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DISLEXIA X ALFABETIZAÇÃO FÔNICA
Sirlene Aparecida Nogueira
Pós Graduação em Psicopedagogia Institucional
São João da Boa Vista/SP
Orientadora: ProfªDra. Gabriela Maffei Moreira Malagolli
RESUMO
A dislexia do desenvolvimento é um transtorno de leitura e escrita e dentre os transtornos é o
que mais afeta o processo de aprendizagem. Uma vez diagnosticada, é fundamental a
utilização de métodos e programas de tratamentos adequados, que visem o desenvolvimento
de habilidades necessárias para que a alfabetização seja bem sucedida. Considera-se o
processamento fonológico como um pré-requisito para a aquisição e o domínio da leitura e
escrita. Neste sentido, o presente estudo se propõe abordar o método de“Alfabetização Fônica
X Construtivismo”, com a finalidade precípua de demonstrar a importância dos mesmos em
suas peculiaridades na construção do conhecimento. Principalmente em se tratando da criança
que apresenta perfil compatível quadro de dislexia do desenvolvimento. Definida como um
distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o
distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países
mostram que entre 05% e 17% da população mundial é disléxica. Ao contrário do que muitos
pensam a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção desmotivação, condição
sócia econômica ou baixa inteligência. É uma condição hereditária por alterações genéticas,
apresentado alterações no padrão neurológico.
Palavras-Chave: Dislexia, Leitura, Escrita.
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INTRODUÇÃO
O presente estudo tem por objetivo alavancar quais são os principais problemas
encontrados pelas crianças disléxicas em sala de aula, como também quais são os sintomas, e
como devem ser feito seu diagnóstico, e posteriormente qual a melhor metodologia a ser
aplicada pelo corpo docente o Construtivismo, Método fônico ou ambos concomitantemente
afim de, melhorar o seu desempenho acadêmico, e consequentemente sua vida como um todo.
Visando a orientação de todos os envolvidos, ou seja, corpo escolar, seus familiares
diretos, para que possam caminhar juntos e obter o sucesso.
Sendo que a Dislexia é considera um dos transtornos que mais afetam a aprendizagem.
É uma dificuldade de aprendizagem de origem neurológica, caracterizada pela dificuldade no
reconhecimento e fluência corretos e por dificuldade na decodificação e soletração (Capovilla,
2003).
Essas dificuldades resultam tipicamente no déficit no componente fonológico da
linguagem que é inesperada em relação a outras habilidades cognitivas consideradas no grupo
(faixa etária).
1. A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
A aquisição da linguagem, seja oral ou escrita, é parte integrante do cotidiano de todo
ser humano; os grandes pensadores do desenvolvimento de linguagem, como mestres e
propulsores de estudos tais como: Jean Piaget (1896-1980), Lev Vygotsky (1896- 1934),
Henri Wallon (1879-1962) formadores do grande tripé da educação, que elaboram
importantes teorias no âmbito da psicologia(cognitiva) e da educação, que evidenciam e ao
mesmo tempo impactam modos de pensar e teorizar sobre o pensamento na criança no século
XX.
Piaget destaca-se pela teoria do desenvolvimento humano e Vygotsky como Wallon,
atribuem ao desenvolvimento cognitivo da criança, fatores intrinsecamente atrelados entre o
desenvolvimento biológicos, com o meio onde ao qual ela está inserida. Apontando para que
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toda fonte de conhecimento se tornasse possível através desta contextualização..Portanto, o
construtivismo Ferreiro (1985) é uma metodologia de ensino também entendida como uma
corrente pedagógica, que tem como principal foco o entendimento da obtenção da
aprendizagem relacionado com a interação do indivíduo com o meio.
1.1.CONSTRUTIVISMO
Através de muitas observações, pautadas na psicogênese da língua escrita, elaborou-se
valiosos estudos acerca da construção da linguagem escrita. Observou que a criança reinventa
a escrita, uma vez que precisam, inicialmente, compreender o processo e as regras de
construção da escrita.
Sendo que mesmo em momentos chamados de ensino informal, a criança constrói
elaborações internas, ou seja, interpretações que independem dos adultos, (Ferreiro, 1985), e
não podem ser entendidas como confusões perceptivas, e mesmo as garatujas já tem
significados, cabendo aos professores observar o que o educando já conhece, prestando
atenção no modo como ele interpreta os sinais ao seu redor, e não naquilo que a escola e seus
gestores acreditam que a criança deva saber.
