O documento discute o pós-modernismo na literatura brasileira. Apresenta o modernismo brasileiro como marcado pela Semana de Arte Moderna de 1922. O pós-modernismo caracteriza-se pela diversidade de obras em um período de mudanças políticas e sociais no Brasil, com autores apresentando um amadurecimento estilístico por meio de técnicas como a crítica social, ironia, intertextualidade e ênfase no cotidiano.
2. Pós-modernismo pode ser entendido como o
processo que caracteriza o desenvolvimento
das manifestações estéticas da cultura
ocidental. Entretanto, ele se deixa perceber
mais claramente em países desenvolvidos
como França e Estados Unidos, do que em
países menos desenvolvidos, como o Brasil.
Desta forma, é fato que existam diferenças
histórico-culturais que caracterizam o
contexto brasileiro em relação ao europeu e
o norte-americano.
3. No Brasil o modernismo tem como marco
simbólico a Semana de Arte Moderna realizada
na cidade de São Paulo em 1922. Foi um
movimento de grande importância para a
literatura no país e é considerado um divisor de
águas na história da cultura brasileira.
Segundo o professor Alfredo Bosi “a semana foi,
ao mesmo tempo, o ponto de encontro das várias
tendências modernas que desde a I Guerra se
vinham firmando em São Paulo e no Rio de
Janeiro, e a plataforma que permitiu a
consolidação de grupos, a publicação de livros,
revistas e manifestos, numa palavra, o seu
desdobra-se em viva realidade cultural.”
4. O pós-modernismo é um termo de periodização
artística e literária, “é o que vem depois do
modernismo, num sentido amplo dessa palavra,
abrangendo suas três fases: primeiro
modernismo dos anos 20, modernismo dos anos
30-45, modernismo canônico de meados dos anos
40 e 60.”
Desta forma, é fato assinalar que o modernismo
brasileiro não foi radical. Alguns traços já
explorados pelo modernismo continuam, outros
se modificaram. Não houve uma ruptura
efetivamente significativa, o que reafirma a
natureza duvidosa de qualquer classificação
definitiva acerca do tema.
5. Na produção literária da segunda metade do
século XX, especialmente a dos anos 70 e 80
visualizamos claramente as marcas da
continuidade anteriormente comentada. A ficção
brasileira dos anos 70 e 80, de acordo com
Coutinho, “caracteriza-se por uma pluralidade
de tendências, e, embora a maioria delas
contenha uma série de aspectos em comum com
o que poderíamos designar de estética do pós-
modernismo, vale observar que tais aspectos
variam significativamente de uma para outra,
tornando-se nitidamente mais frequentes nos
autores que se destacam nos anos 80 ou nas
obras mais recentes daqueles que já haviam se
consagrado antes.”
6. Desta forma, os aspectos formais desse estilo de
fazer literatura são baseados em questões como:
intertextualidade, ironia, esquizofrenia,
questionamento do racionalismo pela exploração
de outros níveis da realidade, anseio pela
pluralidade, ênfase no cotidiano, retomada de
texto do passado, acentuação e fragmentação do
texto e da polifonia de vozes, intensificação do
lúdico na criação literária, androgenia,
hedonismo, exaltação do prazer, presença do
humor, pastiche, utilização deliberada da
intertextualidade, ecletismo estilístico,
exercício da metalinguagem, fragmentarismo
textual, na narrativa há uma autoconsciência e
autorreflexão, radicalização de posições
antirracionalistas e antiburguesas, dentre outras.
7. O pós-modernismo, como expressão literária vive
sobre o signo da multiplicidade, “é um monte de
estilos, convivendo sem briga num mesmo saco,
não há mais hierarquia, (...) E, claro, não há
fórmula única. Por isso, joias pós-modernas
pintam bem diferentes umas das outras, por
toda parte.” Autores como João Cabral de Melo
Neto, Nelson Rodrigues, Adélia Prado, Lya Luft,
Hilda Hilst, Virginia Woolf, Dalton Trevisan,
Rubem Fonseca e Caio Fernando Abreu,
destacam-se por possuírem esse estilo, onde
vemos claramente atitudes modernistas, umas
estabilizadas e sedimentadas, outras
intensificadas e redimensionadas, mas que, sem
dúvida, podem ser reconhecidas na sua
diferença, tornando esse estilo eminentemente
autêntico.
8. O Pós-Modernismo caracteriza-se pela diversidade de obras, na
medida que o Brasil e o mundo experimentam inúmeras
mudanças, especialmente com o fim da Segunda Guerra
Mundial. No Brasil, esse período foi marcado por uma forte
instabilidade política, a democracia pós-getulista foi
interrompida por um golpe civil-militar que a historiografia
convencionou denominar como golpe militar. Assim, a partir de
1964, as liberdades individuais foram suprimidas, assim como as
eleições diretas. Depois de vinte e um anos, o país deixou de ser
administrado por militares e a democracia dava sinais de seu
retorno. Mas foi apenas em 1989 que ocorreram as primeiras
eleições diretas para presidente da República e o Brasil passou
a viver a chamada "Nova República" ainda em plena
transformação e com suas desigualdades sociais e regionais sob o
contexto do mundo globalizado e atual.
O Pós-Modernismo na literatura brasileira consiste num
período em que os autores apresentam um amadurecimento,
tanto na poesia quanto na prosa.
9. Crítica Social;
Ironia;
Intertextualidade;
Metalinguagem;
Humor;
Ênfase no cotidiano/realidade;
Reflexões (filosóficas e sobre os problemas
da atualidade);
Intensificação do lúdico.