O documento descreve um caso de desdobramento mediúnico onde o espírito do médium Antônio Castro deixa temporariamente o corpo físico, sob a orientação do diretor espiritual da casa, para realizar uma tarefa de serviço no plano espiritual, permanecendo ligado ao corpo por um cordão fluídico. Ao se deparar com dificuldades no plano astral, o médium sente medo, mas é reconfortado pela prece do grupo mediúnico.
9. • 7 - Comente a seguinte afirmação do Assistente
Àulus:
• "Raros espíritos encarnados conseguem absoluto
domínio de si próprios, em romagens de serviço
edificante fora do carro de matéria densa.
• Habituados à orientação pelo corpo físico, ante
qualquer surpresa menos agradável, na esfera de
fenômenos inabituais, procuram instintivamente o
retorno ao vaso carnal, à maneira do molusco que se
refugia na própria concha, diante de qualquer
impressão em desacordo com os seus movimentos
rotineiros."
10. NOS DOMÍNIOS
DA MEDIUNIDADE
Desdobramento em Serviço(Estudo 11 de 30)
LEONARDO PEREIRA
11. T R E C H O S D O C A P Í T U L O.
(...)
"Chegara a vez do médium Antônio Castro.
Profundamente concentrado, denotava a confiança com
que se oferecia aos objetivos de serviço.
Aproximou-se dele o irmão Clementino e, à maneira do
magnetizador comum, impôs-lhe as mãos, aplicando-lhe
passes de longo circuito.
Castro como que adormeceu devagarinho, inteiriçando-se
lhe os membros.
Do tórax emanava com abundância um vapor
esbranquiçado que, em se acumulando à feição de uma
nuvem, depressa se transformou, à esquerda do corpo
denso, numa duplicata do médium, em tamanho
ligeiramente maior.
12. O diretor espiritual da casa submetia
o medianeiro a delicada intervenção
magnética que não seria lícito
perturbar ou interromper.
O médium, assim desligado do
veículo carnal, afastou-se dois
passos, deixando ver o cordão
vaporoso que o prendia ao campo
somático.
13. Enquanto Clementino o encorajava com
palavras amigas, o nosso orientador, certamente
assinalando-nos a curiosidade, deu-se pressa
em esclarecer:
_Com o auxílio do supervisor, o médium foi
convenientemente exteriorizado. A princípio,
seu perispírito ou "corpo astral" estava
revestido com os eflúvios vitais que asseguram
o equilíbrio entre a alma e o corpo de carne,
conhecidos aqueles, em seu conjunto, como
sendo o
14. "duplo etérico", formado por emanações
neuropsíquicas que pertencem ao campo
fisiológico e que, por isso mesmo, não conseguem
maior afastamento da organização terrestre,
destinando-se à desintegração, tanto quanto
ocorre ao instrumento carnal, por ocasião da morte
renovadora.
15. • Para melhor ajustar-se ao nosso
ambiente, Castro devolveu essas
energias ao corpo inerme,
garantindo assim o calor
indispensável à colméia celular e
desembaraçando-se, tanto
quanto possível, para entrar no
serviço que o aguarda.
_Ah! - disse Hilário, com
expressão admirativa - aqui
vemos, desse modo, a
exteriorização da
sensibilidade!...
16. • _Sim, se algum
pesquisador humano
ferisse o espaço em que se
encontra a organização
perispirítica de nosso
amigo, registraria ele, de
imediato, a dor do golpe
que se lhe desfechasse,
queixando-se disto,
através da língua física,
porque, não obstante
liberto do vaso somático,
prossegue em comunhão
com ele, por intermédio
do laço fluídico de ligação.
17. • _Castro é ainda um iniciante no serviço. À medida que
entesoure experiência, manejará possibilidades
espirituais avançadas, assumindo os aspectos que deseje,
considerando que o perispírito é constituído de
elementos maleáveis, obedecendo ao comando do
pensamento, seja nascido da nossa própria imaginação
ou da imaginação de inteligências mais vigorosas que a
nossa, mormente quando a nossa vontade se rende,
irrefletida, à dominação de espíritos tirânicos ou viciosos,
encastelados na sombra.
