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2
ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE CAFÉ DA BAHIA
14° AGROCAFÉ
LIVRO DE RESUMOS
XIV SIMPÓSIO NACIONAL DO AGRONEGÓCIO CAFÉ
Salvador, BA, 11 a 13 de março de 2013
Salvador, BA
2013
3
Simpósio Nacional do Agronegócio Café (14. : 2013 : Salvador, BA)
Resumos / XIV Simpósio Nacional do Agronegócio Café, Salvador, BA, 11 a 13 de março
de 2013. Salvador, BA: Associação dos Produtores de Café da Bahia, 2013.
60p.
Organização: Guilherme Augusto Vieira
1.Café – Produção. 2. Agronegócio. 3. Bahia – Congresso. I. Vieira, Guilherme Augusto
II. Título.
CDD: 633.73
4
ORGANIZADOR
Guilherme Augusto Vieira
Doutorando em História das Ciências, UFBA/UFFS
Coordenador da Comissão Científica XIV AGROCAFÉ
Qualyagro Consultoria & Treinamento
Fone: (71) 9161-2740
E-mail: guilhermevet1@hotmail.com
guilherme@farmacianafazenda.com.br
5
APRESENTAÇÃO
Nesta 14° Edição do nosso Simpósio, abordamos temas atuais do maior
interesse do Agronegócio e particularmente do café.
As alterações climáticas que estão acontecendo no mundo têm causado
preocupações e prejuízos no nosso setor, sendo importante termos a noção
exata do que está, e o que poderá acontecer no futuro.
Outro assunto é a comprovação do efeito benéfico do consumo de café na
qualidade de vida e na longevidade do ser humano.
6
SUMÁRIO
Desenvolvimento e Caracterização de Soluções Filmogênicas e Embalagens de Ami-
Do de Mandioca Incorporados com Extrato de Café..................................................... 8
Alterações Morfológicas de Cafeeiros Associados a Diferentes Densidades de Gre-
víleas ........................................................................................................................... 11
Potencial Hídrico Foliar de Cafeeiros Associados com Diferentes Densidades de
Plantio de Grevíleas.................................................................................................... 14
Avaliação do Rendimento de Frutos de Café Cultivado em Sistema Arborizado
Por Grevíleas em Diferentes Densidades de Plantio.................................................. 17
Determinação da Cobertura do Solo por Análises de Imagens em Áreas de Cultivo
de Cafezais Arborizados em Diferentes Densidades.................................................. 20
Disposição de Serrapilheira em Área de Cafeeiros Associados com Diferentes
Densidades de Grevíleas............................................................................................ 23
Indicação Geográfica para os Cafés do Planalto de Vitória da Conquista................. 26
Estudo de Caso Sobre a Participação do Crédito Rural no Funding Necessário para
A Produção de Café no Brasil...................................................................................... 29
Café Solúvel Brasileiro e o Aquecimento do Mercado de Robusta............................ 32
Níveis de Gestão da Qualidade na Produção Cafeeira: Estudo Exploratório.............. 35
Comparação das Variedades de Arábica do IAC entre Regiões e Tecnologias Dis-
tintas........................................................................................................................... 38
IPR 103: Cultivar de Café Arábica Rústica mais Adaptada para Regiões Quentes
e Solos Pobres.......................................................................................................... 41
7
Estudo da Produção Cafeeira em Sistemas de Gestão Familiar nas Regiões
De Barra do Choça e Vitória da Conquista-BA.................................................... 45
Desenvolvimento Reprodutivo no Subperíodo Florescimento em Cafeeiros
(Coffea arábica L.) CV. Catuaí, sob Diferentes Densidades de Grevíleas............ 49
Alterações Morfológicas em Grevíleas Associadas em Diferentes Densidades
de Plantio com Cafezais........................................................................................... 52
Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA): criando oportunidades
o Brasil................................................................................................................. 55
Conteúdo de Água no Solo na Projeção da Copa de Cafezais sob Diferentes
Densidades de Grevíleas....................................................................................... 58
8
DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE SOLUÇÕES FILMOGÊNICAS E
EMBALAGENS DE AMIDO DE MANDIOCA INCORPORADOS COM EXTRATO DE
CAFÉ
Lindaiá Santos Cruz1*
, Luana de Oliveira Melo Naponucena1,2
, Luciana Emanuela Ferreira
Saraiva1,2
, Aline Silva Costa1
, Wagner Barbosa Bramont1
, Bruna Aparecida Souza Machado1
,
Janice Izabel Druzian2
1
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, Alimentos e Bebidas, Avenida Dendezeiros do Bonfim,
40015006, Salvador, Bahia, Brasil
2
Faculdade de Farmácia, Universidade Federal da Bahia – UFBA, Rua Barão de Geremoabo s/n, 40170290,
Salvador, Bahia, Brasil
INTRODUÇÃO
A oxidação é um dos fatores que mais interferem na qualidade dos alimentos e em sua
vida de prateleira. A constante preocupação em oferecer aos consumidores produtos de alta
qualidade, tem levado a adoção de medidas que permitem limitar o processo de oxidação, como
a utilização de embalagens ativas contendo agentes antioxidantes, como o café, que é um aditivo
natural (MACHADO, 2011).
A fim de se amenizar os problemas ambientais causados por embalagens sintéticas tem-
se crescido o interesse por embalagens ativas oriundas de matrizes poliméricas naturais, como o
amido. O café é um alimento rico em compostos antioxidantes, como por exemplo, compostos
fenólicos, incluindo flavonoides e ácidos clorogênicos.
Diante de tal problemática, esse trabalho apresenta o desenvolvimento de embalagens
comestíveis de amido de mandioca adicionados de extrato de café, bem como a caracterização
dos mesmos quanto às propriedades de barreira e também a caracterização das soluções
filmogênicas utilizadas para a preparação das embalagens.
MATERIAL E MÉTODOS
Os filmes foram desenvolvidos a partir do preparo de uma solução filmogênica. Essa
solução foi composta por água destilada, amido de mandioca (5%), açúcar invertido (1,4%),
sacarose (0,7%) e café solúvel (0,25%, 0,5%, 0,75% e 1%). As soluções foram submetidas a
aquecimento até a temperatura de gelatinização do amido (70°C), em banho-maria, sob agitação
constante (VEIGA-SANTOS & SCAMPARINI, 2004). Em seguida, a mistura foi mantida em
repouso até resfriamento completo. Após o resfriamento, as soluções foram caracterizadas em
relação à Umidade, teor de sólidos Totais e pH.
Para o desenvolvimento das embalagens, pesou-se 40 g da solução em placas de Petri
de polietileno. Em seguida, as placas foram levadas à estufa com circulação de ar (35°C± 2°C)
para secagem do solvente. Os mesmos foram armazenados em dessecadores contendo solução
de cloreto de sódio e caracterizadas quanto as propriedades de barreira (umidade e atividade de
água) e teor de sólidos totais, conforme metodologia proposta por VEIGA-SANTOS &
SCAMPARINI (2004). Todas as análises foram feitas em triplicata.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As soluções filmogênicas de amido de mandioca, plastificadas sacarose e açúcar
invertido e aditivadas com diferentes concentrações de extrato de café, foram preparadas de
acordo com a metodologia proposta por VEIGA-SANTOS & SCAMPARINI (2004), e estão
apresentadas na Figura 1. A Figura 2 apresenta as embalagens de amido e aditivadas com
diferentes concentrações de extrato de café, bem como, o controle.
9
Figura 1. Soluções filmogênicas de amido de mandioca: C (controle), F1 (0,25% de café), F2
(0,5% de café), F3 (0,75% de café) e F4 (1% de café).
Figura 2. Embalagens de amido de mandioca: C (controle), F1 (0,25% de café), F2 (0,5% de
café), F3 (0,75% de café) e F4 (1% de café).
A partir das análises de caracterização das soluções filmogênicas, observou-se que a
umidade variou de 92,49 a 93,14%, enquanto que o percentual de sólidos totais, variaram de
6,86 a 7,51%, entre a formulações aditivas com extrato de café. O pH das soluções
apresentaram valores bastante semelhantes. Estes resultados encontram-se apresentados na
Tabela 1.
Tabela 1.: Caracterização das soluções filmogênicas: U (umidade); ST (sólidos totais); pH
SOLUÇÃO U (%) ST (%) pH
C 93,33±0,04 6,67±0,34 5,33±0
F1 93,14±0,03 6,86±0,03 4,96±0,01
F2 92,99±0,03 7,01±0,03 4,93±0,02
F3 92,81±0,02 7,19±0,02 4,91±0,01
F4 92,49±0,04 7,51±0,04 4,89±0,02
Na Tabela 2 são apresentados os valores encontrados para as determinações de sólidos
totais (ST), umidade (U) e atividade de água (aw) dos filmes preparados com os diferentes
concentrações do aditivo natural (extrato de café) e o controle.
Tabela 2: Caracterização das embalagens de amido: U (umidade); ST (sólidos totais); aw
(atividade de água).
Embalagens U (%) ST (%) aw
C 12,20±0,33 87,80±0,33 0,742±0,004
F1 11,67±0,01 88,33±0,01 0,858±0,001
F2 13,64±0,36 86,64±0,36 0,809±0,001
F3 13,34±0,25 86,66±0,25 0,852±0,001
F4 15,35±0,18 84,65±0,18 0,814±0,003
C F1 F2 F3 F4
C F1 F2 F3 F4
10
Os valores de sólidos totais para os filmes com polpa de manga variaram de 84,65 a
88,33%. Valores inferiores aos encontrados neste estudo para o teor de sólidos totais foram
relatados por SANTANA et al., (2013), que incorporaram urucum como aditivo antioxidante em
embalagens biodegradáveis a base de quitosana (78,94 a 79,81%). MACHADO et al., (2012)
encontrou variações de 81,22% a 84,50% nos teores de sólidos totais para filmes biodegradáveis
de amido de mandioca incorporados com nanocelulose como reforço e com extrato de erva-
mate como aditivo antioxidante, sendo estes resultados semelhantes aos encontrados neste
estudo para filmes de amido aditivados com polpa de manga e acerola.
Em relação ao parâmetro de umidade, foram encontrados variações de 11,67 a 15,35%
para os filmes de amido incorporados com extrato de café. Alguns trabalhos na literatura
descrevem a umidade de filmes biodegradáveis de quitosana (SANTANA et al., 2013) e de
amido de mandioca (MACHADO et al., 2012), os quais variam de 20,19 a 21,06% e 15,50% a
18,78%, respectivamente.
É estabelecido na literatura que o principal fator na estabilidade de um alimento não é a
umidade, mas sim a disponibilidade da água para o crescimento de microrganismos e reações
químicas. O conceito de atividade de água (aw) é universalmente adotado por pesquisadores e
especialistas da área de alimentos para quantificar a disponibilidade de água presente no
alimento que permita o crescimento de microrganismos e o acontecimento de reações químicas.
