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Departamento de 
Engenharia 
Engenharia Ambiental 
ÉTICA E EXERCÍCIO PROFISSIONAL 
DE ENGENHARIA 
Professor: Raul Santos 
Salvador/BA 
Fevereiro/ 2014 
04.01.2
Sumário: 
1 – Apresentação do Professor 
2 – Apresentação dos Alunos 
3 – Conteúdo do Programa 
4 – Atividades 
5 – Referência Bibliográfica 
6 – Introdução 
2
3 
Raul Santos 
1 – Apresentação do Professor 
E-mail: raul.santos@halliburton.com
4 
1 – Apresentação do Contrato e Empresa Contratada 
2 – Apresentação dos Alunos 
• Definição do Representante da Turma: 
Contatos: 
Cel: 
E-mail:
5 
Conteúdo da Disciplina 
• Introdução 
1)Ética como comportamento básico diante das 
experiências vivenciais. O porquê da ética e sua função 
na construção da realidade. 
2)Critério ético e posturas morais. Sistemas: 
características e conseqüências éticas. 
3) Aparelho / Sistema Subjetivo: aquele que vai gerenciar 
os recursos materiais, energéticos e semióticos ou 
informacionais (da personalidade ao Estado).
6 
Conteúdo da Disciplina 
• Introdução 
4)Produção, circulação e consumo de valores subjetivos 
e financeiros / políticos / ecológicos. 
5)O engenheiro como agente social, seu papel no 
aparelho do estado. Código de Ética do CONFEA-CREA.
7 
3 – Cronograma de visitas 
5- Referência Bibliográfica 
REFERÊNCIA BÁSICA: 
SANCHEZ, V. A. Ética. Editora Civilização Brasileira. 1999, 2000, 2003, 2004, 
2006, 2008, 2011. 
CHAUÍ, MARILENA DE SOUZA. Convite à Filosofia. 1997, 1999, 2001, 2003, 
2011. 
ARISTOTELES. Ética a Nicômano. 2002, 2009. 
GOLDI, José Roberto. Ética. Disponível em: 
Http://www.ufrgs.br/bioetica/etica.htm. Acesso: 25/10/2013. 
NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional. 4.ed. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2004. p.55-60. 
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética, Civilização Brasileira. 33ª Edição. Rio de 
Janeiro. 2012.
8 
3 – Cronograma de visitas 
5- Referência Bibliográfica 
REFERÊNCIA BÁSICA: 
CONFEA / CREA. Código de Ética Profissional de Engenharia, Arquitetura e 
Agronomia. 7º Edição / 2011. 
JORGE, Cláudia. Ética Profissional. Artigo. UNINORTE – Rio Branco – AC, 
Brasil, 2008. Disponível em: < 
http://www.webartigos.com/artigos/etica-profissional/9551/> Acesso em: 
04/11/2013.
9 
5- Referência Bibliográfica 
REFERÊNCIA COMPLEMENTAR: 
NALINI, JOSE RENATO. Ética Geral e Profissional. 1999, 2012. 
CHALITA, Gabriel. Os dez mandamentos da ética. Rio de janeiro: Nova 
Fronteira, 2009. 
OLIVEIRA, M. A. Correntes Fundamentais da Ética Contemporânea, Editora 
Vozes. 2000. 
PENNINGTON, RANDY. A ética nos negócios: como um simples compromisso 
com você mesmo pode ser do seu sucesso profissional, 1995. 
Fontes: 
SÁ, A. L. Ética profissional. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2001. 
BENNETT, C. Ética profissional. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
REFERÊNCIAS 
Ética: conceito e classificações. Disponível em: <ftp://ftp.unilins.edu.br/leonides/Aulas/Etica 
%20e%20Responsabilidade%20Social/>. Acesso em 22 out. 2013. 
NEGRA, L. Conceito de Ética. São Gonçalo – Rio de Janeiro, 22 mar. 2011. Disponível em 
<http://www.recantodasletras.com.br/textosjuridicos/2863997>. Acesso em 22 out. 2013. 
OLIVEIRA, N. M. G. Ética dos Bens. Rio Branco – Acre, 2004. Disponível em: 
<http://amigonerd.net/humanas/direito/a-etica-dos-bens>. Acesso em: 22 out. 2013. 
PINTO, M. G. Ética e Filosofia. Disponível em: <http://www.slideshare.net/marcelgois/tica-conceitos- 
10 
e-aspectos-filosficos-2041253>. Acesso em: 22 out. 2013. 
BRANDES, D. O. Virtudes cardeais. Disponível em: 
<http://www.catolicoorante.com.br/virtudescardeais.html>. Acesso em: 25 out. 2013. 
As virtudes cardeais. Disponível: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Virtudes_cardinais>. Acesso em: 
25 out. 2013. 
As virtudes cardeais. Disponível: <http://asvirtudescardeais.blogspot.com.br/>. Acesso em: 25 
out. 2013.
REFERÊNCIAS 
BOFF, Leonardo. Ethos mundial. Um consenso mínimo entre os humanos. Brasília: Letra 
Viva, 2000. 
BOFF, Leonardo. Ética e Moral: a busca de fundamentos. Petrópolis: Vozes, 2004. 
COMPARATO, Fábio Konder. Ética: Direito, Moral e Religião no Mundo Moderno. São 
Paulo: Companhia das Letras, 2006. 
MONDIN, Battista. O Homem: quem é ele? Elementos de Antropologia Filosófica. 8ª ed. 
São Paulo: Paulus, 1980. 
GALLO, Silvio (Coord.). Ética e Cidadania: Caminhos da Filosofia. 11ª ed. Campinas: 
Papirus, 2003. 
SEGUNDO, Juan Luis. Que Mundo? Que Homem? Que Deus?. Aproximações entre 
Ciência, Filosofia e Teologia. São Paulo: Paulinas, 1995. 
SANCHEZ VÁSQUEZ. Adolfo. Ética. 24ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. 
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. História e grandes temas. 16 ed. São 
Paulo: Saraiva, 2006. 
LAW, Stephen. Filosofia. Guia ilustrado Zahar. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. 
COSTA, José Silveira da. Max Scheler: o personalismo ético. São Paulo: Moderna, 1996. 
WOJTYLA, Karol. Max Scheler e a ética cristã. Trad. Diva T. Pisa. Curitiba: Champagnat, 
1993.
• GROKORRISKI, Carlos Ricardo, ÉTICA, disponível em 
filosofianreapucarana.pbworks.com/f/ÉTICA.ppt, acesso em 24/10/2013 
• PINTO, Marcel de Gois. Ética e Filosofia: O que é ética, moral e evolução do 
pensamento ético. Universidade Federal da Paraíba, disponível em: 
http://www.slideshare.net/marcelgois/tica-conceitos-e-aspectos-filosficos-2041253 
, acesso em: 25/10/2013
Calendário:
A história do jovem engenheiro
ÉTICA
Por que falar em ética ? 
Ética 
é fator 
determinante 
dos rumos 
de uma 
sociedade
O que é a ética ? 
A ética pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a 
forma de uma atitude prática diante da vida cotidiana, capaz de 
julgar criticamente os apelos acríticos da moral vigente. 
Mas a ética, tanto quanto a moral, não é um conjunto de 
verdades fixas, imutáveis; ela se move e, historicamente, se 
amplia e se adensa. Para se entender como isso acontece na 
história da humanidade, basta lembrar que, um dia, a 
escravidão foi considerada "natural".
Aula 1 e 2 
O QUÊ É ÉTICA? 
HISTÓRICO E 
CONCEITUAÇÃO
Estudo ou reflexão, científica ou 
filosófica, e eventualmente até teológica, 
sobre os costumes ou sobre as ações 
humanas. 
Também chamamos de ética a própria 
vida, quando conforme aos costumes 
considerados corretos (VALLS, 1986).
É a ética necessária e importante? 
A ética tem sido o principal regulador do desenvolvimento 
histórico-cultural da humanidade. Sem ética, ou seja, sem a 
referência a princípios humanitários fundamentais, comuns a 
todos os povos, nações, religiões, etc.., a humanidade corre 
riscos reais de se despedaçar e, eventualmente, auto-destruir, 
uma vez que fica comprometido o relacionamento entre os 
povos.
• 1-2) Ética como comportamento básico diante das 
experiências vivenciais. O porquê da ética e sua função na 
construção da realidade.
Premissa 
• O homem é um ser cultural, capaz de transformar a natureza 
conforme suas necessidades existenciais, por meio de uma ação 
intencional e planificada 
• Tal ação acontece em função dos valores que presidem o agir 
humano 
• ESOPO e os dois cães. 
22
Premissa 
•Na medida em que atendemos ou 
transgredimos certos padrões, nossos 
comportamentos são avaliados bons 
ou maus, e o que produzimos é 
julgado belo ou feio. 
23
Premissa 
• Como todas as ações humanas 
possuem um caráter de valor, 
podemos dizer que é impossível viver 
sem estes mesmos valores. 
• São constitutivos da vida humana. 
24
Ética profissional, cidadã e universal 
Tudo até aqui afirmado e visto, sustenta que há uma 
relação direta entre os princípios que formam a ética 
universal do ser humano, a ética da cidadania e a ética do 
profissional ligado ao sistema CONFEA/CREA’s, até 
porque um profissional não é uma peça solta da cadeia de 
produção econômica. Cada profissional está vinculado à 
sociedade em que vive, constituindo-se num ser social e 
político, isto é, num cidadão.
Valorar é um ato humano 
• O ato de valorar é uma tarefa humana e 
coletiva que nunca termina. Ele 
fundamentará o projeto comum de dar 
um sentido ao nosso mundo. 
• O homem é responsável por si mesmo e 
por todos. Escolhendo-me, escolho o 
homem porque minha opção engaja 
todos os outros homens. 
26
Juízos de realidade e valor 
•Os valores não são, mas valem. 
• Quando dizemos de algo que vale, 
não dizemos nado do seu ser, mas 
dizemos que não é indiferente. A 
não-indiferença constitui esta 
variedade ontológica (constitutiva do 
ser) que contrapõe o valor ao ser. A 
não indiferença é a essência do valor 
27
Moral: dimensão prática 
• A moral é um conjunto de regras de conduta 
adotadas pelos indivíduos de um grupo social e 
tem a finalidade de organizar as relações 
interpessoais segundo os valores do bem e do 
mal. 
• A moral é a aplicação da ética no cotidiano, é a 
prática concreta. 
28
Moral: construção contínua 
•O homem não nasce moral, mas 
torna-se moral. O convívio humano é 
o grande responsável pelo aprender-se 
moral do homem. Por 
conseguinte, podemos afirmar que a 
educação tem como tarefa formar 
pessoas capazes de bem viver, agir 
de maneira virtuosa ou segundo 
princípios aceitos pela coletividade. 
29
Juízos de realidade e valor 
• Existem dois tipos de juízos: os juízos 
de realidade e os juízos de valor. Os 
primeiros, enquanto constatação da 
realidade (ex.: isto é uma mesa) e os 
últimos, enquanto qualidade do 
conteúdo, podendo ser atrativa ou 
repulsiva, boa ou má e assim por 
diante( ex: esta atitude é correta) 
30
O que pensar disto?
Moral: o sujeito autônomo 
•O verdadeiro homem moral não 
recebe passivamente as regras do 
grupo, mas as aceita (ou recusa) livre 
e conscientemente. 
• Tornar-se moral é assumir 
livremente as regras propostas. 
32
Educação e liberdade 
•O destaque conferido aos valores de 
caráter moral, político e estético 
trazem consigo a tentativa de 
compreender a intencionalidade dos 
atos humanos. Atos, em última 
instância, livres. A liberdade não é 
algo dado, mas resultado de uma 
conquista, de um aprendizado 
constante. 
•Mas em suma, o que é a liberdade? 
33
Determinismo x liberdade 
• Determinismo: o homem, como as coisas, sofre 
constrangimentos externos e internos, tendo 
apenas a ilusão de escolher livremente. 
• Autonomismo: o homem possui uma liberdade 
absoluta, podendo agir de uma forma ou de 
outra, independente das formas que o 
constrangem. Nesse caso, ser livre é ser 
incausado. 
34
Determinismo x liberdade 
• Admitimos inicialmente que o homem é, 
sim um ser situado e, portanto, sofre 
múltiplas determinações, mas como é 
também um ser consciente, quando toma 
conhecimento da situação em que se 
encontra inserido, e dos obstáculos a ele 
antepostos, é capaz de agir sobre a 
realidade, transformando-a. 
35
Determinismo x liberdade 
• Assim, fica clara a idéia de que a 
liberdade é algo construído a partir 
de uma situação dada e de condições 
históricas concretas. 
• Em outras palavras, a liberdade é um 
ato por natureza humano, histórico-cultural, 
inserido no tempo e espaço. 
36
Liberdade e autonomia 
• Todo o processo de adquirir 
autonomia é um processo de 
aprendizado. 
• Parafraseando George Gusdorf, “a 
liberdade adolescente é uma 
adolescência da liberdade”. 
37
A Caverna de Platão 
• Segundo o “mito da caverna” de Platão, trata-se de uma visão 
deste de que existindo uma caverna onde estão acorrentados 
homens desde a sua infância, dispostos de tal forma que 
somente podem vislumbrar o fundo da caverna. À sua frente 
são projetadas as sombras das coisas que passam às suas 
costas, onde existe uma fogueira. Essa é a realidade para 
esses homens. Platão afirma que se um desses homens 
conseguisse se libertar de seus grilhões e contemplar o 
mundo exterior, quando retornasse a caverna e relatasse o 
que havia visto, esses os veria como um louco, não lhe dando 
crédito.
• 3) Aparelho / Sistema Subjetivo: aquele que vai gerenciar os 
recursos materiais, energéticos e semióticos ou 
informacionais (da personalidade ao Estado).
ÉTICA É ALGO QUE TODOS 
PRECISAM TER.... 
ALGUNS DIZEM QUE TÊM.... 
POUCOS LEVAM A SÉRIO.... 
É RARO OS QUE CUMPREM À 
RISCA...
Reflexão 
• Pode-se exercer com responsabilidade 
uma profissão, sem ética? 
• Sendo-se ético, pode-se exercer com 
irresponsabilidade uma profissão? 
• Em não sendo-se ético, como exercer com 
responsabilidade uma profissão?
Reflexão 
• Se não houver ética, e consequentemente 
nem responsabilidade, como manter um 
bom relacionamento com o cliente, com 
a empresa, com os colegas, enfim com a 
sociedade? 
• Em não havendo bom relacionamento 
numa sociedade, como construí-la?
IInnttrroodduuççããoo 
1. Programa e meta: formação profissional e 
critérios éticos. 
2. Preocupação central: compromisso ético e 
profissional com a Instituição. 
3. Cotidiano da atuação profissional: campo das 
relações humana.
PPeerrgguunnttaass EExxiisstteenncciiaaiiss 
a) “Que posso saber?” – Metafísica. 
b) “Que devo fazer?” – Moral. 
c) “Que posso esperar?” – Religião. 
d) “Que é o homem?” – Antropologia. 
“No fundo, tudo isto poderia reduzir-se à antropologia, 
porque as três primeiras perguntas se referem à última”. 
Kant.
QQuueessttõõeess rreellaacciioonnaaddaass àà mmoorraall ee àà 
ééttiiccaa 1. Problemas no atual contexto sócio-político-econômico. 
a) Perda dos valores: 
- honestidade. 
- sabedoria. 
- sensibilidade 
- semelhança e alteridade.
Alteridade 
• Alteridade (ou outridade) é a concepção que parte do 
pressuposto básico de que todo o homem social interage e 
interdepende do outro. Assim, como muitos antropólogos e 
cientistas sociais afirmam, a existência do "eu-individual" só é 
permitida mediante um contato com o outro (que em uma 
visão expandida se torna o Outro - a própria sociedade 
diferente do indivíduo).
Divisões da Ética 
Quanto à abrangência: 
• Problemas gerais e 
fundamentais: 
Liberdade, consciência, 
bem, valor, lei e outros 
• Problemas específicos 
de aplicação concreta: 
Ética profissional, 
política, sexual, 
matrimonial e outras 
Quanto à abordagem: 
• Ética material 
• Ética formal 
• Ética profissional 
• Ética autônoma
b) “Muitas das grandes corporações transnacionais trabalham com 
uma perspectiva de ´cenário futuro`, para o ano 2013, entre 700 
milhões e um bilhão de consumidores potenciais, com apreciável 
poder aquisitivo. Alguns poucos aumentam a cifra da clientela 
potencial ´interessante` para ao redor de um bilhão e meio. Isso 
numa humanidade de, previsivelmente, 6,5 a 8 bilhões de 
habitantes. É para esse recorde de clientela que se planeja o 
´crescimento econômico`. Como se dá para ver, a ´a massa 
sobrante`, isto é, o número de ´desinteressantes` e ´descartáveis`, 
é assustador”. (ASSMANN, 1994).
c) Contraponto: “Por que você acha que 
1% da população ganha cerca de 96% de 
todo o dinheiro que circula? Você acha 
que isso acontece por acaso? Isso é 
planejado assim. Esse 1% entende algo. 
Eles entendem O Segredo, e agora você 
está sendo apresentado a ele”. (BYRNE, 
2007, p. 06).??????
d) Questões relacionadas à ecologia: 
Ética e meio ambiente: “O trabalho é a ação 
humana que transforma a natureza para o 
homem. Mas para que o trabalho cumpra 
essa finalidade de sustentar e humanizar o 
homem deve realizar-se de modo auto-sustentável 
para a natureza e para o 
homem”. Preservar e cuidar do meio 
ambiente é uma responsabilidade ética 
diante da própria sobrevivência humana.
• VALORES 
• Os valores são elementos mediadores de 
componentes afetivos (o que se 
conhece), que geram determinadas 
atitudes, estão relacionados à cultura na 
qual a pessoa está inserida. Como cada 
pessoa tem uma série de valores 
interdependentes.
Análise e Discussão
Análise e Discussão 
“Valor não é propriedade dos objetos em si, mas propriedade 
adquirida graças À sua relação com o homem como ser social. 
Mas, por sua vez, os objetos podem ter valor somente quando 
dotados realmente de certas propriedades objetivas”. 
(VÁZQUEZ, 2012)
•CRENÇAS 
• crença - um produto cultural, algo em que as pessoas crêem. 
Crença um processo cognitivo, mediador com características 
variáveis e permite que pode ocorrer algo a respeito de um 
objeto determinado.
ÉTICA PROFISSIONAL 
• Narciso, de Caravaggio, 
1598-99. O mito Grego de 
Narciso, personagem que 
morreu enamorado pela 
própria imagem refletida 
na água, representa 
aqueles que não 
conseguem sair de si 
mesmos e descobrir a 
alteridade: ser moral é 
reconhecer o outro como 
outro.
RReellaaççããoo eennttrree ééttiiccaa ee mmoorraall 
11.. DDiissttiinnççããoo 
- A moral e a ética não são um conjunto de 
verdades fixas e imutáveis; ambas apresentam um caráter 
histórico.
aa)) MMoorraall 
- Regulação dos valores e 
comportamentos considerados 
legítimos por uma determinada 
sociedade, um povo, uma religião, 
tradição cultural etc. 
- Fenômeno social particular, sem 
o compromisso com a 
universalidade.
1. O homem é um ser consciente 
• O fenômeno moral é tão antigo quanto a 
história da humanidade ex. as máximas de 
Ptahotep (2.500 a.C). Obra essa que reúne 
aforismas de Ptahotep, ministro de um faraó, 
compôsta para orientar a educação do filho, 
aconselhando a ser leal,
MMoorraall 
• Que denota bons costumes, boa conduta, segundo os preceitos 
socialmente estabelecidos pela sociedade ou por determinado 
grupo social. 
• Conjunto de valores como a honestidade, a bondade, a virtude etc., 
considerados universalmente como norteadores das relações 
sociais e da conduta dos homens. 
• Ex.: defendia a m. e os bons costumes. 
Fonte: Dicionário Houaiss
MMoorraall 
• Conjunto das regras, preceitos etc. Característicos de determinado 
grupo social que os estabelece e defende. 
Ex.: <m. burguesa> <m. cristã> 
• Conjunto dos princípios, ger. virtuosos, adotados por um indivíduo, 
e que, em última análise, norteia o seu modo de agir e pensar. 
Fonte: Dicionário Houaiss
MMoorraall 
• Cada um dos sistemas variáveis de leis e valores 
estudados pela ética (disciplina autônoma da filosofia), 
caracterizados por organizarem a vida das múltiplas 
comunidades humanas, diferenciando e definindo 
comportamentos proscritos, desaconselhados, 
permitidos ou ideais. 
• Parte da filosofia que estuda o comportamento humano 
à luz dos valores e prescrições que regulam a vida das 
sociedades. 
Fonte: Dicionário Houaiss
• Antes de uma determinada ação, a consciência moral emite um 
determinado juízo que aconselha ou proíbe. 
• Após a realização da ação, a consciência moral se manifesta como 
um sentimento de satisfação (força recompensadora), ou 
arrependimento, remorso (força condenatória).
Dentro de mim há dois 
cachorros: um deles é 
cruel e mau; o outro é 
muito bom. Os dois 
estão sempre brigando. 
O que ganha a briga é 
aquele que eu alimento
• Três componentes fundamentais da vida moral> CONSCIÊNCIA – 
LIBERDADE – RESPONSABILIDADE. 
• Assim temos que qualquer coação interna ou externa anula a 
liberdade de uma pessoa, e a exime da responsabilidade moral. 
• Etapas da formação da consciência> (aprofundar) Piaget, a formação 
segue quatro etapas: Anomia, heterônoma, socionomia e 
autonomia.
bb)) ÉÉttiiccaa 
• ETHOS : Modo de ser, caráter, 
costume. 
•Ethos : morada do 
homem
bb)) ÉÉttiiccaa 
- Julgamento da validade das morais. “A ética 
é uma reflexão crítica sobre a moralidade”. 
- “Mas ela não é puramente teoria. A ética é 
um conjunto de princípios e disposições 
voltados para a ação, historicamente 
produzido, cujo objetivo é balizar as ações 
humanas. A ética existe como uma referência 
para os seres humanos em sociedade, de 
modo tal que a sociedade possa se tornar 
cada vez mais humana”.
ÉÉttiiccaa 
• -Teoria moral fundamentada em 
princípios definidos de maneira 
concreta, material e empírica, não 
importando se consistem em 
interesses individuais ou coletivos 
(utilitarismo, pragmatismo), 
finalidades últimas (racionalismo) 
ou valores (axiologias). 
•Fonte: Dicionário Houaiss
• ÉÉttiiccaa 
•Definições 
•Conjunto de princípios e valores 
que regem a conduta humana e 
orientam as relações sociais 
•Pertence a natureza humana 
•Cada um tem seus princípios 
•Morada do ser 
•Juiz do ser
ÉÉttiiccaa 
•Conjunto de regras de 
conduta moral, deontológica 
e científica dos profissionais 
de determinada área. 
•Fonte: Dicionário Houaiss
• ÉÉttiiccaa 
•Características da Ética 
•Inacabada 
•Centro é fazer o bem 
•Hábitos e costumes 
•Singular 
•Individualidade
• Por que a ética é necessária e importante? 
• A ética é o principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural 
da humanidade. Sem ética, a humanidade corre riscos 
reais de se despedaçar e, eventualmente, auto-destruir.
• A quem a falta de ética 
• prejudica? 
• A falta de ética mais prejudica a quem tem menos poder 
(econômico, político ou cultural).
• Questão central da ética: Como devo agir em relação aos 
outros?
