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O parto domiciliar não-intervencionista por
longo tempo foi prática comum, considerada
normal na sociedade. E só a partir do século XX, a
medicina transformou o parto, que é um evento
fisiológico, em um evento patológico, que
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medicamentoso e cirúrgico, predominando a
assistência hospitalar ao parto, tornando-o, a partir
daí, institucionalizado.
O ambiente onde é realizado o parto é importante,
pois este pode ajudar ou atrapalhar a evolução do trabalho
de parto. Aqui no Brasil, além do hospital, existem outros
locais pouco difundidos, onde o parto é tratado como um
processo fisiológico, sobretudo os que ocorrem nas casas de
parto e em domicílio .Até o início do século passado, as
parteiras, aparadeiras ou comadres eram mulheres de
confiança da gestante e/ou reconhecidas pela comunidade
por sua experiência na realização do parto e no
acompanhamento durante o trabalho de parto e pós-parto,
que ocorriam no domicílio, chamado de “cuidar do
resguardo”.
Essas mulheres eram pobres e geralmente pouco
ou nada recebiam por seu trabalho; no entanto, faziam
disso um sacerdócio. Por ser uma atividade
desvalorizada, o parto era deixado aos cuidados
femininos, pois além de serem raros os médicos que
existiam, estes eram pouco familiarizados com o
atendimento ao nascimento.
No Brasil Colônia, as mulheres eram preparadas
para parir na posição agachada ou sentada e contavam
com o trabalho das parteiras. Os médicos se
mostravam insensíveis à dor das parturientes. Por isso,
as mulheres preferiam as parteiras por razões
sicológicas, humanitárias e devido ao tabu de mostrar
a genitália. Estas conheciam a gravidez, o puerpério e
manobras que facilitavam o parto por experiência
própria, portanto Gozavam de enorme prestígio na
sociedade. No final do século XVI, o cirurgião inglês
Peter Chamberlain passou a utilizar o fórceps
obstétrico com freqüência, fazendo com que o trabalho
da parteira, reconhecido pela sociedade, começasse a
sofrer declínio. A intervenção masculina passou a
substituir o paradigma não-intervencionista das
parteiras, e estas passaram a ser rejeitadas.
No início do século XX, os médicos formados nas
faculdades brasileiras não possuíam conhecimentos
práticos, apenas teóricos, pois nos hospitais não havia
gestantes internadas para parir. Após a Segunda Guerra
Mundial, o parto no Brasil foi progressivamente
institucionalizado, com o crescimento do número de partos
hospitalares. Os médicos diminuíram de forma
significativa os riscos hospitalares ao incorporarem novos
conhecimentos e habilidades nas áreas relativas à cirurgia,
assepsia, anestesia, hemo e antibioticoterapia o Ministério
da Saúde publicou outra Portaria de n° 985/99, criando o
centro de parto normal (CPN), no âmbito do SUS, com
equipe mínima constituída por uma enfermeira obstetra,
uma auxiliar de enfermagem, um auxiliar de serviços gerais
e um motorista para o atendimento humanizado e de
qualidade, exclusivamente ao parto normal sem distocia
realizado por enfermeiro obstetra.
Essas instituições possuem um ambiente e uma
estrutura física semelhante ao domicílio .Os centros de
parto normal e/ou as casas de parto são espaços que
estão surgindo e que o(a) enfermeiro(a) obstetra deve
ocupar, uma vez que este foi reconhecido pela OMS
como o profissional mais adequado e com melhor
custo – efetividade de prestador de cuidados de saúde
para ser responsável pela assistência à gestação e ao
parto normal, incluindo a avaliação de riscos e o
reconhecimento de complicações.
Tendo em vista que a enfermagem vem se
preocupando e se empenhando cada vez mais na melhoria
da assistência, e em especial com a humanização da
assistência ao parto normal, pretende-se com este estudo
ampliar os conhecimentos sobre a assistência ao parto
normal, para contribuir com sua melhoria e humanização.
Para isso, faz-se necessário repensar, refletir e reavaliar
qual o melhor local e em que condições as parturientes
poderão ter seus filhos, respeitando os seus direitos,
levando em consideração os benefícios para os
protagonistas de todo o processo do nascimento – mãe e
filho
 Conforto: Segundo as defensoras do parto domiciliar,
existe maior conforto em se dar à luz em casa, onde o
ambiente é familiar e é possível ter parentes ao redor.
