1) O documento apresenta um programa sobre ética e exercício profissional da engenharia ministrado pelo professor Raul Santos.
2) O conteúdo aborda conceitos de ética, moral e liberdade, além de apresentar cronograma e referências bibliográficas.
3) O documento fornece informações sobre o professor, alunos e atividades, com o objetivo de discutir questões éticas relevantes para a formação dos engenheiros.
1. Departamento de
Engenharia
Engenharia Ambiental
ÉTICA E EXERCÍCIO PROFISSIONAL
DE ENGENHARIA
Professor: Raul Santos
Salvador/BA
Fevereiro/ 2014
04.01.2
2. Sumário:
1 – Apresentação do Professor
2 – Apresentação dos Alunos
3 – Conteúdo do Programa
4 – Atividades
5 – Referência Bibliográfica
6 – Introdução
2
3. 3
Raul Santos
1 – Apresentação do Professor
E-mail: raul.santos@halliburton.com
4. 4
1 – Apresentação do Contrato e Empresa Contratada
2 – Apresentação dos Alunos
• Definição do Representante da Turma:
Contatos:
Cel:
E-mail:
5. 5
Conteúdo da Disciplina
• Introdução
1)Ética como comportamento básico diante das
experiências vivenciais. O porquê da ética e sua função
na construção da realidade.
2)Critério ético e posturas morais. Sistemas:
características e conseqüências éticas.
3) Aparelho / Sistema Subjetivo: aquele que vai gerenciar
os recursos materiais, energéticos e semióticos ou
informacionais (da personalidade ao Estado).
6. 6
Conteúdo da Disciplina
• Introdução
4)Produção, circulação e consumo de valores subjetivos
e financeiros / políticos / ecológicos.
5)O engenheiro como agente social, seu papel no
aparelho do estado. Código de Ética do CONFEA-CREA.
7. 7
3 – Cronograma de visitas
5- Referência Bibliográfica
REFERÊNCIA BÁSICA:
SANCHEZ, V. A. Ética. Editora Civilização Brasileira. 1999, 2000, 2003, 2004,
2006, 2008, 2011.
CHAUÍ, MARILENA DE SOUZA. Convite à Filosofia. 1997, 1999, 2001, 2003,
2011.
ARISTOTELES. Ética a Nicômano. 2002, 2009.
GOLDI, José Roberto. Ética. Disponível em:
Http://www.ufrgs.br/bioetica/etica.htm. Acesso: 25/10/2013.
NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional. 4.ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2004. p.55-60.
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética, Civilização Brasileira. 33ª Edição. Rio de
Janeiro. 2012.
8. 8
3 – Cronograma de visitas
5- Referência Bibliográfica
REFERÊNCIA BÁSICA:
CONFEA / CREA. Código de Ética Profissional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia. 7º Edição / 2011.
JORGE, Cláudia. Ética Profissional. Artigo. UNINORTE – Rio Branco – AC,
Brasil, 2008. Disponível em: <
http://www.webartigos.com/artigos/etica-profissional/9551/> Acesso em:
04/11/2013.
9. 9
5- Referência Bibliográfica
REFERÊNCIA COMPLEMENTAR:
NALINI, JOSE RENATO. Ética Geral e Profissional. 1999, 2012.
CHALITA, Gabriel. Os dez mandamentos da ética. Rio de janeiro: Nova
Fronteira, 2009.
OLIVEIRA, M. A. Correntes Fundamentais da Ética Contemporânea, Editora
Vozes. 2000.
PENNINGTON, RANDY. A ética nos negócios: como um simples compromisso
com você mesmo pode ser do seu sucesso profissional, 1995.
Fontes:
SÁ, A. L. Ética profissional. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2001.
BENNETT, C. Ética profissional. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
10. REFERÊNCIAS
Ética: conceito e classificações. Disponível em: <ftp://ftp.unilins.edu.br/leonides/Aulas/Etica
%20e%20Responsabilidade%20Social/>. Acesso em 22 out. 2013.
NEGRA, L. Conceito de Ética. São Gonçalo – Rio de Janeiro, 22 mar. 2011. Disponível em
<http://www.recantodasletras.com.br/textosjuridicos/2863997>. Acesso em 22 out. 2013.
OLIVEIRA, N. M. G. Ética dos Bens. Rio Branco – Acre, 2004. Disponível em:
<http://amigonerd.net/humanas/direito/a-etica-dos-bens>. Acesso em: 22 out. 2013.
PINTO, M. G. Ética e Filosofia. Disponível em: <http://www.slideshare.net/marcelgois/tica-conceitos-
10
e-aspectos-filosficos-2041253>. Acesso em: 22 out. 2013.
BRANDES, D. O. Virtudes cardeais. Disponível em:
<http://www.catolicoorante.com.br/virtudescardeais.html>. Acesso em: 25 out. 2013.
As virtudes cardeais. Disponível: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Virtudes_cardinais>. Acesso em:
25 out. 2013.
As virtudes cardeais. Disponível: <http://asvirtudescardeais.blogspot.com.br/>. Acesso em: 25
out. 2013.
11. REFERÊNCIAS
BOFF, Leonardo. Ethos mundial. Um consenso mínimo entre os humanos. Brasília: Letra
Viva, 2000.
BOFF, Leonardo. Ética e Moral: a busca de fundamentos. Petrópolis: Vozes, 2004.
COMPARATO, Fábio Konder. Ética: Direito, Moral e Religião no Mundo Moderno. São
Paulo: Companhia das Letras, 2006.
MONDIN, Battista. O Homem: quem é ele? Elementos de Antropologia Filosófica. 8ª ed.
São Paulo: Paulus, 1980.
GALLO, Silvio (Coord.). Ética e Cidadania: Caminhos da Filosofia. 11ª ed. Campinas:
Papirus, 2003.
SEGUNDO, Juan Luis. Que Mundo? Que Homem? Que Deus?. Aproximações entre
Ciência, Filosofia e Teologia. São Paulo: Paulinas, 1995.
SANCHEZ VÁSQUEZ. Adolfo. Ética. 24ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. História e grandes temas. 16 ed. São
Paulo: Saraiva, 2006.
LAW, Stephen. Filosofia. Guia ilustrado Zahar. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
COSTA, José Silveira da. Max Scheler: o personalismo ético. São Paulo: Moderna, 1996.
WOJTYLA, Karol. Max Scheler e a ética cristã. Trad. Diva T. Pisa. Curitiba: Champagnat,
1993.
12. • GROKORRISKI, Carlos Ricardo, ÉTICA, disponível em
filosofianreapucarana.pbworks.com/f/ÉTICA.ppt, acesso em 24/10/2013
• PINTO, Marcel de Gois. Ética e Filosofia: O que é ética, moral e evolução do
pensamento ético. Universidade Federal da Paraíba, disponível em:
http://www.slideshare.net/marcelgois/tica-conceitos-e-aspectos-filosficos-2041253
, acesso em: 25/10/2013
16. Por que falar em ética ?
Ética
é fator
determinante
dos rumos
de uma
sociedade
17. O que é a ética ?
A ética pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a
forma de uma atitude prática diante da vida cotidiana, capaz de
julgar criticamente os apelos acríticos da moral vigente.
Mas a ética, tanto quanto a moral, não é um conjunto de
verdades fixas, imutáveis; ela se move e, historicamente, se
amplia e se adensa. Para se entender como isso acontece na
história da humanidade, basta lembrar que, um dia, a
escravidão foi considerada "natural".
18. Aula 1 e 2
O QUÊ É ÉTICA?
HISTÓRICO E
CONCEITUAÇÃO
19. Estudo ou reflexão, científica ou
filosófica, e eventualmente até teológica,
sobre os costumes ou sobre as ações
humanas.
Também chamamos de ética a própria
vida, quando conforme aos costumes
considerados corretos (VALLS, 1986).
20. É a ética necessária e importante?
A ética tem sido o principal regulador do desenvolvimento
histórico-cultural da humanidade. Sem ética, ou seja, sem a
referência a princípios humanitários fundamentais, comuns a
todos os povos, nações, religiões, etc.., a humanidade corre
riscos reais de se despedaçar e, eventualmente, auto-destruir,
uma vez que fica comprometido o relacionamento entre os
povos.
21. • 1-2) Ética como comportamento básico diante das
experiências vivenciais. O porquê da ética e sua função na
construção da realidade.
22. Premissa
• O homem é um ser cultural, capaz de transformar a natureza
conforme suas necessidades existenciais, por meio de uma ação
intencional e planificada
• Tal ação acontece em função dos valores que presidem o agir
humano
• ESOPO e os dois cães.
22
23. Premissa
•Na medida em que atendemos ou
transgredimos certos padrões, nossos
comportamentos são avaliados bons
ou maus, e o que produzimos é
julgado belo ou feio.
23
24. Premissa
• Como todas as ações humanas
possuem um caráter de valor,
podemos dizer que é impossível viver
sem estes mesmos valores.
• São constitutivos da vida humana.
24
25. Ética profissional, cidadã e universal
Tudo até aqui afirmado e visto, sustenta que há uma
relação direta entre os princípios que formam a ética
universal do ser humano, a ética da cidadania e a ética do
profissional ligado ao sistema CONFEA/CREA’s, até
porque um profissional não é uma peça solta da cadeia de
produção econômica. Cada profissional está vinculado à
sociedade em que vive, constituindo-se num ser social e
político, isto é, num cidadão.
26. Valorar é um ato humano
• O ato de valorar é uma tarefa humana e
coletiva que nunca termina. Ele
fundamentará o projeto comum de dar
um sentido ao nosso mundo.
• O homem é responsável por si mesmo e
por todos. Escolhendo-me, escolho o
homem porque minha opção engaja
todos os outros homens.
26
27. Juízos de realidade e valor
•Os valores não são, mas valem.
• Quando dizemos de algo que vale,
não dizemos nado do seu ser, mas
dizemos que não é indiferente. A
não-indiferença constitui esta
variedade ontológica (constitutiva do
ser) que contrapõe o valor ao ser. A
não indiferença é a essência do valor
27
28. Moral: dimensão prática
• A moral é um conjunto de regras de conduta
adotadas pelos indivíduos de um grupo social e
tem a finalidade de organizar as relações
interpessoais segundo os valores do bem e do
mal.
• A moral é a aplicação da ética no cotidiano, é a
prática concreta.
28
29. Moral: construção contínua
•O homem não nasce moral, mas
torna-se moral. O convívio humano é
o grande responsável pelo aprender-se
moral do homem. Por
conseguinte, podemos afirmar que a
educação tem como tarefa formar
pessoas capazes de bem viver, agir
de maneira virtuosa ou segundo
princípios aceitos pela coletividade.
29
30. Juízos de realidade e valor
• Existem dois tipos de juízos: os juízos
de realidade e os juízos de valor. Os
primeiros, enquanto constatação da
realidade (ex.: isto é uma mesa) e os
últimos, enquanto qualidade do
conteúdo, podendo ser atrativa ou
repulsiva, boa ou má e assim por
diante( ex: esta atitude é correta)
30
32. Moral: o sujeito autônomo
•O verdadeiro homem moral não
recebe passivamente as regras do
grupo, mas as aceita (ou recusa) livre
e conscientemente.
• Tornar-se moral é assumir
livremente as regras propostas.
32
33. Educação e liberdade
•O destaque conferido aos valores de
caráter moral, político e estético
trazem consigo a tentativa de
compreender a intencionalidade dos
atos humanos. Atos, em última
instância, livres. A liberdade não é
algo dado, mas resultado de uma
conquista, de um aprendizado
constante.
•Mas em suma, o que é a liberdade?
33
34. Determinismo x liberdade
• Determinismo: o homem, como as coisas, sofre
constrangimentos externos e internos, tendo
apenas a ilusão de escolher livremente.
• Autonomismo: o homem possui uma liberdade
absoluta, podendo agir de uma forma ou de
outra, independente das formas que o
constrangem. Nesse caso, ser livre é ser
incausado.
