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UNIVERSIDADE SALVADOR – UNIFACS
COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM PUBLICIDADE E
                   PROPAGANDA




         JACQUELINE FERREIRA DA SILVA




  PERSUASÃO SOB O OLHAR DA SEMIÓTICA:
             UM ESTUDO DE CASO




                     Salvador
                      2011


                                                      1
JACQUELINE FERREIRA DA SILVA




PERSUASÃO SOB O OLHAR DA SEMIÓTICA:
        UM ESTUDO DE CASO




             Relatório de pesquisa apresentado ao curso de
             Comunicação      Social  com     habilitação  em
             Publicidade e Propaganda, Departamento de
             Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Salvador
             – UNIFACS, como requisito preliminar para
             apresentação da monografia.

             Orientador: Professor Dr. Carlos Alberto da Costa Gomes




                  Salvador
                   2011


                                                                       2
JACQUELINE FERREIRA DA SILVA




PERSUASÃO SOB O OLHAR DA SEMIÓTICA: UM ESTUDO
                  DE CASO




Monografia, realizada sob um patamar teórico, com revisão bibliográfica,
apresentado ao curso de Comunicação Social com habilitação em Publicidade e
Propaganda, Universidade Salvador – UNIFACS, seguido do objetivo de analisar,
sob o olhar da semiótica, em anúncio impresso de perfume feminino, a utilização da
persuasão inconsciente como técnica de influência e aprovada como requisito
parcial para obtenção do grau de Bacharel em Publicidade e Propaganda, pela
seguinte banca examinadora:




Nome: ________________________________________________________
Titulação e Instituição de Ensino:
______________________________________________________________


Nome: ________________________________________________________
Titulação e Instituição de Ensino:
______________________________________________________________


Nome: ________________________________________________________
Titulação e Instituição de Ensino:
______________________________________________________________


                              Salvador,   /   / 2011




                                                                                3
Dedico a todos aqueles que contribuíram para a
formação de minha personalidade. Incluo os que
acreditaram na minha capacidade, os que
lutaram por mim e os que estiveram ao meu
lado, nos melhores e piores momentos. A vida
me ensinou a acreditar em mim e seguir em
frente e vocês fizeram parte disso. Obrigada!




                                            4
AGRADECIMENTOS



A formação de um indivíduo se dá através das referências nas quais se baseia para
construir sua personalidade. Peço, desde já, desculpas aos que não foram citados por
falha minha. Agradeço:


À minha família, mãe, irmã, tia e primo, que juntos me apoiaram na escolha do curso
Publicidade e Propaganda que optei seguir como profissão.


À minha amiga, Fabiana Senna, por me convencer do contrário em todos os
momentos de desistência e por fazer parte dos melhores e piores momentos da minha
vida.


À minha antiga orientadora, Márcia Bittencourt, por me mostrar o melhor caminho a
seguir com as escolhas que fiz, por me encorajar em todos os encontros semanais, do
Projeto Experimental I e por lembrar de mim até mesmo assistindo à Televisão.


Aos meus colegas de Publicidade e Propaganda, que sempre estiveram juntos e se
apoiando, apesar da “distância” que havia na turma.


Aos meus amigos, extra-universidade, que me fizeram companhia quando o restante
era sofrimento.


Aos meus chefes de estágios, em especial Felipe Souto da FuturaInvest, pela
oportunidade de aprender com eles as práticas do mercado de trabalho, por me
incentivarem, confiarem e acreditarem em mim, como uma boa profissional.


Aos meus professores do curso de Publicidade e Propaganda e à coordenadora
Carina Luisa Ochi Flexor Andrade, que me mostraram o conhecimento que tenho hoje
adquirido e subjetivamente me fizeram escolher o tema em questão.


E ao meu orientador, Professor Doutor Carlos Alberto da Costa Gomes, que me apoiou
e defendeu, e cujos comentários me motivaram a seguir em frente.




                                                                                  5
“Um dia, quando olhares para trás, verás que os
dias mais belos foram aqueles em que lutaste.”
(Sigmund Freud)




                                             6
RESUMO




Esta pesquisa se dedica a analisar, explicitamente, a implantação, absorção de
uma mensagem e os efeitos causados no cérebro humano, identificando as
mudanças de consumo. Assim, serão evidenciadas técnicas, conceitos e
referências que trazem o estudo da persuasão, sob o olhar da semiótica, como
uma das técnicas de influência nos princípios publicitários.




Palavras-chave:     Comportamento      do   Consumidor.    Semiótica.   Publicidade.
Persuasão Inconsciente. Estímulos de consumo.




                                                                                  7
ABSTRACT




This research is dedicated to analyze, explicit, the deployment, the absorption’s
message and the effects on the human brain, identifying the changes in
consumption. Therefore, will be highlighted techniques, concepts and references
that bring the study of persuasion, from the perspective of semiotics, as an
influence on the techniques of advertising’s principles.




Keywords: Consumer Behavior. Semiotics. Advertising. Persuasion Unconscious.
Stimulation of consumption.




                                                                               8
SUMÁRIO




1       INTRODUÇÃO                                                             10

2       COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR                                            15

2.1     ESTÍMULOS                                                              15

2.2     ASSIMILAÇÃO DE UMA MENSAGEM                                            21

3       A PERSUASÃO INCONSCIENTE                                               29

3.1     A PROPAGANDA                                                           30

3.1.1   Capacidade Sensorial                                                   31

4       O OLHAR DA SEMIÓTICA                                                   34

5       ESTUDO DE CASO – BELLE D’OPIUM, YVES SAINT LAURENT                     36

5.1     ANÁLISE SEMIÓTICA DO ANÚNCIO IMPRESSO DO PERFUME FEMININO

        BELLE D’OPIUM, DE YVES SAINT LAURENT                                   37

5.1.1   A Cor Preta                                                            37

5.2     REFERÊNCIAS VISUAIS                                                    42

5.2.1   Referência I – A Primavera, Sandro Botticelli                          43

5.2.2   Referência II – As Três Graças, Paul Rubens                            47

5.2.3   Referência III – Uma dança para os músicos do tempo, Nicolas Poussin   49

6       CONCLUSÃO                                                              50

        REFERÊNCIAS                                                            53




                                                                                    9
1 INTRODUÇÃO


A presente pesquisa, “Persuasão sob olhar da semiótica: um estudo de caso”
surgiu a partir da observação do uso da persuasão e da persuasão inconsciente
como técnicas de influência em anúncios publicitários. Esta pesquisa buscou
comprovar que, através de técnicas como a persuasão inconsciente, a percepção,
a memória e a decodificação da informação sofrem influências diretas na absorção
da mensagem, firmando-se como processo pelo qual um indivíduo reconhece,
organiza   e   entende   as   sensações    recebidas   dos   estímulos   ambientais
(STENBERG, 1997).


Sendo um processo seletivo, é necessária uma proximidade física, nesse caso
visual, para que haja estimulação dos sentidos relacionando componentes
sensoriais externos com componentes significativos internos, uma vez que a
percepção é definida como sensações acrescidas de significados (GADE, 1998).


Assim, o processo de percepção e reconhecimento da informação analisada,
envolve os estágios de exposição, atenção e interpretação, com base na memória
(SOLOMON, 2008). Alguns estímulos, principalmente os usados para estabelecer
marcas e também propaganda, são os que afetam em maior grau o comportamento
do consumidor, analisando-se a exposição de uma mensagem e a percepção
subliminar do consumidor para, posteriormente, compreender o seu efeito na
absorção que o destinatário final deverá possuir.


Em seu livro, Solomon (2008) cita o limiar sensorial, que pode variar de indivíduo
para indivíduo em função da intensidade, duração de exposição e sensibilidade.


Nesta pesquisa, serão estudados os estímulos que causam a mudança no
entendimento da mensagem, através de alguns estímulos de consumo, analisando
suas influências no processo de decisão de compra (KOTLER, 2008).


O limiar sensorial varia de indivíduo para indivíduo. Este estudo esta centrado no
processo que ocorre entre o consciente e o inconsciente, que faz com que a
mensagem seja assimilada sem nenhuma barreira, de acordo com a memória


                                                                                 10
previamente identificada. Para isso, se recorre aos princípios aplicados à
percepção, para possibilitar identificar a influência das técnicas que atuam nesta
área, sob o comportamento do consumidor.


O comportamento do consumidor será estudado, tomando como referência o
contato com a informação percebida entre o consciente e o inconsciente,
desenvolvendo uma opinião sobre uma decisão, supostamente autogerada. Essa
decisão, teoricamente, influencia no processo de escolha do destinatário final, do
produto adquirido.




1.1 TEMA


A fim de estabelecer entre a publicidade e o comportamento das atividades
humanas, a percepção, a semiótica e a persuasão inconsciente 1 como técnicas de
influência nos princípios publicitários – esta pesquisa trata da persuasão como um
estímulo de consumo que pode ser trabalhado entre o consciente e o inconsciente
do indivíduo.


Para entender os termos, será preciso fundamentar a afirmação, tendo como
referência a significação da persuasão inconsciente.




1.2    OBJETIVOS


1.2.1 Objetivo Geral
Analisar, sob o olhar da semiótica, em anúncio impresso de perfume feminino, a
utilização da persuasão inconsciente como técnica de influência.
1.2.2 Objetivos Específicos




1
 Persuasão inconsciente: toda aquela informação que é transmitida em um baixo nível de percepção
consciente, tanto auditiva quanto visual (CALAZANZ, 1992).



                                                                                                   11
•      Compreender a persuasão inconsciente, sob o olhar da semiótica, como
técnica de influência nos anúncios publicitários.



•          Identificar, através da semiótica e da persuasão inconsciente, as referências
utilizadas em anúncio impresso de perfume.


•          Identificar, no estímulo sensorial humano, a técnica da persuasão
inconsciente em anúncio impresso de perfume feminino.




1.3   JUSTIFICATIVA


O interesse em trabalhar, de um patamar teórico e sob a utilização da técnica da
revisão bibliográfica, o tema direcionado para a persuasão inconsciente, surgiu
após perceber a importância da publicidade como grande influenciador das
significativas mudanças no comportamento do consumidor, ao longo do tempo,
assim como também no crescimento de seu nível crítico.


O comportamento do consumidor e suas mudanças após a percepção de uma
mensagem que emprega a técnica da persuasão inconsciente é um assunto
complexo. Tecnicamente ela faz com que o indivíduo acredite ter sido sua a
decisão, como se a mensagem fosse autogerada. É necessário ter uma
compreensão do tema enquanto um fenômeno social e cultural.

A percepção é mais que sensação. A sensação é parcial e elementar enquanto a
percepção é complexa e está ligada a tomada de consciência de algo. A
consciência depende de um conjunto de fatores, dentre os quais se destaca a
cultura.

Basicamente, a percepção, pode ser considerada um estímulo do indivíduo que
complementa as técnicas das atividades humanas, as quais orientam as decisões e
direções do comportamento. Muitas vezes, essas decisões partem da persuasão




                                                                                    12
inconsciente, supostamente utilizada como técnica nos princípios publicitários para
influenciar as decisões de compra.

Por utilizar do baixo nível de percepção consciente - definido como limiar sensorial -
como ponto forte para assimilação de uma mensagem (SOLOMON, 2008), a
persuasão inconsciente pode ser considerada atributo da propaganda subliminar.

Grande parte da sociedade discute o fenômeno da propaganda subliminar como
uma técnica negativa, utilizada pela publicidade e pelo marketing, a fim de atingir o
consumidor em seu mais baixo nível de percepção consciente visual e/ou auditiva,
tornando-se assim um problema importante, relevante atual.




1.4   METODOLOGIA

Esta pesquisa foi realizada por meio de levantamento de dados e revisão
bibliográfica. Devido à amplitude do mesmo, foram definidos três eixos - introdução,
fundamentação teórica e conclusão -, tendo como tema central a análise de
anúncio impresso de perfume feminino, que utiliza a linguagem persuasiva
inconsciente, propiciando a sensação de que aquele pensamento e aquela decisão
tenham sido tomados pelo consumidor.


Assim sendo, as técnicas de comunicação, semiótica e marketing, que são
utilizadas na veiculação de mensagens publicitárias, serão identificadas em
anúncio impresso de perfume feminino, permitindo a compreensão da persuasão
inconsciente.


Esta pesquisa está organizada em cinco partes, além desta introdução. São elas: o
capítulo dois, que trata do comportamento do consumidor; o capítulo três, que
examina a persuasão inconsciente, o capítulo quatro que trata da semiótica, o
capítulo cinco, estudo de caso e a conclusão.


No capítulo dois, são conceituadas as teorias e fundamentos do comportamento do
consumidor, abordando os estímulos, os fatores influenciadores e os processos de
compra.


                                                                                  13
No capítulo três, é abordada a persuasão inconsciente, como toda aquela
informação que é transmitida em um baixo nível de percepção consciente, tanto
auditiva quanto visual.


No capítulo quatro, a semiótica e sua análise de significantes e significados,
tangenciando a persuasão através dessa técnica.


No capítulo cinco, é analisado, através do estudo de caso, como as técnicas
abordadas na pesquisa se aplicam ao objeto de estudo, concluindo e comprovando
a persuasão inconsciente como técnica nos anúncios publicitários.




2   COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR




                                                                           14
Através do comportamento do consumidor são conceituadas as teorias e
fundamentos, que possibilitam partir para a análise da implantação da mensagem,
através da persuasão inconsciente e da semiótica, utilizada como técnica
publicitária capaz de fazer com que o consumidor cultive-a e decodifique com
referência em suas crenças e princípios, acreditando ter sido gerada por ele
próprio.


São vários os fatores que influenciam no comportamento dos indivíduos no âmbito
do consumo. Nesse capítulo, serão explicados os principais conceitos que
fundamentam o comportamento dos indivíduos, essencialmente nos estímulos que
levam ao processo de decisão de compra, buscando-se conceitos que identifiquem
as principais relações entre o cérebro humano e as influências do marketing, da
linguagem e da semiótica no comportamento dos indivíduos.




2.1   ESTÍMULOS AO COMPORTAMENTO DE COMPRA DOS INDIVÍDUOS

Tendo em vista que a percepção está relacionada diretamente com os estímulos
recebidos pelos órgãos do sistema sensorial, tornou-se relevante analisar a
influência da percepção no comportamento de compra, estando este diretamente
relacionado a esse estímulo (KOTLER, 2009).

O sistema sensorial é composto por receptores, estruturas responsáveis pela
sensação de estímulos provenientes do ambiente e repertório do indivíduo, sendo
estes encontradas nos órgãos dos sentidos: pele, ouvido, olhos, língua e canais
nasais, determinando as diferentes reações do comportamento humano. Há
estudos comprovando que a estrutura e o modo de funcionamento destes
receptores variam de indivíduo para indivíduo.

Na pele identifica-se o receptor sensorial do tato, pelo qual sente-se frio, calor,
densidades dos objetos, etc. Na língua, encontra-se o receptor sensorial para o
paladar, onde identifica-se os sabores. Nos canais nasais, identifica-se o receptor
sensorial do olfato, onde se sente o odor ou o cheiro. Pelos ouvidos, onde é




                                                                                15
possível captar os sons, através da audição. E pelos olhos, por onde observa-se as
cores, os formatos, os objetos, e todo o mundo através da visão.

O receptor sensorial da audição equilibrada, o qual é composto por diferentes
estruturas sensoriais, que identificam os sons e emitem impulsos, alcançando
estímulos cerebrais receptores, são reconhecidos através de um nervo auditivo. No
indivíduo, o órgão divide-se em três partes: ouvido externo, médio e interno.

No entanto, as percepções podem ser influenciadas por fatores internos, pessoais
ou sociais, que, na verdade, não têm nenhuma relação com o fato percebido
(KARSAKLIAN, 2009). Essa percepção demonstra o poder de modificação da
realidade feita pelo observador, que leva em conta fatores extra percepção física.



                     O sentido mais importante para criar marcas e comunicar não é a audição,
                     e sim a visão. Buscando referencial na neurociência, quando escutamos
                     algo, somente a parte auditiva do cérebro é ativada; quando olhamos para
                     algo, ativam-se as regiões relacionadas com os cinco sentidos: visão,
                     olfato, tato, paladar e audição. (LINDSTROM, 2009, p. 75).



Como atitude filosófica, os fatores extra percepção física definem a existência de
uma verdade absoluta, partindo do repertório de crenças e vivências de cada
indivíduo, mas implica na possibilidade de algum indivíduo conseguir chegar a uma
verdade única e absoluta, senão a apenas uma pequena parte (MORIN, 1980).
Cada ser humano tem uma visão da “verdade”, e cada indivíduo possui uma forma
única de interpretar cada estímulo sensorial, de forma própria.


Portanto, a percepção sendo o processo pelo qual um indivíduo seleciona, organiza
e interpreta a informação que recebe do ambiente, tem sido definida como
“sensações acrescidas de significados” (GADE, 1998, p. 29). Desta forma o
processo envolve os estágios de exposição, atenção e interpretação (SOLOMON,
2008).


Ainda assim, sendo considerada um estímulo do indivíduo, a percepção
complementa técnicas da atividade humana, as quais orientam as decisões e




                                                                                         16
direções do comportamento, no âmbito do consumo, podendo estruturar-se na
persuasão inconsciente.


                       A percepção depende não apenas de estímulos físicos, mas também da
                       relação desses estímulos com o ambiente e das condições internas da
                       pessoa. O ponto-chave é que as percepções podem variar
                       consideravelmente entre indivíduos expostos à mesma realidade.
                       (KOTLER, 2006, p.184)


Em termos de propaganda, algumas características dos estímulos podem auxiliar o
processo de percepção do consumidor. Afinal, “os estímulos também são
geradores de motivação, fazendo com que os consumidores desejem as coisas”
(GADE, 1998, p. 27). Tais características determinam os estímulos como
percebidos e registrados de acordo com a freqüência com a qual são
apresentados.

Portanto, observa-se que um fator determinante da percepção pode depender da
característica do estímulo e do estado psicológico de quem o recebe. Sendo assim,
pode-se compreender a forma como o marketing e o comportamento do
consumidor têm influência perceptiva sobre o padrão de consumo e de vida das
pessoas, uma vez que os consumidores recebem e transmitem diferentes tipos de
influência no meio em que vivem (GADE, 1998).




2.1.1 Atenção

Na sociedade atual, há uma avalanche de informações e centenas, se não
milhares, de bombardeios publicitários que sobrecarregam a atenção humana,
onde cada anúncio, som, sinais, músicas e imagens utilizadas em propagandas,
influenciam o comportamento humano, no âmbito do consumo principalmente, de
forma   que,    cada   indivíduo,   diariamente    selecione    inconscientemente      as
informações que consideramos mais importantes, ou as quais os atinjam de alguma
forma, fazendo-os guardar em seus repertório.

Aparentemente chamar a atenção cansa, porém todo consumidor possui uma
maneira única de observar tudo no ambiente externo no qual convive, analisando e



                                                                                      17
selecionando apenas quando interessar, e não analisar quando não interessar
(GADE, 1998).

Existem fatores emocionais que determinam o modo como o cérebro reage aos
estímulos para caminhar ao processo de compra. A forma como o consumidor
percebe o dia-a-dia faz uma projeção do momento da compra para o consumidor,
observando ou comprando um produto que desperte seu desejo e sua atenção
(SOLOMON, 2002).

A atenção, como um processo cognitivo, incita o indivíduo a focalizar e selecionar
estímulos, estabelecendo relação entre eles (GADE, 1998). A todo instante os
indivíduos ativam estímulos, enviados das mais diversas fontes. No entanto,
apenas alguns deles são captados, uma vez que não seria possível responder a
todos de uma só vez.