•Não existem normas 
acabadas, definitivas A 
ética é uma construção 
antropo-sócio-cultural
2. O Conceito de Ética 
• Ética é a ciência do comportamento moral dos homens em 
sociedade. 
• É uma ciência que tem objeto próprio, leis próprias e método 
próprio. 
• A moral é um dos aspectos do comportamento humano. 
• O objeto da ética é a moral, mais especificamente a moralidade 
positiva, ou seja, o conjunto de regras de comportamento e formas 
de vida através das quais tende o homem a realizar o valor do bem.
• O conceito de ética já leva à conclusão de que ela não se 
confunde com a moral. 
• A ética é a ciência dos costumes, já a moral, não é ciência, 
mas objeto da ciência. 
• Como ciência, a ética procura extrair dos fatos morais os 
princípios gerais a eles aplicáveis. 
• Enquanto conhecimento científico, a ética deve aspirar à 
racionalidade e objetividade mais completas e, ao mesmo 
tempo, deve proporcionar conhecimentos sistemáticos, 
metódicos.
• A ética é uma disciplina normativa, não por criar normas, 
mas por descobri-las e elucidá-las. 
• O objetivo, é mostrar às pessoas os valores e princípios que 
devem nortear sua existência. 
• O complexo de normas éticas se alicerça em valores. Há 
uma conexão entre dever e valor. Pois para responder a 
pergunta o que devo fazer, devo saber responder sobre o 
que é valioso.
• Toda norma pressupõe um valor. A norma é regra de 
conduta que postula dever. 
• Todo juízo normativo é regra de conduta, mas nem 
toda regra de conduta é uma norma. 
• Algumas regras de conduta tem caráter obrigatório, 
enquanto outras são facultativas. 
• A noção de norma pode precisar-se com clareza se 
comparada com a de lei natural ou físicas. 
• As leis físicas são juízos enunciativos que assinalam 
ralações constantes entre os fenômenos. 
• As leis físicas têm um fim explicativo, as normas um 
fim prático.
• As normas não pretendem explicar nada, mas 
provocar um comportamento. 
• As leis físicas referem-se à ordem da realidade e 
tratam de torná-la compreensível. 
• O investigador da natureza não faz juízos de valor. 
Simplesmente se pergunta a que leis obedecem os 
fenômenos. 
• Ao formulador de normas do comportamento não 
importa o proceder real da pessoa, senão a 
explicitação dos princípios a que sua atividade deve 
estar sujeita. 
• A norma exprime um dever e se dirige a seres capazes 
de cumpri-las ou não. Se o indivíduo não pudesse 
deixar de fazer o que ela prescreve, não seria norma 
genuína, mas lei natural.
• Outra diferença é que a lei natural ou física, pode ser provada 
pelos fatos, e a norma vale independentemente de sua violação ou 
observância. 
• A ordem normativa é insustentável de comprovação empírica. 
• As normas não valem enquanto são eficazes, senão na medida em 
que expressam um dever ser. Aquilo que deve ser pode não haver 
sido, não ser atualmente e nem chegar a ser nunca, mas perdurará 
como algo obrigatório.
• Já as leis naturais, só se validam se a experiência não as desmentem. 
• A possibilidade de inobservância, indiferença humana pelas normas 
não deve desalentar aqueles que acreditam na sua 
imprescindibilidade para conferir sentido à existência. 
• O papel confiado aos cultores da ciência normativa é reforçar essa 
tendência, fazendo reduzir o nível de inobservância perante a ordem 
do dever ser.
• Regras de Interação 
• Etiqueta (normas de comportamento, cortesia) 
• Direito (leis e normas da organização) 
• Moral (padrões aceitos e criados por um grupo social) 
• Ética (área da filosofia que reflete e analisa o comportamento do 
indivíduo, mediante seus valores, hábitos e costumes.
Ética e Individualismo 
• Tendência do ser humano: defender, em primeiro lugar, seus 
próprios interesses. 
• Consciência de grupo: tem surgido, quase sempre, mais por 
interesse de defesa do que por altruísmo.
De qualquer forma... 
• “... A conduta humana pode sofrer os efeitos da ambiência 
institucional, mas não pode excluir a vontade ética; a ação, 
mesmo em nome da instituição, será sempre uma ação 
humana, com responsabilidade perante a Ética!”
• Ética na engenharia 
• Instrumento fundamental para a instauração de um viver em 
conjunto, sem conflitos 
• Base para a construção de uma profissão respeitada pela sociedade 
• Contribuir para a qualidade de vida do próximo 
• Estabelecer normas de conduta entre as diversas engenharias
• 3. Ética profissional 
• Muitos autores definem a ética profissional como sendo um 
conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em 
prática no exercício de qualquer profissão. 
• Seria a ação “reguladora” da ética agindo no desempenho das 
profissões, fazendo com que o profissional respeite seu 
semelhante quando no exercício da sua profissão.
• Ela atinge todas as profissões e quando falamos de ética 
profissional estamos nos referindo ao caráter normativo e 
até jurídico que regulamenta determinada profissão a partir 
de estatutos e códigos específicos. 
• Acontece que, em geral, as profissões apresentam a ética 
firmada em questões muito relevantes que ultrapassam o 
campo profissional em si. Questões como o aborto, pena de 
morte, seqüestros, eutanásia, AIDS, por exemplo, são 
questões morais que se apresentam como problemas éticos - 
porque pedem uma reflexão profunda - e, um profissional, ao 
se debruçar sobre elas, não o faz apenas como tal, mas como 
um pensador, um "filósofo da ciência", ou seja, da profissão 
que exerce.
• Desta forma, a reflexão ética entra na moralidade de qualquer 
atividade profissional humana. 
• Sendo a ética inerente à vida humana, sua importância é 
bastante evidenciada na vida profissional, porque cada 
profissional tem responsabilidades individuais e 
responsabilidades sociais, pois envolvem pessoas que dela se 
beneficiam. 
• A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na ação 
humana “o fazer” e “o agir” estão interligados. O fazer diz 
respeito à competência, à eficiência que todo profissional deve 
possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à 
conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve 
assumir no desempenho de sua profissão.
Pensadores 
Sócrates (470 – 399 a.C.) 
- Fundador da Moral; 
- Pensador da subjetividade: há 
diferença entre o que digo / 
faço e o que eu quero dizer / 
fazer. 
“Se eu pudesse ensinar aos homens a 
ver clara e inteligentemente os 
resultados e a natureza de seus atos, 
talvez bastasse para fazê-los trilhar o 
reto caminho”.
Pensadores 
Platão (428 – 347 a.C.) 
- Felicidade e o sumo bem; 
- O ideal buscado pelo homem 
é a assimilação de Deus (Leis); 
- Vida divina: de contemplação 
filosófica e virtude.
Pensadores 
Aristóteles (384 – 322 a.C.) 
- Ética a Eudemo: o objetivo 
da vida humana é o culto e a 
contemplação do divino; 
- Ética a Nicômaco: a busca da 
felicidade e do prazer. “Os 
verdadeiros prazeres do 
homem são as ações 
conforme a virtude”. 
Virtude “é um hábito adquirido, voluntário, deliberado, 
que consiste no justo meio em relação a nós, tal como o 
determinaria o bom juízo de um varão prudente e 
sensato, julgando conforme a reta razão e a experiência”
Pensadores 
Kant (1724 – 1804) 
Ética universal / Filosofia 
transcendental; 
Motivo válido para a ação 
moral: porque é dever; 
Imperativo categórico 
(Fundamentação da metafísica 
dos costumes) 
“Devo proceder sempre de maneira que 
eu possa querer também que minha 
máxima se torne uma lei universal”
Pensadores 
Max weber (1864-1920) 
- Ética Protestante e o Espírito 
do Capitalismo; 
- A libertação dos valores e a 
construção de uma ciência 
empírica da realidade 
concreta; 
- O crescimento econômico e o 
desenvolvimento ético estão 
dissociados.
Os fins a que se propõe a 
ética  Favorecer o relacionamento social, preservando-se a harmonia 
entre os homens; 
 Superar as diferenças existentes entre os indivíduos (fortalecer o 
senso de comunidade); 
 Reiterar que a ética individual não é definida apenas pelo critério 
da identidade do indivíduo, mas leva em conta as relações sociais; 
 Valorizar as ações humanas em conformidade com a escolha e os 
efeitos dela decorrentes;
Os fins a que se propõe a 
ética  Enaltecer a importância de investigação de princípios que 
disciplinam o comportamento humano, especialmente a respeito 
da essência das normas , valores, prescrições presentes em 
qualquer realidade social; 
 Lembrar que ao lado dos valores que atribuímos a nós existem os 
que as pessoas se atribuem; 
 Ética pressupões igualdade entre os cidadãos
Classificação da Ética 
 Ética material: teoria moral fundamentada em princípios definidos de 
maneira concreta, material e empírica, não importando se consistem em 
interesses individuais ou coletivos; 
 Ética formal: doutrina moral de Kant e de seus epígonos, caracterizada 
pela formulação de leis e imperativos morais que se fundamentam em 
formas universais e aprioríticas da razão sem ligação imediata com os 
valores; 
 Ética profissional: conjunto de regras de conduta moral, deontológica e 
científica dos profissionais; 
 Ética autônoma: doutrina ética que considera o ser humano um 
legislador livre e consciente do conjunto de normas e leis morais que 
adota em sua existência social, supondo a inexistência de 
condicionamentos extra-humanos ou involuntários de origem política, 
material ou divina.
ÉTICA
• A Ética baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a 
natureza e o fim de todo ser humano, por isso, “o agir” da 
pessoa humana está condicionado a duas premissas 
consideradas básicas pela Ética: “o que é” o homem e “para que 
vive”, logo toda capacitação científica ou técnica precisa estar 
em conexão com os princípios essenciais da Ética. (MOTTA, 
1984, p. 69)
4. Individualismo e ética profissional 
• Parece ser uma tendência do ser humano, como tem sido 
objeto de referências de muitos estudiosos, a de defender, 
em primeiro lugar, seus interesses próprios e, quando esses 
interesses são de natureza pouco recomendável, ocorrem 
seríssimos problemas. 
• O valor ético do esforço humano é variável em função de seu 
alcance em face da comunidade. Se o trabalho executado é só 
para auferir renda, em geral, tem seu valor restrito.
• Por outro lado, nos serviços realizados com amor, visando ao 
benefício de terceiros, dentro de vasto raio de ação, com 
consciência do bem comum, passa a existir a expressão social do 
mesmo. 
• Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente, tende a ter 
menor consciência de grupo. Fascinado pela preocupação 
monetária, a ele pouco importa o que ocorre com a sua 
comunidade e muito menos com a sociedade. 
• Para ilustrar essa questão, citaremos um caso, muito conhecido, 
porém de autor anônimo.
• Dizem que um sábio procurava encontrar um ser integral, em 
relação a seu trabalho. Entrou, então, em uma obra e começou a 
indagar. Ao primeiro operário perguntou o que fazia e este 
respondeu que procurava ganhar seu salário; ao segundo repetiu a 
pergunta e obteve a resposta de que ele preenchia seu tempo; 
finalmente, sempre repetindo a pergunta, encontrou um que lhe 
disse: “Estou construindo uma catedral para a minha cidade”. 
• A este último, o sábio teria atribuído a qualidade de ser integral em 
face do trabalho, como instrumento do bem comum.
• Como o número dos que trabalham, todavia, 
visando primordialmente ao rendimento, é grande, 
as classes procuram defender-se contra a 
dilapidação de seus conceitos, tutelando o trabalho 
e zelando para que uma luta encarniçada não 
ocorra na disputa dos serviços. Isto porque ficam 
vulneráveis ao individualismo. 
• A consciência de grupo tem surgido, então, quase 
sempre, mais por interesse de defesa do que por 
altruísmo. 
• Isto porque, garantida a liberdade de trabalho, se 
não se regular e tutelar a conduta, o individualismo 
pode transformar a vida dos profissionais em 
reciprocidade de agressão.
• Tal luta quase sempre se processa através de aviltamento de 
preços, propaganda enganosa, calúnias, difamações, tramas, 
tudo na ânsia de ganhar mercado e subtrair clientela e 
oportunidades do colega, reduzindo a concorrência. 
Igualmente, para maiores lucros, pode estar o indivíduo tentado 
a práticas viciosas, mas rentáveis. 
• Em nome dessas ambições, podem ser praticadas quebras de 
sigilo, ameaças de revelação de segredos dos negócios, 
simulação de pagamentos de impostos não recolhidos, etc.
• Para dar espaço a ambições de poder, podem ser armadas tramas 
contra instituições de classe, com denúncias falsas pela imprensa 
para ganhar eleições, ataque a nomes de líderes impolutos para 
ganhar prestígio, etc. 
• Os traidores e ambiciosos, quando deixados livres completamente 
livres, podem cometer muitos desatinos, pois muitas são as 
variáveis que existem no caminho do prejuízo a terceiros.
• A tutela do trabalho, pois, processa-se pelo caminho da 
exigência de uma ética, imposta através dos conselhos 
profissionais e de agremiações classistas. As normas devem 
ser condizentes com as diversas formas de prestar o serviço de 
organizar o profissional para esse fim. 
• Dentro de uma mesma classe, os indivíduos podem exercer 
suas atividades como empresários, autônomos e associados. 
Podem também dedicar-se a partes menos ou mais refinadas 
do conhecimento.
• A conduta profissional, muitas vezes, pode tornar-se agressiva e 
inconveniente e esta é uma das fortes razões pelas quais os códigos 
de ética quase sempre buscam maior abrangência. 
• Tão poderosos podem ser os escritório, hospitais, firmas de 
engenharia, etc, que a ganância dos mesmos pode chegar ao domínio 
das entidades de classe e até ao Congresso e ao Executivo das 
nações.
• A força do favoritismo, acionada nos instrumentos do poder 
através de agentes intermediários, de corrupção, de artimanhas 
políticas, pode assumir proporções asfixiantes para os 
profissionais menores, que são a maioria. 
• Tais grupos podem, como vimos, inclusive, ser profissionais, pois, 
nestes encontramos também o poder econômico acumulado, tão 
como conluios com outras poderosas organizações empresariais.
• Portanto, quando nos referimos à classe, ao social, não nos 
reportamos apenas a situações isoladas, a modelos 
particulares, mas a situações gerais. 
• O egoísmo desenfreado de poucos pode atingir um número 
expressivo de pessoas e até, através delas, influenciar o 
destino de nações, partindo da ausência de conduta virtuosa 
de minorias poderosas, preocupadas apenas com seus lucros. 
• Sabemos que a conduta do ser humano pode tender ao 
egoísmo, mas, para os interesses de uma classe, de toda uma 
sociedade, é preciso que se acomode às normas, porque estas 
devem estar apoiadas em princípios de virtude. 
• Como as atitudes virtuosas podem garantir o bem comum, a 
Ética tem sido o caminho justo, adequado, para o benefício 
geral.
• Egresso de uma vida inculta, desorganizada, baseada apenas em 
instintos, o homem, sobre a Terra, foi-se organizando, na busca de 
maior estabilidade vital. Foi cedendo parcelas do referido 
individualismo para se beneficiar da união, da divisão do trabalho, 
da proteção da vida em comum. 
• A organização social foi um progresso, como continua a ser a 
evolução da mesma, na definição, cada vez maior, das funções dos 
cidadãos e tal definição acentua, gradativamente, o limite de ação 
das classes
cc)) TTaarreeffaass ddaa ÉÉttiiccaa 
- Principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da 
humanidade. 
- Sem ética, ou seja, sem a referência a princípios humanitários 
fundamentais comuns a todos os povos, nações, religiões etc, a 
humanidade já teria se despedaçado até a auto-destruição. 
- Ethos: ética em grego. Designa a morada humana. Significa tudo 
aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma 
morada saudável: materialmente sustentável, psicologicamente 
integrada e espiritualmente fecunda.
3. Moral absoluta ou relativa 
• Os preceitos éticos são imperativos 
• Para serem racionalmente aceitos pelos seus destinatários, estes 
precisam acreditar que eles derivem de uma justificativa consistente. 
• Norma moral– valor objetivo?. 
• Norma – fixada arbitrariamente?. 
• Norma – válida para todos e em todos os tempo e lugares?. 
• Norma – validade condicionada?.
• Tem-se duas posições antagônicas> uma absolutista e 
apriorista e outra relativista e empirista. 
• A relativista e empirista> a norma ética é puramente 
convencional e mutável. O conhecimento da norma ética é 
empírica. Defende a existência de várias morais, do 
subjetivismo. 
• A absolutista e aprioristica> a validez é atemporal e 
absoluta. Proclama o conhecimento da norma ética a priori. 
Defende a existência de uma moral universal objetiva.
• Para os absolutistas, cada ser humano é dotado de algo natural que o 
predispõe ao discernimento do que é certo e errado em termos 
éticos. 
• Para os absolutistas não se poderia falar do bem e do mau, da virtude 
e do vício, se não houvesse a consciência humana, aquela que é capaz 
de intuir o que vale. 
• Já os relativistas entendem não haver sentido falar em valores à 
margem da subjetividade humana.
• O bom e o mau não significam algo que valha por si, 
mas são palavras cujo conteúdo é condicionado por 
referenciais de tempo e espaço. 
• Na verdade, o bem é fruto da criação subjetiva e a 
norma moral é mero convencionalismo. 
• O resultado dessa contraposição de idéias é que a tese 
objetivista conduz à conclusão de que não há criação 
nem transmutação de valores, senão descobrimento ou 
ignorância dos mesmos. Os valores não se criam, nem 
se transformam, se descobrem ou se ignoram. 
• Sendo assim, o desafio da ética é elaborar no homem o 
órgão moral que torna possível tal descobrimento.
• Ao contrário, a tese subjetivista, postula a autêntica criação de 
valores por vontade dos homens. 
• Os homens criam valores à medida do necessário ou do oportuno.
4. A classificação da ética 
• 4.1 Ética empírica 
• 4.2 Ética de bens ou material 
• 4.3 Ética formal 
• 4.4 Ética valorativa
ÉTICA MATERIAL (4.1 Ética empírica 4.2 Ética de bens ou 
material ) 
Enquanto a Ética procura conceituar 
• O que é DEVER; 
• O que é DIREITO; 
• e suas características e consequências; 
A ÉTICA MATERIAL trata da aplicação 
destes conceitos à vida dos seres 
humanos. 
127
ÉTICA MATERIAL 
O estudo da Ética Material considera os 
deveres em dois grandes grupos: 
•ÉÉttiiccaa PPeessssooaall; 
•ÉÉttiiccaa SSoocciiaall.. 
128
ÉTICA PESSOAL 
DEVERES PARA CONSIGO MESMO: 
Deveres Corporais 
•TTeemmppeerraannççaa:: 
•IInntteerrddiiççããoo aaoo SSuuiiccííddiioo:: 
129
ÉTICA PESSOAL 
DEVERES PARA CONSIGO MESMO: 
Deveres Espirituais 
•IInntteelliiggêênncciiaa:: 
•VVoonnttaaddee:: 
130
ÉTICA PESSOAL 
PARA COM O PRÓXIMO: 
Deveres Justiça 
•RReessppeeiittoo:: 
•CCaarriiddaaddee:: 
131
ÉTICA PESSOAL 
PARA COM O DEUS: 
11.. FFÉÉ : 
•FÉ é o estado de espírito que sustenta a ESPERANÇA. 
•FÉ seria a certeza de uma possibilidade real acerca de algo. 
•A fé é racional enquanto resultado da atividade interior do 
indivíduo. 
•Em termos de dever pessoal, a fé assume o significado de 
crença em determinado valor (Deus), adotado como norteador 
de conduta. 
•Assim, culto e oração são formas de lidar respeitosamente com 
este valor. 
132
ÉTICA SOCIAL 
11.. SSOOCCIIEEDDAADDEE : 
•União moral de seres humanos visando 
um fim comum. 
•A cada tipo de sociedade correspondem 
deveres que levam o mesmo nome. 
•O tipo de sociedade sempre dependerá 
do objetivo que se pretendeu alcançar 
com sua constituição. 
133
ÉTICA SOCIAL 
SOCIEDADE DOMÉSTICA 
•11.. DDeevveerreess ccoonnjjuuggaaiiss: lealdade, amor e assistência 
mútua. 
•22.. DDeevveerreess ppaatteerrnnaaiiss: assistência à prole (moradia, 
alimentação, saúde, educação, lazer). 
•33.. DDeevveerreess ffiilliiaaiiss: respeito, obediência, amparo na 
velhice e na doença. 
•44.. DDeevveerreess ffrraatteerrnnaaiiss: auxílio mútuo, assistência aos 
mais novos ou incapazes, substituição dos pais na falta 
dos mesmos. 
134
ÉTICA SOCIAL 
SOCIEDADE CIVIL 
•Sociedade Econômica: Tem o dever de encontrar 
soluções para o problema das desigualdades. 
•Solução liberal: laissez-faire 
• As leis de mercado são imutáveis: livre iniciativa e 
concorrência. 
•Solução socialista: 
• Proibição da livre iniciativa 
• Estatização dos meios de produção (socialismo) 
• Proibição da propriedade individual (comunismo) 
• Confederação de operários (sindicalismo) 
135
ÉTICA SOCIAL 
SOCIEDADE CIVIL 
•Sociedade Econômica: Tem o dever de encontrar soluções para 
o problema das desigualdades. 
•Solução liberal: laissez-faire 
• As leis de mercado são imutáveis: livre iniciativa e concorrência. 
•Solução socialista: 
• Proibição da livre iniciativa 
• Estatização dos meios de produção (socialismo) 
• Proibição da propriedade individual (comunismo) 
• Confederação de operários (sindicalismo) 
•Solução cristã: princípios éticos 
• Salários justos 
• Participação nos resultados 
• Estímulo às associações profissionais 
136
ÉTICA SOCIAL 
SOCIEDADE CIVIL 
•Sociedade Política: Tem o dever de garantir condições 
de vida em sociedade: 
• Respeito à dignidade humana 
• Busca do bem comum 
• Justiça e liberdade como norteadoras de decisões. 
•Sociedade Religiosa: Tem o dever de auxiliar o homem 
em suas questões espirituais; com frequência, 
ultrapassa os deveres de natureza religiosa para 
intervir nas sociedades política e econômica 
137
• 4.1. Ética empírica 
• Devemos partir da distinção feita por Kant entre filosofia pura e 
filosofia empírica. 
• Da distinção entre conhecimento puro e conhecimento empírico. 
• Podemos afirmar que todos os nossos conhecimentos têm origem em 
nossa experiência. 
• Porém, embora o conhecimento se inicie na experiência, ele precisa, 
para se tornar de fato "conhecimento", que nossa própria mente lhe 
adiciona.
• É preciso portanto, em primeiro lugar, separar esses dois elementos, 
ou seja; por um lado o que é recebido dos sentidos e pelo outro o que 
é adicionado pela razão. 
• Esse conhecimento independente dos sentidos é chamado "a priori" 
(diferente dos empíricos, chamados "a posteriori"). 
• A ética empírica é observada e constatada com a prática. 
• A ética empírica é aquela que nega a ética absolutista ou apriorista. 
• Logo, "a priori" não é um conhecimento que vem "antes da 
experiência", mas sim um que vem "independente da experiência".
• A ética empírica é aquela que deriva seus princípios da 
observação dos fatos. 
• O homem deve ser como naturalmente é, e não deve se 
comportar como queiram que ele seja. 
• Suas características são a subjetividade e a conotação utilitarista. 
• A ética empírica procura sempre o valor útil para cada indivíduo. 
• Com relação a subjetividade: não há uma moral universal, única, 
apriorista. 