Neste contexto, o percentual de água presente nas embalagens biodegradáveis, medida através
da aw, é um parâmetro importante na utilização de um material ou biomaterial como
embalagem. Produtos com aw mais baixa geralmente estão menos sujeitos à degradação por
microrganismos e à alterações químicas (MÜLLER et al., 2008). Os valores de aw variaram de
0,814 a 0,858 entre as formulações, e maiores do que o controle (0,742) sendo assim
considerados produtos de umidade elevada.
CONCLUSÕES
Concluiu-se que a adição de café nas proporções utilizadas nos filmes mantiveram próximas as
propriedades de barreira dos mesmos. Os filmes comestíveis são uma boa alternativa para se
minimizar os problemas ambientais, visto que podem no futuro substituir as embalagens
sintéticas. A incorporação de extrato de café é viável como um aditivo natural com propriedades
antioxidantes.
REFERÊNCIAS
MACHADO, B. A. S. Desenvolvimento e caracterização de filmes flexíveis de amido de
mandioca com nanocelulose de coco. 2011, 151 p. Dissertação (Mestrado em Ciências de
Alimentos) – Faculdade de Farmácia, Universidade Federal da Bahia, Salvador – BA.
MACHADO, B. A. S.; NUNES, I. L.; VARGAS, F. P.; DRUZIAN, J. I. Desenvolvimento e
avaliação da eficácia de filmes biodegradáveis de amido de mandioca com nanocelulose como
reforço e com extrato de erva-mate como aditivo antioxidante. Ciência Rural, 2012.
MÜLLER, C. M. O.; YAMASHITA, F.; LAURINDO, J. B. Evaluation of the effects of
glycerol and sorbitol concentration and water activity on the water barrier properties of cassava
starch films through a solubility approach. Carbohydrate Polymers, v. 72, p. 82–87, 2008.
SANTANA, Maria Cecília Castelo Branco de et al. The incorporation of annatto as antioxidant
additive based biodegradable packaging chitosan. Ciência Rural, 2013.
VEIGA-SANTOS, P.; SCAMPARINI, A.R.P. Indicador irreversível de temperatura utilizando
carboidratos. PI0403610-7 A2, patente protocolizada no INPI, 2004.
*
Lindaiá Santos Cruz– lindaias@fieb.org.br
11
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS DE CAFEEIROS ASSOCIADOS A DIFERENTES
DENSIDADES DE GREVÍLEAS
Perla Novais de Oliveira1
, Sylvana Naomi Matsumoto², Luan Santos de Oliveira5
, Jerffson
Lucas Santos3
, Lucialdo Oliveira D´arêde4
, Greice Marques Barbosa4
¹Graduanda do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB,
bolsista CNPq, perla_oliveira2@hotmail.com; ²D.Sc. Professora do Departamento de Fitotecnia
e Zootecnia, UESB. Estrada do Bem Querer, km 4, CEP 45.083-900 - Vitória da Conquista,
Bahia; 3
Graduando do curso de Agronomia da Uesb, bolsistas Fapesb; 4
Pós-Graduando do
Programa de Mestrado em Fitotecnia da UESB; 5
Graduado do Curso de Agronomia da UESB.
INTRODUÇÃO
Coffea arabica L., pertencente à família das Rubiaceas, é originária da Etiópia, nas
áreas de maior altitude, em meio às florestas tropicais, onde se desenvolve sob sombreamento,
como vegetação de sub-bosque (MORAES, 2008; BRITO, 2012; MANCUSO, 2012). Segundo
Lunz (2006) e Righi et al. (2007) o café possui uma elevada adaptação fenotípica, podendo ser
cultivado em ambientes a pleno sol ou sombreados.
A arborização na agricultura é uma técnica muito utilizada em países equatoriais para
a proteção de cafezais contra as adversidades climáticas e promoção da sustentação da cultura
(LUNZ, 2006). Diversos estudos estão sendo realizados visando compreender os efeitos da
arborização no comportamento dos cafeeiros. Morais et al. (2003) ao estudarem o plantas de
café sob sombreamento denso com guandu (Cajanus cajan L. Millsp.) e a pleno sol, avaliando
características de crescimento, observaram-se maior altura dos cafeeiros, folhas maiores e com
menor quantidade de matéria seca.
Assim,o objetivo deste estudo foi avaliar as alterações morfológicas das plantas de
café (Coffea arabica L.) associado a grevíleas (Grevílea robusta A. Cunn.) no planalto de
conquista, Bahia.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido na área experimental do campo agropecuário da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia, município de Vitória da Conquista – Ba, localizada a 14º 53’
Latitude Sul e 40º 48’ Longitude Oeste de Greenwich, a uma altitude de 960 metros.
O ensaio foi composto por seis campos de observação definidos por diferentes
espaçamentos de grevíleas nos cafezais. Os Cafeeiros da variedade Catuaí vermelho (IAC 144)
foram dispostos em espaçamento 3 x 1m e as grevíleas foram plantadas em seis diferentes
espaçamentos, constituindo seis variações de densidades: (T1: 6 X 6 m, 277 plantas ha-1
; T2 : 6
X 12 m, 138 plantas ha-1
; T3: 9 X 9 m, 123 plantas ha-1
; T4: 12 X 9 m, 69 plantas ha-1
; T5: 9 X
18 m, 61 plantas ha-1
; T6: 18 X 18 m, 30 plantas ha-1
).
12
As avaliações foram feitas em períodos de dois meses em 2011/2012, totalizando 5
avaliações: setembro, novembro, janeiro, março e maio, sendo coletados dados referentes às
plantas de café. Foi determinado a altura, com uma régua graduada, colocada paralelamente ao
caule da planta, medindo-se o comprimento a partir do solo até a gema apical do ramo
ortotrópico, e a área foliar individual, em que foram coletadas 3 folhas de cada planta do terço
médio e acondicionadas em sacos plásticos previamente identificados, sendo determinada a área
foliar, por meio de um integrador de área foliar de marca LI-COR (modelo 3100)
Os resultados foram submetidos à análise de variância e teste F ao nível de 5% de
probabilidade e análise de variância da regressão, com teste F ao nível de 10% de probabilidade.
Como ferramenta de auxílio às análises estatísticas, adotou-se o procedimento do software
Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas, Saeg, versão 9.1.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi observado para todas as avaliações que maiores densidades de grevíleas
condicionaram maior altura dos cafeeiros (Figura 1 A). A maior altura das plantas pode ser
explicada pela diminuição no fluxo de transporte das auxinas para as raízes em ambientes
sombreados, condicionando maior acúmulo deste hormônio na parte aérea (MORELLI &
RUBERTI, 2002).
FIGURA 1. Altura e área foliar de três folhas das plantas de cafés associadas a diferentes densidades de
grevíleas ((30, 61, 69, 123,138 e 277), Vitória da Conquista, Bahia. Equações obtidas pela análise de
regressão: (A) set: Ŷ°=2,1275+0,0022*X (r2
=0,6397); nov: Ŷ*=2,1664+0,0022**X (r2
=0,6368);
jan: Ŷ*=2,2137+0,0022*X (r2
=0,6629); mar: Ŷ°=2,2434+0,0023*X (r2
=0,6295); mai:
Ŷ°=2,2921+0.0021*X (r2
=0,5762); (B) set: Ŷ**=148,618+0,2527**X (r2
=0,9255); nov:
Ŷ**=155,666+0,0661**X (r2
=0,9069); jan: Ŷ°=159,37+0,1360*X (r2
=0,5725); mar: Ŷ= 157,7792;
mai: Ŷ= 168,9301; **,*, ° p < 0,01, p < 0,05 e p < 0,10, respectivamente.
Da mesma forma, foi verificada para os meses de setembro, novembro e janeiro, uma
relação direta entre a área foliar das plantas de café e a densidade da população de grevíleas, ou
seja, quanto maior a densidade do componente arbóreo, maior a área foliar das plantas de café
(Figura 1 B). Segundo PAIVA et al. (2003) o aumento da área foliar pelo sombreamento é uma
das maneiras de a planta aumentar a superfície fotossintetizante, promovendo um
A B
13
aproveitamento maior das baixas intensidades luminosas. Resultados semelhantes foram
observados por Lemos (2008) ao avaliar a associação de cafeeiros com abacateiros e ingazeiros
no município de Barra do Choça, Bahia, observando maiores valores da altura e área foliar
quando comparado ao ambiente a pleno sol.
CONCLUSÃO
Foi verificada forte interação entre a densidade populacional de grevíleas e o
crescimento dos cafeeiros, onde as maiores densidades determinaram uma maior altura e
expansão da área foliar de plantas de café.
REFERÊNCIAS
BOTERO, C.J. Resposta de cafeeiros ao sombreamento e à dinâmica de serrapilheira em
condições de sistema agroflorestal. 2007. 72f. Tese (Doutorado em fitotecnia) – Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2007.
COELHO, R.A.; RICCI, M.S.F.; ESPÍNDOLA, J.A.A.; COSTA,J.R. Influência do
sombreamento sobre a população de plantas espontâneas em área cultivada com cafeeiro
(Coffea canephora) sob manejo orgânico. Agronomia, v.38, n°.2, p.23 - 28, 2004.
LEMOS, C. L. Características morfo-fisiológicas e assimilação de nitrogênio em cafeeiros
em sistema a pleno sol e associados com abacateiro (Persea amarecicana) e ingazeiro (Inga
edulis) em Barra do Choça, Bahia. 2008. 94 f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) -
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, BA, 2008.
LUNZ, A. M. P. Crescimento e produtividade do cafeeiro sombreado e a pleno sol. 2006.
94f. Tese (Doutorado em Fitotecnia)- Escola superior de agricultura Luiz de Queiroz,
Piracicaba, SP, 2001.
MORAIS,H.; MARURU, C. J., CARAMORI, P.H. RIBEIRO, A.M.A.;, J.C. Características
fisiológicas e de crescimento de cafeeiro sombreado com guandu e cultivado a pleno sol.
Pesquisa agropecuária. brasileira, v. 38, n. 10, p. 1131-1137, 2003.
MORELLI, G.; RUBERTI, I. Light and shade in the photocontrol of Arabidopsis growth.
Trends plant science., v. 7, n.9, p. 399- 404, 2002.
PAIVA, L. C.; GUIMARÃES, R. J.; SOUZA, C. A. S. Influência de diferentes níveis de
sombreamento sobre o crescimento de mudas de cafeeiro (Coffea arabica L.). Ciências e
agrotecnologia , v.27, n.1, p.134-140, 2003.
RIGHI, C. A.; BERNADES, M.S.; LUNZ, A.M.P.; PERREIRA, C. R.; NETO, D. D.;
FAVARIN, J. L. Measurement and simulation of solar radiation availability in relation to the
growth of coffee plants in an agroforestry system with rubber trees. Revista Árvore, v. 31, n. 2,
p. 195-207, 2007.