Este, assim como a percepção, é um processo de suma importância para o
Marketing e para a pesquisa em questão, já que se exige atenção dos
consumidores para com a informação enviada, necessitando muitas vezes ignorar
outros estímulos dos receptivos sensoriais, a depender da técnica utilizada.




2.1.2 Memória

Sendo considerada uma grande função do cérebro humano, a memória, é sem
dúvida, correlacionada com o desenvolvimento do cérebro. Essa capacidade
intelectual pode ser descrita através da complexidade e intensidade das memórias
existentes,

Segundo Lindstrom (2009), a memória pode ser compreendida como marcadores
somáticos, que são como sinalizadores no cérebro, que servem para conectar uma
experiência ou emoção a uma reação específica. Esses marcadores são
considerados experiências ou eventos que imprimem nos indivíduos uma emoção e
um padrão de reação.




                                                                               18
A cada contato que os indivíduos estabelecem com o marcador, surgem emoções
similares àquelas que aparecem na primeira vez. Os marcadores, inclusive, fazem
com que a memória fique mais clara. Por exemplo, uma experiência de medo pode
ser um marcador, já que o medo prepara a lembrar de mais coisas do que os
indivíduos lembrariam em situações de calma. O inconsciente não se esquece
(LINDSTROM, 2009).

Segundo Lindstrom (2009), da mesma forma que os hábitos são formados pelas
mudanças da forma sináptica entre os neurônios, onde todas as sensações,
sentimentos, pensamentos, respostas motoras e emocionais e a memória, assim
como qualquer outra função ou disfunção do cérebro humano não poderiam ser
compreendidas sem o conhecimento do fascinante processo de comunicação entre
as células nervosas (neurônios), as memórias envolvem o fortalecimento das
conexões entre células específicas do cérebro, como se as experiências fossem
gravadas na mente.


As memórias podem variar em forma e precisão e são suscetíveis ao desgaste e ao
erro, uma vez que as memórias não são totalmente recuperadas, e sim recriadas.


                     Todas as informações e experiências acumuladas pelas pessoas ao longo
                     da vida podem acabar armazenadas em sua memória de longo prazo.
                     Psicólogos cognitivos classificam a memória como memória de curto
                     prazo – um repositório temporário de informações – e memória de longo
                     prazo – um repositório mais permanente. (KOTLER, 2006, p. 186).


Há uma complexidade em compreender o cérebro e a mente humana. A magnitude
do papel da memória na função da mente, especialmente quanto ao modo como
selecionam e decodificam, pode ser considerada um lugar que guarda e revela as
mais antigas e recentes recordações, desenvolver ideias e recolher emoções,
selecionando os aspectos que são considerados importantes do ambiente, criando
associações entre estímulos específicos entre os sentidos e o limiar sensorial.

A memória, também funciona como processo de comportamento no consumo, uma
vez que a forma como a informação é armazenada possibilita a compreensão e
escolha do modo de representação de marcas, objetos e ideias na memória.
Quando um elemento de informação é estocado na memória, podemos compará-lo



                                                                                      19
com componentes sensoriais, já que estes podem assumir diversas formas
(KARSAKLIAN, 2009).


                     A memória, propriamente dita, funciona um pouco como um foguete com
                     três andares. Primeiro vem a memória sensorial, que guarda nossas
                     estimulações imediatas. Depois a memória de curto prazo, que serve de
                     estrutura de recepção para uma estocagem temporária da informação. E
                     finalmente, a memória de longo prazo, que corresponde ao sistema de
                     estocagem de nosso conhecimento. (KARSAKLIAN, 2009, p. 191).



Além da memória, a interpretação também resulta de interação e repertório de
quem analisa a mensagem e a decodifica. A percepção de um objeto e de suas
propriedades resulta dos estímulos que o consumidor, tomando-o como referência,
se expõe, organiza e interpreta. Com isso percebe-se as capacidades de
interpretações   fundamentam-se      nas    diferenças    de   aprendizagem,       e   de
experiências, anteriores com os objetos.




2.1.3 Teoria da Significação


Para compreender a teoria da significação será preciso tangenciar a semiótica.
Como base, a semiótica proposta por Algidar Julien Greimas (2003), determina o
signo como gerador direto do significante e do significado. Em um anúncio
impresso, é possível encontrar diversos signos, que por sua vez, trazem diferentes
significados. Como definido por Greimas (2003), o signo pode ser considerado
qualquer unidade significativa, resultante de uma união entre o significante e o
significado.


O significado pode ser considerado como o conceito do signo, como um valor, ou
um conteúdo de um signo lingüístico. A forma visual/gramática, cores e a formação
do sentido definem o significante, enfatizando o processo de significação capaz de
gerar as relações entre os signos.




                                                                                       20
2.2 A ASSIMILAÇÃO DE UMA MENSAGEM

Diante da revisão teórica e conceitos apresentados, é possível avaliar a influência
da percepção no comportamento de compra, sendo esta decisiva na decodificação
dos estímulos que os indivíduos recebem do ambiente interno e externo.

O comportamento de compra do consumidor é influenciado, principalmente, por
fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos. Nesse capítulo, são abordados
os conceitos essenciais de como se define o comportamento do consumidor e
como se dá o seu estudo. Será possível comprovar, então, quais as mudanças que
a informação causa na sociedade, trazendo as visões de diferentes autores.




2.2.1 Comportamento do Consumidor, seu Significado e os Fatores
Influenciadores

O comportamento do consumidor visa compreender o modo com que as pessoas,
grupos e organizações selecionam, compram, usam e descartam artigos, serviços,
idéias ou experiências para satisfazer suas necessidades e desejos (KOTLER,
2006). Desta forma, o estudo do cliente auxilia na melhoria ou lançamento de
produtos e serviços, podem determinar os preços, projetar novos canais de
comunicação, elaborar diferentes mensagens que os atinjam de forma única, além
da possibilidade de desenvolver novas estratégias de marketing para determinados
consumidores.

Compreender o cliente a fundo significa adquirir uma visão completa do cotidiano e
das mudanças que ocorrem no seu ciclo de vida (SOLOMON, 2008). A partir dessa
compreensão, é possível assegurar que os produtos certos podem ser
comercializados para os clientes certos da maneira certa.

O comportamento de compra do consumidor é influenciado por fatores culturais,
sociais, pessoais e psicológicos. Os fatores psicológicos exercem maior influência
por assumirem identidade única na interpretação que cada consumidor analisa
sobre a mensagem (GADE, 1998).




                                                                                21
Isso significa dizer que mesmo sendo uma única mensagem, diferentes pessoas
podem interpretá-las de diversas formas, devido ao repertório que desenvolveu
com base em suas crenças e vivências que se relacionam com os demais fatores.

O fator cultural é também determinante no comportamento e desejos de uma
pessoa. Á medida em que crescem, os indivíduos formam uma personalidade única
que surge de acordo com as influências, valores, percepções e comportamentos de
sua família, de seus amigos, das instituições as quais freqüentam, dentre outros.
Essas influências podem contribuir de diferentes formas, em pessoas que convivam
no mesmo ambiente, mas qualquer outra experiência que um indivíduo passar, se
tornará significante para diferenciar a percepção e análise de um fato.

O fator social é o que se refere diretamente aos grupos de referências, como
família, escola, trabalho e status. Os grupos de referência são aqueles que
exercem influência direta ou indireta sobre as atitudes e comportamentos de um
indivíduo e podem ser divididos em primários e secundários (KOTLER, 2006). Os
primários são compostos pelos contatos mais próximos, como famílias, amigos,
vizinhos e colegas de trabalho. Já o secundário, são compostos, por exemplo, por
grupos religiosos, que normalmente exigem menores interações.

O fator pessoal, como a idade e o estágio no ciclo de vida, ocupação, classe, estilo
de vida e valores, influenciam as decisões do comprador, já que os indivíduos com
características pessoais semelhantes são influenciados por valores centrais e
crenças que embasam as atitudes e comportamento.

E por fim, o fator psicológico, pode ser compreendido como o ponto de partida para
entender o comportamento do comprador. Segundo Kotler (2006) um conjunto de
fatores psicológicos combinado a determinadas características do consumidor leva
ao processo de decisão de compra. Fatores como percepção e memória, já
explicados no capítulo anterior, definem a influência que o consumidor terá sobre
determinada mensagem, de acordo com seu repertório.




                                                                                22
2.2.3 Processo de Decisão de Compra

O processo de decisão de compra passa por cinco estágios (KOTLER, 2001;
KARSAKLIAN, 2009). O modelo de cinco estágios difundido por Kotler (2006) pode
ser aplicado ao estudo dessa pesquisa por aderir às cinco etapas da tomada de
decisão, também referenciadas por Karsaklian (2009).


O modelo de cinco etapas pode ser considerado como processos psicológicos
básicos que auxiliam na compreensão de como os consumidores, de fato, tomam
suas decisões de compra. No entanto, nem sempre os consumidores passam por
todas as cinco etapas no processo. Muitas vezes, os indivíduos podem pular ou
inverter uma etapa de acordo com seu envolvimento com a marca.



a.    Reconhecimento:

Segundo Kotler (2005) o reconhecimento da necessidade ocorre quando o
consumidor percebe a diferença entre seu estado atual e um estado desejado. Este
consumidor sabe que há um problema a ser resolvido, e que precisa encontrar a
solução. Sendo assim, ele reconheceu a necessidade de satisfazer uma vontade
que até então se encontrava latente.

É necessário conhecer exatamente as necessidades e motivações que serão
satisfeitas pela compra. Essas motivações podem levar o consumidor a buscar por
status, conforto, reconhecimento ou outros benefícios latentes ou não para ele.
Também analisado a partir do princípio em que o estado atual e o estado desejado
são a condição necessária para desencadear o processo.




b.    Informações:

É preciso saber quais informações relacionadas aos produtos e marcas estão
guardadas na memória do consumidor. É nesse ponto que entram fortemente a
propaganda e o posicionamento do produto de uma forma geral. Quanto melhor
posicionado estiver o produto e a marca na memória do consumidor, menos ele



                                                                             23
estará motivado para se voltar para fontes externas e conseguir as informações
sobre as alternativas disponíveis em suas características.

Além de serem buscadas informações armazenadas na memória, podem ser
também buscadas informações com base em pesquisa externa. Alguns autores
afirmam que os consumidores não se empenham em buscas excessivas de
informações, por considerarem que o custo do tempo investido é maior do que os
benefícios obtidos com informações adicionais, mas isto não significa falta de
interesse do consumidor.

c.    Avaliação:

É importante conhecer a extensão do engajamento do consumidor na avaliação e
comparação das alternativas, pois isso depende do produto que está sendo
comprado e também do consumidor em si. Os elementos são analisados aqui
conduzindo o comprador a estabelecer uma orientação com base nas preferências.

Ao avaliar diversas alternativas de marcas disponíveis, os consumidores alimentam
benefícios prioritários que podem variar desde status, desempenho, conforto,
segurança, adequação, confiabilidade, qualidade.

Algumas situações de avaliação de compra são caracterizadas por um baixo
envolvimento, mas com diferenças significativas de marca. Nesse caso, os
consumidores geralmente trocam muito de marca. Algumas técnicas, ressaltadas
por Kotler (2006), podem fazer com que os profissionais de marketing convençam
os consumidores a passarem do baixo de envolvimento ao alto envolvimento, como
por exemplo, vincular o produto a alguma necessidade latente do consumidor,
despertando assim a sua vontade de adquiri-lo.

d.    Compra:

Após a avaliação as alternativas, o consumidor cria referência entre as marcas e
desenvolve a intenção de compra. Nessa intenção, dois fatores podem interferir
entre a intenção de compra e a decisão de compra.




                                                                              24
Uma vez decidido o produto a ser comprado, é necessário saber se o consumidor
investirá tempo e energia para ir procurar até que a melhor alternativa seja
encontrada. Na intenção de compra, o consumidor se depara com a atitude dos
outros e com os fatores situacionais imprevistos.

e.    Resultados:

O consumidor comprou o produto. É importante agora saber qual o grau de
satisfação ou insatisfação expressado em relação às alternativas previamente
utilizadas e os níveis de satisfação ou insatisfação e se foi compartilhada com
outras pessoas, com o objetivo de ajudá-las no comportamento de compra. E
principalmente saber se existe alguma intenção de recomprar alguma das
alternativas. Nesta etapa, objetiva-se a adequação da solução escolhida com
relação ao problema inicial.




2.2.4 Papéis que os Indivíduos Podem Desempenhar em uma Decisão de
Compra

No estudo do comportamento do consumidor, é preciso compreender como as
pessoas escolhem entre duas ou mais opções de compra, considerando que uma
compra como resposta para um problema do consumidor (SOLOMON, 2008).

Incluindo atitudes, estilo de vida, percepção, e todos os fatores motivacionais que
influenciam, direta ou indiretamente, na correta tomada de decisão por parte do
consumidor, é imprescindível que se leve em conta os diversos papéis de compra,
identificando, dessa forma, quem toma a decisão de comprar.

Há cinco papéis que os indivíduos geralmente cumprem no processo de decisão do
comprador. Primeiramente, o “iniciador” que é aquele indivíduo que tem o papel de
sugerir a idéia de comprar um produto/serviço. Logo em segundo lugar, o
“influenciador”, sendo este o indivíduo cujo ponto de vista ou conselho influencia,
em grande peso, na decisão. Já posicionado em terceiro lugar, o “decisor”,
indivíduo que decide sobre os componentes de uma decisão de compra – o que
comprar, onde comprar, quando comprar, para quem comprar, para que comprar.



                                                                                25
O “comprador”, o qual realiza a compra, de fato. E por último, e não menos
importante, o “usuário”, sendo este o indivíduo que consome/usa o produto/serviço.




2.2.5 Percepção Subliminar

Considerada um estímulo do indivíduo, a percepção subliminar complementa
técnicas da atividade humana que orientam as decisões e direções do
comportamento, no âmbito do consumo, a partir da persuasão inconsciente.

Supostamente por utilizar do baixo nível de percepção consciente, como ponto forte
para assimilação de uma mensagem - entendida como limiar sensorial, a
mensagem “subliminar” possui má crença diante dos hábitos de propagação da
sociedade consumista, já que “a percepção subliminar ocorre quando o estímulo
está abaixo do nível de consciência do consumidor” (SOLOMON, 2008, p. 58).

Inúmeras pesquisas sobre percepção subliminar demonstram que as pessoas
respondem de diversas maneiras aos estímulos que são percebidos e formados no
consciente, justamente pelo o que foi conceituado por limiar sensorial no referencial
teórico de Solomon (2008), sendo este variável de indivíduo para indivíduo.


Desta forma, se tornará possível identificar as influências que esta técnica
supostamente pode causar no comportamento do consumidor, no âmbito do
consumo, sabendo que os indivíduos podem ser influenciados por mensagens
subliminares sob condições específicas e de forma variada, já que há grandes
diferenças individuais nos níveis do limiar sensorial, não havendo estudos que
comprovem que esta técnica afeta diretamente o comportamento do consumidor
(LINDSTROM, 2009).


O que se sabe é que quando os indivíduos conseguem enxergar ou ouvir, deixa de
ser subliminar, supondo que sejam captadas pelos receptores sensoriais da
audição e visão, no entanto esta técnica reforça a crença de que o Marketing pode
manipular os consumidores, contra a sua vontade.




                                                                                 26
As mensagens subliminares são armas contra o inconsciente, capazes de transmitir
informações através de mensagens já existentes. O ato de emitir uma mensagem
subliminar é extremamente eficaz, quando as mensagens passam despercebidas
pelos os olhos, o que fortifica a fixação dela no inconsciente.


Essas mensagens no consciente se tornam influências imediatas para nossas
ações. Já no inconsciente, ficam armazenadas e são ativadas quando alguma
referência da lembrança é solicitada.


A transmissão de mensagens desse gênero, não é bem aceita sociedade atual, ao
passo que, quem as vê, não tem como “lutar” contra a absorção ou simplesmente
ignorá-la. Neste caso, nunca se sabe onde, quando e o que está sendo absorvido
pelo o inconsciente.


Em todo caso, as mensagens subliminares foram proibidas de serem veiculadas,
devido a esse impedimento que o ser humano possui de diagnosticá-la
imediatamente, sendo vítimas de suas influências.


É importante lembrar que existem certas mensagens subliminares que não são má
influência para a humanidade, porém mesmo desta forma, não é liberada a
veiculação deste tipo de mensagens.


Entretanto, a maioria dessas mensagens é de caráter pejorativo e indecente,
perante a perspectiva da sociedade.




                                                                             27
2.2.6 Mudanças no Comportamento do Indivíduo

Presume-se que uma mudança de atitude leva a uma mudança de comportamento
(GADE, 1998).


                    A cultura de uma sociedade inclui seus valores, ética e objetos materiais
                    produzidos por seus membros. É o acumulo de significados e tradições
                    compartilhados entre os membros de uma sociedade. (SOLOMON, 2008,
                    p.385).



Entre cultura e publicidade há um elo íntimo e forte, que orienta no entendimento
das mudanças de comportamentos dos consumidores ao longo do tempo exposto à
publicidade.

A cultura pode ser considerada um importante determinante do comportamento e
dos desejos das pessoas, uma vez que, na medida em que cresce, o indivíduo
adquire e formata suas crenças e valores, percepções, preferências e
comportamentos, a partir de seus grupos primários e secundários, como família e
outras instituições, sendo diariamente exposto a fatores que seu grupo de
convivência julgam importante, como realização e sucesso, eficiência, liberdade,
status, dentre inúmeros outros (KOTLER, 2006).

Cada cultura é constituída por subculturas, as quais fornecem identificação mais
específicas para seus membros, como por exemplo a nacionalidade, religião,
grupos raciais e regiões geográficas nas quais se enquadram. Por sua vez, as
subculturas determinam também as classes nas quais o indivíduo pertencerá.

Segundo Kotler (2006), as classes sociais são divisões relativamente homogêneas
e duradouras de uma sociedade. Elas são hierarquicamente ordenadas e seus
integrantes possuem valores, interesses e comportamentos similares, os quais
podem influenciar direta ou indiretamente na decisão dos processos de compra,
assim como na assimilação de uma mensagem.




                                                                                         28
3   A PERSUASÃO INCONSCIENTE

Este capítulo aborda a importância do comportamento do consumidor diante da
assimilação de uma mensagem e como, supostamente é feita a implantação da
informação no cérebro do indivíduo, a fim de compreender as mudanças que a
publicidade como informação oferece, identificando as referências, traduzidas para
a sociedade de consumo.


Persuadir vem do latim persuadere, que significa levar alguém a acreditar ou
aceitar uma ideia, uma proposta, um parecer. As técnicas da persuasão podem ser
utilizadas em qualquer circunstância, deste em uma conversa até em grandes
anúncios publicitários.


Nesta pesquisa, a persuasão inconsciente será tratada no ponto de vista
publicitário-semiótico, a fim de desvendar a utilização da técnica em anúncio
impresso de perfume feminino. Para persuadir, tão ou mais importante do que
argumentos, é a capacidade de interagir com as pessoas e saber envolvê-las de
maneira inconsciente.


O discurso persuasivo pode ser reconhecido através da organização e da natureza
dos signos lingüísticos, uma vez que a inter-relação dos signos produz frases,
períodos, textos, significados e significantes (CITELLI, 1995).


