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NOS DOMÍNIOS 
DA MEDIUNIDADE 
LEONARDO PEREIRA 
Psicofonia sonambúlica 
(Estudo 8 de 30)
NOS DOMÍNIOS 
DA MEDIUNIDADE 
QUESTÕES PARA ESTUDO
01) Comentar à luz da DE, as seguintes 
assertivas: 
01a) O amigo dementado penetrou o 
templo com a supervisão e o 
consentimento dos mentores da casa. 
01b) Quanto aos fluidos de natureza 
deletéria, não precisamos temê-los. 
Recuam instintivamente ante a luz 
espiritual que os fustiga ou desintegra.
01c)É por isso que cada médium possui ambiente 
próprio e cada assembléia se caracteriza por uma 
corrente magnética particular de preservação e 
defesa. 
Nuvens infecciosas da Terra são diariamente 
extintas ou combatidas pelas irradiações solares, e 
formações fluídicas, inquietantes, a todo 
momento são aniquiladas ou varridas do Planeta 
pelas energias superiores do Espírito. 
Os raios luminosos da mente orientada para o 
bem incidem sobre as construções do mal, à 
feição de descargas elétricas.
01d) O sonambulismo puro, quando em 
mãos desavisadas, pode produzir belos 
fenômenos, mas é menos útil na construção 
espiritual do bem. 
psicofonia inconsciente, naqueles que não 
possuem méritos morais suficientes à 
própria defesa, pode levar à possessão, 
sempre nociva, e que, por isso, apenas se 
evidencia integral nos obsessos que se 
renderam às forças vampirizantes.
02) Como se dá a psicofonia de Dona Celina? 
Qual a diferença entre a psicofonia de Celina 
e de Eugênia?
03) O que é psicofonia sonambúlica?
NOS DOMÍNIOS 
DA MEDIUNIDADE 
LEONARDO PEREIRA 
Psicofonia sonambúlica 
(Estudo 8 de 30)
T R E C H O S D O C A P Í T U L O. 
Sob a guarda de venerando amigo, 
que mais se nos afigurava um 
nume apostolar, pobre Espírito 
dementado varou o recinto. 
Lembrava um fidalgo antigo, 
repentinamente arrancado ao 
subsolo, porque os fluidos que o 
vestiam era verdadeira massa 
escura e viscosa, cobrindo-lhe a 
roupagem e despedindo 
nauseabundas emanações.
Nenhuma das entidades 
sofredoras que se 
acotovelavam à frente exibia 
tão horrenda fácies. 
Aqui e ali, nos variados 
semblantes a se comprimirem 
no lugar reservado a irmãos 
menos felizes, as máscaras de 
sofrimento eram suavizadas 
por sinais inequívocos de 
arrependimento, fé, 
humildade, esperança...
• Mas naquele rosto 
patibular, parecendo 
emergir dum lençol de 
lama, aliavam-se a frieza e 
a malignidade, a astúcia e o 
endurecimento. 
• Ante a expressão com que 
surgia de inopino, os 
próprios Espíritos 
perturbados recuaram 
receosos.
• - Na destra, o estranho recém-chegado trazia 
um azorrague que tentava estalar, ao mesmo 
tempo que proferia estrepitosas exclamações. 
• - Quem me faz chegar até aqui, contra a 
minha vontade? - bramia, semi-afônico. - 
Covardes! Por que me segregaram assim? 
Onde estão os abutres que me devoraram os 
olhos? Infames! Pagar-me-ão caro os ultrajes 
sofridos!... 
• E evidenciando o extremo desequilíbrio 
mental de que se fazia portador, continuava 
em rude tom de voz:
• - Quem disse que a malfadada 
revolução dos franceses terá 
reflexos no Brasil? A loucura de 
um povo não pode alastrar-se 
por toda a Terra...Os privilégios 
dos nobres são invioláveis! Vem 
dos reis, que são 
indiscutivelmente os escolhidos 
de Deus! Defenderemos nossas 
prerrogativas, exterminando a 
propaganda dos rebeldes e 
regicidas! Venderei meus 
escravos alfabetizados, nada de 
panfletos e comentários da 
rebelião. Como produzir sem o 
chicote no lombo? Cativos são 
cativos, senhores são senhores.
• E todos os fujões e 
criminosos conhecerão 
o peso dos meus 
braços... Matarei sem 
piedade. 
• Cinco troncos de 
suplício! Cinco troncos! 
Eis aquilo de que 
necessito para refazer 
a nossa tranqüilidade.
• - Foi um fazendeiro desumano - esclareceu nosso 
orientador amigo. - Desencarnou nos últimos dias do 
século XVIII, mas ainda conserva a mente estagnada na 
concha do próprio egoísmo. Nada percebe, por 
enquanto, senão os quadros interiores, criados por ele 
mesmo, constando de escravos, dinheiro e lucros da 
antiga propriedade rural em que enterrou o 
pensamento, convertendo-se hoje em vampiro 
inconsciente de almas reencarnadas que lhe foram 
queridas no Brasil colonial. Com todo o respeito que 
devemos à fraternidade, podemos dizer que ele nada 
mais fora que desapiedado algoz dos infortunados 
cativos que lhe caíam sob o guante de ferro. Detentor 
de vastíssimo latifúndio, possuía consigo larga legião de 
servidores que lhe conheceram, de perto, a tirania e a 
perversidade.
• Valendo-me da pausa 
espontânea, fitei o rosto do 
triste recém-chegado, com 
mais atenção, reconhecendo 
que os seus olhos, embora 
móveis quanto os de um 
felino, estavam vidrados, 
mortos... 
• Ia apontar para aquelas 
órbitas inexpressivas, 
quando o instrutor, 
adivinhando-me o impulso, 
acrescentou:
-Odiava os trabalhadores que lhe fugiam às garras e quando 
conseguia arrebatá-los ao quilombo, não somente os 
algemava aos troncos de martírio, mas queimava-lhes os 
olhos, reduzindo-os à cegueira, para escarmento das 
senzalas. 