• Varia a conduta humana de acordo com o tempo e as 
circunstâncias e, assim, o bom é determinado estrito de tempo, de 
lugar etc.
• O empirismo deságua no relativismo, não é possível 
uma moral universal e valores axiológicos absolutos. 
• Vai-se ao subjetivismo, uma das principais variantes da 
ética empírica. 
• Se idéias morais variam de indivíduo para indivíduo 
ou de sociedade a sociedade, o bem e o mal 
carecerão de existência objetiva, já que dependem 
dos juízos estimativos dos homens. 
• Assim aparecem, por um lado, o subjetivismo ético 
individualista e, por outro, o subjetivismo ético social, 
também chamado antropologismo ou subjetivismo 
ético específico.
Portanto o CONCEITO É: 
É aquela que pretende derivar seus princípios da observação 
dos fatos para orientar e entender o comportamento 
humano. 
Não questiona o que o ser humano “deve fazer”, mas examina 
o que “o ser humano normalmente faz”. 
Para os empiristas, se nada é absolutamente bom, o mais 
conveniente é procurar condutas que pareçam mais benéficas 
à sociedade e ao indivíduo, fazendo do útil o preceito moral 
supremo.
• A partir dessas constatações, é fácil chegar ao ceticismo ao niilismo. 
• Algo que é bom para um não é para outro, o bem nada significa e a 
moral é produzida pela convenção arbitrária. 
• Não há sentido em formular juízo estimativo ou estabelecer valores 
com pretensão de objetividade. 
• Se nada é absolutamente bom, o conveniente é procurar condutas que 
pareçam mais benéficas à sociedade e ao indivíduo, fazendo do útil o 
preceito moral supremo.
CLASSIFICAÇÃO 
A Ética Empírica pode ser enfocada em quatro configurações: 
• 4.11.Ética Anarquista 
• 4.1.2.Ética Utilitarista 
• 4.1.3.Ética Ceticista 
• 4.1.4.Ética Subjetivista 
• Temos uma tríplice configuração 
da ética empírica: a anarquista, a 
utilitarista e a ética ceticista.
4.1.1. A ética anarquista: 
•A anarquia repudia toda norma ou valor. 
•Direito, moral, convencionalismo sociais, religião, tudo constitui 
exigências arbitrárias. 
•As leis não são legítimas, sejam morais ou jurídicas. 
•É uma doutrina egoísta. 
•Prepondera a vontade humana, e esta varia de pessoa para pessoa.
ÉTICA ANARQUISTA 
William Godwin 
(03/03/1756 - 07/04/1836) 
o Foi um jornalista inglês, filósofo político e novelista. 
o Livros: Inquérito acerca da justiça política (1793), As coisas 
como elas são ou As aventuras de Caleb Williams (1794). 
o Seus discípulos: Victor Yarros e Henry.
• Vai prevalecer a decisão do mais forte. 
• O anarquismo tem uma tendência hedonista: buscar o 
prazer e evitar a dor. 
• Quando o prazer é encontrado no fazer o bem do 
outro, o essencial é a obtenção do conforto pessoal. 
Egoísmo disfarçado de altruísmo. 
• O anarquismo na modernidade se apresenta como 
anarquismo individualista e como anarquismo 
comunista ou libertário. 
• Os dois coincidem em dois pontos: 1. liberdade 
absoluta e a aspiração suprema do indivíduo; 2. toda 
organização política deve desaparecer, por contrariar 
as exigências da natureza.
• PRINCÍPIO BÁSICO: 
• Os dois postulados derivam do mesmo princípio: só tem valor o que 
não contraria as tendências e impulsos naturais. 
• A ordem jurídica, como organização social de tipo coercível, se opõe à 
liberdade e representa, por isso, um mal que deve ser combatido.
• Diferença entre individualistas e comunistas: na escolha do 
método na luta contra o Estado. 
• O primeiro, acredita no progresso lento e gradual da razão, para 
superar o Estado. 
• O segundo, pela violência, superar o Estado.
• Para os comunistas, a propriedade privada tende a 
desaparecer. A natureza não destinou seus bens a quem 
quer que seja. Tudo é comum e deve ser de todos. 
• Os homens viveriam em regime de cooperação 
espontânea, visando ao mais completo desenvolvimento 
da individualidade, unido ao desenvolvimento mais 
completo da associação. 
• Os individualistas não negam a propriedade privada, mas 
negam o associativismo.
• Se equivocam os anarquistas quando acreditam existir 
uma liberdade natural. Pois na vida em me sociedade, a 
liberdade é um direito. 
• Não existe direito sem um sistema normativo e provido de 
força capaz de assegurá-lo, quando quem quer que seja 
pretenda vulnerá-lo.
4.1.2. A ética utilitarista: 
•É bom o que é útil. 
•A conduta ética desejável é a conduta útil. 
•A utilidade, porém, e um mero atributo de um 
instrumento. Ex.uma faca é útil se corta.
ÉTICA UTILITARISTA 
Jeramy Bentham 
(15/02/1748 - 06/06/1832) 
o Foi um filósofo e jurista inglês. 
o Livros: Um fragmento sobre o governo (1776), Uma 
introdução aos princípios da moral e da legislação (1789). 
o Seus discípulos: John Stuart Mill e James Mill.
ÉTICA UTILITARISTA 
Principio básico 
• É bom o que é útil (“A felicidade é o único fim da ação humana e sua 
consecução o critério para julgar toda conduta”. J. S. Mill) 
• O utilitarismo é a doutrina que defende a moral pela utilidade ou 
bem-estar do indivíduo ou da coletividade. 
Características 
o Os fins justificam os meios; 
OBS. O utilitarismo pode ser aceito se entendido como o emprego dos 
meios (eticamente válidos), para a obtenção de fins moralmente 
valiosos.
• A eficácia técnica dos meios não correspondem ao valor ético dos 
fins. 
• Os meios mais úteis, podem estar a serviço de um fim nefasto. Ex. a 
arma que é útil para cortar um pedaço de carne, também é útil para 
ser usada para esfaquear uma pessoa. 
• No exemplo acima, vimos que o meio possui igual eficácia, e sua 
utilidade é alheia à significação dos desígnios que serve.
• O estudo do utilitarismo permite entender a falácia que é a 
afirmação: os fins justificam os meios. 
• A teoria da moral utilitarista só é aproveitável se conciliada com 
a teoria das finalidades úteis. 
• A teoria utilitarista de MILL, não concerne unicamente aos 
meios, mas remete a uma verdadeira ética de fins. Vejamos: 
• A doutrina utilitarista afirma que a felicidade é desejável, a 
única coisa desejável como fim; sendo todas as demais 
desejáveis só como meios para esse fim.
A felicidade é o único fim da ação humana e sua consecução o 
critério para julgar de toda conduta; donde necessariamente se 
segue que tem que ser o critério da moralidade, já que a parte 
encontra-se incluída no todo. 
•O utilitarismo tem sentido na vida moral, se entendido como 
prudente emprego dos meios aptos à consecução de fins 
moralmente valiosos.
158 
PERFECCNISMO 
O perfeccionismo afirma que o moral está na plena realização da essência 
humana, na perfeita condução, segundo a natureza racional do homem. Era essa a 
opinião de Aristóteles.
159 
NATURALISMO 
O naturalismo prega o pleno desenvolvimento de todas as inclinações e impulsos 
da natureza humana, como fato de moralidade.
160 
EVOLUCIOSNISMO 
O evolucionismo afirma que o progresso da humanidade é o fim determinante da 
moralidade. A ética religiosa afirma que a moralidade está na conformidade com a 
vontade de Deus, e o mal é rebelar-se contra essa vontade.
161 
INDIVIDUALISMO X UNIVERSALISMO 
Outra divisão, que se pode fazer sobre a ética dos bens, consiste em fundá-la no 
destino que se dê aos bens ou fins a que se aspira: se tendem para o individuo 
temos o individualismo, se para a comunidade, temos o universalismo. O 
individualismo é egoísmo, quando o que atua quer ser útil a si mesmo; é 
altruísmo, quando quer favorecer a outros. Por isso, pode haver um 
individualismo altruísta, quando se destinam aos indivíduos da coletividade os 
bens ou fins desejados. 
Critica-se a ética dos bens, em todas as suas tendências, porque não explica a 
moral, por já a aceitar previamente como dada.
•4.1.3.A ética ceticista 
• O cético não acredita em nada.
ÉTICA CETICISTA 
Principio básico 
• Não se pode dizer com certeza o que é certo ou errado, bom 
ou mau, pois ninguém jamais será capaz de desvendar os 
mistérios da natureza.
ÉTICA CETICISTA 
Características 
• Na dúvida, o cético não nega, nem afirma: não julga, abstém-se 
de tomar uma atitude (o que já é uma atitude). 
• Dizem que não crêem em nada (o que é falso, pois se fossem 
coerentes duvidariam até desta afirmação); 
• Na realidade os céticos históricos não pregavam o ceticismo 
absoluto: admitiam valores como a dignidade do trabalho, 
acolhimento das leis locais, satisfação moderada das 
necessidades. 
• Nomes: Carneadas (214 -129 a. C.)
ÉTICA CETICISTA 
Pirro de Élis 
(360 a.C. – 270 a. C.) 
o Foi um filósofo grego, considerado o primeiro filósofo cético e 
fundador da escola conhecida por pirronismo. 
o Seus discípulos: Timon de Fliús e Diógenes Laércios.
• A dúvida não implica o conhecimento, é mera suspensão de juízo. 
O cético não é o que nega, nem o que afirma, senão o que se 
abstêm de julgar. 
• É preciso distinguir a dúvida metódica (Sócrates), da dúvida 
sistemática. 
• Utilizada como método, a dúvida serve como eliminação de 
possíveis erros. É uma atitude provisória. Uma provisória transição 
de juízo, por segurança. 
• A dúvida sistemática é própria dos ceticistas, que duvidam de tudo 
e de forma permanente.
• Os céticos declaram não crer em nada, e aqui já erram, pois se 
fossem verdadeiramente céticos, duvidariam até das própria 
afirmação. Isso implicaria uma regressão infinita. 
• Outro problema, o ceticismo pode sustentar uma negação 
permanente em teoria, mas na prática cairia em uma 
paralisação completa. 
• No aspecto moral, na dúvida entre o certo e o errado, nada se 
faria. Mas nada fazer já é uma atitude, sendo assim, fica 
impensável uma atitude cética no campo prático.
• Na verdade, os céticos não pregavam o ceticismo absoluto. 
Admitiam a existência de alguns valores e a necessidade de uma 
moral. 
• As lições de Sexto Empírico demonstram que ele aceitava algumas 
regras propiciadoras de uma relativa felicidade. 
• A) Seguir as indicações da natureza. 
• B) Ceder aos impulsos das disposições passivas: o cético só come 
se tem fome, só bebe se está sedento.
• C) Submeter-se às leis e costumes do país onde vive. 
• D) Não permanecer inativo e cultivar alguma das artes. 
• Estas regras se fundam em critérios axiológicos> a primeira, de 
que é valioso o que tem origem natureza. A segunda, de que as 
necessidades humanas devem ser satisfeitas com moderação. A 
terceira de que as leis de um país merecem serem acatadas. A 
quarta condena a inatividade e valoriza o trabalho.
• A conclusão é de que, mesmo quando se nega, teoricamente a 
existência de critérios sólidos de certeza, na prática se admite a 
existência da moral e se prega que há formas de vida que devem ser 
evitadas, e outras que devem ser seguidas.
•4.1.4.A ética subjetivista 
• Consiste em cada um adota para si a conduta ética mais conveniente 
com a sua própria escala de valores. 
• Existe o subjetivismo individualista e o social.
ÉTICA SUBJETIVISTA 
Protágoras 
(480 a.C. – 410 a.C.) 
o Foi um Sofista grego. 
o Obras: "As Antilogias" e "A Verdade”. 
o Seus discípulos: Péricles e Eurípedes.
• A origem do subjetivismo está em Protágoras, para 
quem o homem é a medida de todas as coisas, da 
existência das que existem, e da não existência das 
que não existem. 
• Cada homem é a medida do real. 
• A verdade não objetiva, mas há tantas verdades 
quanto homens. 
• O que é verdade para um, pode não ser para o 
outro. 
• A teoria de Protágoras conduziria ao 
AGNOSTICISMO. 
• Todas as opiniões seriam igualmente verdadeiras e 
se tudo é verdade, nada é certo, pois o que a um 
parece evidente, a outro pode parecer falso.
• Aplicando à ordem moral, terá valor para um indivíduo, 
aquilo que ele entender como valioso. 
• Cada homem é a medida do bem e do mal. 
• O subjetivismo está por tudo, não só moral e 
epistemológico, mas estético, religioso, jurídico e etc. 
• O chamado subjetivismo ético social, pretende ser uma 
teoria objetiva, pois os valores éticos são produzidos pelo 
coletivo. 
• Aqui há uma confusão, pois se pensa que a objetividade é 
um critério estatístico, o critério do valor ou da verdade é a 
quantidade, a maioria.
ÉTICA SUBJETIVISTA 
Principio básico 
• “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, 
enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são.“ 
(Protágoras) 
Características 
Ética Subjetivista Individual 
• Nesta ética cada qual adota a conduta mais conveniente com sua 
própria escala de valores; 
• Certo e o errado devem ser avaliados em função das necessidades 
do homem; 
• Não existe um critério objetivo, seguro de avaliação pois esta varia 
com o sujeito: Todas as opiniões seriam verdadeiras ou falsa. Não 
haveria ciência. 
• Nomes: Protágoras (c. 487 -420 a.C.)
ÉTICA SUBJETIVISTA 
Ética Subjetivista Social ou Específica 
• Nesta ética o certo, bom, justo, verdadeiro, etc. são obtidos por 
apreciação coletiva, por indicação da sociedade. 
• Não existe um critério objetivo, seguro de avaliação pois esta varia 
conforme o grupo focalizado. 
• Todas as opiniões seriam verdadeiras ou falsas Não haveria ciência. 
• Nomes: Durkheim, Bouglé (Sociológos Franceses) 
OBS. 
1. Como a sociedade define o que é bom, têm-se a possibilidade de que 
ela chancele um erro pois a verdade não é definida estatisticamente 
(as sociedade nazista, faxista, canibais convivem com seus erros 
éticos). 
2.O Subjetivismo ético (Individual ou Específico) originam o 
relativismo.
• Os representantes do subjetivismo ético social: DURKHEIN E 
BOUGLÉ. 
• O problema do subjetivismo, individual ou ético específico, vai para 
um relativismo absoluto. 
• É fácil concluir que o relativismo absoluto não pode presidir as 
relações humanas, seja na esfera moral, seja na esfera jurídica.
•4.2 A ética dos bens 
• Ao contrário do relativismo, defende a existência de um valor 
fundamental denominado bem supremo.
POR QUÊ ÉTICA DOS BENS? 
Também conhecida como ética dos fins, defende a existência de um 
valor fundamental, denominado bem comum. 
180
• Parte da estrutura teleológica do atuar humano. 
• O que significa? A criatura humana é capaz de e propor fins, 
eleger meios e colocar em prática os últimos, para alcançar os 
primeiros. 
• O supremo bem da vida consistirá na realização do fim próprio 
da criatura humana. 
• Para estabelecer a hierarquia dos fins, basta verificar qual deles 
pode ser, simultaneamente, fim e meio para a obtenção de outro 
fim. Quando se se defronta com um bem que não pode ser meio 
de qualquer outro, então esse é o bem supremo.
POR QUÊ ÉTICA DOS BENS? 
A criatura humana é capaz de propor fins, eleger meios e colocar em 
prática os últimos, para alcançar os primeiros. 
182
PRINCÍPIOS: 
Há um bem supremo fundamental. 
Trabalha-se para consecução dos bens da vida. 
A vida é um caminho rumo a um objetivo. 
Esse objetivo, na hierarquia dos bens é o que se chama de bem supremo. 
Luta-se para atingir um ideal e este é o sentido da existência. 
Quando alguém se defronta com um bem que não pode ser meio para nenhum 
outro, esse é o seu bem supremo. 
O ser humano tem fins superiores que orientam o comportamento humano. 
183
Há posições que diferem qual é o bem supremo que deve 
orientar o comportamento humano. São eles: 
•Eudemonismo; 
•Idealismo ético; 
•Hedonismo; 
•Utilitarismo; 
•Perfeccionismo; 
•Naturalismo; 
•Evolucionismo; 
•Individualismo X Universalismo. 
184
• Divisão da ética dos bens: 
• A) Eudemonismo, idealismo ético e hedonismo: Eudemonmismo, 
deriva de eudemonia, felicidade. Para essa concepção há uma 
tendência inata no homem para a felicidade, e segundo Aristóteles, 
a felicidade é o bem supremo, é um fim que não possui um caráter 
de meio. 
• Todos os outros bens da vida podem ser meios para a obtenção 
que é o eternamente desejado em si, e que não se converterá 
jamais em meio.
Os primeiros hedonistas de que se tem notícia, 
organizados em Escola, são os cirenaicos. A Escola 
Cirenaica foi fundada, segundo alguns, por Aristipo de 
Cirene (c. 435-365 a.C.), segundo outros pelo seu neto 
e seu homónimo. A preocupação fundamental desta 
escola era a da busca do prazer, essencialmente o 
físico, uma vez que considerava esse superior ao 
prazer intelectual. Esta era a orientação original desta 
escola, mas de seguida houve divergências e a 
orientação é reformulada até um ponto tal em que essas 
conclusões tardias levaram a contradições com a 
ambiência inicial: o próprio Aristipo chega a afirmar que 
o homem deve ser o dominador do prazer e não o 
contrário.
O epicurismo - movimento fundado por Epicuro (341- 
271 a.C.) - é já a orientação do hedonismo num outro 
sentido, menos radical e individualista do que o 
primeiro. 
A principal preocupação do epicurismo é a ética, num 
sentido aproximado da ética cirenaica. O epicurismo 
considerava também que o objetivo supremo do 
homem era o prazer, mas entendendo que este se 
conquistava através da capacidade de superar a dor e 
que a felicidade não está necessariamente no prazer 
imediato, pois há prazeres estáticos e outros em 
fugazes: os primeiros são enganadores e os segundos 
são os que se deve buscar.
A moral utilitarista de Jeremy Bentham é 
outra forma de hedonismo, considerando 
que moral é tudo o que seja útil e que é útil 
tudo o que traga benefícios (prazer, 
felicidade).
189 
EUDEMONISMO 
Deriva de eudemonia, em grego felicidade. Para elas a tendência à felicidade é 
inata do homem, ela é bem supremo. Todos os outros bens da vida podem ser 
meios de obtenção daquele que é o eternamente apetecível em si. 
Tem como fim a felicidade espiritual, o estado de contentamento da alma. Foi 
essa doutrina defendida por Sócrates.
190 
HEDONISMO 
Para o hedonismo, a felicidade está no prazer. Seja ele prazer 
sensual, seja a fruição da tranquilidade extraída do deleite, no 
exercício de atividade intelectual ou artística.
Essas três formas puras podem se combinar para surgir às formas mistas: 
•Eudemonismo idealista: a felicidade é o fim supremo, mas o caminho único a 
atingi-lo é a virtude; 
191 
•Eudemonismo hedonista: elege a felicidade como fim, mas o prazer como meio.
192 
IDEALISMO ÉTICO 
Para o idealismo, a finalidade última do homem é a prática do bem. 
O estóico não espira ser feliz, mas ser bom. A virtude é fim e não 
meio. Impõe-se à criatura ser virtuosa, ainda que isso não extraia 
prazer algum.
• O idealismo: a finalidade última do homem é a prática do bem. Os 
estóicos, por exemplo, não aspira a ser feliz, mas a ser bom. A 
virtude é um fim, não um meio. Impõe-se à criatura ser virtuosa, 
ainda que disso não extraia prazer algum. 
• Já para o hedonismo, a felicidade está no prazer. Seja ele o prazer 
sensual, seja a fruição da tranqüilidade extraída do deleite, no 
exercício de atividade intelectual ou artístico. 
• O hedonismo elegeu a felicidade como fim, mas o prazer como 
meio.
ÉTICA SOCRÁTICA
ÉTICA SOCRÁTICA 
Sócrates foi um dos 
primeiros pensadores 
preocupar-se com uma 
filosofia moral. Buscava 
especialmente chegar 
a uma definição do que 
era o bem e o mal.
ÉTICA SOCRÁTICA 
“Conhece-te a ti mesmo”; 
Virtude e Justiça.
ÉTICA SOCRÁTICA 
Sócrates dedica sua a vida a 
esta instrução, a ajudar os 
homens a conhecerem a si 
mesmo para que possam 
praticar a virtude, fazer o 
bem.
Ética Socrática 
O bem e a virtude 
proporcionam felicidade 
autêntica. 
Relação entre o saber e o 
bem, o mal e a ignorância. 
Sócrates não deixou nada 
escrito. Seus diálogos foram 
registrados por Platão.
• b) A Ética Socrática: 
• Para o autor o verdadeiro objeto do conhecimento é a alma 
humana. 
• A bondade é resultado do saber. 
• Para alguém ser feliz, precisa ser bom, e para ser bom é preciso 
ser sábio. 
• Aquele que encontrou a verdade oculta em sua alma sente-se 
obrigado a ajustar com ela sua conduta. Assim o conhecimento 
do bem determina a prática da virtude. 
• Não existe pessoas más, senão extraviadas. 
• A maldade é produto da ignorância.
• O aperfeiçoamento não se consegue sozinho, é na 
convivência comunitária. Porque o homem é um ser social. 
• Entre ética e política existe uma correlação íntima: o homem 
perfeito não é unicamente o homem bom, mas o bom 
cidadão. 
• Para Sócrates o conhecimento do bem se identifica com a 
prática da virtude. Quem sabe a verdade, age bem. 
• A Ética de Sócrates é de direito natural; no fundamento das 
normas positivas há leis não escritas (= ágrafoi nómoi). 
• Para Sócrates a lei moral é natural, brotando da mesma 
natureza como uma sua propriedade. Não resulta de uma 
ordem dogmática posterior exterior emitida, ou por Deus, ou 
pelos homens.
• A análise das coisas e das operações humanas mostram que 
nenhum homem pode senão querer o bem e mesmo quando 
quer o mal, procura-o na suposição de buscar um bem. 
• A ética socrática é finalistica (ou teleológica) como se 
depreende dos textos platônicos Apologia e Eutifron, como 
ainda das informações vindas de Xenofonte. 
• Concretamente a finalidade última dos atos humanos, de 
acordo com Sócrates, é a felicidade. 
• Provou Sócrates seu eudaimonismo ético por meio de análise 
aplicada ao desejo humano; este não se dirige para o mal. 
Orienta-se para o bem, desde que o conheça. Desta adesão e 
conquista resulta o estado psíquico da felicidade.
• c) A ética Platônica: 
• Decorre a ética coerentemente do sistema geral do platonismo, 
essencialmente exemplarista, em virtude do qual nada se cria senão 
tendo as idéias reais separadas como arquétipos. 
• Estes arquétipos são a finalidade a executar, inclusive na ação. 
• Por isso, a ação tem um caminho previamente traçado o que 
implica em uma obrigação ética.
Pensadores 
Platão (428 – 347 a.C.) 
- Felicidade e o sumo bem; 
- O ideal buscado pelo homem 
é a assimilação de Deus (Leis); 
- Vida divina: de contemplação 
filosófica e virtude.
• Platão, ao estabelecer as idéias reais, de variada espécie, se referiu 
especialmente à idéia do bem. 
• E assim também a idéia do bem é um arquétipo, segundo qual se 
processa toda ação. 