Segundo Pietroforte (2007) todo signo possui “dupla face”: o significante e o
significado. Assim, é possível compreender o significante como o aspecto concreto
do signo, sua realidade material ou acústica, o que torna o signo possível de ouvir
ou legível. E o significado pode ser entendido como o aspecto imaterial, conceitual
do signo, o qual o remete a uma representação mental, induzida pelo significante.


Sendo assim, o significante e o significado são aspectos constitutivos de uma
mesma unidade, que resulta na significação, que por sua vez pode ser entendida
como uma espécie de produto final da relação existente entre o significado e o
significante.




                                                                                29
É de suma importância lembrar que o discurso a persuasão inconsciente não
apresenta efeitos, ou resultados, imediatos de coerção ou mentira. Deve ser
entendida   como    representação    de   alguns   comportamentos,     apresentando
resultados com saldos socialmente positivos. Para existir a persuasão é necessário
que a informação, ou mensagem, chegue ao destinatário final, atingindo seu
repertório (CITELLI, 1995).


Sendo esse o ponto principal da união entre a publicidade e o comportamento das
atividades humanas, o estudo da persuasão inconsciente é tomado como uma das
técnicas de influência nos princípios publicitários, relacionando-se com o
comportamento do consumidor.


Através da revisão bibliográfica, utilizada neste estudo, foi possível perceber a
percepção de uma mensagem veiculada em anúncio impresso, em diversas
referências, a sutil presença do neuromarketing e suas influências no processo de
decisão de compra, a capacidade de discernimento do sujeito após a implantação
da mensagem e as referências supostamente utilizadas por esta técnica, através
da linguagem persuasiva.




3.1   A PROPAGANDA


A propaganda é considerada uma técnica que muda hábitos, recupera economia,
cria imagem, promove o consumo, vende produtos e informa o consumidor. A
construção de imagens, conceitos e o envio de informações, envolvem cada vez
mais a mente dos consumidores. A propaganda possui muita força diante da nossa
sociedade, se usada adequadamente (RIBEIRO, 1995).


Esta técnica pode ser considerada uma manipulação planejada da comunicação,
visando, através da persuasão, promover comportamentos. Ela pode ser de caráter
político, religioso ou ideológico, que tem como objetivo disseminar ideias.


Como uma das grandes formadoras do ambiente cultural e social de nossa época,
a propaganda age nos instintos do ser humano: apelos lógicos e emocionais,


                                                                                30
medo, vontade de ganhar, inveja, desejo de aceitação social, necessidade de auto-
realização, compulsão pelo novo, angústia de saber mais, segurança da tradição,
entre   outros.   A   propaganda    informa,   argumenta     e   compara,    gerando
comportamentos que estimulam as emoções humanas.


Sendo assim, a propaganda mexe com os desejos do ser humano, do consumidor,
falando com o inconsciente desse indivíduo.




3.1.1 Capacidade Sensorial


A visão, a audição, o tato e os sentidos químicos são sistemas sensoriais da
Psicologia Cognitiva. Há diversos tipos de sensação, que pode variar em
intensidade. A visão, por exemplo, denota inúmeras sensações na mente humana,
capazes de trazer a tona as mais antigas e latentes lembranças.


Cada modalidade sensorial tem órgãos específicos, com receptores próprios, que
convertem a energia ambiental em impulsos nervosos. Cada sistema sensorial tem
uma determinada parte do cérebro especializada para interpretá-lo.


Para ativar os sistemas sensoriais, é necessário que exista determinado nível que
estimule os órgãos do sentido humano. Este nível pode ser entendido com o limiar
sensorial e o limiar absoluto.


O olho, órgão sensorial da visão, é composto por pupila, que regula a quantidade
de luz que entra através da íris, que atravessa a estrutura do cristalino, que tem por
função focar os raios de luz na retina. A retina é a camada que forra o interior do
olho e que recebe os raios de luz e os converte em impulsos elétricos, que são
levados ao cérebro pelo nervo óptico (LOPES, 2004).


O cérebro humano possui receptores visuais que convertem a energia da luz em
impulsos nervosos através de uma reação química que envolve a transformação
dos pigmentos visuais. Há autores que afirmam que a visão é constituída por dois




                                                                                  31
sistemas visuais separados: visão fotópica e visão escotópica, que compõem a
Teoria da Duplicidade da Visão 2 .




3.2 INTRODUÇÃO AO LIMIAR SENSORIAL

O limiar sensorial pode variar de indivíduo para indivíduo em função da intensidade,
duração de exposição e sensibilidade. Sendo assim, os estímulos que causam a
mudança no comportamento do consumidor serão analisados juntamente com suas
influências no processo de decisão de compras (KOTLER, 2008).


Embora o limiar sensorial varie, o estudo se direcionará para os efeitos causados
no subconsciente, que capta a informação subliminar, fazendo com que a
mensagem seja assimilada sem nenhuma barreira consciente (SOLOMON, 2008).

O ser humano é capaz de perceber um estímulo através de sua intensidade,
podendo variar de indivíduo para indivíduo, em função da diferenciação, duração
de exposição e sensibilidade.

O limiar sensorial determina dois conceitos fundamentais para compreensão da
percepção:


3.2.1 Limiar Absoluto – É o limiar receptor, definindo-se a mais baixa intensidade
que um estímulo pode registrar em um canal sensorial. O limiar absoluto refere-se
ao esforço mínimo do estímulo necessário para produzir uma sensação: o som
mais baixo que é possível ouvir, a luz em menor intensidade que se pode ver
(LINDSTROM, 2009).

Portanto, segundo o raciocínio de Lindstrom (2009) existe, para cada sentido, um
limiar mínimo de sensação situado a um nível extremamente baixo, onde o ser
humano tem a possibilidade de ajustar esse limiar em função de suas vivências e
circunstâncias. Quando, por exemplo, um indivíduo entra numa sala escura, não vê

2
  Teoria da Duplicidade da Visão: A existência de dois tipos de receptores originou a chamada “teoria da
duplicidade da visão” que afirma que a visão é constituída por dois sistemas visuais separados: a visão
fotópica (sistema de visão adaptado à luz do dia, que permite visão a cores; os receptores sensoriais são os
cones); a visão escotópica (sistema de visão adaptado à escuridão; os receptores sensoriais são os
bastonetes). (Max Schultze, 1860)



                                                                                                         32
nada de princípio, mas à medida que os seus olhos se vão habituando, começa a
distinguir formas e depois objetos.

3.2.2 Limiar Diferencial - Esse se refere à capacidade que o sistema sensorial
humano possui para detectar alterações nos estímulos ou diferenças entre dois
estímulos.

O limiar sensorial pode ser identificado nitidamente na origem do método dos testes
cegos que consiste em testar por um consumidor, diferentes produtos e depois
medir as diferenças de sensação de cada consumidor, após identificar a atenção
seletiva, sendo este um fenômeno que é determinado pelo que o indivíduo
seleciona e deseja perceber, assim como pela importância que dá ao fato
(LINDSTROM, 2009).




                                                                                33
4   O OLHAR DA SEMIÓTICA

Daqui em diante, serão ilustrados tópicos para que se torne possível realizar o
estudo de caso, com base em um anúncio impresso de perfume feminino,
buscando levantar referências e supostas informações, que influenciam o
entendimento da mensagem, partindo do pressuposto de que são os consumidores
os destinatários finais da mensagem publicitária.


A ciência da semiótica tem por objeto de investigação todas as linguagens
possíveis (SANTAELLA, 1983). Ainda assim, Santaella define a semiótica como a
fusão da linguagem e o signo. De fato, a semiótica é o estudo do signo, e
geralmente, tende a ser muito subjetiva, pois se define a partir das representações
significativas que cada indivíduo coleta em sua vivência. Porém, a semiótica,
muitas vezes, é utilizada em grandes níveis, na criação, entendimento e
interpretação de anúncios publicitários, sendo usada como técnica de influência
(PIETROFORTE, 2004).


A semiótica tem um procedimento analítico baseado em três princípios: o texto é
formado por um plano de conteúdo e por um plano de expressão; o texto se
organiza em uma estrutura narrativa; a estrutura narrativa do texto se organiza em
um percurso formado por três níveis complementares.


Considerada a ciência dos signos e dos processos significativos, ou semiose, a
semiótica tem origem na natureza e na cultura. A introdução à semiótica abrange
todas as áreas do conhecimento envolvidas com as linguagens ou sistemas de
significação, tais como a lingüística (linguagem verbal), a matemática (linguagem
dos números), a biologia (linguagem da vida), o direito (linguagem das leis), as
artes (linguagem estética), e muitas outras.


                     No processo de geração do sentido, a semiótica define um nível
                     fundamental do qual se pode partir para a formalização de seu estrato
                     mais geral e abstrato. O sentido é definido pela semiótica como uma rede
                     de relações, o que quer dizer que os elementos do conteúdo só adquirem
                     sentido por meio da relação estabelecida entre eles. (PIETROFORTE,
                     1995, p.12)




                                                                                         34
Para que a análise semiótica faça sentido, além das relações entre os signos
visualizados, é de suma importância a correlação desta análise com o repertório do
analisador, no caso o destinatário final. Ou seja, cada indivíduo possui uma
semiótica diferente para compreender a mensagem que a relação dos signos
transmite.


É, portanto, necessário ressaltar que a semiótica estudada aqui, nesse projeto,
conta com a suposição de entendimento de um consumidor, não padronizando a
conclusão como única e absoluta, mas sim, como uma hipótese para o
entendimento das referências analisadas.


A produção de conteúdo semiótico, tendo como base a análise do anúncio no
estudo de caso desse projeto, manifesta-se através do plano de expressão. Em
imagens, o plano de expressão se refere ao sentido da transmissão de conteúdo,
assim como também ao sentido que a imagem passa. Todo conteúdo transmite ao
“leitor” uma expressão.


A expressão citada pode fazer referência direta a uma vivência passada por esse
“leitor” e assimilada imediatamente após se submeter ao conteúdo da imagem.
Categorias semânticas como cores, expressões, combinação de letras e números
forma uma significação que ativa as lembranças do indivíduo, tornando-o capaz de
assimilar os fatos em frações de segundos (PIETROFORTE, 1995).


                     Há no chamado nu artístico a construção de uma estética que realiza a
                     nudez em meio a valores culturais, e é entre eles que o corpo que se
                     despe adquire seu estatuto semiótico. (PIETROFORTE, 1995, p.25)


No estudo de caso, as conotações estéticas do corpo humano são evidenciadas a
fim de estabelecer as possíveis relações com as telas de Sandro Botticelli, Nicolas
Poussin e Paul Rubens.


                     Além de serem corpos femininos, as graças de Botticelli são esguias, ao
                     passo que as de Rubens são robustas. Assim, há valorização de duas
                     estéticas contrárias, que antes de retratar corpos, coloca-os em discurso
                     de acordo com as conotações plásticas próprias de cada um delas.
                     (PIETROFORTE, 1995, p.27)




                                                                                          35
5    ESTUDO DE CASO: BELLE D’OPIUM, YVES SAINT LAURENT


Yves Saint Laurent está entre os nomes da moda mundial, sendo considerado um
dos grandes estilistas que transformaram França-Paris, durante a década de 1960.
Nascido na Argélia, durante o domínio colonial francês, mudou-se para Paris aos
17 anos de idade, e sua ida foi seguida de uma contratação para a empresa do
estilista Christian Dior, onde posteriormente tornou-se diretor.


Sua mais célebre criação de moda foi chamada "Le Smoking", uma versão feminina
do conhecido traje a rigor para homens. A partir de então, versões femininas de
trajes masculinos, tornaram-se uma característica do estilo de Yves Saint Laurent,
recorrendo à sobriedade, usando essencialmente a cor negra (Encontrado em
<http://pqp.me/1wn>. Acesso em 22 de Abril de 2011).



Lançado no ano de 2008, em Nova York e veiculado pela primeira vez na Grã-
Bretanha – Reino Unido, o anúncio da fragrância Belle D’Opium 3 é um remake do
perfume lançado em 1977, que virou ícone na década de 70. Após 31 anos, a grife
Yves Saint Laurent apostou na nova versão do clássico perfume Belle D’Opium,
trazendo como protagonista a modelo Kate Moss.


Algumas versões do anúncio da fragância Belle D’Opium foram lançadas,
anteriormente, nos anos 2000 e 2011. O anúncio em 2000 sofreu censura
comercial, por trazer a modelo Sophie Dahl nua com uma imagem que insinuava a
sensação de prazer “explícita”, arrebatando os mais conservadores. Já o anúncio
do ano 2011 chegou a ser banido pelo órgão regulamentador de publicidade do
Reino Unido, Adverting Standards Authority (ASA), por evidenciar o uso de drogas
pela modelo que protagonizara a campanha.




3
  Belle D’Opium, de Yves Saint Laurent: Belle D'Opium é criação da perfumista master Honorine Blanc,
responsável pelos perfumes de Sarah Jessica Parker, Gwen Stefani, Paris Hilton e Jennifer Lopez, e também
por várias fragrâncias de Cacharel, Ralph Lauren e Marc Jacobs. (Disponível em: <http://pqp.me/2rj>. Acesso
em: 01 de Junho de 2011)



                                                                                                        36
5.1 ANÁLISE SEMIÓTICA DO ANÚNCIO IMPRESSO DO PERFUME FEMININO
BELLE D’OPIUM, DE YVES SAINT LAURENT


Na semiótica, os signos e significados transmitidos através das imagens e diversas
associações que o espectador se submete, podem ser comprovados no anúncio
abaixo.




               Figura 1. Anúncio do perfume feminino Belle D’Opium, de Yves Saint Laurent.




5.1.1 A Cor Preta

A grife Yves Saint Laurent, em seu anúncio do perfume feminino Belle D’Opium
utilizou o preto como cor base para desenvolver, convencer e transmitir a
mensagem sobre o seu produto.                  O preto, em diversas associações, denota
formalidade, sobriedade, e muitas vezes classe e elegância. Neste caso é
explorado com um toque de sedução e mistério.


A utilização e escolha da cor preta podem ter sido relacionadas com as referências
teóricas obtidas através das dezenas de análises semióticas que comprovam que o
preto está diretamente ligado à morte, ao morto.


                                                                                             37
Na sociedade atual, é seguro dizer que, por fazer parte da vida humana, a morte é
esperada. No entanto, é possível afirmar que aqueles que de fato a esperam, já
conquistaram todos os seus objetivos e desejos estabelecidos em vida, tornando o
momento de morte algo sagrado e imutável.


O preto é ao mesmo tempo cor de proteção e mistério. Pode estar relacionado com
o silêncio, o infinito e, principalmente, com a morte. Esta cor transmite
introspecção, favorece a auto-análise, mas seu uso em excesso traz melancolia,
depressão, tristeza, confusão, perdas e medo.


5.1.2 A Ausência do olhar

No anúncio acima, é evidente a ausência do olhar. A modelo exposta na imagem,
não olha o espectador, evitando este contato. No entanto é possível compreender
esta ausência do olhar, como uma tática de aproximação e sedução utilizada no
anúncio. Esta tática possibilita que o espectador se posicione no local onde a
modelo se encontra, colocando-se no lugar da mesma.


Desta forma, a identificação do espectador (consumidor) fica inevitavelmente mais
simples. A ausência do olhar também reafirma o mistério, silêncio e a morte
analisada com a cor preta. Desta forma, há um complexo de signos na imagem que
submete o espectador a recordar lembranças, em seu repertório, que tenham
ligação aos estímulos explicitados no anúncio do perfume feminino Belle D’Opium,
de Yves Saint Laurent.



5.1.3 O Espelho e o Número 3

O espelho, no simbólico, está diretamente ligado ao Mito de Narciso 4 . É possível
notar, no anúncio acima, os reflexos da modelo em duas posições que se
completam, formando um sutil triângulo: a modelo, e seus dois reflexos.



4
  Mito de Narciso: Narciso, depois de uma caçada num dia muito quente, debruçou-se numa fonte para beber
água. Descuidando-se de tudo o mais, ele permaneceu imóvel na contemplação ininterrupta de sua face
refletida e assim morreu afogado, na ilusão de ter encontrado a completude. Ele tentava ver nas águas do
Estige as feições pelas quais se apaixonara.



                                                                                                     38
O espelho, em termos semióticos, pode assumir diversos significados simbólicos,
podendo ser compreendidos como instrumentos de autocontemplação e reflexão.


Este objeto está presente na sociedade atual, em suas diversas simbologias, que
denotam referências passadas. O espelho que Narciso se encanta com seu próprio
reflexo; o espelho quebrado que "dá sete anos de azar'; o espelho que leva Alice 5 ,
em seu conto, para um de seus mundos mágicos; ao espelho que a madrasta má,
no conto da Branca de Neve, faz suas perguntas, e diversas outras referências.


A imagem da modelo e seus reflexos apresentam o número 3 (três) 6 . Na astrologia,
este número associa-se com a sociabilidade e a comunicação e ao romantismo e à
sedução. Instiga a auto-expressão é o primeiro número criado a partir da soma de
outros dois: o número 1, o princípio masculino e o número 2, o feminino, que juntos
dão origem ao 3.


O 3 pode ser considerado o número da perfeição, por representar a solução de um
conflito gerado pelo dualismo e exprime a fórmula da criação de cada um dos
mundos, o relacionamento do “eu com o mundo exterior”. Em estudos bíblicos, o
três é um número sagrado, pois representa a tripartição Deus, em pai, Filho e
Espírito Santo. Na espiritualidade o número três é visto como o poder da unidade
entre a mente, o corpo e o espírito. E diversas outras conotações.


5.1.4 A Cor Vermelha

Tendo analisado a cor preta no anúncio estudado, é imprescindível citar a breve
utilização do vermelho. Em diversos significados das cores, é possível
compreender o vermelho como uma cor que salienta e chama atenção. Está
também ligada a morte, por denotar sangue e violência.




5
  Alice através do espelho: Conto da série Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, onde Alice atravessa para o
outro lado do espelho e lá encontra um mundo diferente, com muitos conceitos invertidos e acontecimentos
imprevisíveis, tendo como tema o jogo de xadrez. (Disponível em <http://pqp.me/7y>. Acesso em 22 de Abril de 2011)
6
  Número 3: Na maçonaria o número 3 representa o grau da perfeição, por ter como resultado a soma de uma
unidade com uma dualidade, resultando em um triângulo, sendo este o mais importante símbolo maçônico.
(Disponível em <http://pra.la/0680. Acesso em 14/06/2011)



                                                                                                                  39
O vermelho simboliza o poder, é a cor que se associa com a vitalidade e a
ambição. Esta cor também contribui para a confiança em si mesmo e a coragem.
Possui aspectos negativos e pode expressar raiva.


A cor vermelha também denota sedução, por fazer referência direta à paixão. No
anúncio acima, o vermelho aparece sutilmente e apenas no canto inferior direito,
chamando para o frasco do perfume, objeto de desejo e produto a conquistar o
destinatário final, aflorando sua vontade de possuí-lo.


Ainda sim, o vermelho pode ser usado como um sinal de que “algo estar por vir”,
como usado no filme O Sexto Sentido 7 .




5.1.5 Forma em “V”

É possível notar que, no anúncio, a modelo apresenta posições braçais que
desenham a letra “V” do alfabeto ocidental. Além dos braços, esta forma pode ser
encontrada no pescoço, decote e pernas da modelo.


No significado dos sonhos, a forma em “V” pode ser compreendida como um
triângulo incompleto, que convida o espectador a aproximar-se da cena, e fazer
parte do cenário. É uma parte vazia, que se completa ao ter a presença do
espectador. No anúncio do perfume feminino Belle D’Opium, da grife YSL, a forma
em “V” representa o lugar do espectador.


