1. Universidade Anhanguera - Uniderp
Centro de Educação a Distância
Caderno de Atividades
Serviço Social
Coordenação do Curso
Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre
Autores
Andrea Tochio de Antonio
Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre
Emanuela Patrícia de Oliveira
Enilda Maria Lemos
Silvia C. A. Marques
Yaeko Ozaki
3. Nossa Missão, Nossos Valores
Desde sua fundação, em 1994, os fundamentos da “Anhanguera Educacional” têm sido o principal motivo do
seu crescimento.
Buscando permanentemente a inovação e o aprimoramento acadêmico em todas as ações e programas, é uma
Instituição de Educação Superior comprometida com a qualidade do ensino, pesquisa de iniciação científica e
extensão, que oferecemos.
Ela procura adequar suas iniciativas às necessidades do mercado de trabalho e às exigências do mundo em cons-
tante transformação.
Esse compromisso com a qualidade é evidenciado pelos intensos e constantes investimentos no corpo docente
e de funcionários, na infraestrutura, nas bibliotecas, nos laboratórios, nas metodologias e nos Programas Institu-
cionais, tais como:
• Programa de Iniciação Científica (PIC), que concede bolsas de estudo aos alunos para o desenvolvimento de
pesquisa supervisionada pelos nossos professores.
• Programa Institucional de Capacitação Docente (PICD), que concede bolsas de estudos para docentes cursa-
rem especialização, mestrado e doutorado.
• Programa do Livro-Texto (PLT), que propicia aos alunos a aquisição de livros a preços acessíveis, dos melhores
autores nacionais e internacionais, indicados pelos professores.
• Serviço de Assistência ao Estudante (SAE), que oferece orientação pessoal, psicopedagógica e financeira aos
alunos.
• Programas de Extensão Comunitária, que desenvolve ações de responsabilidade social, permitindo aos alunos
o pleno exercício da cidadania, beneficiando a comunidade no acesso aos bens educacionais e culturais.
A fim de manter esse compromisso com a mais perfeita qualidade, a custos acessíveis, a Anhanguera privilegia
o preparo dos alunos para que concretizem seus Projetos de Vida e obtenham sucesso no mercado de trabalho.
Adota inovadores e modernos sistemas de gestão nas suas instituições. As unidades localizadas em diversos Es-
tados do País preservam a missão e difundem os valores da Anhanguera.
Atuando também na Educação a Distância, orgulha-se em oferecer ensino superior de qualidade em todo o Terri-
tório Nacional, por meio do trabalho desenvolvido pelo Centro de Educação a Distância da Universidade Anhan-
guera - UNIDERP -, nos diversos polos de apoio presencial espalhados por todo o Brasil. Sua metodologia permite
a integração dos professores, tutores e coordenadores habilitados na área pedagógica, com a mesma finalidade:
aliar os melhores recursos tecnológicos e educacionais, devidamente revisados, atualizados e com conteúdo cada
vez mais amplo para o desenvolvimento pessoal e profissional de nossos alunos.
A todos, bons estudos!
Prof. Antonio Carbonari Netto
Presidente - Anhanguera Educacional
4.
5. Sobre o Caderno de Atividades
Caro(a) Aluno(a),
Você está recebendo o Caderno de Atividades, preparado pelos professores do Curso de Graduação em que você
está matriculado, com o objetivo de contribuir para a sua aprendizagem. Ele aprofunda os conteúdos disponíveis
nas publicações que fazem parte do Programa do Livro-Texto (PLT), trazendo orientações de estudo, destaques,
propostas de atividades individuais e em grupo e desafios de aprendizagem a serem realizados.
As questões propostas foram elaboradas pelos docentes ou adaptadas de provas públicas já realizadas, inclusi-
ve do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), que tem o objetivo de aferir o rendimento dos
alunos dos cursos de graduação em relação a conhecimentos, habilidades e competências, necessários ao seu
futuro desempenho profissional. Essa inclusão de perguntas, selecionadas a partir de avaliações ocorridas fora
do âmbito universitário, colabora na sua preparação para o enfrentamento de situações mais contextualizadas.
Você também vai encontrar caminhos para vincular os textos e questões com as teleaulas do seu curso. Isso
permite planejar com antecedência seu tempo e dedicação, estudar os temas previamente e se preparar para
aproveitar ao máximo a interação com a equipe docente.
Desejamos que você tenha um ótimo semestre letivo.
José Manuel Moran e Luciano Sathler
Diretoria do Centro de Educação a Distância
Universidade Anhanguera - UNIDERP
6. Autores
Andrea Tochio de Antonio
Graduação: Ciências Sociais - Universidade Federal de São Carlos - UFscar, 2004.
Graduação: Psicologia - Universidade Paulista - UNIP Jundiaí, cursando 5º semestre.
Mestrado: Antropologia Social - Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, 2008.
Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre
Graduação: Serviço Social - Universidade Católica Dom Bosco, 1992.
Especialização: Gestão de Políticas Sociais - Universidade do Estado e da Região do Pantanal/UNIDERP, 2003.
Mestrado: Educação - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/UFMS, 2007.
Emanuela Patrícia de Oliveira
Graduação: Ciências Sociais: Bacharel em Sociologia e Antropologia e Licenciatura em Ciências Sociais -
Universidade Estadual de Campinas, 2004.
Especialização: Didática e Metodologia do Ensino Superior - Universidade Anhanguera-UNIDERP, 2008.
Mestrado: Antropologia Social - Universidade Estadual de Campinas, 2007.
Enilda Maria Lemos
Graduação: Estudos Sociais - Faculdade de Ciência, Letras e Educação de Presidente Prudente (FCLEPP), 1975.
Graduação: Serviço Social. Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMT), 1979.
Especialização: Metodologia de Ação do Serviço Social. Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMT), 1982.
Mestrado: Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional. Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da
Região do Pantanal, UNIDERP, Campo Grande, Brasil, 2004.
Sílvia C. A. Marques
Graduação: Comunicação Social com habilitação em Cinema e vídeo - FAAP, 2000.
Mestrado: Comunicação e Semiótica - PUC de São Paulo, 2003.
Doutorado: Comunicação e Semiótica - PUC de São Paulo, 2009.
Yaeko Ozaki
Graduação: Psicologia - Universidade São Francisco (USF), 1991.
Especialização: Administração de Recursos Humanos - Universidade São Judas Tadeu (USJT), 1993.
Mestrado: Clínica Médica - Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, 2008.
Luciano Gamez – Organizador da publicação
Graduação: Psicologia - Universidade de Lisboa, 1992.
Mestrado: Engenharia Humana - Universidade do Minho, 1998.
Doutorado: Engenharia de Produção - Área de concentração: Ergonomia
Universidade Federal de Santa Catarina, 2004.
7. Sumário
Fundamentos Históricos e Teóricos-Metodológicos do Serviço Social I
Tema 1 - O Processo de Produção Capitalista ............................................................. 15
Tema 2 - O Serviço Social e o Trabalho do Assistente Social ........................................ 21
Tema 3 - As Origens do Serviço Social Brasileiro e Latino-Americano .......................... 26
Tema 4 - Manifestações sociais das décadas de 1920 e de 1930 ................................ 34
Tema 5 - As Primeiras Escolas Brasileiras de Serviço Social .......................................... 40
Tema 6 - A Prática e o Discurso dos Primeiros Assistentes Sociais ............................... 46
Tema 7 - Primeiras Instituições Públicas e Privadas que Implantaram
o Serviço Social ........................................................................................... 52
Tema 8 - Primeiros Congressos Brasileiros de Serviço Social ........................................ 58
Formação Social, Econômica e Política do Brasil
Tema 1 - O Brasil Colônia ........................................................................................... 71
Tema 2 - A Economia Cafeeira ................................................................................... 77
Tema 3 - A Crise do Trabalho Escravo......................................................................... 82
Tema 4 - A Imigração e o Esgotamento do Sistema Cafeeiro ...................................... 88
Tema 5 - O Brasil Republicano e a Industrialização ..................................................... 94
Tema 6 - As Diferenças Econômicas Regionais no Brasil ............................................ 100
Tema 7 - Revolução de 1930 e a Era Vargas ............................................................. 105
Tema 8 - O Processo de Substituição de Importações ............................................... 110
Filosofia Aplicada ao Serviço Social
Tema 1 - O Ser Humano .......................................................................................... 129
Tema 2 - O conhecimento ........................................................................................ 185
Tema 3 - História da Filosofia ................................................................................... 141
Tema 4 - Filosofia Moderna...................................................................................... 146
Tema 5 - Filosofia Contemporânea ........................................................................... 151
Tema 6 - Ciência e Filosofia ...................................................................................... 157
Tema 7 - Ética e Filosofia .......................................................................................... 162
Tema 8 - Filosofia Política e Estética ......................................................................... 167
8. Sociologia
Tema 1 - Fundamentos básicos da Sociologia Geral: da pesquisa sociológica
ao planejamento governamental ............................................................... 180
Tema 2 - Cultura e sociedade: as estruturas, as interações e os grupos sociais .......... 187
Tema 3 - O papel das instituições na regulamentação e controle social..................... 194
Tema 4 - O papel da sociedade civil na dinâmica social e na luta pelo
desenvolvimento sustentável ..................................................................... 202
Responsabilidade Social e Meio Ambiente
Tema 1 - Ecossistemas e aquecimento global ........................................................... 215
Tema 2 - As metas do milênio e a sustentabilidade .................................................. 221
Tema 3 - Responsabilidade empresarial ................................................................... 228
Tema 4 - Marketing sustentável ............................................................................... 235
9. Formação Social,
Econômica e
Política do Brasil
Autoras:
Andrea Tochio de Antonio
Emanuela Patrícia de Oliveira
10. Formação Social,
Econômica e Política
do Brasil
Orientações de estudo
Caro(a) aluno(a),
Este caderno de atividades foi elaborado com base
no livro “Formação Econômica do Brasil” de au-
toria de José Márcio Rego e Rosa Maria Marques,
Editora Saraiva, 2003.