• Depende, pois, a ética de Platão da existência de um arquétipo 
denominado o bem. 
• É possível sintetizar a idéia do bem, com a do ser simplesmente e 
então dizer que há um fundamento ontológico para a ética platônica. 
A ação enquanto realiza mais ser, se subordina ao que o ser 
necessariamente é.
A ÉTICA PLATÔNICA 
• Os três eixos centrais que comandam a ética platônica 
• As obras de Platão têm um profundo sentido ético, 
205 
ensinam o homem a desprezar os prazeres, as riquezas 
e as honras, as renúncias aos bens do corpo, desse 
mundo e a praticar a virtude: 
• Sua ética tem como eixos centrais a Justiça na ordem individual e social na 
prática da virtude; 
• As Virtudes humanas; 
• A Ordem Política presididas pela Justiça e a Transcendência do Bem, 
fundamento seguro e inabalável da conduta humana e da distinção entre o 
bem e o mal.
• Como todas as éticas do ser, também a de Platão depende de 
como traçar os caminhos do ser nos seus mais variados detalhes, 
os quais serão as suas leis e os quais, depois de cumpridos com 
habitualidade, constituem as respectivas virtudes. 
• Ainda que Platão não tenha utilizado esta linguagem, pode-se 
distinguir em seu sistema entre fundamento próximo e remoto da 
obrigação ética, ou da eticidade.
• O fundamento próximo está no ser de cada 
indivíduo, o qual já obedece ao parâmetro 
remoto, e por isso diretamente revela qual 
o fim realizado, e em potencial ainda revela 
o que lhe falta para atingir a plenitude. 
•Mas, o fundamento remoto é a mesma idéia 
real, que tudo contém e na qual tanto o 
Demiurgo viu como fez a obra e ainda 
deverá ver o indivíduo aquilo que falta para 
a plenitude.
• É possível falar na ética de Platão em um 
fim externo da criatura em relação a Deus, 
e em um fim interno da criatura em relação 
a si mesma. 
• Cabendo a Deus agir por primeiro, está seu objetivo em primeiro 
lugar; no caso seria difundir a si mesmo, isto é, sua glória (a glória é 
um brilho da obra em favor do criador). 
• Pode-se prever esta tese em Platão cujo Demiurgo tem, por objetivo 
refletir no mundo o bem e a harmonia, como reflexo das idéias reais. 
Neste sentido, em primeiro lugar, já antes da felicidade interna da 
criatura, valeria o objetivo do Demiurgo.
• No fim último externo se encontra o fundamento do culto religioso; 
mas este aspecto não foi claramente explorado por Platão. 
• Estabeleceu Platão, como Sócrates, a felicidade como fim do homem. 
A vontade se inclinaria essencialmente para o bem, como o seu 
objeto adequado. Impossível querer o mal diretamente (Ménom 77). 
Dito com mais precisão , a felicidade, pela conquista do bem, é o fim 
último interno do homem.
• Distingue Platão entre felicidade e prazer (Filebo 11 b). Referindo-se a 
felicidade à inteligência e o prazer aos sentidos. 
• Desde logo, pois, refuta a tese cirenaica de que o prazer sensível é o 
único fim. Mas não e exclui a felicidade os prazeres da sensibilidade; 
estes são honestos desde que subordinados harmonicamente. 
Estabeleceu, portanto Platão, como Sócrates, uma hierarquia de 
valores morais (Filebo; Leis 717, 718).
• Ocorrem três graus, de prazeres e felicidade, a saber, pela via 
ascendente: os prazeres do coração, já menos fugazes; os 
prazeres procurados pela opinião e pela inteligência. 
• O caráter pouco propício aos sentidos, resultantes da doutrina 
das idéias e da separação entre corpo e alma, apenas 
extrinsecamente unidos, dá à ética de Platão um feitio anti-humanista 
e pouco grego. 
• Com uma notável aproximação das práticas órficas, a ética de 
Platão descreve pitorescamente o verdadeiro filósofo como um 
"forasteiro" (Teeteto 174), que ao passar por esta vida terrestre, 
pouco se interessa pelo que se lhe apresenta.
A ÉTICA PLATÔNICA 
• O que Platão entende por virtude e, acima de tudo, por Justiça? 
• Platão analisa o comportamento do homem justo e o do homem 
212 
injusto, comparando-os e, a partir, desse confronto, descreve 
suas virtudes e a tipologia das almas. 
• Não há uma definição fechada de justiça, mas sim, uma crença 
que cada um tem de desenvolver suas próprias aptidões, o seu 
comportamento e suas virtudes para conseguir atingir a 
felicidade e determinar sua postura ética que o direciona para a 
construção de um estado justo e perfeito.
A ÉTICA PLATÔNICA 
• O que tem a Justiça a ver com a Polis? 
• O Governante perfeito seria aquele que tivesse uma forte 
213 
instrução filosófica, isso é embasado na teoria do conhecimento, 
que, para ele, tem fins morais. 
• Acreditava que existiam três tipos de virtudes baseadas na alma, 
que corresponderiam aos estamentos da polis: 
• A sabedoria, na figura do governante, pois este possui caráter 
de ouro e usa a razão; 
• A coragem, simbolizada pelos soldados ou guardiões da polis, 
pois sua alma de prata é imbuída de vontade 
• A temperança, os trabalhadores, pois sua alma de bronze 
orienta-se pelo desejo das coisas sensíveis.
214
• Virtudes cardeais. Estabeleceu Platão uma divisão geral da virtudes 
(República 410), em quatro fundamentais, que mais tarde serão 
chamadas, por Santo Ambrósio, virtudes cardeais, isto é, chaves das 
demais. 
• Esta classificação obedece a um princípio, em que a cada parte da alma 
corresponde uma virtude principal. Portanto, uma para a razão, outra 
para a vontade, outra para o impulso sensível, finalmente ainda uma 
outra para o controle das partes entre si.
216 
VIRTUDES CARDEAIS 
Virtudes cardeais quer dizer virtudes centrais, fundamentais, orientadoras. É o 
mesmo que virtudes morais. São quatro como quatro são os pontos cardeais, as 
estações do ano, os lados da cruz, os alicerces da casa, os pés da mesa e da cama.
217 
VIRTUDES CARDEAIS 
Platão (429-347 a.C.): Desenvolve a doutrina de Sócrates. Apresenta a virtude 
como meio para atingir a bem-aventurança. Descreve as quatro virtudes cardeais: 
a sabedoria, a fortaleza, a temperança e a justiça.
218 
VIRTUDES CARDEAIS 
1 - Prudência 
É o reto agir, o bom senso, o equilíbrio. Cuida do lado prático 
da vida, da ação correta e busca os meios para agir bem. 
Prudência é o mesmo que sabedoria, previdência, precaução. 
É pessoa que abandona as preocupações e abraça as 
soluções. Deixa as ilusões e opta pelas decisões. Rejeita as 
omissões e se empenha nas ocupações. A prudência coloca 
sua atenção na preparação dos fatos e eventos e nunca na 
precipitação nem no amadorismo ou improvisação. Ciência 
sem prudência é um perigo.
• Virtudes cardeais. 
• A prudência, denominada também sabedoria ( ), é a virtude 
da parte racional.
220 
VIRTUDES CARDEAIS 
2 – Temperança 
A temperança, também chamada autodomínio, medida, 
moderação ( ), é a virtude da vida impulsiva, instintiva, ou 
sensível, refreando os prazeres corporais. 
É o auto-controle, auto-domínio, renúncia, moderação. A 
temperança ordena afetos, domestica os instintos, sublima as 
paixões, organiza a sexualidade, modera os impulsos e 
apetites. Abre o caminho para a continência, a castidade, a 
sobriedade, o desapego. É próprio da temperança o cuidado 
conosco mesmo, com os outros e com a natureza. A 
temperança não permite que sejamos escravos, mas livres e 
libertadores e nos encaminha para o cumprimento dos 
deveres e para a maturidade humana. Sem renúncia não há 
maturidade. Grande fruto da renúncia é a alegria e a paz.
221 
VIRTUDES CARDEAIS 
3 – Fortaleza 
A fortaleza, dita também valentia ( ) é a virtude do entusiasmo (thymoiedés), 
ou seja dos impulsos volitivos e afetos, regrando o coração. 
Faz-nos fortes no bem, na fé, no amor. Leva-nos a perseverar 
nas coisas difíceis e árduas, a resistir à mediocridade, a evitar 
rotina e omissões. Pela fortaleza vencemos a apatia, a 
acomodação e abraçamos os desafios e a profecia. É virtude 
dos profetas, dos heróis, dos mártires e dos pobres. A 
fortaleza dos mártires e a ousadia dos apóstolos, como 
também a força dos pequenos e dos fracos é um sinal do dom 
da fortaleza na vida humana e na história da Igreja. Hoje a 
fortaleza nos leva a enfrentar a depressão, o stress, o câncer, 
a AIDS, os golpes da vida. Grandes são os conflitos humanos, 
porém maior é a força para superá-los. A vida é luta renhida, 
dizia nosso poeta e a fé é um combate espiritual. “Coragem, 
Eu venci o mundo!” (Jo 16,33).
222 
VIRTUDES CARDEAIS 
4 – Justiça 
Uma quarta virtude, a da justiça ( ), resulta da 
colaboração equitativa de todas as virtudes, garantindo o 
funcionamento harmonioso das partes da alma, ou seja de 
suas faculdades. 
Regula nossa convivência, possibilita o bem comum, defende 
a dignidade humana, respeita os direitos humanos. É da 
justiça que brota a paz. Sem a justiça nem o amor é possível. 
É a virtude da vida comunitária e social que se rege pelo 
respeito à igualdade da dignidade das pessoas. Da justiça 
vem a gratidão, a religião, a veracidade. Não se pode construir 
o castelo da caridade sobre as ruínas da justiça. Pelo 
contrário, o primeiro passo do amor é a justiça, porque amar é 
querer o bem do outro. A justiça é imortal (Sab 1,15). Esta 
virtude trata de nossos direitos e nossos deveres e diz respeito 
ao outro, à comunidade e à sociedade.
• Atribuiu Platão a cada classe social (vd 251) uma das virtudes 
cardeais, como lhe sendo mais adequada. 
• A sabedoria é própria da classe dirigente, ou dominante. 
• A fortaleza se faz necessária na classe militante, ou guerreira. 
• A temperança se recomenda aos demais, os trabalhadores.
• A virtude é descrita por Platão como um habito que conduz, ao bem. 
Ocorre, entretanto, no mestre da Academia a secreta preocupação de 
que a virtude se obtém pelo saber (Ménon 96, Fédon 82, República em 
vários itens). 
• Aceito o ponto de vista socrático de que a virtude é saber, segue dali 
que os ditames da ética dependem da estabilidade ou instabilidade do 
conhecimento. A virtude habitual, dependente das opiniões da tradição 
relativas, seria superada por uma virtude apoiada em outro tipo de 
conhecimento, definitivo, absoluto. Ora, tal virtude existe como fato; 
logo existe também tal tipo de conhecimento.
• Como se vê o móvel ético de Platão é favorável ao conhecimento 
inteletivo. Admitida uma vez a relatividade dos sentidos, deve-se, de 
outra parte, aceitar a estabilidade da inteligência e que possibilita a 
ocorrência da virtude. 
• Também a doutrina da virtude sofre de imediato a influência da 
doutrina das idéias reais, donde dividir-se em duas espécies: a virtude 
perfeita, referente a alma espiritual, e a virtude comum, baseada na 
opinião verdadeira. 
• A virtude perfeita consiste na própria sabedoria, segundo o adágio 
socrático: a ciência é idêntica à virtude. Não deixa a vontade de seguir o 
que o a inteligência lhe mostra como bom.
• Seguindo os mesmos passos do conhecimento inteletivo, a virtude 
se adquire andando pelos mesmos caminhos da dialética, para 
evitar a submissão da razão às paixões inferiores, e dialéticas do 
amor aspiração ardente pela contemplação das idéias. 
• A virtude comum organiza-se no plano da opinião, portanto nas 
faculdades emotivas da alma inferior. Neste plano se encontra a 
maioria dos homens. 
• Esta virtude comum não depende da ciência, mas da educação.
• A sanção é parte do sistema moral de Platão. Neste e noutro mundo 
acontece o castigo para o mal. 
• A recompensa é a outra face da sanção, tendo a felicidade por objeto 
a contemplação das idéias eternas. 
• O significado da sanção e o que a justifica é a necessidade de um 
castigo, para que se evite o mal, e de uma recompensa, para que 
haja um estímulo levando à prática do bem. Somente a sanção numa 
vida futura garantirá o triunfo total do bem.
• Não encontrou Platão dificuldade em estabelecer a sanção 
futura, visto que admitia a metempsicose e a progressiva 
possibilidade da purificação da alma.
ÉTICA ARISTOTÉLICA
Pensadores 
Aristóteles (384 – 322 a.C.) 
- Ética a Eudemo: o objetivo 
da vida humana é o culto e a 
contemplação do divino; 
- Ética a Nicômaco: a busca da 
felicidade e do prazer. “Os 
verdadeiros prazeres do 
homem são as ações 
conforme a virtude”. 
Virtude “é um hábito adquirido, voluntário, deliberado, 
que consiste no justo meio em relação a nós, tal como o 
determinaria o bom juízo de um varão prudente e 
sensato, julgando conforme a reta razão e a experiência”
INTRODUÇÃO - ARISTÓTELES 
Alguns veem Aristóteles como o 
fundador da Ética, o que se justifica 
desde que consideremos a Ética como 
uma disciplina específica e distinta no 
corpo das ciências. 
Aristóteles fez uma análise do agir humano que 
marcou decisivamente o modo de pensar 
ocidental. 
• Todo o conhecimento e todo o trabalho visa a algum bem; 
• O bem é a finalidade de toda a ação; 
• A busca do bem é o que difere a ação humana da de todos 
os outros animais.
D) A ética Aristotélica 
•A finalidade da ética é descobrir o bem absoluto 
•Chama-se o bem absoluto de felicidade. 
•A felicidade está no exercício constante da virtude. 
•Aristóteles distingue a virtude dos vícios e emoções. 
•Emoções e instintos – involuntários. 
•A virtude – volutiva.
• A virtude se obtém mediante o exercício: é um hábito. 
• As aptidões, intelectuais ou físicas, são inatas. 
• A virtude para Aristóteles é o justo meio entre dois vícios extremos.
CONCEITO - SENTIDO 
ARISTOTÉLICO 
• Na sua base encontra-se a doutrina do conceito que Sócrates 
havia anteriormente formulado. 
• São noções gerais ou comuns; 
• Abstraídas pela inteligência dos objetos sensíveis; 
• Ou seja, da percepção de realidades concretas e 
singulares. 
Aristóteles visava construir esta 
ciência numa base estável.
FUNDANDO A LÓGICA 
Articulam-se (de forma afirmativa ou 
negativa) conceitos para formar o juízo de cujo 
encadeamento resulta o raciocínio. A Lógica de 
Aristóteles converge, assim, numa teoria do 
silogismo que ele define como raciocínio tal que, 
admitidas que sejam certas coisas, algo daí 
resulta necessariamente, só porque elas foram 
admitidas.
CARACTERÍSTICAS 
FUNDAMENTAIS 
• Aspecto formal 
• Entende-se, não que a lógica aristotélica ignore a 
realidade, mas que, seja qual for a matéria a que o nosso 
pensamento se aplique, três leis formais supremas 
condicionam, segundo Aristóteles, o seu exercício e 
garantem a sua validade. São elas: 
• o princípio de identidade (dizer que o que é é, e o que 
não é não é, é verdade); 
• o princípio de não-contradição (é impossível que algo 
seja e não seja ao mesmo tempo); 
• e o do terceiro excluído (uma qualquer coisa, ou deve 
ser afirmada, ou negada).
CARACTERÍSTICAS 
FUNDAMENTAIS 
• Rigor dedutivo 
• Entende-se que, admitida a verdade de certas 
proposições (premissas), as consequências que daí 
resultam serão necessariamente verdadeiras uma 
vez que nos conformemos com os princípios 
anteriormente enunciados e com um pequeno 
número de regras deles derivadas.
• D) Ética Epicurista 
• Epicuro – a felicidade é o bem último da existência e consiste no 
prazer. 
• O prazer se atinge de diversas formas – a forma mais elevada é a do 
espírito. 
• Os prazeres são naturais e necessários, naturais e não necessários 
ou nem naturais e nem necessários.
• Prazeres naturais e necessários: a satisfação moderada dos apetites. 
• Prazeres naturais e não necessários: a gula. 
• Prazeres nem necessário nem naturais: a glória. 
• Os prazeres ainda são corporais, espirituais, violentos e serenos. 
• O que é a dor? É inevitável e muitas vezes pode levar a prazeres mais 
intensos. 
• A finalidade da ética para os epicuristas: duas – crítica e construtiva. 
• Na finalidade crítica, consiste no aniquilamento das superstições que 
afligem os mortais.
• Na finalidade construtiva: é assinalar regras que farão felizes os 
indivíduos. 
• Dificuldades na busca da felicidade: o medo da morte e o temor 
dos deuses. 
• Primeira orientação: não se deve temer a morte, pois ela não diz 
respeito ao homem vivo. 
• A morte nada é para nós, pois enquanto somos, ela não é e 
quando ela chega, já não somos. 
• Não se deve temer os deuses: 
• pois seres perfeitos e distantes, não estão preocupados com a 
imperfeição humana.
• A ética epicurista se inclina para o individualismo. A conduta é 
problema pessoal e não coletivo. 
• A pessoa deve procurar seu próprio bem, sem se interessar pelo 
dos outros. 
• Há nessa ética um certo utilitarismo: os homens viviam como 
selvagens, à margem da lei e decidiram um dia unir-se para pôr 
um paradeiro naquele estado de selvageria. 
• Surgiu assim a Justiça, conceito negativo de não prejudicar os 
semelhantes, em troca do dever recíproco.
• A justiça é o fruto de um pacto de utilidade. Cada indivíduo 
desiste de molestar os demais, em troca de não ser molestado. 
• O Estado tem o dever de velar pelo cumprimento do contrato 
social e punir seus infratores. 
• Resumindo: a ética epicurista é um eudemonismo hedonista, 
individualista e egoísta.
ESTOICISMO
• E) Ética Estóica 
• A virtude é o bem supremo dessa ética idealista.
SURGIMENTO E 
IDEALIZADORES 
Estoicismo antigo surge 25 anos depois 
do Epicurismo, por volta do ano 312 a.C., com 
os 3 maiores chefes Zenão, Cleanto e 
Crisipo; 
 Estoicismo médio: Panécio e Possidônio - 
séc. II e I a.C.; 
 Novo Estoicismo: Sêneca, Epitecto (escravo) 
e Marco Aurélio o qual assume tons 
religiosos e de meditação moral.
• Viver virtuosamente é viver de acordo com a natureza. Não a 
natureza biológica, mas a natureza concebida pela razão. 
• O homem é provido da razão, mas tambem de patologias. As 
patologias se dão nas inclinações e afetos – dos quais é necessário 
se libertar. 
• Liberta-se das afeições é um dos ideais estóicos. Pois através dos 
vínculos afetivos os homens de escravizam. 
• O homem deve se desligar das coisas do mundo, apagando-as até 
atingir a apatia.
• O prazer deve ser evitado, pois pertence às afeições. 
• A virtude é autárquica – auto-suficiente. O verdadeiro sábio 
encontra nela a defesa para suas angústias do mundo exterior. 
• A virtude é única – nisso funda-se em Sócrates – e entre a virtude, 
bem único, e o vício, único mal, não há meio termo. 
• Não confunde o desejável, com o eticamente bom.
ESTOICISMO DIVIDE A FILOSOFIA 
EM 3 PARTES: 
• LÓGICA 
• FÍSICA 
• ÉTICA
PENSAMENTOS 
ESTÓICOS  Pensamento Panteísta: todo o universo é 
corpóreo e governado por um divino (Deus é o 
universo); 
 Pensamento Naturalista: “viver conforme a 
natureza”.
ÉTICA ESTÓICA 
• A ética estóica é uma ética da ataraxia. O homo ethicus do 
estoico é o que respeita o universo e suas leis cósmicas e se 
respeita; 
• Ele é capaz de alcançar a ataraxia, por saber distinguir o bem 
do mal. Este homem não se abala excessivamente nem pelo 
que é bom nem pelo que é mau.
ATARAXIA 
É a disposição do espírito que busca o equilíbrio 
emocional mediante a diminuição da intensidade das 
paixões e o fortalecimento das almas. Caracteriza-se pela 
tranquilidade sem perturbação, pela paz interior, pelo 
equilíbrio e moderação na escolha dos prazeres.
•4.3) A Ética Formal 
•A ética dos bens se preocupa com a relação 
estabelecida entre o proceder individual e o 
supremo fim da existência humana.
O que é Ética Formal? 
A ética, da etimologia da palavra, faz referência ao estudo dos 
juízos de apreciação referentes a conduta humana, ela estuda o 
comportamento moral do homem na sociedade. A ética formal 
preocupa-se com o motivo da ação e não com o resultado da 
conduta, ou seja, diferentemente da ética empírica e da ética 
dos bens, a ética formal não se prende a resultados.
Ética Formal Segundo KANT: 
A ética formal é também conhecida como ética 
Kantiana, por ter como seu Precursor 
Immanuel Kant. Segundo Kant, a significação 
moral do comportamento não está simplesmente 
no agir corretamente mas, na boa-vontade que é 
empregada à conduta. Portanto, não se deve 
analisar apenas a adequação da conduta 
à norma, mas, procurar desvendar o valor ético 
da ação empregada.
Características da Ética 
Formal 
• Defende a consciência racional a partir da lei moral. 
• Racional, campo da lógica. 
• O importante é cumprir logicamente o que tem de ser feito. 
• Deve-se cumprir conforme as exigências da consciência 
racional e não conforme os sabores do ambiente externo. 
• O filósofo por excelência dessa doutrina é Kant. Ele advoga 
que o certo é fazer o que é lógico ou racional.
ÉTICA FORMAL 
• Kant. 
• A missão da ética é descobrir as características 
formais que tais imperativos devem ter para que 
exista neles a forma da razão e, portanto, sejam 
normas morais. 
• a) universalidade: “Aja de tal maneira que o teu agir 
possa ser lei universal”; 
• b) referir-se aos seres humanos como fins em si 
mesmo: “Aja de tal maneira que você trate a 
humanidade tanto em ti como em qualquer outro, 
sempre como um fim em si mesmo e nunca apenas 
como meio”; 
256
ÉTICA FORMAL 
• O bem moral não reside na felicidade como defendiam 
as éticas tradicionais, mas em conduzir-se com 
autonomia, construir corretamente a própria vida. 
• Mas o bem supremo não se identifica simplesmente com 
o bem moral. Ele só pode ser alcançado com a união 
entre o bem moral (possível pela boa vontade 
autônoma) e a felicidade que aspiramos por natureza. 
Mas a razão humana não oferece nenhuma garantia de 
que se possa alcançar este bem supremo. A única que 
pode fazer isso é a fé religiosa. Assim a existência de 
Deus é um outro postulado da razão que não se pode 
provar como também a imortalidade da alma como seu 
correlato. 
257
Princípios da Ética Formal: 
• Exigência de Autonomia: o ato só é moralmente valioso 
quando representa observância de uma norma que o sujeito 
deu a si mesmo. A compatibilidade externa entre a norma e a 
legalidade, não tem valor ético, se desprovida a conduta de 
respeito à exigência ética; 
• Universalidade: para que o ato valha moralmente, ele deve 
ter igual valor moral para todos os homens, não há 
subjetividade na norma 
moral.
