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Capítulo: A Mercadoria
         Karl Marx
      PET-Economia FEAC-UFAL
Idéias adquiridas por nossa
 inteligência, incorporadas a nossos
 pontos de vista e forjadas em nossa
  consciência são cadeias das quais
   não poderemos nos libertar sem
esforço doloroso; são demônios, que
   poderemos vencer somente nos
          submetendo a eles

                MARX
            PET-Economia FEAC-UFAL
Sumário do Capítulo: A MERCADORIA
I.           Os dois fatores da mercadoria: valor-de-uso e valor
            (substância e quantidade do valor)
II.         O duplo caráter do trabalho materializado na mercadoria
III.        A forma simples do valor ou o valor-de-troca
       a.      A forma simples, singular ou fortuita do valor
             1.   Os dois pólos da expressão do valor: a forma relativa do valor e a
                  forma de equivalente
             2.   A forma relativa do valor
                  a)   O que significa
                  b)   Determinação quantitativa da forma do valor
             3.   A forma equivalente
             4.   A forma simples do valor, em seu conjunto
       b.      Forma total ou extensiva do valor
             1.   Forma extensiva do valor relativo
             2.   A forma de equivalente particular
             3.   Defeitos da forma total ou extensiva do valor
       c.      Forma geral do valor
             1.   Mudança do caráter da forma do valor
             2.   Desenvolvimento mútuo da forma relativa do valor e da forma de
                  equivalente
             3.   Transição da forma geral do valor para a forma dinheiro
       d.      Forma dinheiro do valor
                              PET-Economia FEAC-UFAL
IV.         O fetichismo da mercadoria: seu segredo
I. Os dois fatores da mercadoria: valor-
de-uso e valor (substância e quantidade
                do valor)

A riqueza das sociedades onde rege a
 produção capitalista configura-se em
 “imensa acumulação de mercadorias”
      e a mercadoria, isoladamente
    considerada, é a forma elementar
     dessa riqueza. Por isso, nossa
investigação começa com a análise da
              mercadoria

              PET-Economia FEAC-UFAL
Valor-de-Uso
 A mercadoria é, antes de mais nada, um objeto externo,
  uma coisa que, antes de mais nada, por suas
  propriedades, satisfaz necessidades humanas,seja qual
  for a natureza, a origem delas, provenham do estômago
  ou da fantasia;
 A utilidade de uma coisa faz dela um valor-de-uso;
 Esse caráter da mercadoria não depende da quantidade
  de trabalho empregado para obter suas qualidades
  úteis;
 O valor-de-uso só se realiza com a utilização ou o
  consumo. Os valores-de-uso constituem o conteúdo
  material da riqueza;
 Na sociedade que vamos estudar, os valores-de-uso
  são, ao mesmo tempo, os veículos materiais do valor-
  de-troca
                    PET-Economia FEAC-UFAL
Valor-de-Troca
 O valor-de-troca revela-se, de início, na relação quantitativa entre
  valores-de-uso de espécies diferentes, na proporção em que se
  trocam

 Exemplo:

         Determinada mercadoria, 1 quarter de trigo, por exemplo, troca-se
         por x de graxa de sapato, ou por y de seda, ou por z de ouro etc.,
    resumindo por outras mercadorias nas mais diferentes proporções. Assim,
           o trigo possui múltiplos valores de troca em vez de um único.
       Porém, sendo x de graxa, assim como y de seda ou z de ouro o valor
        de troca de 1 quarter de trigo, x de graxa, y de seda, z de ouro etc.
        têm de ser valores de troca permutáveis uns pelos outros ou iguais
               entre si. Daí se deduz: os valores de troca vigentes da
      mesma mercadoria expressam algo igual. Segundo, porém: o valor de
    troca só pode ser a maneira de expressar-se, a forma de manifestação de
                      uma substância que dele se pode distinguir

                           PET-Economia FEAC-UFAL
Valor-de-Troca
Tomemos ainda duas mercadorias, por exemplo, trigo e
ferro. Qualquer que seja sua relação de troca, poder-se-
á, sempre, representá-la por uma equação em que dada
 quantidade de trigo é igualada a alguma quantidade de
   ferro, por exemplo, 1 quarter de trigo = a quintais de
 ferro. Que diz essa equação? Que algo em comum da
 mesma grandeza existe em duas coisas diferentes, em
  1 quarter de trigo e igualmente em a quintais de ferro.
Ambas são, portanto, iguais a uma terceira, que em si e
para si não é nem uma nem outra. Cada uma das duas,
 enquanto valor de troca, deve, portanto, ser redutível a
                        essa terceira


                   PET-Economia FEAC-UFAL
Valor-de-Troca

Como valores de uso, as mercadorias são, antes
    de mais nada, de diferente qualidade, como
   valores de troca só podem ser de quantidade
diferente, não contendo, portanto, nenhum átomo
                  de valor de uso.

Deixando de lado então o valor de uso dos corpos
   das mercadorias, resta a elas apenas uma
   propriedade, que é a de serem produtos do
                    trabalho
                PET-Economia FEAC-UFAL
Valor-de-troca
       Deixando de lado então o valor de uso dos corpos das
 mercadorias, resta a elas apenas uma propriedade, que é a de
  serem produtos do trabalho [...] Se abstraímos o seu valor de
  uso, abstraímos também os componentes e formas corpóreas
 que fazem dele valor de uso. Deixa já de ser mesa ou casa ou
     fio ou qualquer outra coisa útil. Todas as suas qualidades
      sensoriais se apagaram. Também já não é o produto do
   trabalho do marceneiro ou do pedreiro ou do fiandeiro ou de
 qualquer outro trabalho produtivo determinado. Ao desaparecer
o caráter útil dos produtos do trabalho, desaparece o caráter útil
  dos trabalhos neles representados, e desaparecem também,
 portanto, as diferentes formas concretas desses trabalhos, que
  deixam de diferenciar-se um do outro para reduzir-se em sua
totalidade a igual trabalho humano, a trabalho humano abstrato.
                       PET-Economia FEAC-UFAL
Valor-de-Troca
    Não restou deles a não ser a mesma objetividade
impalpável, a massa pura e simples de trabalho humano
    em geral, isto é, do dispêndio de força de trabalho
     humano, sem consideração pela forma como foi
  despendida. O que essas coisas ainda representam é
  apenas que em sua produção foi despendida força de
trabalho humano, foi acumulado trabalho humano. Como
  configuração dessa substância social comum a todas
       elas, são elas valores, valores-mercadorias

      O que se evidencia comum na relação de
      permuta ou no valor de troca é, portanto, o
                valor da mercadoria
                   PET-Economia FEAC-UFAL
Valor-de-troca
 Um valor de uso ou um bem só possui, portanto, valor,
porque nele está corporificado, materializado, trabalho
humano abstrato;
 Como medir seu valor? Por meio da quantidade da
“substância criadora de valor” nele contida, o trabalho. A
quantidade de trabalho, por sua vez,mede-se pelo tempo
de sua duração, e o tempo de trabalho, por frações do
tempo, como hora, dia etc.
 A mercadoria produzida por um trabalhador preguiçoso
ou inábil vale mais? NÃO
   – O trabalho que constitui a substância dos valores é o trabalho
     humano homogêneo, dispêndio de idêntica força de trabalho


                        PET-Economia FEAC-UFAL
Tempo de trabalho

Tempo de trabalho socialmente necessário
    é o tempo de trabalho requerido para
  produzir-se um valo de uso qualquer nas
    condições de produção socialmente
  normais, existentes, e com o grau social
     médio de destreza e intensidade do
                  trabalho