34
35. Determinismo x liberdade
• Admitimos inicialmente que o homem é,
sim um ser situado e, portanto, sofre
múltiplas determinações, mas como é
também um ser consciente, quando toma
conhecimento da situação em que se
encontra inserido, e dos obstáculos a ele
antepostos, é capaz de agir sobre a
realidade, transformando-a.
35
36. Determinismo x liberdade
• Assim, fica clara a idéia de que a
liberdade é algo construído a partir
de uma situação dada e de condições
históricas concretas.
• Em outras palavras, a liberdade é um
ato por natureza humano, histórico-cultural,
inserido no tempo e espaço.
36
37. Liberdade e autonomia
• Todo o processo de adquirir
autonomia é um processo de
aprendizado.
• Parafraseando George Gusdorf, “a
liberdade adolescente é uma
adolescência da liberdade”.
37
38. A Caverna de Platão
• Segundo o “mito da caverna” de Platão, trata-se de uma visão
deste de que existindo uma caverna onde estão acorrentados
homens desde a sua infância, dispostos de tal forma que
somente podem vislumbrar o fundo da caverna. À sua frente
são projetadas as sombras das coisas que passam às suas
costas, onde existe uma fogueira. Essa é a realidade para
esses homens. Platão afirma que se um desses homens
conseguisse se libertar de seus grilhões e contemplar o
mundo exterior, quando retornasse a caverna e relatasse o
que havia visto, esses os veria como um louco, não lhe dando
crédito.
39.
40. • 3) Aparelho / Sistema Subjetivo: aquele que vai gerenciar os
recursos materiais, energéticos e semióticos ou
informacionais (da personalidade ao Estado).
41. ÉTICA É ALGO QUE TODOS
PRECISAM TER....
ALGUNS DIZEM QUE TÊM....
POUCOS LEVAM A SÉRIO....
É RARO OS QUE CUMPREM À
RISCA...
42. Reflexão
• Pode-se exercer com responsabilidade
uma profissão, sem ética?
• Sendo-se ético, pode-se exercer com
irresponsabilidade uma profissão?
• Em não sendo-se ético, como exercer com
responsabilidade uma profissão?
43. Reflexão
• Se não houver ética, e consequentemente
nem responsabilidade, como manter um
bom relacionamento com o cliente, com
a empresa, com os colegas, enfim com a
sociedade?
• Em não havendo bom relacionamento
numa sociedade, como construí-la?
44. IInnttrroodduuççããoo
1. Programa e meta: formação profissional e
critérios éticos.
2. Preocupação central: compromisso ético e
profissional com a Instituição.
3. Cotidiano da atuação profissional: campo das
relações humana.
45. PPeerrgguunnttaass EExxiisstteenncciiaaiiss
a) “Que posso saber?” – Metafísica.
b) “Que devo fazer?” – Moral.
c) “Que posso esperar?” – Religião.
d) “Que é o homem?” – Antropologia.
“No fundo, tudo isto poderia reduzir-se à antropologia,
porque as três primeiras perguntas se referem à última”.
Kant.
46.
47. QQuueessttõõeess rreellaacciioonnaaddaass àà mmoorraall ee àà
ééttiiccaa 1. Problemas no atual contexto sócio-político-econômico.
a) Perda dos valores:
- honestidade.
- sabedoria.
- sensibilidade
- semelhança e alteridade.
48. Alteridade
• Alteridade (ou outridade) é a concepção que parte do
pressuposto básico de que todo o homem social interage e
interdepende do outro. Assim, como muitos antropólogos e
cientistas sociais afirmam, a existência do "eu-individual" só é
permitida mediante um contato com o outro (que em uma
visão expandida se torna o Outro - a própria sociedade
diferente do indivíduo).
49. Divisões da Ética
Quanto à abrangência:
• Problemas gerais e
fundamentais:
Liberdade, consciência,
bem, valor, lei e outros
• Problemas específicos
de aplicação concreta:
Ética profissional,
política, sexual,
matrimonial e outras
Quanto à abordagem:
• Ética material
• Ética formal
• Ética profissional
• Ética autônoma
50. b) “Muitas das grandes corporações transnacionais trabalham com
uma perspectiva de ´cenário futuro`, para o ano 2013, entre 700
milhões e um bilhão de consumidores potenciais, com apreciável
poder aquisitivo. Alguns poucos aumentam a cifra da clientela
potencial ´interessante` para ao redor de um bilhão e meio. Isso
numa humanidade de, previsivelmente, 6,5 a 8 bilhões de
habitantes. É para esse recorde de clientela que se planeja o
´crescimento econômico`. Como se dá para ver, a ´a massa
sobrante`, isto é, o número de ´desinteressantes` e ´descartáveis`,
é assustador”. (ASSMANN, 1994).
51. c) Contraponto: “Por que você acha que
1% da população ganha cerca de 96% de
todo o dinheiro que circula? Você acha
que isso acontece por acaso? Isso é
planejado assim. Esse 1% entende algo.
Eles entendem O Segredo, e agora você
está sendo apresentado a ele”. (BYRNE,
2007, p. 06).??????
52. d) Questões relacionadas à ecologia:
Ética e meio ambiente: “O trabalho é a ação
humana que transforma a natureza para o
homem. Mas para que o trabalho cumpra
essa finalidade de sustentar e humanizar o
homem deve realizar-se de modo auto-sustentável
para a natureza e para o
homem”. Preservar e cuidar do meio
ambiente é uma responsabilidade ética
diante da própria sobrevivência humana.
53. • VALORES
• Os valores são elementos mediadores de
componentes afetivos (o que se
conhece), que geram determinadas
atitudes, estão relacionados à cultura na
qual a pessoa está inserida. Como cada
pessoa tem uma série de valores
interdependentes.
57. Análise e Discussão
“Valor não é propriedade dos objetos em si, mas propriedade
adquirida graças À sua relação com o homem como ser social.
Mas, por sua vez, os objetos podem ter valor somente quando
dotados realmente de certas propriedades objetivas”.
(VÁZQUEZ, 2012)
58. •CRENÇAS
• crença - um produto cultural, algo em que as pessoas crêem.
Crença um processo cognitivo, mediador com características
variáveis e permite que pode ocorrer algo a respeito de um
objeto determinado.
59. ÉTICA PROFISSIONAL
• Narciso, de Caravaggio,
1598-99. O mito Grego de
Narciso, personagem que
morreu enamorado pela
própria imagem refletida
na água, representa
aqueles que não
conseguem sair de si
mesmos e descobrir a
alteridade: ser moral é
reconhecer o outro como
outro.
60. RReellaaççããoo eennttrree ééttiiccaa ee mmoorraall
11.. DDiissttiinnççããoo
- A moral e a ética não são um conjunto de
verdades fixas e imutáveis; ambas apresentam um caráter
histórico.
61. aa)) MMoorraall
- Regulação dos valores e
comportamentos considerados
legítimos por uma determinada
sociedade, um povo, uma religião,
tradição cultural etc.
- Fenômeno social particular, sem
o compromisso com a
universalidade.
62. 1. O homem é um ser consciente
• O fenômeno moral é tão antigo quanto a
história da humanidade ex. as máximas de
Ptahotep (2.500 a.C). Obra essa que reúne
aforismas de Ptahotep, ministro de um faraó,
compôsta para orientar a educação do filho,
aconselhando a ser leal,
63. MMoorraall
• Que denota bons costumes, boa conduta, segundo os preceitos
socialmente estabelecidos pela sociedade ou por determinado
grupo social.
• Conjunto de valores como a honestidade, a bondade, a virtude etc.,
considerados universalmente como norteadores das relações
sociais e da conduta dos homens.
• Ex.: defendia a m. e os bons costumes.
Fonte: Dicionário Houaiss
64. MMoorraall
• Conjunto das regras, preceitos etc. Característicos de determinado
grupo social que os estabelece e defende.
Ex.: <m. burguesa> <m. cristã>
• Conjunto dos princípios, ger. virtuosos, adotados por um indivíduo,
e que, em última análise, norteia o seu modo de agir e pensar.
Fonte: Dicionário Houaiss
65. MMoorraall
• Cada um dos sistemas variáveis de leis e valores
estudados pela ética (disciplina autônoma da filosofia),
caracterizados por organizarem a vida das múltiplas
comunidades humanas, diferenciando e definindo
comportamentos proscritos, desaconselhados,
permitidos ou ideais.
• Parte da filosofia que estuda o comportamento humano
à luz dos valores e prescrições que regulam a vida das
sociedades.
Fonte: Dicionário Houaiss
66.
67. • Antes de uma determinada ação, a consciência moral emite um
determinado juízo que aconselha ou proíbe.
• Após a realização da ação, a consciência moral se manifesta como
um sentimento de satisfação (força recompensadora), ou
arrependimento, remorso (força condenatória).
68. Dentro de mim há dois
cachorros: um deles é
cruel e mau; o outro é
muito bom. Os dois
estão sempre brigando.
O que ganha a briga é
aquele que eu alimento
69. • Três componentes fundamentais da vida moral> CONSCIÊNCIA –
LIBERDADE – RESPONSABILIDADE.
• Assim temos que qualquer coação interna ou externa anula a
liberdade de uma pessoa, e a exime da responsabilidade moral.
• Etapas da formação da consciência> (aprofundar) Piaget, a formação
segue quatro etapas: Anomia, heterônoma, socionomia e
autonomia.
70. bb)) ÉÉttiiccaa
• ETHOS : Modo de ser, caráter,
costume.
•Ethos : morada do
homem
71. bb)) ÉÉttiiccaa
- Julgamento da validade das morais. “A ética
é uma reflexão crítica sobre a moralidade”.
- “Mas ela não é puramente teoria. A ética é
um conjunto de princípios e disposições
voltados para a ação, historicamente
produzido, cujo objetivo é balizar as ações
humanas. A ética existe como uma referência
para os seres humanos em sociedade, de
modo tal que a sociedade possa se tornar
cada vez mais humana”.
72. ÉÉttiiccaa
• -Teoria moral fundamentada em
princípios definidos de maneira
concreta, material e empírica, não
importando se consistem em
interesses individuais ou coletivos
(utilitarismo, pragmatismo),
finalidades últimas (racionalismo)
ou valores (axiologias).
•Fonte: Dicionário Houaiss
73. • ÉÉttiiccaa
•Definições
•Conjunto de princípios e valores
que regem a conduta humana e
orientam as relações sociais
•Pertence a natureza humana
•Cada um tem seus princípios
•Morada do ser
•Juiz do ser
74. ÉÉttiiccaa
•Conjunto de regras de
conduta moral, deontológica
e científica dos profissionais
de determinada área.
•Fonte: Dicionário Houaiss
75.
76. • ÉÉttiiccaa
•Características da Ética
•Inacabada
•Centro é fazer o bem
•Hábitos e costumes
•Singular
•Individualidade
77. • Por que a ética é necessária e importante?
• A ética é o principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural
da humanidade. Sem ética, a humanidade corre riscos
reais de se despedaçar e, eventualmente, auto-destruir.
78. • A quem a falta de ética
• prejudica?
• A falta de ética mais prejudica a quem tem menos poder
(econômico, político ou cultural).
81. •Não existem normas
acabadas, definitivas A
ética é uma construção
antropo-sócio-cultural
82.
83. 2. O Conceito de Ética
• Ética é a ciência do comportamento moral dos homens em
sociedade.
• É uma ciência que tem objeto próprio, leis próprias e método
próprio.
• A moral é um dos aspectos do comportamento humano.
• O objeto da ética é a moral, mais especificamente a moralidade
positiva, ou seja, o conjunto de regras de comportamento e formas
de vida através das quais tende o homem a realizar o valor do bem.
84. • O conceito de ética já leva à conclusão de que ela não se
confunde com a moral.
• A ética é a ciência dos costumes, já a moral, não é ciência,
mas objeto da ciência.
• Como ciência, a ética procura extrair dos fatos morais os
princípios gerais a eles aplicáveis.