ÉTICA AUTÔNOMA 
• A lei é fundamentada pela adequação da consciência 
moral e não pela instância alheia ao Eu. Como 
observamos, Kant mostra à construção da própria 
moral. Não aguarda algo de fora. O homem procura 
aquilo que está dentro dele próprio. Diversos 
filósofos fundamentaram-se na ética axiológica, e 
esta estuda a ética do ângulo dos valores. 
• A autônoma aceita leis próprias e afirma que ela 
deve vir do próprio cumprimento da ação moral. Esta 
é a defendida pela maioria dos éticos. 
259
ÉTICA AUTÔNOMA 
• A autonomia é desenvolvida com seu próprio 
exercício, todo voltado ao conhecimento do outro, 
ao conhecimento e ao convencimento do aluno, 
cúmplice e co-autor de um projeto 
• Ele que considera o ser humano um legislador livre e 
consciente do conjunto de normas e leis morais que 
adota em sua existência social. 
260
• Para Kant, em sua filosofia prática, a significação moral do 
comportamento não reside em resultados externos, mas na 
pureza da vontade e na retidão dos propósitos do agente 
considerado. 
• Trabalha-se a moralidade de um ato a partir do foro íntimo da 
pessoa. O que significa isso? 
• A boa vontade não é boa pelo que efetue e realize, não é boa 
por sua adequação para alcançar algum fim que nos 
tenhamos proposto; é boa só pelo querer, quer dizer, é boa 
em si mesma...
• Moralmente valioso é o atuar que, além da concordância com aquilo 
que a norma impõe, exprime o cumprimento do dever pelo dever. 
Ou seja, por respeito à exigência ética. 
• O fundamento da lei moral não está na experiência, mas se apóia 
em princípios racionais apriorísticos. A lei que representa a conduta 
boa, vem do imperativo categórico, critério supremo da moralidade: 
• Age sempre de tal modo que a máxima de tua ação possa ser 
elevada, por sua vontade, à categoria de lei de universal 
observância.
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  • 1. Departamento de Engenharia Engenharia Ambiental ÉTICA E EXERCÍCIO PROFISSIONAL DE ENGENHARIA Professor: Raul Santos Salvador/BA Fevereiro/ 2014 04.01.2
  • 2. Sumário: 1 – Apresentação do Professor 2 – Apresentação dos Alunos 3 – Conteúdo do Programa 4 – Atividades 5 – Referência Bibliográfica 6 – Introdução 2
  • 3. 3 Raul Santos 1 – Apresentação do Professor E-mail: raul.santos@halliburton.com
  • 4. 4 1 – Apresentação do Contrato e Empresa Contratada 2 – Apresentação dos Alunos • Definição do Representante da Turma: Contatos: Cel: E-mail:
  • 5. 5 Conteúdo da Disciplina • Introdução 1)Ética como comportamento básico diante das experiências vivenciais. O porquê da ética e sua função na construção da realidade. 2)Critério ético e posturas morais. Sistemas: características e conseqüências éticas. 3) Aparelho / Sistema Subjetivo: aquele que vai gerenciar os recursos materiais, energéticos e semióticos ou informacionais (da personalidade ao Estado).
  • 6. 6 Conteúdo da Disciplina • Introdução 4)Produção, circulação e consumo de valores subjetivos e financeiros / políticos / ecológicos. 5)O engenheiro como agente social, seu papel no aparelho do estado. Código de Ética do CONFEA-CREA.
  • 7. 7 3 – Cronograma de visitas 5- Referência Bibliográfica REFERÊNCIA BÁSICA: SANCHEZ, V. A. Ética. Editora Civilização Brasileira. 1999, 2000, 2003, 2004, 2006, 2008, 2011. CHAUÍ, MARILENA DE SOUZA. Convite à Filosofia. 1997, 1999, 2001, 2003, 2011. ARISTOTELES. Ética a Nicômano. 2002, 2009. GOLDI, José Roberto. Ética. Disponível em: Http://www.ufrgs.br/bioetica/etica.htm. Acesso: 25/10/2013. NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional. 4.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004. p.55-60. VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética, Civilização Brasileira. 33ª Edição. Rio de Janeiro. 2012.
  • 8. 8 3 – Cronograma de visitas 5- Referência Bibliográfica REFERÊNCIA BÁSICA: CONFEA / CREA. Código de Ética Profissional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. 7º Edição / 2011. JORGE, Cláudia. Ética Profissional. Artigo. UNINORTE – Rio Branco – AC, Brasil, 2008. Disponível em: < http://www.webartigos.com/artigos/etica-profissional/9551/> Acesso em: 04/11/2013.
  • 9. 9 5- Referência Bibliográfica REFERÊNCIA COMPLEMENTAR: NALINI, JOSE RENATO. Ética Geral e Profissional. 1999, 2012. CHALITA, Gabriel. Os dez mandamentos da ética. Rio de janeiro: Nova Fronteira, 2009. OLIVEIRA, M. A. Correntes Fundamentais da Ética Contemporânea, Editora Vozes. 2000. PENNINGTON, RANDY. A ética nos negócios: como um simples compromisso com você mesmo pode ser do seu sucesso profissional, 1995. Fontes: SÁ, A. L. Ética profissional. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2001. BENNETT, C. Ética profissional. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
  • 10. REFERÊNCIAS Ética: conceito e classificações. Disponível em: <ftp://ftp.unilins.edu.br/leonides/Aulas/Etica %20e%20Responsabilidade%20Social/>. Acesso em 22 out. 2013. NEGRA, L. Conceito de Ética. São Gonçalo – Rio de Janeiro, 22 mar. 2011. Disponível em <http://www.recantodasletras.com.br/textosjuridicos/2863997>. Acesso em 22 out. 2013. OLIVEIRA, N. M. G. Ética dos Bens. Rio Branco – Acre, 2004. Disponível em: <http://amigonerd.net/humanas/direito/a-etica-dos-bens>. Acesso em: 22 out. 2013. PINTO, M. G. Ética e Filosofia. Disponível em: <http://www.slideshare.net/marcelgois/tica-conceitos- 10 e-aspectos-filosficos-2041253>. Acesso em: 22 out. 2013. BRANDES, D. O. Virtudes cardeais. Disponível em: <http://www.catolicoorante.com.br/virtudescardeais.html>. Acesso em: 25 out. 2013. As virtudes cardeais. Disponível: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Virtudes_cardinais>. Acesso em: 25 out. 2013. As virtudes cardeais. Disponível: <http://asvirtudescardeais.blogspot.com.br/>. Acesso em: 25 out. 2013.
  • 11. REFERÊNCIAS BOFF, Leonardo. Ethos mundial. Um consenso mínimo entre os humanos. Brasília: Letra Viva, 2000. BOFF, Leonardo. Ética e Moral: a busca de fundamentos. Petrópolis: Vozes, 2004. COMPARATO, Fábio Konder. Ética: Direito, Moral e Religião no Mundo Moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. MONDIN, Battista. O Homem: quem é ele? Elementos de Antropologia Filosófica. 8ª ed. São Paulo: Paulus, 1980. GALLO, Silvio (Coord.). Ética e Cidadania: Caminhos da Filosofia. 11ª ed. Campinas: Papirus, 2003. SEGUNDO, Juan Luis. Que Mundo? Que Homem? Que Deus?. Aproximações entre Ciência, Filosofia e Teologia. São Paulo: Paulinas, 1995. SANCHEZ VÁSQUEZ. Adolfo. Ética. 24ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. História e grandes temas. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. LAW, Stephen. Filosofia. Guia ilustrado Zahar. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. COSTA, José Silveira da. Max Scheler: o personalismo ético. São Paulo: Moderna, 1996. WOJTYLA, Karol. Max Scheler e a ética cristã. Trad. Diva T. Pisa. Curitiba: Champagnat, 1993.
  • 12. • GROKORRISKI, Carlos Ricardo, ÉTICA, disponível em filosofianreapucarana.pbworks.com/f/ÉTICA.ppt, acesso em 24/10/2013 • PINTO, Marcel de Gois. Ética e Filosofia: O que é ética, moral e evolução do pensamento ético. Universidade Federal da Paraíba, disponível em: http://www.slideshare.net/marcelgois/tica-conceitos-e-aspectos-filosficos-2041253 , acesso em: 25/10/2013
  • 14. A história do jovem engenheiro
  • 16. Por que falar em ética ? Ética é fator determinante dos rumos de uma sociedade
  • 17. O que é a ética ? A ética pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude prática diante da vida cotidiana, capaz de julgar criticamente os apelos acríticos da moral vigente. Mas a ética, tanto quanto a moral, não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis; ela se move e, historicamente, se amplia e se adensa. Para se entender como isso acontece na história da humanidade, basta lembrar que, um dia, a escravidão foi considerada "natural".
  • 18. Aula 1 e 2 O QUÊ É ÉTICA? HISTÓRICO E CONCEITUAÇÃO
  • 19. Estudo ou reflexão, científica ou filosófica, e eventualmente até teológica, sobre os costumes ou sobre as ações humanas. Também chamamos de ética a própria vida, quando conforme aos costumes considerados corretos (VALLS, 1986).
  • 20. É a ética necessária e importante? A ética tem sido o principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da humanidade. Sem ética, ou seja, sem a referência a princípios humanitários fundamentais, comuns a todos os povos, nações, religiões, etc.., a humanidade corre riscos reais de se despedaçar e, eventualmente, auto-destruir, uma vez que fica comprometido o relacionamento entre os povos.
  • 21. • 1-2) Ética como comportamento básico diante das experiências vivenciais. O porquê da ética e sua função na construção da realidade.
  • 22. Premissa • O homem é um ser cultural, capaz de transformar a natureza conforme suas necessidades existenciais, por meio de uma ação intencional e planificada • Tal ação acontece em função dos valores que presidem o agir humano • ESOPO e os dois cães. 22
  • 23. Premissa •Na medida em que atendemos ou transgredimos certos padrões, nossos comportamentos são avaliados bons ou maus, e o que produzimos é julgado belo ou feio. 23
  • 24. Premissa • Como todas as ações humanas possuem um caráter de valor, podemos dizer que é impossível viver sem estes mesmos valores. • São constitutivos da vida humana. 24
  • 25. Ética profissional, cidadã e universal Tudo até aqui afirmado e visto, sustenta que há uma relação direta entre os princípios que formam a ética universal do ser humano, a ética da cidadania e a ética do profissional ligado ao sistema CONFEA/CREA’s, até porque um profissional não é uma peça solta da cadeia de produção econômica. Cada profissional está vinculado à sociedade em que vive, constituindo-se num ser social e político, isto é, num cidadão.
  • 26. Valorar é um ato humano • O ato de valorar é uma tarefa humana e coletiva que nunca termina. Ele fundamentará o projeto comum de dar um sentido ao nosso mundo. • O homem é responsável por si mesmo e por todos. Escolhendo-me, escolho o homem porque minha opção engaja todos os outros homens. 26
  • 27. Juízos de realidade e valor •Os valores não são, mas valem. • Quando dizemos de algo que vale, não dizemos nado do seu ser, mas dizemos que não é indiferente. A não-indiferença constitui esta variedade ontológica (constitutiva do ser) que contrapõe o valor ao ser. A não indiferença é a essência do valor 27
  • 28. Moral: dimensão prática • A moral é um conjunto de regras de conduta adotadas pelos indivíduos de um grupo social e tem a finalidade de organizar as relações interpessoais segundo os valores do bem e do mal. • A moral é a aplicação da ética no cotidiano, é a prática concreta. 28
  • 29. Moral: construção contínua •O homem não nasce moral, mas torna-se moral. O convívio humano é o grande responsável pelo aprender-se moral do homem. Por conseguinte, podemos afirmar que a educação tem como tarefa formar pessoas capazes de bem viver, agir de maneira virtuosa ou segundo princípios aceitos pela coletividade. 29
  • 30. Juízos de realidade e valor • Existem dois tipos de juízos: os juízos de realidade e os juízos de valor. Os primeiros, enquanto constatação da realidade (ex.: isto é uma mesa) e os últimos, enquanto qualidade do conteúdo, podendo ser atrativa ou repulsiva, boa ou má e assim por diante( ex: esta atitude é correta) 30
  • 31. O que pensar disto?
  • 32. Moral: o sujeito autônomo •O verdadeiro homem moral não recebe passivamente as regras do grupo, mas as aceita (ou recusa) livre e conscientemente. • Tornar-se moral é assumir livremente as regras propostas. 32
  • 33. Educação e liberdade •O destaque conferido aos valores de caráter moral, político e estético trazem consigo a tentativa de compreender a intencionalidade dos atos humanos. Atos, em última instância, livres. A liberdade não é algo dado, mas resultado de uma conquista, de um aprendizado constante. •Mas em suma, o que é a liberdade? 33
  • 34. Determinismo x liberdade • Determinismo: o homem, como as coisas, sofre constrangimentos externos e internos, tendo apenas a ilusão de escolher livremente. • Autonomismo: o homem possui uma liberdade absoluta, podendo agir de uma forma ou de outra, independente das formas que o constrangem. Nesse caso, ser livre é ser incausado. 34
  • 35. Determinismo x liberdade • Admitimos inicialmente que o homem é, sim um ser situado e, portanto, sofre múltiplas determinações, mas como é também um ser consciente, quando toma conhecimento da situação em que se encontra inserido, e dos obstáculos a ele antepostos, é capaz de agir sobre a realidade, transformando-a. 35
  • 36. Determinismo x liberdade • Assim, fica clara a idéia de que a liberdade é algo construído a partir de uma situação dada e de condições históricas concretas. • Em outras palavras, a liberdade é um ato por natureza humano, histórico-cultural, inserido no tempo e espaço. 36
  • 37. Liberdade e autonomia • Todo o processo de adquirir autonomia é um processo de aprendizado. • Parafraseando George Gusdorf, “a liberdade adolescente é uma adolescência da liberdade”. 37
  • 38. A Caverna de Platão • Segundo o “mito da caverna” de Platão, trata-se de uma visão deste de que existindo uma caverna onde estão acorrentados homens desde a sua infância, dispostos de tal forma que somente podem vislumbrar o fundo da caverna. À sua frente são projetadas as sombras das coisas que passam às suas costas, onde existe uma fogueira. Essa é a realidade para esses homens. Platão afirma que se um desses homens conseguisse se libertar de seus grilhões e contemplar o mundo exterior, quando retornasse a caverna e relatasse o que havia visto, esses os veria como um louco, não lhe dando crédito.
  • 39.
  • 40. • 3) Aparelho / Sistema Subjetivo: aquele que vai gerenciar os recursos materiais, energéticos e semióticos ou informacionais (da personalidade ao Estado).
  • 41. ÉTICA É ALGO QUE TODOS PRECISAM TER.... ALGUNS DIZEM QUE TÊM.... POUCOS LEVAM A SÉRIO.... É RARO OS QUE CUMPREM À RISCA...
  • 42. Reflexão • Pode-se exercer com responsabilidade uma profissão, sem ética? • Sendo-se ético, pode-se exercer com irresponsabilidade uma profissão? • Em não sendo-se ético, como exercer com responsabilidade uma profissão?
  • 43. Reflexão • Se não houver ética, e consequentemente nem responsabilidade, como manter um bom relacionamento com o cliente, com a empresa, com os colegas, enfim com a sociedade? • Em não havendo bom relacionamento numa sociedade, como construí-la?
  • 44. IInnttrroodduuççããoo 1. Programa e meta: formação profissional e critérios éticos. 2. Preocupação central: compromisso ético e profissional com a Instituição. 3. Cotidiano da atuação profissional: campo das relações humana.
  • 45. PPeerrgguunnttaass EExxiisstteenncciiaaiiss a) “Que posso saber?” – Metafísica. b) “Que devo fazer?” – Moral. c) “Que posso esperar?” – Religião. d) “Que é o homem?” – Antropologia. “No fundo, tudo isto poderia reduzir-se à antropologia, porque as três primeiras perguntas se referem à última”. Kant.
  • 46.
  • 47. QQuueessttõõeess rreellaacciioonnaaddaass àà mmoorraall ee àà ééttiiccaa 1. Problemas no atual contexto sócio-político-econômico. a) Perda dos valores: - honestidade. - sabedoria. - sensibilidade - semelhança e alteridade.
  • 48. Alteridade • Alteridade (ou outridade) é a concepção que parte do pressuposto básico de que todo o homem social interage e interdepende do outro. Assim, como muitos antropólogos e cientistas sociais afirmam, a existência do "eu-individual" só é permitida mediante um contato com o outro (que em uma visão expandida se torna o Outro - a própria sociedade diferente do indivíduo).
  • 49. Divisões da Ética Quanto à abrangência: • Problemas gerais e fundamentais: Liberdade, consciência, bem, valor, lei e outros • Problemas específicos de aplicação concreta: Ética profissional, política, sexual, matrimonial e outras Quanto à abordagem: • Ética material • Ética formal • Ética profissional • Ética autônoma
  • 50. b) “Muitas das grandes corporações transnacionais trabalham com uma perspectiva de ´cenário futuro`, para o ano 2013, entre 700 milhões e um bilhão de consumidores potenciais, com apreciável poder aquisitivo. Alguns poucos aumentam a cifra da clientela potencial ´interessante` para ao redor de um bilhão e meio. Isso numa humanidade de, previsivelmente, 6,5 a 8 bilhões de habitantes. É para esse recorde de clientela que se planeja o ´crescimento econômico`. Como se dá para ver, a ´a massa sobrante`, isto é, o número de ´desinteressantes` e ´descartáveis`, é assustador”. (ASSMANN, 1994).
  • 51. c) Contraponto: “Por que você acha que 1% da população ganha cerca de 96% de todo o dinheiro que circula? Você acha que isso acontece por acaso? Isso é planejado assim. Esse 1% entende algo. Eles entendem O Segredo, e agora você está sendo apresentado a ele”. (BYRNE, 2007, p. 06).??????
  • 52. d) Questões relacionadas à ecologia: Ética e meio ambiente: “O trabalho é a ação humana que transforma a natureza para o homem. Mas para que o trabalho cumpra essa finalidade de sustentar e humanizar o homem deve realizar-se de modo auto-sustentável para a natureza e para o homem”. Preservar e cuidar do meio ambiente é uma responsabilidade ética diante da própria sobrevivência humana.
  • 53. • VALORES • Os valores são elementos mediadores de componentes afetivos (o que se conhece), que geram determinadas atitudes, estão relacionados à cultura na qual a pessoa está inserida. Como cada pessoa tem uma série de valores interdependentes.
  • 54.
  • 55.
  • 57. Análise e Discussão “Valor não é propriedade dos objetos em si, mas propriedade adquirida graças À sua relação com o homem como ser social. Mas, por sua vez, os objetos podem ter valor somente quando dotados realmente de certas propriedades objetivas”. (VÁZQUEZ, 2012)
  • 58. •CRENÇAS • crença - um produto cultural, algo em que as pessoas crêem. Crença um processo cognitivo, mediador com características variáveis e permite que pode ocorrer algo a respeito de um objeto determinado.
  • 59. ÉTICA PROFISSIONAL • Narciso, de Caravaggio, 1598-99. O mito Grego de Narciso, personagem que morreu enamorado pela própria imagem refletida na água, representa aqueles que não conseguem sair de si mesmos e descobrir a alteridade: ser moral é reconhecer o outro como outro.
  • 60. RReellaaççããoo eennttrree ééttiiccaa ee mmoorraall 11.. DDiissttiinnççããoo - A moral e a ética não são um conjunto de verdades fixas e imutáveis; ambas apresentam um caráter histórico.
  • 61. aa)) MMoorraall - Regulação dos valores e comportamentos considerados legítimos por uma determinada sociedade, um povo, uma religião, tradição cultural etc. - Fenômeno social particular, sem o compromisso com a universalidade.
  • 62. 1. O homem é um ser consciente • O fenômeno moral é tão antigo quanto a história da humanidade ex. as máximas de Ptahotep (2.500 a.C). Obra essa que reúne aforismas de Ptahotep, ministro de um faraó, compôsta para orientar a educação do filho, aconselhando a ser leal,
  • 63. MMoorraall • Que denota bons costumes, boa conduta, segundo os preceitos socialmente estabelecidos pela sociedade ou por determinado grupo social. • Conjunto de valores como a honestidade, a bondade, a virtude etc., considerados universalmente como norteadores das relações sociais e da conduta dos homens. • Ex.: defendia a m. e os bons costumes. Fonte: Dicionário Houaiss
  • 64. MMoorraall • Conjunto das regras, preceitos etc. Característicos de determinado grupo social que os estabelece e defende. Ex.: <m. burguesa> <m. cristã> • Conjunto dos princípios, ger. virtuosos, adotados por um indivíduo, e que, em última análise, norteia o seu modo de agir e pensar. Fonte: Dicionário Houaiss
  • 65. MMoorraall • Cada um dos sistemas variáveis de leis e valores estudados pela ética (disciplina autônoma da filosofia), caracterizados por organizarem a vida das múltiplas comunidades humanas, diferenciando e definindo comportamentos proscritos, desaconselhados, permitidos ou ideais. • Parte da filosofia que estuda o comportamento humano à luz dos valores e prescrições que regulam a vida das sociedades. Fonte: Dicionário Houaiss
  • 66.
  • 67. • Antes de uma determinada ação, a consciência moral emite um determinado juízo que aconselha ou proíbe. • Após a realização da ação, a consciência moral se manifesta como um sentimento de satisfação (força recompensadora), ou arrependimento, remorso (força condenatória).
  • 68. Dentro de mim há dois cachorros: um deles é cruel e mau; o outro é muito bom. Os dois estão sempre brigando. O que ganha a briga é aquele que eu alimento
  • 69. • Três componentes fundamentais da vida moral> CONSCIÊNCIA – LIBERDADE – RESPONSABILIDADE. • Assim temos que qualquer coação interna ou externa anula a liberdade de uma pessoa, e a exime da responsabilidade moral. • Etapas da formação da consciência> (aprofundar) Piaget, a formação segue quatro etapas: Anomia, heterônoma, socionomia e autonomia.
  • 70. bb)) ÉÉttiiccaa • ETHOS : Modo de ser, caráter, costume. •Ethos : morada do homem
  • 71. bb)) ÉÉttiiccaa - Julgamento da validade das morais. “A ética é uma reflexão crítica sobre a moralidade”. - “Mas ela não é puramente teoria. A ética é um conjunto de princípios e disposições voltados para a ação, historicamente produzido, cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana”.
  • 72. ÉÉttiiccaa • -Teoria moral fundamentada em princípios definidos de maneira concreta, material e empírica, não importando se consistem em interesses individuais ou coletivos (utilitarismo, pragmatismo), finalidades últimas (racionalismo) ou valores (axiologias). •Fonte: Dicionário Houaiss
  • 73. • ÉÉttiiccaa •Definições •Conjunto de princípios e valores que regem a conduta humana e orientam as relações sociais •Pertence a natureza humana •Cada um tem seus princípios •Morada do ser •Juiz do ser
  • 74. ÉÉttiiccaa •Conjunto de regras de conduta moral, deontológica e científica dos profissionais de determinada área. •Fonte: Dicionário Houaiss
  • 75.
  • 76. • ÉÉttiiccaa •Características da Ética •Inacabada •Centro é fazer o bem •Hábitos e costumes •Singular •Individualidade
  • 77. • Por que a ética é necessária e importante? • A ética é o principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da humanidade. Sem ética, a humanidade corre riscos reais de se despedaçar e, eventualmente, auto-destruir.
  • 78. • A quem a falta de ética • prejudica? • A falta de ética mais prejudica a quem tem menos poder (econômico, político ou cultural).
