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Cap. 1
-Mercadoria
MARX, Karl. O capital. São Paulo: Abril
Cultural, 1982.
Mercadoria
1. Os Dois Fatores da Mercadoria: Valor -de -Uso e Valor
(Substância E Quantidade do valor)
Mercadoria:
• Coisa que satisfaz as necessidades humanas de qualquer espécie –
objeto de consumo (direto) e meios de produção (indireto)
• Coisa útil que tem um duplo ponto de vista: qualidade e
quantidade – múltiplos modos de usar as coisas ato histórico.
• Valor de uso: utilidade das coisas, determinado pelas
propriedades do corpo da mercadoria (não depende do custo –
muito ou pouco), se realiza no uso ou no consumo, enquanto um
conteúdo de riqueza.
• Valor de troca: relação quantitativa – valores de uso se trocam
por outras espécies de valores de uso. Possui múltiplos valores de
troca mas iguais entre si.
• Os valores de troca vigente na mercadoria é expressão de algo
igual;
a mercadoria só pode ser o modo de expressão de um conteúdo
dele distinguível (não se troca coisas iguais)
Dada quantidade é igualada a outra quantidade, algo em comum da
mesma grandeza existe em coisas diferentes. Cada uma das duas,
enquanto valor de troca, dever reduzida a uma terceira – algo comum
ao que eles representam – propriedade geométrica, física, química ou
qualquer propriedade da mercadoria.
• Como Valores de uso as mercadorias tem diferentes qualidade
• Como Valores de troca – só tem quantidades diferentes (não tem
nenhum valor de uso comum)
Os produtos do trabalho deixam de se diferenciar: trabalho humano
abstrato, dispêndio de força de trabalho humana→valores (valores
mercantis)
• A troca independe do valor de uso → o que se revela na relação de
troca da mercadoria é o seu valor.
• Valor de Troca: maneira necessária da expressão da forma de
manifestação do valor (ou bem)
Portanto: Valor de uso possui um valor porque nele está objetivado ou
materializado trabalho humano abstrato.
• Medir o valor através de um quantum de trabalho.
• O valor da mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho
dispendido na produção ( força média de trabalho social), tempo de
trabalho socialmente necessário para produzir o valor de uso da
mercadoria.
• A força produtiva é determinada:
- pela habilidade dos trabalhadores
- nível de desenvolvimento da ciência
- aplicabilidade tecnológica
• A grandeza de valor da mercadoria muda na razão direta do quantum
e inversa da força produtiva.
• As exceções de valor de uso sem valor: ar, solo, água (utilidade sem a
intervenção humana)
• A mercadoria é produzida para a troca, não existe valor sem valor de
uso
2. Duplo caráter do trabalho representado nas mercadorias
• Mercadoria: Valor de uso e valor de troca → trabalho como medida de
expressão do valor.
• O valor é determinado pelo trabalho útil.
• Dentro dos diferentes valores de uso → totalidade diversificada de
trabalhos úteis – divisão social do trabalho
• O trabalho é o criador de valores de usos e é a condição necessária da
existência do homem → relação matéria prima e trabalho, mas o
homem não é o único produtor de valores de uso (terra)
• Mercadorias diferentes, enquanto valor elas tem a mesma substância:
dispêndio de energia humana.
• O trabalho simples se equipara ao complexo pelo seu quantum (são
diferentes, mas se equiparam no tempo de trabalho.
Trabalho:
• a. dispêndio de força de trabalho do homem (gera valor - igual e
abstrato)
• b. dispêndio de força de trabalho adequado a um fim (produz valor de
uso).
3. A Forma de Valor ou o Valor -de
-Troca
• Mercadoria – duplicidade: uso (natural)
valor
• A forma comum de valor é o dinheiro: gênese da mercadoria
A. Forma simples, singular ou acidental de valor
• Valor: relativa e equivalente
(relativa) A vale B (forma equivalente)
• Pólos da mesma expressão de valor – são opostos
• Forma relativa: conteúdo da mercadoria (gelatinas de trabalho
humano)
• Quantificação → o aumento ou diminuição é inverso ao valor
• Forma equivalente: a forma de sua permutalilidade com outra
mercadoria
• (perde o seu valor de uso) vira grandeza de valor. O valor de uso
torna-se manifestação do contrário do valor algo trocável. O
corpo da mercadoria que serve como equivalente.
• Trabalho concreto = trabalho abstrato (valor)
• Trabalho privado = trabalho em forma social
• O conjunto da forma simples de valor se dá em um momento histórico
em que o produto do trabalho vira valor ou mercadoria
B. Desdobramento:
• O trabalho equiparado a qualquer outro, relação social com o mundo
da mercadoria.
• Não é a troca que regula o valor, mas a grandeza de valor que regula as
relações de troca.
• O produto do trabalho se transforma em mercadoria por meio da troca
casual e ocasional
C. Forma geral do Valor
• A mercadoria é socialmente aceita como equivalente geral.
• Ex: o gado é aceito para as trocas por outras mercadorias (capital)
D. Forma dinheiro
• É a forma de equivalente geral, mercadoria diferente.