 Parto: Quando dá à luz em casa, a mulher tem total
liberdade para escolher a posição em que quer ter seu
filho. Como não há limitação estrutural do hospital,
ela é livre para decidir entre dentro da água, de
cócoras, de lado ou deitada.
 Infecções: Com o parto feito em casa, tanto a mulher
quanto o bebê correm menos riscos de infecções
hospitalares.
 Medicamentos: Com o menor uso de medicamentos e de
intervenções consideradas desnecessárias, a mulher
poderia ainda ter mais controle e uma participação mais
ativa no processo do parto, além de ter uma recuperação
física mais rápida.
 Humanização: Longas consultas pré-natais, o
acompanhamento integral e exclusivo durante o trabalho
de parto (por doulas ou enfermeiras) e todo o conforto da
presença de familiares e de técnicas não-medicamentosas
para amenizar a dor são o principal chamariz. "Existem
protocolos a serem seguidos para que o parto possa ser feito
em casa, todos com base em estudos e evidências
científicas", diz Kleyde Ventura, vice-presidente da
Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros
(Abenfo).
 1) Pré natal: durante a gravidez a parteira vai verificar os exames
pedidos pelo médico, vai conversar muito sobre todas as
questões de saúde, sociais, emocionais, alimentação, atividade
física, trabalho, vai estabelecer um vínculo e uma relação de
confiança com a gestante. A cada encontro são verificados todos
os sinais vitais e a evolução da gestação, garantindo que apenas as
gestantes de baixo risco continuem com o projeto do parto
domiciliar. Aquelas que desenvolvem algum tipo de complicação,
terão seus filhos em hospital, com a presença da parteira, se ela
desejar.
 2) Plano de parto: ainda durante a gestação, parteira e casal vão
conversar sobre a equipe de atendimento, os riscos possíveisw, as
situações especiais que podem surgir, plano B (para onde e com
quem ir em caso de transferência). Assim, caso seja necessário
usar um hospital, a gestante já sabe para onde vai e quem será o
médico que a receberá.
 3) Preparação da casa: a parteira entrega ao casal uma
lista de sugestões de como se organizar para o parto, os
materiais necessários, alimentos e conforto para eles e a
equipe. Juntos eles vão pensar onde armar uma banheira
inflável, como levar água quente, como manter o ambiente
aquecido, enfim, toda a parte da infra-estrutura.
 4) Preparação para o parto: o casal receberá indicação de
livros, páginas de internet, grupos de discussão virtual,
vídeos, cursos e palestras que possam ajudá-lo a se preparar
para o evento. O parto se constroi aos poucos, não só
através do pré natal, mas também com a relação do casal
com outros que estão vivendo essa mesma aventura.
Conhecer outras histórias faz aumentar o repertório e a
confiança no processo.
 5) Quando o parto começa, em algum momento, pela descrição dos
sintomas, das contrações e dos intervalos, a parteira vai ao domicílio da
gestante verificar o andamento do processo. Nesse momento ela leva as
malas com o material de atendimento que cabe a ela: descartáveis,
drogas para hemorragia, material de sutura, material de emergência
para o bebê, incluindo máscara de ventilação e em geral oxigênio. Mais
ou menos que há numa sala de parto hospitalar, é colocado num parto
em casa, porém de forma discreta e compacta. Banheira inflável,
banqueta de parto e bola fazem parte do material de várias parteiras.
 6) Após descarregar o material, a parteira vai fazer a verificação dos
batimentos cardíacos do bebê e a dilatação (quando for necessário). Os
batimetnos cardíacos serão reavaliados a cada 30 a 60 minutos
aproximadamente. É por esses valores que se verifica a vitalidade do
bebê. Tudo é anotado num prontuário que ficará arquivado com a
parteira. Caso a gestante esteja na fase ativa do parto, a equipe
permanecerá até o fim. Caso ainda seja fase inicial, ficará a doula
(quando for o caso) e a parteira cuidará de outros afazeres, até a fase
ativa de fato começar.