Ele é composto por 8 temas:
Tema 1
O Brasil Colônia
Aborda os conteúdos situados nos capítulos 1, 2 e 3. Neles, você observará que a formação social, econômica
e política do Brasil passou por diferentes momentos e circunstâncias da história e a compreensão dos mesmos
leva à construção de um olhar mais atento para o que o País é na atualidade.
Com a chegada oficial dos portugueses ao Brasil, que ocorreu em 22 de abril de 1500, o Brasil se torna Colô-
nia de Portugal, nessa relação então denominada Metrópole. Portanto, a formação brasileira se inicia com o
chamado período colonial, no qual o papel brasileiro era o de fornecer riquezas à coroa portuguesa, tais como
o pau-brasil e a cana-de-açúcar, sob o ponto de vista do Pacto Colonial, segundo o qual a Metrópole desfru-
tava do exclusivismo comercial em relação às suas colônias. Em outras palavras, tudo o que se produzisse em
território brasileiro era destinado aos portugueses.
A produção de cana na Colônia foi inicialmente prejudicada com a não-adaptação dos índios ao trabalho,
tendo início o tráfico de escravos da África para o Brasil.
Depois do açúcar tem-se o ciclo do ouro no País. À medida que se enriquecia com o ouro, compravam-se mais
escravos. Com a multiplicação de braços ocorria a multiplicação de lucros e, com isso, o sistema escravocrata
se fortalecia cada vez mais.
Mesmo com a pressão metropolitana sobre a economia da Colônia e as transferências volumosas de ouro para
Portugal, o Brasil continuou crescendo. Mas, com a decadência do ciclo do ouro, o País passou pelo chamado
renascimento agrícola, com grande destaque para a produção cafeeira no país.
Tema 2
A Economia Cafeeira
Aborda os conteúdos situados no capítulo 4. Nele, você observará a importância comercial do café. Em pouco
tempo o café se tornou o produto de maior importância comercial para o Brasil, sendo seu principal produto
de exportação. Com o poder econômico em expansão, os senhores das fazendas de café passaram também a
conquistar espaço no cenário político nacional.
A expansão do café, durante muito tempo, funcionou como uma cultura agrícola ideal aos escravistas, pois as
exportações e os lucros crescentes movimentavam novas compras de escravos. Com isso, tinha-se a manuten-
ção do sistema escravista no Brasil.
68
11. Entretanto, a Inglaterra passou a pressionar a sociedade brasileira e a exigir que a mesma acabasse primeira-
mente com o chamado tráfico negreiro e, posteriormente, com a escravidão. Os grandes proprietários de terra
temiam que, sem os escravos, as plantações de café não se mantivessem pela ausência de mão-de-obra para
atuar nas lavouras. Instalou-se a crise do trabalho escravo.
Tema 3
A Crise do Trabalho Escravo
Aborda os conteúdos situados no capítulo 5. Nele, você observará que alguns grupos políticos passaram a
buscar novas alternativas para a questão da substituição da mão-de-obra escrava no País. Nesse contexto
aprovavam-se leis que financiavam a vinda de imigrantes para o Brasil.
Quando finalmente se colocou um fim à escravidão, o País já estava então preparado para um novo momento
na sua história. Desde o início, a política de imigração brasileira tinha por objetivo abastecer de trabalhadores
a lavoura cafeeira.
O próprio Estado passou a financiar a vinda de imigrantes para o Brasil, responsabilizando-se pelo recruta-
mento, transporte e distribuição dos trabalhadores, o que assegurava a entrada dos mesmos nas fazendas de
café e na expansão de tal cultura agrícola. E, continuamente, a expansão do fluxo imigratório permaneceu
diretamente ligada à expansão cafeeira no País.
Tema 4
A Imigração e o Esgotamento do Sistema Cafeeiro
Aborda os conteúdos situados nos capítulos 6 e 7. Neles, você observará que a sociedade passava por uma
transição, os ex-escravos tinham de se adaptar à ordem capitalista, os imigrantes precisavam se adaptar ao
novo País, os fazendeiros se habituavam ao trabalho assalariado.
Ao longo dos anos, a produção do café passou a crescer consideravelmente, tanto que o País passou a viven-
ciar crises relativas à superprodução de café, o que passou a abalar o poder da elite cafeeira. Destaca-se nesse
sentido, ainda, a crise de 1929, que derrubou os preços e o mercado de café e a situação da elite cafeeira se
tornou crítica.
Tema 5
O Brasil Republicano e a Industrialização
Aborda os conteúdos situados nos capítulos 8 e 9. Neles, você observará que passado o impacto da grande
crise, o Brasil se voltou à industrialização, com o apoio da própria elite agrária. Foi o primeiro momento em
que o País deixou de lado a exportação agrícola para lidar com a produção interna de bens industrializados,
consumidos também pela referida elite. Com esse contexto, por outro lado, se deu o começo da urbanização
da sociedade brasileira.
Tema 6
As Diferenças Econômicas Regionais no Brasil
Aborda os conteúdos situados no capítulo 10. Nele, você observará que a formação de centros industriais
levou ao crescimento considerável de algumas cidades brasileiras. Entretanto, isso se deu de forma rápida e
desestruturada, caso, por exemplo, da cidade de São Paulo. Foi um momento de transformação da sociedade
brasileira, em meio à acelerada urbanização do País; novos problemas e novas necessidades surgiam. Era pre-
ciso olhar, entre outras coisas, para a educação, a ciência e a tecnologia, para se lidar com a nova e complexa
realidade nacional.
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12. Tema 7
Revolução de 1930 e a Era Vargas
Aborda os conteúdos situados no capítulo 11. Nele, você observará a formação social, econômica e política
do Brasil. No entanto, a industrialização e a urbanização não atingiram da mesma forma todas as regiões
do País. Têm-se então o princípio das desigualdades regionais brasileiras, problema que se verifica até os
presentes dias.
A dinâmica cafeeira de São Paulo deu ao Estado as condições para o posterior desenvolvimento da indus-
trialização da mesma região. Desse modo, tendo em vista toda sua concentração industrial, até hoje São
Paulo é um dos mais ricos Estados brasileiros.
Em busca de trabalho na indústria, muitos indivíduos de outros Estados brasileiros passaram a se dirigir a
cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, que se tornaram totalmente industrializadas. Desse modo, dispo-
nibilizavam mais oportunidades no mercado de trabalho.
Tema 8
O Processo de Substituição de Importações
Aborda os conteúdos situados no capítulo 12. Nele, você observará que o fortalecimento econômico da
sociedade brasileira se concretizou com o advento das indústrias e com a menor importação em nome da
produção própria de produtos industrializados. O Brasil deixa de ser apenas exportador de matéria-prima,
rompendo definitivamente com as mais profundas raízes coloniais, mas os debates em torno da industriali-
zação brasileira estão longe de um fim ou de um consenso. Muitas questões, ainda na atualidade, precisam
ser revistas.
Todos esses elementos servem como fundamentação para que você compreenda como a formação social,
econômica e política do Brasil tem reflexos profundos sobre o que a sociedade brasileira é hoje. Decorre daí
a importância em se compreender os diferentes aspectos que a envolvem.
ATENÇÃO! As respostas para as atividades deste caderno estão disponíveis no ambiente
virtual do curso. Consulte seu professor-tutor para maiores informações.