  • 79. • Questão central da ética: Como devo agir em relação aos outros?
  • 80.
  • 81. •Não existem normas acabadas, definitivas A ética é uma construção antropo-sócio-cultural
  • 82.
  • 83. 2. O Conceito de Ética • Ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. • É uma ciência que tem objeto próprio, leis próprias e método próprio. • A moral é um dos aspectos do comportamento humano. • O objeto da ética é a moral, mais especificamente a moralidade positiva, ou seja, o conjunto de regras de comportamento e formas de vida através das quais tende o homem a realizar o valor do bem.
  • 84. • O conceito de ética já leva à conclusão de que ela não se confunde com a moral. • A ética é a ciência dos costumes, já a moral, não é ciência, mas objeto da ciência. • Como ciência, a ética procura extrair dos fatos morais os princípios gerais a eles aplicáveis. • Enquanto conhecimento científico, a ética deve aspirar à racionalidade e objetividade mais completas e, ao mesmo tempo, deve proporcionar conhecimentos sistemáticos, metódicos.
  • 85. • A ética é uma disciplina normativa, não por criar normas, mas por descobri-las e elucidá-las. • O objetivo, é mostrar às pessoas os valores e princípios que devem nortear sua existência. • O complexo de normas éticas se alicerça em valores. Há uma conexão entre dever e valor. Pois para responder a pergunta o que devo fazer, devo saber responder sobre o que é valioso.
  • 86. • Toda norma pressupõe um valor. A norma é regra de conduta que postula dever. • Todo juízo normativo é regra de conduta, mas nem toda regra de conduta é uma norma. • Algumas regras de conduta tem caráter obrigatório, enquanto outras são facultativas. • A noção de norma pode precisar-se com clareza se comparada com a de lei natural ou físicas. • As leis físicas são juízos enunciativos que assinalam ralações constantes entre os fenômenos. • As leis físicas têm um fim explicativo, as normas um fim prático.
  • 87. • As normas não pretendem explicar nada, mas provocar um comportamento. • As leis físicas referem-se à ordem da realidade e tratam de torná-la compreensível. • O investigador da natureza não faz juízos de valor. Simplesmente se pergunta a que leis obedecem os fenômenos. • Ao formulador de normas do comportamento não importa o proceder real da pessoa, senão a explicitação dos princípios a que sua atividade deve estar sujeita. • A norma exprime um dever e se dirige a seres capazes de cumpri-las ou não. Se o indivíduo não pudesse deixar de fazer o que ela prescreve, não seria norma genuína, mas lei natural.
  • 88. • Outra diferença é que a lei natural ou física, pode ser provada pelos fatos, e a norma vale independentemente de sua violação ou observância. • A ordem normativa é insustentável de comprovação empírica. • As normas não valem enquanto são eficazes, senão na medida em que expressam um dever ser. Aquilo que deve ser pode não haver sido, não ser atualmente e nem chegar a ser nunca, mas perdurará como algo obrigatório.
  • 89. • Já as leis naturais, só se validam se a experiência não as desmentem. • A possibilidade de inobservância, indiferença humana pelas normas não deve desalentar aqueles que acreditam na sua imprescindibilidade para conferir sentido à existência. • O papel confiado aos cultores da ciência normativa é reforçar essa tendência, fazendo reduzir o nível de inobservância perante a ordem do dever ser.
  • 90. • Regras de Interação • Etiqueta (normas de comportamento, cortesia) • Direito (leis e normas da organização) • Moral (padrões aceitos e criados por um grupo social) • Ética (área da filosofia que reflete e analisa o comportamento do indivíduo, mediante seus valores, hábitos e costumes.
  • 91. Ética e Individualismo • Tendência do ser humano: defender, em primeiro lugar, seus próprios interesses. • Consciência de grupo: tem surgido, quase sempre, mais por interesse de defesa do que por altruísmo.
  • 92. De qualquer forma... • “... A conduta humana pode sofrer os efeitos da ambiência institucional, mas não pode excluir a vontade ética; a ação, mesmo em nome da instituição, será sempre uma ação humana, com responsabilidade perante a Ética!”
  • 93. • Ética na engenharia • Instrumento fundamental para a instauração de um viver em conjunto, sem conflitos • Base para a construção de uma profissão respeitada pela sociedade • Contribuir para a qualidade de vida do próximo • Estabelecer normas de conduta entre as diversas engenharias
  • 94. • 3. Ética profissional • Muitos autores definem a ética profissional como sendo um conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em prática no exercício de qualquer profissão. • Seria a ação “reguladora” da ética agindo no desempenho das profissões, fazendo com que o profissional respeite seu semelhante quando no exercício da sua profissão.
  • 95. • Ela atinge todas as profissões e quando falamos de ética profissional estamos nos referindo ao caráter normativo e até jurídico que regulamenta determinada profissão a partir de estatutos e códigos específicos. • Acontece que, em geral, as profissões apresentam a ética firmada em questões muito relevantes que ultrapassam o campo profissional em si. Questões como o aborto, pena de morte, seqüestros, eutanásia, AIDS, por exemplo, são questões morais que se apresentam como problemas éticos - porque pedem uma reflexão profunda - e, um profissional, ao se debruçar sobre elas, não o faz apenas como tal, mas como um pensador, um "filósofo da ciência", ou seja, da profissão que exerce.
  • 96. • Desta forma, a reflexão ética entra na moralidade de qualquer atividade profissional humana. • Sendo a ética inerente à vida humana, sua importância é bastante evidenciada na vida profissional, porque cada profissional tem responsabilidades individuais e responsabilidades sociais, pois envolvem pessoas que dela se beneficiam. • A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na ação humana “o fazer” e “o agir” estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de sua profissão.
  • 97. Pensadores Sócrates (470 – 399 a.C.) - Fundador da Moral; - Pensador da subjetividade: há diferença entre o que digo / faço e o que eu quero dizer / fazer. “Se eu pudesse ensinar aos homens a ver clara e inteligentemente os resultados e a natureza de seus atos, talvez bastasse para fazê-los trilhar o reto caminho”.
  • 98. Pensadores Platão (428 – 347 a.C.) - Felicidade e o sumo bem; - O ideal buscado pelo homem é a assimilação de Deus (Leis); - Vida divina: de contemplação filosófica e virtude.
  • 99. Pensadores Aristóteles (384 – 322 a.C.) - Ética a Eudemo: o objetivo da vida humana é o culto e a contemplação do divino; - Ética a Nicômaco: a busca da felicidade e do prazer. “Os verdadeiros prazeres do homem são as ações conforme a virtude”. Virtude “é um hábito adquirido, voluntário, deliberado, que consiste no justo meio em relação a nós, tal como o determinaria o bom juízo de um varão prudente e sensato, julgando conforme a reta razão e a experiência”
  • 100. Pensadores Kant (1724 – 1804) Ética universal / Filosofia transcendental; Motivo válido para a ação moral: porque é dever; Imperativo categórico (Fundamentação da metafísica dos costumes) “Devo proceder sempre de maneira que eu possa querer também que minha máxima se torne uma lei universal”
  • 101. Pensadores Max weber (1864-1920) - Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo; - A libertação dos valores e a construção de uma ciência empírica da realidade concreta; - O crescimento econômico e o desenvolvimento ético estão dissociados.
  • 102. Os fins a que se propõe a ética  Favorecer o relacionamento social, preservando-se a harmonia entre os homens;  Superar as diferenças existentes entre os indivíduos (fortalecer o senso de comunidade);  Reiterar que a ética individual não é definida apenas pelo critério da identidade do indivíduo, mas leva em conta as relações sociais;  Valorizar as ações humanas em conformidade com a escolha e os efeitos dela decorrentes;
  • 103. Os fins a que se propõe a ética  Enaltecer a importância de investigação de princípios que disciplinam o comportamento humano, especialmente a respeito da essência das normas , valores, prescrições presentes em qualquer realidade social;  Lembrar que ao lado dos valores que atribuímos a nós existem os que as pessoas se atribuem;  Ética pressupões igualdade entre os cidadãos
  • 104. Classificação da Ética  Ética material: teoria moral fundamentada em princípios definidos de maneira concreta, material e empírica, não importando se consistem em interesses individuais ou coletivos;  Ética formal: doutrina moral de Kant e de seus epígonos, caracterizada pela formulação de leis e imperativos morais que se fundamentam em formas universais e aprioríticas da razão sem ligação imediata com os valores;  Ética profissional: conjunto de regras de conduta moral, deontológica e científica dos profissionais;  Ética autônoma: doutrina ética que considera o ser humano um legislador livre e consciente do conjunto de normas e leis morais que adota em sua existência social, supondo a inexistência de condicionamentos extra-humanos ou involuntários de origem política, material ou divina.
  • 105. ÉTICA
  • 106.
  • 107. • A Ética baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a natureza e o fim de todo ser humano, por isso, “o agir” da pessoa humana está condicionado a duas premissas consideradas básicas pela Ética: “o que é” o homem e “para que vive”, logo toda capacitação científica ou técnica precisa estar em conexão com os princípios essenciais da Ética. (MOTTA, 1984, p. 69)
  • 108. 4. Individualismo e ética profissional • Parece ser uma tendência do ser humano, como tem sido objeto de referências de muitos estudiosos, a de defender, em primeiro lugar, seus interesses próprios e, quando esses interesses são de natureza pouco recomendável, ocorrem seríssimos problemas. • O valor ético do esforço humano é variável em função de seu alcance em face da comunidade. Se o trabalho executado é só para auferir renda, em geral, tem seu valor restrito.
  • 109. • Por outro lado, nos serviços realizados com amor, visando ao benefício de terceiros, dentro de vasto raio de ação, com consciência do bem comum, passa a existir a expressão social do mesmo. • Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente, tende a ter menor consciência de grupo. Fascinado pela preocupação monetária, a ele pouco importa o que ocorre com a sua comunidade e muito menos com a sociedade. • Para ilustrar essa questão, citaremos um caso, muito conhecido, porém de autor anônimo.
  • 110. • Dizem que um sábio procurava encontrar um ser integral, em relação a seu trabalho. Entrou, então, em uma obra e começou a indagar. Ao primeiro operário perguntou o que fazia e este respondeu que procurava ganhar seu salário; ao segundo repetiu a pergunta e obteve a resposta de que ele preenchia seu tempo; finalmente, sempre repetindo a pergunta, encontrou um que lhe disse: “Estou construindo uma catedral para a minha cidade”. • A este último, o sábio teria atribuído a qualidade de ser integral em face do trabalho, como instrumento do bem comum.
  • 111. • Como o número dos que trabalham, todavia, visando primordialmente ao rendimento, é grande, as classes procuram defender-se contra a dilapidação de seus conceitos, tutelando o trabalho e zelando para que uma luta encarniçada não ocorra na disputa dos serviços. Isto porque ficam vulneráveis ao individualismo. • A consciência de grupo tem surgido, então, quase sempre, mais por interesse de defesa do que por altruísmo. • Isto porque, garantida a liberdade de trabalho, se não se regular e tutelar a conduta, o individualismo pode transformar a vida dos profissionais em reciprocidade de agressão.
  • 112. • Tal luta quase sempre se processa através de aviltamento de preços, propaganda enganosa, calúnias, difamações, tramas, tudo na ânsia de ganhar mercado e subtrair clientela e oportunidades do colega, reduzindo a concorrência. Igualmente, para maiores lucros, pode estar o indivíduo tentado a práticas viciosas, mas rentáveis. • Em nome dessas ambições, podem ser praticadas quebras de sigilo, ameaças de revelação de segredos dos negócios, simulação de pagamentos de impostos não recolhidos, etc.
  • 113. • Para dar espaço a ambições de poder, podem ser armadas tramas contra instituições de classe, com denúncias falsas pela imprensa para ganhar eleições, ataque a nomes de líderes impolutos para ganhar prestígio, etc. • Os traidores e ambiciosos, quando deixados livres completamente livres, podem cometer muitos desatinos, pois muitas são as variáveis que existem no caminho do prejuízo a terceiros.
  • 114. • A tutela do trabalho, pois, processa-se pelo caminho da exigência de uma ética, imposta através dos conselhos profissionais e de agremiações classistas. As normas devem ser condizentes com as diversas formas de prestar o serviço de organizar o profissional para esse fim. • Dentro de uma mesma classe, os indivíduos podem exercer suas atividades como empresários, autônomos e associados. Podem também dedicar-se a partes menos ou mais refinadas do conhecimento.
  • 115. • A conduta profissional, muitas vezes, pode tornar-se agressiva e inconveniente e esta é uma das fortes razões pelas quais os códigos de ética quase sempre buscam maior abrangência. • Tão poderosos podem ser os escritório, hospitais, firmas de engenharia, etc, que a ganância dos mesmos pode chegar ao domínio das entidades de classe e até ao Congresso e ao Executivo das nações.
  • 116. • A força do favoritismo, acionada nos instrumentos do poder através de agentes intermediários, de corrupção, de artimanhas políticas, pode assumir proporções asfixiantes para os profissionais menores, que são a maioria. • Tais grupos podem, como vimos, inclusive, ser profissionais, pois, nestes encontramos também o poder econômico acumulado, tão como conluios com outras poderosas organizações empresariais.
  • 117.
  • 118. • Portanto, quando nos referimos à classe, ao social, não nos reportamos apenas a situações isoladas, a modelos particulares, mas a situações gerais. • O egoísmo desenfreado de poucos pode atingir um número expressivo de pessoas e até, através delas, influenciar o destino de nações, partindo da ausência de conduta virtuosa de minorias poderosas, preocupadas apenas com seus lucros. • Sabemos que a conduta do ser humano pode tender ao egoísmo, mas, para os interesses de uma classe, de toda uma sociedade, é preciso que se acomode às normas, porque estas devem estar apoiadas em princípios de virtude. • Como as atitudes virtuosas podem garantir o bem comum, a Ética tem sido o caminho justo, adequado, para o benefício geral.
  • 119. • Egresso de uma vida inculta, desorganizada, baseada apenas em instintos, o homem, sobre a Terra, foi-se organizando, na busca de maior estabilidade vital. Foi cedendo parcelas do referido individualismo para se beneficiar da união, da divisão do trabalho, da proteção da vida em comum. • A organização social foi um progresso, como continua a ser a evolução da mesma, na definição, cada vez maior, das funções dos cidadãos e tal definição acentua, gradativamente, o limite de ação das classes
  • 120. cc)) TTaarreeffaass ddaa ÉÉttiiccaa - Principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da humanidade. - Sem ética, ou seja, sem a referência a princípios humanitários fundamentais comuns a todos os povos, nações, religiões etc, a humanidade já teria se despedaçado até a auto-destruição. - Ethos: ética em grego. Designa a morada humana. Significa tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma morada saudável: materialmente sustentável, psicologicamente integrada e espiritualmente fecunda.
  • 121. 3. Moral absoluta ou relativa • Os preceitos éticos são imperativos • Para serem racionalmente aceitos pelos seus destinatários, estes precisam acreditar que eles derivem de uma justificativa consistente. • Norma moral– valor objetivo?. • Norma – fixada arbitrariamente?. • Norma – válida para todos e em todos os tempo e lugares?. • Norma – validade condicionada?.
  • 122. • Tem-se duas posições antagônicas> uma absolutista e apriorista e outra relativista e empirista. • A relativista e empirista> a norma ética é puramente convencional e mutável. O conhecimento da norma ética é empírica. Defende a existência de várias morais, do subjetivismo. • A absolutista e aprioristica> a validez é atemporal e absoluta. Proclama o conhecimento da norma ética a priori. Defende a existência de uma moral universal objetiva.
  • 123. • Para os absolutistas, cada ser humano é dotado de algo natural que o predispõe ao discernimento do que é certo e errado em termos éticos. • Para os absolutistas não se poderia falar do bem e do mau, da virtude e do vício, se não houvesse a consciência humana, aquela que é capaz de intuir o que vale. • Já os relativistas entendem não haver sentido falar em valores à margem da subjetividade humana.
  • 124. • O bom e o mau não significam algo que valha por si, mas são palavras cujo conteúdo é condicionado por referenciais de tempo e espaço. • Na verdade, o bem é fruto da criação subjetiva e a norma moral é mero convencionalismo. • O resultado dessa contraposição de idéias é que a tese objetivista conduz à conclusão de que não há criação nem transmutação de valores, senão descobrimento ou ignorância dos mesmos. Os valores não se criam, nem se transformam, se descobrem ou se ignoram. • Sendo assim, o desafio da ética é elaborar no homem o órgão moral que torna possível tal descobrimento.
  • 125. • Ao contrário, a tese subjetivista, postula a autêntica criação de valores por vontade dos homens. • Os homens criam valores à medida do necessário ou do oportuno.
  • 126. 4. A classificação da ética • 4.1 Ética empírica • 4.2 Ética de bens ou material • 4.3 Ética formal • 4.4 Ética valorativa
  • 127. ÉTICA MATERIAL (4.1 Ética empírica 4.2 Ética de bens ou material ) Enquanto a Ética procura conceituar • O que é DEVER; • O que é DIREITO; • e suas características e consequências; A ÉTICA MATERIAL trata da aplicação destes conceitos à vida dos seres humanos. 127
  • 128. ÉTICA MATERIAL O estudo da Ética Material considera os deveres em dois grandes grupos: •ÉÉttiiccaa PPeessssooaall; •ÉÉttiiccaa SSoocciiaall.. 128
  • 129. ÉTICA PESSOAL DEVERES PARA CONSIGO MESMO: Deveres Corporais •TTeemmppeerraannççaa:: •IInntteerrddiiççããoo aaoo SSuuiiccííddiioo:: 129
  • 130. ÉTICA PESSOAL DEVERES PARA CONSIGO MESMO: Deveres Espirituais •IInntteelliiggêênncciiaa:: •VVoonnttaaddee:: 130
  • 131. ÉTICA PESSOAL PARA COM O PRÓXIMO: Deveres Justiça •RReessppeeiittoo:: •CCaarriiddaaddee:: 131
  • 132. ÉTICA PESSOAL PARA COM O DEUS: 11.. FFÉÉ : •FÉ é o estado de espírito que sustenta a ESPERANÇA. •FÉ seria a certeza de uma possibilidade real acerca de algo. •A fé é racional enquanto resultado da atividade interior do indivíduo. •Em termos de dever pessoal, a fé assume o significado de crença em determinado valor (Deus), adotado como norteador de conduta. •Assim, culto e oração são formas de lidar respeitosamente com este valor. 132
  • 133. ÉTICA SOCIAL 11.. SSOOCCIIEEDDAADDEE : •União moral de seres humanos visando um fim comum. •A cada tipo de sociedade correspondem deveres que levam o mesmo nome. •O tipo de sociedade sempre dependerá do objetivo que se pretendeu alcançar com sua constituição. 133
  • 134. ÉTICA SOCIAL SOCIEDADE DOMÉSTICA •11.. DDeevveerreess ccoonnjjuuggaaiiss: lealdade, amor e assistência mútua. •22.. DDeevveerreess ppaatteerrnnaaiiss: assistência à prole (moradia, alimentação, saúde, educação, lazer). •33.. DDeevveerreess ffiilliiaaiiss: respeito, obediência, amparo na velhice e na doença. •44.. DDeevveerreess ffrraatteerrnnaaiiss: auxílio mútuo, assistência aos mais novos ou incapazes, substituição dos pais na falta dos mesmos. 134
  • 135. ÉTICA SOCIAL SOCIEDADE CIVIL •Sociedade Econômica: Tem o dever de encontrar soluções para o problema das desigualdades. •Solução liberal: laissez-faire • As leis de mercado são imutáveis: livre iniciativa e concorrência. •Solução socialista: • Proibição da livre iniciativa • Estatização dos meios de produção (socialismo) • Proibição da propriedade individual (comunismo) • Confederação de operários (sindicalismo) 135
  • 136. ÉTICA SOCIAL SOCIEDADE CIVIL •Sociedade Econômica: Tem o dever de encontrar soluções para o problema das desigualdades. •Solução liberal: laissez-faire • As leis de mercado são imutáveis: livre iniciativa e concorrência. •Solução socialista: • Proibição da livre iniciativa • Estatização dos meios de produção (socialismo) • Proibição da propriedade individual (comunismo) • Confederação de operários (sindicalismo) •Solução cristã: princípios éticos • Salários justos • Participação nos resultados • Estímulo às associações profissionais 136
  • 137. ÉTICA SOCIAL SOCIEDADE CIVIL •Sociedade Política: Tem o dever de garantir condições de vida em sociedade: • Respeito à dignidade humana • Busca do bem comum • Justiça e liberdade como norteadoras de decisões. •Sociedade Religiosa: Tem o dever de auxiliar o homem em suas questões espirituais; com frequência, ultrapassa os deveres de natureza religiosa para intervir nas sociedades política e econômica 137
  • 138. • 4.1. Ética empírica • Devemos partir da distinção feita por Kant entre filosofia pura e filosofia empírica. • Da distinção entre conhecimento puro e conhecimento empírico. • Podemos afirmar que todos os nossos conhecimentos têm origem em nossa experiência. • Porém, embora o conhecimento se inicie na experiência, ele precisa, para se tornar de fato "conhecimento", que nossa própria mente lhe adiciona.
  • 139. • É preciso portanto, em primeiro lugar, separar esses dois elementos, ou seja; por um lado o que é recebido dos sentidos e pelo outro o que é adicionado pela razão. • Esse conhecimento independente dos sentidos é chamado "a priori" (diferente dos empíricos, chamados "a posteriori"). • A ética empírica é observada e constatada com a prática. • A ética empírica é aquela que nega a ética absolutista ou apriorista. • Logo, "a priori" não é um conhecimento que vem "antes da experiência", mas sim um que vem "independente da experiência".
  • 140. • A ética empírica é aquela que deriva seus princípios da observação dos fatos. • O homem deve ser como naturalmente é, e não deve se comportar como queiram que ele seja. • Suas características são a subjetividade e a conotação utilitarista. • A ética empírica procura sempre o valor útil para cada indivíduo. • Com relação a subjetividade: não há uma moral universal, única, apriorista. • Varia a conduta humana de acordo com o tempo e as circunstâncias e, assim, o bom é determinado estrito de tempo, de lugar etc.
  • 141. • O empirismo deságua no relativismo, não é possível uma moral universal e valores axiológicos absolutos. • Vai-se ao subjetivismo, uma das principais variantes da ética empírica. • Se idéias morais variam de indivíduo para indivíduo ou de sociedade a sociedade, o bem e o mal carecerão de existência objetiva, já que dependem dos juízos estimativos dos homens. • Assim aparecem, por um lado, o subjetivismo ético individualista e, por outro, o subjetivismo ético social, também chamado antropologismo ou subjetivismo ético específico.
  • 142. Portanto o CONCEITO É: É aquela que pretende derivar seus princípios da observação dos fatos para orientar e entender o comportamento humano. Não questiona o que o ser humano “deve fazer”, mas examina o que “o ser humano normalmente faz”. Para os empiristas, se nada é absolutamente bom, o mais conveniente é procurar condutas que pareçam mais benéficas à sociedade e ao indivíduo, fazendo do útil o preceito moral supremo.
  • 143. • A partir dessas constatações, é fácil chegar ao ceticismo ao niilismo. • Algo que é bom para um não é para outro, o bem nada significa e a moral é produzida pela convenção arbitrária. • Não há sentido em formular juízo estimativo ou estabelecer valores com pretensão de objetividade. • Se nada é absolutamente bom, o conveniente é procurar condutas que pareçam mais benéficas à sociedade e ao indivíduo, fazendo do útil o preceito moral supremo.