A escrita pode ser concebida de duas formas: como transcrição gráfica de
unidades sonoras ou como uma representação de linguagem. No caso de
codificação, tanto os elementos com as relações já estão predeterminados; o
novo código não faz senão encontrar uma representação diferente para os
mesmos elementos e as mesmas relações. No caso da criação de uma
representação, nem os elementos nem as relações estão determinadas A
construção de um sistema de representação envolve um processo de
diferenciação dos elementos e relações reconhecidos ou objeto a ser
apresentado e uma seleção daqueles elementos e relações que serão retidos
na representação. Se a aprendizagem da escrita é concebida como um código
de transição, sua aprendizagem é entendida como uma técnica se for
concebida como um sistema de representação, sua aprendizagem se converte
na apropriação de um novo objeto de conhecimento, ou seja, em uma
aprendizagem conceitual (FERREIRO,1985, p.12-16).
Portanto, é necessário imaginação pedagógica para dar às crianças oportunidades ricas
e diversificadas de interagir com a linguagem escrita. No entanto Ferreiro (1985) seria
muitíssimo importante a formação psicológica para compreenderas respostas e as perguntas
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das crianças. Como também ter a compreensão deque a aprendizagem da linguagem escrita é
muito mais que aprendizagem de um código de transcrição, e sim a construção de um
sistema de representação.
1.2.MÉTODO FÔNICO
A alfabetização Fônica de acordo com Capovilla (2003) começa pela compreensão das
unidades mínimas da escrita, ou seja, a compreensão do funcionamento do Código (ou
Principio) Alfabético e a relação entre grafemas e fonemas. O alfabeto é um Código, e este
enfatiza a importância do desenvolvimento fonológico como precursor para o processo de
aquisição completa na fluência e domínio da escrita e consequentemente da leitura,
abordagem esta que possibilita a realização de atividades de treino de leitura e consciência
fonológica de forma lúdica, sistemática e objetiva.
Os exercícios são divididos em duas partes: Consciência Fonológica e Alfabeto.
Em Consciência Fonológica, as atividades focam na percepção de partes que compõem uma
palavra, tais como sílabas, fonemas, rima e aliteração. Na parte de Alfabeto, as atividades são
voltadas para ode treino de correspondências entre as letras e os seus sons. Outras sugestões
Capovilla (2003)é a utilização também de jogos, livros e atividades que focam no treino
ortográfico e na produção escrita.
Dentre as habilidades consideradas primordiais para o processo de aquisição da leitura e
escrita, o processamento fonológico é de suma importância.
Neste sentido, Capovilla (2003) aponta que os distúrbios de processamento fonológico
são a principal causa dos problemas de leitura e escrita, tal como ocorre no quadro de Dislexia
do Desenvolvimento. Frente a tais dificuldades, atualmente tem sido criado programas de
intervenção estruturados com foco nas dificuldades de leitura e de processamento fonológico
que podem contribuir para melhora na leitura das crianças diagnosticadas com dislexia. Uma
das ferramentas também implementada por Capovilla (2010 )são os CD-ROM a Alfabetização
fônica computadorizada ,que tem tornado ainda mais lúdica e eficaz a alfabetização, bem
como a intervenção para prevenção e tratamento de problemas de leitura e escrita, indicando
um grande avanço no processo de automatização da leitura e consequentemente maior
facilidade de acessar o conteúdo do que é lido. Desta maneira, a utilização do programa
trouxe efeitos extremamente positivos.
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2. DIAGNÓSTICO
Quanto mais cedo se for feito o diagnóstico da criança disléxica melhor, para que se
faça uma intervenção precoce, com a finalidade de serem amenizados os impactos causados
pela mesma em sua totalidade.Sendo que alguns aspectos podem ser observados desde a
educação infantil, embora a maioria dos diagnósticos sejam feitos à partir da terceira série , e
segundo (Robert Frank,2003) o sintomas apresentados são: Problemas em reconhecer ou
escrever palavras; Dificuldades em estruturar trabalhos escritos, como redações; Problemas
com ortografia; Inversão de letras;Dificuldade de memória a curto prazo;Dificuldade em
revisar ou identificar erros;Compreensão auditiva inferior à média;Problemas com
organização;Dificuldades em escrever à mão; Baixo limiar de atenção quando
escuta;Recuperação inferior de palavras; Problemas com discriminação visual;Problemas com
percepção espacial;Dificuldades em lembrar nomes;Lentidão ao fazer tarefas escolares;Pouca
noção de tempo;Dificuldade em distinguir certos sons entre vogais e consoantes;Confusões
com símbolos e com o alfabeto;Problemas em lembrar a rotina diária e Compreensão inferior
de leitura.