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13. Tema 1
O Brasil colônia
Objetivos de aprendizagem
• Compreender a formação da sociedade brasileira, no que se refere ao “nascimento” desta como então
Colônia de Portugal;
• Entender a estrutura e o sentido da formação colonial brasileira, a partir de suas principais características;
• Entender a estrutura e a dinâmica do antigo sistema colonial, considerando seus fatos mais significativos.
Para início de conversa
A formação da sociedade brasileira tem início quando o Bra-
sil se torna Colônia de Portugal. Por mais que esse, a princí-
pio, possa ser tomado como um período remoto da nossa
história, um olhar mais cuidadoso revela que algumas das
características do País, na atualidade, estão diretamente rela-
cionadas ao que se construiu nesse passado.
Não é possível que se entenda o Brasil hoje, sem que se en-
tenda como tudo começou. As desigualdades sociais e ra-
ciais, a realidade de trabalhadores no mercado de trabalho,
os problemas ambientais, a busca por espaço no mundo
globalizado, todas essas questões ficam mais claras quando
observadas em suas origens.
Você vai, então, entender como tudo começou para que se
possa saber o que de fato se pode fazer por um outro futuro!
Por dentro do tema
Portugal era um império e buscava expandir seu poder por meio da descoberta
e exploração de novos territórios, de modo que enviava navegantes em busca
de novas terras, capazes de gerar riquezas aos portugueses. Em uma dessas ex-
pedições marítimas, os portugueses chegaram a uma vasta terra que eles viriam
a chamar de Brasil.
O Brasil foi declarado então Colônia de Portugal, que por sua vez era a Metró-
pole a ter exclusividade comercial sobre tudo que se produzisse de riqueza no
território brasileiro. Em outras palavras, tudo que se extraísse do Brasil deveria
ser remetido a Portugal e não permanecer no Brasil, que era assim uma colônia
de exploração.
Mas para a produção de riquezas era necessário o trabalho de pessoas. Os portugueses que passaram a viver
em terras brasileiras buscavam fazer com que as populações indígenas, que aqui habitavam, trabalhassem
para eles. Mas a cultura indígena fazia difícil a adaptação de seus indivíduos ao tipo de trabalho do homem
europeu.
71
14. Sendo assim, os portugueses passaram a buscar mão-de-obra na África e deu-se então o começo do sistema
de escravidão de negros em terras brasileiras. Os portugueses mantinham colônias também em território afri-
cano.
A Metrópole portuguesa passou então a explorar sua Colônia por meio do sistema escravocrata. Entre as
riquezas extraídas das terras brasileiras estão o pau-brasil, o açúcar, o ouro e o café.
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15. Formação Social, Econômica Tema 1 - Atividades
e Política do Brasil
do século XVI. Naquele momento histórico, as
Atividades burguesias mercantis, aliadas às monarquias
sobretudo portuguesa e espanhola, empreen-
diam a busca para além-mar do ouro, da prata
INSTRUÇÕES ou de produtos de alto valor comercial nos mer-
As atividades a serem desenvolvidas sobre o Bra- cados europeus, que pudessem ser transaciona-
sil Colônia deverão ser realizadas em dupla e, dos com muito lucro. O pau-brasil, abundante
para tanto, serão necessárias leituras e debates em nossas florestas tropicais ao longo da Costa
sobre os três capítulos iniciais do Livro-Texto da Atlântica, foi o primeiro alvo de saque aos re-
disciplina. cursos naturais até então manejados por diver-
sos povos indígenas nômades e seminômades.
Ironicamente, a espécie que acabou por dar
origem ao nome do País tornou-se a primeira
Ponto de partida vítima: o pau-brasil, madeira de coloração aver-
melhada que os europeus utilizavam na produ-
ção de tinturas, hoje só existe nos jardins e mu-
Antes de qualquer coisa, você deve pensar sobre seus botânicos. Carlos Walter Porto Gonçalves.
as suas aulas de história dos ensinos fundamental “Formação Sócioespacial e Questão Ambien-
e médio, bem como sobre informações que você tal no Brasil”. In: Berta K. Becker et al. (org.).
tenha obtido por meios de livros, filmes e meios “Geografia e Meio Ambiente no Brasil. 3.ª ed.
de comunicação. Tente recuperar o que você se São Paulo: Ana Blume – Hucitec, 2002, pág. 312
lembra e sabe sobre a chegada dos portugueses (com adaptações).
em terras brasileiras. Diante disso, é possível di- Partindo do tema tratado no texto II e conside-
zer que o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares rando o início do processo de colonização do
Cabral? Brasil, julgue (C ou E) os itens subsequentes.
( ) A decisão portuguesa de dar início efetivo
à colonização de suas terras americanas,
trinta anos após a descoberta, deveu-se
fundamentalmente a dois fatores: o peri-
go concreto de perdê-las para concorrentes
europeus, como os franceses, e a sensível
redução dos lucros do comércio oriental de
especiarias.
( ) A colonização portuguesa se processou con-
forme os padrões da época, ou seja, trans-
feriu à iniciativa privada toda a responsa-
bilidade de promover a ocupação da terra,
defendê-la e fazê-la produzir. Essa situação,
marcada pela ausência do Estado no em-
preendimento colonial, perdurou até o mo-
mento da independência.
( ) A extração de pau-brasil garantiu o êxito da
empreitada colonizadora por cerca de dois
séculos, perdendo a primazia somente a
Agora, é com você! Responda às questões a
partir das descobertas das jazidas auríferas
seguir para conferir o que aprendeu! no interior da colônia.
( ) Analisando o caso brasileiro, o texto focali-
za um aspecto primordial da primeira fase
Questão 1 do capitalismo, aquela em que a acumula-
ção de capitais se dá, sobretudo, por meio
da circulação das mercadorias.
(Instituto Rio Branco – Concurso Diplomata –
2005). O Estado-Nação brasileiro tem suas ra-
ízes na expansão mercantil colonial européia
73
16. Formação Social, Econômica
Tema 1 - Atividades e Política do Brasil
d) Denúncia das hierarquias raciais instituídas
Questão 2 ao longo do processo de colonização.
e) Valorização de rupturas entre a sociedade co-
lonial e a sociedade imperial brasileira.
Por que é possível afirmar o capitalismo comer-
cial como sendo a marca do sentido da coloniza-
ção brasileira?
Questão 4
(Pref. São Luis/MA – Concurso Téc. Nível Superior
– 2008). O mercantilismo foi a política econômi-
ca do Estado Absolutista. Sobre as concepções e
práticas mercantilistas, pode-se afirmar que:
a) Eram fundamentadas na expansão do pode-
rio naval como forma de sustentar o comér-
cio exterior.
b) Condenavam o dirigismo econômico e a re-
gulamentação da proteção exercida pelos
monarcas.
c) Buscavam alcançar uma balança comercial
favorável por meio do liberalismo alfandegá-
rio.
d) Negavam a importância dos investimentos
em atividades manufatureiras, privilegiando
as agrícolas.
Questão 3 e) Baseavam-se em rigorosas proibições das prá-
ticas protecionistas e dos monopólios comer-
ciais.
(IBGE – Concurso Historiador - 2010) . No seu
conjunto - e vista no plano mundial e internacio-
nal - a colonização dos trópicos toma o aspecto
de uma vasta empresa comercial, sempre com Questão 5
o mesmo caráter que ela, porém mais comple-
ta que a antiga feitoria e destinada a explorar
os recursos naturais de um território virgem em Como funcionava o chamado Pacto Colonial?
proveito do comércio europeu. É este o verda- Como ele ajudava a dominação metropolitana
deiro sentido da colonização tropical, da qual o sobre as colônias?
Brasil é uma das resultantes; e ela explicará os
elementos fundamentais, tanto no econômico
como no social da formação e evolução histó-
ricas dos trópicos americanos. [PRADO JÚNIOR,
Caio. “Formação do Brasil Contemporâneo”. 21.a
ed. São Paulo: Brasiliense, 1989, pág. 31.]
Responda de acordo com o texto acima: O diag-
nóstico sobre o sentido da colonização esteve
associado à:
a) Crítica da desorganização do aparato admi-
nistrativo colonial.
b) Caracterização do uso inadequado do traba-
lho escravo de indígenas e africanos.
c) Análise das atividades econômicas implemen-
tadas pelos colonizadores europeus.
74
17. Formação Social, Econômica Tema 1 - Atividades
e Política do Brasil
zação. São Paulo: Companhia das Letras, 1992,
Questão 6 pág. 31)
Das considerações acima você pode extrair as-
pectos essenciais da catequese jesuítica no Brasil.