Sendo assim, os diversos significados identificados no anúncio acima, podem ser
referenciados em quadros dos pintores Botticelli, Poussin e Rubens. Por serem
quadros de grande circulação mundial, e de fácil acesso na sociedade atual, estas
referências comprovam a utilização da persuasão inconsciente como técnica de
influência nos anúncios publicitários.



7
 O Sexto Sentido: Filme de horror do autor M. Night Shyamalan, baseado nas obras de Hitchcock, que conta a
história de um menino de oito anos que é assombrado por fantasmas. No filme, com pano de fundo sombrio, o
autor deixa pistas sutis na cor vermelha, indicando acontecimento negativos porvir. Disponível em
<http://pqp.me/2re>. Acesso em: 15 de Abril de 2011.



                                                                                                       40
Isto porque, através de uma imagem, divulgando uma grande marca, é possível
transmitir inconscientemente diversos símbolos, signos, significados e significantes
que ativam memórias adormecidas no cérebro humano trazendo, do repertório de
cada indivíduo, lembranças vivenciadas anteriormente.




                                                                                41
5.2   REFERÊNCIAS VISUAIS


Para ilustrar a pesquisa e comprovar que a técnica da persuasão inconsciente, sob
o olhar da semiótica, foi utilizada no anúncio analisado, foram buscadas referências
em quadros mundialmente conhecidos. Nos quadros, foram identificados posições,
cores, símbolos, signos e diversas outras simbologias que se referem diretamente
ao anúncio analisado, de Yves Saint Laurent.


Os pintores escolhidos para representar a ilustração das referências foram Sandro
Botticelli, Nicolas Poussin e Paul Rubens, com suas obras A Primavera, Uma
Dança para as Músicas do Tempo e as Três Graças, respectivamente. Ambos os
quadros serviram de base para representar a técnica e justificar a criação e
intenção do anúncio do perfume Belle D’Opium, de Yves Saint Laurent. Pode-se
conferir a análise nas subseções abaixo.




                                                                                42
5.2.1 Referência I: A Primavera, Botticelli.




           Figura 2. Detalhe de A Primavera, de Botticelli.


A Primavera é uma obra com tema mitológico clássico no qual é apresentada a
alegria da chegada de uma das quatro estações do ano, sendo neste caso, a
Primavera. Quase que ao centro pode-se encontrar Vênus, mediando a cena. Na
tradição clássica, Vênus e o Cupido surgem para avivar os campos, fustigados pelo
inverno, iniciando a primavera ao semear flores, beleza e atração entre os
seres. (Retirado de <http://waldircardoso.wordpress.com/2010/05/23/a-primavera-sandro-
botticelli/>. Acesso em 20 de Abril de 2011).




                                                                                  43
Figura 3. A Primavera, Botticelli.



Sobre a cabeça de Vênus está o Cupido, seu filho, de olhos vendados, apontando
a seta do amor em direção às três figuras que representam as Três Graças (Aglaia,
Talia e Eufrónsina) - no detalhe acima (Figura 2) -, sendo conhecidas como
símbolos da sensualidade, da beleza e da castidade. As três Graças (ou Cérites)
eram filhas de Zeus e da ninfa marinha Eurínome. Personificação da própria
beleza, essas três jovens elegantes eram as damas de companhia de Afrodite.


À direita da obra (Figura 3) encontramos três figuras. O primeiro, a personificação
do vento oeste, Zéfiro, que abraça a ninfa Cloris. O momento em que Botticelli a
representa, mostra a sua metamorfose, quando se transformava em Flora, a figura
com vestido florido que cumpre sua função de adornar o mundo com flores. Para a
filosofia platônica, esse ciclo é a ligação entre o mundo e Deus, e vice-versa.
Seguindo à esquerda encontra-se Hermes, dissipando as nuvens, fechando esse
ciclo mitológico.




                                                                                  44
Estudos comprovam que Botticelli concebeu A Primavera sob orientação de
Marsílio Ficino 8 , principal representante da filosofia neoplatônica naquela época,
que compreendia Vênus como um ser de dupla natureza: terrestre, ligada ao amor
humano, e celestial, ligada ao amor universal.


Supõe-se Botticelli que, deste amor, traçou analogia com a Virgem Maria, devido às
vestimentas de extremo recato de Vênus, na posição de sua mão direita, que se
encontra em um gesto de benção, e, também, por ela estar rodeada com um arco
rendilhado de folhas com fundo claro, que sugerem a forma de auréola e pré-
anunciam as grinaldas florais que, futuramente, estiveram associadas à figura da
Virgem                                                                                    Maria.


No anúncio do perfume Belle D’Opium (Figura 1), de Yves Saint Laurent, é possível
correlacionar três, dos fatos identificados no quadro acima, focando nas Três
Graças.


5.2.1.1 Primeira: A Posição das Três Graças. Elas encontram-se em forma circular,
assemelhando-se aos reflexos do espelho, encontrado no anúncio. A posição das
Três Graças, com base na análise do quadro, pode fazer referência direta com o
reflexo da beleza das três, que sendo irmãs, carregam características físicas
semelhantes.


5.2.1.2 Segundo: As Mãos Dadas e A Posição Oposta das Três Graças. A ligação
de continuidade entre as irmãs, no quadro, pode ser identificada pelas mãos dadas,
que cada irmã firma com as demais.


No anúncio, essa ligação pode ser vista com o encontro dos braços refletidos no
reflexo do espelho, onde uma das mãos consegue-se ver, mas é possível criar em
no imaginário a ligação e a outra, apesar de não estar ligada fisicamente a outra,
está em uma posição que capacita a auto-completar a ligação.



8
 Marsílio Ficino: Médico e teólogo Italiano, nascido em Figline Valdarno. Maior representante do
Humanismo Florentino. Retirado em < http://pt.wikipedia.org/wiki/Mars%C3%ADlio_Ficino>. Acesso
em 17 de Abril de 2011.



                                                                                              45
No quadro, as Três Graças estão de frente umas para as outras, enquanto no
anúncio, concretiza-se a posição de reflexo, como se estivéssemos vendo as
imagens simétricas (quadro e anúncio) de ângulos inversos, concretizando a
semelhança de reflexo e continuidade de imagem, tornando óptica esta ligação.


5.2.1.3 Terceiro: Forma em “V”. Tanto no quadro, quanto no anúncio é possível
encontrar diversos “V” desenhados pelos braços e curvas das protagonistas.
Tomando como base o detalhe do quadro A Primavera, de Botticelli e a anúncio do
perfume Belle D’Opium, de Yves Saint Laurent.


Os “V” do anúncio foram encontrados nitidamente na posição dos braços, e pernas,
no pescoço e no decote da modelo, no anúncio. Já no quadro, podemos encontrar
os “V” na posição dos braços, pernas e pés, assim como nas formas de suas
vestimentas.




                                                                                46
5.2.2 Referência II: As Três Graças, Paul Rubens




                          Figura 4. As Três Graças, Paul Rubens.




Peter Paul Rubens foi um pintor flamengo inserido no contexto do Barroco. Pintou o
quadro (Figura 4) em 1639, e faleceu no ano de 1640. No quadro, as Três Graças
foram pintadas à tinta óleo, afirmando a releitura do detalhe das Três Graças do
quadro de Botticelli, A Primavera (Figura 3), retratadas com tal maestria e harmonia
de mulheres reais.


Na pintura, as Três Graças são consideradas divindades da dança, da delicadeza e
da graça do amor, seguidoras de Vênus e dançarinas do Olímpio. São senhoras da
amizade, da beleza e da fertilidade. Viviam eternamente abraçadas.




                                                                                47
O quadro de Paul Rubens assemelha-se bastante com a pintura de Botticelli,
analisada na Referência I (página 42). Sendo assim, no anúncio do perfume Belle
D’Opium (Figura 1), de Yves Saint Laurent, é possível correlacionar os mesmos
três, dos fatos identificados no quadro acima, focando nas Três Graças: a posição
das divindades, as mãos dadas e os braços que desenham “V“.


Neste quadro é possível identificar um contato maior entre as Três Graças, com
toques mais presentes e olhares mais profundos. Este detalhe pode fazer
referência direta com a sedução apresentada no anúncio da grife francesa Yves
Saint Laurent, analisado sob o perfume Belle D’Opium.




                                                                              48
5.2.3 Referência III: Uma dança para músicas do tempo, Nicolas Poussin.




    Figura 5. Uma dança para as músicas do tempo, de Poussin.



A pintura de Poussin (Figura 5) apresenta uma mensagem intelectual, ao mesmo
tempo em que, um quebra-cabeça, podendo ser considerada um tratado, em
miniatura, sobre o tempo, o destino e a condição humana, apelando mais para a
razão do que para as emoções. Os quatro dançarinos são figuras alegóricas: a
Riqueza, o Prazer, o Trabalho e a Pobreza.


Poussin utiliza elementos simbólicos da mitologia grega e romana nesta
composição, onde é possível olhar separadamente para os símbolos que
representam o tempo e a passagem do mesmo. O tempo de nascer, o tempo de
envelhecer, o tempo de morrer, e as múltiplas combinações possíveis no tempo
finito de uma vida, como a dança dos quatro dançarinos ao centro do quadro,
representando          nas        três       figuras            alegóricas   encontradas   acima.


É possível focar no simbolismo contido na figura mitológica do deus romano Jano
para relacionar com a temporalidade histórica do psiquismo inconsciente e apontar
para este elemento da pintura de Poussin que nos permite pensar sobre a
impossibilidade de separarmos o tempo presente do tempo passado.


                                                                                              49
Jano, que deu origem à palavra janeiro, mês que marca a ligação de um ano novo
com o ano velho, é retratado por Poussin em "Uma Dança para a Música do
Tempo" como uma figura de duas cabeças, uma de costas para a outra, cada uma
olhando para uma direção, uma é jovem e a outra representa um ancião, e os dois
permanecem ligados para sempre numa estrutura rígida.


No anúncio do perfume Belle D’Opium, de Yves Saint Laurent, é possível
correlacionar dois, dos fatos identificados no quadro acima, nos quatro dançarinos.


5.2.3.1 Primeiro: A Posição. Novamente, é possível identificar, no quadro, a
posição de reflexo, encontrada no anúncio. Apesar de serem quatro dançarinos no
quadro, e só conseguirmos enxergar três imagens refletidas no anúncio, pode ser
incluído o observador, neste caso os indivíduos, para análise do anúncio
correlacionando este quadro. Observe que, apenas um, dos quatro dançarinos,
olha para nós profundamente, encarando o espectador. Este permite que os
espectadores se coloquem no lugar dele, por alguns instantes. Dois dos quatro
dançarinos estão de costas para os demais, fazendo referência direta com o reflexo
da modelo no anúncio, onde duas das três imagens estão de costas.


5.2.3.2 Segundo: As Mãos, Braços e Pernas. No quadro, é possível identificar as
posições de mãos e braços semelhantes as do anúncio, que como na figura 3,
estabelece uma ligação de continuidade entre os dançarinos. Como já analisado
anteriormente, no anúncio, essa ligação pode ser vista com o encontro dos braços
refletidos no reflexo do espelho, onde uma das mãos consegue-se ver, mas os
indivíduos criam no próprio imaginário a ligação e a outra, apesar de não estar
ligada fisicamente, está em uma posição que capacita auto-completar a ligação.


No quadro, os dançarinos estão de costas uns para os outros, enquanto no
anúncio, concretiza-se a posição de reflexo, como se estivéssemos vendo as
imagens simétricas (quadro e anúncio) de dentro do espelho, concretizando a
semelhança de reflexo e continuidade de imagem, tornando óptica esta ligação.




                                                                                 50
6. CONCLUSÃO


O discurso da grife YSL, que é uma marca de luxo pouco acessível e amplamente
conhecida, se afirma como uma leitura de pinturas barrocas que representam a
distinção social.

Após a análise feita no tópico 5.2 e em suas subseções, é possível afirmar que a
persuasão é utilizada como técnica de influência nos princípios publicitários. Como
visto nesta pesquisa, através dos conceitos do comportamento do consumidor e
seu processo de compra, o indivíduo passa por um processo seletivo, onde se faz
necessária uma proximidade física, nesse caso visual, que possibilite uma
estimulação dos sentidos humanos, relacionando componentes sensoriais externos
com componentes significativos internos.


Neste caso, fica evidente que os componentes sensoriais externos se referem às
referências buscadas para comprovar a persuasão através do status, da história
por trás das obras pintadas pelos pintores expostos nesta pesquisa, “relidas” no
anúncio da grife francesa Yves Saint Laurent e principalmente os significantes
levantados pelos signos em questão. Já os componentes significativos internos
estão ligados ao repertório do indivíduo, que determinam quais e como serão as
lembranças latentes que serão ativadas a partir do momento em que o espectador
(leia-se consumidor) estabelece o primeiro contato com o anúncio.


Como desenvolvido nesta pesquisa, a visão foi de suma importância para concluir
os efeitos causados no comportamento do consumidor, através de um anúncio
publicitário, que denota diversos significados persuasivos, que influenciam a mente
humana.


Ainda assim, é possível dizer que através da semiótica, a persuasão inconsciente,
utilizada como técnica de influência nos princípios publicitários auxilia o consumidor
a passar por um processo de percepção que reconhece a informação analisada,
fazendo-o ser envolvido pelos estágios da exposição, atenção e interpretação, itens
necessários para ativar os estímulos sensoriais do ser humano.




                                                                                  51
Durante o desenvolvimento desta pesquisa, puderam ser alcançados os objetivos
iniciais para construção desta monografia. Inicialmente, analisar sob o olhar da
semiótica, através do exame da persuasão inconsciente, em anúncio de perfume
feminino que utiliza a técnica. Este, como objetivo geral, foi concluído. Para chegar
aos demais objetivos, se fez necessário o desenvolvimento dos quatro objetivos
específicos.


Compreender a persuasão inconsciente, sob o olhar da semiótica, como técnica de
influência nos anúncios publicitários se tornou possível através do anúncio
escolhido, da grife Yves Saint Laurent, para ilustrar a presente pesquisa. No
anúncio, foi possível explicitar a utilização da técnica, analisando, sob o olhar da
semiótica, em anúncio impresso de perfume feminino a utilização da técnica citada
acima, através das cores, formas, posições e referências, que podem ser
encontradas no tópico 5.2 e suas subseções.


Identificar, através da semiótica e da persuasão inconsciente, as referências
utilizadas em anúncio impresso de perfume foi representado através das imagens
dos quadros buscados para representar a técnica e justificar a criação e intenção
do anúncio do perfume Belle D’Opium, de Yves Saint Laurent.


E, para identificar, no estímulo sensorial humano, a técnica da persuasão
inconsciente em anúncio impresso de perfume feminino, foi preciso justificar que o
órgãos sensorial humano da visão, influencia diversos receptores sensoriais do ser
humano, ativando lembranças e memórias latentes do indivíduo, influenciando-o
posteriormente. O anúncio busca referências que podem ter estabelecido uma
significação no repertório do consumidor que se quer atingir, e utiliza essa
lembrança, de forma persuasiva e inconsciente, para vender o seu produto.


E, por fim, como já foi visto nesta presente pesquisa, os estímulos sensoriais do ser
humano são geradores das motivações dos consumidores, que faz com que os
mesmos sejam capazes de desejar as coisas à sua volta. Assim, o anúncio se
utiliza desta pré-disposição humana, para influenciar sua decisão de compra.
Estímulos como a atenção, a memória, a interpretação, a significação que cada
indivíduo estabelece com as informações, inconscientemente, facilitam a utilização


                                                                                 52
da persuasão para manipular, de forma inconsciente, as decisões de compra de um
indivíduo, a fim de mudar o seu comportamento e seus hábitos.


Sendo assim, ao final desta, é possível afirmar que o objetivo da pesquisa foi
alcançado. O conteúdo desenvolvido neste trabalho não foi de fácil acesso ou
compreensão, mas serviu de base para a fundamentação teórica desta pesquisa.
Assim, com seus objetivos alcançados, esta monografia se encerra.




                                                                            53
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                                                                                            54
GREIMAS. A. J. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. Disponível em:

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                                                                                          55
RIBEIRO, Sidarta. Sonho, memória e o reencontro de Freud com o cérebro. Disponível

em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-

44462003000600013&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 10 de Setembro de 2010.


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STENBERG, R. J. Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 1997.




                                                                                    56
Jacqueline Ferreira da Silva
                         Tel: (71) 3371-3806 – Celular: (71) 8813-0923
                          Rua do Jacaranda, nº 879, Horto Florestal
                               Salvador – Bahia. CEP: 40295 090
                                  www.jacquelineferreira.com.br
                                jacquelineferreira.pp@gmail.com

FORMAÇÃO ACADÊMICA:
Ensino Médio: Colégio Montessoriano, 1º e 2º grau. (Completo)
Ensino Superior: Comunicação Social com hab. em Publicidade e Propaganda. (Completo)
Universidade Salvador – UNIFACS.

Inglês – Nível Avançado. CCAA/EBEC.
Espanhol – Nível Básico.

CONHECIMENTOS EM INFORMÁTICA:
Operador de microcomputador: Windows XP, Pacote Office, Internet, digitação;
Programas de Editoração de Imagens: Photoshop, CorelDraw, Illustrator.

ATIVIDADES E CURSOS EXTRACURRICULARES:
Membro da coordenação executiva do Diretório Acadêmico do curso de Comunicação
Social com habilitação em Publicidade e Propaganda na gestão 2007.2 à 2009.2.

SENAI - CERTIFICADO SENAI - 20 horas - Processo Produtivo Gráfico

SELID - CERTIFICADO SELID - 150 horas - Seminário de Líderes

SEMANA UNIVERSITÁRIA 2007 e 2008 - 150 horas - Voluntariado e Congressista

IMRS - Internet Marketing Road Show 2010 e 2011 - 180 horas - Organização e
Congressista

PALESTRAS:
Marketing Digital, Marketing Político, Mobile Marketing, MaxiMídia 2009, Marketing de
Guerrilha, Marketing Estratégico, Marketing Pessoal, Planejamento Estratégico, Internet
Marketing.

CURSOS ON LINE:
NextGeneration - CERTIFICADO INTEL - 100 horas - WEB 2.0, Bussines Intelligence.

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL:
SARTRE COC EMPREENDIMENTOS EDUCACIONAIS
Auxiliar de matrícula, web-writer e geração de conteúdo (Jun. a Nov. de 2008) CIEE, SSA–
BA.

JORNAL A TARDE
Call center e redação (Dez. de 2008 a Jun. de 2009) IEL, SSA – BA.

VERSA COMUNICAÇÃO
Diretora de Atendimento e Planejamento Publicitário (Jun. de 2009 a Ago. de 2011)
UNIFACS, SSA – BA.

BEEWEB AGÊNCIA DIGITAL
Social media analyst, web-writer e planner (Out. de 2009 a Out. de 2010) SUI GENERIS,
SSA – BA.