• Enquanto conhecimento científico, a ética deve aspirar à
racionalidade e objetividade mais completas e, ao mesmo
tempo, deve proporcionar conhecimentos sistemáticos,
metódicos.
85. • A ética é uma disciplina normativa, não por criar normas,
mas por descobri-las e elucidá-las.
• O objetivo, é mostrar às pessoas os valores e princípios que
devem nortear sua existência.
• O complexo de normas éticas se alicerça em valores. Há
uma conexão entre dever e valor. Pois para responder a
pergunta o que devo fazer, devo saber responder sobre o
que é valioso.
86. • Toda norma pressupõe um valor. A norma é regra de
conduta que postula dever.
• Todo juízo normativo é regra de conduta, mas nem
toda regra de conduta é uma norma.
• Algumas regras de conduta tem caráter obrigatório,
enquanto outras são facultativas.
• A noção de norma pode precisar-se com clareza se
comparada com a de lei natural ou físicas.
• As leis físicas são juízos enunciativos que assinalam
ralações constantes entre os fenômenos.
• As leis físicas têm um fim explicativo, as normas um
fim prático.
87. • As normas não pretendem explicar nada, mas
provocar um comportamento.
• As leis físicas referem-se à ordem da realidade e
tratam de torná-la compreensível.
• O investigador da natureza não faz juízos de valor.
Simplesmente se pergunta a que leis obedecem os
fenômenos.
• Ao formulador de normas do comportamento não
importa o proceder real da pessoa, senão a
explicitação dos princípios a que sua atividade deve
estar sujeita.
• A norma exprime um dever e se dirige a seres capazes
de cumpri-las ou não. Se o indivíduo não pudesse
deixar de fazer o que ela prescreve, não seria norma
genuína, mas lei natural.
88. • Outra diferença é que a lei natural ou física, pode ser provada
pelos fatos, e a norma vale independentemente de sua violação ou
observância.
• A ordem normativa é insustentável de comprovação empírica.
• As normas não valem enquanto são eficazes, senão na medida em
que expressam um dever ser. Aquilo que deve ser pode não haver
sido, não ser atualmente e nem chegar a ser nunca, mas perdurará
como algo obrigatório.
89. • Já as leis naturais, só se validam se a experiência não as desmentem.
• A possibilidade de inobservância, indiferença humana pelas normas
não deve desalentar aqueles que acreditam na sua
imprescindibilidade para conferir sentido à existência.
• O papel confiado aos cultores da ciência normativa é reforçar essa
tendência, fazendo reduzir o nível de inobservância perante a ordem
do dever ser.
90. • Regras de Interação
• Etiqueta (normas de comportamento, cortesia)
• Direito (leis e normas da organização)
• Moral (padrões aceitos e criados por um grupo social)
• Ética (área da filosofia que reflete e analisa o comportamento do
indivíduo, mediante seus valores, hábitos e costumes.
91. Ética e Individualismo
• Tendência do ser humano: defender, em primeiro lugar, seus
próprios interesses.
• Consciência de grupo: tem surgido, quase sempre, mais por
interesse de defesa do que por altruísmo.
92. De qualquer forma...
• “... A conduta humana pode sofrer os efeitos da ambiência
institucional, mas não pode excluir a vontade ética; a ação,
mesmo em nome da instituição, será sempre uma ação
humana, com responsabilidade perante a Ética!”
93. • Ética na engenharia
• Instrumento fundamental para a instauração de um viver em
conjunto, sem conflitos
• Base para a construção de uma profissão respeitada pela sociedade
• Contribuir para a qualidade de vida do próximo
• Estabelecer normas de conduta entre as diversas engenharias
94. • 3. Ética profissional
• Muitos autores definem a ética profissional como sendo um
conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em
prática no exercício de qualquer profissão.
• Seria a ação “reguladora” da ética agindo no desempenho das
profissões, fazendo com que o profissional respeite seu
semelhante quando no exercício da sua profissão.
95. • Ela atinge todas as profissões e quando falamos de ética
profissional estamos nos referindo ao caráter normativo e
até jurídico que regulamenta determinada profissão a partir
de estatutos e códigos específicos.
• Acontece que, em geral, as profissões apresentam a ética
firmada em questões muito relevantes que ultrapassam o
campo profissional em si. Questões como o aborto, pena de
morte, seqüestros, eutanásia, AIDS, por exemplo, são
questões morais que se apresentam como problemas éticos -
porque pedem uma reflexão profunda - e, um profissional, ao
se debruçar sobre elas, não o faz apenas como tal, mas como
um pensador, um "filósofo da ciência", ou seja, da profissão
que exerce.
96. • Desta forma, a reflexão ética entra na moralidade de qualquer
atividade profissional humana.
• Sendo a ética inerente à vida humana, sua importância é
bastante evidenciada na vida profissional, porque cada
profissional tem responsabilidades individuais e
responsabilidades sociais, pois envolvem pessoas que dela se
beneficiam.
• A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na ação
humana “o fazer” e “o agir” estão interligados. O fazer diz
respeito à competência, à eficiência que todo profissional deve
possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à
conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve
assumir no desempenho de sua profissão.
97. Pensadores
Sócrates (470 – 399 a.C.)
- Fundador da Moral;
- Pensador da subjetividade: há
diferença entre o que digo /
faço e o que eu quero dizer /
fazer.
“Se eu pudesse ensinar aos homens a
ver clara e inteligentemente os
resultados e a natureza de seus atos,
talvez bastasse para fazê-los trilhar o
reto caminho”.
98. Pensadores
Platão (428 – 347 a.C.)
- Felicidade e o sumo bem;
- O ideal buscado pelo homem
é a assimilação de Deus (Leis);
- Vida divina: de contemplação
filosófica e virtude.
99. Pensadores
Aristóteles (384 – 322 a.C.)
- Ética a Eudemo: o objetivo
da vida humana é o culto e a
contemplação do divino;
- Ética a Nicômaco: a busca da
felicidade e do prazer. “Os
verdadeiros prazeres do
homem são as ações
conforme a virtude”.
Virtude “é um hábito adquirido, voluntário, deliberado,
que consiste no justo meio em relação a nós, tal como o
determinaria o bom juízo de um varão prudente e
sensato, julgando conforme a reta razão e a experiência”
100. Pensadores
Kant (1724 – 1804)
Ética universal / Filosofia
transcendental;
Motivo válido para a ação
moral: porque é dever;
Imperativo categórico
(Fundamentação da metafísica
dos costumes)
“Devo proceder sempre de maneira que
eu possa querer também que minha
máxima se torne uma lei universal”
101. Pensadores
Max weber (1864-1920)
- Ética Protestante e o Espírito
do Capitalismo;
- A libertação dos valores e a
construção de uma ciência
empírica da realidade
concreta;
- O crescimento econômico e o
desenvolvimento ético estão
dissociados.
102. Os fins a que se propõe a
ética Favorecer o relacionamento social, preservando-se a harmonia
entre os homens;
Superar as diferenças existentes entre os indivíduos (fortalecer o
senso de comunidade);
Reiterar que a ética individual não é definida apenas pelo critério
da identidade do indivíduo, mas leva em conta as relações sociais;
Valorizar as ações humanas em conformidade com a escolha e os
efeitos dela decorrentes;
103. Os fins a que se propõe a
ética Enaltecer a importância de investigação de princípios que
disciplinam o comportamento humano, especialmente a respeito
da essência das normas , valores, prescrições presentes em
qualquer realidade social;
Lembrar que ao lado dos valores que atribuímos a nós existem os
que as pessoas se atribuem;
Ética pressupões igualdade entre os cidadãos
104. Classificação da Ética
Ética material: teoria moral fundamentada em princípios definidos de
maneira concreta, material e empírica, não importando se consistem em
interesses individuais ou coletivos;
Ética formal: doutrina moral de Kant e de seus epígonos, caracterizada
pela formulação de leis e imperativos morais que se fundamentam em
formas universais e aprioríticas da razão sem ligação imediata com os
valores;
Ética profissional: conjunto de regras de conduta moral, deontológica e
científica dos profissionais;
Ética autônoma: doutrina ética que considera o ser humano um
legislador livre e consciente do conjunto de normas e leis morais que
adota em sua existência social, supondo a inexistência de
condicionamentos extra-humanos ou involuntários de origem política,
material ou divina.
107. • A Ética baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a
natureza e o fim de todo ser humano, por isso, “o agir” da
pessoa humana está condicionado a duas premissas
consideradas básicas pela Ética: “o que é” o homem e “para que
vive”, logo toda capacitação científica ou técnica precisa estar
em conexão com os princípios essenciais da Ética. (MOTTA,
1984, p. 69)
108. 4. Individualismo e ética profissional
• Parece ser uma tendência do ser humano, como tem sido
objeto de referências de muitos estudiosos, a de defender,
em primeiro lugar, seus interesses próprios e, quando esses
interesses são de natureza pouco recomendável, ocorrem
seríssimos problemas.
• O valor ético do esforço humano é variável em função de seu
alcance em face da comunidade. Se o trabalho executado é só
para auferir renda, em geral, tem seu valor restrito.
109. • Por outro lado, nos serviços realizados com amor, visando ao
benefício de terceiros, dentro de vasto raio de ação, com
consciência do bem comum, passa a existir a expressão social do
mesmo.
• Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente, tende a ter
menor consciência de grupo. Fascinado pela preocupação
monetária, a ele pouco importa o que ocorre com a sua
comunidade e muito menos com a sociedade.
• Para ilustrar essa questão, citaremos um caso, muito conhecido,
porém de autor anônimo.
110. • Dizem que um sábio procurava encontrar um ser integral, em
relação a seu trabalho. Entrou, então, em uma obra e começou a
indagar. Ao primeiro operário perguntou o que fazia e este
respondeu que procurava ganhar seu salário; ao segundo repetiu a
pergunta e obteve a resposta de que ele preenchia seu tempo;
finalmente, sempre repetindo a pergunta, encontrou um que lhe
disse: “Estou construindo uma catedral para a minha cidade”.
• A este último, o sábio teria atribuído a qualidade de ser integral em
face do trabalho, como instrumento do bem comum.
111. • Como o número dos que trabalham, todavia,
visando primordialmente ao rendimento, é grande,
as classes procuram defender-se contra a
dilapidação de seus conceitos, tutelando o trabalho
e zelando para que uma luta encarniçada não
ocorra na disputa dos serviços. Isto porque ficam
vulneráveis ao individualismo.
• A consciência de grupo tem surgido, então, quase
sempre, mais por interesse de defesa do que por
altruísmo.
• Isto porque, garantida a liberdade de trabalho, se
não se regular e tutelar a conduta, o individualismo
pode transformar a vida dos profissionais em
reciprocidade de agressão.
112. • Tal luta quase sempre se processa através de aviltamento de
preços, propaganda enganosa, calúnias, difamações, tramas,
tudo na ânsia de ganhar mercado e subtrair clientela e
oportunidades do colega, reduzindo a concorrência.
Igualmente, para maiores lucros, pode estar o indivíduo tentado
a práticas viciosas, mas rentáveis.
• Em nome dessas ambições, podem ser praticadas quebras de
sigilo, ameaças de revelação de segredos dos negócios,
simulação de pagamentos de impostos não recolhidos, etc.
113. • Para dar espaço a ambições de poder, podem ser armadas tramas
contra instituições de classe, com denúncias falsas pela imprensa
para ganhar eleições, ataque a nomes de líderes impolutos para
ganhar prestígio, etc.
• Os traidores e ambiciosos, quando deixados livres completamente
livres, podem cometer muitos desatinos, pois muitas são as
variáveis que existem no caminho do prejuízo a terceiros.
114. • A tutela do trabalho, pois, processa-se pelo caminho da
exigência de uma ética, imposta através dos conselhos
profissionais e de agremiações classistas. As normas devem
ser condizentes com as diversas formas de prestar o serviço de
organizar o profissional para esse fim.
• Dentro de uma mesma classe, os indivíduos podem exercer
suas atividades como empresários, autônomos e associados.
Podem também dedicar-se a partes menos ou mais refinadas
do conhecimento.