O Brasil foi uma colônia de exploração, já os Es- Assinale a opção que melhor sintetiza a ideia do
tados Unidos uma colônia de povoamento. Quais trecho citado:
as principais características destes dois tipos de
colonização? a) A catequese jesuítica no Brasil abandonou
completamente o ideal missionário, vergan-
do-se, na prática, às crenças indígenas.
b) Os missionários foram implacáveis na cate-
quese dos índios, não cedendo um milímetro
no tocante a crenças, dogmas e liturgias cató-
licos.
c) A catequese jesuítica, pressionada entre o
propósito evangelizador e o abismo entre o
catolicismo e a cultura indígena, optou por
uma linguagem catequética híbrida, católica
no conteúdo e tupi na forma, do que resul-
tou um catolicismo estruturalmente sincréti-
co.
d) Anchieta não fazia mais do que enganar os
índios, fingindo que acreditava nos pajés
quando, no fundo, queria propagar o catoli-
cismo.
e) Os jesuítas traíram completamente os ide-
ais proselitistas da Contrarreforma, dissemi-
nando um catolicismo falsificado, não só no
Questão 7 Brasil como em outras partes do império por-
tuguês, razão pela qual seriam perseguidos
(Tribunal de Justiça de Pernambuco - 2007). A pelo Marquês de Pombal no século XVIII.
economia colonial se firmou com a existência da
escravidão. Para garantir a ocupação do Brasil
foi importante, além da escravidão:
a) O cultivo da cana-de-açúcar.
Questão 9
b) A exploração do pau-brasil.
“Aqui no Brasil tratou-se, desde o início, de apro-
c) A descoberta das minas de ouro.
veitar o índio, não apenas para a obtenção dele
d) O fim das capitanias hereditárias. para o tráfico mercantil de produtos nativos ou
e) A ajuda da Inglaterra e da França. simplesmente como aliado, mas sim como ele-
mento participante da colonização. Os colonos
viam nele um trabalhador aproveitável; a metró-
pole, um povoador para a imensa área que tinha
Questão 8 de ocupar, muito além de sua capacidade demo-
gráfica.” [PRADO JÚNIOR, Caio. “Formação do
Brasil Contemporâneo”. São Paulo: Brasiliense;
(Pref. São Luis/MA – Concurso Téc. Nível Superior
Publifolha, 2000, págs. 86 - 87.]
– 2008). “Anchieta aprende o tupi e faz cantar e
rezar nessa língua os anjos e santos do catolicis-
mo... Inventa um imaginário estranho sincrético,
nem só católico, nem puramente tupi-guarani,
quando forja figuras míticas como karaibebé,
literalmente profetas que voam, nos quais o na-
tivo identificava talvez os anunciadores da Terra
sem Mal...” (BOSI, Alfredo. Dialética da Coloni-
75
18. Formação Social, Econômica
Tema 1 - Atividades e Política do Brasil
Faça uma análise de como os índios aparecem na AMPLIANDO O CONHECIMENTO
colonização do Brasil com destaque para a ques-
Para saber mais sobre esse assunto consulte:
tão da escravidão indígena. Por que em pouco
tempo os índios foram substituídos pelos negros • Os vídeos em que o historiador Boris Faus-
no trabalho escravo? to explica a fase em que o Brasil foi Colônia de
Portugal. Disponível em: <http://www.domi-
niopublico.gov.br/pesquisa/Detalhe-ObraForm.
do?select_action=&co_obra=20448> ou <http://
www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/Detalhe-
ObraForm.do?select_action=&co_obra=20448>.
Os materiais são ricos em detalhes e possibilitam
um olhar bastante ampliado sobre esse impor-
tante período histórico.
• Aprofunde seus conhecimentos sobre a escra-
vidão no Brasil Colônia lendo o artigo de Milton
Carlos Costa. Disponível em: <http://www.ceres-
caico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_15/
milton_st15.pdf>.
• Leia material bem interessante sobre a atua-
ção dos jesuítas elaborado por Maria José Aviz
do Rosário. Disponível em: <http://www.ufpi.br/
mesteduc/eventos/iiiencontro/gt11/educ_jesuita.
pdf>, que fala da relação entre o colonizador
português, a Igreja Católica e a educação.
Questão 10 • Uma visão cômica no cinema sobre os portu-
gueses e sua relação com os povos indígenas do
O Brasil recebeu mais de 4 milhões de escravos Brasil colonial você pode ver no filme “Caramuru
trazidos da África. A escravidão teve, assim, mui- – A Invenção do Brasil”, de Guel Arraes.
ta influência na formação brasileira como colô-
nia de Portugal. Em sua opinião, como isso se re-
flete na maneira com que a sociedade brasileira FINALIZANDO
lida hoje com a questão racial e, sobretudo, com Nesta disciplina você viu que compreender a fase
a questão do racismo. Busque dados da sua pró- em que o Brasil foi Colônia de Portugal é impor-
pria vida e experiência cotidiana para desenvol- tante para que você. Por quê? Porque possibilita
ver essa questão. a você pensar sobre certas raízes definidoras de
toda a estruturação da sociedade brasileira, suas
desigualdades e complexidades. Nesse sentido
as leituras indicadas e as atividades propostas
ajudam na construção de uma visão sobre este
período e seus aspectos mais cruciais: pacto colo-
nial, relação com os índios e escravidão de povos
africanos, entre outros.
76
19. Tema 2
A economia cafeeira
Objetivos de aprendizagem
• Discutir os impactos da vinda da Corte portuguesa para o Brasil em 1808;
• Gerar o entendimento sobre o processo de como o café se tornou o principal produto de exportação da
economia brasileira;
• Discutir o início da industrialização no Brasil.
Para início de conversa
A sociedade brasileira foi moldada por diferentes momen-
tos e ciclos, cada qual com características próprias e fun-
damentais para a constituição da identidade brasileira e da
maneira como o Brasil é visto mundialmente.
Alguns períodos de transição são ainda mais complexos e
significativos para que possamos compreender quem de
fato somos e de onde se originaram nossas contradições.
Essa passagem da economia cafeeira para a industrialização
é fundamental e, por isso, você deverá se deter para sua
melhor compreensão!
Por dentro do tema
Como Colônia de Portugal o Brasil vivenciou uma situação inusitada quando
em 1808 a Corte portuguesa se mudou para o País. O rei português e a família
real se mudam para as terras brasileiras e, daqui, governam tanto a Colônia
como Portugal. Esse fato trouxe para o Brasil uma fase de progressos significa-
tivos. Além disso, um outro país, a Inglaterra, passou a influenciar a formação
e a estruturação da sociedade brasileira.
A história brasileira é assim fortemente marcada por ciclos econômicos e entre
eles se destaca o chamado ciclo do café. Esse produto ganhou grande peso
nas exportações brasileiras e formou no País uma burguesia que teve papel
significativo na introdução da economia capitalista no Brasil.
É a elite cafeeira que consegue lançar as bases da industrialização brasileira,
que sempre foi inviabilizada pela Metrópole e que teve de enfrentar muitas dificuldades para se colocar fren-
te ao mercado mundial. A economia agrária e exportadora, fundamentada no trabalho escravo, passou por
uma complexa transição para uma economia capitalista industrial, apoiada no trabalho assalariado.
77
20. Formação Social, Econômica
Tema 2 - Atividades e Política do Brasil
Atividades
Questão 1
INSTRUÇÕES Aponte quais foram as principais consequências
Agora, mãos à obra! Para as atividades sobre da vinda da Corte portuguesa para o Brasil no
a economia cafeeira você trabalhará de forma que se refere ao Pacto Colonial e à economia
individual a partir da leitura do capítulo IV do brasileira.
Livro-Texto da disciplina.
Ponto de partida
O Brasil nasce como Colônia da Metrópole Por-
tugal com quem tinha de cumprir o já discuti-
do Pacto Colonial. Diante desse quadro, quais
foram as grandes implicações para a economia
brasileira? Como nasce essa economia e quais
são os reflexos desse nascimento para o que en-
frenta ainda hoje a economia do Brasil?
Questão 2
(IBGE – Historiador – 2010). “Defendi para a In-
glaterra o direito de estabelecer com o Brasil re-
lações de soberano e de vassalo, e de exigir obe-
diência a ser paga como o preço de proteção”.
(Lord Strangford, 1807. Apud FREITAS, Caio de.
George Canning e o Brasil. São Paulo: Editora
Nacional, 1958, v.1, pág. 94.)
A declaração de Lord Strangford, por ocasião da
partida da família real portuguesa em direção ao
Brasil em finais de 1807 representou, na práti-
ca, o estabelecimento de um conjunto de ações,
dentre as quais se identifica a(o):
a) Restrição ao tráfico intercontinental de escra-
vos, culminando com a proibição integral e
efetiva do mesmo em 1830.
b) Garantia de direitos de cidadania plena por
meio da naturalização para os súditos ingle-
ses que viessem a residir no Brasil.
c) Criação de tarifas alfandegárias preferenciais
para os produtos ingleses, cláusula validada
pelos Tratados de 1810.
d) Apoio aos governos de D. João VI e de D. Pe-
Agora, é com você! Responda às questões a dro I quanto à manutenção da província Cis-
platina no território do Império do Brasil.
seguir para conferir o que aprendeu!
e) Cerceamento das relações diplomáticas entre
os governos do Brasil e da França nos quadros
das decisões do Congresso de Viena.