                                                                                    57
FUTURAINVEST
Gestão de presença e análise de redes sociais; Marketing e Assessoria (Out. de 2010 a
Set. de 2011)

INOLTZ – AGENCIA WEB
Digital Planner, executiva de atendimento e redação (Set. de 2011 até a presente data)



                           Salvador, 24 de Outubro de 2011




                                                                                         58

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Persuasão Inconsciente em Anúncio de Perfume

  • 1. UNIVERSIDADE SALVADOR – UNIFACS COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA JACQUELINE FERREIRA DA SILVA PERSUASÃO SOB O OLHAR DA SEMIÓTICA: UM ESTUDO DE CASO Salvador 2011 1
  • 2. JACQUELINE FERREIRA DA SILVA PERSUASÃO SOB O OLHAR DA SEMIÓTICA: UM ESTUDO DE CASO Relatório de pesquisa apresentado ao curso de Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda, Departamento de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Salvador – UNIFACS, como requisito preliminar para apresentação da monografia. Orientador: Professor Dr. Carlos Alberto da Costa Gomes Salvador 2011 2
  • 3. JACQUELINE FERREIRA DA SILVA PERSUASÃO SOB O OLHAR DA SEMIÓTICA: UM ESTUDO DE CASO Monografia, realizada sob um patamar teórico, com revisão bibliográfica, apresentado ao curso de Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda, Universidade Salvador – UNIFACS, seguido do objetivo de analisar, sob o olhar da semiótica, em anúncio impresso de perfume feminino, a utilização da persuasão inconsciente como técnica de influência e aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Publicidade e Propaganda, pela seguinte banca examinadora: Nome: ________________________________________________________ Titulação e Instituição de Ensino: ______________________________________________________________ Nome: ________________________________________________________ Titulação e Instituição de Ensino: ______________________________________________________________ Nome: ________________________________________________________ Titulação e Instituição de Ensino: ______________________________________________________________ Salvador, / / 2011 3
  • 4. Dedico a todos aqueles que contribuíram para a formação de minha personalidade. Incluo os que acreditaram na minha capacidade, os que lutaram por mim e os que estiveram ao meu lado, nos melhores e piores momentos. A vida me ensinou a acreditar em mim e seguir em frente e vocês fizeram parte disso. Obrigada! 4
  • 5. AGRADECIMENTOS A formação de um indivíduo se dá através das referências nas quais se baseia para construir sua personalidade. Peço, desde já, desculpas aos que não foram citados por falha minha. Agradeço: À minha família, mãe, irmã, tia e primo, que juntos me apoiaram na escolha do curso Publicidade e Propaganda que optei seguir como profissão. À minha amiga, Fabiana Senna, por me convencer do contrário em todos os momentos de desistência e por fazer parte dos melhores e piores momentos da minha vida. À minha antiga orientadora, Márcia Bittencourt, por me mostrar o melhor caminho a seguir com as escolhas que fiz, por me encorajar em todos os encontros semanais, do Projeto Experimental I e por lembrar de mim até mesmo assistindo à Televisão. Aos meus colegas de Publicidade e Propaganda, que sempre estiveram juntos e se apoiando, apesar da “distância” que havia na turma. Aos meus amigos, extra-universidade, que me fizeram companhia quando o restante era sofrimento. Aos meus chefes de estágios, em especial Felipe Souto da FuturaInvest, pela oportunidade de aprender com eles as práticas do mercado de trabalho, por me incentivarem, confiarem e acreditarem em mim, como uma boa profissional. Aos meus professores do curso de Publicidade e Propaganda e à coordenadora Carina Luisa Ochi Flexor Andrade, que me mostraram o conhecimento que tenho hoje adquirido e subjetivamente me fizeram escolher o tema em questão. E ao meu orientador, Professor Doutor Carlos Alberto da Costa Gomes, que me apoiou e defendeu, e cujos comentários me motivaram a seguir em frente. 5
  • 6. “Um dia, quando olhares para trás, verás que os dias mais belos foram aqueles em que lutaste.” (Sigmund Freud) 6
  • 7. RESUMO Esta pesquisa se dedica a analisar, explicitamente, a implantação, absorção de uma mensagem e os efeitos causados no cérebro humano, identificando as mudanças de consumo. Assim, serão evidenciadas técnicas, conceitos e referências que trazem o estudo da persuasão, sob o olhar da semiótica, como uma das técnicas de influência nos princípios publicitários. Palavras-chave: Comportamento do Consumidor. Semiótica. Publicidade. Persuasão Inconsciente. Estímulos de consumo. 7
  • 8. ABSTRACT This research is dedicated to analyze, explicit, the deployment, the absorption’s message and the effects on the human brain, identifying the changes in consumption. Therefore, will be highlighted techniques, concepts and references that bring the study of persuasion, from the perspective of semiotics, as an influence on the techniques of advertising’s principles. Keywords: Consumer Behavior. Semiotics. Advertising. Persuasion Unconscious. Stimulation of consumption. 8
  • 9. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 10 2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 15 2.1 ESTÍMULOS 15 2.2 ASSIMILAÇÃO DE UMA MENSAGEM 21 3 A PERSUASÃO INCONSCIENTE 29 3.1 A PROPAGANDA 30 3.1.1 Capacidade Sensorial 31 4 O OLHAR DA SEMIÓTICA 34 5 ESTUDO DE CASO – BELLE D’OPIUM, YVES SAINT LAURENT 36 5.1 ANÁLISE SEMIÓTICA DO ANÚNCIO IMPRESSO DO PERFUME FEMININO BELLE D’OPIUM, DE YVES SAINT LAURENT 37 5.1.1 A Cor Preta 37 5.2 REFERÊNCIAS VISUAIS 42 5.2.1 Referência I – A Primavera, Sandro Botticelli 43 5.2.2 Referência II – As Três Graças, Paul Rubens 47 5.2.3 Referência III – Uma dança para os músicos do tempo, Nicolas Poussin 49 6 CONCLUSÃO 50 REFERÊNCIAS 53 9
  • 10. 1 INTRODUÇÃO A presente pesquisa, “Persuasão sob olhar da semiótica: um estudo de caso” surgiu a partir da observação do uso da persuasão e da persuasão inconsciente como técnicas de influência em anúncios publicitários. Esta pesquisa buscou comprovar que, através de técnicas como a persuasão inconsciente, a percepção, a memória e a decodificação da informação sofrem influências diretas na absorção da mensagem, firmando-se como processo pelo qual um indivíduo reconhece, organiza e entende as sensações recebidas dos estímulos ambientais (STENBERG, 1997). Sendo um processo seletivo, é necessária uma proximidade física, nesse caso visual, para que haja estimulação dos sentidos relacionando componentes sensoriais externos com componentes significativos internos, uma vez que a percepção é definida como sensações acrescidas de significados (GADE, 1998). Assim, o processo de percepção e reconhecimento da informação analisada, envolve os estágios de exposição, atenção e interpretação, com base na memória (SOLOMON, 2008). Alguns estímulos, principalmente os usados para estabelecer marcas e também propaganda, são os que afetam em maior grau o comportamento do consumidor, analisando-se a exposição de uma mensagem e a percepção subliminar do consumidor para, posteriormente, compreender o seu efeito na absorção que o destinatário final deverá possuir. Em seu livro, Solomon (2008) cita o limiar sensorial, que pode variar de indivíduo para indivíduo em função da intensidade, duração de exposição e sensibilidade. Nesta pesquisa, serão estudados os estímulos que causam a mudança no entendimento da mensagem, através de alguns estímulos de consumo, analisando suas influências no processo de decisão de compra (KOTLER, 2008). O limiar sensorial varia de indivíduo para indivíduo. Este estudo esta centrado no processo que ocorre entre o consciente e o inconsciente, que faz com que a mensagem seja assimilada sem nenhuma barreira, de acordo com a memória 10
  • 11. previamente identificada. Para isso, se recorre aos princípios aplicados à percepção, para possibilitar identificar a influência das técnicas que atuam nesta área, sob o comportamento do consumidor. O comportamento do consumidor será estudado, tomando como referência o contato com a informação percebida entre o consciente e o inconsciente, desenvolvendo uma opinião sobre uma decisão, supostamente autogerada. Essa decisão, teoricamente, influencia no processo de escolha do destinatário final, do produto adquirido. 1.1 TEMA A fim de estabelecer entre a publicidade e o comportamento das atividades humanas, a percepção, a semiótica e a persuasão inconsciente 1 como técnicas de influência nos princípios publicitários – esta pesquisa trata da persuasão como um estímulo de consumo que pode ser trabalhado entre o consciente e o inconsciente do indivíduo. Para entender os termos, será preciso fundamentar a afirmação, tendo como referência a significação da persuasão inconsciente. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Analisar, sob o olhar da semiótica, em anúncio impresso de perfume feminino, a utilização da persuasão inconsciente como técnica de influência. 1.2.2 Objetivos Específicos 1 Persuasão inconsciente: toda aquela informação que é transmitida em um baixo nível de percepção consciente, tanto auditiva quanto visual (CALAZANZ, 1992). 11
  • 12. Compreender a persuasão inconsciente, sob o olhar da semiótica, como técnica de influência nos anúncios publicitários. • Identificar, através da semiótica e da persuasão inconsciente, as referências utilizadas em anúncio impresso de perfume. • Identificar, no estímulo sensorial humano, a técnica da persuasão inconsciente em anúncio impresso de perfume feminino. 1.3 JUSTIFICATIVA O interesse em trabalhar, de um patamar teórico e sob a utilização da técnica da revisão bibliográfica, o tema direcionado para a persuasão inconsciente, surgiu após perceber a importância da publicidade como grande influenciador das significativas mudanças no comportamento do consumidor, ao longo do tempo, assim como também no crescimento de seu nível crítico. O comportamento do consumidor e suas mudanças após a percepção de uma mensagem que emprega a técnica da persuasão inconsciente é um assunto complexo. Tecnicamente ela faz com que o indivíduo acredite ter sido sua a decisão, como se a mensagem fosse autogerada. É necessário ter uma compreensão do tema enquanto um fenômeno social e cultural. A percepção é mais que sensação. A sensação é parcial e elementar enquanto a percepção é complexa e está ligada a tomada de consciência de algo. A consciência depende de um conjunto de fatores, dentre os quais se destaca a cultura. Basicamente, a percepção, pode ser considerada um estímulo do indivíduo que complementa as técnicas das atividades humanas, as quais orientam as decisões e direções do comportamento. Muitas vezes, essas decisões partem da persuasão 12
  • 13. inconsciente, supostamente utilizada como técnica nos princípios publicitários para influenciar as decisões de compra. Por utilizar do baixo nível de percepção consciente - definido como limiar sensorial - como ponto forte para assimilação de uma mensagem (SOLOMON, 2008), a persuasão inconsciente pode ser considerada atributo da propaganda subliminar. Grande parte da sociedade discute o fenômeno da propaganda subliminar como uma técnica negativa, utilizada pela publicidade e pelo marketing, a fim de atingir o consumidor em seu mais baixo nível de percepção consciente visual e/ou auditiva, tornando-se assim um problema importante, relevante atual. 1.4 METODOLOGIA Esta pesquisa foi realizada por meio de levantamento de dados e revisão bibliográfica. Devido à amplitude do mesmo, foram definidos três eixos - introdução, fundamentação teórica e conclusão -, tendo como tema central a análise de anúncio impresso de perfume feminino, que utiliza a linguagem persuasiva inconsciente, propiciando a sensação de que aquele pensamento e aquela decisão tenham sido tomados pelo consumidor. Assim sendo, as técnicas de comunicação, semiótica e marketing, que são utilizadas na veiculação de mensagens publicitárias, serão identificadas em anúncio impresso de perfume feminino, permitindo a compreensão da persuasão inconsciente. Esta pesquisa está organizada em cinco partes, além desta introdução. São elas: o capítulo dois, que trata do comportamento do consumidor; o capítulo três, que examina a persuasão inconsciente, o capítulo quatro que trata da semiótica, o capítulo cinco, estudo de caso e a conclusão. No capítulo dois, são conceituadas as teorias e fundamentos do comportamento do consumidor, abordando os estímulos, os fatores influenciadores e os processos de compra. 13
  • 14. No capítulo três, é abordada a persuasão inconsciente, como toda aquela informação que é transmitida em um baixo nível de percepção consciente, tanto auditiva quanto visual. No capítulo quatro, a semiótica e sua análise de significantes e significados, tangenciando a persuasão através dessa técnica. No capítulo cinco, é analisado, através do estudo de caso, como as técnicas abordadas na pesquisa se aplicam ao objeto de estudo, concluindo e comprovando a persuasão inconsciente como técnica nos anúncios publicitários. 2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 14
  • 15. Através do comportamento do consumidor são conceituadas as teorias e fundamentos, que possibilitam partir para a análise da implantação da mensagem, através da persuasão inconsciente e da semiótica, utilizada como técnica publicitária capaz de fazer com que o consumidor cultive-a e decodifique com referência em suas crenças e princípios, acreditando ter sido gerada por ele próprio. São vários os fatores que influenciam no comportamento dos indivíduos no âmbito do consumo. Nesse capítulo, serão explicados os principais conceitos que fundamentam o comportamento dos indivíduos, essencialmente nos estímulos que levam ao processo de decisão de compra, buscando-se conceitos que identifiquem as principais relações entre o cérebro humano e as influências do marketing, da linguagem e da semiótica no comportamento dos indivíduos. 2.1 ESTÍMULOS AO COMPORTAMENTO DE COMPRA DOS INDIVÍDUOS Tendo em vista que a percepção está relacionada diretamente com os estímulos recebidos pelos órgãos do sistema sensorial, tornou-se relevante analisar a influência da percepção no comportamento de compra, estando este diretamente relacionado a esse estímulo (KOTLER, 2009). O sistema sensorial é composto por receptores, estruturas responsáveis pela sensação de estímulos provenientes do ambiente e repertório do indivíduo, sendo estes encontradas nos órgãos dos sentidos: pele, ouvido, olhos, língua e canais nasais, determinando as diferentes reações do comportamento humano. Há estudos comprovando que a estrutura e o modo de funcionamento destes receptores variam de indivíduo para indivíduo. Na pele identifica-se o receptor sensorial do tato, pelo qual sente-se frio, calor, densidades dos objetos, etc. Na língua, encontra-se o receptor sensorial para o paladar, onde identifica-se os sabores. Nos canais nasais, identifica-se o receptor sensorial do olfato, onde se sente o odor ou o cheiro. Pelos ouvidos, onde é 15
  • 16. possível captar os sons, através da audição. E pelos olhos, por onde observa-se as cores, os formatos, os objetos, e todo o mundo através da visão. O receptor sensorial da audição equilibrada, o qual é composto por diferentes estruturas sensoriais, que identificam os sons e emitem impulsos, alcançando estímulos cerebrais receptores, são reconhecidos através de um nervo auditivo. No indivíduo, o órgão divide-se em três partes: ouvido externo, médio e interno. No entanto, as percepções podem ser influenciadas por fatores internos, pessoais ou sociais, que, na verdade, não têm nenhuma relação com o fato percebido (KARSAKLIAN, 2009). Essa percepção demonstra o poder de modificação da realidade feita pelo observador, que leva em conta fatores extra percepção física. O sentido mais importante para criar marcas e comunicar não é a audição, e sim a visão. Buscando referencial na neurociência, quando escutamos algo, somente a parte auditiva do cérebro é ativada; quando olhamos para algo, ativam-se as regiões relacionadas com os cinco sentidos: visão, olfato, tato, paladar e audição. (LINDSTROM, 2009, p. 75). Como atitude filosófica, os fatores extra percepção física definem a existência de uma verdade absoluta, partindo do repertório de crenças e vivências de cada indivíduo, mas implica na possibilidade de algum indivíduo conseguir chegar a uma verdade única e absoluta, senão a apenas uma pequena parte (MORIN, 1980). Cada ser humano tem uma visão da “verdade”, e cada indivíduo possui uma forma única de interpretar cada estímulo sensorial, de forma própria. Portanto, a percepção sendo o processo pelo qual um indivíduo seleciona, organiza e interpreta a informação que recebe do ambiente, tem sido definida como “sensações acrescidas de significados” (GADE, 1998, p. 29). Desta forma o processo envolve os estágios de exposição, atenção e interpretação (SOLOMON, 2008). Ainda assim, sendo considerada um estímulo do indivíduo, a percepção complementa técnicas da atividade humana, as quais orientam as decisões e 16
  • 17. direções do comportamento, no âmbito do consumo, podendo estruturar-se na persuasão inconsciente. A percepção depende não apenas de estímulos físicos, mas também da relação desses estímulos com o ambiente e das condições internas da pessoa. O ponto-chave é que as percepções podem variar consideravelmente entre indivíduos expostos à mesma realidade. (KOTLER, 2006, p.184) Em termos de propaganda, algumas características dos estímulos podem auxiliar o processo de percepção do consumidor. Afinal, “os estímulos também são geradores de motivação, fazendo com que os consumidores desejem as coisas” (GADE, 1998, p. 27). Tais características determinam os estímulos como percebidos e registrados de acordo com a freqüência com a qual são apresentados. Portanto, observa-se que um fator determinante da percepção pode depender da característica do estímulo e do estado psicológico de quem o recebe. Sendo assim, pode-se compreender a forma como o marketing e o comportamento do consumidor têm influência perceptiva sobre o padrão de consumo e de vida das pessoas, uma vez que os consumidores recebem e transmitem diferentes tipos de influência no meio em que vivem (GADE, 1998). 2.1.1 Atenção Na sociedade atual, há uma avalanche de informações e centenas, se não milhares, de bombardeios publicitários que sobrecarregam a atenção humana, onde cada anúncio, som, sinais, músicas e imagens utilizadas em propagandas, influenciam o comportamento humano, no âmbito do consumo principalmente, de forma que, cada indivíduo, diariamente selecione inconscientemente as informações que consideramos mais importantes, ou as quais os atinjam de alguma forma, fazendo-os guardar em seus repertório. Aparentemente chamar a atenção cansa, porém todo consumidor possui uma maneira única de observar tudo no ambiente externo no qual convive, analisando e 17
  • 18. selecionando apenas quando interessar, e não analisar quando não interessar (GADE, 1998). Existem fatores emocionais que determinam o modo como o cérebro reage aos estímulos para caminhar ao processo de compra. A forma como o consumidor percebe o dia-a-dia faz uma projeção do momento da compra para o consumidor, observando ou comprando um produto que desperte seu desejo e sua atenção (SOLOMON, 2002). A atenção, como um processo cognitivo, incita o indivíduo a focalizar e selecionar estímulos, estabelecendo relação entre eles (GADE, 1998). A todo instante os indivíduos ativam estímulos, enviados das mais diversas fontes. No entanto, apenas alguns deles são captados, uma vez que não seria possível responder a todos de uma só vez. Este, assim como a percepção, é um processo de suma importância para o Marketing e para a pesquisa em questão, já que se exige atenção dos consumidores para com a informação enviada, necessitando muitas vezes ignorar outros estímulos dos receptivos sensoriais, a depender da técnica utilizada. 2.1.2 Memória Sendo considerada uma grande função do cérebro humano, a memória, é sem dúvida, correlacionada com o desenvolvimento do cérebro. Essa capacidade intelectual pode ser descrita através da complexidade e intensidade das memórias existentes, Segundo Lindstrom (2009), a memória pode ser compreendida como marcadores somáticos, que são como sinalizadores no cérebro, que servem para conectar uma experiência ou emoção a uma reação específica. Esses marcadores são considerados experiências ou eventos que imprimem nos indivíduos uma emoção e um padrão de reação. 18