-Alguns dos raros quilombolas que resistiam à morte eram 
sentenciados, depois de cegos, ás mandíbulas de cães 
bravios, de cuja sanha não conseguiam escapar. Com 
semelhante sistema de repressão, instalou o terror em 
derredor de seus passos, granjeando, então, fama e 
riqueza. 
- Contudo, veio a jornada inevitável do túmulo e, nessa fase 
nova, não encontrou senão desafetos, a se levantarem, 
junto dele, na feição de temíveis perseguidores.
• Muitas vítimas de alma branda 
lhe haviam desculpado as ofensas, 
mas outras não conseguiram a 
força do perdão espontâneo e 
converteram-se em vingadores do 
passado a lhe cumularem o 
espírito de aflitivo pavor. 
• Emaranhado nas teias da usura e 
fazendo do ouro o único poder em 
que acreditava, nem de leve se 
sentiu transportado de um modo 
de vida a outro, através da morte. 
Crê-se num cárcere de trevas, 
atormentado pelos escravos, 
prisioneiro das próprias vítimas.
• Vive, assim, entre a 
desesperação e o 
remorso. Martirizado 
pelas reminiscências das 
flagelações que 
decretava e hipnotizado 
pelos algozes de agora, 
dos quais no pretérito 
foi verdugo, vê-se 
reduzido a extrema 
cegueira, por se lhe 
desequilibrarem no 
corpo espiritual as 
faculdades da visão.
• Enquanto se nos alongava o 
entendimento, o infeliz foi 
situado junto de Dona Celina. 
• A medida impressionou-me 
desfavoravelmente. 
• Logo Dona Celina, o melhor 
instrumento da casa, é quem 
deveria acolher o indesejável 
comunicante?! 
• Reparei-lhe a luminosa 
auréola, contrastando com a 
vestimenta pestilenta do 
forasteiro, e deixei-me 
avassalar por incoercível 
temor.
• Semelhante providencia 
não seria o mesmo que 
entregar uma harpa 
delicada às patas de uma 
fera? 
• Áulus, porém, deu-se 
pressa em explicar-nos: 
• - Acalmem-se. O amigo 
dementado penetrou o 
templo com a supervisão 
e o consentimento dos 
mentores da casa.
• Quanto aos fluidos de natureza deletéria, não 
precisamos temê-los. Recuam instintivamente ante a 
luz espiritual que os fustiga ou desintegra. É por isso 
que cada médium possui ambiente próprio e cada 
assembléia se caracteriza por uma corrente magnética 
particular de preservação e defesa. Nuvens infecciosas 
da Terra são diariamente extintas ou combatidas pelas 
irradiações solares, e formações fluídicas, inquietantes, 
a todo momento são aniquiladas ou varridas do 
Planeta pelas energias superiores do Espírito. Os raios 
luminosos da mente orientada para o bem incidem 
sobre as construções do mal, à feição de descargas 
elétricas. E, compreendendo-se que mais ajuda aquele 
que mais pode, nossa irmã Celina é a companheira 
ideal para o auxílio desta hora.
• Indicando-a, exclamou: 
• - Observemos. 
• A médium desvencilhou-se do 
corpo físico, como alguém que 
se entregava a sono profundo, 
e conduziu consigo a aura 
brilhante de que se coroava. 
• Clementino não teve 
necessidade de socorrê-la. 
Parecia afeita àquele gênero 
de tarefa. Ainda assim, o 
condutor do grupo amparou-a, 
solícito.
• A nobre senhora fitou o 
desesperado visitante com 
simpatia e abriu-lhe os 
braços, auxiliando-se a 
senhorear o veículo físico, 
então em sombra. 
• Qual se fora atraído por 
vigoroso ímã, o sofredor 
arrojou-se sobre a 
organização física da 
médium, colando-se a ela, 
instintivamente. 
• Auxiliado pelo guardião que 
o trazia, sentou-se com 
dificuldade, afigurando-se-me 
intensivamente ligado ao 
cérebro mediúnico.
• Se Eugênia revelara-se benemérita enfermeira, Dona 
Celina surgia aos nossos olhos por abnegada 
mãezinha, tal a devoção afetiva para com o hóspede 
infortunado. 
• Dela partiam fios brilhantes a envolvê-lo inteiramente 
e o recém-chegado, em vista disso, não obstante 
senhor de si, demonstrava-se criteriosamente 
controlado. 
• Assemelhava-se a um peixe em furiosa reação, entre 
os estreitos limites de um recipiente que, em vão, 
procurava dilacerar. 
• Projetava de si estiletes de treva, que se fundiam na 
luz com que Celina-alma o rodeava, dedicada. 
• Tentava gritar impropérios, mas debalde.
• A médium era um instrumento passivo no 
exterior, entretanto, nas profundezas do ser, 
mostrava as qualidades morais positivas que lhe 
eram conquista inalienável, impedindo aquele 
irmão de qualquer manifestação menos digna. 
• - Eu sou José Maria... - clamava o visitante, 
irritadíssimo, enfileirando outros nomes com o 
evidente intuito de lançar importância sobre a 
sua origem. 
• Amontoava reclamações, deitava reprimendas e 
revoltava-se exasperado, contudo, percebi que 
não usava palavras semelhantes às que proferira 
junto de nós. Achava-se como que manietado, 
vencido, embora prosseguisse rude e áspero.
• Aparecia tão completamente implantado na 
organização fisiológica da medianeira, tão 
espontâneo e tão natural, que não sopitei as 
perguntas a me escorrerem céleres do 
pensamento. 
• A mediunidade falante em Celina era 
diversa? Eugênia e ela haviam desligado da 
veste carnal, durante o trabalho... Por que a 
primeira se mantivera preocupada, qual 
enfermeira inquieta, enquanto que a segunda 
parecia devotada tutora do irmão 
dementado, seguindo-o com cuidados de 
mãe? Por que numa delas a expectação 
atormentada e na outra a serena confiança?
• Desculpando-nos a condição de aprendizes, 
Áulus passou a esclarecer-nos, enquanto 
Clementino e Raul Silva amparavam o 
comunicante, através de orações e frases 
renovadoras de incentivo ao bem. 
• - Celina - explicou, bondoso - é sonâmbula 
perfeita. 