              PET-Economia FEAC-UFAL
Magnitude do valor
 É, portanto, apenas o quantum de trabalho
  socialmente necessário ou o tempo de trabalho
  socialmente necessário para produção de um
  valor de uso o que determina a grandeza de seu
  valor
 O valor de uma mercadoria está para o valor de
  cada uma das outras mercadorias assim como o
  tempo de trabalho necessário para a produção
  de uma está para o tempo de trabalho
  necessário para a produção de outra
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A produtividade do trabalho
         A produtividade do trabalho é determinada
    por meio de circunstâncias diversas, entre outras pelo
   grau médio de habilidade dos trabalhadores, o nível de
       desenvolvimento da ciência e sua aplicabilidade
      tecnológica, a combinação social do processo de
  produção, o volume e a eficácia dos meios de produção e
                    as condições naturais

  Genericamente, quanto maior a produtividade do trabalho,
tanto menor o tempo de trabalho exigido para a produção de
um artigo, tanto menor a massa de trabalho nele cristalizada,
   tanto menor o seu valor. Inversamente, quanto menor a
 produtividade do trabalho, tanto maior o tempo de trabalho
 necessário para a produção de um artigo, tanto maior o seu
                      PET-Economia FEAC-UFAL
                              valor.
Valor de uso sem valor

Uma coisa pode ser valor de uso, sem ser valor. É esse o
    caso, quando a sua utilidade para o homem não é
   mediada por trabalho. Assim, o ar, o solo virgem, os
       gramados naturais, as matas não cultivadas
    etc. Uma coisa pode ser útil e produto do trabalho
  humano, sem ser mercadoria. Quem com seu produto
 satisfaz sua própria necessidade cria valor de uso mas
      não mercadoria. Para produzir mercadoria, ele
 não precisa produzir apenas valor de uso, mas valor de
           uso para outros, valor de uso social


                   PET-Economia FEAC-UFAL
II. O duplo caráter do trabalho
     materializado na mercadoria
Exemplo:
 Tomemos duas mercadorias, digamos um
  casaco e 10 metros de linho. Que a primeira
  tenha o dobro do valor da última, de modo que,
  se 10 metros de linho = W, o casaco = 2W.
 O casaco e o linho são valores de uso
  qualitativamente diferentes assim como são os
  trabalhos empregados em sua produção


                 PET-Economia FEAC-UFAL
A mercadoria como objeto útil
“o valor de uso de cada mercadoria encerra determinada
  atividade produtiva adequada a um fim, ou trabalho útil.
Valores de uso não podem defrontar-se como mercadoria,
caso eles não contenham trabalhos úteis qualitativamente
  diferentes. Numa sociedade cujos produtos assumem,
    genericamente, a forma de mercadoria, isto é, numa
 sociedade de produtores de mercadorias, desenvolve-se
essa diferença qualitativa dos trabalhos úteis, executados
                    independentemente
  uns dos outros, como negócios privados de produtores
 autônomos, num sistema complexo, numa divisão social
                        do trabalho”.
                    PET-Economia FEAC-UFAL
Como criador de valores de uso, como
trabalho útil, é o trabalho, por isso, uma
   condição de existência do homem,
  independente de todas as formas de
 sociedade, eterna necessidade natural
   de mediação do metabolismo entre
 homem e natureza e, portanto, da vida
                  humana.


              PET-Economia FEAC-UFAL
O valor das mercadorias
 Abstraindo-se da determinação da atividade produtiva e,
  portanto, do caráter útil do trabalho, resta apenas que
  ele é um dispêndio de força humana de trabalho;

 Trabalho humano simples mede-se pelo dispêndio da
  força de trabalho simples, a qual, em média, todo
  homem comum, sem educação especial, possui em seu
  organismo. Embora o próprio trabalho médio simples
  mude seu caráter, em diferentes países ou épocas
  culturais, ele é porém dado em uma sociedade
  particular. Trabalho mais complexo vale apenas como
  trabalho simples potenciado ou, antes, multiplicado, de
  maneira que um pequeno quantum de trabalho
  complexo é igual a um grande quantum de trabalho
  simples
                    PET-Economia FEAC-UFAL
O valor das mercadorias
    Alfaiataria e tecelagem são elementos
  formadores dos valores de uso, casaco e
linho, graças às suas diferentes qualidades;
  elas somente são substâncias do valor do
  casaco e do valor do linho na medida em
  que se abstrai sua qualidade específica e
   ambas possuem a mesma qualidade, a
        qualidade do trabalho humano

               PET-Economia FEAC-UFAL
O valor das mercadorias
    Casaco e linho não são apenas valores ao todo, mas
                        valores de
   determinada grandeza, e segundo nossa suposição, o
 casaco tem dobro do valor de 10 varas de linho. De onde
vem essa diferença de suas grandezas de valor? De que o
  linho só contém metade do trabalho que o casaco, pois
 para a produção do último a força de trabalho precisa ser
     despendida durante o dobro do tempo que para a
                   produção do primeiro.

Se, portanto, em relação ao valor de uso o trabalho contido
na mercadoria vale apenas qualitativamente, em relação à
grandeza do valor ele vale só quantitativamente, depois de
      já reduzido a trabalho humano, puro e simples
                     PET-Economia FEAC-UFAL
O valor das mercadorias

   Todo trabalho é, por um lado, dispêndio de força de
    trabalho do homem no sentido fisiológico, e nessa
qualidade de trabalho humano igual ou trabalho humano
abstrato gera o valor da mercadoria. Todo trabalho é, por
outro lado, dispêndio de força de trabalho do homem sob
   forma especificamente adequada a um fim, e nessa
  qualidade de trabalho concreto útil produz valores de
                           uso



                    PET-Economia FEAC-UFAL
III. A forma simples do valor ou o
             valor-de-troca

As mercadorias vêm ao mundo sob a forma de valores de
uso ou de corpos de mercadorias, como ferro, linho, trigo
    etc. Essa é a sua forma natural com que estamos
habituados. Elas são só mercadorias, entretanto, devido à
   sua duplicidade, objetos de uso e simultaneamente
   portadores de valor. Elas aparecem, por isso, como
mercadoria ou possuem a forma de mercadoria apenas na
  medida em que possuem forma dupla, forma natural e
                     forma de valor.



                   PET-Economia FEAC-UFAL
Rumo a forma dinheiro
 Toda pessoa sabe, ainda que não saiba mais do que isso,
 que as mercadorias possuem uma forma comum de valor
[trabalho], que contrasta de maneira muito marcante com a
   heterogeneidade das formas naturais que apresentam
   seus valores de uso — a forma dinheiro. Aqui cabe, no
     entanto, realizar o que não foi jamais tentado pela
   economia burguesa, isto é, comprovar a gênese dessa
forma dinheiro, ou seja, acompanhar o desenvolvimento da
     expressão do valor contida na relação de valor das
mercadorias, de sua forma mais simples e sem brilho até a
 ofuscante forma dinheiro. Com isso desaparece o enigma
                          do dinheiro


                    PET-Economia FEAC-UFAL
A. A forma simples, singular ou
         fortuita de Valor

 x de mercadoria A = y de mercadoria B, ou
          A vale y de mercadoria B

20 metros de linho = 1 casaco, ou 20 metros
          de linho valem 1 casaco



               PET-Economia FEAC-UFAL
1. Os dois pólos da expressão de Valor:
     forma relativa do valor e forma
               equivalente
 Duas mercadorias diferentes, A e B, em nosso exemplo
 linho e casaco, representam aqui, evidentemente, dois
papéis distintos. O linho expressa seu valor no casaco, o
casaco serve de material para essa expressão de valor. A
      primeira mercadoria representa um papel ativo,
     a segunda um papel passivo. O valor da primeira
   mercadoria é apresentado como valor relativo ou ela
    encontra-se sob forma relativa de valor. A segunda
 mercadoria funciona como equivalente ou encontra-se
                  em forma equivalente

    O valor do linho pode assim ser expresso apenas
   relativamente, isto é, por meio de outra mercadoria
                     PET-Economia FEAC-UFAL
2. A forma relativa de Valor
a) O que significa

  Digamos: como valores, as mercadorias são meras cristalizações de
trabalho humano, então a nossa análise reduz as mesmas à abstração
   de valor, sem dar-lhes, porém, qualquer forma de valor diferente de
  suas formas naturais. A coisa é diferente na relação de valor de uma
  mercadoria à outra. Seu caráter de valor revela-se aqui por meio de
                 sua própria relação à outra mercadoria.