Portando o diagnóstico dos transtornos de Aprendizagem (Robert Frank,2003) deve ser
conduzida por uma equipe multidisciplinar e não só por um indivíduo. Porque a dislexia é
uma condição complexa, e especialistas de uma variedade de campos, incluindo médico,
neurológico,educacional,psicológico e social, são necessários para haver uma avaliação
correta.
Os sistemas de ensino invariavelmente usam uma abordagem multidisciplinar, incluindo
dados dos professores e de outros funcionários e orientadores da escola. Assim, a avaliação
não só identifica as causas das dificuldades apresentadas, como permite um encaminhamento
adequado ao tratamento para cada caso, por meio de um relatório.
Portanto, conhecendo as causas das dificuldades do indivíduo, o profissional pode
utilizar a linha terapêutica que julgar mais conveniente para o tratamento,no qual poderá ser
elaborado um Programa de Educação Individualizada (PEI),onde serão trabalhadas as suas
necessidade específicas.
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Segundo este mesmo autor Robert Frank (2003) a dislexia não tem cura, pois não é
uma doença e sim um distúrbio de aprendizagem. No entanto, com acompanhamento
adequado, mediante uma avaliação adequada, o disléxico evoluirá. Esse tempo de
acompanhamento vai variar de disléxico para disléxico considerando-se os diferentes graus da
dislexia. Portanto, desde o princípio do acompanhamento o próprio disléxico, como os
familiares e a escola, poderão perceber as mudanças, o que será altamente positivo para sua
vida acadêmica, familiar, social e profissional.
3. CONCEITO DEDISLEXIA E CLASSIFICAÇÃO ESPECÍFICA
A Dislexia é um tipo de distúrbio de leitura , que provoca uma dificuldade específica na
aprendizagem da identificação dos símbolos gráficos (Capovilla,2003), embora a criança
apresente inteligência normal, integridade sensorial e receba estimulação e ensino adequado,
no entanto a leitura é um processo de compreensão abrangente que envolve aspectos
sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, neurológicos, bem como culturais,
econômicos e políticos. E a correspondência entre os sons e os sinais gráficos, através da
decifração do código e a compreensão do conceito ou idéia. Tanto quanto a fala, a leitura não
é um comportamento natural, mas um processo adquirido a longo prazo e em certas
circunstância de vida que determinam o sucesso ou o fracasso na aprendizagem.
Segundo Myklebust (1998 apud José;Coelho,2008) “representando um déficit na
capacidade de simbolizar, começa a se definir a partir da necessidade que tem a criança de
lidar, receptivamente, ou expressivamente, com a representação da realidade, ou antes, com a
simbolização da realidade, ou poderíamos também dizer, com a nomeação do mundo”.
Os principais padrões de disfunção na leitura podem ser divididos em dislexias periféricas e
centrais Morais (1995) e Seymour (1987).
Nas dislexias periféricas, os distúrbios ocorrem na análise visual (e.g., dislexia visual e
dislexia de negligência), ou no reconhecimento das palavras (e.g.leitura letra -a- letra e
dislexia atencional).
Já nas dislexias centrais, os distúrbios o correm em componentes das rotas fonológica e/ou
lexical.As dislexias em que apenas uma das rotas apresenta distúrbios são denominadas de
síndromes de um único componente(Pinheiro,1995), como por exemplo as dislexias
fonológica e morfêmica.Quando ambas as rotas apresentam problemas, as dislexias são
denominadas de síndromes de componentes múltiplos, como por exemplo as dislexias
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profundas e superficial. Segue uma breve descrição de cada um desses quadros segundo
Morais (1995)e Seymour (1995):
1. Dislexia visual: Há distúrbios no sistema de análise visual das palavras. Os Erros de leitura
mostram uma semelhança visual entre a escrita da palavra pronunciada e a da palavra alvo;2.