• A psicofonia, em seu caso, se processa sem 
necessidade de ligação da corrente nervosa do 
cérebro mediúnico à mente do hóspede que o 
ocupa .
• A espontaneidade dela é tamanha na cessão de 
seus recursos às entidades necessitadas de socorro 
e carinho, que não tem qualquer dificuldade para 
desligar-se de maneira automática do campo 
sensório, perdendo provisoriamente o contato com 
os centros motores da vida cerebral. Sua posição 
medianímica é de extrema passividade. Por isso 
mesmo, revela-se o comunicante mais seguro de si, 
na exteriorização da própria personalidade. Isso, 
porém, não indica que a nossa irmã deva estar 
ausente ou irresponsável. Junto do corpo que lhe 
pertence, age na condição de mãe generosa, 
auxiliando o sofredor que por ela se exprime qual 
se fora frágil protegido de sua bondade.
• Atraiu-o a si, exercendo um sacrifício voluntário, 
que lhe é doce ao coração fraterno, e José Maria, 
desvairado e desditoso, imensamente inferior a 
ela, não lhe pode resistir. Permanece, assim, 
agressivo tanto quanto é, mas vê-se controlado em 
suas menores expressões, porque a mente superior 
subordina as que lhe situam na retaguarda, nos 
domínios do espírito. É por essa razão que o 
hóspede experimenta com rigor o domínio 
afetuoso da missionária que lhe dispensa amparo 
assistencial. Impelido a obedecer-lhe, recebe-lhe 
as energias mentais constringentes que o obrigam 
a sustentar-se em respeitosa atitude, não obstante 
revoltado como se encontra.
• Diante da pausa que se fazia natural, reparamos 
que Silva conseguia franco progresso na 
doutrinação. 
• O ex-tirano rural começava a assimilar algumas 
réstias de luz. 
• Hilário, contudo, provocou a continuidade da 
lição, perguntando: 
• - Embora seja preciosa auxiliar, como vemos, 
não se lembrará Dona Celina das palavras que o 
visitante pronuncia por seu intermédio? 
• - Se quiser, poderá recordá-las com esforço, mas 
na situação em que se reconhece, não vê 
qualquer vantagem na retenção dos 
apontamentos que ouve.
• - Indubitavelmente - ponderou meu colega - observamos 
singular diferença entre as duas médiuns que caíram em 
transe... Tenho a idéia de que, na psicofonia consciente, 
Dona Eugênia exercia um controle mais direto sobre o 
hóspede que se lhe utilizava os recursos, ao passo que 
Dona Celina, embora vigiando o companheiro que se 
comunica, deixa-o mais à vontade, mais livre... caso não 
fosse Dona Celina a trabalhadora hábil, capaz de intervir 
a tempo, em qualquer circunstância menos agradável, 
não seria de preferir as faculdades de Dona Eugênia? 
• - Sim, Hilário, você tem razão. O sonambulismo puro, 
quando em mãos desavisadas, pode produzir belos 
fenômenos, mas é menos útil na construção espiritual do 
bem. A psicofonia inconsciente, naqueles que não 
possuem méritos morais suficientes à própria defesa, 
pode levar à possessa, sempre nociva, e que, por isso, 
apenas se evidencia integral nos obsessos que se 
renderam às forças vampirizantes.
• Hilário refletiu um momento e tornou a considerar: 
• - aqui, vemos a médium fora do vaso físico, dominado 
mentalmente a entidade que lhe é inferior... Mas... e 
se fosse o contrário? Se tivéssemos aqui uma 
entidade intelectualmente superior senhoreando 
mentalmente a médium? 
• - Nesse caso - redargüiu o paciente interlocutor -, 
Celina seria naturalmente controlada. Se o 
comunicante fosse, nessa hipótese, uma inteligência 
degenerada e perversa, a fiscalização correria por 
conta dos mentores da casa e, em se tratando de um 
mensageiro com elevado patrimônio de 
conhecimento e virtude, a médium apassivar-se-ia 
com satisfação, porquanto lhe aproveitaria as 
vantagens da presença, tal como o rio se beneficia 
com as chuvas que caem do alto.
• O instrutor ia continuar, mas 
Clementino solicitou-lhe o 
concurso para a remoção de 
José Maria que, algo 
renovado, principiava a aceitar 
o serviço de prece, chegando 
mesmo a atingir a felicidade 
de chorar. 
• Nosso orientador passou a 
contribuir na assistência ao 
visitante, que foi novamente 
entregue ao amigo paternal 
que o trazia, a fim de internar-se 
em organização socorrista 
distante.
NOS DOMÍNIOS 
DA MEDIUNIDADE 
LEONARDO PEREIRA 
QUESTÕES PARA ESTUDO
1a.- "O amigo dementado penetrou o templo com a supervisão 
e o consentimento dos mentores da casa." 
• R: A explicação acima foi dada por Áulus ante a 
surpresa de André Luiz com o fato daquele espírito, 
que se encontrava em elevado grau de desequilíbrio, 
ter sido encaminhado pelos dirigentes espirituais à 
Dona Celina, considerada o melhor instrumento 
mediúnico da casa. Esclareceu o Instrutor que o 
espírito ali chegara com supervisão e o consentimento 
dos mentores espirituais presentes, razão por que a 
médium não correria nenhum risco em acolhê-lo. A 
reunião narrada neste capítulo destinava-se 
justamente ao atendimento de espíritos 
desequilibrados, que seriam tratados com o 
esclarecimento.
2 - 1b.- "Quanto aos fluidos de natureza deletéria, não 
precisamos temê-los. Recuam instintivamente ante a luz 
espiritual que os fustiga ou desintegra." 
• R: Uma casa espírita que estuda e pratica o Espiritismo 
com objetivos sérios está sempre envolvida pela 
proteção dos benfeitores espirituais a serviço de Jesus. 
Quando se trata de reunião mediúnica de desobsessão, 
principalmente, os espíritos benfeitores a cercam com 
uma espécie de barreira vibratória, isolando-a da 
psicosfera pouco sadia que ainda predomina em nosso 
Planeta. Essa barreira vibratória visa a impedir que a 
reunião venha a ser perturbada por espíritos malfazejos, 
com o fim de impedir que o esclarecimento chegue aos 
que dele necessitam, tirando-os da situação de 
desequilíbrio.