   Ao equiparar-se, por exemplo, o casaco, como coisa de valor, ao
  linho, é equiparado o trabalho inserido no primeiro com o trabalho
                          contido neste último

                        PET-Economia FEAC-UFAL
A forma relativa de Valor
 Não basta, porém, expressar o caráter específico
   do trabalho em que consiste o valor do linho. A
 força de trabalho do homem em estado líquido ou
trabalho humano cria valor, porém não é valor. Ele
   torna-se valor em estado cristalizado, em forma
    concreta.Para expressar o valor do linho como
    cristalização de trabalho humano, ele deve ser
expresso como uma “objetividade” concretamente
     diferente do linho mesmo e simultaneamente
  comum ao linho e a outra mercadoria. A tarefa já
                      está resolvida
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A forma relativa de Valor
b) Determinação quantitativa da forma
relativa de valor

    Toda mercadoria, cujo valor deve ser
   expresso, é um objeto de uso em dado
 quantum, 15 arrobas de trigo, 100 libras de
café etc. Esse dado quantum de mercadoria
 contém determinado quantum de trabalho
                  humano
               PET-Economia FEAC-UFAL
A forma relativa de Valor
 A equação: “20 varas de linho = 1 casaco, ou: 20
 varas de linho valem 1 casaco” pressupõe que 1
 casaco contém tanta substância de valor quanto
 20 varas de linho, que ambas as quantidades de
 mercadorias custam assim o mesmo trabalho ou
 igual quantidade de tempo de trabalho. O tempo
   de trabalho necessário para a produção de 20
 varas de linho ou 1 casaco altera-se, porém, com
cada alteração na força produtiva da tecelagem ou
da alfaiataria. A influência de tais mudanças sobre
  a expressão relativa da grandeza de valor deve
         agora ser examinada mais de perto

                  PET-Economia FEAC-UFAL
A forma relativa de Valor
Mudanças nas quantidades relativas
 O valor do linho muda e o valor do casaco permanece
constante: (Ex. crescente (in)fertilidade do solo onde se
produz o linho

20 metros de linho = 1 casaco, agora
20 metros de linho = 2 casacos ou
20 metros de linho = ½ casacos

O valor relativo da mercadoria A, isto é, seu valor expresso
na mercadoria B, sobe e cai, portanto, diretamente com o
 valor da mercadoria A, enquanto permanece o mesmo o
                   valor da mercadoria B
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A forma relativa de Valor
Mudanças nas quantidades relativas
 II) O valor do linho permanece constante e muda o valor do casaco
(Ex. Introdução de uma nova máquina ou deterioração da mesma)

20 metros de linho = 1 casaco, agora
20 metros de linho = ½ casaco ou
20 metros de linho = 2 casacos

Ao se compararem os diferentes casos, sob I e II, resulta que a
 mesma mudança de grandeza do valor relativo pode provir de
causas totalmente opostas. Assim 20 varas de linho = 1 casaco
se transforma em: 1) a equação 20 varas de linho = 2 casacos,
  ou porque o valor do linho duplica-se, ou porque o valor dos
 casacos cai à metade; e 2) a equação 20 varas de linho = 1/2
 casaco, ou porque o valor do linho cai à metade ou porque o
                valor do casaco sobe ao dobro

                         PET-Economia FEAC-UFAL
A forma relativa de Valor
III) As quantidades de trabalho necessárias
 para a produção de linho e casaco podem variar
 simultaneamente, na mesma direção e na
 mesma proporção
IV) Os tempos de trabalho necessários à
 produção de linho e casaco, respectivamente, e,
 portanto,    seus    valores,   podem    variar
 simultaneamente, na mesma direção, porém em
 grau diferente, ou em direção contrária

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3. A forma equivalente
 A forma equivalente de uma mercadoria é
     conseqüentemente a forma de sua
permutabilidade direta com outra mercadoria.

Como nenhuma mercadoria pode figurar como
 equivalente de si mesma, portanto tão pouco
  podendo fazer de sua própria pele natural
  expressão de seu próprio valor, ela tem de
    relacionar-se como equivalente a outra
mercadoria, ou fazer da pele natural de outra
     mercadoria sua própria forma de valor
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3. A forma equivalente
 Primeira peculiaridade da forma equivalente: o
valor de uso torna-se forma de manifestação de seu
contrário, do valor
40 metros de linho “valem o quê”? Dois casacos
 A forma equivalente, o casaco, não tem outro
atributo a não ser a referência do valor do linho, e
sua forma valor de uso, ou seja, sua forma
corpórea, a de ser casaco, serve apenas como
espelho do valor do linho

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3. A forma equivalente

 Expressando a forma relativa de valor de uma mercadoria,
por exemplo do linho, sua qualidade de ter valor como algo
inteiramente distinto de seu corpo e suas propriedades, por
  exemplo, como algo igual a um casaco, essa expressão
 mesma indica que nela se oculta uma relação social. Com
    a forma equivalente se dá o contrário. Ela consiste
  justamente em que um corpo de mercadoria, como o do
 casaco, tal qual ela é, expressa valor, possuindo portanto,
                por natureza, forma de valor




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3. A forma equivalente
 Segunda peculiaridade da forma equivalente: o
trabalho concreto (alfaiate) se converta na forma
de manifestação de seu contrário, trabalho
humano abstrato

   Para expressar que a tecelagem, não em sua
forma concreta como tecelagem, mas sim em sua
 propriedade geral como trabalho humano, gera o
valor do linho, ela é confrontada com a alfaiataria,
 o trabalho concreto que produz o equivalente do
  linho, como a forma de realização palpável do
             trabalho humano abstrato

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3. A forma equivalente
 Terceira   peculiaridade da forma equivalente: que o
trabalho privado se converta na forma de seu contrário,
trabalho em forma diretamente social

[...] na medida em que esse trabalho concreto, a alfaiataria,
      funciona como mera expressão de trabalho humano
 indiferenciado, possui ele a forma da igualdade com outro
  trabalho, o trabalho contido no linho, e é, portanto, ainda
  que trabalho privado, como todos os outros, trabalho que
  produz mercadorias, por conseguinte, trabalho em forma
diretamente social. Por isso mesmo, apresenta-se ele num
  produto que é diretamente trocável por outra mercadoria


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3. A forma equivalente
•As limitações de Aristóteles: grande pesquisador que primeiramente analisou a
forma do valor
                                “5 almofadas = 1 casa”
“não se diferencia” de:
                            “5 almofadas = tanto dinheiro”

   “A troca”, diz ele, “não pode existir sem a igualdade, nem a igualdade sem a
                                 comensurabilidade”

 É, porém, em verdade, impossível que coisas de espécies tão diferentes sejam
comensuráveis, isto é, qualitativamente iguais. Essa equiparação pode apenas ser
  algo estranho à verdadeira natureza das coisas, por conseguinte, somente um
                       artifício para a necessidade prática.”