18. • _Pela concentração mental, qualquer Espírito se
evidenciará na expressão que deseje, todavia,
empregando nossa imaginação criadora,
podemos e devemos mobilizar os recursos ao
nosso alcance, aprimorando concepções artísticas
no campo de nossas relações, uns com os outros.
A Arte, tanto quanto a Ciência, entre nós, é muito
mais rica que no círculo dos encarnados e, por
ela, a educação se processa mais eficiente, no que
tange à beleza e à cultura. (....)
O médium, mais à vontade fora do corpo denso,
recebia as instruções que Clementino lhe
administrava, paternal.
19. • Dois guardas aproximaram-se dele e lhe
aplicaram à cabeça um capacete em forma de
antolhos.
_Para a viagem que fará - avisou-nos o
Assistente -, Castro não deve dispersar a
atenção. Incipiente ainda nesse gênero de
tarefa, precisa instrumentação adequada para
reduzir a própria capacidade de observação, de
modo a interferir o menos possível na tarefa a
executar.
Vimos o rapaz plenamente desdobrado alçar-se
ao espaço, de mãos dadas com ambos os
vigilantes.
20. • O trio volitou em sentido oblíquo,
sob nossa confiante expectação.
Desde esse momento,
demonstrando manter segura
comunhão com o veículo carnal,
ouvimo-lo dizer através da boca
física:
_Seguimos por um trilho estreito
e escuro!... Oh, tenho medo,
muito medo...Rodrigo e Sérgio
amparam-me na excursão, mas
sinto receio!...Tenho a idéia de
que nos achamos em pleno
nevoeiro...
21. • Mas Raul, sob a inspiração
do mentor da casa, elevou
o padrão vibratório do
conjunto, numa prece
fervorosa em que rogava
ao Alto forças
multiplicadas para o irmão
em serviço.
Junto de nós, Áulus
informou:
_A oração do grupo,
acompanhando-o na
excursão e transmitida a
ele, de imediato, constitui-lhe
abençoado tônico
espiritual.
22. • Interpretando os fatos sob nossa observação, o
Assistente explicou:
_Raros espíritos encarnados conseguem absoluto
domínio de si próprios, em romagens de servióc
edificante fora do carro de matéria densa.
Habituados à orientação pelo corpo físico, ante
qualquer surpresa menos agradável, na esfera de
fenômenos inabituais, procuram instintivamente o
retorno ao vaso carnal, à maneira do molusco que
se refugia na própria concha, diante de qualquer
impressão em desacordo com os seus movimentos
rotineiros. Castro, porém, será treinado para a
prestação de valioso concurso aos enfermos de
qualquer posição.
23. O desdobramento
em serviço estava
findo e com a
tarefa terminada
havíamos
recolhido preciosa
lição.
24. NOS DOMÍNIOS
DA MEDIUNIDADE
Desdobramento em Serviço(Estudo 11 de 30)
LEONARDO PEREIRA
RESPOSTAS
25. 1 - Como definir a mediunidade de
desdobramento?
•
Desdobramento é o fenômeno pelo qual o espírito, sempre envolvido
por seu perispírito, separa-se do corpo físico, ao qual se mantém ligado
apenas por um laço fluídico conhecido como "cordão de prata" e vai
estar em outros lugares. Este fenômeno pode ocorrer de forma anímica
ou mediúnica, consciente ou inconscientemente, dependendo de
existir ou não a interferência do plano espiritual e da vontade ou não do
espírito que se desloca.
• O caso narrado no capítulo que estamos estudando é de
desdobramento mediúnico e consciente. O médium deslocou-se
conscientemente ao plano espiritual, em espírito, com o objetivo de se
encontrar com um antigo trabalhador da casa que desencarnara há
pouco e de transmitir uma sua mensagem, deixando seu corpo no local
onde se realizava o trabalho mediúnico
26. 2 - Existiriam condições inerentes ao médium para que
este se torne mais eficiente na atividade de
desdobramento?