• Assim, a sintonia com esse tipo de espíritos é 
inviabilizada, da mesma forma que os fluidos 
deletérios que dele emanam são diluídos 
pelos fluidos sadios de que são portadores os 
benfeitores espirituais. Como esclareceu o 
Instrutor, ante a luz emanada desses 
benfeitores, os fluidos deletérios trazidos 
pelos espíritos desequilibrados que serão 
esclarecidos se desintegra, não vindo a 
manchar a psicosfera ambiente.
1c.- "É por isso que cada médium possui ambiente 
próprio e cada assembléia se caracteriza por uma 
corrente magnética particular de preservação e 
defesa. Nuvens infecciosas da Terra são 
diariamente extintas ou combatidas pelas 
irradiações solares, e formações fluídicas, 
inquietantes, a todo momento são aniquiladas ou 
varridas do Planeta pelas energias superiores do 
Espírito. Os raios luminosos da mente orientada 
para o bem incidem sobre as construções do mal, 
à feição de descargas elétricas."
• Como ensina o Espiritismo, o espírito é um ser 
individualizado, que possui vibrações próprias, cuja 
natureza vai depender de seu estado evolutivo. Assim, 
cada um de nós formamos uma psicosfera à nossa 
volta resultante de nossas qualidades já adquiridas e 
das imperfeições das quais não logramos ainda nos 
despojar. Uma assembléia mediúnica, como acentua 
Kardec, é o resultado do teor vibratório emanado de 
cada um de seus componentes. Por sua vez, quando se 
trata de uma reunião séria e com fins nobres de auxílio 
aos necessitados, o plano espiritual superior, através 
dos mentores responsáveis pelo trabalho, atua no 
sentido de purificar o ambiente espiritual do local, 
impedindo a atuação de entidades perturbadoras. 
•
• No mesmo sentido, os espíritos encarregados do 
controle das forças da natureza, com suas 
irradiações positivas, à semelhança dos 
mentores das assembléias mediúnicas, 
promovem, em escala muito mais ampla, a 
limpeza ambiental do Planeta, de que nos fala 
Áulus, eliminando os miasmas produzidos pelas 
baixas vibrações daqueles que ainda 
permanecem em estado de sofrimento. Como a 
luz que dissipa a escuridão e "...à feição de 
descargas elétricas", essa energia superior faz 
desintegrar esses miasmas deletérios que 
pairam sobre o solo terreno. 
•
1d.- "O sonambulismo puro, quando em 
mãos desavisadas, pode produzir belos 
fenômenos, mas é menos útil na 
construção espiritual do bem. A 
psicofonia inconsciente, naqueles que 
não possuem méritos morais suficientes 
própria defesa, pode levar à possessão, 
sempre nociva, e que, por isso, apenas 
se evidencia integral nos obsessos que 
se renderam às forças vampirizantes."
• A mediunidade, qualquer que seja a modalidade 
com se apresente, não é boa nem má. É neutra. 
Dependendo da maneira como é exercida, pode 
ser motivo de adiantamento ou de queda para o 
espírito. Por essa razão, Allan Kardec sempre 
recomendou aos médiuns que se aprimorassem 
nos estudo da prática mediúnica e, 
principalmente, na sua moralização.Como temos 
estudado nos capítulos anteriores, a sintonia é o 
fator determinante da qualidade da mensagem 
a ser obtida, daí a importância da necessidade 
do médium manter um comportamento 
consoante as leis naturais.
• No caso da mediunidade que se manifesta 
em estado sonambúlico, a falta de 
moralidade do medianeiro pode ter um 
resultado ainda mais desastroso, pois o 
médium entrega o equipamento mediúnico 
ao espírito. Como única maneira de 
influenciar a comunicação, resta a sua 
ascendência moral, pois, embora 
desprendido do corpo e sem poder de 
atuação sobre ele, o médium permanece 
presente em espírito e, sendo 
evolutivamente superior ao comunicante, a 
natural hierarquia moral que vige no 
mundo espiritual permite alguma vigilância 
quanto ao uso do aparelho mediúnico.
2.- Como se dá a psicofonia de Dona Celina? Qual a diferença 
entre a psicofonia de Celina e de Eugênia? 
• R: Conforme explicou o mentor Áulus, a mediunidade 
psicofônica de Celina se manifestava em estado 
sonambúlico, estado de emancipação em que o espírito 
deixa o corpo e passa a vivenciar a vida espiritual. É um 
desligamento mais profundo do que o ocorrido durante 
o sono comum. Nesta circunstância, o comunicante se 
apossa do organismo físico do médium e dele se utiliza 
como se fosse seu, sem que aconteça qualquer tipo de 
"filtragem" no conteúdo da mensagem, como 
normalmente ocorre. O espírito comunicante utiliza o 
instrumento mediúnico livremente, sem se ligar ao 
cérebro do médium, expressando-se 
independentemente de sua intervenção.
• Eugênia, por sua vez, é médium psocofônica comum, 
ou seja, sua mediunidade consiste em ceder os órgãos 
da fala ao comunicante, sem, todavia, se desligar do 
corpo físico, permanecendo em vigília. A 
comunicação passa pelo cérebro do médium, que, 
dependendo do grau de educação mediúnica que já 
tenha alcançado, pode exercer um controle maior ou 
menor sobre o seu conteúdo. A diferença 
fundamental entre uma e outra modalidade de 
mediunidade é que, na psicofonia simples, como 
ocorreu com Eugênia, o médium exerce um controle 
maior sobre o espírito comunicante. Sob o estado 
sonambúlico, como no caso de Celina, o médium 
perde o poder de atuar sobre o espírito, pois se afasta 
de seu carro físico, sem deixar, todavia, de influenciá-lo 
com sua ascendência moral, quando esta existe, 
como na hipótese em estudo.
3.- O que é psicofonia sonambúlica? 