Falta a Aristóteles o conceito de VALOR? Para sua época isto jamais poderia
                                 ser decifrado

“não podia Aristóteles deduzir da própria forma de valor, porque a sociedade grega
baseava-se no trabalho escravo e tinha, portanto, por base natural a desigualdade
                entre os homens e suas forças de trabalho” (MARX)
                              PET-Economia FEAC-UFAL
4. A forma simples do Valor em
         seu conjunto
A forma simples de valor de uma mercadoria está contida
   em sua relação de valor com outra mercadoria de tipo
  diferente, ou na relação de troca com a mesma. O valor
  da mercadoria A é expresso quantitativamente por meio
      da permutabilidade direta da mercadoria B com a
  mercadoria A. Ele é expresso qualitativamente por meio
    da permutabilidade de um quantum determinado da
   mercadoria B por dado quantum da mercadoria A. Em
       outras palavras: o valor de uma mercadoria tem
    expressão autônoma por meio de sua representação
                    como “valor de troca”



                   PET-Economia FEAC-UFAL
4. A forma simples do Valor em
          seu conjunto
    [...] conforme ela [a mercadoria] entre numa
relação de valor com esta ou aquela outra espécie
   de mercadoria, surgem diferentes expressões
  simples de valor, de uma mesma mercadoria. O
  número de suas possíveis expressões de valor é
    apenas limitado pelo número de espécies de
    mercadorias diferentes dela. Sua expressão
 individualizada de valor converte-se, portanto, em
   uma série constantemente ampliável de suas
        diferentes expressões simples de valor
                  PET-Economia FEAC-UFAL
B. Forma total ou extensiva do Valor

    z mercadoria A = u mercadoria B ou = v
   mercadoria C ou = w mercadoria D ou = x
           mercadoria E ou = etc.

 (20 metros de linho = 1 casaco ou = 10 libras de
chá ou = 40 libras de café ou = 1 quarter de trigo
ou = 2 onças de ouro ou = ½ tonelada de ferro ou
                      = etc.)

                 PET-Economia FEAC-UFAL
B. Forma total ou extensiva do Valor

1.Forma extensiva do valor relativo

 O valor de uma mercadoria, do linho, por exemplo, é agora
 expresso em inumeráveis outros elementos do mundo das
 mercadorias. Qualquer outro corpo de mercadorias torna-se
                 espelho do valor do linho

Por meio de sua forma valor, o linho se encontra portanto agora
também em relação social não mais apenas com outra espécie
     individual de mercadoria, mas sim com o mundo das
mercadorias. Como mercadoria, ele é cidadão deste mundo

 Desaparece a relação eventual de dois donos individuais de
  mercadorias. Evidencia-se que não é a troca que regula a
grandeza de valor, mas, ao contrário, é a grandeza de valor da
                     PET-Economia FEAC-UFAL
       mercadoria que regula suas relações de troca
B. Forma total ou extensiva do Valor

2. A forma de equivalente particular

 Cada mercadoria, casaco, trigo, chá, ferro
  etc., vale na expressão de valor do linho
 como equivalente e, portanto, como corpo
  de valor. A forma natural determinada de
cada uma dessas mercadorias é agora uma
   forma equivalente particular ao lado de
                 muitas outras
                PET-Economia FEAC-UFAL
B. Forma total ou extensiva do Valor

3. Insuficiências da forma total ou extensiva
    do Valor
 a expressão relativa de valor da
    mercadoria é incompleta, porque sua
    série de representações não termina
    nunca
 ela forma um mosaico colorido de
    expressões de valor, desconexas e
    diferenciadas
                PET-Economia FEAC-UFAL
B. Forma total ou extensiva do Valor

      20 varas de linho = 1 casaco
 20 varas de linho = 10 libras de chá etc.

                       Ou

       1 casaco = 20 varas de linho
 10 libras de chá = 20 varas de linho etc.

               PET-Economia FEAC-UFAL
B. Forma total ou extensiva do Valor
   De fato: quando um homem troca seu linho por
  muitas outras mercadorias e, portanto, expressa
seu valor numa série de outras mercadorias, então
necessariamente os muitos outros possuidores de
   mercadorias precisam também trocar as suas
      mercadorias por linho e, por conseguinte,
       expressar os valores de suas diferentes
   mercadorias na mesma terceira mercadoria em
linho. — Invertamos, portanto a série: 20 varas de
 linho = 1 casaco ou = 10 libras de chá = etc., isto
é, expressemos a relação recíproca implicitamente
    já contida na série, então obtemos A FORMA
                 GERAL DO VALOR
                  PET-Economia FEAC-UFAL
C. Forma Geral do Valor
1 casaco              =
10 libras de chá      =
40 libras de café     =
1 quarter de trigo    =
                                        20 metros de linho
2 onças de ouro       =
½ tonelada de ferro   =
X de mercadoria a     =
etc. mercadoria       =
               PET-Economia FEAC-UFAL
C. Forma Geral do Valor
1. Mudança do caráter da forma do Valor

    Forma A – Forma simples do valor    1 casaco = 20 metros de linho
                  FORMA FORTUITA (TROCAS PRIMITIVAS)


 Forma B – Forma extensiva do valor  1 casaco = 20 metros de linho, ferro
                                                chá etc.
               FORMA MAIS COMPLETA (TROCAS HABITUAIS)


         Forma C – Forma geral do valor: expressa os valores do mundo das
                   mercadorias numa única e mesma mercadoria
    A primeira forma que relaciona as mercadorias não somente como valores de
         uso, mas fundamentalmente como valores de troca reciprocamente
                         PET-Economia FEAC-UFAL
C. Forma Geral do Valor
   Evidencia-se que a realidade do valor das
     mercadorias só pode ser expressa pela
  totalidade de suas relações sociais, pois essa
 realidade nada mais é que a “existência social”
    delas, tendo a forma do valor, portanto, de
        possuir validade social reconhecida

Igualadas,agora, ao linho, todas as mercadorias
    revelam-se não só qualitativamente iguais,
  como valores, mas também quantitativamente
     comparáveis, como magnitudes de valor
                PET-Economia FEAC-UFAL
C. Forma Geral do Valor
2. Desenvolvimento mútuo da forma relativa
  do valor e da forma equivalente

A forma relativa se desenvolve e a forma
 equivalente é a expressão deste
 desenvolvimento;
A forma equivalente não pode assumir
 forma relativa a si mesmo
               PET-Economia FEAC-UFAL
C. Forma Geral do Valor
3. Transição da forma geral do valor para a
  forma dinheiro
A forma de equivalente geral é, em suma, forma
 de valor. Pode, portanto ocorrer a qualquer
 mercadoria;
Então, mercadoria determinada, com cuja forma
 natural se identifica socialmente a forma
 equivalente,   torna-se    mercadoria-dinheiro,
 funciona como dinheiro
Desempenhar o papel de equivalente universal
 torna-se sua função social específica, seu
 monopólio social, no mundo das mercadorias
                 PET-Economia FEAC-UFAL
D. Forma Dinheiro do Valor
•   1 casaco                     =
•   10 libras de chá             =
•   40 libras de café            =
•   1 quarter de trigo           =
                                          2 onças de ouro
•   2 onças de ouro              =
•   ½ tonelada de ferro          =
•   X de mercadoria a            =
•   etc. mercadoria              =
                 PET-Economia FEAC-UFAL
D. Forma Dinheiro do Valor
O progresso consiste em se ter identificado,
 agora, definitivamente, a forma de direta
 permutabilidade geral ou forma de equivalente
 geral com a forma específica da mercadoria
 ouro, por força do hábito social
O difícil, para se conceituar a forma dinheiro, é
 compreender a forma equivalente geral e, em
 conseqüência, a forma geral do valor
Assim, a forma-mercadoria, isto é, a mercadoria
 equivalente da forma simples do valor, é o
 germe da forma dinheiro
                  PET-Economia FEAC-UFAL
IV. O Fetichismo da Mercadoria: seu
                segredo
 O caráter misterioso que o produto do trabalho apresenta
  ao assumir a forma de mercadoria, donde provém? Dessa
  própria forma, claro. A igualdade dos trabalhos humanos
  fica disfarçada sobre a forma da igualdade dos
  produtos do trabalho como valores;
 A medida, por meio da duração, do dispêndio da força
  humana de trabalho toma forma de quantidade de valor dos
  produtos do trabalho;
 Finalmente, as relações entre os produtores, nas quais se
  afirma o caráter social dos seus trabalhos, assumem a
  forma de relação social entre os produtos do trabalho,
  relação de trocas de mercadorias apenas; relações, nas
  formas desenvolvidas, mediadas pelo dinheiro
                     PET-Economia FEAC-UFAL
IV. O Fetichismo da Mercadoria:
           seu segredo
   A mercadoria é misteriosa simplesmente por
   encobrir as características sociais do próprio
  trabalho dos homens, apresentando-as como
 características materiais e propriedades sociais
 inerentes aos produtos do trabalho; por ocultar,
   portanto, a relação social entre os trabalhos
 individuais dos produtores e o trabalho total, ao
refleti-la como relação social existente, à margem
 deles, entre os produtos do seu próprio trabalho