115. • A conduta profissional, muitas vezes, pode tornar-se agressiva e
inconveniente e esta é uma das fortes razões pelas quais os códigos
de ética quase sempre buscam maior abrangência.
• Tão poderosos podem ser os escritório, hospitais, firmas de
engenharia, etc, que a ganância dos mesmos pode chegar ao domínio
das entidades de classe e até ao Congresso e ao Executivo das
nações.
116. • A força do favoritismo, acionada nos instrumentos do poder
através de agentes intermediários, de corrupção, de artimanhas
políticas, pode assumir proporções asfixiantes para os
profissionais menores, que são a maioria.
• Tais grupos podem, como vimos, inclusive, ser profissionais, pois,
nestes encontramos também o poder econômico acumulado, tão
como conluios com outras poderosas organizações empresariais.
117.
118. • Portanto, quando nos referimos à classe, ao social, não nos
reportamos apenas a situações isoladas, a modelos
particulares, mas a situações gerais.
• O egoísmo desenfreado de poucos pode atingir um número
expressivo de pessoas e até, através delas, influenciar o
destino de nações, partindo da ausência de conduta virtuosa
de minorias poderosas, preocupadas apenas com seus lucros.
• Sabemos que a conduta do ser humano pode tender ao
egoísmo, mas, para os interesses de uma classe, de toda uma
sociedade, é preciso que se acomode às normas, porque estas
devem estar apoiadas em princípios de virtude.
• Como as atitudes virtuosas podem garantir o bem comum, a
Ética tem sido o caminho justo, adequado, para o benefício
geral.
119. • Egresso de uma vida inculta, desorganizada, baseada apenas em
instintos, o homem, sobre a Terra, foi-se organizando, na busca de
maior estabilidade vital. Foi cedendo parcelas do referido
individualismo para se beneficiar da união, da divisão do trabalho,
da proteção da vida em comum.
• A organização social foi um progresso, como continua a ser a
evolução da mesma, na definição, cada vez maior, das funções dos
cidadãos e tal definição acentua, gradativamente, o limite de ação
das classes
120. cc)) TTaarreeffaass ddaa ÉÉttiiccaa
- Principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da
humanidade.
- Sem ética, ou seja, sem a referência a princípios humanitários
fundamentais comuns a todos os povos, nações, religiões etc, a
humanidade já teria se despedaçado até a auto-destruição.
- Ethos: ética em grego. Designa a morada humana. Significa tudo
aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma
morada saudável: materialmente sustentável, psicologicamente
integrada e espiritualmente fecunda.
121. 3. Moral absoluta ou relativa
• Os preceitos éticos são imperativos
• Para serem racionalmente aceitos pelos seus destinatários, estes
precisam acreditar que eles derivem de uma justificativa consistente.
• Norma moral– valor objetivo?.
• Norma – fixada arbitrariamente?.
• Norma – válida para todos e em todos os tempo e lugares?.
• Norma – validade condicionada?.
122. • Tem-se duas posições antagônicas> uma absolutista e
apriorista e outra relativista e empirista.
• A relativista e empirista> a norma ética é puramente
convencional e mutável. O conhecimento da norma ética é
empírica. Defende a existência de várias morais, do
subjetivismo.
• A absolutista e aprioristica> a validez é atemporal e
absoluta. Proclama o conhecimento da norma ética a priori.
Defende a existência de uma moral universal objetiva.
123. • Para os absolutistas, cada ser humano é dotado de algo natural que o
predispõe ao discernimento do que é certo e errado em termos
éticos.
• Para os absolutistas não se poderia falar do bem e do mau, da virtude
e do vício, se não houvesse a consciência humana, aquela que é capaz
de intuir o que vale.
• Já os relativistas entendem não haver sentido falar em valores à
margem da subjetividade humana.
124. • O bom e o mau não significam algo que valha por si,
mas são palavras cujo conteúdo é condicionado por
referenciais de tempo e espaço.
• Na verdade, o bem é fruto da criação subjetiva e a
norma moral é mero convencionalismo.
• O resultado dessa contraposição de idéias é que a tese
objetivista conduz à conclusão de que não há criação
nem transmutação de valores, senão descobrimento ou
ignorância dos mesmos. Os valores não se criam, nem
se transformam, se descobrem ou se ignoram.
• Sendo assim, o desafio da ética é elaborar no homem o
órgão moral que torna possível tal descobrimento.
125. • Ao contrário, a tese subjetivista, postula a autêntica criação de
valores por vontade dos homens.
• Os homens criam valores à medida do necessário ou do oportuno.
126. 4. A classificação da ética
• 4.1 Ética empírica
• 4.2 Ética de bens ou material
• 4.3 Ética formal
• 4.4 Ética valorativa
127. ÉTICA MATERIAL (4.1 Ética empírica 4.2 Ética de bens ou
material )
Enquanto a Ética procura conceituar
• O que é DEVER;
• O que é DIREITO;
• e suas características e consequências;
A ÉTICA MATERIAL trata da aplicação
destes conceitos à vida dos seres
humanos.
127
128. ÉTICA MATERIAL
O estudo da Ética Material considera os
deveres em dois grandes grupos:
•ÉÉttiiccaa PPeessssooaall;
•ÉÉttiiccaa SSoocciiaall..
128
131. ÉTICA PESSOAL
PARA COM O PRÓXIMO:
Deveres Justiça
•RReessppeeiittoo::
•CCaarriiddaaddee::
131
132. ÉTICA PESSOAL
PARA COM O DEUS:
11.. FFÉÉ :
•FÉ é o estado de espírito que sustenta a ESPERANÇA.
•FÉ seria a certeza de uma possibilidade real acerca de algo.
•A fé é racional enquanto resultado da atividade interior do
indivíduo.
•Em termos de dever pessoal, a fé assume o significado de
crença em determinado valor (Deus), adotado como norteador
de conduta.
•Assim, culto e oração são formas de lidar respeitosamente com
este valor.
132
133. ÉTICA SOCIAL
11.. SSOOCCIIEEDDAADDEE :
•União moral de seres humanos visando
um fim comum.
•A cada tipo de sociedade correspondem
deveres que levam o mesmo nome.
•O tipo de sociedade sempre dependerá
do objetivo que se pretendeu alcançar
com sua constituição.
133
134. ÉTICA SOCIAL
SOCIEDADE DOMÉSTICA
•11.. DDeevveerreess ccoonnjjuuggaaiiss: lealdade, amor e assistência
mútua.
•22.. DDeevveerreess ppaatteerrnnaaiiss: assistência à prole (moradia,
alimentação, saúde, educação, lazer).
•33.. DDeevveerreess ffiilliiaaiiss: respeito, obediência, amparo na
velhice e na doença.
•44.. DDeevveerreess ffrraatteerrnnaaiiss: auxílio mútuo, assistência aos
mais novos ou incapazes, substituição dos pais na falta
dos mesmos.
134
135. ÉTICA SOCIAL
SOCIEDADE CIVIL
•Sociedade Econômica: Tem o dever de encontrar
soluções para o problema das desigualdades.
•Solução liberal: laissez-faire
• As leis de mercado são imutáveis: livre iniciativa e
concorrência.
•Solução socialista:
• Proibição da livre iniciativa
• Estatização dos meios de produção (socialismo)
• Proibição da propriedade individual (comunismo)
• Confederação de operários (sindicalismo)
135
136. ÉTICA SOCIAL
SOCIEDADE CIVIL
•Sociedade Econômica: Tem o dever de encontrar soluções para
o problema das desigualdades.
•Solução liberal: laissez-faire
• As leis de mercado são imutáveis: livre iniciativa e concorrência.
•Solução socialista:
• Proibição da livre iniciativa
• Estatização dos meios de produção (socialismo)
• Proibição da propriedade individual (comunismo)
• Confederação de operários (sindicalismo)
•Solução cristã: princípios éticos
• Salários justos
• Participação nos resultados
• Estímulo às associações profissionais
136
137. ÉTICA SOCIAL
SOCIEDADE CIVIL
•Sociedade Política: Tem o dever de garantir condições
de vida em sociedade:
• Respeito à dignidade humana
• Busca do bem comum
• Justiça e liberdade como norteadoras de decisões.
•Sociedade Religiosa: Tem o dever de auxiliar o homem
em suas questões espirituais; com frequência,
ultrapassa os deveres de natureza religiosa para
intervir nas sociedades política e econômica
137
138. • 4.1. Ética empírica
• Devemos partir da distinção feita por Kant entre filosofia pura e
filosofia empírica.
• Da distinção entre conhecimento puro e conhecimento empírico.
• Podemos afirmar que todos os nossos conhecimentos têm origem em
nossa experiência.
• Porém, embora o conhecimento se inicie na experiência, ele precisa,
para se tornar de fato "conhecimento", que nossa própria mente lhe
adiciona.
139. • É preciso portanto, em primeiro lugar, separar esses dois elementos,
ou seja; por um lado o que é recebido dos sentidos e pelo outro o que
é adicionado pela razão.
• Esse conhecimento independente dos sentidos é chamado "a priori"
(diferente dos empíricos, chamados "a posteriori").
• A ética empírica é observada e constatada com a prática.
• A ética empírica é aquela que nega a ética absolutista ou apriorista.
• Logo, "a priori" não é um conhecimento que vem "antes da
experiência", mas sim um que vem "independente da experiência".
140. • A ética empírica é aquela que deriva seus princípios da
observação dos fatos.
• O homem deve ser como naturalmente é, e não deve se
comportar como queiram que ele seja.
• Suas características são a subjetividade e a conotação utilitarista.
• A ética empírica procura sempre o valor útil para cada indivíduo.
• Com relação a subjetividade: não há uma moral universal, única,
apriorista.
• Varia a conduta humana de acordo com o tempo e as
circunstâncias e, assim, o bom é determinado estrito de tempo, de
lugar etc.
141. • O empirismo deságua no relativismo, não é possível
uma moral universal e valores axiológicos absolutos.
• Vai-se ao subjetivismo, uma das principais variantes da
ética empírica.
• Se idéias morais variam de indivíduo para indivíduo
ou de sociedade a sociedade, o bem e o mal
carecerão de existência objetiva, já que dependem
dos juízos estimativos dos homens.
• Assim aparecem, por um lado, o subjetivismo ético
individualista e, por outro, o subjetivismo ético social,
também chamado antropologismo ou subjetivismo
ético específico.
142. Portanto o CONCEITO É:
É aquela que pretende derivar seus princípios da observação
dos fatos para orientar e entender o comportamento
humano.
Não questiona o que o ser humano “deve fazer”, mas examina
o que “o ser humano normalmente faz”.
Para os empiristas, se nada é absolutamente bom, o mais
conveniente é procurar condutas que pareçam mais benéficas
à sociedade e ao indivíduo, fazendo do útil o preceito moral
supremo.
143. • A partir dessas constatações, é fácil chegar ao ceticismo ao niilismo.
• Algo que é bom para um não é para outro, o bem nada significa e a
moral é produzida pela convenção arbitrária.
• Não há sentido em formular juízo estimativo ou estabelecer valores
com pretensão de objetividade.
• Se nada é absolutamente bom, o conveniente é procurar condutas que
pareçam mais benéficas à sociedade e ao indivíduo, fazendo do útil o
preceito moral supremo.
144. CLASSIFICAÇÃO
A Ética Empírica pode ser enfocada em quatro configurações:
• 4.11.Ética Anarquista
• 4.1.2.Ética Utilitarista
• 4.1.3.Ética Ceticista
• 4.1.4.Ética Subjetivista
• Temos uma tríplice configuração
da ética empírica: a anarquista, a
utilitarista e a ética ceticista.
145. 4.1.1. A ética anarquista:
•A anarquia repudia toda norma ou valor.
•Direito, moral, convencionalismo sociais, religião, tudo constitui
exigências arbitrárias.
•As leis não são legítimas, sejam morais ou jurídicas.
•É uma doutrina egoísta.
•Prepondera a vontade humana, e esta varia de pessoa para pessoa.