78
21. Formação Social, Econômica Tema 2 - Atividades
e Política do Brasil
Questão 3 Questão 5
Com a vinda da família real portuguesa para o Como a cultura do café para exportação trans-
Brasil, D. João VI decretou o livre comércio no formou a sociedade brasileira e trouxe progres-
País, do qual a grande beneficiária foi a Inglater- sos ao País?
ra. Por quê? Discuta essa questão.
Questão 6
Questão 4
Considere a seguinte afirmação: “É a acumula-
Contextualize o momento em que o café se tor- ção de capital no setor agrícola exportador que
na um produto importante na economia bra- impulsiona o crescimento industrial [no Brasil],
sileira e ganha espaço entre as exportações do que se consolida entre as décadas de 1880 e
País. 1920. (BICCHI, João Ildebrando. Século XIX: Re-
nascimento Agrícola, Economia Cafeeira e Indus-
trialização. In: REGO, J. M.; MARQUES, R. M. For-
mação Econômica do Brasil. São Paulo: Saraiva
2003. pág. 91)
Discuta, então, a relação contraditória que se es-
tabeleceu entre o café e a indústria no Brasil.
79
22. Formação Social, Econômica
Tema 2 - Atividades e Política do Brasil
d) Aos direitos indígenas, combate a doenças
Questão 7 endêmicas e apoio oficial à pintura histórica.
e) Às reformas urbanas, construção de estradas
de ferro e expansão da produção escrita.
(ENADE – História – 2008). (...) o fato maior do
século XIX é a criação de uma economia global
única, que atinge progressivamente as mais re-
motas paragens do mundo, uma rede cada vez
mais densa de transações econômicas, comuni-
Questão 9
cações e movimentos de bens, dinheiro e pes-
soas ligando os países desenvolvidos entre si e O encilhamento, apesar de seu caráter especula-
ao mundo não desenvolvido. [...] Sem isso, não tivo, conseguiu aumentar o investimento indus-
haveria um motivo especial para que os Esta- trial no Brasil; por outro lado tal política causou
dos europeus tivessem um interesse algo mais problemas como:
que fugaz nas questões, digamos, da bacia do a) A desvalorização da moeda brasileira, já que
rio do Congo, ou tivessem se empenhado em a emissão de moedas gerou um surto infla-
disputas diplomáticas em torno de algum atol cionário no Brasil, além da especulação finan-
do Pacífico. Essa globalização da economia não ceira na bolsa de valores.
era nova, embora tivesse se acelerado conside- b) Uma elevação considerável no padrão de
ravelmente nas décadas centrais do século.) HO- vida dos brasileiros em face do dinheiro mais
BSBAWM, Eric. A Era dos Impérios. 1875-1914. acessível.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. p. 95.)
c) As relações monetárias levaram à industriali-
Para Hobsbawm, o que caracteriza a expansão zação de forma muito rápida e sem possibili-
imperialista européia no século XIX? tar aos brasileiros uma adaptação consciente.
a) A ausência do Estado protecionista na cria- d) A inflação e a especulação que, entretanto,
ção de uma economia global única. não comprometeram a bem-sucedida indus-
b) A criação de uma economia global única no trialização e o pagamento de salários pagos.
contexto do crescimento industrial europeu. e) A desvalorização monetária, mas que não
c) A composição de forças das nações indus- causou o fechamento de indústrias ou a fa-
trializadas no domínio colonial. lência de investidores.
d) O favorecimento social das regiões coloniais
com a ampliação dos investimentos euro-
peus.
e) Os benefícios econômicos proporcionados Questão 10
às massas descontentes dos impérios.
(Instituto Rio Branco – Concurso Diplomata –
2005). À época da independência, a economia
colonial podia ser descrita de maneira simplifica-
Questão 8 da. Era composta por: latifúndios voltados para a
produção de mercadorias exportáveis (açúcar, ta-
(ENADE – História – 2005). Por favor, responda: baco e algodão); fazendas dedicadas à produção
Modernização e Modernidade na América Lati- para o mercado interno (feijão, arroz e milho) e
na no período compreendido entre 1870 e 1914 à criação de gado, sobretudo no norte e no sul
se associam: e centros mineradores já em fase de decadência.
Acrescente-se, ainda, grande número de peque-
a) À expansão dos cortiços, ampla participação
nas propriedades voltadas para a agricultura e a
política e incentivo às práticas católicas.
pecuária de subsistência. Nas cidades costeiras,
b) Aos direitos da mulher, projeto de reforma capitais de províncias, predominavam o grande e
agrária e reforço das tradições populares. o pequeno comércio. Os comerciantes mais ricos
c) À limitação dos investimentos externos, eram os que se dedicavam ao tráfico de escravos.
avanços da medicina pública e poesia gau- A única alteração importante nessa economia se
chesca. deu com o desenvolvimento da cultura do café.
80
23. Formação Social, Econômica Tema 2 - Atividades
e Política do Brasil
Já na década de 30, o produto assumira o pri- AMPLIANDO O CONHECIMENTO
meiro lugar nas exportações. Mas o café não mu-
Saiba mais sobre esse assunto! Consulte:
dou o padrão econômico anterior: era também
um produto de exportação baseado no trabalho • Para um maior entendimento da relação entre
escravo. Esse modelo sobreviveu ainda por mais a economia cafeeira e a industrialização brasilei-
cem anos. Só começou a ser desmontado após ra você pode ler o material elaborado por Gerald
1930. As consequências da hegemonia do café Dinu Reiss. Disponível em: <http://www.rep.org.
foram principalmente políticas. O fato de a he- br/pdf/10-5.pdf>.
gemonia ter sido estabelecida a partir do Rio de • Uma análise sobre a classe dominante e a po-
Janeiro ajudou a consolidar o novo governo do lítica econômica na economia cafeeira foi feita
País, sediado nessa província. Se não fosse a coin- por Renato Monseff Perissinotto. Disponível em:
cidência do centro político com o centro econô- <http://seer.fclar.unesp.br/index.php/perspecti-
mico, os esforços da elite política para manter a vas/article/viewFile/777/638>.
unidade do País poderiam ter fracassado. • Uma visão mais ampla do início da industria-
J. M. de Carvalho. Fundamentos da Política e da lização brasileira pode ser observada por meio
Sociedade Brasileiras. In: L. Avelar e A. O. Cintra da discussão. Disponível em: <http://www.
(orgs.). Sistema Político Brasileiro: Uma Introdu- pg.cefetpr.br/ppgep/Ebook/ARTIGOS/17.pdf>.
ção. Rio de Janeiro: Fundação Konrad-Adenauer-
Stiftung; São Paulo: Fundação UNESP, 2004, pág.
23. FINALIZANDO
Tendo por referência o texto e considerando a Nesse tema você viu que a formação de uma so-
evolução do processo histórico do Brasil, julgue ciedade passa por sua economia. Sendo assim,
(C ou E) os itens seguintes. no caso brasileiro, é preciso compreender a eco-
( ) A importância do café na história brasileira nomia cafeeira e sua transição para a industriali-
transcende ao aspecto meramente econômi- zação a fim de que se consiga entender algumas
co - também decisivo seu papel para a confi- de nossas características. Principalmente, para
guração político-institucional do País - que se a compreensão dos problemas econômicos que
tornara independente em 1822. enfrentamos ainda na atualidade com a depen-
( ) Quanto ao modelo de Estado a ser implanta- dência que ainda possuímos em relação a outros
do a partir da independência, depreende-se e mais ricos países.
do texto que havia convergência de pontos
de vista entre as elites brasileiras, unidas pelo
compromisso inarredável de garantirem a
unidade do País.
( ) As riquezas geradas pelo café foram impor-
tantes para que se assegurasse a estabilidade
política do Império, particularmente visível
entre 1850 e 1870, além de respaldarem os
investimentos no País e os empréstimos con-
traídos no exterior.
( ) A ação empreendedora de Irineu Evange-
lista de Souza, o Barão de Mauá, marcada,
do princípio ao fim, pelo êxito e pelos lucros
expressivos, somente foi possível porque a
economia cafeeira produzia os capitais ne-
cessários ao financiamento das atividades
industriais requeridas pelo moderno capita-
lismo.
81
24. Tema 3
A crise do trabalho escravo
Objetivos de aprendizagem
• Refletir sobre o processo de escravidão que existiu no Brasil;
• Entender os impactos do fim do tráfico negreiro e do fim da escravidão na sociedade brasileira;
• Discutir a questão da mão-de-obra com o fim da escravidão.
