3. Sumário:
Pré-modernismo..............................................................................................4
Pontos de conflito no brasil pré-modernista................................................5
Caracterização...............................................................................................7
Principais autores pré-modernistas...............................................................8
Monteiro Lobato.........................................................................................9
Euclides da Cunha....................................................................................11
Lima Barreto...............................................................................................13
Augusto dos anjos.........................................................................................15
Modernismo...................................................................................................17
Fases................................................................................................................21
A semana de arte moderna........................................................................22
A semana.......................................................................................................24
Manuel Bandeira...........................................................................................27
Principais obras..........................................................................................29
Poemas.......................................................................................................30
4. Pré-modernismo
O pré-modernismo ou Também
chamado estética impressionista foi um
período literário brasileiro, que marcau a
transição entre o simbolismo e o
movimento modernista. Em Portugal, o
pré-modernismo configura o movimento
denominado saudosismo .
O termo pré-modernismo parece ter
sido criado por Tristão de Athayde, para
designar os "escritores contemporâneos
do neo-parnasianismo, entre 1910 e 1920",
no dizer de Joaquim Francisco Coelho
6. Para os autores, o momento histórico brasileiro
interferiu na produção literária, marcando a transição dos
valores éticos do século XIX para uma nova realidade
que se desenhava, essencialmente pautado por uma
série de conflitos como o fanatismo religioso do Padre
Cícero e de Antônio Conselheiro e o cangaço,
no Nordeste, as revoltas da Vacina e da Chibata, no Rio
de Janeiro, as greves operárias em São Paulo e a Guerra
do Contestado (na fronteira entre Paraná e Santa
Catarina); além disso a política seguia marcadamente
dirigida pela oligarquia rural, o nascimento
da burguesia urbana, a industrialização, segregação dos
negros pós-abolição, o surgimento do proletariado e:
finalmente, a imigração europeia.
Além desses fatos somam-se as lutas políticas
constantes pelo coronelismo, e disputas provincianas
como as existentes no Rio Grande do
Sul entre maragatos e republicanos.
7. Caracterização:
Embora vários autores sejam classificados
como pré-modernistas, este não se constituiu num
estilo ou escola literária, dado a forte individualidade
de suas obras , mas essencialmente eram marcados
por duas características comuns:
conservadorismo - traziam na sua estética os valores
naturalistas;
renovação - demonstravam íntima relação com a
realidade brasileira e as tensões vividas pela
sociedade do período
Embora tenham rompido com a temática dos
períodos anteriores, esses autores não avançaram o
bastante para ser considerados modernos - notando-
se, até, alguns casos, resistência às novas estéticas.
10. PRINCIPAIS OBRAS:
Urupês (1918) - Aborda a decadência da agricultura no
Vale do Paraíba, após o “ciclo” do café.
Ideias de Jeca Tatu (1919) - História de Vilela, Camilo e
Rita envolvidos em um triângulo amoroso.
A Menina do Narizinho Arrebitado (1920) - Tem como
personagens principais Emília e Narizinho em mais uma
de suas histórias inéditas.
O Pica-Pau Amarelo (1939) - Aborda a Turma do Sítio
(Emília, Narizinho, Pedrinho, Marquês de Rabicó,
Conselheiro, Quindim, Visconde de Sabugosa, Dona
Benta, Tia Nastácia, Tio Barnabé, Cuca, Saci, etc)
vivendo situações e aventuras que mexem com a
imaginação da criançada.
11.
12. Os Sertões (1902) - Retrata a Guerra dos Canudos,
sendo publicado nos seguintes idiomas: alemão, chinês,
francês, inglês, dinamarquês, espanhol, holandês,
italiano e sueco.
Contrastes e Confrontos (1907) - Pode-se dizer que é
uma obra científica e uma obra de arte. Trata-se de
uma obra única na história das letras brasileiras.
À Margem da História (1909) - Publicação póstuma,
reúne os artigos de Euclides sobre a Amazônia antes e
após sua viagem à região. Os ensaios amazônicos
reforçam a tese de uma formação histórica marcada
por contrastes e antagonismos. O dever da ciência e
dos intelectuais era, para Euclides da Cunha, promover
o encontro entre Estado e nação.
PRINCIPAIS OBRAS:
13.