• R. A psicofonia é um tipo de mediunidade em 
que o espírito comunicante se utiliza dos órgãos 
físicos do médium ligados aos centros de força 
responsáveis pela fala, exteriorizando, através 
da palavra, o seu pensamento. A psicofonia 
sonambúlica, como vimos, é aquela que se dá 
com o médium em estado de sonambulismo. 
Emancipado de seu corpo físico por efeito desse 
estado, médium dele se afasta, permitindo que 
o comunicante se apodere e o utilize como se 
nele estivesse encarnado.
• Relembrando, podemos resumir o 
sonambulismo como um estado de 
emancipação do espírito em que o 
desprendimento do corpo físico se dá em 
maior amplitude do que normalmente ocorre 
durante o sono. O espírito se liberta 
temporariamente do corpo físico, assumindo 
todas as suas faculdades, sem as restrições 
impostas pela matéria. Seu corpo se torna 
um objeto inteiramente afastado do espírito. 
Pode se dar naturalmente ou ser provocado 
pela ação do magnetismo. Em ambos os 
casos, contudo, tem-se o mesmo efeito.
Bons estudos e 
iluminadas reflexões!

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Nos domínios da mediunidade aula8

  • 1. NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE LEONARDO PEREIRA Psicofonia sonambúlica (Estudo 8 de 30)
  • 2. NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE QUESTÕES PARA ESTUDO
  • 3. 01) Comentar à luz da DE, as seguintes assertivas: 01a) O amigo dementado penetrou o templo com a supervisão e o consentimento dos mentores da casa. 01b) Quanto aos fluidos de natureza deletéria, não precisamos temê-los. Recuam instintivamente ante a luz espiritual que os fustiga ou desintegra.
  • 4. 01c)É por isso que cada médium possui ambiente próprio e cada assembléia se caracteriza por uma corrente magnética particular de preservação e defesa. Nuvens infecciosas da Terra são diariamente extintas ou combatidas pelas irradiações solares, e formações fluídicas, inquietantes, a todo momento são aniquiladas ou varridas do Planeta pelas energias superiores do Espírito. Os raios luminosos da mente orientada para o bem incidem sobre as construções do mal, à feição de descargas elétricas.
  • 5. 01d) O sonambulismo puro, quando em mãos desavisadas, pode produzir belos fenômenos, mas é menos útil na construção espiritual do bem. psicofonia inconsciente, naqueles que não possuem méritos morais suficientes à própria defesa, pode levar à possessão, sempre nociva, e que, por isso, apenas se evidencia integral nos obsessos que se renderam às forças vampirizantes.
  • 6. 02) Como se dá a psicofonia de Dona Celina? Qual a diferença entre a psicofonia de Celina e de Eugênia?
  • 7. 03) O que é psicofonia sonambúlica?
  • 8. NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE LEONARDO PEREIRA Psicofonia sonambúlica (Estudo 8 de 30)
  • 9. T R E C H O S D O C A P Í T U L O. Sob a guarda de venerando amigo, que mais se nos afigurava um nume apostolar, pobre Espírito dementado varou o recinto. Lembrava um fidalgo antigo, repentinamente arrancado ao subsolo, porque os fluidos que o vestiam era verdadeira massa escura e viscosa, cobrindo-lhe a roupagem e despedindo nauseabundas emanações.
  • 10. Nenhuma das entidades sofredoras que se acotovelavam à frente exibia tão horrenda fácies. Aqui e ali, nos variados semblantes a se comprimirem no lugar reservado a irmãos menos felizes, as máscaras de sofrimento eram suavizadas por sinais inequívocos de arrependimento, fé, humildade, esperança...
  • 11. • Mas naquele rosto patibular, parecendo emergir dum lençol de lama, aliavam-se a frieza e a malignidade, a astúcia e o endurecimento. • Ante a expressão com que surgia de inopino, os próprios Espíritos perturbados recuaram receosos.
  • 12. • - Na destra, o estranho recém-chegado trazia um azorrague que tentava estalar, ao mesmo tempo que proferia estrepitosas exclamações. • - Quem me faz chegar até aqui, contra a minha vontade? - bramia, semi-afônico. - Covardes! Por que me segregaram assim? Onde estão os abutres que me devoraram os olhos? Infames! Pagar-me-ão caro os ultrajes sofridos!... • E evidenciando o extremo desequilíbrio mental de que se fazia portador, continuava em rude tom de voz:
  • 13. • - Quem disse que a malfadada revolução dos franceses terá reflexos no Brasil? A loucura de um povo não pode alastrar-se por toda a Terra...Os privilégios dos nobres são invioláveis! Vem dos reis, que são indiscutivelmente os escolhidos de Deus! Defenderemos nossas prerrogativas, exterminando a propaganda dos rebeldes e regicidas! Venderei meus escravos alfabetizados, nada de panfletos e comentários da rebelião. Como produzir sem o chicote no lombo? Cativos são cativos, senhores são senhores.
  • 14. • E todos os fujões e criminosos conhecerão o peso dos meus braços... Matarei sem piedade. • Cinco troncos de suplício! Cinco troncos! Eis aquilo de que necessito para refazer a nossa tranqüilidade.
  • 15. • - Foi um fazendeiro desumano - esclareceu nosso orientador amigo. - Desencarnou nos últimos dias do século XVIII, mas ainda conserva a mente estagnada na concha do próprio egoísmo. Nada percebe, por enquanto, senão os quadros interiores, criados por ele mesmo, constando de escravos, dinheiro e lucros da antiga propriedade rural em que enterrou o pensamento, convertendo-se hoje em vampiro inconsciente de almas reencarnadas que lhe foram queridas no Brasil colonial. Com todo o respeito que devemos à fraternidade, podemos dizer que ele nada mais fora que desapiedado algoz dos infortunados cativos que lhe caíam sob o guante de ferro. Detentor de vastíssimo latifúndio, possuía consigo larga legião de servidores que lhe conheceram, de perto, a tirania e a perversidade.