Para início de conversa
Você deve perceber que é fundamental ter consciência de
como o sistema de escravidão imposto ao Brasil por Portu-
gal acabou por gerar profundas marcas na sociedade bra-
sileira. Aliás, tais marcas se fazem presentes na estrutura
social brasileira ainda hoje no que diz respeito à questão
racial.
A escravidão dos povos africanos foi motivada pela busca
por vantagens financeiras e econômicas. É possível apon-
tar que o seu fim se relaciona também a um novo cenário
econômico e às buscas necessárias por novos tipos de van-
tagens e lucros. Além disso, no caso brasileiro, é preciso
destacar a participação da Inglaterra nesse processo da
inserção brasileira no sistema capitalista.
Por dentro do tema
Para a colonização brasileira, a Metrópole, Portugal, optou pela utilização da
mão-de-obra escrava em detrimento da escravidão indígena, por motivos já
discutidos. A escravidão dos povos negros africanos persistiu por alguns sé-
culos e gerou transações financeiras consideráveis. A mentalidade brasileira
sobre o trabalho foi então moldada por essa perspectiva da escravidão.
No entanto, com a chegada da Corte portuguesa ao Brasil, abriu-se o País
também para a Inglaterra, país que vivenciava as consequências da Revolução
Industrial e do sistema capitalista. Assim, os ingleses passaram a influenciar a
sociedade brasileira para que esta se inserisse nesse novo cenário.
Foi se configurando, então, uma forte pressão inglesa para o fim da escravi-
dão brasileira. A Inglaterra acumulou tanto poder econômico sobre o Brasil
que acabou conseguindo tal proeza. Isso ocorreu à revelia dos desejos de inúmeros senhores de terras e
escravos. Esses temiam a ausência de mão-de-obra para suas lavouras e não queriam pagar salários aos
trabalhadores, sobretudo ex-escravos.
Foi assim que a sociedade brasileira viu na imigração uma solução para a formação de mão-de-obra na
sociedade brasileira.
82
25. Formação Social, Econômica Tema 3 - Atividades
e Política do Brasil
Atividades Agora, é com você! Responda às questões a
seguir para conferir o que aprendeu!
INSTRUÇÕES
A partir da leitura do capítulo 5 do Livro-Texto Questão 1
você poderá, individualmente, realizar as ativi-
dades relacionadas a esse tema.
Faça uma discussão em torno de como a existên-
cia do trabalho escravo foi se tornando insupor-
tável para os padrões éticos da sociedade ingle-
Ponto de partida sa.
Considere a colocação de Celso Furtado:
“Observada a abolição de uma perspectiva am-
pla, comprova-se que a mesma constitui uma me-
dida de caráter mais político que econômico. A
escravidão tinha mais importância como base de
um sistema regional de poder que como forma
de organização de produção. Abolido o trabalho
escravo, praticamente em nenhuma parte houve
modificações de real significação na forma de or-
ganização da produção e mesmo na distribuição
de renda. Sem embargo, havia-se eliminado uma
das vigas básicas do sistema de poder formado
na época colonial e que, ao perpetuar-se no sé-
culo XIX, constituía um fator de entorpecimento
do desenvolvimento econômico do País.” (FUR-
TADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 27.ª
Ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional: Pu-
blifolha, 2000. pág. 145) Questão 2
É possível, assim, dizer que a abolição da escra-
vidão transformou completamente a sociedade (Instituto Rio Branco – Concurso Diplomata –
brasileira e, principalmente, a tornou menos de- 2006). Com o início do Segundo Reinado são
sigual? plenamente restabelecidas a prerrogativa mo-
nárquica e a centralização administrativa. A
monarquia constitucional parlamentarista de
quatro poderes se viu reforçada. Existiam dois
grandes partidos monárquicos: o Partido Con-
servador que consistia na aliança entre a buro-
cracia, o grande comércio e a grande lavoura
de exportação e o Liberal que era formado por
profissionais liberais urbanos e por agricultores
ligados ao mercado interno e às áreas mais re-
centes de colonização. Pelo sistema eleitoral que
vigoraria até 1889, estavam excluídos do direito
de voto os escravos, os menores de 25 anos (com
exceções), os criados de servir, os religiosos que
vivessem em comunidade claustral e todo aquele
que não percebesse determinada renda líquida
anual.
83
26. Formação Social, Econômica
Tema 3 - Atividades e Política do Brasil
Só podiam ser eleitos parlamentares os cidadãos d) Transparece do texto que o consenso no Bra-
brasileiros com renda elevada que professassem sil colonial em torno da existência da escra-
a religião do Estado. A reforma eleitoral de 1881 vidão foi gradativamente desaparecendo à
ampliou a renda exigida para a condição de elei- medida que se aproximava a independência.
tor e proibiu o analfabeto de votar. Em meio a Esse fato explica a relativa celeridade do pro-
esse sistema político é que seria processada a cesso abolicionista no período monárquico.
abolição da escravidão e decretada a Lei de Ter- e) Com o olhar de hoje mirando o passado, po-
ras (1850). A apreensão do processo de abolição de-se afirmar que as leis abolicionistas- em
da escravidão envolve diversos níveis de análise, especial a que extinguiu por completo a es-
um dos quais diz respeito às dimensões macro- cravidão, conhecida como Lei Áurea - falha-
históricas e mundiais do processo. Nesse contex- ram em um ponto crucial: o de estabelecer
to é que se entendem as pressões inglesas para mecanismos que, superando a subalternida-
a suspensão do tráfico atlântico para o Brasil. de própria da condição de cativo, promoves-
Contudo, não se pode esquecer que a sociedade sem a plena inserção dos africanos e seus des-
brasileira não se resume e nem se esgota nas suas cendentes na sociedade brasileira.
relações externas: ela possui também as suas es-
truturas internas com lógica própria. [João Luís
Fragoso e Francisco Carlos Teixeira da Silva. “A
política no Império e no início da República Velha:
Dos Barões aos Coronéis. In: Maria Yedda Linha-
Questão 3
res (org.). História Geral do Brasil. Rio de Janeiro:
Campus, 1996, págs. 199-204 (com adaptações).] Mencionada no texto, a Lei de Terras de 1850
também se relaciona à forma pela qual o proces-
Assinale a opção correta considerando o tema
so abolicionista foi conduzido no Brasil do século
abordado no texto, a presença da escravidão na
XIX. Sabendo-se que essa lei obrigava o registro
formação histórica do Brasil e o processo abolicio-
de todas as terras efetivamente ocupadas e im-
nista, que se estende por boa parte do século XIX,
pedia a aquisição de terras devolutas (desocupa-
além de seus desdobramentos na configuração
das), exceto a realizada por compra, julgue (C ou
da sociedade brasileira contemporânea:
E) os itens seguintes.
a) Ao mencionar as dimensões macro-históricas
( ) A Lei de Terras dificultava, quando não impe-
do processo abolicionista, o texto certamen-
dia, o acesso à propriedade da terra por par-
te se refere ao aparecimento do capitalismo
te do trabalhador livre, pela evidente razão
como sistema dominante mundial. Não obs-
de que lhe faltavam os recursos financeiros
tante, à Inglaterra interessava a manutenção
para comprá-la.
de relações sociais de produção pré-capitalis-
tas em determinadas regiões, com o propósito ( ) Pelo disposto na Lei de Terras de 1850, crista-
de para elas exportar seu excedente de mão- lizava-se uma realidade do início da coloni-
de-obra. zação, ou seja, a concentração da proprieda-
de fundiária em mãos de poucos.
b) As pressões inglesas contra o tráfico de es-
cravos surgem logo após a independência do ( ) Se prejudicava o trabalhador livre pobre, di-
Brasil e assumem crescente intensidade. Antes ficultando-lhe o acesso à terra, assim como
de 1822, as relações britânicas com Portugal o ex-cativo, a Lei de Terras apresentava-se
concentravam-se nas trocas comerciais, e não como forte atrativo à mão-de-obra imigran-
havia espaço e interesse para outro tipo de te européia. Esses, ao contrário dos nacio-
imposição. nais, geralmente possuíam recursos suficien-
tes para a aquisição de pequenas e médias
c) Exemplo emblemático de pressão britânica
propriedades rurais.
para forçar o fim do tráfico de escravos africa-
nos para o Brasil foi a decretação do Bill Aber- ( ) A Lei de Terras foi combatida por setores da
deen, em 1845, pelo qual a marinha inglesa aristocracia rural, justamente porque amea-
estava autorizada a aprisionar navios negrei- çava a sobrevivência da grande lavoura e a
ros, desde que houvesse anuência de uma cor- posição privilegiada.
te internacional.