Autora: Perla Novais de Oliveira, perla_oliveira2@hotmail.com. Contato: (77) 8829-9226.
14
POTENCIAL HÍDRICO FOLIAR DE CAFEEIROS ASSOCIADOS COM DIFERENTES
DENSIDADES DE PLANTIO DE GREVÍLEAS
Perla Novais de Oliveira1
, Sylvana Naomi Matsumoto², Jerffson Lucas Santos3
, Lucialdo
Oliveira D´arêde4
, Luan Santos de Oliveira5
, Ricardo de Andrade Silva3
¹Graduanda do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB,
bolsista CNPq, perla_oliveira2@hotmail.com; ²D.Sc. Professora do Departamento de Fitotecnia
e Zootecnia, UESB. Estrada do Bem Querer, km 4, CEP 45.083-900 - Vitória da Conquista,
Bahia; 3
Pós-Graduando do Programa de Mestrado em Fitotecnia da UESB; 4
Graduado do Curso
de Agronomia da UESB; 5
Graduando do curso de Agronomia da Uesb, bolsistas Fapesb.
INTRODUÇÃO
Embora o Brasil predomine o cultivo do café a pleno sol, a utilização de sistemas
arborizados na cafeicultura é uma técnica antiga e muito difundida em diversos países com
grande potencial para o estabelecimento de sistema de produção mais sustentáveis, (SEVERINO
e OLIVEIRA, 1999).
A inserção do componente arbóreo nos cafezais está relacionada às alterações tanto
bióticas (relacionadas à fisiologia dos cafeeiros, à ocorrência e ecologia das populações da
microbiota do solo, dos microorganismos, insetos e plantas espontâneas que interagem com os
cafeeiros) como abióticas (relacionadas a fatores edáficos e microclimáticos) (SOUZA, 2010).
Atualmente o sombreamento tem sido protagonizado como uma alternativa para a
atenuação das condições hídricas e térmicas nos plantios do café. Segundo Rena e Maestri
(2000) a presença da arborização, eleva a umidade do ar, promove um eficiente controle da
abertura estomática, reduzindo a transpiração e, consequentemente contribui para a otimização
da utilização de água pela planta de café.
Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial hídrico foliar de cafezais
associados com diferentes densidades de plantio de grevíleas.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido no período de setembro a março de 2011/2012, em intervalos de
dois meses, no campo experimental agropecuário da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia (UESB), situado no Campus de Vitória da conquista a 14º 53’ latitude Sul e 40º 48’
longitude Oeste, a uma altitude de 960 metros.
A precipitação pluvial (mm) anual do local de estudo atinge índices de 750mm,
ocorrendo concentração de chuvas durante o verão e início do outono, conforme observado na
Figura 1.
15
FIGURA 1. Médias mensais de precipitação pluviométrica no período de julho de 2011 a maio de 2012.
Vitória da Conquista, Bahia, 2012. Fonte: Estação metereológica INMET/ Vitória da Conquista – BA,
2012.
O ensaio foi composto por seis campos de observação definidos por diferentes
espaçamentos de grevíleas nos cafezais. Os Cafeeiros da variedade Catuaí vermelho (IAC 144)
foram dispostos em espaçamento 3 x 1m e as grevíleas foram plantadas em seis diferentes
espaçamentos, constituindo seis variações de densidades: (T1: 6 X 6 m, 277 plantas ha-1
; T2 : 6
X 12 m, 138 plantas ha-1
; T3: 9 X 9 m, 123 plantas ha-1
; T4: 12 X 9 m, 69 plantas ha-1
; T5: 9 X
18 m, 61 plantas ha-1
; T6: 18 X 18 m, 30 plantas ha-1
).
O potencial hídrico foliar (Ψwf) foi determinado no período antes do amanhecer, no
horário de quatro ás cinco horas, retirando duas folhas saudáveis e completamente expandidas
de um ramo situado no terço médio, com o uso de uma câmara de Scholander (Modelo 1000,
PMS, Inglaterra).
Os resultados foram submetidos à análise de variância e teste F ao nível de 10% de
probabilidade e análise de variância da regressão, com teste F ao nível de 10% de probabilidade.
Como ferramenta de auxílio às análises estatísticas, adotou-se o procedimento do software
Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas, Saeg, versão 9.1.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o potencial hídrico foliar (Ψwf), foi observado um modelo polinomial de segunda
ordem entre a população de grevíleas por hectare para a primeira avaliação ocorrida em
setembro de 2011, conforme a figura 2. Comportamento semelhante pode ser verificado para o
mês de março de 2012, porém foram os menores valores de Ψwf obtidos, cerca de - 4,89 e -
3,34, para as densidades de plantio de grevíleas de 30 e 277 plantas ha-1
; respectivamente. Tal
fato pode ser atribuído à resposta da planta ao período de estiagem (veranico) ocorrido devido
ao baixo volume de precipitação nesses meses (Figura 1). Ainda, provavelmente alterações
microclimáticas definidas pelos diferentes níveis de restrição de luz, resultaram em gradientes
de evapotranspiração, em que ambientes mais sombreados promovem menores taxas de
evapotranspiração (CÉSAR et al. 2010). Entretanto, Lemos (2008) ao avaliar cafeeiros da cv.
Catuaí cultivado em sistema a pleno sol e associados com abacateiros e ingazeiros no mês de
março, observou que em sistema de cultivo de café sob sombreamento o potencial hídrico foliar
não diferenciou dos cultivados a pleno sol.
16
FIGURA 2. Potencial hídrico foliar (Ψwf) de plantas de café associadas com diferentes densidades de
plantio de grevíleas (30, 61, 69, 123,138 e 277), Vitória da Conquista, Bahia. Equações obtidas pela
análise de regressão: set: Ŷ°=3,48041 – 0,0144193*X + 0,00003792*X (R2
=0,7906); nov: Ŷ= - 0,408;
jan: Ŷ=0,6078; mar: Ŷ*= 5,355429 - 0,0163168*X + 0,0000326413*X (R²=0,9416); *, p < 0,05.
Nos meses de outubro a dezembro 2011 houve um aumento no volume de precipitação
(Figura 1) e consequentemente maior disponibilidade de água no sistema solo-planta-atmosfera,
o que possibilitou o aumento gradativo do potencial da água na planta (Figura 2). No mês de
novembro não foi possível definir modelo do Ψwf entre as diferentes densidades de plantio de
grevíleas, entretanto, os maiores valores de potencial da água nas folhas foram observados neste
período, possivelmente sendo influenciado pela precipitação ocorrida nesta época,
disponibilizando mais água para o sistema. Mesmo comportamento pode ser observado para o
mês de janeiro, sofrendo influência do final da estação chuvosa, por haver ainda disponibilidade
de água.
CONCLUSÃO
Foi verificada forte interação entre a densidade populacional de grevíleas e o potencial
hídrico foliar dos cafeeiros para os meses de setembro e março, em que durante o período de
veranico, a arborização influenciou positivamente no potencial hídrico foliar, reduzindo a perda
de água pela planta no processo transpiratório.
REFERÊNCIAS
CÉSAR, F. R. C. F.; MATSUMOTO, S. N.; VIANA, A. E. S.; SANTOS, M. A.; BONFIM, J.
A. Morfofisiologia foliar de cafeeiro sob diferentes níveis de restrição luminosa. Coffee
Science, v. 5, n.3, p. 262-271, 2010.
SEVERINO, L. S.; OLIVEIRA, T. S. Sistema de cultivo sombreado do cafeeiro (Coffea arabica
L.) na região de Baturité, Ceará. Revista Ceres, v. 46, n. 268, p.635-652, 1999.
SOUZA, A. J. J. Qualidade do café arborizado e a pleno sol submetido a diferentes
manejos pós-colheita em Barra do Choça, Ba. 2010. 73 f. Dissertação (Mestrado em
Fitotecnia) – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, BA. 2010.
RENA, A. B.; MAESTRI, M. Relações Hídricas no Cafeeiro. ITEM, Viçosa, n. 48, p. 34 41,
2000.
Autora: Perla Novais de Oliveira, perla_oliveira2@hotmail.com. Contato: (77)3422-9226.
17
AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO DE FRUTOS DE CAFÉ CULTIVADO EM
SISTEMA ARBORIZADO POR GREVÍLEAS EM DIFERENTES DENSIDADES DE
PLANTIO
Perla Novais de Oliveira1
, Sylvana Naomi Matsumoto², Luan Santos de Oliveira3
, Ricardo
de Andrade Silva4
, Mirlene Nunes de Oliveira3
, Jerffson Lucas Santos4
¹Graduanda do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB,
bolsista CNPq, perla_oliveira2@hotmail.com; ²D.Sc. Professora do Departamento de Fitotecnia
e Zootecnia, UESB. Estrada do Bem Querer, km 4, CEP 45.083-900 - Vitória da Conquista,
Bahia; 3
Graduandos do curso de Agronomia da Uesb, bolsistas Fapesb; 4
Pós-Graduando do
Programa de Mestrado em Fitotecnia da UESB.
INTRODUÇÃO
O café é um importante comodity agrícola de exportação no mundo, e dentre os países
produtores o Brasil ocupa posição de destaque, sendo o estado da Bahia segundo a CONAB
(2012) o quarto maior produtor nacional de café arábica.
Neste sentido, a diversificação da produção é uma importante estratégia para manter o
equilíbrio econômico da propriedade e os sistemas agroflorestais, segundo Lunz (2006) podem
ser uma boa alternativa.
De acordo com Coelho et al. (2004), a arborização com espécies e espaçamentos
adequados pode apresentar resultados satisfatórios, quando comparado ao cultivo a pleno sol,
como: melhoria nos aspecto vegetativo do cafeeiro, aumento do número de ramos primários e
secundários, frutos maiores, moles e açucarados (BOTERO, et al.; 2007). Ainda, o efeito
positivo da arborização na qualidade de bebida foi verificado por Bebé et al. (2001) no
município de Barra do Choça, Bahia. Quanto maior a proximidade dos cafeeiros às árvores,
maiores teores de açúcares e ácidos clorogênicos foram observados na bebida do café.
Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar o rendimento de frutos de café
cultivado em sistema arborizado por grevíleas em diferentes densidades de plantio.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no campo experimental da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia, UESB, em Vitória da Conquista, BA, 14º 53’ latitude Sul e 40º 48’
longitude Oeste, a uma altitude de 960 metros e com solo classificado como Cambissolo
Háplico Tb Distrófico. Segundo a classificação de Köppen, o clima da região é do tipo Aw,
clima de savana com chuvas periódicas e inverno pouco chuvoso.
O ensaio foi composto por seis campos de observação definidos por diferentes
espaçamentos de grevíleas nos cafezais. Os Cafeeiros da variedade Catuaí vermelho (IAC 144)
foram dispostos em espaçamento 3 x 1m e as grevíleas foram plantadas em seis diferentes
18
espaçamentos, constituindo seis variações de densidades: (T1: 6 X 6 m, 277 plantas ha-1
; T2 : 6
X 12 m, 138 plantas ha-1
; T3: 9 X 9 m, 123 plantas ha-1
; T4: 12 X 9 m, 69 plantas ha-1
; T5: 9 X
18 m, 61 plantas ha-1
; T6: 18 X 18 m, 30 plantas ha-1
).