  • 144. CLASSIFICAÇÃO A Ética Empírica pode ser enfocada em quatro configurações: • 4.11.Ética Anarquista • 4.1.2.Ética Utilitarista • 4.1.3.Ética Ceticista • 4.1.4.Ética Subjetivista • Temos uma tríplice configuração da ética empírica: a anarquista, a utilitarista e a ética ceticista.
  • 145. 4.1.1. A ética anarquista: •A anarquia repudia toda norma ou valor. •Direito, moral, convencionalismo sociais, religião, tudo constitui exigências arbitrárias. •As leis não são legítimas, sejam morais ou jurídicas. •É uma doutrina egoísta. •Prepondera a vontade humana, e esta varia de pessoa para pessoa.
  • 146. ÉTICA ANARQUISTA William Godwin (03/03/1756 - 07/04/1836) o Foi um jornalista inglês, filósofo político e novelista. o Livros: Inquérito acerca da justiça política (1793), As coisas como elas são ou As aventuras de Caleb Williams (1794). o Seus discípulos: Victor Yarros e Henry.
  • 147. • Vai prevalecer a decisão do mais forte. • O anarquismo tem uma tendência hedonista: buscar o prazer e evitar a dor. • Quando o prazer é encontrado no fazer o bem do outro, o essencial é a obtenção do conforto pessoal. Egoísmo disfarçado de altruísmo. • O anarquismo na modernidade se apresenta como anarquismo individualista e como anarquismo comunista ou libertário. • Os dois coincidem em dois pontos: 1. liberdade absoluta e a aspiração suprema do indivíduo; 2. toda organização política deve desaparecer, por contrariar as exigências da natureza.
  • 148. • PRINCÍPIO BÁSICO: • Os dois postulados derivam do mesmo princípio: só tem valor o que não contraria as tendências e impulsos naturais. • A ordem jurídica, como organização social de tipo coercível, se opõe à liberdade e representa, por isso, um mal que deve ser combatido.
  • 149. • Diferença entre individualistas e comunistas: na escolha do método na luta contra o Estado. • O primeiro, acredita no progresso lento e gradual da razão, para superar o Estado. • O segundo, pela violência, superar o Estado.
  • 150. • Para os comunistas, a propriedade privada tende a desaparecer. A natureza não destinou seus bens a quem quer que seja. Tudo é comum e deve ser de todos. • Os homens viveriam em regime de cooperação espontânea, visando ao mais completo desenvolvimento da individualidade, unido ao desenvolvimento mais completo da associação. • Os individualistas não negam a propriedade privada, mas negam o associativismo.
  • 151. • Se equivocam os anarquistas quando acreditam existir uma liberdade natural. Pois na vida em me sociedade, a liberdade é um direito. • Não existe direito sem um sistema normativo e provido de força capaz de assegurá-lo, quando quem quer que seja pretenda vulnerá-lo.
  • 152. 4.1.2. A ética utilitarista: •É bom o que é útil. •A conduta ética desejável é a conduta útil. •A utilidade, porém, e um mero atributo de um instrumento. Ex.uma faca é útil se corta.
  • 153. ÉTICA UTILITARISTA Jeramy Bentham (15/02/1748 - 06/06/1832) o Foi um filósofo e jurista inglês. o Livros: Um fragmento sobre o governo (1776), Uma introdução aos princípios da moral e da legislação (1789). o Seus discípulos: John Stuart Mill e James Mill.
  • 154. ÉTICA UTILITARISTA Principio básico • É bom o que é útil (“A felicidade é o único fim da ação humana e sua consecução o critério para julgar toda conduta”. J. S. Mill) • O utilitarismo é a doutrina que defende a moral pela utilidade ou bem-estar do indivíduo ou da coletividade. Características o Os fins justificam os meios; OBS. O utilitarismo pode ser aceito se entendido como o emprego dos meios (eticamente válidos), para a obtenção de fins moralmente valiosos.
  • 155. • A eficácia técnica dos meios não correspondem ao valor ético dos fins. • Os meios mais úteis, podem estar a serviço de um fim nefasto. Ex. a arma que é útil para cortar um pedaço de carne, também é útil para ser usada para esfaquear uma pessoa. • No exemplo acima, vimos que o meio possui igual eficácia, e sua utilidade é alheia à significação dos desígnios que serve.
  • 156. • O estudo do utilitarismo permite entender a falácia que é a afirmação: os fins justificam os meios. • A teoria da moral utilitarista só é aproveitável se conciliada com a teoria das finalidades úteis. • A teoria utilitarista de MILL, não concerne unicamente aos meios, mas remete a uma verdadeira ética de fins. Vejamos: • A doutrina utilitarista afirma que a felicidade é desejável, a única coisa desejável como fim; sendo todas as demais desejáveis só como meios para esse fim.
  • 157. A felicidade é o único fim da ação humana e sua consecução o critério para julgar de toda conduta; donde necessariamente se segue que tem que ser o critério da moralidade, já que a parte encontra-se incluída no todo. •O utilitarismo tem sentido na vida moral, se entendido como prudente emprego dos meios aptos à consecução de fins moralmente valiosos.
  • 158. 158 PERFECCNISMO O perfeccionismo afirma que o moral está na plena realização da essência humana, na perfeita condução, segundo a natureza racional do homem. Era essa a opinião de Aristóteles.
  • 159. 159 NATURALISMO O naturalismo prega o pleno desenvolvimento de todas as inclinações e impulsos da natureza humana, como fato de moralidade.
  • 160. 160 EVOLUCIOSNISMO O evolucionismo afirma que o progresso da humanidade é o fim determinante da moralidade. A ética religiosa afirma que a moralidade está na conformidade com a vontade de Deus, e o mal é rebelar-se contra essa vontade.
  • 161. 161 INDIVIDUALISMO X UNIVERSALISMO Outra divisão, que se pode fazer sobre a ética dos bens, consiste em fundá-la no destino que se dê aos bens ou fins a que se aspira: se tendem para o individuo temos o individualismo, se para a comunidade, temos o universalismo. O individualismo é egoísmo, quando o que atua quer ser útil a si mesmo; é altruísmo, quando quer favorecer a outros. Por isso, pode haver um individualismo altruísta, quando se destinam aos indivíduos da coletividade os bens ou fins desejados. Critica-se a ética dos bens, em todas as suas tendências, porque não explica a moral, por já a aceitar previamente como dada.
  • 162. •4.1.3.A ética ceticista • O cético não acredita em nada.
  • 163. ÉTICA CETICISTA Principio básico • Não se pode dizer com certeza o que é certo ou errado, bom ou mau, pois ninguém jamais será capaz de desvendar os mistérios da natureza.
  • 164. ÉTICA CETICISTA Características • Na dúvida, o cético não nega, nem afirma: não julga, abstém-se de tomar uma atitude (o que já é uma atitude). • Dizem que não crêem em nada (o que é falso, pois se fossem coerentes duvidariam até desta afirmação); • Na realidade os céticos históricos não pregavam o ceticismo absoluto: admitiam valores como a dignidade do trabalho, acolhimento das leis locais, satisfação moderada das necessidades. • Nomes: Carneadas (214 -129 a. C.)
  • 165. ÉTICA CETICISTA Pirro de Élis (360 a.C. – 270 a. C.) o Foi um filósofo grego, considerado o primeiro filósofo cético e fundador da escola conhecida por pirronismo. o Seus discípulos: Timon de Fliús e Diógenes Laércios.
  • 166. • A dúvida não implica o conhecimento, é mera suspensão de juízo. O cético não é o que nega, nem o que afirma, senão o que se abstêm de julgar. • É preciso distinguir a dúvida metódica (Sócrates), da dúvida sistemática. • Utilizada como método, a dúvida serve como eliminação de possíveis erros. É uma atitude provisória. Uma provisória transição de juízo, por segurança. • A dúvida sistemática é própria dos ceticistas, que duvidam de tudo e de forma permanente.
  • 167. • Os céticos declaram não crer em nada, e aqui já erram, pois se fossem verdadeiramente céticos, duvidariam até das própria afirmação. Isso implicaria uma regressão infinita. • Outro problema, o ceticismo pode sustentar uma negação permanente em teoria, mas na prática cairia em uma paralisação completa. • No aspecto moral, na dúvida entre o certo e o errado, nada se faria. Mas nada fazer já é uma atitude, sendo assim, fica impensável uma atitude cética no campo prático.
  • 168. • Na verdade, os céticos não pregavam o ceticismo absoluto. Admitiam a existência de alguns valores e a necessidade de uma moral. • As lições de Sexto Empírico demonstram que ele aceitava algumas regras propiciadoras de uma relativa felicidade. • A) Seguir as indicações da natureza. • B) Ceder aos impulsos das disposições passivas: o cético só come se tem fome, só bebe se está sedento.
  • 169. • C) Submeter-se às leis e costumes do país onde vive. • D) Não permanecer inativo e cultivar alguma das artes. • Estas regras se fundam em critérios axiológicos> a primeira, de que é valioso o que tem origem natureza. A segunda, de que as necessidades humanas devem ser satisfeitas com moderação. A terceira de que as leis de um país merecem serem acatadas. A quarta condena a inatividade e valoriza o trabalho.
  • 170. • A conclusão é de que, mesmo quando se nega, teoricamente a existência de critérios sólidos de certeza, na prática se admite a existência da moral e se prega que há formas de vida que devem ser evitadas, e outras que devem ser seguidas.
  • 171. •4.1.4.A ética subjetivista • Consiste em cada um adota para si a conduta ética mais conveniente com a sua própria escala de valores. • Existe o subjetivismo individualista e o social.
  • 172.
  • 173. ÉTICA SUBJETIVISTA Protágoras (480 a.C. – 410 a.C.) o Foi um Sofista grego. o Obras: "As Antilogias" e "A Verdade”. o Seus discípulos: Péricles e Eurípedes.
  • 174. • A origem do subjetivismo está em Protágoras, para quem o homem é a medida de todas as coisas, da existência das que existem, e da não existência das que não existem. • Cada homem é a medida do real. • A verdade não objetiva, mas há tantas verdades quanto homens. • O que é verdade para um, pode não ser para o outro. • A teoria de Protágoras conduziria ao AGNOSTICISMO. • Todas as opiniões seriam igualmente verdadeiras e se tudo é verdade, nada é certo, pois o que a um parece evidente, a outro pode parecer falso.
  • 175. • Aplicando à ordem moral, terá valor para um indivíduo, aquilo que ele entender como valioso. • Cada homem é a medida do bem e do mal. • O subjetivismo está por tudo, não só moral e epistemológico, mas estético, religioso, jurídico e etc. • O chamado subjetivismo ético social, pretende ser uma teoria objetiva, pois os valores éticos são produzidos pelo coletivo. • Aqui há uma confusão, pois se pensa que a objetividade é um critério estatístico, o critério do valor ou da verdade é a quantidade, a maioria.
  • 176. ÉTICA SUBJETIVISTA Principio básico • “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são.“ (Protágoras) Características Ética Subjetivista Individual • Nesta ética cada qual adota a conduta mais conveniente com sua própria escala de valores; • Certo e o errado devem ser avaliados em função das necessidades do homem; • Não existe um critério objetivo, seguro de avaliação pois esta varia com o sujeito: Todas as opiniões seriam verdadeiras ou falsa. Não haveria ciência. • Nomes: Protágoras (c. 487 -420 a.C.)
  • 177. ÉTICA SUBJETIVISTA Ética Subjetivista Social ou Específica • Nesta ética o certo, bom, justo, verdadeiro, etc. são obtidos por apreciação coletiva, por indicação da sociedade. • Não existe um critério objetivo, seguro de avaliação pois esta varia conforme o grupo focalizado. • Todas as opiniões seriam verdadeiras ou falsas Não haveria ciência. • Nomes: Durkheim, Bouglé (Sociológos Franceses) OBS. 1. Como a sociedade define o que é bom, têm-se a possibilidade de que ela chancele um erro pois a verdade não é definida estatisticamente (as sociedade nazista, faxista, canibais convivem com seus erros éticos). 2.O Subjetivismo ético (Individual ou Específico) originam o relativismo.
  • 178. • Os representantes do subjetivismo ético social: DURKHEIN E BOUGLÉ. • O problema do subjetivismo, individual ou ético específico, vai para um relativismo absoluto. • É fácil concluir que o relativismo absoluto não pode presidir as relações humanas, seja na esfera moral, seja na esfera jurídica.
  • 179. •4.2 A ética dos bens • Ao contrário do relativismo, defende a existência de um valor fundamental denominado bem supremo.
  • 180. POR QUÊ ÉTICA DOS BENS? Também conhecida como ética dos fins, defende a existência de um valor fundamental, denominado bem comum. 180
  • 181. • Parte da estrutura teleológica do atuar humano. • O que significa? A criatura humana é capaz de e propor fins, eleger meios e colocar em prática os últimos, para alcançar os primeiros. • O supremo bem da vida consistirá na realização do fim próprio da criatura humana. • Para estabelecer a hierarquia dos fins, basta verificar qual deles pode ser, simultaneamente, fim e meio para a obtenção de outro fim. Quando se se defronta com um bem que não pode ser meio de qualquer outro, então esse é o bem supremo.
  • 182. POR QUÊ ÉTICA DOS BENS? A criatura humana é capaz de propor fins, eleger meios e colocar em prática os últimos, para alcançar os primeiros. 182
  • 183. PRINCÍPIOS: Há um bem supremo fundamental. Trabalha-se para consecução dos bens da vida. A vida é um caminho rumo a um objetivo. Esse objetivo, na hierarquia dos bens é o que se chama de bem supremo. Luta-se para atingir um ideal e este é o sentido da existência. Quando alguém se defronta com um bem que não pode ser meio para nenhum outro, esse é o seu bem supremo. O ser humano tem fins superiores que orientam o comportamento humano. 183
  • 184. Há posições que diferem qual é o bem supremo que deve orientar o comportamento humano. São eles: •Eudemonismo; •Idealismo ético; •Hedonismo; •Utilitarismo; •Perfeccionismo; •Naturalismo; •Evolucionismo; •Individualismo X Universalismo. 184
  • 185. • Divisão da ética dos bens: • A) Eudemonismo, idealismo ético e hedonismo: Eudemonmismo, deriva de eudemonia, felicidade. Para essa concepção há uma tendência inata no homem para a felicidade, e segundo Aristóteles, a felicidade é o bem supremo, é um fim que não possui um caráter de meio. • Todos os outros bens da vida podem ser meios para a obtenção que é o eternamente desejado em si, e que não se converterá jamais em meio.
  • 186. Os primeiros hedonistas de que se tem notícia, organizados em Escola, são os cirenaicos. A Escola Cirenaica foi fundada, segundo alguns, por Aristipo de Cirene (c. 435-365 a.C.), segundo outros pelo seu neto e seu homónimo. A preocupação fundamental desta escola era a da busca do prazer, essencialmente o físico, uma vez que considerava esse superior ao prazer intelectual. Esta era a orientação original desta escola, mas de seguida houve divergências e a orientação é reformulada até um ponto tal em que essas conclusões tardias levaram a contradições com a ambiência inicial: o próprio Aristipo chega a afirmar que o homem deve ser o dominador do prazer e não o contrário.
  • 187. O epicurismo - movimento fundado por Epicuro (341- 271 a.C.) - é já a orientação do hedonismo num outro sentido, menos radical e individualista do que o primeiro. A principal preocupação do epicurismo é a ética, num sentido aproximado da ética cirenaica. O epicurismo considerava também que o objetivo supremo do homem era o prazer, mas entendendo que este se conquistava através da capacidade de superar a dor e que a felicidade não está necessariamente no prazer imediato, pois há prazeres estáticos e outros em fugazes: os primeiros são enganadores e os segundos são os que se deve buscar.
  • 188. A moral utilitarista de Jeremy Bentham é outra forma de hedonismo, considerando que moral é tudo o que seja útil e que é útil tudo o que traga benefícios (prazer, felicidade).
  • 189. 189 EUDEMONISMO Deriva de eudemonia, em grego felicidade. Para elas a tendência à felicidade é inata do homem, ela é bem supremo. Todos os outros bens da vida podem ser meios de obtenção daquele que é o eternamente apetecível em si. Tem como fim a felicidade espiritual, o estado de contentamento da alma. Foi essa doutrina defendida por Sócrates.
  • 190. 190 HEDONISMO Para o hedonismo, a felicidade está no prazer. Seja ele prazer sensual, seja a fruição da tranquilidade extraída do deleite, no exercício de atividade intelectual ou artística.
  • 191. Essas três formas puras podem se combinar para surgir às formas mistas: •Eudemonismo idealista: a felicidade é o fim supremo, mas o caminho único a atingi-lo é a virtude; 191 •Eudemonismo hedonista: elege a felicidade como fim, mas o prazer como meio.
  • 192. 192 IDEALISMO ÉTICO Para o idealismo, a finalidade última do homem é a prática do bem. O estóico não espira ser feliz, mas ser bom. A virtude é fim e não meio. Impõe-se à criatura ser virtuosa, ainda que isso não extraia prazer algum.
  • 193. • O idealismo: a finalidade última do homem é a prática do bem. Os estóicos, por exemplo, não aspira a ser feliz, mas a ser bom. A virtude é um fim, não um meio. Impõe-se à criatura ser virtuosa, ainda que disso não extraia prazer algum. • Já para o hedonismo, a felicidade está no prazer. Seja ele o prazer sensual, seja a fruição da tranqüilidade extraída do deleite, no exercício de atividade intelectual ou artístico. • O hedonismo elegeu a felicidade como fim, mas o prazer como meio.
  • 195. ÉTICA SOCRÁTICA Sócrates foi um dos primeiros pensadores preocupar-se com uma filosofia moral. Buscava especialmente chegar a uma definição do que era o bem e o mal.
  • 196. ÉTICA SOCRÁTICA “Conhece-te a ti mesmo”; Virtude e Justiça.
  • 197. ÉTICA SOCRÁTICA Sócrates dedica sua a vida a esta instrução, a ajudar os homens a conhecerem a si mesmo para que possam praticar a virtude, fazer o bem.
  • 198. Ética Socrática O bem e a virtude proporcionam felicidade autêntica. Relação entre o saber e o bem, o mal e a ignorância. Sócrates não deixou nada escrito. Seus diálogos foram registrados por Platão.
  • 199. • b) A Ética Socrática: • Para o autor o verdadeiro objeto do conhecimento é a alma humana. • A bondade é resultado do saber. • Para alguém ser feliz, precisa ser bom, e para ser bom é preciso ser sábio. • Aquele que encontrou a verdade oculta em sua alma sente-se obrigado a ajustar com ela sua conduta. Assim o conhecimento do bem determina a prática da virtude. • Não existe pessoas más, senão extraviadas. • A maldade é produto da ignorância.
  • 200. • O aperfeiçoamento não se consegue sozinho, é na convivência comunitária. Porque o homem é um ser social. • Entre ética e política existe uma correlação íntima: o homem perfeito não é unicamente o homem bom, mas o bom cidadão. • Para Sócrates o conhecimento do bem se identifica com a prática da virtude. Quem sabe a verdade, age bem. • A Ética de Sócrates é de direito natural; no fundamento das normas positivas há leis não escritas (= ágrafoi nómoi). • Para Sócrates a lei moral é natural, brotando da mesma natureza como uma sua propriedade. Não resulta de uma ordem dogmática posterior exterior emitida, ou por Deus, ou pelos homens.
  • 201. • A análise das coisas e das operações humanas mostram que nenhum homem pode senão querer o bem e mesmo quando quer o mal, procura-o na suposição de buscar um bem. • A ética socrática é finalistica (ou teleológica) como se depreende dos textos platônicos Apologia e Eutifron, como ainda das informações vindas de Xenofonte. • Concretamente a finalidade última dos atos humanos, de acordo com Sócrates, é a felicidade. • Provou Sócrates seu eudaimonismo ético por meio de análise aplicada ao desejo humano; este não se dirige para o mal. Orienta-se para o bem, desde que o conheça. Desta adesão e conquista resulta o estado psíquico da felicidade.
  • 202. • c) A ética Platônica: • Decorre a ética coerentemente do sistema geral do platonismo, essencialmente exemplarista, em virtude do qual nada se cria senão tendo as idéias reais separadas como arquétipos. • Estes arquétipos são a finalidade a executar, inclusive na ação. • Por isso, a ação tem um caminho previamente traçado o que implica em uma obrigação ética.
  • 203. Pensadores Platão (428 – 347 a.C.) - Felicidade e o sumo bem; - O ideal buscado pelo homem é a assimilação de Deus (Leis); - Vida divina: de contemplação filosófica e virtude.
  • 204. • Platão, ao estabelecer as idéias reais, de variada espécie, se referiu especialmente à idéia do bem. • E assim também a idéia do bem é um arquétipo, segundo qual se processa toda ação. • Depende, pois, a ética de Platão da existência de um arquétipo denominado o bem. • É possível sintetizar a idéia do bem, com a do ser simplesmente e então dizer que há um fundamento ontológico para a ética platônica. A ação enquanto realiza mais ser, se subordina ao que o ser necessariamente é.
  • 205. A ÉTICA PLATÔNICA • Os três eixos centrais que comandam a ética platônica • As obras de Platão têm um profundo sentido ético, 205 ensinam o homem a desprezar os prazeres, as riquezas e as honras, as renúncias aos bens do corpo, desse mundo e a praticar a virtude: • Sua ética tem como eixos centrais a Justiça na ordem individual e social na prática da virtude; • As Virtudes humanas; • A Ordem Política presididas pela Justiça e a Transcendência do Bem, fundamento seguro e inabalável da conduta humana e da distinção entre o bem e o mal.
  • 206. • Como todas as éticas do ser, também a de Platão depende de como traçar os caminhos do ser nos seus mais variados detalhes, os quais serão as suas leis e os quais, depois de cumpridos com habitualidade, constituem as respectivas virtudes. • Ainda que Platão não tenha utilizado esta linguagem, pode-se distinguir em seu sistema entre fundamento próximo e remoto da obrigação ética, ou da eticidade.
  • 207. • O fundamento próximo está no ser de cada indivíduo, o qual já obedece ao parâmetro remoto, e por isso diretamente revela qual o fim realizado, e em potencial ainda revela o que lhe falta para atingir a plenitude. •Mas, o fundamento remoto é a mesma idéia real, que tudo contém e na qual tanto o Demiurgo viu como fez a obra e ainda deverá ver o indivíduo aquilo que falta para a plenitude.
  • 208. • É possível falar na ética de Platão em um fim externo da criatura em relação a Deus, e em um fim interno da criatura em relação a si mesma. • Cabendo a Deus agir por primeiro, está seu objetivo em primeiro lugar; no caso seria difundir a si mesmo, isto é, sua glória (a glória é um brilho da obra em favor do criador). • Pode-se prever esta tese em Platão cujo Demiurgo tem, por objetivo refletir no mundo o bem e a harmonia, como reflexo das idéias reais. Neste sentido, em primeiro lugar, já antes da felicidade interna da criatura, valeria o objetivo do Demiurgo.
  • 209. • No fim último externo se encontra o fundamento do culto religioso; mas este aspecto não foi claramente explorado por Platão. • Estabeleceu Platão, como Sócrates, a felicidade como fim do homem. A vontade se inclinaria essencialmente para o bem, como o seu objeto adequado. Impossível querer o mal diretamente (Ménom 77). Dito com mais precisão , a felicidade, pela conquista do bem, é o fim último interno do homem.
  • 210. • Distingue Platão entre felicidade e prazer (Filebo 11 b). Referindo-se a felicidade à inteligência e o prazer aos sentidos. • Desde logo, pois, refuta a tese cirenaica de que o prazer sensível é o único fim. Mas não e exclui a felicidade os prazeres da sensibilidade; estes são honestos desde que subordinados harmonicamente. Estabeleceu, portanto Platão, como Sócrates, uma hierarquia de valores morais (Filebo; Leis 717, 718).