Para produzir o fenômeno de desdobramento mediúnico
consciente, o espírito deve contar já com algum
adiantamento
moral, que lhe possibilite, através do pensamento,
desprender-se do corpo físico e desdobrar-se. Martins
Peralva, na
obra acima citada, elenca as condições que contribuem para
a produção do fenômeno e que devem ser observadas
pelo médium: vida pura, aspirações elevadas, potência
mental, cultivo da prece e exercício constante.
27. 3 - E existiriam também condições para os
demais membros do grupo auxiliarem o
médium?
• (Como em todo trabalho mediúnico, o grupo
deve ser uniforme, ter uma unidade de
pensamento e de propósitos. Os
componentes do grupo mediúnico, analisa o
mesmo Autor, também devem observar
determinados deveres para que
possam prestar ao médium o auxílio necessário
ao êxito do desprendimento: prece,
concentração e exortação.
28. 4 - Qual a importância da oração para
auxiliar o médium de desdobramento?
•
Ao deixar o corpo físico, o espírito desdobrado ingressou em região
próxima à Terra que recebia todas as emanações fluídicas negativas
próprias de um mundo de provas e de expiações. A substância mental
expelida pela humanidade encarnada do Planeta refletia o seu
desequilíbrio, conseqüente das paixões inferiores, vícios, crimes,
ódios e outros sentimentos nada nobres ainda comuns no plano
terreno. Castro, o médium em desdobramento, ao ingressar nessa
região, que descreveu como "... um trilho estreito e escuro...", sentiu-se
amedrontado, imaginando achar-se em " ...
pleno nevoeiro...". Uma prece realizada pelo grupo mediúnico elevou
o seu padrão vibratório, fortalecendo o médium em serviço, que
afirmou a ter recebido como "... um chuveiro de luz...". Vemos, pois,
o valor da prece também nesse tipo de trabalho, renovando as forças
e mantendo o grupo mediúnico numa sintonia elevada, com
vibrações altamente positivas.
29. 5 - Qual a importância da concentração do
médium no momento da atividade?
•
É através da concentração mental que o
espírito direciona o pensamento de modo a
manejar seu perispírito,
impulsionando o desprendimento do corpo
físico e dando-lhe a forma como se
apresentará durante o período de
desdobramento.
30. 6 - E do estudo constante?
•
Na Introdução do Livro dos Médiuns, Allan Kardec
recomenda àquele que deseje lidar seriamente com a
mediunidade que primeiro leia o Livro dos Espíritos.
Estabeleceu, assim, o Codificador, como premissa
para a prática de qualquer atividade mediúnica o
estudo. Sem o conhecimento dos princípios básicos
que regem a relação entre os dois planos de vida, o
médium ficará sempre sujeito a produzir fenômeno
mediúnico não confiável, refletindo o pensamento
de espíritos perturbadores, que não têm nenhum
compromisso como a seriedade do trabalho.
31. • 7 - Comente a seguinte afirmação do
Assistente Àulus: "Raros espíritos encarnados
conseguem absoluto domínio de si próprios,
em romagens de serviço edificante fora do
carro de matéria densa. Habituados à
orientação pelo corpo físico, ante qualquer
surpresa menos agradável, na esfera de
fenômenos inabituais, procuram
instintivamente o retorno ao vaso carnal, à
maneira do molusco que se refugia na
própria concha, diante de qualquer
impressão em desacordo
com os seus movimentos rotineiros."
32. • Quis o assistente Áulus demonstrar a
dificuldade com que espíritos no nosso nível
de evolução ainda se defrontam ao se
liberarem do corpo físico. Como ainda se
encontram fortemente impressionáveis pela
influência da matéria, ante as mínimas
dificuldades com que se defronta, a reação
inconsciente do espírito, nestas
circunstâncias, é buscar a fuga através do
esconderijo do corpo físico, como faz o
molusco com a própria concha, no exemplo
citado pelo benfeitor.
•