 7) Ao longo do processo a parteira estará junto, ajudando,
avaliando e anotando. Quando o parto vai chegando ao fim, e
começa a vontade de fazer força, a equipe vai preparar um canto
para recepção ao recém nascido com material completo, caso seja
necessário algum procedimento de reanimação neonatal.
Começa uma certa movimentação, porque o bebê está prestes a
nascer.
 8) O parto vai acontecer na banheira, ou na banqueta, na cama,
onde a mulher preferir. Por baixo, para receber o bebê, vai um
lençol descartável. O bebê vai nascer e vai direto para o colo da
mãe. Será enxugado e avaliado pela parteira e/ou pediatra
(quando houver). Bebê que nasce completamente bem (99%),
continua no colo da mãe, ligado ao cordão. Se precisar de
estimulação, ou algum procedimento (1%), vai para a mesa de
recepção que foi montada. Resolvido, volta para o colo da mãe.
 9) Mâe e bebê juntos vão para a cama. A amamentação vai se
iniciar. A placenta vai sair. A parteira vai avaliar a integridade da
peça, vai verificar sangramento e se há necessidade de dar algum
ponto no períneo. Fará os pontos, se necessários, com material
estéril. O cordão será cortado em algum momento após parar de
pulsar. Possivelmente após a saída da placenta. O bebê será
examinado, pesado, vestido e entregue à mãe.
 10) A mãe vai comer alguma coisa, vai se ajeitar na cama e
permanecerá lá com o bebê e o restante da família. As parteiras
vão organizar a casa, fazer a limpeza geral e deixar tudo pronto
antes de partirem, cerca de 2 a 3 horas após o parto, levando o
material e deixando a casa como era antes do parto. Ao longo dos
próximos dias, mãe e bebê receberão as visitas pós parto da
equipe, com avaliação e ajuda na solução dos problemas de
amamentação.
E a vida continua !
Simples ? Complexo ?
Simplesmente Natural !
Não importa qual tipo
de Parto...
O importante é o
bem estar
de mãe e filho!
Bibliografia
http://vilamamifera.com/cafemae/parto-em-casa-passo-
a-passo/
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/parto-domiciliar-
quando-o-risco-nao-e-necessario
http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-
filhos/noticias/redacao/2012/09/18/entenda-o-
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  • 2. O parto domiciliar não-intervencionista por longo tempo foi prática comum, considerada normal na sociedade. E só a partir do século XX, a medicina transformou o parto, que é um evento fisiológico, em um evento patológico, que necessita, na maioria das vezes, de tratamento medicamentoso e cirúrgico, predominando a assistência hospitalar ao parto, tornando-o, a partir daí, institucionalizado.
  • 3.
  • 4. O ambiente onde é realizado o parto é importante, pois este pode ajudar ou atrapalhar a evolução do trabalho de parto. Aqui no Brasil, além do hospital, existem outros locais pouco difundidos, onde o parto é tratado como um processo fisiológico, sobretudo os que ocorrem nas casas de parto e em domicílio .Até o início do século passado, as parteiras, aparadeiras ou comadres eram mulheres de confiança da gestante e/ou reconhecidas pela comunidade por sua experiência na realização do parto e no acompanhamento durante o trabalho de parto e pós-parto, que ocorriam no domicílio, chamado de “cuidar do resguardo”.
  • 5. Essas mulheres eram pobres e geralmente pouco ou nada recebiam por seu trabalho; no entanto, faziam disso um sacerdócio. Por ser uma atividade desvalorizada, o parto era deixado aos cuidados femininos, pois além de serem raros os médicos que existiam, estes eram pouco familiarizados com o atendimento ao nascimento.
  • 6.
  • 7. No Brasil Colônia, as mulheres eram preparadas para parir na posição agachada ou sentada e contavam com o trabalho das parteiras. Os médicos se mostravam insensíveis à dor das parturientes. Por isso, as mulheres preferiam as parteiras por razões sicológicas, humanitárias e devido ao tabu de mostrar a genitália. Estas conheciam a gravidez, o puerpério e manobras que facilitavam o parto por experiência própria, portanto Gozavam de enorme prestígio na sociedade. No final do século XVI, o cirurgião inglês Peter Chamberlain passou a utilizar o fórceps obstétrico com freqüência, fazendo com que o trabalho da parteira, reconhecido pela sociedade, começasse a sofrer declínio. A intervenção masculina passou a substituir o paradigma não-intervencionista das parteiras, e estas passaram a ser rejeitadas.