Dislexia de negligência: Os distúrbios também estão no sistema de análise visual. Na leitura
ocorrem erros sistematicamente em certas partes da palavra (geralmente na parte inicial);3.
Leitura letra –a- letra: Há distúrbios no reconhecimento global de palavras, ou seja, no
processamento paralelo a letras. A leitura só é feita corretamente após a soletração (em voz
alta ou não) de cada letra individual; 4. Dislexia atencional: Há dificuldades na codificação
das posições especificas das letras nas palavras, apesar da identificação paralela das letras
estarem preservadas. Pode haver migrações de letras dentro de uma mesma palavra ou
,principalmente, de uma palavra a outra durante a leitura de frases; 5. Dislexia fonológica: Há
dificuldade ma leitura pela rota fonológica e, portanto, a rota lexical é preferencialmente
usada. (Boder, 1973); 6.Dislexia morfémica ou semântica: Há dificuldades na leitura pela rota
lexical, sendo que a leitura é feita basicamente pela rota fonológica. (Boder,1973);7. Dislexia
profunda; Há sérios distúrbios no processo de conversão grafema fonema e algum distúrbio na
rota lexical. Coltheart (1987); 8. Dislexia Superficial: Há sérios distúrbios na rota lexical e
algum distúrbio na rota fonológica. Porém, atualmente há uma tendência em não diferenciar a
dislexia superficial da dislexia morfémica. Os erros demonstram efeito de regularidade e
ausência de efeito de lexicalidade. Capovilla ( 2003, p.26-28).
4. ATITUDESE ATIVIDADES POSITIVAS PARA AUXILIAR O
DISLÉXICO
Seguem algumas sugestões (Robert Frank, 2003) atitudes consideradas positivas como
atividades que podem ser trabalhadas com os disléxicos tais como: Incentivando-lo sempre ,
destacando suas conquistas, e superando os seus medos e inseguranças, proporcionar-lhe
materiais pedagógicos que saliente seus pontos fortes, principalmente incentivando-o a ler
aquilo que lhe traz prazer, tais como:livros, revistas, artigos,etc.
Deixá-lo usar instrumentos tecnológicos (onde possam lhe auxiliar nas pesquisas ou
seja:tablets; notebook;celular; gravadores; etc.Procurar fazer com que ele tenha um horário
esquematizado para suas atividades, sendo que assim conseguirá dar conta de cumprir todas
as atividade que lhe foi propostas.Buscar sempre um lugar tranqüilo e organizado para que
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possa fazer suas lições.Oferecer-lhe mais tempo para que possam fazer suas provas, e se
possível orais com um facilitador.Não colocá-lo em condições ridículas, expondo em
situações que se sintam coagidos, respeitando suas condições peculiar.Procurar vivenciar de
maneira empírica atividades que possam lhe trazer de maneira concreta o raciocínio lógico,
através de jogos tais como: xadrez, dominó, quebra-cabeça, etc. Proporcionar-lhe passeios
em lugares que possa tem contextualização de sentidos tais como: Museus; parques temáticos,
cinemas, bibliotecas, cidades históricas etc.
CONSIDERAÇÕESFINAIS
A criança se vê continuamente envolvida, como agente observador, no
mundo “letrado”. [...] Se pensarmos que a escrita remete de maneira óbvia e
natural à linguagem, estamos supervalorizando as capacidades da criança,
que pode estar longe de ter descoberto sua natureza fonética. [...] A criança
que cresce em um meio “letrado” está exposta à influência de uma série de
ações. E quando dizemos ações, neste contexto, queremos dizer interações.
Através das interações adulto/adulto, adulto/criança e criança entre si, criam-
se as condições para a inteligibilidade dos símbolos. (FERREIRO, 1985,
P.59-61).
Apesar de haver controvérsias em se tratando de “Métodos”, e de qual seria o melhor
para a alfabetização das crianças, nesta questão pertinente em se tratando do “Disléxico”,
tudo leva a crer que o método da Alfabetização fônica evidência diante deste presente
estudo, como sendo considerada a ideal para este tipo de transtorno.
Sendo que a rota fonoaudióloga é essencial para o desenvolvimento da leitura (Share,
1995) no estágio inicial, e o processo de decodificação fonológica é fundamental para a
aquisição das representações ortográficas das palavras, o que posteriormente permitirá a
leitura via rota lexical. Nos estágios posteriores, a decodificação ainda continua sendo de
extrema importância, visto que o leitor está sempre se deparando com palavras desconhecidas.