Foi realizada no ano de 2012 a colheita do café, por meio de derriça manual do café
“cereja”, sendo seu rendimento determinado pelo peso.
Os dados foram submetidos à testes de homogeneidade de variância (teste de Cochran e
Bartlett) e teste de normalidade (Lilliefors) e os modelos para a relação entre densidade de
árvores e as características avaliadas foram definidos a partir da análise de variância da
regressão (p≤5%), coeficiente de determinação (R2
≥ 50%) e representatividade do fenômeno
biológico. Como ferramenta de auxílio às análises estatísticas, adotou-se o procedimento do
software Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas, Saeg, versão 9.1.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a produção de frutos de café cereja, em relação a densidade populacional das
grevíleas, foi definido o modelo polinomial de segunda ordem (Figura 1). A estimativa de maior
produção de frutos tipo cereja (7,167 ton ha-1
) foi condicionada pela densidade populacional de
205 grevíleas por hectares, aproximadamente no espaçamento de 8 x 6. A partir desse índice até
o máximo de 277 plantas por hectare ocorreu um decréscimo da produção dos cafeeiros.
FIGURA 1. Peso total (g) por planta de café cereja associada a diferentes densidades de grevíleas (30,
61, 69, 123,138 e 277), Vitória da Conquista, Bahia. Equação obtida pela análise de regressão:
Ŷ**=0,00978+0,0209**X-0,000051**X2
(R2
=0,9562); **, p < 0,01.
Conforme Lunz (2006), nas plantas sobre maior restrição luminosa a alocação de
biomassa se distribuiu por diversas partes da planta, ao contrario das plantas com menor
restrição luminosa em que a alocação de biomassa é direcionada para a produção de frutos em
detrimento da partes vegetativas. Porém efeito contrário foi observado por Carelli et al. (2006)
19
que mesmo em condições moderadas de sombreamento, a produção das plantas foi menor do
que a pleno sol.
CONCLUSÃO
A produção de café cereja por planta aumentou diretamente com a maior densidade de
grevíleas, até 205 por hectare (espaçamento aproximado de 6 x 8m), a partir do qual o
incremento da densidade ocasionou decréscimo na produção de café cereja.
REFERÊNCIAS
BEBÉ, F. V. PIMENTEL, C. A., RIBEIRO, M. S., MATSUMOTO, S. N., MOREIRA, M. A.,
FERRAZ, R. C. N. Avaliação da qualidade do café Catuaí sob condições de arborização. In:
SEMINÁRIO DE INCIAÇÃO CIENTÍFICA DA UESB, 6., 2003. Vitória da Conquista, Bahia.
Anais... Vitória da Conquista, Bahia: Uesb, 2002. p. 155-156.
BOTERO, C. J. Resposta de cafeeiros ao sombreamento e à dinâmica de serrapilheira em
condições de sistema agroflorestal. 2007. 72f. Tese (Doutorado em Fitotecnia) – Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa. 2007.
CARELLI, M. L. C. ; FAHL, J. I. ; Alfonsi, E.L. . Efeitos de níveis de sombreamento no
crescimento e produtividade do cafeeiro. In: II Simpósio de Pesquisa dos cafés do Brasil, 2001,
Vitória. Resumos. Brasília: EMBRAPA CAFÉ, 2001. p. 16.
COELHO, R. A.; RICCI, M. S. F.; ESPÍNDOLA, J. A. A.; COSTA, J. R. Influência do
sombreamento sobre a população de plantas espontâneas em área cultivada com cafeeiro
(Coffea canephora) sob manejo orgânico Agronomia, v.38, n°.2, p.23 - 28, 2004.
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento da Safra
Brasileira. Café Safra 2012: quarta estimativa. Disponível em:
<http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/12_12_20_16_01_51_boletimcafe_deze
mbro_2012.pdf>. Acesso em: 25 de jan. 2012.
LUNZ, A. M. P. Crescimento e produtividade do cafeeiro sombreado e a pleno sol, 2006.
94f. Tese (Doutorado, área de concentração em Fitotecnia) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz, Piracicaba, SP, 2006.
MORAES, G. A. B. K. Crescimento, fotossínte e mecanismos de fotoproteção em mudas de
café (Coffea arabica L.) formadas a pleno sol e à sombra. 2008. 29f. Dissertação (Mestrado
em Fisiologia Vegetal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2008.
Autora: Perla Novais de Oliveira, perla_oliveira2@hotmail.com. Contato: (77) 8829-9226
20
DETERMINAÇÃO DA COBERTURA DO SOLO POR ANÁLISES DE IMAGENS EM
ÁREAS DE CULTIVO DE CAFEZAIS ARBORIZADOS EM DIFERENTES
DENSIDADES
Luan Santos de Oliveira1
, Sylvana Naomi Matsumoto², Perla Novais de Oliveira3
, Ricardo
de Andrade Silva4
, Lucas Coutinho Fontes Cesar5
, Mirlene Nunes de Oliveira3
¹Graduando do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB,
bolsista Fapesb, luanoliveirac@yahoo.com.br; ²D.Sc. Professora do Departamento de Fitotecnia
e Zootecnia, UESB. Estrada do Bem Querer, km 4, CEP 45.083-900 - Vitória da Conquista,
Bahia; 3
Graduandas do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia -
UESB, bolsista CNPq e Fapesb; 4
Pós-Graduando do Programa de Mestrado em Fitotecnia da
UESB; 5
Graduando do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia –
UESB.
INTRODUÇÃO
O sistema arborizado é uma técnica muito utilizada em diversos países da América
Central, por oferecer um maior espectro de serviços ao ecossistema. Na região Sudeste, o
principal argumento da associação de árvores aos cafezais está relacionado ao manejo orgânico,
como forma de suplementação de matéria orgânica ao sistema de produção. A espécie arbórea,
grevílea (Grevillea robusta A. Cunn) é predominantemente utilizada por apresentar
características buscadas (BATISH et al., 2008), tais como copa pouco densa que permite a
passagem de luz, alta deposição de serapilheira e não infere nas culturas adjacentes por possuir
características como sistema radicular profundo (SILVA, 2008).
Dessa forma, o sombreamento promove um microclima favorável à manutenção da
serapilheira contribuindo para uma menor taxa de decomposição do material orgânico,
equilíbrio das temperaturas e diminuição das perdas de solo por erosão estes fatores por sua vez
,induz alterações nos processos fisiológicos e nas características da cultura protegida
(RADOMSKI e RIBASKI, 2012).
A serapilheira depositada pelo componente arbóreo, bem como a massa verde
composta pelas plantas daninhas, forma uma cobertura no solo que remota aos benefícios
descritos por Radomski e Ribaski (2012) e como forma de avaliar esses benefícios busca-se
metodologias que reflitam as condições do campo, para fins diversos, como controle de plantas
daninhas, levantamento da eficiência da deposição de serapilheira e área de solo desnudo. Para
isso, metodologias aplicadas ao campo de forma abrangente e de caráter mecânico são
aplicadas.
Assim, este trabalho tem como objetivo expressar a composição da cobertura de solo em
diferentes densidades de sombreamento, através a metodologia de analise de imagens.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no campo experimental da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia, em Vitória da Conquista – BA, localizada a altitude superior a 900 metros,
situada a 40º50’53"W e 14º50’53" S. Em janeiro de 2002, cafeeiros da variedade Catuaí
Vermelho (IAC 144) foram plantados em espaçamento de 3,0 x 1,0m, totalizando a área de
3,2ha. Simultaneamente foi realizado o plantio de grevíleas dispostas em seis diferentes
espaçamentos constituindo diferentes arranjos e densidades populacionais, definindo os
seguintes tratamentos: (T1: 6 X 6 m, 277 plantas ha-1
; T2 : 6 X 12 m, 138 plantas ha-1
; T3: 9 X 9
m, 123 plantas ha-1
; T4: 12 X 9 m, 69 plantas ha-1
; T5: 9 X 18 m, 61 plantas ha-1
; T6: 18 X 18
m, 30 plantas ha-1
). As observações foram realizadas na área interna de cada campo,
determinada por 16 árvores.
As análises para levantamento da cobertura vegetal foram realizadas em dezembro de
2011, a partir da metodologia de análise de imagens, como cobertura de solo foi discriminada,
serapilheira (cobertura vegetal morta), presença de plantas espontâneas (cobertura vegetal
verde). A área de cobertura foi mensurada a partir da avaliação fotográfica após digitalização da
imagem, esta foi analisada por meio de uma escala de cores, através do programa SisCob. 1.0
(Software para Análise da Cobertura do Solo) disponibilizado pela EMBRAPA (Jorge e Silva
21
2010). Para o processo de aquisição da imagem foi utilizada uma câmera digital, DC 12327 BR,
Mitsuca, China, com resolução de 12 megapixels. As dimensões da imagem gerada consistiram
de 2048 pixels de largura e 1566 pixels de altura. Após digitalização da imagem, esta foi
analisada por meio de uma escala de cores, através do programa SisCob. 1.0. Para a definição da
área de avaliação da imagem utilizou-se um retângulo de madeira vasado de 1,0 m X 0,50 m.
Este quadro foi lançado 12 vezes dentro de cada campo experimental, para que a captura das
imagens abrangesse uma área representativa de cada tratamento. Para elevar o grau de definição
das imagens, estas foram previamente processadas pelo programa Corel PHOTO-PAINT X5
(Fagundes e Costa Junior, 2008).
Foram estabelecidos modelos de regressão entre a densidade de grevíleas e as
porcentagens de cobertura de solo e solo desnudo, por meio de análise de variância da
regressão, utilizando-se o programa SAEG, v. 9.1.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a relação entre porcentagem de cobertura de solo com serapilheira e densidade de
grevíleas foi possível estabelecer um modelo linear, sendo verificada maior ocorrência e
proporção da cobertura morta em função do aumento da densidade de grevílea (Grevillea
robusta) (Figura 1). Estes resultados estão de acordo com Pezzato e Wisniewski (2006) ao
avaliarem a produção de serrapilheira em diferentes seres sucessionais da floresta estacional
semi decidual.
O aumento no sombreamento atrelado a menor insolação e maior retenção de umidade
em função do aumento da densidade de grevíleas ha-1
forma um microclima favorável a
manutenção da serapilheira contribuindo para uma menor taxa de decomposição do material
orgânico no solo (Radomski e Ribaski, 2012). Assim, tais resultados concordam com os
princípios estabelecidos por Reis e Rodella (2002), Ricci et al. (2008).