14. Recordações do Escrivão Isaías
Caminha (romance – 1909)
Triste Fim de Policarpo Quaresma (romance – 1911)
Numa e Ninfa (romance – 1915)
Morte e M. J. Gonzaga de Sá (romance – 1919)
Os Bruzundangas (crônica – 1923)
Clara dos Anjos (romance – 1924)
Histórias e Sonhos (contos – 1956)
Diário Íntimo (memórias – 1956)
Cemitério dos Vivos (memórias – 1956)
PRINCIPAIS OBRAS:
15.
16. Saudade (poema - 1900) - Mostra que tanto os atos
bons quanto os ruins do passado de alguém são
necessários para completar o indivíduo.
Eu e Outras Poesias (único livro de poemas - 1912) -
Articula o trinômio como reflexo de um momento
histórico marcado por um sentimento de perda, um
mal-estar disseminado entre os intelectuais, uma
angústia diante da falência da Civilização Ocidental e
dos ideais do Progresso.
Psicologia de um Vencido (soneto) - Com o uso de
palavras rebuscadas e repleto de simbolismo, este
soneto aborda o pessimismo marcante e retrata a
tragédia da morte com naturalidade.
Versos íntimos - Como todos os outros poemas e sonetos
de Anjos, este também aborda a morte e o próprio "eu"
o centro do seu pensamento.
PRINCIPAIS OBRAS:
18. O modernismo brasileiro foi um amplo
movimento cultural que repercutiu fortemente
sobre a cena artística e a sociedade brasileira na
primeira metade do século XX, sobretudo no
campo da literatura e das artes plásticas. O
movimento no Brasil foi desencadeado a partir da
assimilação de tendências culturais e artísticas
lançadas pelas vanguardas europeias no período
que antecedeu a Primeira Guerra Mundial, como
o Cubismo e o Futurismo. As novas linguagens
modernas colocadas pelos movimentos artísticos e
literários europeus foram aos poucos assimiladas
pelo contexto artístico brasileiro, mas colocando
como enfoque elementos da cultura brasileira.
19.
20. Considera-se a Semana de Arte
Moderna, realizada em São Paulo, em 1922,
como ponto de partida do modernismo no
Brasil. Porém, nem todos os participantes
desse evento eram modernistas: Graça
Aranha, um pré-modernista, por exemplo,
foi um dos oradores. Não sendo dominante
desde o início, o modernismo, com o
tempo, suplantou os anteriores. Foi
marcado, sobretudo, pela liberdade de
estilo e aproximação com a linguagem
falada, sendo os da primeira fase mais
radicais em relação a esse marco.
21. Fases:
Didaticamente, divide-se o Modernismo
em três fases: a primeira fase, mais radical e
fortemente oposta a tudo que foi anterior,
cheia de irreverência e escândalo; uma
segunda mais amena, que formou grandes
romancistas e poetas; e uma terceira,
também chamada Pós-Modernismo por
vários autores, que se opunha de certo modo
a primeira e era por isso ridicularizada com o
apelido de Parnasianismo.
22. A semana de arte moderna
A Semana de Arte Moderna,
também chamada de Semana de 22,
ocorreu em São Paulo no ano
de 1922, entre os dias 11 a 17 de
fevereiro, no Teatro Municipal da
cidade.
Apesar do designativo
"semana", o evento ocorreu em três
dias. Cada dia da semana trabalhou
um aspecto
cultural: pintura, escultura,
poesia, literatura e música. O evento
marcou o início do modernismo no
Brasil e tornou-se referência cultural
do século XX.
23. A Semana de Arte Moderna representou uma
verdadeira renovação de linguagem, na busca de
experimentação, na liberdade criadora da ruptura
com o passado e até corporal, pois a arte passou
então da vanguarda, para o modernismo. O evento
marcou época ao apresentar novas ideias e
conceitos artísticos, como a poesia através da
declamação, que antes era só escrita; a música por
meio de concertos, que antes só havia cantores sem
acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte
plástica exibida em telas, esculturas e maquetes
de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos.
O adjetivo "novo" passou a ser marcado em todas
estas manifestações que propunha algo no mínimo
curioso e de interesse.
24. A Semana:
A Semana, de uma certa maneira, nada mais foi
do que uma ebulição de novas ideias totalmente
libertadas, nacionalista em busca de uma identidade
própria e de uma maneira mais livre de expressão. Não se
tinha, porém, um programa definido: sentia-se muito mais
um desejo de experimentar diferentes caminhos do que
de definir um único ideal moderno.