84
27. Formação Social, Econômica Tema 3 - Atividades
e Política do Brasil
Questão 4 Questão 6
Em face da pressão inglesa em 1850, foi apro- Em 1871 tem-se no Brasil a Lei do Ventre Livre.
vada a Lei Eusébio de Queiroz, que declarava o Já em 1885 foi a vez da Lei dos Sexagenários. Co-
fim do tráfico negreiro na sociedade brasileira. mente como essas leis também não contribuíam
Quais foram as consequências desta lei para o automaticamente para o fim da escravidão, mas,
sistema escravocrata no Brasil? sim, para a manutenção e prorrogação do siste-
ma.
Questão 5 Questão 7
Assim como o Brasil, os Estados Unidos viveram “Em 1850 queria-se suprimir a escravidão, aca-
a escravidão de povos africanos. Mas, na socie- bando com o tráfico; em 1871, libertando desde
dade americana a abolição se deu de maneira o berço, mas de fato depois dos vinte e um anos
bem diferente do que na brasileira. Por quê? de idade, os filhos de escrava ainda por nascer;
Explique. hoje se quer suprimi-la, emancipando os escravos
em massa e resgatando os ingênuos da servidão
da lei de 28 de Setembro.”
Essa frase traz uma crítica à lei Eusébio de Quei-
roz e à Lei do Ventre Livre. De quem é a autoria
da frase e a qual movimento ela se refere?
a) Princesa Isabel de Bragança, defensora do
movimento de libertação dos escravos.
b) Castro Alves, do movimento poético anties-
cravista.
c) Joaquim Nabuco, um dos líderes do movi-
mento abolicionista.
d) Zumbi dos Palmares, do movimento quilom-
bola.
e) Eusébio de Queiroz, ministro da Justiça, líder
do movimento político pelo fim da escravi-
dão.
85
28. Formação Social, Econômica
Tema 3 - Atividades e Política do Brasil
d) Os meios de trabalho são os instrumentos uti-
Questão 8 lizados pelo trabalhador.
e) É o instrumental disponível que distingue as
condições sociais nas quais se realiza o traba-
O que se pode dizer da possível contradição en- lho em um dado período histórico.
tre o capitalismo e a escravidão? Aponte as prin-
cipais análises feitas sobre esse quadro.
Questão 10
(Banco do Brasil – Escriturário – 2010). CORRIDA
ÀS TERRAS FÉRTEIS.
Muitos bancos, fundos de investimento, grandes
grupos industriais, Estados e milionários privados
planejam instalar na África fazendas empresa gi-
gantes, a fim de produzir alimentos e bicombus-
tíveis exclusivamente para exportação. A análise
da situação apresentada acima conduz à conclu-
são específica de que, atualmente na África, exis-
te o risco de retorno à prática do:
a) Neocolonialismo.
b) Multiculturalismo.
c) Etnocentrismo.
d) Pluripartidarismo.
e) Pós-modernismo.
Questão 9
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
(MTE – Auditor Fiscal – 2006)
O conceito de processo de trabalho foi desenvol- Para saber mais sobre esse assunto, você pode
vido por Karl Marx em O Capital (Volume I, Parte acessar, assistir, ler.. :
Terceira, Cap. V). Segundo esse autor, os elemen- • A escravidão e a abolição no Brasil no portal da
tos componentes do processo de trabalho são: BBC Brasil. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/
(1) o trabalho propriamente dito, uma atividade portuguese/noticias/cluster/2007/03/070321_es-
adequada a um fim; (2) o objeto de trabalho, a cravidao.shtml>.
matéria sobre a qual se aplica o trabalho; e (3) • Sobre a dinâmica da escravidão no Brasil você
os meios de trabalho. Baseado nessa formulação pode ler o texto de Rafael de Bivar Marquese.
teórica, assinale a opção falsa: Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/nec/
a) O trabalho é um processo em que os seres n74/29642.pdf>.
humanos atuam sobre as forças da natureza, • Você pode ver a reportagem e a apresenta-
submetendo-as ao seu controle e transfor- ção do museu internacional da escravidão que
mando os recursos naturais em formas úteis fica na Inglaterra. Disponível em: <http://www.
à sua vida. historia.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.
b) Ao modificar a natureza, o trabalhador colo- php?storyid=121>.
ca em ação tanto suas energias físico-muscu- • Ver análise disponibilizada para uma reflexão
lares quanto as energias mentais e as espiri- sobre a escravidão e as desigualdades raciais
tuais. na sociedade brasileira. Disponível em: <http://
c) O objeto de trabalho tanto pode ser a maté- www.ipea.gov.br/sites/000/2/pdf/08_05_13_120a
ria em seu estado de natureza como objetos nosAbolicaoVcoletiva.pdf>.
resultantes de trabalho anterior, as matérias-
primas.
86
29. Formação Social, Econômica Tema 3 - Atividades
e Política do Brasil
FINALIZANDO
Neste tema você viu que a crise do trabalho es-
cravo e a transição para o trabalho livre estão
associadas, no Brasil, a um novo contexto mun-
dial econômico: o da industrialização e o do
capitalismo. Nesse sentido, começou a ocorrer
uma pressão da Inglaterra para que a sociedade
brasileira se adequasse a esse novo contexto.
É importante então ressaltar os interesses eco-
nômicos que motivaram a abolição na sociedade
brasileira que, em grande medida, superavam a
necessidade de se acabar com a perversidade de
um sistema que defendia a escravidão de seres
humanos, tratados como propriedades.
87
30. Tema 4
A imigração e o esgotamento
do sistema cafeeiro
Objetivos de aprendizagem
• Entender como a imigração se consolidou como a substituição para o trabalho escravo no Brasil;
• Contextualizar a formação do mercado de trabalho brasileiro;
• Compreender a crise da economia cafeeira.
Para início de conversa
Os períodos de transição e mudanças na história têm im-
pactos diretos na estruturação da sociedade brasileira. Desse
modo, é preciso estar atento a como o trabalho escravo no
Brasil foi substituído pelos estímulos à imigração, sobretudo
pensando na garantia de mão-de-obra para a lavoura do
café. Entretanto, em seguida, foi o sistema cafeeiro que en-
trou em colapso e foi substituído por processos de industria-
lização do País. Todas essas mudanças deixaram marcas na
constituição social brasileira e, por isso, merecem um olhar
mais cuidadoso!
Por dentro do tema
Com a crise da mão-de-obra, na sociedade brasileira, causada pela desestru-
turação e consequente abolição do sistema de escravidão, juntamente com
a expansão da cultura do café, começaram a ser buscadas soluções para a
falta de mão-de-obra. Foi então que o governo brasileiro passou a investir nas
políticas de imigração para o Brasil. Visavam em especial que não faltassem
trabalhadores nas fazendas de café, principal produto exportador brasileiro.
Consolidou-se assim a formação do mercado de trabalho assalariado, depois
de séculos de regime escravocrata.
Contudo, novos problemas vieram a assolar o Brasil em meio às crises da eco-
nomia cafeeira, que envolveram desde problemas com a superprodução até
questões de instabilidades financeiras mundiais, como a Crise de 1929.
Depois de ter se mantido com a riqueza proporcionada pelo café, uma vez mais a sociedade brasileira parte em
busca de novos caminhos, até que se chega à industrialização e ao capitalismo industrial.
88
31. Formação Social, Econômica Tema 4 - Atividades
e Política do Brasil
Atividades
Questão 1
INSTRUÇÕES (SECULT/PA – Licenciado em História – 2006). So-
Você deve trabalhar em dupla para o desenvolvi- bre a formação social brasileira, é correto afir-
mento dessas atividades, além de fazer a leitura mar:
dos capítulos 6 e 7 do Livro-Texto. a) A constituição de uma sociedade mestiça no
Brasil foi atenuada pelo fluxo imigratório eu-
ropeu, de fins do século XIX e início do XX,
fazendo com que o Brasil viesse a ser um país
Ponto de partida de população branca com minorias étnicas
negras e índias.
b) A diversidade dos grupos formadores da so-
ciedade brasileira, ao longo do período colo-
Você já teve contato com alguma produção artís-
nial, deixou de existir com a independência,
tica que tenha retratado a época do café e dos
dado o isolamento das nações indígenas e a
movimentos de imigração na sociedade brasilei-
extinção do tráfico negreiro, sendo ingressos
ra? Conhece fatos relativos ao surgimento das
no Brasil apenas brancos europeus.
primeiras indústrias instaladas no País? Já ouviu
histórias de seus familiares sobre esses momentos c) A constituição da sociedade brasileira por
tão marcantes na história do Brasil? Recupere sua diversos grupos formadores favoreceu a sua
memória e faça buscas nesse sentido! Certamente natureza multiétnica, ainda que de forma
esse conteúdo, aparentemente tão teórico e dis- desigual: no Norte, essencialmente índio e
tante, teve alguma repercussão na história de sua caboclo; no Sul, branco e europeizado; no
família e na sua história! Compartilhe tais infor- Nordeste, negro e africanizado.
mações com a sua dupla! d) A constituição de uma sociedade brasileira
mestiça e multiétnica foi resultado das rela-
ções estabelecidas entre índios, africanos e
brancos e, posteriormente, asiáticos, ao lon-
go da história do Brasil.