  • 16. • Valendo-me da pausa espontânea, fitei o rosto do triste recém-chegado, com mais atenção, reconhecendo que os seus olhos, embora móveis quanto os de um felino, estavam vidrados, mortos... • Ia apontar para aquelas órbitas inexpressivas, quando o instrutor, adivinhando-me o impulso, acrescentou:
  • 17. -Odiava os trabalhadores que lhe fugiam às garras e quando conseguia arrebatá-los ao quilombo, não somente os algemava aos troncos de martírio, mas queimava-lhes os olhos, reduzindo-os à cegueira, para escarmento das senzalas. -Alguns dos raros quilombolas que resistiam à morte eram sentenciados, depois de cegos, ás mandíbulas de cães bravios, de cuja sanha não conseguiam escapar. Com semelhante sistema de repressão, instalou o terror em derredor de seus passos, granjeando, então, fama e riqueza. - Contudo, veio a jornada inevitável do túmulo e, nessa fase nova, não encontrou senão desafetos, a se levantarem, junto dele, na feição de temíveis perseguidores.
  • 18. • Muitas vítimas de alma branda lhe haviam desculpado as ofensas, mas outras não conseguiram a força do perdão espontâneo e converteram-se em vingadores do passado a lhe cumularem o espírito de aflitivo pavor. • Emaranhado nas teias da usura e fazendo do ouro o único poder em que acreditava, nem de leve se sentiu transportado de um modo de vida a outro, através da morte. Crê-se num cárcere de trevas, atormentado pelos escravos, prisioneiro das próprias vítimas.
  • 19. • Vive, assim, entre a desesperação e o remorso. Martirizado pelas reminiscências das flagelações que decretava e hipnotizado pelos algozes de agora, dos quais no pretérito foi verdugo, vê-se reduzido a extrema cegueira, por se lhe desequilibrarem no corpo espiritual as faculdades da visão.
  • 20. • Enquanto se nos alongava o entendimento, o infeliz foi situado junto de Dona Celina. • A medida impressionou-me desfavoravelmente. • Logo Dona Celina, o melhor instrumento da casa, é quem deveria acolher o indesejável comunicante?! • Reparei-lhe a luminosa auréola, contrastando com a vestimenta pestilenta do forasteiro, e deixei-me avassalar por incoercível temor.
  • 21. • Semelhante providencia não seria o mesmo que entregar uma harpa delicada às patas de uma fera? • Áulus, porém, deu-se pressa em explicar-nos: • - Acalmem-se. O amigo dementado penetrou o templo com a supervisão e o consentimento dos mentores da casa.
  • 22. • Quanto aos fluidos de natureza deletéria, não precisamos temê-los. Recuam instintivamente ante a luz espiritual que os fustiga ou desintegra. É por isso que cada médium possui ambiente próprio e cada assembléia se caracteriza por uma corrente magnética particular de preservação e defesa. Nuvens infecciosas da Terra são diariamente extintas ou combatidas pelas irradiações solares, e formações fluídicas, inquietantes, a todo momento são aniquiladas ou varridas do Planeta pelas energias superiores do Espírito. Os raios luminosos da mente orientada para o bem incidem sobre as construções do mal, à feição de descargas elétricas. E, compreendendo-se que mais ajuda aquele que mais pode, nossa irmã Celina é a companheira ideal para o auxílio desta hora.
  • 23. • Indicando-a, exclamou: • - Observemos. • A médium desvencilhou-se do corpo físico, como alguém que se entregava a sono profundo, e conduziu consigo a aura brilhante de que se coroava. • Clementino não teve necessidade de socorrê-la. Parecia afeita àquele gênero de tarefa. Ainda assim, o condutor do grupo amparou-a, solícito.
  • 24. • A nobre senhora fitou o desesperado visitante com simpatia e abriu-lhe os braços, auxiliando-se a senhorear o veículo físico, então em sombra. • Qual se fora atraído por vigoroso ímã, o sofredor arrojou-se sobre a organização física da médium, colando-se a ela, instintivamente. • Auxiliado pelo guardião que o trazia, sentou-se com dificuldade, afigurando-se-me intensivamente ligado ao cérebro mediúnico.
  • 25. • Se Eugênia revelara-se benemérita enfermeira, Dona Celina surgia aos nossos olhos por abnegada mãezinha, tal a devoção afetiva para com o hóspede infortunado. • Dela partiam fios brilhantes a envolvê-lo inteiramente e o recém-chegado, em vista disso, não obstante senhor de si, demonstrava-se criteriosamente controlado. • Assemelhava-se a um peixe em furiosa reação, entre os estreitos limites de um recipiente que, em vão, procurava dilacerar. • Projetava de si estiletes de treva, que se fundiam na luz com que Celina-alma o rodeava, dedicada. • Tentava gritar impropérios, mas debalde.
  • 26. • A médium era um instrumento passivo no exterior, entretanto, nas profundezas do ser, mostrava as qualidades morais positivas que lhe eram conquista inalienável, impedindo aquele irmão de qualquer manifestação menos digna. • - Eu sou José Maria... - clamava o visitante, irritadíssimo, enfileirando outros nomes com o evidente intuito de lançar importância sobre a sua origem. • Amontoava reclamações, deitava reprimendas e revoltava-se exasperado, contudo, percebi que não usava palavras semelhantes às que proferira junto de nós. Achava-se como que manietado, vencido, embora prosseguisse rude e áspero.
  • 27. • Aparecia tão completamente implantado na organização fisiológica da medianeira, tão espontâneo e tão natural, que não sopitei as perguntas a me escorrerem céleres do pensamento. • A mediunidade falante em Celina era diversa? Eugênia e ela haviam desligado da veste carnal, durante o trabalho... Por que a primeira se mantivera preocupada, qual enfermeira inquieta, enquanto que a segunda parecia devotada tutora do irmão dementado, seguindo-o com cuidados de mãe? Por que numa delas a expectação atormentada e na outra a serena confiança?
  • 28. • Desculpando-nos a condição de aprendizes, Áulus passou a esclarecer-nos, enquanto Clementino e Raul Silva amparavam o comunicante, através de orações e frases renovadoras de incentivo ao bem. • - Celina - explicou, bondoso - é sonâmbula perfeita. • A psicofonia, em seu caso, se processa sem necessidade de ligação da corrente nervosa do cérebro mediúnico à mente do hóspede que o ocupa .