                 PET-Economia FEAC-UFAL
IV. O Fetichismo da Mercadoria:
           seu segredo
Uma relação social definida, estabelecida entre os
  homens, assume a forma fantasmagórica de
            uma relação entre coisas

    A forma mercadoria e o dinheiro dissimula
      quaisquer relações interpessoais e suas
       respectivas características intrínsecas



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Aula 42 karl marx e a mercadoria

  • 1. Capítulo: A Mercadoria Karl Marx PET-Economia FEAC-UFAL
  • 2. Idéias adquiridas por nossa inteligência, incorporadas a nossos pontos de vista e forjadas em nossa consciência são cadeias das quais não poderemos nos libertar sem esforço doloroso; são demônios, que poderemos vencer somente nos submetendo a eles MARX PET-Economia FEAC-UFAL
  • 3. Sumário do Capítulo: A MERCADORIA I. Os dois fatores da mercadoria: valor-de-uso e valor (substância e quantidade do valor) II. O duplo caráter do trabalho materializado na mercadoria III. A forma simples do valor ou o valor-de-troca a. A forma simples, singular ou fortuita do valor 1. Os dois pólos da expressão do valor: a forma relativa do valor e a forma de equivalente 2. A forma relativa do valor a) O que significa b) Determinação quantitativa da forma do valor 3. A forma equivalente 4. A forma simples do valor, em seu conjunto b. Forma total ou extensiva do valor 1. Forma extensiva do valor relativo 2. A forma de equivalente particular 3. Defeitos da forma total ou extensiva do valor c. Forma geral do valor 1. Mudança do caráter da forma do valor 2. Desenvolvimento mútuo da forma relativa do valor e da forma de equivalente 3. Transição da forma geral do valor para a forma dinheiro d. Forma dinheiro do valor PET-Economia FEAC-UFAL IV. O fetichismo da mercadoria: seu segredo
  • 4. I. Os dois fatores da mercadoria: valor- de-uso e valor (substância e quantidade do valor) A riqueza das sociedades onde rege a produção capitalista configura-se em “imensa acumulação de mercadorias” e a mercadoria, isoladamente considerada, é a forma elementar dessa riqueza. Por isso, nossa investigação começa com a análise da mercadoria PET-Economia FEAC-UFAL
  • 5. Valor-de-Uso  A mercadoria é, antes de mais nada, um objeto externo, uma coisa que, antes de mais nada, por suas propriedades, satisfaz necessidades humanas,seja qual for a natureza, a origem delas, provenham do estômago ou da fantasia;  A utilidade de uma coisa faz dela um valor-de-uso;  Esse caráter da mercadoria não depende da quantidade de trabalho empregado para obter suas qualidades úteis;  O valor-de-uso só se realiza com a utilização ou o consumo. Os valores-de-uso constituem o conteúdo material da riqueza;  Na sociedade que vamos estudar, os valores-de-uso são, ao mesmo tempo, os veículos materiais do valor- de-troca PET-Economia FEAC-UFAL
  • 6. Valor-de-Troca  O valor-de-troca revela-se, de início, na relação quantitativa entre valores-de-uso de espécies diferentes, na proporção em que se trocam  Exemplo: Determinada mercadoria, 1 quarter de trigo, por exemplo, troca-se por x de graxa de sapato, ou por y de seda, ou por z de ouro etc., resumindo por outras mercadorias nas mais diferentes proporções. Assim, o trigo possui múltiplos valores de troca em vez de um único. Porém, sendo x de graxa, assim como y de seda ou z de ouro o valor de troca de 1 quarter de trigo, x de graxa, y de seda, z de ouro etc. têm de ser valores de troca permutáveis uns pelos outros ou iguais entre si. Daí se deduz: os valores de troca vigentes da mesma mercadoria expressam algo igual. Segundo, porém: o valor de troca só pode ser a maneira de expressar-se, a forma de manifestação de uma substância que dele se pode distinguir PET-Economia FEAC-UFAL
  • 7. Valor-de-Troca Tomemos ainda duas mercadorias, por exemplo, trigo e ferro. Qualquer que seja sua relação de troca, poder-se- á, sempre, representá-la por uma equação em que dada quantidade de trigo é igualada a alguma quantidade de ferro, por exemplo, 1 quarter de trigo = a quintais de ferro. Que diz essa equação? Que algo em comum da mesma grandeza existe em duas coisas diferentes, em 1 quarter de trigo e igualmente em a quintais de ferro. Ambas são, portanto, iguais a uma terceira, que em si e para si não é nem uma nem outra. Cada uma das duas, enquanto valor de troca, deve, portanto, ser redutível a essa terceira PET-Economia FEAC-UFAL
  • 8. Valor-de-Troca Como valores de uso, as mercadorias são, antes de mais nada, de diferente qualidade, como valores de troca só podem ser de quantidade diferente, não contendo, portanto, nenhum átomo de valor de uso. Deixando de lado então o valor de uso dos corpos das mercadorias, resta a elas apenas uma propriedade, que é a de serem produtos do trabalho PET-Economia FEAC-UFAL
  • 9. Valor-de-troca Deixando de lado então o valor de uso dos corpos das mercadorias, resta a elas apenas uma propriedade, que é a de serem produtos do trabalho [...] Se abstraímos o seu valor de uso, abstraímos também os componentes e formas corpóreas que fazem dele valor de uso. Deixa já de ser mesa ou casa ou fio ou qualquer outra coisa útil. Todas as suas qualidades sensoriais se apagaram. Também já não é o produto do trabalho do marceneiro ou do pedreiro ou do fiandeiro ou de qualquer outro trabalho produtivo determinado. Ao desaparecer o caráter útil dos produtos do trabalho, desaparece o caráter útil dos trabalhos neles representados, e desaparecem também, portanto, as diferentes formas concretas desses trabalhos, que deixam de diferenciar-se um do outro para reduzir-se em sua totalidade a igual trabalho humano, a trabalho humano abstrato. PET-Economia FEAC-UFAL
  • 10. Valor-de-Troca Não restou deles a não ser a mesma objetividade impalpável, a massa pura e simples de trabalho humano em geral, isto é, do dispêndio de força de trabalho humano, sem consideração pela forma como foi despendida. O que essas coisas ainda representam é apenas que em sua produção foi despendida força de trabalho humano, foi acumulado trabalho humano. Como configuração dessa substância social comum a todas elas, são elas valores, valores-mercadorias O que se evidencia comum na relação de permuta ou no valor de troca é, portanto, o valor da mercadoria PET-Economia FEAC-UFAL
  • 11. Valor-de-troca  Um valor de uso ou um bem só possui, portanto, valor, porque nele está corporificado, materializado, trabalho humano abstrato;  Como medir seu valor? Por meio da quantidade da “substância criadora de valor” nele contida, o trabalho. A quantidade de trabalho, por sua vez,mede-se pelo tempo de sua duração, e o tempo de trabalho, por frações do tempo, como hora, dia etc.  A mercadoria produzida por um trabalhador preguiçoso ou inábil vale mais? NÃO – O trabalho que constitui a substância dos valores é o trabalho humano homogêneo, dispêndio de idêntica força de trabalho PET-Economia FEAC-UFAL
  • 12. Tempo de trabalho Tempo de trabalho socialmente necessário é o tempo de trabalho requerido para produzir-se um valo de uso qualquer nas condições de produção socialmente normais, existentes, e com o grau social médio de destreza e intensidade do trabalho PET-Economia FEAC-UFAL
  • 13. Magnitude do valor  É, portanto, apenas o quantum de trabalho socialmente necessário ou o tempo de trabalho socialmente necessário para produção de um valor de uso o que determina a grandeza de seu valor  O valor de uma mercadoria está para o valor de cada uma das outras mercadorias assim como o tempo de trabalho necessário para a produção de uma está para o tempo de trabalho necessário para a produção de outra PET-Economia FEAC-UFAL