146. ÉTICA ANARQUISTA
William Godwin
(03/03/1756 - 07/04/1836)
o Foi um jornalista inglês, filósofo político e novelista.
o Livros: Inquérito acerca da justiça política (1793), As coisas
como elas são ou As aventuras de Caleb Williams (1794).
o Seus discípulos: Victor Yarros e Henry.
147. • Vai prevalecer a decisão do mais forte.
• O anarquismo tem uma tendência hedonista: buscar o
prazer e evitar a dor.
• Quando o prazer é encontrado no fazer o bem do
outro, o essencial é a obtenção do conforto pessoal.
Egoísmo disfarçado de altruísmo.
• O anarquismo na modernidade se apresenta como
anarquismo individualista e como anarquismo
comunista ou libertário.
• Os dois coincidem em dois pontos: 1. liberdade
absoluta e a aspiração suprema do indivíduo; 2. toda
organização política deve desaparecer, por contrariar
as exigências da natureza.
148. • PRINCÍPIO BÁSICO:
• Os dois postulados derivam do mesmo princípio: só tem valor o que
não contraria as tendências e impulsos naturais.
• A ordem jurídica, como organização social de tipo coercível, se opõe à
liberdade e representa, por isso, um mal que deve ser combatido.
149. • Diferença entre individualistas e comunistas: na escolha do
método na luta contra o Estado.
• O primeiro, acredita no progresso lento e gradual da razão, para
superar o Estado.
• O segundo, pela violência, superar o Estado.
150. • Para os comunistas, a propriedade privada tende a
desaparecer. A natureza não destinou seus bens a quem
quer que seja. Tudo é comum e deve ser de todos.
• Os homens viveriam em regime de cooperação
espontânea, visando ao mais completo desenvolvimento
da individualidade, unido ao desenvolvimento mais
completo da associação.
• Os individualistas não negam a propriedade privada, mas
negam o associativismo.
151. • Se equivocam os anarquistas quando acreditam existir
uma liberdade natural. Pois na vida em me sociedade, a
liberdade é um direito.
• Não existe direito sem um sistema normativo e provido de
força capaz de assegurá-lo, quando quem quer que seja
pretenda vulnerá-lo.
152. 4.1.2. A ética utilitarista:
•É bom o que é útil.
•A conduta ética desejável é a conduta útil.
•A utilidade, porém, e um mero atributo de um
instrumento. Ex.uma faca é útil se corta.
153. ÉTICA UTILITARISTA
Jeramy Bentham
(15/02/1748 - 06/06/1832)
o Foi um filósofo e jurista inglês.
o Livros: Um fragmento sobre o governo (1776), Uma
introdução aos princípios da moral e da legislação (1789).
o Seus discípulos: John Stuart Mill e James Mill.
154. ÉTICA UTILITARISTA
Principio básico
• É bom o que é útil (“A felicidade é o único fim da ação humana e sua
consecução o critério para julgar toda conduta”. J. S. Mill)
• O utilitarismo é a doutrina que defende a moral pela utilidade ou
bem-estar do indivíduo ou da coletividade.
Características
o Os fins justificam os meios;
OBS. O utilitarismo pode ser aceito se entendido como o emprego dos
meios (eticamente válidos), para a obtenção de fins moralmente
valiosos.
155. • A eficácia técnica dos meios não correspondem ao valor ético dos
fins.
• Os meios mais úteis, podem estar a serviço de um fim nefasto. Ex. a
arma que é útil para cortar um pedaço de carne, também é útil para
ser usada para esfaquear uma pessoa.
• No exemplo acima, vimos que o meio possui igual eficácia, e sua
utilidade é alheia à significação dos desígnios que serve.
156. • O estudo do utilitarismo permite entender a falácia que é a
afirmação: os fins justificam os meios.
• A teoria da moral utilitarista só é aproveitável se conciliada com
a teoria das finalidades úteis.
• A teoria utilitarista de MILL, não concerne unicamente aos
meios, mas remete a uma verdadeira ética de fins. Vejamos:
• A doutrina utilitarista afirma que a felicidade é desejável, a
única coisa desejável como fim; sendo todas as demais
desejáveis só como meios para esse fim.
157. A felicidade é o único fim da ação humana e sua consecução o
critério para julgar de toda conduta; donde necessariamente se
segue que tem que ser o critério da moralidade, já que a parte
encontra-se incluída no todo.
•O utilitarismo tem sentido na vida moral, se entendido como
prudente emprego dos meios aptos à consecução de fins
moralmente valiosos.
158. 158
PERFECCNISMO
O perfeccionismo afirma que o moral está na plena realização da essência
humana, na perfeita condução, segundo a natureza racional do homem. Era essa a
opinião de Aristóteles.
159. 159
NATURALISMO
O naturalismo prega o pleno desenvolvimento de todas as inclinações e impulsos
da natureza humana, como fato de moralidade.
160. 160
EVOLUCIOSNISMO
O evolucionismo afirma que o progresso da humanidade é o fim determinante da
moralidade. A ética religiosa afirma que a moralidade está na conformidade com a
vontade de Deus, e o mal é rebelar-se contra essa vontade.
161. 161
INDIVIDUALISMO X UNIVERSALISMO
Outra divisão, que se pode fazer sobre a ética dos bens, consiste em fundá-la no
destino que se dê aos bens ou fins a que se aspira: se tendem para o individuo
temos o individualismo, se para a comunidade, temos o universalismo. O
individualismo é egoísmo, quando o que atua quer ser útil a si mesmo; é
altruísmo, quando quer favorecer a outros. Por isso, pode haver um
individualismo altruísta, quando se destinam aos indivíduos da coletividade os
bens ou fins desejados.
Critica-se a ética dos bens, em todas as suas tendências, porque não explica a
moral, por já a aceitar previamente como dada.
163. ÉTICA CETICISTA
Principio básico
• Não se pode dizer com certeza o que é certo ou errado, bom
ou mau, pois ninguém jamais será capaz de desvendar os
mistérios da natureza.
164. ÉTICA CETICISTA
Características
• Na dúvida, o cético não nega, nem afirma: não julga, abstém-se
de tomar uma atitude (o que já é uma atitude).
• Dizem que não crêem em nada (o que é falso, pois se fossem
coerentes duvidariam até desta afirmação);
• Na realidade os céticos históricos não pregavam o ceticismo
absoluto: admitiam valores como a dignidade do trabalho,
acolhimento das leis locais, satisfação moderada das
necessidades.
• Nomes: Carneadas (214 -129 a. C.)
165. ÉTICA CETICISTA
Pirro de Élis
(360 a.C. – 270 a. C.)
o Foi um filósofo grego, considerado o primeiro filósofo cético e
fundador da escola conhecida por pirronismo.
o Seus discípulos: Timon de Fliús e Diógenes Laércios.
166. • A dúvida não implica o conhecimento, é mera suspensão de juízo.
O cético não é o que nega, nem o que afirma, senão o que se
abstêm de julgar.
• É preciso distinguir a dúvida metódica (Sócrates), da dúvida
sistemática.
• Utilizada como método, a dúvida serve como eliminação de
possíveis erros. É uma atitude provisória. Uma provisória transição
de juízo, por segurança.
• A dúvida sistemática é própria dos ceticistas, que duvidam de tudo
e de forma permanente.
167. • Os céticos declaram não crer em nada, e aqui já erram, pois se
fossem verdadeiramente céticos, duvidariam até das própria
afirmação. Isso implicaria uma regressão infinita.
• Outro problema, o ceticismo pode sustentar uma negação
permanente em teoria, mas na prática cairia em uma
paralisação completa.
• No aspecto moral, na dúvida entre o certo e o errado, nada se
faria. Mas nada fazer já é uma atitude, sendo assim, fica
impensável uma atitude cética no campo prático.
168. • Na verdade, os céticos não pregavam o ceticismo absoluto.
Admitiam a existência de alguns valores e a necessidade de uma
moral.
• As lições de Sexto Empírico demonstram que ele aceitava algumas
regras propiciadoras de uma relativa felicidade.
• A) Seguir as indicações da natureza.
• B) Ceder aos impulsos das disposições passivas: o cético só come
se tem fome, só bebe se está sedento.
169. • C) Submeter-se às leis e costumes do país onde vive.
• D) Não permanecer inativo e cultivar alguma das artes.
• Estas regras se fundam em critérios axiológicos> a primeira, de
que é valioso o que tem origem natureza. A segunda, de que as
necessidades humanas devem ser satisfeitas com moderação. A
terceira de que as leis de um país merecem serem acatadas. A
quarta condena a inatividade e valoriza o trabalho.
170. • A conclusão é de que, mesmo quando se nega, teoricamente a
existência de critérios sólidos de certeza, na prática se admite a
existência da moral e se prega que há formas de vida que devem ser
evitadas, e outras que devem ser seguidas.
171. •4.1.4.A ética subjetivista
• Consiste em cada um adota para si a conduta ética mais conveniente
com a sua própria escala de valores.
• Existe o subjetivismo individualista e o social.
172.
173. ÉTICA SUBJETIVISTA
Protágoras
(480 a.C. – 410 a.C.)
o Foi um Sofista grego.
o Obras: "As Antilogias" e "A Verdade”.
o Seus discípulos: Péricles e Eurípedes.
174. • A origem do subjetivismo está em Protágoras, para
quem o homem é a medida de todas as coisas, da
existência das que existem, e da não existência das
que não existem.
• Cada homem é a medida do real.
• A verdade não objetiva, mas há tantas verdades
quanto homens.
• O que é verdade para um, pode não ser para o
outro.
• A teoria de Protágoras conduziria ao
AGNOSTICISMO.
• Todas as opiniões seriam igualmente verdadeiras e
se tudo é verdade, nada é certo, pois o que a um
parece evidente, a outro pode parecer falso.
175. • Aplicando à ordem moral, terá valor para um indivíduo,
aquilo que ele entender como valioso.
• Cada homem é a medida do bem e do mal.
• O subjetivismo está por tudo, não só moral e
epistemológico, mas estético, religioso, jurídico e etc.
• O chamado subjetivismo ético social, pretende ser uma
teoria objetiva, pois os valores éticos são produzidos pelo
coletivo.
• Aqui há uma confusão, pois se pensa que a objetividade é
um critério estatístico, o critério do valor ou da verdade é a
quantidade, a maioria.
176. ÉTICA SUBJETIVISTA
Principio básico
• “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são,
enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são.“
(Protágoras)
Características
Ética Subjetivista Individual
• Nesta ética cada qual adota a conduta mais conveniente com sua
própria escala de valores;
• Certo e o errado devem ser avaliados em função das necessidades
do homem;
• Não existe um critério objetivo, seguro de avaliação pois esta varia
com o sujeito: Todas as opiniões seriam verdadeiras ou falsa. Não
haveria ciência.
• Nomes: Protágoras (c. 487 -420 a.C.)
177. ÉTICA SUBJETIVISTA
Ética Subjetivista Social ou Específica
• Nesta ética o certo, bom, justo, verdadeiro, etc. são obtidos por
apreciação coletiva, por indicação da sociedade.
• Não existe um critério objetivo, seguro de avaliação pois esta varia
conforme o grupo focalizado.
• Todas as opiniões seriam verdadeiras ou falsas Não haveria ciência.
• Nomes: Durkheim, Bouglé (Sociológos Franceses)
OBS.
1. Como a sociedade define o que é bom, têm-se a possibilidade de que
ela chancele um erro pois a verdade não é definida estatisticamente
(as sociedade nazista, faxista, canibais convivem com seus erros
éticos).
2.O Subjetivismo ético (Individual ou Específico) originam o
relativismo.
178. • Os representantes do subjetivismo ético social: DURKHEIN E
BOUGLÉ.
• O problema do subjetivismo, individual ou ético específico, vai para
um relativismo absoluto.
• É fácil concluir que o relativismo absoluto não pode presidir as
relações humanas, seja na esfera moral, seja na esfera jurídica.
179. •4.2 A ética dos bens
• Ao contrário do relativismo, defende a existência de um valor
fundamental denominado bem supremo.