■SERSISC: Ŷ**=-3,0446+0,3648**X (r2
=0,9770)
Figura 1. Porcentagem de serapilheira em cafezais associados a diferentes densidades de grevíleas
(Grevillea robusta), avaliada pelo programa SISCOB (SERSISC).
Quanto à relação entre porcentagem de cobertura verde e densidade de grevíleas foi
possível instituir modelo polinomial de segunda ordem (Figura 2). Observou-se uma diminuição
da cobertura verde do solo à proporção que foi aumentada a densidade de grevílea. Este
comportamento foi descrito por Staver (2001), que explica que a quantidade de biomassa de
invasoras, no sistema agroflorestal de cultivo de café, é extremamente dependente da quantidade
de luz filtrada pelas espécies arbóreas e pelo dossel dos cafeeiros presentes nos sistemas, fato
diretamente relacionado com a densidade de arvores que compõem o sistema.
22
■ MVSISC: Ŷ*=96,9139-0,528872X*+0,00064381X² (R²=0,9505)
Figura 2. Porcentagem de cobertura verde em cafezais arborizados com grevíleas (Grevillea robusta)
dispostas em diferentes densidades, avaliado pelo programa SISCOB (MVSISC).
CONCLUSÃO
Foi possível refletir as condições do campo através da metodologia de avaliação por
imagem, ao estimar a cobertura de solo. Verificou-se maior ocorrência e proporção da
serapilheira em função do aumento da densidade de grevílea. Houve uma diminuição da
cobertura verde do solo à proporção que foi aumentada a densidade de grevílea.
REFERÊNCIAS
BATISH, D. R.; KOHLI, R. K.; JOSE, S.; SINGH, H. P. Ecological basis of agroforestry.
CRC Press, 400p. 2008.
FAGUNDES, N. A.; COSTA JUNIOR, C. V. S. Diagnóstico ambiental e delimitação de Áreas
de Preservação Permanente em um assentamento rural assentamento rural. Acta Sci. Biol. Sci.
Maringá, v. 30, n. 1, p. 29-38, 2008.
JORGE, L. A. DE C.; SILVA D.J. DA C. B. SisCob: manual de utilização.1.ed. São Carlos,
SP: Embrapa Instrumentação Agropecuária, 2009.18 p.
PEZZATTO, A. W.; WISNIEWSKI, C. Produção de serapilheira em diferentes seres
sucessionais da floresta estacional semi decidual no Oeste do Paraná. Floresta, Curitiba, PR, v.
36, n. 1, 2006.
RADOMSKI, M. I.; RIBASKI, J. Fertilidade do solo e produtividade da pastagem em sistema
silvipastoril com Grevillea robusta. Pesq. Flor. Bras., Colombo, v. 32, n. 69, p. 53-61, 2012
.
REIS, T. C.; RODELLA, A. A. Cinética de degradação da matéria orgânica e variação do pH do
solo sob diferentes temperaturas. R. Bras. Ci. Solo. v. 26, p. 619-626, 2002.
RICCI, M. S. F.; VIRGÍNIO FILHO, L. M.; COSTA, J. R. Diversidade da comunidade de
plantas invasoras em sistemas agroflorestais com café em Turrialba, Costa Rica. Pesq.
Agropec. Bras., Brasília, v.43, n.7, p.825-834, jul. 2008.
SILVA, J. J. Avaliação mercadológica e de produção agrícola, visando a proposição de sistemas
florestais para a Mesorregião Sudoeste de Mato Grosso do Sul. Dissertação, Universidade
Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 153p. 2008.
STAVER, C. Cómo tener más hierbas de cobertura y menos malezas en nuestros cafetales?
Agroforestería em las Américas, v. 8, n. 29, 2001.
Autor: Luan Santos de Oliveira, luanoliveirac@yahoo.com.br. Contato: (77) 8831-8930.
23
DEPOSIÇÃO DE SERRAPILHEIRA EM ÁREA DE CAFEEIROS ASSOCIADOS COM
DIFERENTES DENSIDADES DE GREVÍLEAS
Luan Santos de Oliveira1
, Sylvana Naomi Matsumoto², Perla Novais de Oliveira3
, Ricardo
de Andrade Silva4
, Mirlene Nunes de Oliveira3
, Gabriel Netto de Paula5
¹Graduando do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB,
bolsista Fapesb, luanoliveirac@yahoo.com.br; ²D.Sc. Professora do Departamento de Fitotecnia
e Zootecnia, UESB. Estrada do Bem Querer, km 4, CEP 45.083-900 - Vitória da Conquista,
Bahia; 3
Graduandas do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia -
UESB, bolsista CNPq e Fapesb; 4
Pós-Graduando do Programa de Mestrado em Fitotecnia da
UESB; 5
Graduando do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia –
UESB.
INTRODUÇÃO
A utilização de sistemas agroflorestais na cafeicultura é uma técnica antiga muito difundida em
diversos países, devido ao estabelecimento de sistemas de produção mais sustentáveis. A
presença da arborização permite a redução de capinas, a proteção contra o excesso de insolação
e ventos e o aumento na população de inimigos naturais de pragas (FREITAS, 2000).
A serrapilheira, oriunda da queda de material que se deposita sobre o solo, também é
um aspecto importante da associação entre árvores e cafezais. A cobertura morta reduz a
evaporação das camadas superficiais do solo, aumenta a infiltração da água, e aliada ao
sombreamento, contribui para a ciclagem de nutrientes (SILVA et al. 2007).
Este trabalho teve por objetivo estudar a relação entre a produção de serapilheira em
áreas de plantio de cafeeiros sob seis diferentes densidades de grevíleas, município de Vitória da
Conquista (BA).
MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi conduzido no campo experimental agropecuário da UESB –
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista (BA), situada a altitude
superior a 900 metros, situada a 40º50’53"W e 14º50’53" S. Em janeiro de 2002, cafeeiros da
variedade Catuaí Vermelho (IAC 144) foram plantados em espaçamento de 3,0 x 1,0m,
totalizando a área de 3,2ha. Simultaneamente foi realizado o plantio de grevíleas dispostas em
seis diferentes espaçamentos constituindo diferentes arranjos e densidades populacionais,
definindo os seguintes tratamentos: (T1: 6 X 6 m, 277 plantas ha-1
; T2 : 6 X 12 m, 138 plantas
ha-1
; T3: 9 X 9 m, 123 plantas ha-1
; T4: 12 X 9 m, 69 plantas ha-1
; T5: 9 X 18 m, 61 plantas ha-1
;
T6: 18 X 18 m, 30 plantas ha-1
). Os tratamentos foram dispostos em seis campos de observação,
todos contendo 36 grevíleas, determinando diferentes populações de cafeeiros, conforme as
diferentes densidades de árvores. As observações foram realizadas na área interna de cada
campo, determinada por 16 árvores.
24
As análises para determinação da serrapilheira foram realizadas em dezembro de 2011,
a partir da metodologia da “ponta do sapado” (Staver, 2001). Conrforme o método caminhou-se
nas entrelinhas de cada um dos campos de observação, mantendo-se passadas de
aproximadamente 1,0m e, a cada 10 passos foi observado na ponta do sapato a presença de
serapilheira ou solo desnudo. Em cada tratamento foram coletados dados em 100 pontos.
Os resultados foram submetidos à análise de variância e teste F ao nível de 5% de
probabilidade e análise de variância da regressão, com teste F ao nível de 5% de probabilidade.
Como ferramenta de auxílio às análises estatísticas, adotou-se o procedimento do software
Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas, Saeg, versão 9.1.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a relação exposição do solo e densidades de grevílea foi observado um modelo
exponencial (Figura 1). Plantas de café sob densidade populacional de 30 grevíleas por hectare
apresentaram 11,39 % de solo descoberto, enquanto que o menor valor (cerca de 3,5%) foi
verificado para os cafeeiros associados à 277 grevíleas por hectare.
A função da grevílea no Sudoeste da Bahia é proteger os cafezais dos ventos secos.
Menores populações de plantas de grevíleas sofrem maior interferência dos ventos, podendo
aglomerar a cobertura vegetal na direção predominante do vento, deixando um maior percentual
de solo descoberto.
♦Y°= 1/ (0,0638+0,0008*X) r2
=0,61
Figura 1. Porcentagem de solo nu em cafezais arborizados com grevíleas (Grevillea robusta) dispostas
em diferentes densidades, avaliada pelo método “ponta do sapato”. Vitória da Conquista, Ba.
Para a relação entre porcentagem de cobertura de solo com serapilheira e densidade de
grevíleas foi possível estabelecer modelo linear (Figura 2). De modo geral, foi verificada maior
ocorrência e proporção da cobertura morta em função do aumento da densidade de grevílea
(Grevillea robusta).
25
A maior deposição de serrapilheira, provavelmente foi devido à maior densidade de
árvores de grevílias promover maior deposição de folhas, galhos e cascas dos troncos. Leite et
al. (20011), avaliando o acúmulo de serrapilheira de eucalipto em diferentes densidades
populacionais, em Minas Gerais, verificaram menor deposição de serrapilheira em população de
eucalipto com menor densidade de plantio, corroborando com os resultados encontrados neste
trabalho.
♦ Ŷ**=7,1935+0,2773**X (r2
=0,9717)
Figura 2. Porcentagem de deposição de serrapilheira em cafezais arborizados com grevíleas (Grevillea
robusta) dispostas em diferentes densidades, avaliada pelo método “ponta do sapato”. Vitória da
Conquista, Ba.
CONCLUSÃO
Foi possível quantificar maiores porcentagens de solo descoberto em menores
densidades de grevíleas. Verificou-se maior deposição de serrapliheira, à medida que a
densidade de árvores de grevíleas foi aumentada.
REFERÊNCIAS
LEITE, F. P.; SILVA, I. R.; NOVAIS, R. F.; BARROS, N. F.; NEVES, J. C. L.; VILLANI, E.
M. A. Nutrients relations during an Eucalyptus cycle at different population densities. Revista
Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 35, p. 949-959, 2011.
FREITAS, R. B. de; OLIVEIRA, L. E. M. de; SOARES, A. M.; DELÚ FILHO, N.; ALVES,
D.; GUERRA NETO, E. G.; GONTIJO, P. T. G. Avaliações ecofisiológicas do consórcio de
cafeeiros (Coffea arabica L.) com seringueiras (Hevea brasiliensis Muell. Arg.) na região de
Patrocínio-MG. In: SIMPÓSIO DE PESQUISA DE CAFÉS DO BRASIL, 1., 2000, Poços de
Caldas-MG. Anais...Brasília: Embrapa Café e Minasplan, 2000. p. 971-974. v. 2.
STAVER, C. Cómo tener más hierbas de cobertura y menos malezas en nuestros cafetales?
Agroforestería em las Américas, v. 8, n. 29, 2001.
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serrapilheira no Cerrado e Floresta de transição Amazônica-Cerrado do Centro-Oeste brasileiro.
Acta Amazônica, v. 37, n.4, 2007.
