3. Feudalismo
Feudo
Suserania
Vassalagem (revela
a figura do vassalo)
O Trovador (o
poeta, o
compositor)
4. “A organização social de Portugal durante o Trovadorismo
está ligada diretamente às características do feudalismo”
(Livro do aluno , PG 59- editora ática)
Estrutura Política do Feudalismo
Prevaleceram na Idade Média as relações de vassalagem e
suserania. O suserano era quem dava um lote de terra
(FEUDO) ao vassalo, sendo que este último deveria prestar
fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo oferece ao
senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de
proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de
vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o
suserano mais poderoso.
Todos os poderes, jurídico, econômico e político
concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos
de lotes de terras (feudos).
5. Vejamos uma figura que representa uma
cerimônia de vassalagem na era medieval.
6.
Vassalagem e suserania formavam um sistema sócio-
econômico da Idade Média entre um vassalo e seu
suserano. Nesta relação de reciprocidade, o vassalo
recebia terra, objetos materiais ou até mesmo um castelo
de seu suserano. Em troca, o vassalo devia oferecer
fidelidade absoluta e proteção ao seu suserano.
Cerimônia da Homenagem
Havia uma cerimônia denominada "homenagem", que
muitas vezes poderia acontecer dentro de uma igreja, para
selar os laços entre vassalo e suserano. Na cerimônia, o
vassalo se ajoelhava e colocava suas mãos entre as mãos
do suserano (senhor), prometendo-lhe lealdade e
fidelidade.
7.
8. O rei, geralmente, era o suserano com mais
poder na Idade Média, sendo que seus vassalos
eram, principalmente, senhores feudais e
cavaleiros. Estes senhores feudais e cavaleiros
também possuíam vassalos, formando, na Idade
Média, extensos laços de vassalagem. Desta
forma, num momento de guerra, milhares de
guerreiros eram mobilizados.
Nas Cruzadas, por exemplo, os cristãos
conseguiram mobilizar milhares de guerreiros,
para combater os muçulmanos na Terra Santa,
graças as inúmeras relações de vassalagem e
suserania que existiam na Europa Medieval.
9. Teocentrismo é a concepção,
segundo a qual, Deus é o
centro do universo. Que tudo
foi criado por ele, por ele é
dirigido, e não há outra razão
além do desejo divino sobre a
vontade humana.
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10.
11. Vem da Provença (França), o poeta era
chamado de troubadour, cuja forma
correspondente em Português é trovador, da
qual deriva trovadorismo, trovadoresco,
trovadorescamente. No norte da França, o
poeta recebia o apelativo trouvère, cujo
radical é igual ao anterior: trouver (=achar):
os poetas deviam ser capazes de compor,
achar sua canção, cantiga ou cantar, e o
poema, assim se denominava por implicar o
canto e o acompanhamento musical.
12. Na lírica medieval, os trovadores eram os artistas
de origem nobre, que compunham e cantavam,
com o acompanhamento de instrumentos
musicais, as cantigas (poesias cantadas). Estas
cantigas eram manuscritas e reunidas em livros,
conhecidos como Cancioneiros. Temos
conhecimento de apenas três Cancioneiros. São
eles: “Cancioneiro da Biblioteca”, “Cancioneiro da
Ajuda” e “Cancioneiro da Vaticana”.
13.
14.
15. Cantiga da Ribeirinha ou Cantiga de Guarvaia é o
primeiro texto literário em língua galaico-
portuguesa de que se tem registro. A cantiga foi
composta provavelmente em 1198, por Paio
Soares de Taveirós, e recebeu esse nome por ter
sito dedicada à Dona Maria Pais Ribeiro, amante
de Dom Sancho I, apelidada de Ribeirinha. Segue
o modelo das cantigas de amor do Trovadorismo
galego-português (possui o eu-lírico masculino),
pois fala de um amor platônico por uma mulher
nobre e inacessível.
16. No mundo non me sei parelha,
Mentre me for como me vai,
Cá já moiro por vós, e - ai!
Mia senhor branca e vermelha.
Queredes que vos retraia
Quando vos eu vi em saia!
Mau dia me levantei,
Que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, desd'aquel'di, ai!
Me foi a mi mui mal,
E vós, filha de don Paai
Moniz, e bem vos semelha
D'haver eu por vós guarvaia,
Pois eu, mia senhor, d'alfaia
Nunca de vós houve nem hei
Valia d'ua correa.
17. No mundo não conheço outro como eu,
enquanto me acontecer como me acontece:
porque já morro por vós, e ai!,
minha senhora branca e vermelha,
quereis que vos censure
quando vos eu vi em saia? (em corpo bem feito)
Mau dia me levantei
que vos então não vi feia!
E, minha senhora, desde então,
passei muitos maus dias, ai!
E vós, filha de D. Paio
Moniz, parece-vos bem
ter eu de vós uma garvaia? (manto)
Pois eu, minha senhora, de presente
nunca de vós tive nem tenho
nem a mais pequenina coisa.
18. Lírico-amorosa x
Satírica
Iluminura de dois
trovadores
Duas espécies principais
apresentava a poesia
trovadoresca: a lírico-
amorosa e a satírica. A
primeira divide-se em
cantiga de amor e
cantiga de amigo; a
segunda em cantiga de
escárnio e cantiga de
maldizer. O idioma
empregado era o galego-
português, em virtude da
então unidade linguística
entre Portugal e a Galiza.
19.
20. Cantigas de Amor: neste tipo de cantiga o
trovador destaca todas as qualidades da mulher
amada, colocando-se numa posição inferior (de
vassalo) a ela. O tema mais comum é o amor não
correspondido. As cantigas de amor reproduzem
o sistema hierárquico na época do feudalismo,
pois o trovador passa a ser o vassalo da amada
(suserana) e espera receber um benefício em
troca de seus “serviços” (as trovas, o amor
dispensado, sofrimento pelo amor não
correspondido).
21.
22. Constituem a variedade mais importante e
original da nossa produção lírica da Idade Média.
Nela, o eu-lírico é uma mulher (mas o
compositor e cantor era masculino), que canta o
seu amor pelo “amigo” (por “amigo”, entende-se
amado ou namorado pois na altura o termo
“amigos” entre um homem e uma mulher
compreendia um vínculo amoroso), muitas vezes
em ambiente natural, e muitas vezes também em
diálogo com a sua mãe ou as suas amigas.
23. A figura feminina que as cantigas de amigo
desenham é, pois, a da jovem que se inicia no
universo do amor, por vezes lamentando a
ausência do amado, por vezes cantando a sua
alegria pelo próximo encontro. Muitas vezes
tal cantiga também revelava a tristeza da
mulher, pela ida de seu amado à guerra.
Página 63 do livro do aluno
24. “Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
ai Deus, e u é?(onde está ele?)
(…)
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado!
ai Deus, e u é?”
25.
26. Nas cantigas de escárnio, o troavador faz
uma sátira a alguma pessoa. Essa sátira era
indireta, cheia de duplos sentidos. As
cantigas de escárnio definem-se, pois, como
sendo aquelas feitas pelos trovadores para
dizer mal de alguém, por meio de
ambiguidades, trocadilhos e jogos
semânticos.
27.
28. Ao contrário da cantiga de escárnio, a cantiga
de maldizer traz uma sátira direta e sem
duplos sentidos. É comum a agressão verbal
à pessoa satirizada, e muitas vezes, são
utilizados até palavrões. O nome da pessoa
satirizada pode ou não ser revelado.