180. POR QUÊ ÉTICA DOS BENS?
Também conhecida como ética dos fins, defende a existência de um
valor fundamental, denominado bem comum.
180
181. • Parte da estrutura teleológica do atuar humano.
• O que significa? A criatura humana é capaz de e propor fins,
eleger meios e colocar em prática os últimos, para alcançar os
primeiros.
• O supremo bem da vida consistirá na realização do fim próprio
da criatura humana.
• Para estabelecer a hierarquia dos fins, basta verificar qual deles
pode ser, simultaneamente, fim e meio para a obtenção de outro
fim. Quando se se defronta com um bem que não pode ser meio
de qualquer outro, então esse é o bem supremo.
182. POR QUÊ ÉTICA DOS BENS?
A criatura humana é capaz de propor fins, eleger meios e colocar em
prática os últimos, para alcançar os primeiros.
182
183. PRINCÍPIOS:
Há um bem supremo fundamental.
Trabalha-se para consecução dos bens da vida.
A vida é um caminho rumo a um objetivo.
Esse objetivo, na hierarquia dos bens é o que se chama de bem supremo.
Luta-se para atingir um ideal e este é o sentido da existência.
Quando alguém se defronta com um bem que não pode ser meio para nenhum
outro, esse é o seu bem supremo.
O ser humano tem fins superiores que orientam o comportamento humano.
183
184. Há posições que diferem qual é o bem supremo que deve
orientar o comportamento humano. São eles:
•Eudemonismo;
•Idealismo ético;
•Hedonismo;
•Utilitarismo;
•Perfeccionismo;
•Naturalismo;
•Evolucionismo;
•Individualismo X Universalismo.
184
185. • Divisão da ética dos bens:
• A) Eudemonismo, idealismo ético e hedonismo: Eudemonmismo,
deriva de eudemonia, felicidade. Para essa concepção há uma
tendência inata no homem para a felicidade, e segundo Aristóteles,
a felicidade é o bem supremo, é um fim que não possui um caráter
de meio.
• Todos os outros bens da vida podem ser meios para a obtenção
que é o eternamente desejado em si, e que não se converterá
jamais em meio.
186. Os primeiros hedonistas de que se tem notícia,
organizados em Escola, são os cirenaicos. A Escola
Cirenaica foi fundada, segundo alguns, por Aristipo de
Cirene (c. 435-365 a.C.), segundo outros pelo seu neto
e seu homónimo. A preocupação fundamental desta
escola era a da busca do prazer, essencialmente o
físico, uma vez que considerava esse superior ao
prazer intelectual. Esta era a orientação original desta
escola, mas de seguida houve divergências e a
orientação é reformulada até um ponto tal em que essas
conclusões tardias levaram a contradições com a
ambiência inicial: o próprio Aristipo chega a afirmar que
o homem deve ser o dominador do prazer e não o
contrário.
187. O epicurismo - movimento fundado por Epicuro (341-
271 a.C.) - é já a orientação do hedonismo num outro
sentido, menos radical e individualista do que o
primeiro.
A principal preocupação do epicurismo é a ética, num
sentido aproximado da ética cirenaica. O epicurismo
considerava também que o objetivo supremo do
homem era o prazer, mas entendendo que este se
conquistava através da capacidade de superar a dor e
que a felicidade não está necessariamente no prazer
imediato, pois há prazeres estáticos e outros em
fugazes: os primeiros são enganadores e os segundos
são os que se deve buscar.
188. A moral utilitarista de Jeremy Bentham é
outra forma de hedonismo, considerando
que moral é tudo o que seja útil e que é útil
tudo o que traga benefícios (prazer,
felicidade).
189. 189
EUDEMONISMO
Deriva de eudemonia, em grego felicidade. Para elas a tendência à felicidade é
inata do homem, ela é bem supremo. Todos os outros bens da vida podem ser
meios de obtenção daquele que é o eternamente apetecível em si.
Tem como fim a felicidade espiritual, o estado de contentamento da alma. Foi
essa doutrina defendida por Sócrates.
190. 190
HEDONISMO
Para o hedonismo, a felicidade está no prazer. Seja ele prazer
sensual, seja a fruição da tranquilidade extraída do deleite, no
exercício de atividade intelectual ou artística.
191. Essas três formas puras podem se combinar para surgir às formas mistas:
•Eudemonismo idealista: a felicidade é o fim supremo, mas o caminho único a
atingi-lo é a virtude;
191
•Eudemonismo hedonista: elege a felicidade como fim, mas o prazer como meio.
192. 192
IDEALISMO ÉTICO
Para o idealismo, a finalidade última do homem é a prática do bem.
O estóico não espira ser feliz, mas ser bom. A virtude é fim e não
meio. Impõe-se à criatura ser virtuosa, ainda que isso não extraia
prazer algum.
193. • O idealismo: a finalidade última do homem é a prática do bem. Os
estóicos, por exemplo, não aspira a ser feliz, mas a ser bom. A
virtude é um fim, não um meio. Impõe-se à criatura ser virtuosa,
ainda que disso não extraia prazer algum.
• Já para o hedonismo, a felicidade está no prazer. Seja ele o prazer
sensual, seja a fruição da tranqüilidade extraída do deleite, no
exercício de atividade intelectual ou artístico.
• O hedonismo elegeu a felicidade como fim, mas o prazer como
meio.
195. ÉTICA SOCRÁTICA
Sócrates foi um dos
primeiros pensadores
preocupar-se com uma
filosofia moral. Buscava
especialmente chegar
a uma definição do que
era o bem e o mal.
197. ÉTICA SOCRÁTICA
Sócrates dedica sua a vida a
esta instrução, a ajudar os
homens a conhecerem a si
mesmo para que possam
praticar a virtude, fazer o
bem.
198. Ética Socrática
O bem e a virtude
proporcionam felicidade
autêntica.
Relação entre o saber e o
bem, o mal e a ignorância.
Sócrates não deixou nada
escrito. Seus diálogos foram
registrados por Platão.
199. • b) A Ética Socrática:
• Para o autor o verdadeiro objeto do conhecimento é a alma
humana.
• A bondade é resultado do saber.
• Para alguém ser feliz, precisa ser bom, e para ser bom é preciso
ser sábio.
• Aquele que encontrou a verdade oculta em sua alma sente-se
obrigado a ajustar com ela sua conduta. Assim o conhecimento
do bem determina a prática da virtude.
• Não existe pessoas más, senão extraviadas.
• A maldade é produto da ignorância.
200. • O aperfeiçoamento não se consegue sozinho, é na
convivência comunitária. Porque o homem é um ser social.
• Entre ética e política existe uma correlação íntima: o homem
perfeito não é unicamente o homem bom, mas o bom
cidadão.
• Para Sócrates o conhecimento do bem se identifica com a
prática da virtude. Quem sabe a verdade, age bem.
• A Ética de Sócrates é de direito natural; no fundamento das
normas positivas há leis não escritas (= ágrafoi nómoi).
• Para Sócrates a lei moral é natural, brotando da mesma
natureza como uma sua propriedade. Não resulta de uma
ordem dogmática posterior exterior emitida, ou por Deus, ou
pelos homens.
201. • A análise das coisas e das operações humanas mostram que
nenhum homem pode senão querer o bem e mesmo quando
quer o mal, procura-o na suposição de buscar um bem.
• A ética socrática é finalistica (ou teleológica) como se
depreende dos textos platônicos Apologia e Eutifron, como
ainda das informações vindas de Xenofonte.
• Concretamente a finalidade última dos atos humanos, de
acordo com Sócrates, é a felicidade.
• Provou Sócrates seu eudaimonismo ético por meio de análise
aplicada ao desejo humano; este não se dirige para o mal.
Orienta-se para o bem, desde que o conheça. Desta adesão e
conquista resulta o estado psíquico da felicidade.
202. • c) A ética Platônica:
• Decorre a ética coerentemente do sistema geral do platonismo,
essencialmente exemplarista, em virtude do qual nada se cria senão
tendo as idéias reais separadas como arquétipos.
• Estes arquétipos são a finalidade a executar, inclusive na ação.
• Por isso, a ação tem um caminho previamente traçado o que
implica em uma obrigação ética.
203. Pensadores
Platão (428 – 347 a.C.)
- Felicidade e o sumo bem;
- O ideal buscado pelo homem
é a assimilação de Deus (Leis);
- Vida divina: de contemplação
filosófica e virtude.
204. • Platão, ao estabelecer as idéias reais, de variada espécie, se referiu
especialmente à idéia do bem.
• E assim também a idéia do bem é um arquétipo, segundo qual se
processa toda ação.
• Depende, pois, a ética de Platão da existência de um arquétipo
denominado o bem.
• É possível sintetizar a idéia do bem, com a do ser simplesmente e
então dizer que há um fundamento ontológico para a ética platônica.
A ação enquanto realiza mais ser, se subordina ao que o ser
necessariamente é.
205. A ÉTICA PLATÔNICA
• Os três eixos centrais que comandam a ética platônica
• As obras de Platão têm um profundo sentido ético,
205
ensinam o homem a desprezar os prazeres, as riquezas
e as honras, as renúncias aos bens do corpo, desse
mundo e a praticar a virtude:
• Sua ética tem como eixos centrais a Justiça na ordem individual e social na
prática da virtude;
• As Virtudes humanas;
• A Ordem Política presididas pela Justiça e a Transcendência do Bem,
fundamento seguro e inabalável da conduta humana e da distinção entre o
bem e o mal.
206. • Como todas as éticas do ser, também a de Platão depende de
como traçar os caminhos do ser nos seus mais variados detalhes,
os quais serão as suas leis e os quais, depois de cumpridos com
habitualidade, constituem as respectivas virtudes.
• Ainda que Platão não tenha utilizado esta linguagem, pode-se
distinguir em seu sistema entre fundamento próximo e remoto da
obrigação ética, ou da eticidade.
207. • O fundamento próximo está no ser de cada
indivíduo, o qual já obedece ao parâmetro
remoto, e por isso diretamente revela qual
o fim realizado, e em potencial ainda revela
o que lhe falta para atingir a plenitude.
•Mas, o fundamento remoto é a mesma idéia
real, que tudo contém e na qual tanto o
Demiurgo viu como fez a obra e ainda
deverá ver o indivíduo aquilo que falta para
a plenitude.
208. • É possível falar na ética de Platão em um
fim externo da criatura em relação a Deus,
e em um fim interno da criatura em relação
a si mesma.
• Cabendo a Deus agir por primeiro, está seu objetivo em primeiro
lugar; no caso seria difundir a si mesmo, isto é, sua glória (a glória é
um brilho da obra em favor do criador).
• Pode-se prever esta tese em Platão cujo Demiurgo tem, por objetivo
refletir no mundo o bem e a harmonia, como reflexo das idéias reais.
Neste sentido, em primeiro lugar, já antes da felicidade interna da
criatura, valeria o objetivo do Demiurgo.
209. • No fim último externo se encontra o fundamento do culto religioso;
mas este aspecto não foi claramente explorado por Platão.
• Estabeleceu Platão, como Sócrates, a felicidade como fim do homem.
A vontade se inclinaria essencialmente para o bem, como o seu
objeto adequado. Impossível querer o mal diretamente (Ménom 77).
Dito com mais precisão , a felicidade, pela conquista do bem, é o fim
último interno do homem.
210. • Distingue Platão entre felicidade e prazer (Filebo 11 b). Referindo-se a
felicidade à inteligência e o prazer aos sentidos.
• Desde logo, pois, refuta a tese cirenaica de que o prazer sensível é o
único fim. Mas não e exclui a felicidade os prazeres da sensibilidade;
estes são honestos desde que subordinados harmonicamente.
Estabeleceu, portanto Platão, como Sócrates, uma hierarquia de
valores morais (Filebo; Leis 717, 718).
211. • Ocorrem três graus, de prazeres e felicidade, a saber, pela via
ascendente: os prazeres do coração, já menos fugazes; os
prazeres procurados pela opinião e pela inteligência.