  • 14. A produtividade do trabalho A produtividade do trabalho é determinada por meio de circunstâncias diversas, entre outras pelo grau médio de habilidade dos trabalhadores, o nível de desenvolvimento da ciência e sua aplicabilidade tecnológica, a combinação social do processo de produção, o volume e a eficácia dos meios de produção e as condições naturais Genericamente, quanto maior a produtividade do trabalho, tanto menor o tempo de trabalho exigido para a produção de um artigo, tanto menor a massa de trabalho nele cristalizada, tanto menor o seu valor. Inversamente, quanto menor a produtividade do trabalho, tanto maior o tempo de trabalho necessário para a produção de um artigo, tanto maior o seu PET-Economia FEAC-UFAL valor.
  • 15. Valor de uso sem valor Uma coisa pode ser valor de uso, sem ser valor. É esse o caso, quando a sua utilidade para o homem não é mediada por trabalho. Assim, o ar, o solo virgem, os gramados naturais, as matas não cultivadas etc. Uma coisa pode ser útil e produto do trabalho humano, sem ser mercadoria. Quem com seu produto satisfaz sua própria necessidade cria valor de uso mas não mercadoria. Para produzir mercadoria, ele não precisa produzir apenas valor de uso, mas valor de uso para outros, valor de uso social PET-Economia FEAC-UFAL
  • 16. II. O duplo caráter do trabalho materializado na mercadoria Exemplo:  Tomemos duas mercadorias, digamos um casaco e 10 metros de linho. Que a primeira tenha o dobro do valor da última, de modo que, se 10 metros de linho = W, o casaco = 2W.  O casaco e o linho são valores de uso qualitativamente diferentes assim como são os trabalhos empregados em sua produção PET-Economia FEAC-UFAL
  • 17. A mercadoria como objeto útil “o valor de uso de cada mercadoria encerra determinada atividade produtiva adequada a um fim, ou trabalho útil. Valores de uso não podem defrontar-se como mercadoria, caso eles não contenham trabalhos úteis qualitativamente diferentes. Numa sociedade cujos produtos assumem, genericamente, a forma de mercadoria, isto é, numa sociedade de produtores de mercadorias, desenvolve-se essa diferença qualitativa dos trabalhos úteis, executados independentemente uns dos outros, como negócios privados de produtores autônomos, num sistema complexo, numa divisão social do trabalho”. PET-Economia FEAC-UFAL
  • 18. Como criador de valores de uso, como trabalho útil, é o trabalho, por isso, uma condição de existência do homem, independente de todas as formas de sociedade, eterna necessidade natural de mediação do metabolismo entre homem e natureza e, portanto, da vida humana. PET-Economia FEAC-UFAL
  • 19. O valor das mercadorias  Abstraindo-se da determinação da atividade produtiva e, portanto, do caráter útil do trabalho, resta apenas que ele é um dispêndio de força humana de trabalho;  Trabalho humano simples mede-se pelo dispêndio da força de trabalho simples, a qual, em média, todo homem comum, sem educação especial, possui em seu organismo. Embora o próprio trabalho médio simples mude seu caráter, em diferentes países ou épocas culturais, ele é porém dado em uma sociedade particular. Trabalho mais complexo vale apenas como trabalho simples potenciado ou, antes, multiplicado, de maneira que um pequeno quantum de trabalho complexo é igual a um grande quantum de trabalho simples PET-Economia FEAC-UFAL
  • 20. O valor das mercadorias Alfaiataria e tecelagem são elementos formadores dos valores de uso, casaco e linho, graças às suas diferentes qualidades; elas somente são substâncias do valor do casaco e do valor do linho na medida em que se abstrai sua qualidade específica e ambas possuem a mesma qualidade, a qualidade do trabalho humano PET-Economia FEAC-UFAL
  • 21. O valor das mercadorias Casaco e linho não são apenas valores ao todo, mas valores de determinada grandeza, e segundo nossa suposição, o casaco tem dobro do valor de 10 varas de linho. De onde vem essa diferença de suas grandezas de valor? De que o linho só contém metade do trabalho que o casaco, pois para a produção do último a força de trabalho precisa ser despendida durante o dobro do tempo que para a produção do primeiro. Se, portanto, em relação ao valor de uso o trabalho contido na mercadoria vale apenas qualitativamente, em relação à grandeza do valor ele vale só quantitativamente, depois de já reduzido a trabalho humano, puro e simples PET-Economia FEAC-UFAL
  • 22. O valor das mercadorias Todo trabalho é, por um lado, dispêndio de força de trabalho do homem no sentido fisiológico, e nessa qualidade de trabalho humano igual ou trabalho humano abstrato gera o valor da mercadoria. Todo trabalho é, por outro lado, dispêndio de força de trabalho do homem sob forma especificamente adequada a um fim, e nessa qualidade de trabalho concreto útil produz valores de uso PET-Economia FEAC-UFAL
  • 23. III. A forma simples do valor ou o valor-de-troca As mercadorias vêm ao mundo sob a forma de valores de uso ou de corpos de mercadorias, como ferro, linho, trigo etc. Essa é a sua forma natural com que estamos habituados. Elas são só mercadorias, entretanto, devido à sua duplicidade, objetos de uso e simultaneamente portadores de valor. Elas aparecem, por isso, como mercadoria ou possuem a forma de mercadoria apenas na medida em que possuem forma dupla, forma natural e forma de valor. PET-Economia FEAC-UFAL
  • 24. Rumo a forma dinheiro Toda pessoa sabe, ainda que não saiba mais do que isso, que as mercadorias possuem uma forma comum de valor [trabalho], que contrasta de maneira muito marcante com a heterogeneidade das formas naturais que apresentam seus valores de uso — a forma dinheiro. Aqui cabe, no entanto, realizar o que não foi jamais tentado pela economia burguesa, isto é, comprovar a gênese dessa forma dinheiro, ou seja, acompanhar o desenvolvimento da expressão do valor contida na relação de valor das mercadorias, de sua forma mais simples e sem brilho até a ofuscante forma dinheiro. Com isso desaparece o enigma do dinheiro PET-Economia FEAC-UFAL
  • 25. A. A forma simples, singular ou fortuita de Valor x de mercadoria A = y de mercadoria B, ou A vale y de mercadoria B 20 metros de linho = 1 casaco, ou 20 metros de linho valem 1 casaco PET-Economia FEAC-UFAL
  • 26. 1. Os dois pólos da expressão de Valor: forma relativa do valor e forma equivalente Duas mercadorias diferentes, A e B, em nosso exemplo linho e casaco, representam aqui, evidentemente, dois papéis distintos. O linho expressa seu valor no casaco, o casaco serve de material para essa expressão de valor. A primeira mercadoria representa um papel ativo, a segunda um papel passivo. O valor da primeira mercadoria é apresentado como valor relativo ou ela encontra-se sob forma relativa de valor. A segunda mercadoria funciona como equivalente ou encontra-se em forma equivalente O valor do linho pode assim ser expresso apenas relativamente, isto é, por meio de outra mercadoria PET-Economia FEAC-UFAL
  • 27. 2. A forma relativa de Valor a) O que significa Digamos: como valores, as mercadorias são meras cristalizações de trabalho humano, então a nossa análise reduz as mesmas à abstração de valor, sem dar-lhes, porém, qualquer forma de valor diferente de suas formas naturais. A coisa é diferente na relação de valor de uma mercadoria à outra. Seu caráter de valor revela-se aqui por meio de sua própria relação à outra mercadoria. Ao equiparar-se, por exemplo, o casaco, como coisa de valor, ao linho, é equiparado o trabalho inserido no primeiro com o trabalho contido neste último PET-Economia FEAC-UFAL