13 de fevereiro (Segunda-feira) - Casa cheia, abertura
oficial do evento. Espalhadas pelo saguão do Teatro
Municipal de São Paulo, várias pinturas e esculturas
provocam reações de espanto e repúdio por parte do
público. O espetáculo tem início com a confusa
conferência de Graça Aranha, intitulada "A emoção
estética da Arte Moderna". Tudo transcorreu em certa
calma neste dia.
25. 15 de fevereiro (Quarta-feira) - Guiomar Novaes era
para ser a grande atração da noite. Contra a vontade
dos demais artistas modernistas, aproveitou um intervalo
do espetáculo para tocar alguns clássicos consagrados,
iniciativa aplaudida pelo público. Mas a "atração"
dessa noite foi a palestra de Menotti del Picchia sobre a
arte estética. Menotti apresenta os novos escritores dos
novos tempos e surgem vaias e barulhos diversos
(miados, latidos, grunhidos, relinchos…) que se alternam
e confundem com aplausos. Quando Ronald de
Carvalho lê o poema intitulado Os Sapos de Manuel
Bandeira, (poema criticando abertamente
o parnasianismo e seus adeptos) o público faz coro
atrapalhando a leitura do texto. A noite acaba em
algazarra. Ronald teve de declamar o poema pois
Bandeira estava impedido de fazê-lo por causa de uma
crise de tuberculose.
26. 17 de fevereiro (Sexta-feira)
- O dia mais tranquilo da
semana, apresentações
musicais de Villa-Lobos, com
participação de vários
músicos. O público em
número reduzido, portava-
se com mais respeito, até
que Villa-Lobos entra de
casaca, mas com um pé
calçado com um sapato, e
outro com chinelo; o
público interpreta a atitude
como futurista e
desrespeitosa e vaia o
artista impiedosamente.
Mais tarde, o maestro
explicaria que não se
tratava de modismo e, sim,
de um calo inflamado…
28. Manuel Carneiro
de Sousa Bandeira
Filho (Recife, 19 de
abril de 1886 - Rio
de Janeiro, 13 de
outubro de 1968)
foi um poeta,
crítico literário e
de arte, professor
de literatura e
tradutor brasileiro.
29. A Cinza das Horas – Jornal do Comércio – Rio de Janeiro,
1917 (Edição do Autor)
Carnaval – Rio de janeiro,1919 (Edição do Autor)
Poesias (acrescida de O Ritmo Dissoluto) – Rio de Janeiro,
1924
Libertinagem – Rio de Janeiro, 1930 (Edição do Autor)
Estrela da Manhã – Rio de Janeiro, 1936 (Edição do Autor)
Mafuá do Malungo – Barcelona, 1948 (Editor João Cabral de
Melo Neto)
Poesias completas (acrescidas de Opus 10) – Rio de Janeiro,
1955
Poesia e prosa completa (acrescida de Estrela da Tarde), Rio
de Janeiro, 1958
Alumbramentos – Rio de Janeiro, 1960
Estrela da Tarde – Rio de Janeiro, 1960
Estrela a vida inteira, Rio de Janeiro, 1966 (edição em
homenagem aos 80 anos do poeta)
PRINCIPAIS OBRAS:
30. Os Sapos
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
— “Meu pai foi à guerra!”
— “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”.
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: — “Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinquenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas…”
31. O Anel de Vidro
Aquele pequenino anel que tu me deste,
— Ai de mim — era vidro e logo se quebrou
Assim também o eterno amor que prometeste,
— Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.
Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, —
Aquele pequenino anel que tu me deste,
— Ai de mim — era vidro e logo se quebrou
Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste
32. O BICHO
VI ONTEM um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
33. Estrela da tarde
Estrela da tarde - Manuel
Bandeira
A vida
Não vale a pena e a dor de ser
vivida
Os corpos se entendem mas as
almas não.
A única coisa a fazer é tocar um
tango argentino.
Vou-me embora pra Pasárgada!
Aqui eu não sou feliz.
Quero esquecer tudo:
– A dor de ser homem...
Este anseio infinito e vão
De possuir o que me possuí.
Quero descansar
Humildemente pensando na
vida e nas mulheres
que amei...
Na vida inteira que podia ter sido
e que não foi.
Quero descansar.
Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.
(Todas as manhãs o aeroporto
em frente me
dá lições de partir.)
Quando a Indesejada das
gentes chegar
Encontrará lavrado o campo, a
casa limpa,
A mesa posta,
Cada coisa em seu lugar.