• O caráter pouco propício aos sentidos, resultantes da doutrina
das idéias e da separação entre corpo e alma, apenas
extrinsecamente unidos, dá à ética de Platão um feitio anti-humanista
e pouco grego.
• Com uma notável aproximação das práticas órficas, a ética de
Platão descreve pitorescamente o verdadeiro filósofo como um
"forasteiro" (Teeteto 174), que ao passar por esta vida terrestre,
pouco se interessa pelo que se lhe apresenta.
212. A ÉTICA PLATÔNICA
• O que Platão entende por virtude e, acima de tudo, por Justiça?
• Platão analisa o comportamento do homem justo e o do homem
212
injusto, comparando-os e, a partir, desse confronto, descreve
suas virtudes e a tipologia das almas.
• Não há uma definição fechada de justiça, mas sim, uma crença
que cada um tem de desenvolver suas próprias aptidões, o seu
comportamento e suas virtudes para conseguir atingir a
felicidade e determinar sua postura ética que o direciona para a
construção de um estado justo e perfeito.
213. A ÉTICA PLATÔNICA
• O que tem a Justiça a ver com a Polis?
• O Governante perfeito seria aquele que tivesse uma forte
213
instrução filosófica, isso é embasado na teoria do conhecimento,
que, para ele, tem fins morais.
• Acreditava que existiam três tipos de virtudes baseadas na alma,
que corresponderiam aos estamentos da polis:
• A sabedoria, na figura do governante, pois este possui caráter
de ouro e usa a razão;
• A coragem, simbolizada pelos soldados ou guardiões da polis,
pois sua alma de prata é imbuída de vontade
• A temperança, os trabalhadores, pois sua alma de bronze
orienta-se pelo desejo das coisas sensíveis.
215. • Virtudes cardeais. Estabeleceu Platão uma divisão geral da virtudes
(República 410), em quatro fundamentais, que mais tarde serão
chamadas, por Santo Ambrósio, virtudes cardeais, isto é, chaves das
demais.
• Esta classificação obedece a um princípio, em que a cada parte da alma
corresponde uma virtude principal. Portanto, uma para a razão, outra
para a vontade, outra para o impulso sensível, finalmente ainda uma
outra para o controle das partes entre si.
216. 216
VIRTUDES CARDEAIS
Virtudes cardeais quer dizer virtudes centrais, fundamentais, orientadoras. É o
mesmo que virtudes morais. São quatro como quatro são os pontos cardeais, as
estações do ano, os lados da cruz, os alicerces da casa, os pés da mesa e da cama.
217. 217
VIRTUDES CARDEAIS
Platão (429-347 a.C.): Desenvolve a doutrina de Sócrates. Apresenta a virtude
como meio para atingir a bem-aventurança. Descreve as quatro virtudes cardeais:
a sabedoria, a fortaleza, a temperança e a justiça.
218. 218
VIRTUDES CARDEAIS
1 - Prudência
É o reto agir, o bom senso, o equilíbrio. Cuida do lado prático
da vida, da ação correta e busca os meios para agir bem.
Prudência é o mesmo que sabedoria, previdência, precaução.
É pessoa que abandona as preocupações e abraça as
soluções. Deixa as ilusões e opta pelas decisões. Rejeita as
omissões e se empenha nas ocupações. A prudência coloca
sua atenção na preparação dos fatos e eventos e nunca na
precipitação nem no amadorismo ou improvisação. Ciência
sem prudência é um perigo.
219. • Virtudes cardeais.
• A prudência, denominada também sabedoria ( ), é a virtude
da parte racional.
220. 220
VIRTUDES CARDEAIS
2 – Temperança
A temperança, também chamada autodomínio, medida,
moderação ( ), é a virtude da vida impulsiva, instintiva, ou
sensível, refreando os prazeres corporais.
É o auto-controle, auto-domínio, renúncia, moderação. A
temperança ordena afetos, domestica os instintos, sublima as
paixões, organiza a sexualidade, modera os impulsos e
apetites. Abre o caminho para a continência, a castidade, a
sobriedade, o desapego. É próprio da temperança o cuidado
conosco mesmo, com os outros e com a natureza. A
temperança não permite que sejamos escravos, mas livres e
libertadores e nos encaminha para o cumprimento dos
deveres e para a maturidade humana. Sem renúncia não há
maturidade. Grande fruto da renúncia é a alegria e a paz.
221. 221
VIRTUDES CARDEAIS
3 – Fortaleza
A fortaleza, dita também valentia ( ) é a virtude do entusiasmo (thymoiedés),
ou seja dos impulsos volitivos e afetos, regrando o coração.
Faz-nos fortes no bem, na fé, no amor. Leva-nos a perseverar
nas coisas difíceis e árduas, a resistir à mediocridade, a evitar
rotina e omissões. Pela fortaleza vencemos a apatia, a
acomodação e abraçamos os desafios e a profecia. É virtude
dos profetas, dos heróis, dos mártires e dos pobres. A
fortaleza dos mártires e a ousadia dos apóstolos, como
também a força dos pequenos e dos fracos é um sinal do dom
da fortaleza na vida humana e na história da Igreja. Hoje a
fortaleza nos leva a enfrentar a depressão, o stress, o câncer,
a AIDS, os golpes da vida. Grandes são os conflitos humanos,
porém maior é a força para superá-los. A vida é luta renhida,
dizia nosso poeta e a fé é um combate espiritual. “Coragem,
Eu venci o mundo!” (Jo 16,33).
222. 222
VIRTUDES CARDEAIS
4 – Justiça
Uma quarta virtude, a da justiça ( ), resulta da
colaboração equitativa de todas as virtudes, garantindo o
funcionamento harmonioso das partes da alma, ou seja de
suas faculdades.
Regula nossa convivência, possibilita o bem comum, defende
a dignidade humana, respeita os direitos humanos. É da
justiça que brota a paz. Sem a justiça nem o amor é possível.
É a virtude da vida comunitária e social que se rege pelo
respeito à igualdade da dignidade das pessoas. Da justiça
vem a gratidão, a religião, a veracidade. Não se pode construir
o castelo da caridade sobre as ruínas da justiça. Pelo
contrário, o primeiro passo do amor é a justiça, porque amar é
querer o bem do outro. A justiça é imortal (Sab 1,15). Esta
virtude trata de nossos direitos e nossos deveres e diz respeito
ao outro, à comunidade e à sociedade.
223. • Atribuiu Platão a cada classe social (vd 251) uma das virtudes
cardeais, como lhe sendo mais adequada.
• A sabedoria é própria da classe dirigente, ou dominante.
• A fortaleza se faz necessária na classe militante, ou guerreira.
• A temperança se recomenda aos demais, os trabalhadores.
224. • A virtude é descrita por Platão como um habito que conduz, ao bem.
Ocorre, entretanto, no mestre da Academia a secreta preocupação de
que a virtude se obtém pelo saber (Ménon 96, Fédon 82, República em
vários itens).
• Aceito o ponto de vista socrático de que a virtude é saber, segue dali
que os ditames da ética dependem da estabilidade ou instabilidade do
conhecimento. A virtude habitual, dependente das opiniões da tradição
relativas, seria superada por uma virtude apoiada em outro tipo de
conhecimento, definitivo, absoluto. Ora, tal virtude existe como fato;
logo existe também tal tipo de conhecimento.
225. • Como se vê o móvel ético de Platão é favorável ao conhecimento
inteletivo. Admitida uma vez a relatividade dos sentidos, deve-se, de
outra parte, aceitar a estabilidade da inteligência e que possibilita a
ocorrência da virtude.
• Também a doutrina da virtude sofre de imediato a influência da
doutrina das idéias reais, donde dividir-se em duas espécies: a virtude
perfeita, referente a alma espiritual, e a virtude comum, baseada na
opinião verdadeira.
• A virtude perfeita consiste na própria sabedoria, segundo o adágio
socrático: a ciência é idêntica à virtude. Não deixa a vontade de seguir o
que o a inteligência lhe mostra como bom.
226. • Seguindo os mesmos passos do conhecimento inteletivo, a virtude
se adquire andando pelos mesmos caminhos da dialética, para
evitar a submissão da razão às paixões inferiores, e dialéticas do
amor aspiração ardente pela contemplação das idéias.
• A virtude comum organiza-se no plano da opinião, portanto nas
faculdades emotivas da alma inferior. Neste plano se encontra a
maioria dos homens.
• Esta virtude comum não depende da ciência, mas da educação.
227. • A sanção é parte do sistema moral de Platão. Neste e noutro mundo
acontece o castigo para o mal.
• A recompensa é a outra face da sanção, tendo a felicidade por objeto
a contemplação das idéias eternas.
• O significado da sanção e o que a justifica é a necessidade de um
castigo, para que se evite o mal, e de uma recompensa, para que
haja um estímulo levando à prática do bem. Somente a sanção numa
vida futura garantirá o triunfo total do bem.
228. • Não encontrou Platão dificuldade em estabelecer a sanção
futura, visto que admitia a metempsicose e a progressiva
possibilidade da purificação da alma.
230. Pensadores
Aristóteles (384 – 322 a.C.)
- Ética a Eudemo: o objetivo
da vida humana é o culto e a
contemplação do divino;
- Ética a Nicômaco: a busca da
felicidade e do prazer. “Os
verdadeiros prazeres do
homem são as ações
conforme a virtude”.
Virtude “é um hábito adquirido, voluntário, deliberado,
que consiste no justo meio em relação a nós, tal como o
determinaria o bom juízo de um varão prudente e
sensato, julgando conforme a reta razão e a experiência”
231. INTRODUÇÃO - ARISTÓTELES
Alguns veem Aristóteles como o
fundador da Ética, o que se justifica
desde que consideremos a Ética como
uma disciplina específica e distinta no
corpo das ciências.
Aristóteles fez uma análise do agir humano que
marcou decisivamente o modo de pensar
ocidental.
• Todo o conhecimento e todo o trabalho visa a algum bem;
• O bem é a finalidade de toda a ação;
• A busca do bem é o que difere a ação humana da de todos
os outros animais.
232. D) A ética Aristotélica
•A finalidade da ética é descobrir o bem absoluto
•Chama-se o bem absoluto de felicidade.
•A felicidade está no exercício constante da virtude.
•Aristóteles distingue a virtude dos vícios e emoções.
•Emoções e instintos – involuntários.
•A virtude – volutiva.
233. • A virtude se obtém mediante o exercício: é um hábito.
• As aptidões, intelectuais ou físicas, são inatas.
• A virtude para Aristóteles é o justo meio entre dois vícios extremos.
234. CONCEITO - SENTIDO
ARISTOTÉLICO
• Na sua base encontra-se a doutrina do conceito que Sócrates
havia anteriormente formulado.
• São noções gerais ou comuns;
• Abstraídas pela inteligência dos objetos sensíveis;
• Ou seja, da percepção de realidades concretas e
singulares.
Aristóteles visava construir esta
ciência numa base estável.
235. FUNDANDO A LÓGICA
Articulam-se (de forma afirmativa ou
negativa) conceitos para formar o juízo de cujo
encadeamento resulta o raciocínio. A Lógica de
Aristóteles converge, assim, numa teoria do
silogismo que ele define como raciocínio tal que,
admitidas que sejam certas coisas, algo daí
resulta necessariamente, só porque elas foram
admitidas.
236. CARACTERÍSTICAS
FUNDAMENTAIS
• Aspecto formal
• Entende-se, não que a lógica aristotélica ignore a
realidade, mas que, seja qual for a matéria a que o nosso
pensamento se aplique, três leis formais supremas
condicionam, segundo Aristóteles, o seu exercício e
garantem a sua validade. São elas:
• o princípio de identidade (dizer que o que é é, e o que
não é não é, é verdade);
• o princípio de não-contradição (é impossível que algo
seja e não seja ao mesmo tempo);
• e o do terceiro excluído (uma qualquer coisa, ou deve
ser afirmada, ou negada).