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  • 1. Cap. 1 -Mercadoria MARX, Karl. O capital. São Paulo: Abril Cultural, 1982.
  • 2. Mercadoria 1. Os Dois Fatores da Mercadoria: Valor -de -Uso e Valor (Substância E Quantidade do valor) Mercadoria: • Coisa que satisfaz as necessidades humanas de qualquer espécie – objeto de consumo (direto) e meios de produção (indireto) • Coisa útil que tem um duplo ponto de vista: qualidade e quantidade – múltiplos modos de usar as coisas ato histórico. • Valor de uso: utilidade das coisas, determinado pelas propriedades do corpo da mercadoria (não depende do custo – muito ou pouco), se realiza no uso ou no consumo, enquanto um conteúdo de riqueza. • Valor de troca: relação quantitativa – valores de uso se trocam por outras espécies de valores de uso. Possui múltiplos valores de troca mas iguais entre si. • Os valores de troca vigente na mercadoria é expressão de algo igual; a mercadoria só pode ser o modo de expressão de um conteúdo dele distinguível (não se troca coisas iguais)
  • 3. Dada quantidade é igualada a outra quantidade, algo em comum da mesma grandeza existe em coisas diferentes. Cada uma das duas, enquanto valor de troca, dever reduzida a uma terceira – algo comum ao que eles representam – propriedade geométrica, física, química ou qualquer propriedade da mercadoria. • Como Valores de uso as mercadorias tem diferentes qualidade • Como Valores de troca – só tem quantidades diferentes (não tem nenhum valor de uso comum) Os produtos do trabalho deixam de se diferenciar: trabalho humano abstrato, dispêndio de força de trabalho humana→valores (valores mercantis) • A troca independe do valor de uso → o que se revela na relação de troca da mercadoria é o seu valor. • Valor de Troca: maneira necessária da expressão da forma de manifestação do valor (ou bem) Portanto: Valor de uso possui um valor porque nele está objetivado ou materializado trabalho humano abstrato.
  • 4. • Medir o valor através de um quantum de trabalho. • O valor da mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho dispendido na produção ( força média de trabalho social), tempo de trabalho socialmente necessário para produzir o valor de uso da mercadoria. • A força produtiva é determinada: - pela habilidade dos trabalhadores - nível de desenvolvimento da ciência - aplicabilidade tecnológica • A grandeza de valor da mercadoria muda na razão direta do quantum e inversa da força produtiva. • As exceções de valor de uso sem valor: ar, solo, água (utilidade sem a intervenção humana) • A mercadoria é produzida para a troca, não existe valor sem valor de uso
  • 5. 2. Duplo caráter do trabalho representado nas mercadorias • Mercadoria: Valor de uso e valor de troca → trabalho como medida de expressão do valor. • O valor é determinado pelo trabalho útil. • Dentro dos diferentes valores de uso → totalidade diversificada de trabalhos úteis – divisão social do trabalho • O trabalho é o criador de valores de usos e é a condição necessária da existência do homem → relação matéria prima e trabalho, mas o homem não é o único produtor de valores de uso (terra) • Mercadorias diferentes, enquanto valor elas tem a mesma substância: dispêndio de energia humana. • O trabalho simples se equipara ao complexo pelo seu quantum (são diferentes, mas se equiparam no tempo de trabalho. Trabalho: • a. dispêndio de força de trabalho do homem (gera valor - igual e abstrato) • b. dispêndio de força de trabalho adequado a um fim (produz valor de uso).
  • 6. 3. A Forma de Valor ou o Valor -de -Troca • Mercadoria – duplicidade: uso (natural) valor • A forma comum de valor é o dinheiro: gênese da mercadoria A. Forma simples, singular ou acidental de valor • Valor: relativa e equivalente (relativa) A vale B (forma equivalente) • Pólos da mesma expressão de valor – são opostos • Forma relativa: conteúdo da mercadoria (gelatinas de trabalho humano) • Quantificação → o aumento ou diminuição é inverso ao valor • Forma equivalente: a forma de sua permutalilidade com outra mercadoria • (perde o seu valor de uso) vira grandeza de valor. O valor de uso torna-se manifestação do contrário do valor algo trocável. O corpo da mercadoria que serve como equivalente.
  • 7. • Trabalho concreto = trabalho abstrato (valor) • Trabalho privado = trabalho em forma social • O conjunto da forma simples de valor se dá em um momento histórico em que o produto do trabalho vira valor ou mercadoria B. Desdobramento: • O trabalho equiparado a qualquer outro, relação social com o mundo da mercadoria. • Não é a troca que regula o valor, mas a grandeza de valor que regula as relações de troca. • O produto do trabalho se transforma em mercadoria por meio da troca casual e ocasional C. Forma geral do Valor • A mercadoria é socialmente aceita como equivalente geral. • Ex: o gado é aceito para as trocas por outras mercadorias (capital) D. Forma dinheiro • É a forma de equivalente geral, mercadoria diferente.