Autor: Luan Santos de Oliveira, luanoliveirac@yahoo.com.br. Contato: (77) 8831-8930.
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INDICAÇÃO GEOGRÁFICA PARA OS CAFÉS DO PLANALTO DE VITÓRIA DA
CONQUISTA
Pedro Bittencourt Trindade¹, Claudionor Dutra Neto², Alexandre Cristi Magalhães³,
Giuliana Ribeiro da Silva¹
¹Bolsista de Inovação tecnológica – Fapesb. Graduando em Agronomia – Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia
² Professor Titular pleno da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
³ Bolsista AT2 - FAPESB , Engenheiro Agrônomo
Introdução
O novo modelo no mercado de alimentos requer novas políticas e estratégias para atender uma
demanda exigente em qualidade com sustentabilidade. Nessa ideia, a Indicação Geográfica “IG”
regulamentada pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, o INPI. Destaca as
particularidades de diferentes produtos de diferentes regiões, valorizando, então, estes
territórios. Cria fator diferenciador para produto e território, que apresentam originalidade e
características próprias. Essas diferenças podem estar ligadas a um gosto particular, uma
história, um caráter distinto provocado por atores naturais (como clima, temperatura, umidade,
solo, relevo, etc.) ou humanos (um modo de produção, um saber fazer) (MAPA). A partir daí os
produtores ou agentes de produção de uma região se organizam para valorizar essas
características, mobilizando um direito de propriedade intelectual: a Indicação Geográfica.
Assim, a IG se torna ferramenta essencial para o desenvolvimento de uma região (INPI, 2010).
No Brasil diferentes setores da economia já perceberam a importância de transformar
commodity em produto diferenciado como forma de evitar falsificações e melhorar os níveis de
competitividade, dessa forma a IG se encaixa perfeitamente, com essa proteção. No país existem
várias Indicações Geográficas para produtos nacionais, os Vinhos Finos, do Vale dos Vinhedos
(RS), o Café do Cerrado Mineiro (MG) a Carne do Pampa Gaúcho (RS), Uva e manga do vale
Submédio São Francisco, a Cachaça de Paraty (RJ), Artesanato em capim dourado do Jalapão
(TO) entre outros diversos produtos e serviços (Gollo, S. S., 2008).
Na Bahia, o setor agropecuário tem uma participação muito pequena no PIB do estado, a região
sudoeste da Bahia, também segue a mesma dinâmica do estado, e o setor que apresenta a maior
produção nessa região é o “café arábica”, que é cultivado no Planalto de Vitória da Conquista
por pequenos e médios produtores que somados chegam a ocupar 90% da área cultivada (Dutra,
2009). O café produzido nessa região é um produtos de alta qualidade, com uma bebida que
pode expressar alta qualidade em função do tipo de clima, solo e preparo do mesmo, por as
várias floradas ocorridas durante o ano permite uma colheita seletiva de cafés maduros, que
nessa fase o fruto expressa uma variedade de sabores que transforma o produto dessa região em
uma excelência na acidez, doçura e aromas de muito prazer, esses cafés são exportados para
vários países do mundo e com um reconhecimento de origem, que inclusive é reconhecido e
comercializado como “Café da Bahia”.
A identificação Geográfica protege a origem e reconhece o produtos pelas suas características,
melhorando a comercialização e valorização do produto, tornando importante o que já é
reconhecido pelo mercado, e que o mesmo seja oficializado pelo INPI com registro da marca
(INPI, 2010). O “Café do Planalto de Vitória da Conquista” sendo oficializado pelo INPI a sua
IG irá contribuir para a melhoria da comercialização, consequentemente aumento da renda dos
produtores, principalmente dos pequenos que não tem acesso ao mercado e ficam a margem da
27
comercialização, em muitas das vezes vendendo seu produto com preços bem abaixo do
mercado, tudo isso por falta de uma padronização e reconhecimento de origem.
O presente trabalho tem por objetivo divulgar o estudo que está sendo realizado para a obtenção
de um selo de Indicação Geográfica para os cafés do Planalto de Vitória da Conquista.
Materiais e métodos
Foi realizado um estudo da área de cultivo de “café arábica” no planalto de Vitória da
Conquista(tabela 1), este estudo buscou a comprovação da notoriedade do café, utilizando
informações através de mapas já existentes para uma delimitação da área, inicialmente de forma
abrangente, sem grande precisão das coordenadas geográficas, utilizou mapas contendo
informações de solo e clima, pesquisou formas de organizações dos produtores, estudou através
de bibliografias do histórico da região e da implantação do café. Buscou informações através de
bibliografias das normas e regulamentações oficiais para as etapas do processo de certificação.
Tabela 1 – Área com cultivo de café nos municípios baianos que fazem parte do planalto de
Vitória da Conquista.
Município Área em hectares
Barra do choça 18.000
Vitória da Conquista 10.000
Encruzilhada 5.000
Ribeirão do Largo 2.500
Planalto 2.000
Poções 1.800
Itambé 500
Nova Canaã 400
Iguaí 200
Boa Nova 160
Caatiba 130
Cândido Sales 120
Total 40.810
Resultados e discussões
O Planalto de Vitória da Conquista é representado por áreas planas com altitude acima de 700
metros, podendo em alguns trechos, essa altitude, pode chegar a 1.100 metros. O solo
predominante na região é o Latossolo Vermelho Amarelo, a predominância do clima Subúmido
a seca e com pluviosidade entre 800 a 1500mm. A região do Planalto de Vitória da Conquista
que cultiva café é a região de maior índice pluviométrico, cultivando café de sequeiro, desde a
faixa de 1.100mm até a faixa de 1500mm, nas outras áreas o café é cultivado apenas irrigado,
sendo essa prática muito pouco, devido poucos recursos hídricos da região.
A qualidade do café da região é incontestável, haja visto a notoriedade no mercado interno e
externo, comprovada na procura pelos mercados e tendo a presença de várias empresas
exportadoras de café na cidade de Vitória da Conquista. Essa notoriedade também é
comprovada pelos resultados nos concursos de qualidade de café em nível estadual e nacional,
em que todos os anos os ganhadores dos primeiros colocados são da região. O café da região é
ganhador de vários prêmios no Brasil em qualidade de café, na ASSOCAFÉ (Associação dos
Produtores de Café da Bahia), ABIC (Associação Brasileira de Indústria) Illycafé empresa
italiana que promove concursos de qualidade de café no Brasil. O tipo de café ganhador dos
28
prêmios dessa região é principalmente o “café despolpado”, pois é bastante apreciado no
mercado, tanto interno como o mercado externo, principalmente EUA, Itália, França e Japão,
que são grandes compradores deste produto. O café despolpado produzido na região se
diferencia das demais regiões do Brasil pelas suas características, tais como: cor; corpo; sabor;
doçura; acidez positiva; gosto remanescente; balanço e em média mantém um padrão de nota
acima de 80 pontos. Nota muito boa que só são alcançadas por cafés de alta qualidade.
O sistema de organização dos produtores voltados a cultura do café a região, basicamente são
limitadas a duas entidades: COOPMAC – Cooperativa Mista Agropecuária Conquistense Ltda e
a ASCCON – Associação dos Cafeicultores de Conquista. Tendo a COOPMAC como a
principal representação dos produtores, pois todo o sistema de armazenagem, classificação,
benefício, rebenefício e comercialização é realizado para atender a demanda do mercado,
principalmente para a exportação.
Considerações finais
Portanto, de acordo com as informações e dados levantados pelo trabalho há indicativos fortes
para se tornar possível a criação da IG para o café da região do Planalto de Vitória da
Conquista, pois o produto tem notoriedade, a região não apresenta dificuldade de ser definida
com a delimitação da área geográfica, há organização, é preciso criar as normas de produção,
estruturar o controle do processo do produto, criar o conselho regulador, o selo distintivo,
provar e classificar o produto para daí dar entrada no INPI para a certificação do produto e a
criação da IG com a Indicação de Procedência.
Referências
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2011.
ASCENSÃO, J. de O. Questões problemáticas em sede de indicações geográficas e denominações de
origem no direito português. Revista da ABPI n.°81, Mar/Abr 2006, p.63.
BAHIA AGRÍCOLA – Sócio Economia: PIB do agronegócio baiano, 2004. V.7, n.2, Abr/ 2006
CARNEIRO FILHO, F. Café: o planejamento da comercialização pelo produtor. Londrina, 106p.
1989
DUTRA NETO, C. Desenvolvimento Regional e Agronegócio. Vitória da Conquista, Bahia, UESB.
2009
FERNANDES, R, H. Diagnóstico e proposta para a cadeia produtiva do café da Bahia. Secretaria de
Agricultura, irrigação e reforma agrária – SEAGRI. Salvador 2011
GOLLO, S. S.; CASTRO. A. W. V. Indicações Geográficas no Brasil: as Indicações de Procedências
já outorgadas e as áreas e produtos com potencial de certificação. Anais do XLVI Congresso da
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural, 2008.
INDICAÇÃO GEOGRÁFICA BRASILEIRA. INPI – Instituto Nacional da Propriedade Intelectual,
SEBRAE. Brasília, 2010
Jornal do Café. Brasil país do café. ABIC – Associação Brasileira de Indústria de café. Edição
n°181. 2012
MAPA – Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Indicação Geográfica IG. Disponível
em: http://www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-sustentavel/indicacao-geografica Acesso em: 03
de mar. 2013
REVISTA DO CAFÉ. Campeões do café na Bahia. Centro de Comércio de Café do Rio de Janeiro.
Ano 91. n° 842 – Junho de 2012.
Pedro Bittencourt Trindade - Tel: (77) 8817-4016 - e-maill: pb.trindade@yahoo.com.br
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ESTUDO DE CASO SOBRE A PARTICIPAÇÃO DO CRÉDITO RURAL NO FUNDING
NECESSÁRIO PARA A PRODUÇÃO DE CAFÉ NO BRASIL.
Heloisa Mara de Melo – Analista de Mercado Agroconsult Consultoria e Marketing.
Luca Turello – Coordenador de Projetos Illy Cafè
Tullio Gregori – Professor de Economia MIB School of Management, Professor Depto. Economia Universidade de
Trieste.
Trabalho oriundo da Monografia de Conclusão do Curso “MASTER COURSE IN COFFEE ECONOMICS AND
SCIENCE – ERNESTO ILLY” - Trieste/ Itália – Ano acadêmico 2011/2012.
Introdução
A produção de café no Brasil teve seu aumento devido ao uso de inovações tecnológicas, que
tem proporcionado ao produtor maior produtividade (Oxfam, 2000). Nas últimas duas décadas a
área colhida teve uma redução de 2,5% e 0,5%, respectivamente, enquanto a produção, no
mesmo período, teve um aumento de aproximadamente 2% e 4%, respectivamente (FAO, 2012
e Conab, 2012a).