237. CARACTERÍSTICAS
FUNDAMENTAIS
• Rigor dedutivo
• Entende-se que, admitida a verdade de certas
proposições (premissas), as consequências que daí
resultam serão necessariamente verdadeiras uma
vez que nos conformemos com os princípios
anteriormente enunciados e com um pequeno
número de regras deles derivadas.
238. • D) Ética Epicurista
• Epicuro – a felicidade é o bem último da existência e consiste no
prazer.
• O prazer se atinge de diversas formas – a forma mais elevada é a do
espírito.
• Os prazeres são naturais e necessários, naturais e não necessários
ou nem naturais e nem necessários.
239. • Prazeres naturais e necessários: a satisfação moderada dos apetites.
• Prazeres naturais e não necessários: a gula.
• Prazeres nem necessário nem naturais: a glória.
• Os prazeres ainda são corporais, espirituais, violentos e serenos.
• O que é a dor? É inevitável e muitas vezes pode levar a prazeres mais
intensos.
• A finalidade da ética para os epicuristas: duas – crítica e construtiva.
• Na finalidade crítica, consiste no aniquilamento das superstições que
afligem os mortais.
240. • Na finalidade construtiva: é assinalar regras que farão felizes os
indivíduos.
• Dificuldades na busca da felicidade: o medo da morte e o temor
dos deuses.
• Primeira orientação: não se deve temer a morte, pois ela não diz
respeito ao homem vivo.
• A morte nada é para nós, pois enquanto somos, ela não é e
quando ela chega, já não somos.
• Não se deve temer os deuses:
• pois seres perfeitos e distantes, não estão preocupados com a
imperfeição humana.
241. • A ética epicurista se inclina para o individualismo. A conduta é
problema pessoal e não coletivo.
• A pessoa deve procurar seu próprio bem, sem se interessar pelo
dos outros.
• Há nessa ética um certo utilitarismo: os homens viviam como
selvagens, à margem da lei e decidiram um dia unir-se para pôr
um paradeiro naquele estado de selvageria.
• Surgiu assim a Justiça, conceito negativo de não prejudicar os
semelhantes, em troca do dever recíproco.
242. • A justiça é o fruto de um pacto de utilidade. Cada indivíduo
desiste de molestar os demais, em troca de não ser molestado.
• O Estado tem o dever de velar pelo cumprimento do contrato
social e punir seus infratores.
• Resumindo: a ética epicurista é um eudemonismo hedonista,
individualista e egoísta.
244. • E) Ética Estóica
• A virtude é o bem supremo dessa ética idealista.
245. SURGIMENTO E
IDEALIZADORES
Estoicismo antigo surge 25 anos depois
do Epicurismo, por volta do ano 312 a.C., com
os 3 maiores chefes Zenão, Cleanto e
Crisipo;
Estoicismo médio: Panécio e Possidônio -
séc. II e I a.C.;
Novo Estoicismo: Sêneca, Epitecto (escravo)
e Marco Aurélio o qual assume tons
religiosos e de meditação moral.
246. • Viver virtuosamente é viver de acordo com a natureza. Não a
natureza biológica, mas a natureza concebida pela razão.
• O homem é provido da razão, mas tambem de patologias. As
patologias se dão nas inclinações e afetos – dos quais é necessário
se libertar.
• Liberta-se das afeições é um dos ideais estóicos. Pois através dos
vínculos afetivos os homens de escravizam.
• O homem deve se desligar das coisas do mundo, apagando-as até
atingir a apatia.
247. • O prazer deve ser evitado, pois pertence às afeições.
• A virtude é autárquica – auto-suficiente. O verdadeiro sábio
encontra nela a defesa para suas angústias do mundo exterior.
• A virtude é única – nisso funda-se em Sócrates – e entre a virtude,
bem único, e o vício, único mal, não há meio termo.
• Não confunde o desejável, com o eticamente bom.
249. PENSAMENTOS
ESTÓICOS Pensamento Panteísta: todo o universo é
corpóreo e governado por um divino (Deus é o
universo);
Pensamento Naturalista: “viver conforme a
natureza”.
250. ÉTICA ESTÓICA
• A ética estóica é uma ética da ataraxia. O homo ethicus do
estoico é o que respeita o universo e suas leis cósmicas e se
respeita;
• Ele é capaz de alcançar a ataraxia, por saber distinguir o bem
do mal. Este homem não se abala excessivamente nem pelo
que é bom nem pelo que é mau.
251. ATARAXIA
É a disposição do espírito que busca o equilíbrio
emocional mediante a diminuição da intensidade das
paixões e o fortalecimento das almas. Caracteriza-se pela
tranquilidade sem perturbação, pela paz interior, pelo
equilíbrio e moderação na escolha dos prazeres.
252. •4.3) A Ética Formal
•A ética dos bens se preocupa com a relação
estabelecida entre o proceder individual e o
supremo fim da existência humana.
253. O que é Ética Formal?
A ética, da etimologia da palavra, faz referência ao estudo dos
juízos de apreciação referentes a conduta humana, ela estuda o
comportamento moral do homem na sociedade. A ética formal
preocupa-se com o motivo da ação e não com o resultado da
conduta, ou seja, diferentemente da ética empírica e da ética
dos bens, a ética formal não se prende a resultados.
254. Ética Formal Segundo KANT:
A ética formal é também conhecida como ética
Kantiana, por ter como seu Precursor
Immanuel Kant. Segundo Kant, a significação
moral do comportamento não está simplesmente
no agir corretamente mas, na boa-vontade que é
empregada à conduta. Portanto, não se deve
analisar apenas a adequação da conduta
à norma, mas, procurar desvendar o valor ético
da ação empregada.
255. Características da Ética
Formal
• Defende a consciência racional a partir da lei moral.
• Racional, campo da lógica.
• O importante é cumprir logicamente o que tem de ser feito.
• Deve-se cumprir conforme as exigências da consciência
racional e não conforme os sabores do ambiente externo.
• O filósofo por excelência dessa doutrina é Kant. Ele advoga
que o certo é fazer o que é lógico ou racional.
256. ÉTICA FORMAL
• Kant.
• A missão da ética é descobrir as características
formais que tais imperativos devem ter para que
exista neles a forma da razão e, portanto, sejam
normas morais.
• a) universalidade: “Aja de tal maneira que o teu agir
possa ser lei universal”;
• b) referir-se aos seres humanos como fins em si
mesmo: “Aja de tal maneira que você trate a
humanidade tanto em ti como em qualquer outro,
sempre como um fim em si mesmo e nunca apenas
como meio”;
256
257. ÉTICA FORMAL
• O bem moral não reside na felicidade como defendiam
as éticas tradicionais, mas em conduzir-se com
autonomia, construir corretamente a própria vida.
• Mas o bem supremo não se identifica simplesmente com
o bem moral. Ele só pode ser alcançado com a união
entre o bem moral (possível pela boa vontade
autônoma) e a felicidade que aspiramos por natureza.
Mas a razão humana não oferece nenhuma garantia de
que se possa alcançar este bem supremo. A única que
pode fazer isso é a fé religiosa. Assim a existência de
Deus é um outro postulado da razão que não se pode
provar como também a imortalidade da alma como seu
correlato.
257
258. Princípios da Ética Formal:
• Exigência de Autonomia: o ato só é moralmente valioso
quando representa observância de uma norma que o sujeito
deu a si mesmo. A compatibilidade externa entre a norma e a
legalidade, não tem valor ético, se desprovida a conduta de
respeito à exigência ética;
• Universalidade: para que o ato valha moralmente, ele deve
ter igual valor moral para todos os homens, não há
subjetividade na norma
moral.
259. ÉTICA AUTÔNOMA
• A lei é fundamentada pela adequação da consciência
moral e não pela instância alheia ao Eu. Como
observamos, Kant mostra à construção da própria
moral. Não aguarda algo de fora. O homem procura
aquilo que está dentro dele próprio. Diversos
filósofos fundamentaram-se na ética axiológica, e
esta estuda a ética do ângulo dos valores.
• A autônoma aceita leis próprias e afirma que ela
deve vir do próprio cumprimento da ação moral. Esta
é a defendida pela maioria dos éticos.
259
260. ÉTICA AUTÔNOMA
• A autonomia é desenvolvida com seu próprio
exercício, todo voltado ao conhecimento do outro,
ao conhecimento e ao convencimento do aluno,
cúmplice e co-autor de um projeto
• Ele que considera o ser humano um legislador livre e
consciente do conjunto de normas e leis morais que
adota em sua existência social.
260
261. • Para Kant, em sua filosofia prática, a significação moral do
comportamento não reside em resultados externos, mas na
pureza da vontade e na retidão dos propósitos do agente
considerado.
• Trabalha-se a moralidade de um ato a partir do foro íntimo da
pessoa. O que significa isso?
• A boa vontade não é boa pelo que efetue e realize, não é boa
por sua adequação para alcançar algum fim que nos
tenhamos proposto; é boa só pelo querer, quer dizer, é boa
em si mesma...
262. • Moralmente valioso é o atuar que, além da concordância com aquilo
que a norma impõe, exprime o cumprimento do dever pelo dever.
Ou seja, por respeito à exigência ética.
• O fundamento da lei moral não está na experiência, mas se apóia
em princípios racionais apriorísticos. A lei que representa a conduta
boa, vem do imperativo categórico, critério supremo da moralidade:
• Age sempre de tal modo que a máxima de tua ação possa ser
elevada, por sua vontade, à categoria de lei de universal
observância.
Notas do Editor
A confusão que acontece entre as palavras Moral e Ética existem há muitos séculos. A própria etimologia destes termos gera confusão, sendo que Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser, e Moral tem sua origem no latim, que vem de “mores”, significando costumes.
Esta confusão pode ser resolvida com o esclarecimento dos dois temas, sendo que Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. Durkheim explicava Moral como a “ciência dos costumes”, sendo algo anterior a própria sociedade. A Moral tem caráter obrigatório.
Já a palavra Ética, Motta (1984) defini como um “conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem-estar social”, ou seja, Ética é a forma que o homem deve se comportar no seu meio social.
A Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência Moral que o leva a distinguir o bem do mal no contexto em que vive. Surgindo realmente quando o homem passou a fazer parte de agrupamentos, isto é, surgiu nas sociedades primitivas, nas primeiras tribos. A Ética teria surgido com Sócrates, pois se exigi maior grau de cultura. Ela investiga e explica as normas morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente por convicção e inteligência. Vásquez (1998) aponta que a Ética é teórica e reflexiva, enquanto a Moral é eminentemente prática. Uma completa a outra, havendo um inter-relacionamento entre ambas, pois na ação humana, o conhecer e o agir são indissociáveis.
Em nome da amizade, deve-se guardar silêncio diante do ato de um traidor? Em situações como esta, os indivíduos se deparam com a necessidade de organizar o seu comportamento por normas que se julgam mais apropriadas ou mais dignas de ser cumpridas. Tais normas são aceitas como obrigatórias, e desta forma, as pessoas compreendem que têm o dever de agir desta ou daquela maneira. Porém o comportamento é o resultado de normas já estabelecidas, não sendo, então, uma decisão natural, pois todo comportamento sofrerá um julgamento. E a diferença prática entre Moral e Ética é que esta é o juiz das morais, assim Ética é uma espécie de legislação do comportamento Moral das pessoas. Mas a função fundamental é a mesma de toda teoria: explorar, esclarecer ou investigar uma determinada realidade.
A Moral, afinal, não é somente um ato individual, pois as pessoas são, por natureza, seres sociais, assim percebe-se que a Moral também é um empreendimento social. E esses atos morais, quando realizados por livre participação da pessoa, são aceitas, voluntariamente.
Pois assim determina Vasquez (1998) ao citar Moral como um “sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas livres e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal”.
Enfim, Ética e Moral são os maiores valores do homem livre. Ambos significam &quot;respeitar e venerar a vida&quot;. O homem, com seu livre arbítrio, vai formando seu meio ambiente ou o destruindo, ou ele apóia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo, Ética e a Moral se formam numa mesma realidade.