  • 8.
  • 9. No início do século XX, os médicos formados nas faculdades brasileiras não possuíam conhecimentos práticos, apenas teóricos, pois nos hospitais não havia gestantes internadas para parir. Após a Segunda Guerra Mundial, o parto no Brasil foi progressivamente institucionalizado, com o crescimento do número de partos hospitalares. Os médicos diminuíram de forma significativa os riscos hospitalares ao incorporarem novos conhecimentos e habilidades nas áreas relativas à cirurgia, assepsia, anestesia, hemo e antibioticoterapia o Ministério da Saúde publicou outra Portaria de n° 985/99, criando o centro de parto normal (CPN), no âmbito do SUS, com equipe mínima constituída por uma enfermeira obstetra, uma auxiliar de enfermagem, um auxiliar de serviços gerais e um motorista para o atendimento humanizado e de qualidade, exclusivamente ao parto normal sem distocia realizado por enfermeiro obstetra.
  • 10.
  • 11. Essas instituições possuem um ambiente e uma estrutura física semelhante ao domicílio .Os centros de parto normal e/ou as casas de parto são espaços que estão surgindo e que o(a) enfermeiro(a) obstetra deve ocupar, uma vez que este foi reconhecido pela OMS como o profissional mais adequado e com melhor custo – efetividade de prestador de cuidados de saúde para ser responsável pela assistência à gestação e ao parto normal, incluindo a avaliação de riscos e o reconhecimento de complicações.
  • 12.
  • 13. Tendo em vista que a enfermagem vem se preocupando e se empenhando cada vez mais na melhoria da assistência, e em especial com a humanização da assistência ao parto normal, pretende-se com este estudo ampliar os conhecimentos sobre a assistência ao parto normal, para contribuir com sua melhoria e humanização. Para isso, faz-se necessário repensar, refletir e reavaliar qual o melhor local e em que condições as parturientes poderão ter seus filhos, respeitando os seus direitos, levando em consideração os benefícios para os protagonistas de todo o processo do nascimento – mãe e filho
  • 14.
  • 15.
  • 16.  Conforto: Segundo as defensoras do parto domiciliar, existe maior conforto em se dar à luz em casa, onde o ambiente é familiar e é possível ter parentes ao redor.  Parto: Quando dá à luz em casa, a mulher tem total liberdade para escolher a posição em que quer ter seu filho. Como não há limitação estrutural do hospital, ela é livre para decidir entre dentro da água, de cócoras, de lado ou deitada.  Infecções: Com o parto feito em casa, tanto a mulher quanto o bebê correm menos riscos de infecções hospitalares.
  • 17.  Medicamentos: Com o menor uso de medicamentos e de intervenções consideradas desnecessárias, a mulher poderia ainda ter mais controle e uma participação mais ativa no processo do parto, além de ter uma recuperação física mais rápida.  Humanização: Longas consultas pré-natais, o acompanhamento integral e exclusivo durante o trabalho de parto (por doulas ou enfermeiras) e todo o conforto da presença de familiares e de técnicas não-medicamentosas para amenizar a dor são o principal chamariz. "Existem protocolos a serem seguidos para que o parto possa ser feito em casa, todos com base em estudos e evidências científicas", diz Kleyde Ventura, vice-presidente da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros (Abenfo).
  • 18.  1) Pré natal: durante a gravidez a parteira vai verificar os exames pedidos pelo médico, vai conversar muito sobre todas as questões de saúde, sociais, emocionais, alimentação, atividade física, trabalho, vai estabelecer um vínculo e uma relação de confiança com a gestante. A cada encontro são verificados todos os sinais vitais e a evolução da gestação, garantindo que apenas as gestantes de baixo risco continuem com o projeto do parto domiciliar. Aquelas que desenvolvem algum tipo de complicação, terão seus filhos em hospital, com a presença da parteira, se ela desejar.  2) Plano de parto: ainda durante a gestação, parteira e casal vão conversar sobre a equipe de atendimento, os riscos possíveisw, as situações especiais que podem surgir, plano B (para onde e com quem ir em caso de transferência). Assim, caso seja necessário usar um hospital, a gestante já sabe para onde vai e quem será o médico que a receberá.