  • 19. A cada contato que os indivíduos estabelecem com o marcador, surgem emoções similares àquelas que aparecem na primeira vez. Os marcadores, inclusive, fazem com que a memória fique mais clara. Por exemplo, uma experiência de medo pode ser um marcador, já que o medo prepara a lembrar de mais coisas do que os indivíduos lembrariam em situações de calma. O inconsciente não se esquece (LINDSTROM, 2009). Segundo Lindstrom (2009), da mesma forma que os hábitos são formados pelas mudanças da forma sináptica entre os neurônios, onde todas as sensações, sentimentos, pensamentos, respostas motoras e emocionais e a memória, assim como qualquer outra função ou disfunção do cérebro humano não poderiam ser compreendidas sem o conhecimento do fascinante processo de comunicação entre as células nervosas (neurônios), as memórias envolvem o fortalecimento das conexões entre células específicas do cérebro, como se as experiências fossem gravadas na mente. As memórias podem variar em forma e precisão e são suscetíveis ao desgaste e ao erro, uma vez que as memórias não são totalmente recuperadas, e sim recriadas. Todas as informações e experiências acumuladas pelas pessoas ao longo da vida podem acabar armazenadas em sua memória de longo prazo. Psicólogos cognitivos classificam a memória como memória de curto prazo – um repositório temporário de informações – e memória de longo prazo – um repositório mais permanente. (KOTLER, 2006, p. 186). Há uma complexidade em compreender o cérebro e a mente humana. A magnitude do papel da memória na função da mente, especialmente quanto ao modo como selecionam e decodificam, pode ser considerada um lugar que guarda e revela as mais antigas e recentes recordações, desenvolver ideias e recolher emoções, selecionando os aspectos que são considerados importantes do ambiente, criando associações entre estímulos específicos entre os sentidos e o limiar sensorial. A memória, também funciona como processo de comportamento no consumo, uma vez que a forma como a informação é armazenada possibilita a compreensão e escolha do modo de representação de marcas, objetos e ideias na memória. Quando um elemento de informação é estocado na memória, podemos compará-lo 19
  • 20. com componentes sensoriais, já que estes podem assumir diversas formas (KARSAKLIAN, 2009). A memória, propriamente dita, funciona um pouco como um foguete com três andares. Primeiro vem a memória sensorial, que guarda nossas estimulações imediatas. Depois a memória de curto prazo, que serve de estrutura de recepção para uma estocagem temporária da informação. E finalmente, a memória de longo prazo, que corresponde ao sistema de estocagem de nosso conhecimento. (KARSAKLIAN, 2009, p. 191). Além da memória, a interpretação também resulta de interação e repertório de quem analisa a mensagem e a decodifica. A percepção de um objeto e de suas propriedades resulta dos estímulos que o consumidor, tomando-o como referência, se expõe, organiza e interpreta. Com isso percebe-se as capacidades de interpretações fundamentam-se nas diferenças de aprendizagem, e de experiências, anteriores com os objetos. 2.1.3 Teoria da Significação Para compreender a teoria da significação será preciso tangenciar a semiótica. Como base, a semiótica proposta por Algidar Julien Greimas (2003), determina o signo como gerador direto do significante e do significado. Em um anúncio impresso, é possível encontrar diversos signos, que por sua vez, trazem diferentes significados. Como definido por Greimas (2003), o signo pode ser considerado qualquer unidade significativa, resultante de uma união entre o significante e o significado. O significado pode ser considerado como o conceito do signo, como um valor, ou um conteúdo de um signo lingüístico. A forma visual/gramática, cores e a formação do sentido definem o significante, enfatizando o processo de significação capaz de gerar as relações entre os signos. 20
  • 21. 2.2 A ASSIMILAÇÃO DE UMA MENSAGEM Diante da revisão teórica e conceitos apresentados, é possível avaliar a influência da percepção no comportamento de compra, sendo esta decisiva na decodificação dos estímulos que os indivíduos recebem do ambiente interno e externo. O comportamento de compra do consumidor é influenciado, principalmente, por fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos. Nesse capítulo, são abordados os conceitos essenciais de como se define o comportamento do consumidor e como se dá o seu estudo. Será possível comprovar, então, quais as mudanças que a informação causa na sociedade, trazendo as visões de diferentes autores. 2.2.1 Comportamento do Consumidor, seu Significado e os Fatores Influenciadores O comportamento do consumidor visa compreender o modo com que as pessoas, grupos e organizações selecionam, compram, usam e descartam artigos, serviços, idéias ou experiências para satisfazer suas necessidades e desejos (KOTLER, 2006). Desta forma, o estudo do cliente auxilia na melhoria ou lançamento de produtos e serviços, podem determinar os preços, projetar novos canais de comunicação, elaborar diferentes mensagens que os atinjam de forma única, além da possibilidade de desenvolver novas estratégias de marketing para determinados consumidores. Compreender o cliente a fundo significa adquirir uma visão completa do cotidiano e das mudanças que ocorrem no seu ciclo de vida (SOLOMON, 2008). A partir dessa compreensão, é possível assegurar que os produtos certos podem ser comercializados para os clientes certos da maneira certa. O comportamento de compra do consumidor é influenciado por fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos. Os fatores psicológicos exercem maior influência por assumirem identidade única na interpretação que cada consumidor analisa sobre a mensagem (GADE, 1998). 21
  • 22. Isso significa dizer que mesmo sendo uma única mensagem, diferentes pessoas podem interpretá-las de diversas formas, devido ao repertório que desenvolveu com base em suas crenças e vivências que se relacionam com os demais fatores. O fator cultural é também determinante no comportamento e desejos de uma pessoa. Á medida em que crescem, os indivíduos formam uma personalidade única que surge de acordo com as influências, valores, percepções e comportamentos de sua família, de seus amigos, das instituições as quais freqüentam, dentre outros. Essas influências podem contribuir de diferentes formas, em pessoas que convivam no mesmo ambiente, mas qualquer outra experiência que um indivíduo passar, se tornará significante para diferenciar a percepção e análise de um fato. O fator social é o que se refere diretamente aos grupos de referências, como família, escola, trabalho e status. Os grupos de referência são aqueles que exercem influência direta ou indireta sobre as atitudes e comportamentos de um indivíduo e podem ser divididos em primários e secundários (KOTLER, 2006). Os primários são compostos pelos contatos mais próximos, como famílias, amigos, vizinhos e colegas de trabalho. Já o secundário, são compostos, por exemplo, por grupos religiosos, que normalmente exigem menores interações. O fator pessoal, como a idade e o estágio no ciclo de vida, ocupação, classe, estilo de vida e valores, influenciam as decisões do comprador, já que os indivíduos com características pessoais semelhantes são influenciados por valores centrais e crenças que embasam as atitudes e comportamento. E por fim, o fator psicológico, pode ser compreendido como o ponto de partida para entender o comportamento do comprador. Segundo Kotler (2006) um conjunto de fatores psicológicos combinado a determinadas características do consumidor leva ao processo de decisão de compra. Fatores como percepção e memória, já explicados no capítulo anterior, definem a influência que o consumidor terá sobre determinada mensagem, de acordo com seu repertório. 22
  • 23. 2.2.3 Processo de Decisão de Compra O processo de decisão de compra passa por cinco estágios (KOTLER, 2001; KARSAKLIAN, 2009). O modelo de cinco estágios difundido por Kotler (2006) pode ser aplicado ao estudo dessa pesquisa por aderir às cinco etapas da tomada de decisão, também referenciadas por Karsaklian (2009). O modelo de cinco etapas pode ser considerado como processos psicológicos básicos que auxiliam na compreensão de como os consumidores, de fato, tomam suas decisões de compra. No entanto, nem sempre os consumidores passam por todas as cinco etapas no processo. Muitas vezes, os indivíduos podem pular ou inverter uma etapa de acordo com seu envolvimento com a marca. a. Reconhecimento: Segundo Kotler (2005) o reconhecimento da necessidade ocorre quando o consumidor percebe a diferença entre seu estado atual e um estado desejado. Este consumidor sabe que há um problema a ser resolvido, e que precisa encontrar a solução. Sendo assim, ele reconheceu a necessidade de satisfazer uma vontade que até então se encontrava latente. É necessário conhecer exatamente as necessidades e motivações que serão satisfeitas pela compra. Essas motivações podem levar o consumidor a buscar por status, conforto, reconhecimento ou outros benefícios latentes ou não para ele. Também analisado a partir do princípio em que o estado atual e o estado desejado são a condição necessária para desencadear o processo. b. Informações: É preciso saber quais informações relacionadas aos produtos e marcas estão guardadas na memória do consumidor. É nesse ponto que entram fortemente a propaganda e o posicionamento do produto de uma forma geral. Quanto melhor posicionado estiver o produto e a marca na memória do consumidor, menos ele 23
  • 24. estará motivado para se voltar para fontes externas e conseguir as informações sobre as alternativas disponíveis em suas características. Além de serem buscadas informações armazenadas na memória, podem ser também buscadas informações com base em pesquisa externa. Alguns autores afirmam que os consumidores não se empenham em buscas excessivas de informações, por considerarem que o custo do tempo investido é maior do que os benefícios obtidos com informações adicionais, mas isto não significa falta de interesse do consumidor. c. Avaliação: É importante conhecer a extensão do engajamento do consumidor na avaliação e comparação das alternativas, pois isso depende do produto que está sendo comprado e também do consumidor em si. Os elementos são analisados aqui conduzindo o comprador a estabelecer uma orientação com base nas preferências. Ao avaliar diversas alternativas de marcas disponíveis, os consumidores alimentam benefícios prioritários que podem variar desde status, desempenho, conforto, segurança, adequação, confiabilidade, qualidade. Algumas situações de avaliação de compra são caracterizadas por um baixo envolvimento, mas com diferenças significativas de marca. Nesse caso, os consumidores geralmente trocam muito de marca. Algumas técnicas, ressaltadas por Kotler (2006), podem fazer com que os profissionais de marketing convençam os consumidores a passarem do baixo de envolvimento ao alto envolvimento, como por exemplo, vincular o produto a alguma necessidade latente do consumidor, despertando assim a sua vontade de adquiri-lo. d. Compra: Após a avaliação as alternativas, o consumidor cria referência entre as marcas e desenvolve a intenção de compra. Nessa intenção, dois fatores podem interferir entre a intenção de compra e a decisão de compra. 24
  • 25. Uma vez decidido o produto a ser comprado, é necessário saber se o consumidor investirá tempo e energia para ir procurar até que a melhor alternativa seja encontrada. Na intenção de compra, o consumidor se depara com a atitude dos outros e com os fatores situacionais imprevistos. e. Resultados: O consumidor comprou o produto. É importante agora saber qual o grau de satisfação ou insatisfação expressado em relação às alternativas previamente utilizadas e os níveis de satisfação ou insatisfação e se foi compartilhada com outras pessoas, com o objetivo de ajudá-las no comportamento de compra. E principalmente saber se existe alguma intenção de recomprar alguma das alternativas. Nesta etapa, objetiva-se a adequação da solução escolhida com relação ao problema inicial. 2.2.4 Papéis que os Indivíduos Podem Desempenhar em uma Decisão de Compra No estudo do comportamento do consumidor, é preciso compreender como as pessoas escolhem entre duas ou mais opções de compra, considerando que uma compra como resposta para um problema do consumidor (SOLOMON, 2008). Incluindo atitudes, estilo de vida, percepção, e todos os fatores motivacionais que influenciam, direta ou indiretamente, na correta tomada de decisão por parte do consumidor, é imprescindível que se leve em conta os diversos papéis de compra, identificando, dessa forma, quem toma a decisão de comprar. Há cinco papéis que os indivíduos geralmente cumprem no processo de decisão do comprador. Primeiramente, o “iniciador” que é aquele indivíduo que tem o papel de sugerir a idéia de comprar um produto/serviço. Logo em segundo lugar, o “influenciador”, sendo este o indivíduo cujo ponto de vista ou conselho influencia, em grande peso, na decisão. Já posicionado em terceiro lugar, o “decisor”, indivíduo que decide sobre os componentes de uma decisão de compra – o que comprar, onde comprar, quando comprar, para quem comprar, para que comprar. 25
  • 26. O “comprador”, o qual realiza a compra, de fato. E por último, e não menos importante, o “usuário”, sendo este o indivíduo que consome/usa o produto/serviço. 2.2.5 Percepção Subliminar Considerada um estímulo do indivíduo, a percepção subliminar complementa técnicas da atividade humana que orientam as decisões e direções do comportamento, no âmbito do consumo, a partir da persuasão inconsciente. Supostamente por utilizar do baixo nível de percepção consciente, como ponto forte para assimilação de uma mensagem - entendida como limiar sensorial, a mensagem “subliminar” possui má crença diante dos hábitos de propagação da sociedade consumista, já que “a percepção subliminar ocorre quando o estímulo está abaixo do nível de consciência do consumidor” (SOLOMON, 2008, p. 58). Inúmeras pesquisas sobre percepção subliminar demonstram que as pessoas respondem de diversas maneiras aos estímulos que são percebidos e formados no consciente, justamente pelo o que foi conceituado por limiar sensorial no referencial teórico de Solomon (2008), sendo este variável de indivíduo para indivíduo. Desta forma, se tornará possível identificar as influências que esta técnica supostamente pode causar no comportamento do consumidor, no âmbito do consumo, sabendo que os indivíduos podem ser influenciados por mensagens subliminares sob condições específicas e de forma variada, já que há grandes diferenças individuais nos níveis do limiar sensorial, não havendo estudos que comprovem que esta técnica afeta diretamente o comportamento do consumidor (LINDSTROM, 2009). O que se sabe é que quando os indivíduos conseguem enxergar ou ouvir, deixa de ser subliminar, supondo que sejam captadas pelos receptores sensoriais da audição e visão, no entanto esta técnica reforça a crença de que o Marketing pode manipular os consumidores, contra a sua vontade. 26
  • 27. As mensagens subliminares são armas contra o inconsciente, capazes de transmitir informações através de mensagens já existentes. O ato de emitir uma mensagem subliminar é extremamente eficaz, quando as mensagens passam despercebidas pelos os olhos, o que fortifica a fixação dela no inconsciente. Essas mensagens no consciente se tornam influências imediatas para nossas ações. Já no inconsciente, ficam armazenadas e são ativadas quando alguma referência da lembrança é solicitada. A transmissão de mensagens desse gênero, não é bem aceita sociedade atual, ao passo que, quem as vê, não tem como “lutar” contra a absorção ou simplesmente ignorá-la. Neste caso, nunca se sabe onde, quando e o que está sendo absorvido pelo o inconsciente. Em todo caso, as mensagens subliminares foram proibidas de serem veiculadas, devido a esse impedimento que o ser humano possui de diagnosticá-la imediatamente, sendo vítimas de suas influências. É importante lembrar que existem certas mensagens subliminares que não são má influência para a humanidade, porém mesmo desta forma, não é liberada a veiculação deste tipo de mensagens. Entretanto, a maioria dessas mensagens é de caráter pejorativo e indecente, perante a perspectiva da sociedade. 27
  • 28. 2.2.6 Mudanças no Comportamento do Indivíduo Presume-se que uma mudança de atitude leva a uma mudança de comportamento (GADE, 1998). A cultura de uma sociedade inclui seus valores, ética e objetos materiais produzidos por seus membros. É o acumulo de significados e tradições compartilhados entre os membros de uma sociedade. (SOLOMON, 2008, p.385). Entre cultura e publicidade há um elo íntimo e forte, que orienta no entendimento das mudanças de comportamentos dos consumidores ao longo do tempo exposto à publicidade. A cultura pode ser considerada um importante determinante do comportamento e dos desejos das pessoas, uma vez que, na medida em que cresce, o indivíduo adquire e formata suas crenças e valores, percepções, preferências e comportamentos, a partir de seus grupos primários e secundários, como família e outras instituições, sendo diariamente exposto a fatores que seu grupo de convivência julgam importante, como realização e sucesso, eficiência, liberdade, status, dentre inúmeros outros (KOTLER, 2006). Cada cultura é constituída por subculturas, as quais fornecem identificação mais específicas para seus membros, como por exemplo a nacionalidade, religião, grupos raciais e regiões geográficas nas quais se enquadram. Por sua vez, as subculturas determinam também as classes nas quais o indivíduo pertencerá. Segundo Kotler (2006), as classes sociais são divisões relativamente homogêneas e duradouras de uma sociedade. Elas são hierarquicamente ordenadas e seus integrantes possuem valores, interesses e comportamentos similares, os quais podem influenciar direta ou indiretamente na decisão dos processos de compra, assim como na assimilação de uma mensagem. 28
  • 29. 3 A PERSUASÃO INCONSCIENTE Este capítulo aborda a importância do comportamento do consumidor diante da assimilação de uma mensagem e como, supostamente é feita a implantação da informação no cérebro do indivíduo, a fim de compreender as mudanças que a publicidade como informação oferece, identificando as referências, traduzidas para a sociedade de consumo. Persuadir vem do latim persuadere, que significa levar alguém a acreditar ou aceitar uma ideia, uma proposta, um parecer. As técnicas da persuasão podem ser utilizadas em qualquer circunstância, deste em uma conversa até em grandes anúncios publicitários. Nesta pesquisa, a persuasão inconsciente será tratada no ponto de vista publicitário-semiótico, a fim de desvendar a utilização da técnica em anúncio impresso de perfume feminino. Para persuadir, tão ou mais importante do que argumentos, é a capacidade de interagir com as pessoas e saber envolvê-las de maneira inconsciente. O discurso persuasivo pode ser reconhecido através da organização e da natureza dos signos lingüísticos, uma vez que a inter-relação dos signos produz frases, períodos, textos, significados e significantes (CITELLI, 1995). Segundo Pietroforte (2007) todo signo possui “dupla face”: o significante e o significado. Assim, é possível compreender o significante como o aspecto concreto do signo, sua realidade material ou acústica, o que torna o signo possível de ouvir ou legível. E o significado pode ser entendido como o aspecto imaterial, conceitual do signo, o qual o remete a uma representação mental, induzida pelo significante. Sendo assim, o significante e o significado são aspectos constitutivos de uma mesma unidade, que resulta na significação, que por sua vez pode ser entendida como uma espécie de produto final da relação existente entre o significado e o significante. 29