A eficiência técnica tem um papel importante no aumento da produção, e é determinada por
características específicas, tais como: (i) características de produção, que dominam vantagens de
competitividade na produtividade e custo de produção, e (ii) as características socioeconômicas
e institucionais, que influenciam a capacidade de um agricultor a aplicar as decisões na
produção agrícola, tais como a disponibilidade de crédito rural (Obwona, 2005).
Descrição do Caso e Discussão
A maior utilização de máquinas, agroquímicos, fertilizantes e outros insumos considerados
modernos na agricultura estão associados à disponibilidade de crédito, e, neste aspecto, o
Crédito Rural tem tradicionalmente desempenhado um importante papel no processo de
modernização da agricultura (Figueiredo & Correa, 2006) e consequentemente no aumento da
produção de café.
Segundo Castro (2008), ao longo dos anos, os volumes totais dos recursos disponíveis têm
diminuído. Com a redução dos recursos oficiais de crédito rural, o setor agrícola teve uma
contribuição importante dos recursos próprios dos produtores, e os recursos do setor privado,
para manter a sua modernização e, consequentemente, o seu crescimento de produção.
Considerando as premissas acima, o presente trabalho tem como objetivo estudar a
disponibilidade de Crédito Rural e verificar sua participação no funding necessário para a
produção de café no Brasil.
Material e Métodos
O crédito rural reúne recursos designados para: (i) os custos de produção agrícolas, (ii)
investimentos, (iii) a comercialização.
No estudo foi considerado o recurso de Crédito Rural projetado para os custos de produção
agrícola (o custo operacional efetivo), que são usados para cobrir as despesas com o ciclo
produtivo, desde a compra de insumos até a época da colheita.
Para calcular o funding necessário para financiar os custos de produção de café, o estudo
utilizou os custos de produção referentes a 96,8% da área plantada total (considerando a média
entre área plantada de 2007/08 e 2011/12). Os outros 3,2% da área plantada de café no Brasil,
não serão representados no estudo por falta de informação histórica (Tabela 1).
Observa-se que 99,2% dos recursos totais de crédito oferecidos para financiar a produção de
café no Brasil (tabela 1) estão concentrados nos 96,8% da área plantada total com café.
30
Tabela 1. Percentual de Área Plantada de Café do Brasil e Percentual de Crédito Rural de café designado para custos
de produção agrícola. Fonte: ConabBanco Central, 2012.
Participação da Área Plantada
de Café no Brasil 1
Participação da Área Plantada
de Café no Brasil 2
Minas Gerais 48,0% 59,4%
Espirito Santo 22,7% 17,8%
São Paulo 8,3% 14,3%
Paraná 4,1% 3,6%
Bahia 6,4% 2,2%
Rondônia 7,3% 1,9%
Total 96,8% 99,2%
1
Média entre 2007/08 e 2011/12.
2
Média entre 2000 e 2011.
Apesar da produção de café estar presente em 15 estados do Brasil, o estudo vai seguir a lógica
apresentada na tabela 1, considerando os seis principais estados produtores para mostrar a
disponibilidade de crédito rural.
Para calcular o financiamento total (funding) necessário para financiar a produção de café no
Brasil, foi necessário considerar a área total colhida (HA) com café e os custos operacionais
efetivos (COE): TF = HA x COE
Resultados e Discussão
Mesmo com a diminuição da área colhida com café em cerca de 1,4% nos últimos 5 anos, os
fundos necessários para financiar a produção de café aumentou substancialmente, em uma taxa
de 12,4% ao ano. Este crescimento foi impulsionado pelo COE, que apresentou aumento de
14% nos últimos 5 anos (Tabela 2).
Tabela 2. O financiamento necessário para financiar a produção de café no Brasil (US$ milhões). Fonte para área
colhida e Custos de produção (Conab, 2012abc).
Área Colhida (ha)
Custo Operacional Efetivo
(US$/há)
Funding Total Café
(US$ milhões)
(HA) (COE) (TF)
2007/08 2.105.758 2.410,7 5.076,4
2008/09 2.104.184 2.797,2 5.885,8
2009/10 2.028.234 3.007,2 6.099,3
2010/11 2.010.362 3.664,1 7.366,2
2011/12 1.989.911 4.073,0 8.104,9
-1,4% 14,0% 12,4%
A participação do crédito rural para produção de café, considerando os custos de produção
agrícola (destinados a cobrir todas as despesas com o ciclo produtivo, desde a compra de
insumos até a época da colheita) é apresentada a seguir (Tabela 3).
Tabela 3. Participação de Crédito Rural no Financiamento da produção de café (%). Fonte de Crédito Rural - BCN
(2012).
Funding Total Café
(US$ milhões)
Credito Rural para Produçao
Agrícola de café (US$milhões)
Participação do credito rural
no funding de café (%)
2007/08 5.076 1.287,9 25,4%
2008/09 5.886 1.465,2 24,9%
2009/10 6.099 1.675,1 27,5%
2010/11 7.366 1.988,7 27,0%
2011/12 8.105 2.378,9 29,4%
12,4% 16,6% 3,7%
Nos últimos 5 anos, a participação do crédito rural para financiamento de café aumentou. O
funding para a produção de café aumentou substancialmente, e o Crédito Rural acompanhou
este aumento, apresentando um crescimento maior nos últimos 5 anos (16,6% ao ano).
Mesmo que o Crédito Rural tenha apresentado um maior crescimento nos últimos cinco anos, a
sua participação no financiamento de café ainda é muito pequena, e insuficiente para cobrir os
custos de produção agrícola de café no Brasil.
31
Neste caso, os produtores de café precisam encontrar outros recursos para apoiá-los com os
custos de produção. A outra parte, para completar todo o funding necessário para cobrir a
produção de café, provavelmente é proveniente de outras fontes de financiamento, como
recursos de capital próprio, financiamentos bancários e acesso ao setor privado através de
relações de trocas por insumos agrícolas.
Conclusões
A questão do financiamento da agricultura tem sido um dos pontos que suscitaram mais
discussões na área da política agrícola. A preocupação central é a busca de novas fontes de
recursos, capazes de atender às necessidades de financiamento, uma vez que o crédito rural tem
uma participação abaixo de 30% no financiamento necessário para a produção de café.
Se por um lado há fatores que indicam a importância do crédito rural para o cultivo do café, por
outro se percebe que a produção agrícola tem crescido mesmo com a baixa participação no
financiamento de café. O crescimento da produção de café, nos últimos anos, aconteceu por
causa do aumento da produtividade, o que está implícito o uso de tecnologias modernas.
Assim, pode-se concluir que, se a modernização agrícola continuou mesmo com uma baixa
participação do crédito rural para o financiamento de café, o desenvolvimento do setor teve uma
contribuição importante de recursos próprios dos agricultores e/ ou contribuição do setor
privado.
Referências Bibliográficas
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<http://www.bcb.gov.br/pt-br/paginas/default.aspx >, 2012.
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Perenes. Café Arábica Serie 2003 a 2012. Brasília. <http://www.conab.gov.br/>, 2012.
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Figueiredo, N.M.S. & Correa, A.M.C.J. (2000), “Tecnologia na Agricultura Brasileira:
indicadores de modernização no início dos anos 2000”, Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada. Texto para Discussão nº 1163. Brasília.
Food and Agriculture Organization of the United Nations (2012). Statistic Division.
<http://www.faostat.fao.org>, 2012.
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agricola-pecuario-2012-2013>, 2012.
Obwona, M. (2005) “Determinants of Technical Efficiency Differentials among Small- and
Medium-Scale Farmers in Uganda: A Case of Tobacco Growers.” Research Paper No. 152.
African Economic Research Consortium, Nairobi.
Oxfam (2000). “The Coffee Market – a Background Study”. International Commodity
Research.
Vegro, C. L. R. et al. (2000) “Sistemas de produção e competitividade da cafeicultura paulista”.
Informações Econômicas, São Paulo, v. 30, n. 6.
32
CAFÉ SOLÚVEL BRASILEIRO E O AQUECIMENTO DO MERCADO DE ROBUSTA
Antônio Sérgio de Souza (graduando em Ciências de Alimentos - UFV CRP1
); Cláudio Pagotto
Ronchi (Orientador/Coordenador) (Eng. Agro. D.Sc. em Fisiologia Vegetal - UFV CRP1
); Paulo
Afonso Ferreira (Eng. Agro. D.Sc. em Fitopatologia UFV CRP1
) e Sergio Parreiras Pereira
(Eng. Agro. D.Sc. em Fitotecnia - Pesquisador IAC2
).
INTRODUÇÃO
Para compreendermos a produção do café solúvel brasileiro, precisamos antes, fazer
uma análise de seu principal componente, o café Robusta ou Conilon (Coffeea canephora).
Neste estudo, faremos um apanhado do quadro atual da produção mundial do grão de
café robusta, bem como uma análise do potencial dos países produtores. Abordaremos a
industrialização e a exportação brasileira de café solúvel, assim como, a expansão do consumo
para novos mercados mundiais.
Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi enfocar nas perspectivas mundiais para
produção do café robusta, assim como, a evolução do consumo, o momento atual de mercado,
sua imagem junto a governos e torrefadores internacionais.
DESCRIÇÃO
De acordo com Neto (2012), a primeira produção de café solúvel é atribuída a Satori
Kato de Chicago (EUA), porém a primeira produção industrial foi feita pelo químico inglês
George Constant Washington na Guatemala. Um dia, enquanto aguardava sua esposa no jardim
de sua casa para tomar café, ele observou no bico do bule um pó muito fino, parecia ser a
condensação do vapor dessa bebida. Isto o intrigou e levou-o a descobrir o café solúvel. Em
1906 ele iniciou alguns experimentos e já, em 1909, iniciou a primeira comercialização de café
solúvel, produto que recebeu o nome de Red E Coffee. O tradicional Nescafé foi criado, em
1937, a pedido do Governo de Getúlio Vargas. Neste período, o Brasil encontrava-se com
excesso de produção, graças a baixa demanda mundial provocada pela crise gerada pela quebra
da bolsa de Nova Iorque em 1929.
Segundo Ronchi (2009), o C. canephora originou-se no Congo (África), e recebeu o
nome de 'Robusta' por traduzir sua rusticidade e resistência, sobretudo à ferrugem. Com raízes
mais profundas, gera árvores mais altas, tem origem em sub-bosques densos de Florestas
Equatorias, altitude de até 1.200 m, temperaturas médias anuais entre 24 e 26 o
C; precipitação
superior a 2.000 mm, distribuídas ao longo de nove meses do ano, umidade relativa alta,
próxima à saturação. "O café robusta é considerado uma bebida neutra, usado em misturas
(blends) e utilizado na indústria de café solúvel e nas torrefações, pois possui uma maior
concentração de sólidos solúveis, o que resulta em maior rendimento industrial" (MATIELLO,
1991).