  • 19.  3) Preparação da casa: a parteira entrega ao casal uma lista de sugestões de como se organizar para o parto, os materiais necessários, alimentos e conforto para eles e a equipe. Juntos eles vão pensar onde armar uma banheira inflável, como levar água quente, como manter o ambiente aquecido, enfim, toda a parte da infra-estrutura.  4) Preparação para o parto: o casal receberá indicação de livros, páginas de internet, grupos de discussão virtual, vídeos, cursos e palestras que possam ajudá-lo a se preparar para o evento. O parto se constroi aos poucos, não só através do pré natal, mas também com a relação do casal com outros que estão vivendo essa mesma aventura. Conhecer outras histórias faz aumentar o repertório e a confiança no processo.
  • 20.  5) Quando o parto começa, em algum momento, pela descrição dos sintomas, das contrações e dos intervalos, a parteira vai ao domicílio da gestante verificar o andamento do processo. Nesse momento ela leva as malas com o material de atendimento que cabe a ela: descartáveis, drogas para hemorragia, material de sutura, material de emergência para o bebê, incluindo máscara de ventilação e em geral oxigênio. Mais ou menos que há numa sala de parto hospitalar, é colocado num parto em casa, porém de forma discreta e compacta. Banheira inflável, banqueta de parto e bola fazem parte do material de várias parteiras.  6) Após descarregar o material, a parteira vai fazer a verificação dos batimentos cardíacos do bebê e a dilatação (quando for necessário). Os batimetnos cardíacos serão reavaliados a cada 30 a 60 minutos aproximadamente. É por esses valores que se verifica a vitalidade do bebê. Tudo é anotado num prontuário que ficará arquivado com a parteira. Caso a gestante esteja na fase ativa do parto, a equipe permanecerá até o fim. Caso ainda seja fase inicial, ficará a doula (quando for o caso) e a parteira cuidará de outros afazeres, até a fase ativa de fato começar.
  • 21.  7) Ao longo do processo a parteira estará junto, ajudando, avaliando e anotando. Quando o parto vai chegando ao fim, e começa a vontade de fazer força, a equipe vai preparar um canto para recepção ao recém nascido com material completo, caso seja necessário algum procedimento de reanimação neonatal. Começa uma certa movimentação, porque o bebê está prestes a nascer.  8) O parto vai acontecer na banheira, ou na banqueta, na cama, onde a mulher preferir. Por baixo, para receber o bebê, vai um lençol descartável. O bebê vai nascer e vai direto para o colo da mãe. Será enxugado e avaliado pela parteira e/ou pediatra (quando houver). Bebê que nasce completamente bem (99%), continua no colo da mãe, ligado ao cordão. Se precisar de estimulação, ou algum procedimento (1%), vai para a mesa de recepção que foi montada. Resolvido, volta para o colo da mãe.
  • 22.  9) Mâe e bebê juntos vão para a cama. A amamentação vai se iniciar. A placenta vai sair. A parteira vai avaliar a integridade da peça, vai verificar sangramento e se há necessidade de dar algum ponto no períneo. Fará os pontos, se necessários, com material estéril. O cordão será cortado em algum momento após parar de pulsar. Possivelmente após a saída da placenta. O bebê será examinado, pesado, vestido e entregue à mãe.  10) A mãe vai comer alguma coisa, vai se ajeitar na cama e permanecerá lá com o bebê e o restante da família. As parteiras vão organizar a casa, fazer a limpeza geral e deixar tudo pronto antes de partirem, cerca de 2 a 3 horas após o parto, levando o material e deixando a casa como era antes do parto. Ao longo dos próximos dias, mãe e bebê receberão as visitas pós parto da equipe, com avaliação e ajuda na solução dos problemas de amamentação.
  • 23. E a vida continua ! Simples ? Complexo ? Simplesmente Natural !
  • 24.
  • 25. Não importa qual tipo de Parto... O importante é o bem estar de mãe e filho!