  • 29. • A espontaneidade dela é tamanha na cessão de seus recursos às entidades necessitadas de socorro e carinho, que não tem qualquer dificuldade para desligar-se de maneira automática do campo sensório, perdendo provisoriamente o contato com os centros motores da vida cerebral. Sua posição medianímica é de extrema passividade. Por isso mesmo, revela-se o comunicante mais seguro de si, na exteriorização da própria personalidade. Isso, porém, não indica que a nossa irmã deva estar ausente ou irresponsável. Junto do corpo que lhe pertence, age na condição de mãe generosa, auxiliando o sofredor que por ela se exprime qual se fora frágil protegido de sua bondade.
  • 30. • Atraiu-o a si, exercendo um sacrifício voluntário, que lhe é doce ao coração fraterno, e José Maria, desvairado e desditoso, imensamente inferior a ela, não lhe pode resistir. Permanece, assim, agressivo tanto quanto é, mas vê-se controlado em suas menores expressões, porque a mente superior subordina as que lhe situam na retaguarda, nos domínios do espírito. É por essa razão que o hóspede experimenta com rigor o domínio afetuoso da missionária que lhe dispensa amparo assistencial. Impelido a obedecer-lhe, recebe-lhe as energias mentais constringentes que o obrigam a sustentar-se em respeitosa atitude, não obstante revoltado como se encontra.
  • 31. • Diante da pausa que se fazia natural, reparamos que Silva conseguia franco progresso na doutrinação. • O ex-tirano rural começava a assimilar algumas réstias de luz. • Hilário, contudo, provocou a continuidade da lição, perguntando: • - Embora seja preciosa auxiliar, como vemos, não se lembrará Dona Celina das palavras que o visitante pronuncia por seu intermédio? • - Se quiser, poderá recordá-las com esforço, mas na situação em que se reconhece, não vê qualquer vantagem na retenção dos apontamentos que ouve.
  • 32. • - Indubitavelmente - ponderou meu colega - observamos singular diferença entre as duas médiuns que caíram em transe... Tenho a idéia de que, na psicofonia consciente, Dona Eugênia exercia um controle mais direto sobre o hóspede que se lhe utilizava os recursos, ao passo que Dona Celina, embora vigiando o companheiro que se comunica, deixa-o mais à vontade, mais livre... caso não fosse Dona Celina a trabalhadora hábil, capaz de intervir a tempo, em qualquer circunstância menos agradável, não seria de preferir as faculdades de Dona Eugênia? • - Sim, Hilário, você tem razão. O sonambulismo puro, quando em mãos desavisadas, pode produzir belos fenômenos, mas é menos útil na construção espiritual do bem. A psicofonia inconsciente, naqueles que não possuem méritos morais suficientes à própria defesa, pode levar à possessa, sempre nociva, e que, por isso, apenas se evidencia integral nos obsessos que se renderam às forças vampirizantes.
  • 33. • Hilário refletiu um momento e tornou a considerar: • - aqui, vemos a médium fora do vaso físico, dominado mentalmente a entidade que lhe é inferior... Mas... e se fosse o contrário? Se tivéssemos aqui uma entidade intelectualmente superior senhoreando mentalmente a médium? • - Nesse caso - redargüiu o paciente interlocutor -, Celina seria naturalmente controlada. Se o comunicante fosse, nessa hipótese, uma inteligência degenerada e perversa, a fiscalização correria por conta dos mentores da casa e, em se tratando de um mensageiro com elevado patrimônio de conhecimento e virtude, a médium apassivar-se-ia com satisfação, porquanto lhe aproveitaria as vantagens da presença, tal como o rio se beneficia com as chuvas que caem do alto.
  • 34. • O instrutor ia continuar, mas Clementino solicitou-lhe o concurso para a remoção de José Maria que, algo renovado, principiava a aceitar o serviço de prece, chegando mesmo a atingir a felicidade de chorar. • Nosso orientador passou a contribuir na assistência ao visitante, que foi novamente entregue ao amigo paternal que o trazia, a fim de internar-se em organização socorrista distante.
  • 35. NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE LEONARDO PEREIRA QUESTÕES PARA ESTUDO
  • 36. 1a.- "O amigo dementado penetrou o templo com a supervisão e o consentimento dos mentores da casa." • R: A explicação acima foi dada por Áulus ante a surpresa de André Luiz com o fato daquele espírito, que se encontrava em elevado grau de desequilíbrio, ter sido encaminhado pelos dirigentes espirituais à Dona Celina, considerada o melhor instrumento mediúnico da casa. Esclareceu o Instrutor que o espírito ali chegara com supervisão e o consentimento dos mentores espirituais presentes, razão por que a médium não correria nenhum risco em acolhê-lo. A reunião narrada neste capítulo destinava-se justamente ao atendimento de espíritos desequilibrados, que seriam tratados com o esclarecimento.
  • 37. 2 - 1b.- "Quanto aos fluidos de natureza deletéria, não precisamos temê-los. Recuam instintivamente ante a luz espiritual que os fustiga ou desintegra." • R: Uma casa espírita que estuda e pratica o Espiritismo com objetivos sérios está sempre envolvida pela proteção dos benfeitores espirituais a serviço de Jesus. Quando se trata de reunião mediúnica de desobsessão, principalmente, os espíritos benfeitores a cercam com uma espécie de barreira vibratória, isolando-a da psicosfera pouco sadia que ainda predomina em nosso Planeta. Essa barreira vibratória visa a impedir que a reunião venha a ser perturbada por espíritos malfazejos, com o fim de impedir que o esclarecimento chegue aos que dele necessitam, tirando-os da situação de desequilíbrio.
  • 38. • Assim, a sintonia com esse tipo de espíritos é inviabilizada, da mesma forma que os fluidos deletérios que dele emanam são diluídos pelos fluidos sadios de que são portadores os benfeitores espirituais. Como esclareceu o Instrutor, ante a luz emanada desses benfeitores, os fluidos deletérios trazidos pelos espíritos desequilibrados que serão esclarecidos se desintegra, não vindo a manchar a psicosfera ambiente.