Portanto, nada impede que ela possa ser exercitada concomitantemente com o método
do Construtivismo.
O importante é a aceitação e adaptação do próprio disléxico à linha adotada pelo
profissional. Lembrando-se das múltiplas inteligências. Como a principal característica dos
disléxicos é a dificuldade da relação entre a letra e o som (Fonema-Grafema), ele precisa ter
um acompanhamento por multiprofissionais tais como: Psicopedagogos trabalhando na
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contextualização dos sentidos através de atividades lúdicas, em materiais concretos, como
também visando a orientação de todo corpo docente, e apoio à seus familiares para o
progresso do mesmo.
Neste contexto o acompanhamento por um fonoaudiólogo será indispensável, pois o
mesmo irá enfatizar a consciência fonológica. Onde serão trabalhados no sentido de treinar a
memória imediata, percepção visual e auditiva.
Todavia, é imprescindível que seja impulsionado a idéia da utilização de materiais
multissensoriais (Robert Frank,2003)para suprir o máximo as necessidades individuais da
criança e deixá-las usar os seus sentidos, especialmente o tato e a audição. Um exemplo
básico seria poder ler e ouvir enquanto se escreve. Outro seria, por exemplo, levá-lo à um
museu, pois, o disléxico assimila muito bem tudo que é vivenciado empiricamente.
Todavia, ainda não existe uma classificação em forma de lei específica para que melhor
ampare a criança, ou seja, o indivíduo com distúrbio de aprendizagem.
Sendo que,se houver todo um aparato legal no que concerne o apoio e com
acompanhamento adequado a criança em período propício, mediante uma avaliação adequada
a tempo de uma intervenção na idade certa, ou seja, por profissionais capacitados, e a
orientação e acompanhamento após diagnóstico, trabalhando em conjunto com o corpo
docente e seus familiares.
O disléxico evoluirá de forma consistente até obter melhorias na qualidade de vida
educacional, causando menos estresse e acúmulos de impactos negativos em sua vida, tanto
na forma acadêmica como pessoal. Sendo que este tempo de acompanhamento por
profissionais de múltiplos apoios (Robert Frank, 2003) poderá variar de disléxico para
disléxico, além de considerar os diferentes graus da dislexia.
Portanto, desde o princípio do acompanhamento o próprio disléxico, como todos os
envolvidos, que estão em seu entorno tais como:- seus familiares, corpo docente e
comunidade escolar, perceberão suas mudanças deforma positiva e gradativamente. Sendo
que é muitíssimo importante neste período também o apoio intra familiar. Principalmente,
onde todos os envolvidos devem procurar sempre exaltar as conquistas da criança,
estimulando-a em suas capacidades peculiares.
Portanto, já está previsto na lei 9.394, de 20/12/96 (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação a partir do artigo 12, inciso I), que a escola faça a elaboração, e se atente a execução
da sua Proposta Política Pedagógica, na qual já está embutidas em seu bojo, as orientações
peculiares, em que as crianças, jovens ou adultos devam caminhar com seu grupo etário.
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Salientando-seque o caso de retenção de série neste caso de crianças com distúrbio de
aprendizagem como é o caso do disléxico em específico, é desaconselhável, pois uma vez que
isso venha a ocorrer, poderá causar-lhe danos irreversíveis, visto que, já traz em seu histórico
tantos desafios e insucessos, e poderá até mesmo por conta disso, abandonar a vida
acadêmica, por baixa auto-estima.Lembrando-se sempre que muitas vezes ele já vem tão
desgastado por fracassos não compreendidos. Cabendo a todos bom senso.
Dislexia não é uma doença, mas sim um distúrbio hereditário (genético) e, portanto o
indivíduo nasce e morre com esse distúrbio. Destacando que o Disléxico na maioria das vezes
em testes aplicados de Inteligência cognitiva é classificado acima da média. Estudos indicam
que pessoas com dislexia podem apresentar o lado direito do cérebro maior (ABD, 2001).
Desta forma, indivíduos disléxicos podem ter suas habilidades que envolvam
criatividade mais apuradas, em comparação à pessoas sem este diagnóstico, o que explica a
ocorrência de casos entre famosos como Charles Darwin, Leonardo Da Vinci, Tom Cruise e
Walt Disney,Albert Einstein etc.
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