  • 28. A forma relativa de Valor Não basta, porém, expressar o caráter específico do trabalho em que consiste o valor do linho. A força de trabalho do homem em estado líquido ou trabalho humano cria valor, porém não é valor. Ele torna-se valor em estado cristalizado, em forma concreta.Para expressar o valor do linho como cristalização de trabalho humano, ele deve ser expresso como uma “objetividade” concretamente diferente do linho mesmo e simultaneamente comum ao linho e a outra mercadoria. A tarefa já está resolvida PET-Economia FEAC-UFAL
  • 29. A forma relativa de Valor b) Determinação quantitativa da forma relativa de valor Toda mercadoria, cujo valor deve ser expresso, é um objeto de uso em dado quantum, 15 arrobas de trigo, 100 libras de café etc. Esse dado quantum de mercadoria contém determinado quantum de trabalho humano PET-Economia FEAC-UFAL
  • 30. A forma relativa de Valor A equação: “20 varas de linho = 1 casaco, ou: 20 varas de linho valem 1 casaco” pressupõe que 1 casaco contém tanta substância de valor quanto 20 varas de linho, que ambas as quantidades de mercadorias custam assim o mesmo trabalho ou igual quantidade de tempo de trabalho. O tempo de trabalho necessário para a produção de 20 varas de linho ou 1 casaco altera-se, porém, com cada alteração na força produtiva da tecelagem ou da alfaiataria. A influência de tais mudanças sobre a expressão relativa da grandeza de valor deve agora ser examinada mais de perto PET-Economia FEAC-UFAL
  • 31. A forma relativa de Valor Mudanças nas quantidades relativas  O valor do linho muda e o valor do casaco permanece constante: (Ex. crescente (in)fertilidade do solo onde se produz o linho 20 metros de linho = 1 casaco, agora 20 metros de linho = 2 casacos ou 20 metros de linho = ½ casacos O valor relativo da mercadoria A, isto é, seu valor expresso na mercadoria B, sobe e cai, portanto, diretamente com o valor da mercadoria A, enquanto permanece o mesmo o valor da mercadoria B PET-Economia FEAC-UFAL
  • 32. A forma relativa de Valor Mudanças nas quantidades relativas  II) O valor do linho permanece constante e muda o valor do casaco (Ex. Introdução de uma nova máquina ou deterioração da mesma) 20 metros de linho = 1 casaco, agora 20 metros de linho = ½ casaco ou 20 metros de linho = 2 casacos Ao se compararem os diferentes casos, sob I e II, resulta que a mesma mudança de grandeza do valor relativo pode provir de causas totalmente opostas. Assim 20 varas de linho = 1 casaco se transforma em: 1) a equação 20 varas de linho = 2 casacos, ou porque o valor do linho duplica-se, ou porque o valor dos casacos cai à metade; e 2) a equação 20 varas de linho = 1/2 casaco, ou porque o valor do linho cai à metade ou porque o valor do casaco sobe ao dobro PET-Economia FEAC-UFAL
  • 33. A forma relativa de Valor III) As quantidades de trabalho necessárias para a produção de linho e casaco podem variar simultaneamente, na mesma direção e na mesma proporção IV) Os tempos de trabalho necessários à produção de linho e casaco, respectivamente, e, portanto, seus valores, podem variar simultaneamente, na mesma direção, porém em grau diferente, ou em direção contrária PET-Economia FEAC-UFAL
  • 34. 3. A forma equivalente A forma equivalente de uma mercadoria é conseqüentemente a forma de sua permutabilidade direta com outra mercadoria. Como nenhuma mercadoria pode figurar como equivalente de si mesma, portanto tão pouco podendo fazer de sua própria pele natural expressão de seu próprio valor, ela tem de relacionar-se como equivalente a outra mercadoria, ou fazer da pele natural de outra mercadoria sua própria forma de valor PET-Economia FEAC-UFAL
  • 35. 3. A forma equivalente  Primeira peculiaridade da forma equivalente: o valor de uso torna-se forma de manifestação de seu contrário, do valor 40 metros de linho “valem o quê”? Dois casacos A forma equivalente, o casaco, não tem outro atributo a não ser a referência do valor do linho, e sua forma valor de uso, ou seja, sua forma corpórea, a de ser casaco, serve apenas como espelho do valor do linho PET-Economia FEAC-UFAL
  • 36. 3. A forma equivalente Expressando a forma relativa de valor de uma mercadoria, por exemplo do linho, sua qualidade de ter valor como algo inteiramente distinto de seu corpo e suas propriedades, por exemplo, como algo igual a um casaco, essa expressão mesma indica que nela se oculta uma relação social. Com a forma equivalente se dá o contrário. Ela consiste justamente em que um corpo de mercadoria, como o do casaco, tal qual ela é, expressa valor, possuindo portanto, por natureza, forma de valor PET-Economia FEAC-UFAL
  • 37. 3. A forma equivalente  Segunda peculiaridade da forma equivalente: o trabalho concreto (alfaiate) se converta na forma de manifestação de seu contrário, trabalho humano abstrato Para expressar que a tecelagem, não em sua forma concreta como tecelagem, mas sim em sua propriedade geral como trabalho humano, gera o valor do linho, ela é confrontada com a alfaiataria, o trabalho concreto que produz o equivalente do linho, como a forma de realização palpável do trabalho humano abstrato PET-Economia FEAC-UFAL
  • 38. 3. A forma equivalente  Terceira peculiaridade da forma equivalente: que o trabalho privado se converta na forma de seu contrário, trabalho em forma diretamente social [...] na medida em que esse trabalho concreto, a alfaiataria, funciona como mera expressão de trabalho humano indiferenciado, possui ele a forma da igualdade com outro trabalho, o trabalho contido no linho, e é, portanto, ainda que trabalho privado, como todos os outros, trabalho que produz mercadorias, por conseguinte, trabalho em forma diretamente social. Por isso mesmo, apresenta-se ele num produto que é diretamente trocável por outra mercadoria PET-Economia FEAC-UFAL
  • 39. 3. A forma equivalente •As limitações de Aristóteles: grande pesquisador que primeiramente analisou a forma do valor “5 almofadas = 1 casa” “não se diferencia” de: “5 almofadas = tanto dinheiro” “A troca”, diz ele, “não pode existir sem a igualdade, nem a igualdade sem a comensurabilidade” É, porém, em verdade, impossível que coisas de espécies tão diferentes sejam comensuráveis, isto é, qualitativamente iguais. Essa equiparação pode apenas ser algo estranho à verdadeira natureza das coisas, por conseguinte, somente um artifício para a necessidade prática.” Falta a Aristóteles o conceito de VALOR? Para sua época isto jamais poderia ser decifrado “não podia Aristóteles deduzir da própria forma de valor, porque a sociedade grega baseava-se no trabalho escravo e tinha, portanto, por base natural a desigualdade entre os homens e suas forças de trabalho” (MARX) PET-Economia FEAC-UFAL
  • 40. 4. A forma simples do Valor em seu conjunto A forma simples de valor de uma mercadoria está contida em sua relação de valor com outra mercadoria de tipo diferente, ou na relação de troca com a mesma. O valor da mercadoria A é expresso quantitativamente por meio da permutabilidade direta da mercadoria B com a mercadoria A. Ele é expresso qualitativamente por meio da permutabilidade de um quantum determinado da mercadoria B por dado quantum da mercadoria A. Em outras palavras: o valor de uma mercadoria tem expressão autônoma por meio de sua representação como “valor de troca” PET-Economia FEAC-UFAL