  • 39. 1c.- "É por isso que cada médium possui ambiente próprio e cada assembléia se caracteriza por uma corrente magnética particular de preservação e defesa. Nuvens infecciosas da Terra são diariamente extintas ou combatidas pelas irradiações solares, e formações fluídicas, inquietantes, a todo momento são aniquiladas ou varridas do Planeta pelas energias superiores do Espírito. Os raios luminosos da mente orientada para o bem incidem sobre as construções do mal, à feição de descargas elétricas."
  • 40. • Como ensina o Espiritismo, o espírito é um ser individualizado, que possui vibrações próprias, cuja natureza vai depender de seu estado evolutivo. Assim, cada um de nós formamos uma psicosfera à nossa volta resultante de nossas qualidades já adquiridas e das imperfeições das quais não logramos ainda nos despojar. Uma assembléia mediúnica, como acentua Kardec, é o resultado do teor vibratório emanado de cada um de seus componentes. Por sua vez, quando se trata de uma reunião séria e com fins nobres de auxílio aos necessitados, o plano espiritual superior, através dos mentores responsáveis pelo trabalho, atua no sentido de purificar o ambiente espiritual do local, impedindo a atuação de entidades perturbadoras. •
  • 41. • No mesmo sentido, os espíritos encarregados do controle das forças da natureza, com suas irradiações positivas, à semelhança dos mentores das assembléias mediúnicas, promovem, em escala muito mais ampla, a limpeza ambiental do Planeta, de que nos fala Áulus, eliminando os miasmas produzidos pelas baixas vibrações daqueles que ainda permanecem em estado de sofrimento. Como a luz que dissipa a escuridão e "...à feição de descargas elétricas", essa energia superior faz desintegrar esses miasmas deletérios que pairam sobre o solo terreno. •
  • 42. 1d.- "O sonambulismo puro, quando em mãos desavisadas, pode produzir belos fenômenos, mas é menos útil na construção espiritual do bem. A psicofonia inconsciente, naqueles que não possuem méritos morais suficientes própria defesa, pode levar à possessão, sempre nociva, e que, por isso, apenas se evidencia integral nos obsessos que se renderam às forças vampirizantes."
  • 43. • A mediunidade, qualquer que seja a modalidade com se apresente, não é boa nem má. É neutra. Dependendo da maneira como é exercida, pode ser motivo de adiantamento ou de queda para o espírito. Por essa razão, Allan Kardec sempre recomendou aos médiuns que se aprimorassem nos estudo da prática mediúnica e, principalmente, na sua moralização.Como temos estudado nos capítulos anteriores, a sintonia é o fator determinante da qualidade da mensagem a ser obtida, daí a importância da necessidade do médium manter um comportamento consoante as leis naturais.
  • 44. • No caso da mediunidade que se manifesta em estado sonambúlico, a falta de moralidade do medianeiro pode ter um resultado ainda mais desastroso, pois o médium entrega o equipamento mediúnico ao espírito. Como única maneira de influenciar a comunicação, resta a sua ascendência moral, pois, embora desprendido do corpo e sem poder de atuação sobre ele, o médium permanece presente em espírito e, sendo evolutivamente superior ao comunicante, a natural hierarquia moral que vige no mundo espiritual permite alguma vigilância quanto ao uso do aparelho mediúnico.
  • 45. 2.- Como se dá a psicofonia de Dona Celina? Qual a diferença entre a psicofonia de Celina e de Eugênia? • R: Conforme explicou o mentor Áulus, a mediunidade psicofônica de Celina se manifestava em estado sonambúlico, estado de emancipação em que o espírito deixa o corpo e passa a vivenciar a vida espiritual. É um desligamento mais profundo do que o ocorrido durante o sono comum. Nesta circunstância, o comunicante se apossa do organismo físico do médium e dele se utiliza como se fosse seu, sem que aconteça qualquer tipo de "filtragem" no conteúdo da mensagem, como normalmente ocorre. O espírito comunicante utiliza o instrumento mediúnico livremente, sem se ligar ao cérebro do médium, expressando-se independentemente de sua intervenção.
  • 46. • Eugênia, por sua vez, é médium psocofônica comum, ou seja, sua mediunidade consiste em ceder os órgãos da fala ao comunicante, sem, todavia, se desligar do corpo físico, permanecendo em vigília. A comunicação passa pelo cérebro do médium, que, dependendo do grau de educação mediúnica que já tenha alcançado, pode exercer um controle maior ou menor sobre o seu conteúdo. A diferença fundamental entre uma e outra modalidade de mediunidade é que, na psicofonia simples, como ocorreu com Eugênia, o médium exerce um controle maior sobre o espírito comunicante. Sob o estado sonambúlico, como no caso de Celina, o médium perde o poder de atuar sobre o espírito, pois se afasta de seu carro físico, sem deixar, todavia, de influenciá-lo com sua ascendência moral, quando esta existe, como na hipótese em estudo.
  • 47. 3.- O que é psicofonia sonambúlica? • R. A psicofonia é um tipo de mediunidade em que o espírito comunicante se utiliza dos órgãos físicos do médium ligados aos centros de força responsáveis pela fala, exteriorizando, através da palavra, o seu pensamento. A psicofonia sonambúlica, como vimos, é aquela que se dá com o médium em estado de sonambulismo. Emancipado de seu corpo físico por efeito desse estado, médium dele se afasta, permitindo que o comunicante se apodere e o utilize como se nele estivesse encarnado.
  • 48. • Relembrando, podemos resumir o sonambulismo como um estado de emancipação do espírito em que o desprendimento do corpo físico se dá em maior amplitude do que normalmente ocorre durante o sono. O espírito se liberta temporariamente do corpo físico, assumindo todas as suas faculdades, sem as restrições impostas pela matéria. Seu corpo se torna um objeto inteiramente afastado do espírito. Pode se dar naturalmente ou ser provocado pela ação do magnetismo. Em ambos os casos, contudo, tem-se o mesmo efeito.
  • 49. Bons estudos e iluminadas reflexões!