  • 30. É de suma importância lembrar que o discurso a persuasão inconsciente não apresenta efeitos, ou resultados, imediatos de coerção ou mentira. Deve ser entendida como representação de alguns comportamentos, apresentando resultados com saldos socialmente positivos. Para existir a persuasão é necessário que a informação, ou mensagem, chegue ao destinatário final, atingindo seu repertório (CITELLI, 1995). Sendo esse o ponto principal da união entre a publicidade e o comportamento das atividades humanas, o estudo da persuasão inconsciente é tomado como uma das técnicas de influência nos princípios publicitários, relacionando-se com o comportamento do consumidor. Através da revisão bibliográfica, utilizada neste estudo, foi possível perceber a percepção de uma mensagem veiculada em anúncio impresso, em diversas referências, a sutil presença do neuromarketing e suas influências no processo de decisão de compra, a capacidade de discernimento do sujeito após a implantação da mensagem e as referências supostamente utilizadas por esta técnica, através da linguagem persuasiva. 3.1 A PROPAGANDA A propaganda é considerada uma técnica que muda hábitos, recupera economia, cria imagem, promove o consumo, vende produtos e informa o consumidor. A construção de imagens, conceitos e o envio de informações, envolvem cada vez mais a mente dos consumidores. A propaganda possui muita força diante da nossa sociedade, se usada adequadamente (RIBEIRO, 1995). Esta técnica pode ser considerada uma manipulação planejada da comunicação, visando, através da persuasão, promover comportamentos. Ela pode ser de caráter político, religioso ou ideológico, que tem como objetivo disseminar ideias. Como uma das grandes formadoras do ambiente cultural e social de nossa época, a propaganda age nos instintos do ser humano: apelos lógicos e emocionais, 30
  • 31. medo, vontade de ganhar, inveja, desejo de aceitação social, necessidade de auto- realização, compulsão pelo novo, angústia de saber mais, segurança da tradição, entre outros. A propaganda informa, argumenta e compara, gerando comportamentos que estimulam as emoções humanas. Sendo assim, a propaganda mexe com os desejos do ser humano, do consumidor, falando com o inconsciente desse indivíduo. 3.1.1 Capacidade Sensorial A visão, a audição, o tato e os sentidos químicos são sistemas sensoriais da Psicologia Cognitiva. Há diversos tipos de sensação, que pode variar em intensidade. A visão, por exemplo, denota inúmeras sensações na mente humana, capazes de trazer a tona as mais antigas e latentes lembranças. Cada modalidade sensorial tem órgãos específicos, com receptores próprios, que convertem a energia ambiental em impulsos nervosos. Cada sistema sensorial tem uma determinada parte do cérebro especializada para interpretá-lo. Para ativar os sistemas sensoriais, é necessário que exista determinado nível que estimule os órgãos do sentido humano. Este nível pode ser entendido com o limiar sensorial e o limiar absoluto. O olho, órgão sensorial da visão, é composto por pupila, que regula a quantidade de luz que entra através da íris, que atravessa a estrutura do cristalino, que tem por função focar os raios de luz na retina. A retina é a camada que forra o interior do olho e que recebe os raios de luz e os converte em impulsos elétricos, que são levados ao cérebro pelo nervo óptico (LOPES, 2004). O cérebro humano possui receptores visuais que convertem a energia da luz em impulsos nervosos através de uma reação química que envolve a transformação dos pigmentos visuais. Há autores que afirmam que a visão é constituída por dois 31
  • 32. sistemas visuais separados: visão fotópica e visão escotópica, que compõem a Teoria da Duplicidade da Visão 2 . 3.2 INTRODUÇÃO AO LIMIAR SENSORIAL O limiar sensorial pode variar de indivíduo para indivíduo em função da intensidade, duração de exposição e sensibilidade. Sendo assim, os estímulos que causam a mudança no comportamento do consumidor serão analisados juntamente com suas influências no processo de decisão de compras (KOTLER, 2008). Embora o limiar sensorial varie, o estudo se direcionará para os efeitos causados no subconsciente, que capta a informação subliminar, fazendo com que a mensagem seja assimilada sem nenhuma barreira consciente (SOLOMON, 2008). O ser humano é capaz de perceber um estímulo através de sua intensidade, podendo variar de indivíduo para indivíduo, em função da diferenciação, duração de exposição e sensibilidade. O limiar sensorial determina dois conceitos fundamentais para compreensão da percepção: 3.2.1 Limiar Absoluto – É o limiar receptor, definindo-se a mais baixa intensidade que um estímulo pode registrar em um canal sensorial. O limiar absoluto refere-se ao esforço mínimo do estímulo necessário para produzir uma sensação: o som mais baixo que é possível ouvir, a luz em menor intensidade que se pode ver (LINDSTROM, 2009). Portanto, segundo o raciocínio de Lindstrom (2009) existe, para cada sentido, um limiar mínimo de sensação situado a um nível extremamente baixo, onde o ser humano tem a possibilidade de ajustar esse limiar em função de suas vivências e circunstâncias. Quando, por exemplo, um indivíduo entra numa sala escura, não vê 2 Teoria da Duplicidade da Visão: A existência de dois tipos de receptores originou a chamada “teoria da duplicidade da visão” que afirma que a visão é constituída por dois sistemas visuais separados: a visão fotópica (sistema de visão adaptado à luz do dia, que permite visão a cores; os receptores sensoriais são os cones); a visão escotópica (sistema de visão adaptado à escuridão; os receptores sensoriais são os bastonetes). (Max Schultze, 1860) 32
  • 33. nada de princípio, mas à medida que os seus olhos se vão habituando, começa a distinguir formas e depois objetos. 3.2.2 Limiar Diferencial - Esse se refere à capacidade que o sistema sensorial humano possui para detectar alterações nos estímulos ou diferenças entre dois estímulos. O limiar sensorial pode ser identificado nitidamente na origem do método dos testes cegos que consiste em testar por um consumidor, diferentes produtos e depois medir as diferenças de sensação de cada consumidor, após identificar a atenção seletiva, sendo este um fenômeno que é determinado pelo que o indivíduo seleciona e deseja perceber, assim como pela importância que dá ao fato (LINDSTROM, 2009). 33
  • 34. 4 O OLHAR DA SEMIÓTICA Daqui em diante, serão ilustrados tópicos para que se torne possível realizar o estudo de caso, com base em um anúncio impresso de perfume feminino, buscando levantar referências e supostas informações, que influenciam o entendimento da mensagem, partindo do pressuposto de que são os consumidores os destinatários finais da mensagem publicitária. A ciência da semiótica tem por objeto de investigação todas as linguagens possíveis (SANTAELLA, 1983). Ainda assim, Santaella define a semiótica como a fusão da linguagem e o signo. De fato, a semiótica é o estudo do signo, e geralmente, tende a ser muito subjetiva, pois se define a partir das representações significativas que cada indivíduo coleta em sua vivência. Porém, a semiótica, muitas vezes, é utilizada em grandes níveis, na criação, entendimento e interpretação de anúncios publicitários, sendo usada como técnica de influência (PIETROFORTE, 2004). A semiótica tem um procedimento analítico baseado em três princípios: o texto é formado por um plano de conteúdo e por um plano de expressão; o texto se organiza em uma estrutura narrativa; a estrutura narrativa do texto se organiza em um percurso formado por três níveis complementares. Considerada a ciência dos signos e dos processos significativos, ou semiose, a semiótica tem origem na natureza e na cultura. A introdução à semiótica abrange todas as áreas do conhecimento envolvidas com as linguagens ou sistemas de significação, tais como a lingüística (linguagem verbal), a matemática (linguagem dos números), a biologia (linguagem da vida), o direito (linguagem das leis), as artes (linguagem estética), e muitas outras. No processo de geração do sentido, a semiótica define um nível fundamental do qual se pode partir para a formalização de seu estrato mais geral e abstrato. O sentido é definido pela semiótica como uma rede de relações, o que quer dizer que os elementos do conteúdo só adquirem sentido por meio da relação estabelecida entre eles. (PIETROFORTE, 1995, p.12) 34
  • 35. Para que a análise semiótica faça sentido, além das relações entre os signos visualizados, é de suma importância a correlação desta análise com o repertório do analisador, no caso o destinatário final. Ou seja, cada indivíduo possui uma semiótica diferente para compreender a mensagem que a relação dos signos transmite. É, portanto, necessário ressaltar que a semiótica estudada aqui, nesse projeto, conta com a suposição de entendimento de um consumidor, não padronizando a conclusão como única e absoluta, mas sim, como uma hipótese para o entendimento das referências analisadas. A produção de conteúdo semiótico, tendo como base a análise do anúncio no estudo de caso desse projeto, manifesta-se através do plano de expressão. Em imagens, o plano de expressão se refere ao sentido da transmissão de conteúdo, assim como também ao sentido que a imagem passa. Todo conteúdo transmite ao “leitor” uma expressão. A expressão citada pode fazer referência direta a uma vivência passada por esse “leitor” e assimilada imediatamente após se submeter ao conteúdo da imagem. Categorias semânticas como cores, expressões, combinação de letras e números forma uma significação que ativa as lembranças do indivíduo, tornando-o capaz de assimilar os fatos em frações de segundos (PIETROFORTE, 1995). Há no chamado nu artístico a construção de uma estética que realiza a nudez em meio a valores culturais, e é entre eles que o corpo que se despe adquire seu estatuto semiótico. (PIETROFORTE, 1995, p.25) No estudo de caso, as conotações estéticas do corpo humano são evidenciadas a fim de estabelecer as possíveis relações com as telas de Sandro Botticelli, Nicolas Poussin e Paul Rubens. Além de serem corpos femininos, as graças de Botticelli são esguias, ao passo que as de Rubens são robustas. Assim, há valorização de duas estéticas contrárias, que antes de retratar corpos, coloca-os em discurso de acordo com as conotações plásticas próprias de cada um delas. (PIETROFORTE, 1995, p.27) 35
  • 36. 5 ESTUDO DE CASO: BELLE D’OPIUM, YVES SAINT LAURENT Yves Saint Laurent está entre os nomes da moda mundial, sendo considerado um dos grandes estilistas que transformaram França-Paris, durante a década de 1960. Nascido na Argélia, durante o domínio colonial francês, mudou-se para Paris aos 17 anos de idade, e sua ida foi seguida de uma contratação para a empresa do estilista Christian Dior, onde posteriormente tornou-se diretor. Sua mais célebre criação de moda foi chamada "Le Smoking", uma versão feminina do conhecido traje a rigor para homens. A partir de então, versões femininas de trajes masculinos, tornaram-se uma característica do estilo de Yves Saint Laurent, recorrendo à sobriedade, usando essencialmente a cor negra (Encontrado em <http://pqp.me/1wn>. Acesso em 22 de Abril de 2011). Lançado no ano de 2008, em Nova York e veiculado pela primeira vez na Grã- Bretanha – Reino Unido, o anúncio da fragrância Belle D’Opium 3 é um remake do perfume lançado em 1977, que virou ícone na década de 70. Após 31 anos, a grife Yves Saint Laurent apostou na nova versão do clássico perfume Belle D’Opium, trazendo como protagonista a modelo Kate Moss. Algumas versões do anúncio da fragância Belle D’Opium foram lançadas, anteriormente, nos anos 2000 e 2011. O anúncio em 2000 sofreu censura comercial, por trazer a modelo Sophie Dahl nua com uma imagem que insinuava a sensação de prazer “explícita”, arrebatando os mais conservadores. Já o anúncio do ano 2011 chegou a ser banido pelo órgão regulamentador de publicidade do Reino Unido, Adverting Standards Authority (ASA), por evidenciar o uso de drogas pela modelo que protagonizara a campanha. 3 Belle D’Opium, de Yves Saint Laurent: Belle D'Opium é criação da perfumista master Honorine Blanc, responsável pelos perfumes de Sarah Jessica Parker, Gwen Stefani, Paris Hilton e Jennifer Lopez, e também por várias fragrâncias de Cacharel, Ralph Lauren e Marc Jacobs. (Disponível em: <http://pqp.me/2rj>. Acesso em: 01 de Junho de 2011) 36
  • 37. 5.1 ANÁLISE SEMIÓTICA DO ANÚNCIO IMPRESSO DO PERFUME FEMININO BELLE D’OPIUM, DE YVES SAINT LAURENT Na semiótica, os signos e significados transmitidos através das imagens e diversas associações que o espectador se submete, podem ser comprovados no anúncio abaixo. Figura 1. Anúncio do perfume feminino Belle D’Opium, de Yves Saint Laurent. 5.1.1 A Cor Preta A grife Yves Saint Laurent, em seu anúncio do perfume feminino Belle D’Opium utilizou o preto como cor base para desenvolver, convencer e transmitir a mensagem sobre o seu produto. O preto, em diversas associações, denota formalidade, sobriedade, e muitas vezes classe e elegância. Neste caso é explorado com um toque de sedução e mistério. A utilização e escolha da cor preta podem ter sido relacionadas com as referências teóricas obtidas através das dezenas de análises semióticas que comprovam que o preto está diretamente ligado à morte, ao morto. 37
  • 38. Na sociedade atual, é seguro dizer que, por fazer parte da vida humana, a morte é esperada. No entanto, é possível afirmar que aqueles que de fato a esperam, já conquistaram todos os seus objetivos e desejos estabelecidos em vida, tornando o momento de morte algo sagrado e imutável. O preto é ao mesmo tempo cor de proteção e mistério. Pode estar relacionado com o silêncio, o infinito e, principalmente, com a morte. Esta cor transmite introspecção, favorece a auto-análise, mas seu uso em excesso traz melancolia, depressão, tristeza, confusão, perdas e medo. 5.1.2 A Ausência do olhar No anúncio acima, é evidente a ausência do olhar. A modelo exposta na imagem, não olha o espectador, evitando este contato. No entanto é possível compreender esta ausência do olhar, como uma tática de aproximação e sedução utilizada no anúncio. Esta tática possibilita que o espectador se posicione no local onde a modelo se encontra, colocando-se no lugar da mesma. Desta forma, a identificação do espectador (consumidor) fica inevitavelmente mais simples. A ausência do olhar também reafirma o mistério, silêncio e a morte analisada com a cor preta. Desta forma, há um complexo de signos na imagem que submete o espectador a recordar lembranças, em seu repertório, que tenham ligação aos estímulos explicitados no anúncio do perfume feminino Belle D’Opium, de Yves Saint Laurent. 5.1.3 O Espelho e o Número 3 O espelho, no simbólico, está diretamente ligado ao Mito de Narciso 4 . É possível notar, no anúncio acima, os reflexos da modelo em duas posições que se completam, formando um sutil triângulo: a modelo, e seus dois reflexos. 4 Mito de Narciso: Narciso, depois de uma caçada num dia muito quente, debruçou-se numa fonte para beber água. Descuidando-se de tudo o mais, ele permaneceu imóvel na contemplação ininterrupta de sua face refletida e assim morreu afogado, na ilusão de ter encontrado a completude. Ele tentava ver nas águas do Estige as feições pelas quais se apaixonara. 38
  • 39. O espelho, em termos semióticos, pode assumir diversos significados simbólicos, podendo ser compreendidos como instrumentos de autocontemplação e reflexão. Este objeto está presente na sociedade atual, em suas diversas simbologias, que denotam referências passadas. O espelho que Narciso se encanta com seu próprio reflexo; o espelho quebrado que "dá sete anos de azar'; o espelho que leva Alice 5 , em seu conto, para um de seus mundos mágicos; ao espelho que a madrasta má, no conto da Branca de Neve, faz suas perguntas, e diversas outras referências. A imagem da modelo e seus reflexos apresentam o número 3 (três) 6 . Na astrologia, este número associa-se com a sociabilidade e a comunicação e ao romantismo e à sedução. Instiga a auto-expressão é o primeiro número criado a partir da soma de outros dois: o número 1, o princípio masculino e o número 2, o feminino, que juntos dão origem ao 3. O 3 pode ser considerado o número da perfeição, por representar a solução de um conflito gerado pelo dualismo e exprime a fórmula da criação de cada um dos mundos, o relacionamento do “eu com o mundo exterior”. Em estudos bíblicos, o três é um número sagrado, pois representa a tripartição Deus, em pai, Filho e Espírito Santo. Na espiritualidade o número três é visto como o poder da unidade entre a mente, o corpo e o espírito. E diversas outras conotações. 5.1.4 A Cor Vermelha Tendo analisado a cor preta no anúncio estudado, é imprescindível citar a breve utilização do vermelho. Em diversos significados das cores, é possível compreender o vermelho como uma cor que salienta e chama atenção. Está também ligada a morte, por denotar sangue e violência. 5 Alice através do espelho: Conto da série Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, onde Alice atravessa para o outro lado do espelho e lá encontra um mundo diferente, com muitos conceitos invertidos e acontecimentos imprevisíveis, tendo como tema o jogo de xadrez. (Disponível em <http://pqp.me/7y>. Acesso em 22 de Abril de 2011) 6 Número 3: Na maçonaria o número 3 representa o grau da perfeição, por ter como resultado a soma de uma unidade com uma dualidade, resultando em um triângulo, sendo este o mais importante símbolo maçônico. (Disponível em <http://pra.la/0680. Acesso em 14/06/2011) 39
  • 40. O vermelho simboliza o poder, é a cor que se associa com a vitalidade e a ambição. Esta cor também contribui para a confiança em si mesmo e a coragem. Possui aspectos negativos e pode expressar raiva. A cor vermelha também denota sedução, por fazer referência direta à paixão. No anúncio acima, o vermelho aparece sutilmente e apenas no canto inferior direito, chamando para o frasco do perfume, objeto de desejo e produto a conquistar o destinatário final, aflorando sua vontade de possuí-lo. Ainda sim, o vermelho pode ser usado como um sinal de que “algo estar por vir”, como usado no filme O Sexto Sentido 7 . 5.1.5 Forma em “V” É possível notar que, no anúncio, a modelo apresenta posições braçais que desenham a letra “V” do alfabeto ocidental. Além dos braços, esta forma pode ser encontrada no pescoço, decote e pernas da modelo. No significado dos sonhos, a forma em “V” pode ser compreendida como um triângulo incompleto, que convida o espectador a aproximar-se da cena, e fazer parte do cenário. É uma parte vazia, que se completa ao ter a presença do espectador. No anúncio do perfume feminino Belle D’Opium, da grife YSL, a forma em “V” representa o lugar do espectador. Sendo assim, os diversos significados identificados no anúncio acima, podem ser referenciados em quadros dos pintores Botticelli, Poussin e Rubens. Por serem quadros de grande circulação mundial, e de fácil acesso na sociedade atual, estas referências comprovam a utilização da persuasão inconsciente como técnica de influência nos anúncios publicitários. 7 O Sexto Sentido: Filme de horror do autor M. Night Shyamalan, baseado nas obras de Hitchcock, que conta a história de um menino de oito anos que é assombrado por fantasmas. No filme, com pano de fundo sombrio, o autor deixa pistas sutis na cor vermelha, indicando acontecimento negativos porvir. Disponível em <http://pqp.me/2re>. Acesso em: 15 de Abril de 2011. 40
  • 41. Isto porque, através de uma imagem, divulgando uma grande marca, é possível transmitir inconscientemente diversos símbolos, signos, significados e significantes que ativam memórias adormecidas no cérebro humano trazendo, do repertório de cada indivíduo, lembranças vivenciadas anteriormente. 41
