O documento discute as características e sintomas da dislexia, um transtorno específico no reconhecimento de palavras que compromete a compreensão da leitura. A dislexia afeta cerca de 1% da população escolar, possui origem genética e requer tratamento multidisciplinar e apoio pedagógico na escola, como mais tempo para leitura e avaliações orais.
2. sujeitos cujos problemas na compreensão
residem, basicamente, nas operações que
envolvem o RECONHECIMENTO DE
PALAVRAS
compreendem explicação oral mas não um
texto que verse sobre os mesmos
conteúdos
Em outras palavras: poderiam compreender o que lêem se
fossem capazes de ler as palavras corretamente.
Stanovich,1989
DISLÉXICOS
4. é um transtorno específico nas operações
implicadas no reconhecimento das palavras que
compromete, em maior ou menor grau, a
compreensão da leitura. A produção escrita também
é comprometida.
afeta a um subconjunto, claramente minoritário, dos
alunos com problemas na aprendizagem da leitura e
escrita. Talvez não mais que 1% da população
escolar.
5. Dificuldades de
aprendizagem
Transtornos de
aprendizagem
(Moojen, 1996, 1999,2004; Moojen e França, 2006)
Ilustração: Adriana Costa
Transtornos de
aprendizagem
Transtornos de
aprendizagem
Sem
dificuldade
LEVE MODERADO GRAVE
DISLEXIA
OS PROBLEMAS DE
APRENDIZAGEM
6. é diagnosticada em indivíduos com capacidade intelectual
normal (acima de 85 na escala WISC)
ocorre em indivíduos que tem visão e audição normal ou
corrigida e que não são portadores de problemas psíquicos
ou neurológicos graves que possam justificar, por si só, as
dificuldades escolares.
Pode ocorrer em comorbidade com outras patologias.
7. é um problema persistente até a vida adulta (com
atenuações), mesmo com tratamento adequado, o que torna o
prognóstico reservado.
O aluno disléxico que, evidenciando um alto grau de
adaptação escolar, consegue entrar na Universidade,
apresenta dificuldades importantes na leitura de palavras não
familiares.
Os disléxicos não automatizam plenamente as operações
relacionadas ao reconhecimento de palavras, empregando
mais tempo e energia em tarefas de leitura.
8. está presente desde os primeiros anos de escolaridade mas
só ao final da 2ª série é possível o estabelecimento de
diagnóstico
estão atrasados na leitura e escrita, com relação a seus
pares, com no mínimo dois anos (se a criança tem mais de 10
anos) e um ano e meio (se tem menos desta idade).
9. possui evidências de origem genética associada
a diferenças funcionais no hemisfério esquerdo
Estudos sobre a incidência de problemas de leitura em
gêmeos monozigóticos e gêmeos dizigóticos parecem
justificar a existência de uma moderada influência genética
nas habilidades implicadas no reconhecimento de palavras.
(Projeto Colorado)
Dois marcadores:
cromossoma 15 - inabilidade para leitura global da
palavra.
cromossoma 6 - disfunção fonológica
Simetria no plano temporal .
10. requer um tratamento que envolve um processo lento,
laborioso e sujeito a recaídas, conforme sugerem os dados
de estudos longitudinais de sujeitos reabilitados (Rueda e
Sanchez, 1994).
requer uma equipe multidisciplinar para seu diagnóstico e
tratamento.
11. sintomas
os problemas residem, freqüentemente, no
momento de juntar os sons parciais em uma
palavra completa
dificuldades na leitura de palavras não
familiares, sílabas sem sentido , mostrando
melhor situação com as palavras familiares
o esforço que fazem ao ler dificulta a
compreensão
12. As dificuldades residem ao ler, afetando
fortemente a leitura de palavras irregulares
(particularmente no inglês).
Os disléxicos são escravos da rota indireta,
que é muito mais lenta em seu funcionamento.
Por isso lêem lentamente, vacilando com
freqüência e, em muitos casos, silabando.
Os erros habituais são silabações, vacilações,
repetições e retificações e quando
pressionados a ler rapidamente cometem
substituições .
As vezes situam incorretamente o acento das
palavras.
14. O PAPEL DA ESCOLA
EESSCCOOLLAA
TERAPEUT
AS
FFAAMMÍÍLLIIAA
O disléxico deve
progredir na
escolaridade
independentemente
de suas dificuldades
na leitura e escrita
15. ATITUDES
dar a entender que seu problema é
conhecido e que será feito o possível
para ajudá-lo
dar-lhe uma atenção especial e animar-lhe
a perguntar em caso de alguma dúvida
(sentar perto do professor para facilitar a
ajuda).
comprovar sempre que o material
oferecido para ler é apropriado para o seu
nível leitor, não pretendendo que alcance
um nível leitor igual aos dos outros
colegas.
16. destacar sempre os aspectos positivos em seus
trabalhos e não fazê-lo repetir um trabalho
escrito pelo fato de tê-lo feito mal.
evitar que tenha que ler em público. Em
situações em que isto é absolutamente
necessário, oportunizar que ele prepare a leitura
em casa.
aceitar que se distraia com maior facilidade que
os demais, posto que a leitura lhe exige um
esforço muito grande.
17. PROPOSTA DE AÇÃO
PEDAGÓGICA
ensinar a resumir anotações que
sintetizem o conteúdo de uma explicação
permitir o uso de meios informáticos e de
corretores
permitir, se necessário, o uso da
calculadora e de gravações
18. usar materiais que permitem
visualizações (figuras, gráficos,
ilustrações) para acompanhar o texto
impresso
evitar, sempre que possível, a cópia de
grandes textos do quadro de giz, dando-lhes
uma fotocópia
diminuir os deveres de casa, envolvendo
leitura e escrita
19. APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS
ESTRANGEIRAS
analisar a possibilidade de isenção de
língua estrangeira, substituindo essa
disciplina pela elaboração de projetos
independentes sobre conhecimentos
relativos à cultura do país em que falam
esta língua
Shaywitz
20. AVALIAÇÃO ESCOLAR
realizar, sempre que possível, avaliações
oralmente
conduta válida em todos os níveis de ensino
prever tempo extra como recurso obrigatório,
não opcional, pois a capacidade de aprender
do disléxico está intacta e ele simplesmente
precisa de tempo para acessá-la
como não automatizou a leitura, terá que ler pausadamente,
com muito esforço, apoiando-se nas suas habilidades
superiores de pensamento
precisa utilizar o contexto para entender o significado da
palavra (caminho mais longo e indireto e que requer um
tempo extra)
21. evitar a utilização de testes de múltipla escolha que, pelo
fato de descontextualizarem as informações e reduzirem o
tempo de execução, tornam-se muito difíceis para o
disléxico
valorizar sempre os trabalhos pelo seu conteúdo e não
pelos erros de escrita
oportunizar um local tranqüilo ou sala individual para fazer
testes ou avaliações para que o disléxico possa focar a sua
atenção na tarefa que tem para realizar. Qualquer barulho ou
distração atrapalhará a leitura, interferindo na performance
do teste