poucos crimes e pouca necessidade de
policiamento formal.
5. O bem-comum:
6. Pro-atividade: engajamento de todos os cidadãos, participação
na comunidade
52. CAPITAL SOCIAL
Robert Putnam Francis Fukuyama
Redes, normas, e confiança Uma norma institucional
social que facilita a informal que promove
coordenação e cooperação para cooperação entre dois ou mais
benfícios mútuos indivíduos
Síntese
A confiança e a coesão social
que promove dádivas,
voluntarismo e participação na
sociedade civil
Evidência do capital social e mais
tangível do que capital social por ele
mesmo.
Ref.: Putnam, Fukuyama
53. O que deve ser considerado para
medir capital social:
Participação política
Participação cívica
Participação religiosa
União e associações profissionais
Conexão social informal
Voluntarismo e filantropia
Confiança, honestidade, cooperação e reciprocidade
54. Recursos associativos que são importantes para
medir o capital social de um grupo ou
comunidade
Confiança
Reciprocidade
Cooperação
55. Formação de capital social
Perspectiva culturalista: Putnam em sua análise
sobre as regiões italianas, adota uma perspectiva
que pode ser caracterizada como "culturalista",
afirmando que o capital social resulta de uma lenta
acumulação histórica, sendo formado pela
reiteração de experiências coletivas que levam ao
surgimento e à consolidação de organizações,
redes, normas, costumes e atitudes que favorecem
a ação coletiva.
56. Peter Evans
Neo-institucionalista:De outro, estão autores que,
adotando uma perspectiva que pode ser
caracterizada como “neo-institucionalista”, são
mais otimistas quanto à possibilidade de uma
formação bem mais rápida de capital social, desde
que seja proporcionado um ambiente institucional
propício ao desenvolvimento dos processos que
contribuem para a sua acumulação
57. Críticas ao conceito capital social
Michael Woolcock apresenta algumas objeções críticas em relação
ao conceito capital social:
Apenas veste idéias antigas com roupa nova, destacando-se mais
pelo estilo – e pelo "marketing" – do que pela substância;
Constitui somente mais uma moda passageira nas ciências sociais;
Caracteriza-se como uma manifestação de "imperialismo
conceitual" da teoria econômica, ao apresentar relações sociais sob
a designação de “capital”;
Reforça ou legitima as políticas ortodoxas de desenvolvimento que
estão associadas ao “Consenso de Washington”;
Ignora a importância das relações de poder;
É um conceito ocidental (especialmente norte-americano) e apoiado
pela pesquisa ocidental, tendo pouca relevância em outros
contextos. Bandeira (2003)
58. UMA ANOTAÇÃO FINAL
“A diferença das outras formas de
capital que se consomem com seus
uso, o Capital Social é a única forma
de capital que quanto mais se usa
mais cresce”.
Albert Hirschman (Princeton)