  • 41. 4. A forma simples do Valor em seu conjunto [...] conforme ela [a mercadoria] entre numa relação de valor com esta ou aquela outra espécie de mercadoria, surgem diferentes expressões simples de valor, de uma mesma mercadoria. O número de suas possíveis expressões de valor é apenas limitado pelo número de espécies de mercadorias diferentes dela. Sua expressão individualizada de valor converte-se, portanto, em uma série constantemente ampliável de suas diferentes expressões simples de valor PET-Economia FEAC-UFAL
  • 42. B. Forma total ou extensiva do Valor z mercadoria A = u mercadoria B ou = v mercadoria C ou = w mercadoria D ou = x mercadoria E ou = etc. (20 metros de linho = 1 casaco ou = 10 libras de chá ou = 40 libras de café ou = 1 quarter de trigo ou = 2 onças de ouro ou = ½ tonelada de ferro ou = etc.) PET-Economia FEAC-UFAL
  • 43. B. Forma total ou extensiva do Valor 1.Forma extensiva do valor relativo O valor de uma mercadoria, do linho, por exemplo, é agora expresso em inumeráveis outros elementos do mundo das mercadorias. Qualquer outro corpo de mercadorias torna-se espelho do valor do linho Por meio de sua forma valor, o linho se encontra portanto agora também em relação social não mais apenas com outra espécie individual de mercadoria, mas sim com o mundo das mercadorias. Como mercadoria, ele é cidadão deste mundo Desaparece a relação eventual de dois donos individuais de mercadorias. Evidencia-se que não é a troca que regula a grandeza de valor, mas, ao contrário, é a grandeza de valor da PET-Economia FEAC-UFAL mercadoria que regula suas relações de troca
  • 44. B. Forma total ou extensiva do Valor 2. A forma de equivalente particular Cada mercadoria, casaco, trigo, chá, ferro etc., vale na expressão de valor do linho como equivalente e, portanto, como corpo de valor. A forma natural determinada de cada uma dessas mercadorias é agora uma forma equivalente particular ao lado de muitas outras PET-Economia FEAC-UFAL
  • 45. B. Forma total ou extensiva do Valor 3. Insuficiências da forma total ou extensiva do Valor  a expressão relativa de valor da mercadoria é incompleta, porque sua série de representações não termina nunca  ela forma um mosaico colorido de expressões de valor, desconexas e diferenciadas PET-Economia FEAC-UFAL
  • 46. B. Forma total ou extensiva do Valor 20 varas de linho = 1 casaco 20 varas de linho = 10 libras de chá etc. Ou 1 casaco = 20 varas de linho 10 libras de chá = 20 varas de linho etc. PET-Economia FEAC-UFAL
  • 47. B. Forma total ou extensiva do Valor De fato: quando um homem troca seu linho por muitas outras mercadorias e, portanto, expressa seu valor numa série de outras mercadorias, então necessariamente os muitos outros possuidores de mercadorias precisam também trocar as suas mercadorias por linho e, por conseguinte, expressar os valores de suas diferentes mercadorias na mesma terceira mercadoria em linho. — Invertamos, portanto a série: 20 varas de linho = 1 casaco ou = 10 libras de chá = etc., isto é, expressemos a relação recíproca implicitamente já contida na série, então obtemos A FORMA GERAL DO VALOR PET-Economia FEAC-UFAL
  • 48. C. Forma Geral do Valor 1 casaco = 10 libras de chá = 40 libras de café = 1 quarter de trigo = 20 metros de linho 2 onças de ouro = ½ tonelada de ferro = X de mercadoria a = etc. mercadoria = PET-Economia FEAC-UFAL
  • 49. C. Forma Geral do Valor 1. Mudança do caráter da forma do Valor Forma A – Forma simples do valor 1 casaco = 20 metros de linho FORMA FORTUITA (TROCAS PRIMITIVAS) Forma B – Forma extensiva do valor 1 casaco = 20 metros de linho, ferro chá etc. FORMA MAIS COMPLETA (TROCAS HABITUAIS) Forma C – Forma geral do valor: expressa os valores do mundo das mercadorias numa única e mesma mercadoria A primeira forma que relaciona as mercadorias não somente como valores de uso, mas fundamentalmente como valores de troca reciprocamente PET-Economia FEAC-UFAL
  • 50. C. Forma Geral do Valor Evidencia-se que a realidade do valor das mercadorias só pode ser expressa pela totalidade de suas relações sociais, pois essa realidade nada mais é que a “existência social” delas, tendo a forma do valor, portanto, de possuir validade social reconhecida Igualadas,agora, ao linho, todas as mercadorias revelam-se não só qualitativamente iguais, como valores, mas também quantitativamente comparáveis, como magnitudes de valor PET-Economia FEAC-UFAL
  • 51. C. Forma Geral do Valor 2. Desenvolvimento mútuo da forma relativa do valor e da forma equivalente A forma relativa se desenvolve e a forma equivalente é a expressão deste desenvolvimento; A forma equivalente não pode assumir forma relativa a si mesmo PET-Economia FEAC-UFAL
  • 52. C. Forma Geral do Valor 3. Transição da forma geral do valor para a forma dinheiro A forma de equivalente geral é, em suma, forma de valor. Pode, portanto ocorrer a qualquer mercadoria; Então, mercadoria determinada, com cuja forma natural se identifica socialmente a forma equivalente, torna-se mercadoria-dinheiro, funciona como dinheiro Desempenhar o papel de equivalente universal torna-se sua função social específica, seu monopólio social, no mundo das mercadorias PET-Economia FEAC-UFAL
  • 53. D. Forma Dinheiro do Valor • 1 casaco = • 10 libras de chá = • 40 libras de café = • 1 quarter de trigo = 2 onças de ouro • 2 onças de ouro = • ½ tonelada de ferro = • X de mercadoria a = • etc. mercadoria = PET-Economia FEAC-UFAL
  • 54. D. Forma Dinheiro do Valor O progresso consiste em se ter identificado, agora, definitivamente, a forma de direta permutabilidade geral ou forma de equivalente geral com a forma específica da mercadoria ouro, por força do hábito social O difícil, para se conceituar a forma dinheiro, é compreender a forma equivalente geral e, em conseqüência, a forma geral do valor Assim, a forma-mercadoria, isto é, a mercadoria equivalente da forma simples do valor, é o germe da forma dinheiro PET-Economia FEAC-UFAL
  • 55. IV. O Fetichismo da Mercadoria: seu segredo  O caráter misterioso que o produto do trabalho apresenta ao assumir a forma de mercadoria, donde provém? Dessa própria forma, claro. A igualdade dos trabalhos humanos fica disfarçada sobre a forma da igualdade dos produtos do trabalho como valores;  A medida, por meio da duração, do dispêndio da força humana de trabalho toma forma de quantidade de valor dos produtos do trabalho;  Finalmente, as relações entre os produtores, nas quais se afirma o caráter social dos seus trabalhos, assumem a forma de relação social entre os produtos do trabalho, relação de trocas de mercadorias apenas; relações, nas formas desenvolvidas, mediadas pelo dinheiro PET-Economia FEAC-UFAL
  • 56. IV. O Fetichismo da Mercadoria: seu segredo A mercadoria é misteriosa simplesmente por encobrir as características sociais do próprio trabalho dos homens, apresentando-as como características materiais e propriedades sociais inerentes aos produtos do trabalho; por ocultar, portanto, a relação social entre os trabalhos individuais dos produtores e o trabalho total, ao refleti-la como relação social existente, à margem deles, entre os produtos do seu próprio trabalho PET-Economia FEAC-UFAL
  • 57. IV. O Fetichismo da Mercadoria: seu segredo Uma relação social definida, estabelecida entre os homens, assume a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas A forma mercadoria e o dinheiro dissimula quaisquer relações interpessoais e suas respectivas características intrínsecas PET-Economia FEAC-UFAL