3. Situação em Portugal
Dimensão real do problema
Vantagens da Actualização do Registo
Entendimento das causas Minimizar
consequências
Prevenção
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4. Determinar quais os acidentes de trabalho mais frequentes
durante a actividade laboral dos Técnicos de Análises Clínicas
e Saúde Pública em
3 Laboratórios de Patologia Clínica de instituições de Saúde :
Hospital Público Central
Hospital Público Distrital
Laboratório Privado
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5. Identificar em que género e estrato etário ocorrem mais acidentes de trabalho;
Avaliar se:
Formação complementar
Experiência profissional Diminuem a Ocorrência
Uso de EPI
Identificar em qual das Secções ocorrem mais acidentes;
Identificar em qual das Instituições ocorrem mais acidentes.
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6. 1. A picada acidental é o acidente que ocorre com maior frequência?
2. O género feminino é o que sofre maior número de acidentes?
3. Os Técnicos sem formação na área de Higiene e Segurança sofre acidentes
mais
frequentemente?
1. Os anos de exercício profissional interferem na ocorrência de acidentes de
trabalho?
2. Os acidentes de trabalho são mais frequentes nos profissionais que não
usam EPI?
3. A secção de microbiologia é aquela onde ocorre um maior número de
acidentes?
4. Os acidentes serão mais frequentes nas Instituições privadas?
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7. ???
Contribuir para o conhecimento da situação
A falta de conhecimentos, experiência ou motivação, incumprimento
de normas, regras e modos operatórios, são factores que podem levar
à ocorrência de acidentes.
Seja qual for o tipo de acidente ocorrido, este deverá ser notificado à
instituição empregadora, de modo a que esta tome as medidas
necessárias para assegurar os socorros médicos indispensáveis ao
sinistrado (Artigo 14 do DL n.º 143/99 de 30 de Abril).
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8. Tipo de estudo: multicêntrico, prospectivo e observacional.
População: técnicos que exerçam a sua função nas instituições
abordadas
Critérios de Inclusão:
Técnicos de ACSP que desempenham funções nas instituições
visadas, nas várias secções do laboratório, incluindo urgência.
Excluídos:
No laboratório privado não foram incluídos os técnicos que
exercem a sua função nos postos de colheitas, por dificuldade
de contacto
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9. Processo de Amostragem: Não probabilística por conveniência,
tendo participado 104 profissionais
Instrumentos de Medida: Questionário, sujeito a pré-teste, com
índice de fiabilidade Alpha Cronbach de 0.85, e abrangendo as
seguintes dimensões:
Caracterização sócio-demográficada População- Idade-
Género- Anos de experiência profissional- Frequência em Formação
Complementar em Higiene e Segurança no Trabalho
Caracterização do Local deTrabalho- Instituição em que
exerce funções- Secção onde exerce funções- Utilização de material de
protecção individual.
Acidentes de trabalho- Sofreu algum tipo de acidente de trabalho-
Qual o tipo de acidente
Procedimento adoptado após o acidente- Comunicou o
acidente à instituição- Assinalar o motivo porque não comunicou
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10. Desenho do Estudo
Escolha de três laboratórios de Patologia Clínica por conveniência
Recolha dos dados, através de questionário especificamente desenvolvido
para este estudo
A entrega e recolha desenvolvida em duas semanas, não sendo necessário
a realização de um “follow-up”
Abordagem estatística:
A medida de tendência central : moda e mediana
Testes de hipóteses: teste da independência do Qui-quadrado de Pearson,
com um nível de significância de 0,05.
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11. Caracterização sócio-demográfica
Dimensão da amostra : 104
Distribuição de acordo com:
Hospital Público Central: 44%
Local de exercício profissional Hospital Público Distrital: 10%
Laboratório Privado: 46%
83% SF
Género
17% SM
Faixa Etária : [31-40] > frequência
- experiente [24%]
Anos de experiência profissional
+ experiente [24%]
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12. 61% adquiriram formação
Formação Complementar
39% não adquiriram formação
98% - usa bata
97% sim
Utilização de EPI’S 92% - usa luvas
3% não
76% comunicou à Instituição
40% sim
Acidentes de trabalho 24% não comunicou à Instituição
60% não
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14. Associação entre Variáveis
A ocorrência de acidentes é dependente do Género:
α2 = 4,172; p = 0,041
♀ 44%
Inquiridos sem formação complementar em Higiene e
Segurança no Trabalho apresentam uma percentagem
mais elevada de ocorrência de acidentes de trabalho
(45%)
verifica-se no entanto independência entre a
ocorrência de acidentes de trabalho e a
frequência em formação complementar (α2 =
0,736; p = 0,391).
O aumento de anos de exercício apresenta uma
relação directa com o n.º de acidentes de trabalho
sofridos, no entanto,
a classe de técnicos com menos anos de função
([0 - 5]), apresenta uma percentagem mais
elevada de acidentes de trabalho (36%) em
relação as duas classes subsequentes.