Questão 2
(MTE – Auditor Fiscal do Trabalho – 2006)
Em 1850, o Brasil tinha dois milhões de escravos.
Na Europa a revolução industrial passou a exigir
cada vez mais mão-de-obra, que se tornou escas-
sa. Por outro lado, a mão-de-obra livre do País
não servia aos propósitos da plantação cafeeira.
A solução preconizada então foi a imigração eu-
ropéia. Começam a criar na época imperial co-
lônias de imigrantes, trazidos com a convicção
de uma natural superioridade da raça com uma
ética própria para o trabalho. Em 1824, foi criada
a primeira colônia alemã em São Leopoldo, no
Rio Grande do Sul. (Sidnei Machado – Disponível
Agora, é com você! Responda às questões a
em: <http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/
seguir para conferir o que aprendeu! direito/article/viewPDFInterstitial/1766/1463>.
Acesso em: 24 mai. 2010.)
89
32. Formação Social, Econômica
Tema 4 - Atividades e Política do Brasil
Assinale a opção que representa continuidade
coesa e coerente para o texto anterior.
Questão 4
a) Por meio de contratos de parceria, os imi-
grantes europeus vendiam seu trabalho futu-
ro. Explique a política de subvenção de imigrantes
e sua relação com a cultura do café.
b) Contanto que, em 1852, Vergueiro comece a
contratar diretamente imigrantes na Europa,
financiado pelo governo.
c) Ficavam devendo as passagens, transporte,
comissões de contrato, além de outras despe-
sas.
d) Porquanto, nesse contexto, os escravos liber-
tos passaram a não ter trabalho, ficando sem
condições de inserção social e de sobrevivên-
cia.
e) No entanto, o trabalho foi fornecido ao tra-
balhador europeu, pois era mais vantajoso ao
proprietário, dadas as condições contratuais
onerosas impostas aos imigrantes. Questão 5
(IPHAN – Historiador – 2009). Com relação ao
Questão 3 processo de formação de uma identidade nacio-
nal no Brasil da primeira metade do século XIX,
pode-se afirmar que:
Quais eram os principais objetivos da política a) Constituiu-se em oposição aos valores da
imigrantista brasileira? Nesse contexto, como cultura europeia, especialmente portugue-
aparece o sistema de parceria? sa, vista como signo de inautenticidade cul-
tural para uma Nação em formação.
b) Buscava destacar em todos os campos da
produção cultural a predominância do ele-
mento autóctone e seus valores culturais
como representação privilegiada desta cul-
tura, que se pretendia nacional.
c) As narrativas a respeito dessa identidade os-
cilavam entre um polo que buscava salientar
a predominância do elemento interno para
a conformação dessa identidade, repre-
sentada, por exemplo, pela exaltação indi-
genista, e outro que sublinhava o traço de
continuidade com as heranças portuguesa e
europeia.
d) A questão de uma identidade nacional no
Brasil, nesse momento, enfatizava particu-
larmente as narrativas de natureza política,
fundando essa identidade apenas na exis-
tência de um aparato estatal, agora nacio-
nal.
e) O problema da identidade nacional na con-
juntura da primeira metade do século XIX
esteve restrito aos debates dos círculos in-
telectuais, sem uma ação política estatal de
relevo.
90
33. Formação Social, Econômica Tema 4 - Atividades
e Política do Brasil
Questão 6 Questão 7
(Instituto Rio Branco – Diplomata – 2009). Em A economia cafeeira enfrentou crises relativas à
Formação Econômica do Brasil, Celso Furtado superprodução de café. O elevado estoque alia-
analisa os efeitos diretos e indiretos da crise de do ao baixo consumo exercia uma pressão sobre
1929 sobre a economia brasileira. Segundo o au- os preços, o que por sua vez gerava uma perda
tor, a política de defesa do setor cafeeiro imple- de renda aos produtores ligados ao café. Diante
mentada no período teria favorecido a rápida disso, explique o que foi o chamado Convênio de
recuperação da economia: “É, portanto, perfei- Taubaté e como este evidencia o poder da elite
tamente claro que a recuperação da economia cafeeira brasileira.
brasileira que se manifesta a partir de 1933 não
se deve a nenhum fator externo e sim à política
de fomento seguida inconscientemente no País e
que era um subproduto da defesa dos interesses
cafeeiros”.
Com relação à economia brasileira no período
posterior à crise de 1929, assinale a opção que
apresenta afirmativa consistente com a análise
de Celso Furtado acima resumida.
a) As alterações na política de defesa do setor
cafeeiro introduzidas a partir da crise de 1929
tiveram como principal objetivo manter rela-
tivamente estável a demanda agregada pelos
bens produzidos internamente. Evitava-se,
assim, a acumulação de estoques indesejados
e a consequente redução nos níveis de pro-
dução.
b) Dificuldades de importação associadas à con-
juntura de crise nos países industrializados
impediram o crescimento da produção indus-
trial brasileira nos anos 30 do século passado,
retardando o processo de industrialização no Questão 8
Brasil.
c) A alta elasticidade-renda dos principais pro- A economia cafeeira tinha como um de seus
dutos brasileiros de exportação, associada à principais personagens a figura do comerciante.
recuperação dos países industrializados, pro- Por que isso acontecia?
moveu crescimento significativo dos saldos
positivos na Balança Comercial brasileira a
partir de 1936.
d) De acordo com Celso Furtado, a alta elasti-
cidade-preço da demanda pelo café permi-
tiu aumento das receitas dos cafeicultores, a
despeito de queda substancial nos preços do
café.
e) Os efeitos da política de defesa dos cafeicul-
tores sobre o mercado cambial provocaram
aumento na demanda dos brasileiros por
bens produzidos internamente, incentivando
o processo de substituição de importações,
na década de 30 do século passado.
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34. Formação Social, Econômica
Tema 4 - Atividades e Política do Brasil
Estão corretas APENAS as afirmações:
Questão 9 a) I e II .
b) I e IV.
(ENADE – História – 2008) c) II e III.
A economia brasileira sofre transformações na d) II e IV.
primeira metade do século XX, conforme se ob- e) III e IV.
serva nas Tabelas 1 e 2.
Questão 10
(Instituto Rio Branco – Concurso Diplomata –
2005). Considerando o Brasil em sua divisão re-
gional na década de 60 do século XX, julgue (C
ou E) os itens seguintes.
( ) O Sudeste do Brasil, região que emergira com
o crescimento cafeeiro e com a industrializa-
ção, representava a área core do País naquela
década.
( ) O Sul do País era uma região rica e populosa,
em razão do desenvolvimento da agricultura
voltada para a exportação de alimentos e de
matérias-primas para outras regiões do Bra-
sil.
( ) O Nordeste pertencia às chamadas áreas de-
primidas, embora apresentasse estrutura in-
dustrial incipiente, que lhe assegurava algu-
ma autonomia econômica.
( ) No Centro-Oeste, na vegetação do bioma
cerrado, iniciava-se o processo de desmata-
mento, resultante da abertura da fronteira
agrícola e da urbanização.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
A análise das tabelas acima possibilita identificar
que: Sabe como você pode saber mais sobre esse as-
sunto?
I. A taxa de crescimento do PIB se manteve es-
tável durante as décadas de 1930 e 1940. • Visitando o Memorial do Imigrante do Estado
de São Paulo. Disponível em: <http://www.me-
II. A indústria brasileira se equipou significati- morialdoimigrante.org.br/portalmi/>, é acessível
vamente durante a primeira metade da déca- um acervo bem diversificado sobre tal temática.
da de 1920 e o período de 1933 a 1936.
• Consultando o material do IBGE sobre os 500
III. O setor de serviços, incluindo o governo, ocu- anos do povoamento brasileiro. Disponível em:
pou sempre um papel de destaque no PIB, <http://www.ibge.gov.br/brasil500/home.html>.
durante a primeira metade do século XX.
• Vendo a reportagem que aborda a transição da
IV. A participação do setor agrícola no PIB se man- crise do café à industrialização. Disponível em:
teve estável na primeira metade do século XX, <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/
o mesmo não acontecendo com a indústria. 0,,EMI20415-15227,00-DO+CAFE+A+
INDUSTRIALIZACAO.HTML>.
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