  • 42. 5.2 REFERÊNCIAS VISUAIS Para ilustrar a pesquisa e comprovar que a técnica da persuasão inconsciente, sob o olhar da semiótica, foi utilizada no anúncio analisado, foram buscadas referências em quadros mundialmente conhecidos. Nos quadros, foram identificados posições, cores, símbolos, signos e diversas outras simbologias que se referem diretamente ao anúncio analisado, de Yves Saint Laurent. Os pintores escolhidos para representar a ilustração das referências foram Sandro Botticelli, Nicolas Poussin e Paul Rubens, com suas obras A Primavera, Uma Dança para as Músicas do Tempo e as Três Graças, respectivamente. Ambos os quadros serviram de base para representar a técnica e justificar a criação e intenção do anúncio do perfume Belle D’Opium, de Yves Saint Laurent. Pode-se conferir a análise nas subseções abaixo. 42
  • 43. 5.2.1 Referência I: A Primavera, Botticelli. Figura 2. Detalhe de A Primavera, de Botticelli. A Primavera é uma obra com tema mitológico clássico no qual é apresentada a alegria da chegada de uma das quatro estações do ano, sendo neste caso, a Primavera. Quase que ao centro pode-se encontrar Vênus, mediando a cena. Na tradição clássica, Vênus e o Cupido surgem para avivar os campos, fustigados pelo inverno, iniciando a primavera ao semear flores, beleza e atração entre os seres. (Retirado de <http://waldircardoso.wordpress.com/2010/05/23/a-primavera-sandro- botticelli/>. Acesso em 20 de Abril de 2011). 43
  • 44. Figura 3. A Primavera, Botticelli. Sobre a cabeça de Vênus está o Cupido, seu filho, de olhos vendados, apontando a seta do amor em direção às três figuras que representam as Três Graças (Aglaia, Talia e Eufrónsina) - no detalhe acima (Figura 2) -, sendo conhecidas como símbolos da sensualidade, da beleza e da castidade. As três Graças (ou Cérites) eram filhas de Zeus e da ninfa marinha Eurínome. Personificação da própria beleza, essas três jovens elegantes eram as damas de companhia de Afrodite. À direita da obra (Figura 3) encontramos três figuras. O primeiro, a personificação do vento oeste, Zéfiro, que abraça a ninfa Cloris. O momento em que Botticelli a representa, mostra a sua metamorfose, quando se transformava em Flora, a figura com vestido florido que cumpre sua função de adornar o mundo com flores. Para a filosofia platônica, esse ciclo é a ligação entre o mundo e Deus, e vice-versa. Seguindo à esquerda encontra-se Hermes, dissipando as nuvens, fechando esse ciclo mitológico. 44
  • 45. Estudos comprovam que Botticelli concebeu A Primavera sob orientação de Marsílio Ficino 8 , principal representante da filosofia neoplatônica naquela época, que compreendia Vênus como um ser de dupla natureza: terrestre, ligada ao amor humano, e celestial, ligada ao amor universal. Supõe-se Botticelli que, deste amor, traçou analogia com a Virgem Maria, devido às vestimentas de extremo recato de Vênus, na posição de sua mão direita, que se encontra em um gesto de benção, e, também, por ela estar rodeada com um arco rendilhado de folhas com fundo claro, que sugerem a forma de auréola e pré- anunciam as grinaldas florais que, futuramente, estiveram associadas à figura da Virgem Maria. No anúncio do perfume Belle D’Opium (Figura 1), de Yves Saint Laurent, é possível correlacionar três, dos fatos identificados no quadro acima, focando nas Três Graças. 5.2.1.1 Primeira: A Posição das Três Graças. Elas encontram-se em forma circular, assemelhando-se aos reflexos do espelho, encontrado no anúncio. A posição das Três Graças, com base na análise do quadro, pode fazer referência direta com o reflexo da beleza das três, que sendo irmãs, carregam características físicas semelhantes. 5.2.1.2 Segundo: As Mãos Dadas e A Posição Oposta das Três Graças. A ligação de continuidade entre as irmãs, no quadro, pode ser identificada pelas mãos dadas, que cada irmã firma com as demais. No anúncio, essa ligação pode ser vista com o encontro dos braços refletidos no reflexo do espelho, onde uma das mãos consegue-se ver, mas é possível criar em no imaginário a ligação e a outra, apesar de não estar ligada fisicamente a outra, está em uma posição que capacita a auto-completar a ligação. 8 Marsílio Ficino: Médico e teólogo Italiano, nascido em Figline Valdarno. Maior representante do Humanismo Florentino. Retirado em < http://pt.wikipedia.org/wiki/Mars%C3%ADlio_Ficino>. Acesso em 17 de Abril de 2011. 45
  • 46. No quadro, as Três Graças estão de frente umas para as outras, enquanto no anúncio, concretiza-se a posição de reflexo, como se estivéssemos vendo as imagens simétricas (quadro e anúncio) de ângulos inversos, concretizando a semelhança de reflexo e continuidade de imagem, tornando óptica esta ligação. 5.2.1.3 Terceiro: Forma em “V”. Tanto no quadro, quanto no anúncio é possível encontrar diversos “V” desenhados pelos braços e curvas das protagonistas. Tomando como base o detalhe do quadro A Primavera, de Botticelli e a anúncio do perfume Belle D’Opium, de Yves Saint Laurent. Os “V” do anúncio foram encontrados nitidamente na posição dos braços, e pernas, no pescoço e no decote da modelo, no anúncio. Já no quadro, podemos encontrar os “V” na posição dos braços, pernas e pés, assim como nas formas de suas vestimentas. 46
  • 47. 5.2.2 Referência II: As Três Graças, Paul Rubens Figura 4. As Três Graças, Paul Rubens. Peter Paul Rubens foi um pintor flamengo inserido no contexto do Barroco. Pintou o quadro (Figura 4) em 1639, e faleceu no ano de 1640. No quadro, as Três Graças foram pintadas à tinta óleo, afirmando a releitura do detalhe das Três Graças do quadro de Botticelli, A Primavera (Figura 3), retratadas com tal maestria e harmonia de mulheres reais. Na pintura, as Três Graças são consideradas divindades da dança, da delicadeza e da graça do amor, seguidoras de Vênus e dançarinas do Olímpio. São senhoras da amizade, da beleza e da fertilidade. Viviam eternamente abraçadas. 47
  • 48. O quadro de Paul Rubens assemelha-se bastante com a pintura de Botticelli, analisada na Referência I (página 42). Sendo assim, no anúncio do perfume Belle D’Opium (Figura 1), de Yves Saint Laurent, é possível correlacionar os mesmos três, dos fatos identificados no quadro acima, focando nas Três Graças: a posição das divindades, as mãos dadas e os braços que desenham “V“. Neste quadro é possível identificar um contato maior entre as Três Graças, com toques mais presentes e olhares mais profundos. Este detalhe pode fazer referência direta com a sedução apresentada no anúncio da grife francesa Yves Saint Laurent, analisado sob o perfume Belle D’Opium. 48
  • 49. 5.2.3 Referência III: Uma dança para músicas do tempo, Nicolas Poussin. Figura 5. Uma dança para as músicas do tempo, de Poussin. A pintura de Poussin (Figura 5) apresenta uma mensagem intelectual, ao mesmo tempo em que, um quebra-cabeça, podendo ser considerada um tratado, em miniatura, sobre o tempo, o destino e a condição humana, apelando mais para a razão do que para as emoções. Os quatro dançarinos são figuras alegóricas: a Riqueza, o Prazer, o Trabalho e a Pobreza. Poussin utiliza elementos simbólicos da mitologia grega e romana nesta composição, onde é possível olhar separadamente para os símbolos que representam o tempo e a passagem do mesmo. O tempo de nascer, o tempo de envelhecer, o tempo de morrer, e as múltiplas combinações possíveis no tempo finito de uma vida, como a dança dos quatro dançarinos ao centro do quadro, representando nas três figuras alegóricas encontradas acima. É possível focar no simbolismo contido na figura mitológica do deus romano Jano para relacionar com a temporalidade histórica do psiquismo inconsciente e apontar para este elemento da pintura de Poussin que nos permite pensar sobre a impossibilidade de separarmos o tempo presente do tempo passado. 49
  • 50. Jano, que deu origem à palavra janeiro, mês que marca a ligação de um ano novo com o ano velho, é retratado por Poussin em "Uma Dança para a Música do Tempo" como uma figura de duas cabeças, uma de costas para a outra, cada uma olhando para uma direção, uma é jovem e a outra representa um ancião, e os dois permanecem ligados para sempre numa estrutura rígida. No anúncio do perfume Belle D’Opium, de Yves Saint Laurent, é possível correlacionar dois, dos fatos identificados no quadro acima, nos quatro dançarinos. 5.2.3.1 Primeiro: A Posição. Novamente, é possível identificar, no quadro, a posição de reflexo, encontrada no anúncio. Apesar de serem quatro dançarinos no quadro, e só conseguirmos enxergar três imagens refletidas no anúncio, pode ser incluído o observador, neste caso os indivíduos, para análise do anúncio correlacionando este quadro. Observe que, apenas um, dos quatro dançarinos, olha para nós profundamente, encarando o espectador. Este permite que os espectadores se coloquem no lugar dele, por alguns instantes. Dois dos quatro dançarinos estão de costas para os demais, fazendo referência direta com o reflexo da modelo no anúncio, onde duas das três imagens estão de costas. 5.2.3.2 Segundo: As Mãos, Braços e Pernas. No quadro, é possível identificar as posições de mãos e braços semelhantes as do anúncio, que como na figura 3, estabelece uma ligação de continuidade entre os dançarinos. Como já analisado anteriormente, no anúncio, essa ligação pode ser vista com o encontro dos braços refletidos no reflexo do espelho, onde uma das mãos consegue-se ver, mas os indivíduos criam no próprio imaginário a ligação e a outra, apesar de não estar ligada fisicamente, está em uma posição que capacita auto-completar a ligação. No quadro, os dançarinos estão de costas uns para os outros, enquanto no anúncio, concretiza-se a posição de reflexo, como se estivéssemos vendo as imagens simétricas (quadro e anúncio) de dentro do espelho, concretizando a semelhança de reflexo e continuidade de imagem, tornando óptica esta ligação. 50
  • 51. 6. CONCLUSÃO O discurso da grife YSL, que é uma marca de luxo pouco acessível e amplamente conhecida, se afirma como uma leitura de pinturas barrocas que representam a distinção social. Após a análise feita no tópico 5.2 e em suas subseções, é possível afirmar que a persuasão é utilizada como técnica de influência nos princípios publicitários. Como visto nesta pesquisa, através dos conceitos do comportamento do consumidor e seu processo de compra, o indivíduo passa por um processo seletivo, onde se faz necessária uma proximidade física, nesse caso visual, que possibilite uma estimulação dos sentidos humanos, relacionando componentes sensoriais externos com componentes significativos internos. Neste caso, fica evidente que os componentes sensoriais externos se referem às referências buscadas para comprovar a persuasão através do status, da história por trás das obras pintadas pelos pintores expostos nesta pesquisa, “relidas” no anúncio da grife francesa Yves Saint Laurent e principalmente os significantes levantados pelos signos em questão. Já os componentes significativos internos estão ligados ao repertório do indivíduo, que determinam quais e como serão as lembranças latentes que serão ativadas a partir do momento em que o espectador (leia-se consumidor) estabelece o primeiro contato com o anúncio. Como desenvolvido nesta pesquisa, a visão foi de suma importância para concluir os efeitos causados no comportamento do consumidor, através de um anúncio publicitário, que denota diversos significados persuasivos, que influenciam a mente humana. Ainda assim, é possível dizer que através da semiótica, a persuasão inconsciente, utilizada como técnica de influência nos princípios publicitários auxilia o consumidor a passar por um processo de percepção que reconhece a informação analisada, fazendo-o ser envolvido pelos estágios da exposição, atenção e interpretação, itens necessários para ativar os estímulos sensoriais do ser humano. 51
  • 52. Durante o desenvolvimento desta pesquisa, puderam ser alcançados os objetivos iniciais para construção desta monografia. Inicialmente, analisar sob o olhar da semiótica, através do exame da persuasão inconsciente, em anúncio de perfume feminino que utiliza a técnica. Este, como objetivo geral, foi concluído. Para chegar aos demais objetivos, se fez necessário o desenvolvimento dos quatro objetivos específicos. Compreender a persuasão inconsciente, sob o olhar da semiótica, como técnica de influência nos anúncios publicitários se tornou possível através do anúncio escolhido, da grife Yves Saint Laurent, para ilustrar a presente pesquisa. No anúncio, foi possível explicitar a utilização da técnica, analisando, sob o olhar da semiótica, em anúncio impresso de perfume feminino a utilização da técnica citada acima, através das cores, formas, posições e referências, que podem ser encontradas no tópico 5.2 e suas subseções. Identificar, através da semiótica e da persuasão inconsciente, as referências utilizadas em anúncio impresso de perfume foi representado através das imagens dos quadros buscados para representar a técnica e justificar a criação e intenção do anúncio do perfume Belle D’Opium, de Yves Saint Laurent. E, para identificar, no estímulo sensorial humano, a técnica da persuasão inconsciente em anúncio impresso de perfume feminino, foi preciso justificar que o órgãos sensorial humano da visão, influencia diversos receptores sensoriais do ser humano, ativando lembranças e memórias latentes do indivíduo, influenciando-o posteriormente. O anúncio busca referências que podem ter estabelecido uma significação no repertório do consumidor que se quer atingir, e utiliza essa lembrança, de forma persuasiva e inconsciente, para vender o seu produto. E, por fim, como já foi visto nesta presente pesquisa, os estímulos sensoriais do ser humano são geradores das motivações dos consumidores, que faz com que os mesmos sejam capazes de desejar as coisas à sua volta. Assim, o anúncio se utiliza desta pré-disposição humana, para influenciar sua decisão de compra. Estímulos como a atenção, a memória, a interpretação, a significação que cada indivíduo estabelece com as informações, inconscientemente, facilitam a utilização 52
  • 53. da persuasão para manipular, de forma inconsciente, as decisões de compra de um indivíduo, a fim de mudar o seu comportamento e seus hábitos. Sendo assim, ao final desta, é possível afirmar que o objetivo da pesquisa foi alcançado. O conteúdo desenvolvido neste trabalho não foi de fácil acesso ou compreensão, mas serviu de base para a fundamentação teórica desta pesquisa. Assim, com seus objetivos alcançados, esta monografia se encerra. 53
  • 54. REFERÊNCIAS ALINE, T. Escrevendo loucamente. Disponível em <http://escrevendoloucamente.blogspot.com/2010/04/alice-no-pais-das-maravilhas-atraves- do.html>. Acesso em 22 de Abril de 2011. ARRIVÉ, M. Linguagem e psicanálise lingüística e inconsciente. Rio De Janeiro. 1999. BRENNER, C. Noções Básicas de Psicanálise. Introdução à Psicologia Psicanalítica. 4ª Edição. Rio de Janeiro: Editora Imago, 1987. CASTRO. B. O simbolismo dos números na maçonaria. Disponível em <http://pt.scribd.com/doc/55323266/6/O-Numero-Tres>. Acesso em: 14 de Junho de 2011. CALAZANS, F. Propaganda Subliminar Multimídia. São Paulo: Summus, 1992. CITELLI, Adilson. Linguagem e Persuasão. São Paulo: Ática. 1995. COSTA, A. Publicidade Ilegal. Disponível em: <http://www.juspodivm.com.br/i/a/%7B57918224-65FD-4844-A75C- 8ADE561A6104%7D_ARTIGO%20-%20%20PUBLICIDADE%20ILEGAL.pdf>. Acesso em: 09 de Setembro de 2010. CUMMING, R. Para entender a arte. São Paulo. Ática. 2000. FREUD, S. Obras completas de Sigmund Freud.. Rio de Janeiro: Delta, 1989. GADE, C. Psicologia do consumidor e da propaganda. São Paulo: E.P.U, 1998. GOMES. Pedro H. O Sexto Sentido. Disponível em: <http://tudoecritica.blogspot.com/2008/09/o-sexto-sentido.html>. Acesso em 15 de Abril de 2011. 54
  • 55. GREIMAS. A. J. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. Disponível em: <http://www.infopedia.pt/$algirdas-julien-greimas>. Acesso em: 28 de Maio de 2011. KARSAKLIAN, E. Comportamento do Consumidor. São Paulo: Atlas, 2009. KOTLER, P. O Marketing sem Segredos. Bookman Companhia, 1ª edição, 2005 KOTLER, P: Administração em Marketing. São Paulo: Editora Campus. 12ª edição, 2006. KOTLER, P: Marketing 3.0. São Paulo: Editora Campus. 1ª edição, 2009. LINDSTROM, M. A lógica do Consumo. São Paulo. Nova Fronteira, 2009. LOPES, S. Bio: volume único. São Paulo. Saraiva, 2004. MORIN, E. A complexidade Humana. São Paulo. Portugal, 1980 NOTA POSITIVA. Psicanálise. Disponível em: <http://www.notapositiva.com/trab_professores/textos_apoio/psicologia/psicanalise.htm>. Acesso em: 28 de Junho de 2011. PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica (The Collected Papers of Charles Sanders Peirce). São Paulo: Perspectiva, 2000, Coleção Estudos. PIETROFORTE, A. V. Semiótica Visual: os percursos do olhar. Contexto. São Paulo. 2004. PSICATARINA. Análise de quadro de Poussin. Disponível em: <http://psicatarina.blogspot.com/2008/04/uma-dana-para-msica-do-tempo.html>. Acesso em: 22 de Abril de 2011. 55
  • 56. RIBEIRO, Sidarta. Sonho, memória e o reencontro de Freud com o cérebro. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516- 44462003000600013&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 10 de Setembro de 2010. RIBEIRO, JULIO. Tudo que você queria saber sobre propaganda e ninguém teve paciência para explicar. São Paulo. Atlas, 1995. SCHULTZE, Max. Encyclopædia Britannica. Encyclopædia Britannica Online. Encyclopædia Britannica. Disponível em: <http://www.britannica.com/EBchecked/topic/528413/Max-Johann-Sigismund-Schultze>. Acesso em: 05 Junho de 2011. SANTAELLA, Lucia. O que é semiótica? São Paulo: Brasiliense, 1996, Coleção Primeiros Passos. SANTAELLA, Lucia. Percepção: uma teoria semiótica. São Paulo: Experimento. 1996. SANTAELLA, Lucia. Teoria Geral dos Signos – Semiótica e Autogeração. 2ª Ed. São Paulo: Ática, 1999. SANTAELLA, Lucia e NÖTH, Winfried. Imagem – Cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 2000. SANTAELLA, Lucia. Semiótica Aplicada. São Paulo: Thompson. SOLOMON, M. Comportamento do consumidor. São Paulo: Prentice-Hall, 2008. SOLOMON, M. O comportamento do consumidor. Porto Alegre: Bookman, 2002. STENBERG, R. J. Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 1997. 56
  • 57. Jacqueline Ferreira da Silva Tel: (71) 3371-3806 – Celular: (71) 8813-0923 Rua do Jacaranda, nº 879, Horto Florestal Salvador – Bahia. CEP: 40295 090 www.jacquelineferreira.com.br jacquelineferreira.pp@gmail.com FORMAÇÃO ACADÊMICA: Ensino Médio: Colégio Montessoriano, 1º e 2º grau. (Completo) Ensino Superior: Comunicação Social com hab. em Publicidade e Propaganda. (Completo) Universidade Salvador – UNIFACS. Inglês – Nível Avançado. CCAA/EBEC. Espanhol – Nível Básico. CONHECIMENTOS EM INFORMÁTICA: Operador de microcomputador: Windows XP, Pacote Office, Internet, digitação; Programas de Editoração de Imagens: Photoshop, CorelDraw, Illustrator. ATIVIDADES E CURSOS EXTRACURRICULARES: Membro da coordenação executiva do Diretório Acadêmico do curso de Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda na gestão 2007.2 à 2009.2. SENAI - CERTIFICADO SENAI - 20 horas - Processo Produtivo Gráfico SELID - CERTIFICADO SELID - 150 horas - Seminário de Líderes SEMANA UNIVERSITÁRIA 2007 e 2008 - 150 horas - Voluntariado e Congressista IMRS - Internet Marketing Road Show 2010 e 2011 - 180 horas - Organização e Congressista PALESTRAS: Marketing Digital, Marketing Político, Mobile Marketing, MaxiMídia 2009, Marketing de Guerrilha, Marketing Estratégico, Marketing Pessoal, Planejamento Estratégico, Internet Marketing. CURSOS ON LINE: NextGeneration - CERTIFICADO INTEL - 100 horas - WEB 2.0, Bussines Intelligence. EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL: SARTRE COC EMPREENDIMENTOS EDUCACIONAIS Auxiliar de matrícula, web-writer e geração de conteúdo (Jun. a Nov. de 2008) CIEE, SSA– BA. JORNAL A TARDE Call center e redação (Dez. de 2008 a Jun. de 2009) IEL, SSA – BA. VERSA COMUNICAÇÃO Diretora de Atendimento e Planejamento Publicitário (Jun. de 2009 a Ago. de 2011) UNIFACS, SSA – BA. BEEWEB AGÊNCIA DIGITAL Social media analyst, web-writer e planner (Out. de 2009 a Out. de 2010) SUI GENERIS, SSA – BA. 57
  • 58. FUTURAINVEST Gestão de presença e análise de redes sociais; Marketing e Assessoria (Out. de 2010 a Set. de 2011) INOLTZ – AGENCIA WEB Digital Planner, executiva de atendimento e redação (Set. de 2011 até a presente data) Salvador, 24 de Outubro de 2011 58