Há no entanto uma relação de independência
entre acidentes de trabalho e anos de
experiência profissional
(α2 = 6,173; p = 0,587).
36,00%
27,30%
33,30%
42,90%
60,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
1
[0- 5]
[6- 10]
[11- 15]
[16- 20]
>21
x
Relação entre anos de experiência
profissional e acidentes de trabalho.
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15. De entre os inquiridos que
afirmaram utilizar o material de
protecção individual, a
percentagem dos inquiridos que
declarou não ter sofrido acidentes
de trabalho (58 %) é superior à dos
que declararam ter sofrido
acidentes de trabalho (41%).
No que se reporta à relação entre
secção de trabalho e n.º de
acidentes, verifica-se que a
existência de dependência
estatística entre estas variáveis
(α2 = 15,6; p = .000).
52,40%
71,40%
39,30%
13,30%
56,30%
0%
33,30%
66,70%
33,30%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
1
Hematologia
Microbiologia
Bioquímica
ServiçodeSangue
Imunologia
Virologia
Endocrinologia
Urgência
Outra
Relação entre secção e acidentes de trabalho
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16. Verificou-se por fim haver uma relação de dependência entre
Instituição e ocorrência de acidentes
(α2 = 12,296; p = 0,002), sendo que :
O Hospital Público Central regista 52% do total dos acidentes
Laboratório Privado – 28% dos acidentes
Hospital Público Distrital – 19% dos acidentes.
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17. 40% dos inquiridos sofreram pelo menos um acidente de trabalho sendo que a
picada acidental é de facto o acidente mais frequente nestes profissionais
O reecapsular da agulha e a inadequação dos dispositivos utilizados para
descarte de agulhas podem justificar a picada acidental por agulha (Canini,
Gir & Hayashida (2002) .
O corte com material de vidro, queimadura com fogo, quedas e contaminação
da pele pela não utilização de EPI’s são acidentes ocorrem também com
alguma frequência, em concordância com a literatura consultada. (Canini, Gir &
Hayashida, 2002)
É no género feminino que ocorrem mais acidentes de trabalho, no entanto,
82% dos inquiridos do género feminino, valor que poderá interferir com os
resultados obtidos
Relativamente à relação formação complementar em Higiene e Segurança no
Trabalho e apesar da percentagem de inquiridos que não tiveram esta
formação terem sofrido um maior número de acidentes, a não existência de
uma dependência pode dever-se à inadequação de conteúdos leccionados para
estes profissionais de saúde.
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18. Constatou-se a inexistência de uma relação de dependência entre
acidentes de trabalho e anos de experiência profissional. Os resultados obtidos
que indicaram aparente relação podem dever-se a:
Nos profissionais com mais anos de exercício, verifica-se um elevado n.º de
acidentes pelo facto destes serem contabilizados de forma cumulativa ;
Nos profissionais com menos anos de exercício o elevado n.º de acidentes
pode dever-se à inexperiência e ao stress do exercício.
A relação de dependência entre a secção de microbiologia e o n.º de acidentes
de trabalho encontra suporte bibliográfico que sustenta a existência de
elevados factores de risco nesta secção.
Para além da picada acidental , acidentes como queimaduras decorrem
frequentemente em microbiologia uma vez que nesta secção o trabalho,
pela sua natureza, é desenvolvido com fontes de calor (Bicos de Bunsen)
O facto da maior percentagem de acidentes ter decorrido no Hospital Público
Central não deve ser dissociado do volume de trabalho substancial que este
tipo de Instituição regista, relativamente às restantes Instituições
abrangidas pelo Estudo.
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19. Dec Lei 143/99 de 30 de Abril
Todos os acidentes devem
ser comunicados verbalmente ou por
escrito à Instiuição empregadora
(Artº 14)
Elevada percentagem de acidentes
notificados (80%), enquanto factor
indicativo da preocupação pela
gravidade da lesão ou risco de
contaminação
A não comunicação do acidente à
Instituição deve-se à avaliação e
desvalorização que o próprio
profissional faz do acidente.
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20. 1. Contribuir para a confirmação de suspeita empírica nomeadamente à maior
frequência de acidentes por picada acidental
2. Confirmação da relação de dependência entre a secção de microbiologia e a
maior frequência de acidentes na patologia clínica.
3. Confirmação da necessidade de adequar os conteúdos das acções de
formação em Higiene e Segurança para os profissionais do laboratórios
clínico nomeadamente no que respeita à implementação de práticas seguras.
4. Confirmação da existência de um maior número de acidentes em
laboratórios de Instituições com maior volume de trabalho (Hospitais
Públicos Centrais)
5. Confirmação necessidade de consciencializar estes profissionais para que
procedam à notificação dos acidentes de trabalho.
6. Contribuir para o conhecimento em matéria de Acidentes de Trabalho, junto
dos profissionais de saúde que desenvolvem a sua actividade em
Laboratórios Clínicos.
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