  • 211. • Ocorrem três graus, de prazeres e felicidade, a saber, pela via ascendente: os prazeres do coração, já menos fugazes; os prazeres procurados pela opinião e pela inteligência. • O caráter pouco propício aos sentidos, resultantes da doutrina das idéias e da separação entre corpo e alma, apenas extrinsecamente unidos, dá à ética de Platão um feitio anti-humanista e pouco grego. • Com uma notável aproximação das práticas órficas, a ética de Platão descreve pitorescamente o verdadeiro filósofo como um "forasteiro" (Teeteto 174), que ao passar por esta vida terrestre, pouco se interessa pelo que se lhe apresenta.
  • 212. A ÉTICA PLATÔNICA • O que Platão entende por virtude e, acima de tudo, por Justiça? • Platão analisa o comportamento do homem justo e o do homem 212 injusto, comparando-os e, a partir, desse confronto, descreve suas virtudes e a tipologia das almas. • Não há uma definição fechada de justiça, mas sim, uma crença que cada um tem de desenvolver suas próprias aptidões, o seu comportamento e suas virtudes para conseguir atingir a felicidade e determinar sua postura ética que o direciona para a construção de um estado justo e perfeito.
  • 213. A ÉTICA PLATÔNICA • O que tem a Justiça a ver com a Polis? • O Governante perfeito seria aquele que tivesse uma forte 213 instrução filosófica, isso é embasado na teoria do conhecimento, que, para ele, tem fins morais. • Acreditava que existiam três tipos de virtudes baseadas na alma, que corresponderiam aos estamentos da polis: • A sabedoria, na figura do governante, pois este possui caráter de ouro e usa a razão; • A coragem, simbolizada pelos soldados ou guardiões da polis, pois sua alma de prata é imbuída de vontade • A temperança, os trabalhadores, pois sua alma de bronze orienta-se pelo desejo das coisas sensíveis.
  • 214. 214
  • 215. • Virtudes cardeais. Estabeleceu Platão uma divisão geral da virtudes (República 410), em quatro fundamentais, que mais tarde serão chamadas, por Santo Ambrósio, virtudes cardeais, isto é, chaves das demais. • Esta classificação obedece a um princípio, em que a cada parte da alma corresponde uma virtude principal. Portanto, uma para a razão, outra para a vontade, outra para o impulso sensível, finalmente ainda uma outra para o controle das partes entre si.
  • 216. 216 VIRTUDES CARDEAIS Virtudes cardeais quer dizer virtudes centrais, fundamentais, orientadoras. É o mesmo que virtudes morais. São quatro como quatro são os pontos cardeais, as estações do ano, os lados da cruz, os alicerces da casa, os pés da mesa e da cama.
  • 217. 217 VIRTUDES CARDEAIS Platão (429-347 a.C.): Desenvolve a doutrina de Sócrates. Apresenta a virtude como meio para atingir a bem-aventurança. Descreve as quatro virtudes cardeais: a sabedoria, a fortaleza, a temperança e a justiça.
  • 218. 218 VIRTUDES CARDEAIS 1 - Prudência É o reto agir, o bom senso, o equilíbrio. Cuida do lado prático da vida, da ação correta e busca os meios para agir bem. Prudência é o mesmo que sabedoria, previdência, precaução. É pessoa que abandona as preocupações e abraça as soluções. Deixa as ilusões e opta pelas decisões. Rejeita as omissões e se empenha nas ocupações. A prudência coloca sua atenção na preparação dos fatos e eventos e nunca na precipitação nem no amadorismo ou improvisação. Ciência sem prudência é um perigo.
  • 219. • Virtudes cardeais. • A prudência, denominada também sabedoria ( ), é a virtude da parte racional.
  • 220. 220 VIRTUDES CARDEAIS 2 – Temperança A temperança, também chamada autodomínio, medida, moderação ( ), é a virtude da vida impulsiva, instintiva, ou sensível, refreando os prazeres corporais. É o auto-controle, auto-domínio, renúncia, moderação. A temperança ordena afetos, domestica os instintos, sublima as paixões, organiza a sexualidade, modera os impulsos e apetites. Abre o caminho para a continência, a castidade, a sobriedade, o desapego. É próprio da temperança o cuidado conosco mesmo, com os outros e com a natureza. A temperança não permite que sejamos escravos, mas livres e libertadores e nos encaminha para o cumprimento dos deveres e para a maturidade humana. Sem renúncia não há maturidade. Grande fruto da renúncia é a alegria e a paz.
  • 221. 221 VIRTUDES CARDEAIS 3 – Fortaleza A fortaleza, dita também valentia ( ) é a virtude do entusiasmo (thymoiedés), ou seja dos impulsos volitivos e afetos, regrando o coração. Faz-nos fortes no bem, na fé, no amor. Leva-nos a perseverar nas coisas difíceis e árduas, a resistir à mediocridade, a evitar rotina e omissões. Pela fortaleza vencemos a apatia, a acomodação e abraçamos os desafios e a profecia. É virtude dos profetas, dos heróis, dos mártires e dos pobres. A fortaleza dos mártires e a ousadia dos apóstolos, como também a força dos pequenos e dos fracos é um sinal do dom da fortaleza na vida humana e na história da Igreja. Hoje a fortaleza nos leva a enfrentar a depressão, o stress, o câncer, a AIDS, os golpes da vida. Grandes são os conflitos humanos, porém maior é a força para superá-los. A vida é luta renhida, dizia nosso poeta e a fé é um combate espiritual. “Coragem, Eu venci o mundo!” (Jo 16,33).
  • 222. 222 VIRTUDES CARDEAIS 4 – Justiça Uma quarta virtude, a da justiça ( ), resulta da colaboração equitativa de todas as virtudes, garantindo o funcionamento harmonioso das partes da alma, ou seja de suas faculdades. Regula nossa convivência, possibilita o bem comum, defende a dignidade humana, respeita os direitos humanos. É da justiça que brota a paz. Sem a justiça nem o amor é possível. É a virtude da vida comunitária e social que se rege pelo respeito à igualdade da dignidade das pessoas. Da justiça vem a gratidão, a religião, a veracidade. Não se pode construir o castelo da caridade sobre as ruínas da justiça. Pelo contrário, o primeiro passo do amor é a justiça, porque amar é querer o bem do outro. A justiça é imortal (Sab 1,15). Esta virtude trata de nossos direitos e nossos deveres e diz respeito ao outro, à comunidade e à sociedade.
  • 223. • Atribuiu Platão a cada classe social (vd 251) uma das virtudes cardeais, como lhe sendo mais adequada. • A sabedoria é própria da classe dirigente, ou dominante. • A fortaleza se faz necessária na classe militante, ou guerreira. • A temperança se recomenda aos demais, os trabalhadores.
  • 224. • A virtude é descrita por Platão como um habito que conduz, ao bem. Ocorre, entretanto, no mestre da Academia a secreta preocupação de que a virtude se obtém pelo saber (Ménon 96, Fédon 82, República em vários itens). • Aceito o ponto de vista socrático de que a virtude é saber, segue dali que os ditames da ética dependem da estabilidade ou instabilidade do conhecimento. A virtude habitual, dependente das opiniões da tradição relativas, seria superada por uma virtude apoiada em outro tipo de conhecimento, definitivo, absoluto. Ora, tal virtude existe como fato; logo existe também tal tipo de conhecimento.
  • 225. • Como se vê o móvel ético de Platão é favorável ao conhecimento inteletivo. Admitida uma vez a relatividade dos sentidos, deve-se, de outra parte, aceitar a estabilidade da inteligência e que possibilita a ocorrência da virtude. • Também a doutrina da virtude sofre de imediato a influência da doutrina das idéias reais, donde dividir-se em duas espécies: a virtude perfeita, referente a alma espiritual, e a virtude comum, baseada na opinião verdadeira. • A virtude perfeita consiste na própria sabedoria, segundo o adágio socrático: a ciência é idêntica à virtude. Não deixa a vontade de seguir o que o a inteligência lhe mostra como bom.
  • 226. • Seguindo os mesmos passos do conhecimento inteletivo, a virtude se adquire andando pelos mesmos caminhos da dialética, para evitar a submissão da razão às paixões inferiores, e dialéticas do amor aspiração ardente pela contemplação das idéias. • A virtude comum organiza-se no plano da opinião, portanto nas faculdades emotivas da alma inferior. Neste plano se encontra a maioria dos homens. • Esta virtude comum não depende da ciência, mas da educação.
  • 227. • A sanção é parte do sistema moral de Platão. Neste e noutro mundo acontece o castigo para o mal. • A recompensa é a outra face da sanção, tendo a felicidade por objeto a contemplação das idéias eternas. • O significado da sanção e o que a justifica é a necessidade de um castigo, para que se evite o mal, e de uma recompensa, para que haja um estímulo levando à prática do bem. Somente a sanção numa vida futura garantirá o triunfo total do bem.
  • 228. • Não encontrou Platão dificuldade em estabelecer a sanção futura, visto que admitia a metempsicose e a progressiva possibilidade da purificação da alma.
  • 230. Pensadores Aristóteles (384 – 322 a.C.) - Ética a Eudemo: o objetivo da vida humana é o culto e a contemplação do divino; - Ética a Nicômaco: a busca da felicidade e do prazer. “Os verdadeiros prazeres do homem são as ações conforme a virtude”. Virtude “é um hábito adquirido, voluntário, deliberado, que consiste no justo meio em relação a nós, tal como o determinaria o bom juízo de um varão prudente e sensato, julgando conforme a reta razão e a experiência”
  • 231. INTRODUÇÃO - ARISTÓTELES Alguns veem Aristóteles como o fundador da Ética, o que se justifica desde que consideremos a Ética como uma disciplina específica e distinta no corpo das ciências. Aristóteles fez uma análise do agir humano que marcou decisivamente o modo de pensar ocidental. • Todo o conhecimento e todo o trabalho visa a algum bem; • O bem é a finalidade de toda a ação; • A busca do bem é o que difere a ação humana da de todos os outros animais.
  • 232. D) A ética Aristotélica •A finalidade da ética é descobrir o bem absoluto •Chama-se o bem absoluto de felicidade. •A felicidade está no exercício constante da virtude. •Aristóteles distingue a virtude dos vícios e emoções. •Emoções e instintos – involuntários. •A virtude – volutiva.
  • 233. • A virtude se obtém mediante o exercício: é um hábito. • As aptidões, intelectuais ou físicas, são inatas. • A virtude para Aristóteles é o justo meio entre dois vícios extremos.
  • 234. CONCEITO - SENTIDO ARISTOTÉLICO • Na sua base encontra-se a doutrina do conceito que Sócrates havia anteriormente formulado. • São noções gerais ou comuns; • Abstraídas pela inteligência dos objetos sensíveis; • Ou seja, da percepção de realidades concretas e singulares. Aristóteles visava construir esta ciência numa base estável.
  • 235. FUNDANDO A LÓGICA Articulam-se (de forma afirmativa ou negativa) conceitos para formar o juízo de cujo encadeamento resulta o raciocínio. A Lógica de Aristóteles converge, assim, numa teoria do silogismo que ele define como raciocínio tal que, admitidas que sejam certas coisas, algo daí resulta necessariamente, só porque elas foram admitidas.
  • 236. CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS • Aspecto formal • Entende-se, não que a lógica aristotélica ignore a realidade, mas que, seja qual for a matéria a que o nosso pensamento se aplique, três leis formais supremas condicionam, segundo Aristóteles, o seu exercício e garantem a sua validade. São elas: • o princípio de identidade (dizer que o que é é, e o que não é não é, é verdade); • o princípio de não-contradição (é impossível que algo seja e não seja ao mesmo tempo); • e o do terceiro excluído (uma qualquer coisa, ou deve ser afirmada, ou negada).
  • 237. CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS • Rigor dedutivo • Entende-se que, admitida a verdade de certas proposições (premissas), as consequências que daí resultam serão necessariamente verdadeiras uma vez que nos conformemos com os princípios anteriormente enunciados e com um pequeno número de regras deles derivadas.
  • 238. • D) Ética Epicurista • Epicuro – a felicidade é o bem último da existência e consiste no prazer. • O prazer se atinge de diversas formas – a forma mais elevada é a do espírito. • Os prazeres são naturais e necessários, naturais e não necessários ou nem naturais e nem necessários.
  • 239. • Prazeres naturais e necessários: a satisfação moderada dos apetites. • Prazeres naturais e não necessários: a gula. • Prazeres nem necessário nem naturais: a glória. • Os prazeres ainda são corporais, espirituais, violentos e serenos. • O que é a dor? É inevitável e muitas vezes pode levar a prazeres mais intensos. • A finalidade da ética para os epicuristas: duas – crítica e construtiva. • Na finalidade crítica, consiste no aniquilamento das superstições que afligem os mortais.
  • 240. • Na finalidade construtiva: é assinalar regras que farão felizes os indivíduos. • Dificuldades na busca da felicidade: o medo da morte e o temor dos deuses. • Primeira orientação: não se deve temer a morte, pois ela não diz respeito ao homem vivo. • A morte nada é para nós, pois enquanto somos, ela não é e quando ela chega, já não somos. • Não se deve temer os deuses: • pois seres perfeitos e distantes, não estão preocupados com a imperfeição humana.
  • 241. • A ética epicurista se inclina para o individualismo. A conduta é problema pessoal e não coletivo. • A pessoa deve procurar seu próprio bem, sem se interessar pelo dos outros. • Há nessa ética um certo utilitarismo: os homens viviam como selvagens, à margem da lei e decidiram um dia unir-se para pôr um paradeiro naquele estado de selvageria. • Surgiu assim a Justiça, conceito negativo de não prejudicar os semelhantes, em troca do dever recíproco.
  • 242. • A justiça é o fruto de um pacto de utilidade. Cada indivíduo desiste de molestar os demais, em troca de não ser molestado. • O Estado tem o dever de velar pelo cumprimento do contrato social e punir seus infratores. • Resumindo: a ética epicurista é um eudemonismo hedonista, individualista e egoísta.
  • 244. • E) Ética Estóica • A virtude é o bem supremo dessa ética idealista.
  • 245. SURGIMENTO E IDEALIZADORES Estoicismo antigo surge 25 anos depois do Epicurismo, por volta do ano 312 a.C., com os 3 maiores chefes Zenão, Cleanto e Crisipo;  Estoicismo médio: Panécio e Possidônio - séc. II e I a.C.;  Novo Estoicismo: Sêneca, Epitecto (escravo) e Marco Aurélio o qual assume tons religiosos e de meditação moral.
  • 246. • Viver virtuosamente é viver de acordo com a natureza. Não a natureza biológica, mas a natureza concebida pela razão. • O homem é provido da razão, mas tambem de patologias. As patologias se dão nas inclinações e afetos – dos quais é necessário se libertar. • Liberta-se das afeições é um dos ideais estóicos. Pois através dos vínculos afetivos os homens de escravizam. • O homem deve se desligar das coisas do mundo, apagando-as até atingir a apatia.
  • 247. • O prazer deve ser evitado, pois pertence às afeições. • A virtude é autárquica – auto-suficiente. O verdadeiro sábio encontra nela a defesa para suas angústias do mundo exterior. • A virtude é única – nisso funda-se em Sócrates – e entre a virtude, bem único, e o vício, único mal, não há meio termo. • Não confunde o desejável, com o eticamente bom.
  • 248. ESTOICISMO DIVIDE A FILOSOFIA EM 3 PARTES: • LÓGICA • FÍSICA • ÉTICA
  • 249. PENSAMENTOS ESTÓICOS  Pensamento Panteísta: todo o universo é corpóreo e governado por um divino (Deus é o universo);  Pensamento Naturalista: “viver conforme a natureza”.
  • 250. ÉTICA ESTÓICA • A ética estóica é uma ética da ataraxia. O homo ethicus do estoico é o que respeita o universo e suas leis cósmicas e se respeita; • Ele é capaz de alcançar a ataraxia, por saber distinguir o bem do mal. Este homem não se abala excessivamente nem pelo que é bom nem pelo que é mau.
  • 251. ATARAXIA É a disposição do espírito que busca o equilíbrio emocional mediante a diminuição da intensidade das paixões e o fortalecimento das almas. Caracteriza-se pela tranquilidade sem perturbação, pela paz interior, pelo equilíbrio e moderação na escolha dos prazeres.
  • 252. •4.3) A Ética Formal •A ética dos bens se preocupa com a relação estabelecida entre o proceder individual e o supremo fim da existência humana.
  • 253. O que é Ética Formal? A ética, da etimologia da palavra, faz referência ao estudo dos juízos de apreciação referentes a conduta humana, ela estuda o comportamento moral do homem na sociedade. A ética formal preocupa-se com o motivo da ação e não com o resultado da conduta, ou seja, diferentemente da ética empírica e da ética dos bens, a ética formal não se prende a resultados.
  • 254. Ética Formal Segundo KANT: A ética formal é também conhecida como ética Kantiana, por ter como seu Precursor Immanuel Kant. Segundo Kant, a significação moral do comportamento não está simplesmente no agir corretamente mas, na boa-vontade que é empregada à conduta. Portanto, não se deve analisar apenas a adequação da conduta à norma, mas, procurar desvendar o valor ético da ação empregada.
  • 255. Características da Ética Formal • Defende a consciência racional a partir da lei moral. • Racional, campo da lógica. • O importante é cumprir logicamente o que tem de ser feito. • Deve-se cumprir conforme as exigências da consciência racional e não conforme os sabores do ambiente externo. • O filósofo por excelência dessa doutrina é Kant. Ele advoga que o certo é fazer o que é lógico ou racional.
  • 256. ÉTICA FORMAL • Kant. • A missão da ética é descobrir as características formais que tais imperativos devem ter para que exista neles a forma da razão e, portanto, sejam normas morais. • a) universalidade: “Aja de tal maneira que o teu agir possa ser lei universal”; • b) referir-se aos seres humanos como fins em si mesmo: “Aja de tal maneira que você trate a humanidade tanto em ti como em qualquer outro, sempre como um fim em si mesmo e nunca apenas como meio”; 256
  • 257. ÉTICA FORMAL • O bem moral não reside na felicidade como defendiam as éticas tradicionais, mas em conduzir-se com autonomia, construir corretamente a própria vida. • Mas o bem supremo não se identifica simplesmente com o bem moral. Ele só pode ser alcançado com a união entre o bem moral (possível pela boa vontade autônoma) e a felicidade que aspiramos por natureza. Mas a razão humana não oferece nenhuma garantia de que se possa alcançar este bem supremo. A única que pode fazer isso é a fé religiosa. Assim a existência de Deus é um outro postulado da razão que não se pode provar como também a imortalidade da alma como seu correlato. 257
  • 258. Princípios da Ética Formal: • Exigência de Autonomia: o ato só é moralmente valioso quando representa observância de uma norma que o sujeito deu a si mesmo. A compatibilidade externa entre a norma e a legalidade, não tem valor ético, se desprovida a conduta de respeito à exigência ética; • Universalidade: para que o ato valha moralmente, ele deve ter igual valor moral para todos os homens, não há subjetividade na norma moral.
  • 259. ÉTICA AUTÔNOMA • A lei é fundamentada pela adequação da consciência moral e não pela instância alheia ao Eu. Como observamos, Kant mostra à construção da própria moral. Não aguarda algo de fora. O homem procura aquilo que está dentro dele próprio. Diversos filósofos fundamentaram-se na ética axiológica, e esta estuda a ética do ângulo dos valores. • A autônoma aceita leis próprias e afirma que ela deve vir do próprio cumprimento da ação moral. Esta é a defendida pela maioria dos éticos. 259
  • 260. ÉTICA AUTÔNOMA • A autonomia é desenvolvida com seu próprio exercício, todo voltado ao conhecimento do outro, ao conhecimento e ao convencimento do aluno, cúmplice e co-autor de um projeto • Ele que considera o ser humano um legislador livre e consciente do conjunto de normas e leis morais que adota em sua existência social. 260
  • 261. • Para Kant, em sua filosofia prática, a significação moral do comportamento não reside em resultados externos, mas na pureza da vontade e na retidão dos propósitos do agente considerado. • Trabalha-se a moralidade de um ato a partir do foro íntimo da pessoa. O que significa isso? • A boa vontade não é boa pelo que efetue e realize, não é boa por sua adequação para alcançar algum fim que nos tenhamos proposto; é boa só pelo querer, quer dizer, é boa em si mesma...
  • 262. • Moralmente valioso é o atuar que, além da concordância com aquilo que a norma impõe, exprime o cumprimento do dever pelo dever. Ou seja, por respeito à exigência ética. • O fundamento da lei moral não está na experiência, mas se apóia em princípios racionais apriorísticos. A lei que representa a conduta boa, vem do imperativo categórico, critério supremo da moralidade: • Age sempre de tal modo que a máxima de tua ação possa ser elevada, por sua vontade, à categoria de lei de universal observância.

Notas do Editor

  1. A confusão que acontece entre as palavras Moral e Ética existem há muitos séculos. A própria etimologia destes termos gera confusão, sendo que Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser, e Moral tem sua origem no latim, que vem de “mores”, significando costumes. Esta confusão pode ser resolvida com o esclarecimento dos dois temas, sendo que Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. Durkheim explicava Moral como a “ciência dos costumes”, sendo algo anterior a própria sociedade. A Moral tem caráter obrigatório. Já a palavra Ética, Motta (1984) defini como um “conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem-estar social”, ou seja, Ética é a forma que o homem deve se comportar no seu meio social. A Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência Moral que o leva a distinguir o bem do mal no contexto em que vive. Surgindo realmente quando o homem passou a fazer parte de agrupamentos, isto é, surgiu nas sociedades primitivas, nas primeiras tribos. A Ética teria surgido com Sócrates, pois se exigi maior grau de cultura. Ela investiga e explica as normas morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente por convicção e inteligência. Vásquez (1998) aponta que a Ética é teórica e reflexiva, enquanto a Moral é eminentemente prática. Uma completa a outra, havendo um inter-relacionamento entre ambas, pois na ação humana, o conhecer e o agir são indissociáveis. Em nome da amizade, deve-se guardar silêncio diante do ato de um traidor? Em situações como esta, os indivíduos se deparam com a necessidade de organizar o seu comportamento por normas que se julgam mais apropriadas ou mais dignas de ser cumpridas. Tais normas são aceitas como obrigatórias, e desta forma, as pessoas compreendem que têm o dever de agir desta ou daquela maneira. Porém o comportamento é o resultado de normas já estabelecidas, não sendo, então, uma decisão natural, pois todo comportamento sofrerá um julgamento. E a diferença prática entre Moral e Ética é que esta é o juiz das morais, assim Ética é uma espécie de legislação do comportamento Moral das pessoas. Mas a função fundamental é a mesma de toda teoria: explorar, esclarecer ou investigar uma determinada realidade. A Moral, afinal, não é somente um ato individual, pois as pessoas são, por natureza, seres sociais, assim percebe-se que a Moral também é um empreendimento social. E esses atos morais, quando realizados por livre participação da pessoa, são aceitas, voluntariamente. Pois assim determina Vasquez (1998) ao citar Moral como um “sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas livres e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal”. Enfim, Ética e Moral são os maiores valores do homem livre. Ambos significam &amp;quot;respeitar e venerar a vida&amp;quot;. O homem, com seu livre arbítrio, vai formando seu meio ambiente ou o destruindo, ou ele apóia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo, Ética e a Moral se formam numa mesma realidade.