Visto como coadjuvante pela indústria de torrefação tradicional, o robusta é
menosprezado pelos especialistas em cafés especiais. Segundo Josephs (2013), para Andrea Illy,
presidente-executivo da illycaffè, os grãos de robusta normalmente não são cafés finos e não
apresentam o sabor refinado do arábica, que é buscado pela indústria.
Na matéria do The Wall Street Jornal, Josephs (2013) cita que por produzir uma bebida
de sabor extremamente duro, de gosto amargo e qualidade inferior, em 1989, a Costa Rica criou
uma lei proibindo o cultivo e autorizou o governo a destruir as árvores existentes de café
robusta. Em 2010, os produtores de café da Nicarágua, país vizinho, tomaram as ruas exigindo
uma lei similar contra robusta, mas não foram bem sucedidos.
1
Universidade Federal de Viçosa - Campus Rio Paranaíba - MG, UFV CRP
2
Instituto Agronômico de Campinas, IAC SP
33
DISCUSSÃO
O Brasil, que dominava o mercado mundial de café solúvel, perdeu em 2010 a liderança
para a Índia (FERREIRA, 2013). O Brasil chegou a possuir 11 empresas com industrialização
de café solúvel. No entanto, há mais de 40 anos não se abre uma nova. Atualmente, só sete
industrializam o café solúvel em solo brasileiro (NEVES, 2008). Essas empresas têm seu foco
voltado para a exportação, sendo que aproximadamente 87% do faturamento total, proveem das
vendas externas (NEVES, 2009).
A indústria brasileira de café solúvel amarga um processo de estagnação em suas
exportações, em uma tendência que se mantém há mais de uma década em sentido inverso ao
mercado global.
Dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) apontam que os
embarques de café solúvel da indústria brasileira cresceram apenas 0,3% em 2012, sendo
exportadas 3,31 milhões de sacas de 60 kg - cerca de 1 milhão de sacas a menos que a Índia. Em
receita ouve uma alta de 3%, para US$ 672 milhões, puxada pela alta dos preços do café robusta
(FERREIRA, 2013).
Com base em projeções da LMC/Olam, Saoud (2011), estima que o consumo de solúvel
no mundo cresceu a uma taxa anual de 2,95% de 2005 a 2010, a qual deverá manter em
crescimento de 2,7% ao ano até 2015. Tendo o consumo de solúvel obtido um crescimento
diferenciado em seis países: Brasil 3,0%, Indonésia 3,5%, Tailândia 7,0%, Filipinas 3,8%,
Malásia 4,0%, Índia 3,0% e China 7,3%, as taxas de crescimento anual deveram continuar
acima de 3% até 2020, o que representará um incremento de demanda em 3 milhões de sacos de
robusta.
Para novos consumidores, o solúvel, por ser prático e mais econômico, é apontado como
a "porta de entrada" para a introdução do consumo de café em grandes mercados emergentes,
como a China, Ex-repúblicas soviéticas e em toda região asiática, na qual o desempenho das
exportações de café brasileiras não são boas.
A produção de café robusta brasileira é insuficiente para atender a demanda das fábricas
de solúvel, principalmente nos primeiros meses do ano. Segundo a Abics, a demanda total pela
variedade no Brasil é de aproximadamente 15 milhões de sacas, para uma produção estimada
em apenas 12,5 milhões, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab), para a safra 2012/13, sendo que cerca de 85% da produção brasileira de robusta é
absorvido pela indústria do solúvel.
Segundo estimativa de Saoud (2011), se o consumo mundial de robusta continuar
crescendo no mesmo ritmo verificado nos últimos 10 anos (média anual de 3,6%), deverá saltar
dos atuais 54,4 milhões para 77,6 milhões de sacas em 2020, um aumento de 23 milhões de
sacas. Caso o crescimento arrefeça para uma taxa média anual de 2,5%, deverá
atingir 69,74 milhões de sacas, ou 15 milhões de sacas acima do volume consumido hoje. Uma
estimativa mais conservadora, que use uma taxa de crescimento baixa, de 1,75% ao ano,
significaria um acréscimo de 10 milhões de sacas no consumo mundial de robusta, que chegaria
a 64,8 milhões de sacas em 2020.
MATERIAL E MÉTODOS
Analisado as barreiras apontadas como impeditivas ao crescimento da indústria
brasileira de solúvel, observa-se que essa vive uma realidade de estagnação ante uma tendência
de crescimento mundial. De acordo com a consultoria P&A Marketing Internacional,
especializada no mercado internacional de café, a indústria de solúvel vai seguir na inércia
enquanto não resolver a questão do drawback (FERREIRA, 2013). O "Drawback" é a
possibilidade de importar matéria prima, sem a cobranças de impostos, para que seja
reexportado o produto industrializado.
Segundo Ferreira (2013), o setor é penalizado com sobre taxa de importação de 9%
pela Rússia, um grande importador de solúvel. Este cenário deve se agravar com a eliminação
do Brasil do Sistema Geral de Preferências da União Europeia (SGP), no âmbito da Conferência
das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), que prevê tarifas mais baixas
para produtos exportados por um grupo de países em desenvolvimento.
34
No mercado interno, o café solúvel apresenta um desempenho anêmico, com
faturamento em 2012 de aproximadamente R$ 450 milhões, nível esse similar ao de 2011 com
volume inferior a um milhão de sacas (FERREIRA, 2013).
A valorização e o aquecimento de demanda do robusta no nível internacional é um fator
preocupante para a industria brasileira de solúvel. Em 2012, os papeis robusta-futuros,
negociados na bolsa de Londres (NYSE Liffe) tiveram alta de 13% no ano. Por outro lado, os
contratos futuros de café arábica negociados na bolsa de Nova Iorque (ICE Futures) caíram 36%
no período (JOSEPHS, 2013).
RESULTADOS
Segundo Saoud (2011), mantendo o consumo mundial de robusta, que atualmente está
em 54.475 milhões de sacas, um crescimento conservador de 1.75% ano, chegaremos em 2020
consumindo 64.825 milhões de sacas em 2020, apontando para um cenário de déficit de 10
milhões de sacas baseado-se na produção atual.
O estudo de Saoud (2011), aponta que para atender está nova demanda, o Brasil poderá
elevar sua produção em 3 milhões de sacas, com uso de espécies mais resistentes a doenças e
mais produtivas, expansão das áreas irrigadas, melhores tratos culturais e expansão da área no
sul da Bahia. O Vietnã que num período de 15 anos se transformou de um país, desconhecido
por muitos consumidores, no maior produtor mundial de Robusta, não tem muito potencial para
aumento na área plantada e está implantado um programa de renovação de suas lavouras, que
deverá elevar a produção em 2 milhões de sacas. A Indonésia em comparação com o Vietnã,
tem o dobro da área cultivada, mas com um rendimento baixo, com média de apenas 7 sacas por
hectare. No entanto, melhorando a produtividade, tem grande potencial para aumentar
significativamente a produção, podendo elevar em mais 3 milhões de sacas. Os demais países
produtores de robusta, como Índia (300 mil sacas), África (1 milhão sacas), Ásia (750 mil
sacas), entre outros, deveram produzir juntos 2 milhões de sacas, segundo projeções da
LMC/Olam (SAOUD 2011).
CONCLUSÕES
Como o consumo de robusta e solúvel cresce a taxas superiores à produção, tem-se
perspectivas reais para o aumento da produção de café conilon. Mesmo com consumo crescendo
a taxas modestas, se terá um cenário de déficit, estimulado pelo o aumento do volume de
robusta utilizado nos blends pelas grandes torrefações, que foi motivado pela elevação dos
preços do café arábica em 2010.
O café solúvel brasileiro apresenta um cenário de perda gradual de mercado, com a
perspectiva de agravamento, com a indústria brasileira desmotivada e a expansão na
industrialização de solúvel na Ásia, principalmente na Índia.
REFERÊNCIAS
FERREIRA, Carine. Indústria de café solúvel amarga mais um ano de fraqueza. Valor Econômico, São Paulo, 18
jan. 2013. Disponível em: <http://www.valor.com.br/empresas/2974914/industria-de-cafe-soluvel-amarga-mais-um-
ano-de-fraqueza >. Acesso em: 8 fev. 2013.
JOSEPHS, Leslie. Robusta’s Moment in the Sun. The Wall Street Jornal, Nova Iorque, 8 fev. 2013. Disponível em:
<http://blogs.wsj.com/marketbeat /2013/02/08/robustas-moment-in-the-sun/>. Acesso em: 12 fev. 2012.
MATIELLO, José B. O Café: Do Cultivo ao Consumo. São Paulo: Editora Globo, 1991.
NETO, S. L.. C. Produção de Café Solúvel Através de Secagem Spray-Drying. Universidade Regional de
Blumenau – FURB. Blumenau, 2012.
NEVES, Leo de A. Plataforma de exportação de café solúvel. Revista do Café, ano 84, n. 815, set. 2005.
NEVES, Lincoln W. de A. Fazer ou Comprar: uma análise sob a perspectiva das teorias da Economia dos
Custos de Transação e da Visão Baseada nos Recursos. Tese (Doutorado em Engenharia Industrial). Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC RJ, Rio de Janeiro, 2009.
RONCHI, Claudio P. A Origem do Café Conilon. Cetcaf, Vitória, 19 ago. 2009. Disponível em:
<http://www.cetcaf.com.br/informacoes%20gerais/origem%20cafe%20conilon/origem_cafe_conilon.htm>. Acesso
em: 12 fev. 2012.
SAOUD, Raja. Café robusta não é mais um coadjuvante. Revista do Café, ano 90, n. 838, jul. 2011.
SAOUD, Raja. 2011-20: The Decade of Robusta. Brasil Coffee Dinner. São Paulo, 31 Mai. 2011. Slides.
35
NÍVEIS DE GESTÃO DA QUALIDADE NA PRODUÇÃO CAFEEIRA: ESTUDO
EXPLORATÓRIO
Antonio Bliska Jr1
; Antonio C. O. FERRAZ1
; Paulo A. M. LEAL1
; Flávia M. M. BLISKA2
1
Faculdade de Engenharia Agrícola/UNICAMP; 2
Centro de Café, Instituto Agronômico/IAC.
Introdução
A preocupação com a gestão da qualidade cresce continuamente entre empresas dos
diferentes setores econômicos. A criação de sistemas de gestão interna tornou-se essencial para
manter ou aumentar a competitividade das micro e pequenas empresas em todo o mundo,
visando um processo contínuo de aumento da satisfação e da confiança dos clientes, redução de
custos internos, aumento da produtividade, melhoraria da imagem e dos processos e acesso a
novos mercados. Para as empresas relacionadas ao agronegócio café a realidade é similar: a
criação de mecanismos de gestão interna, dos processos agrícolas à colocação do produto no
mercado de destino, é muito importante. A identificação do grau de gestão das atividades dessas
empresas, de forma simples e rápida, de acordo com os fundamentos, normas e práticas de
gestão da qualidade, contribui com a estruturação do seu negócio de forma organizada e para a
obtenção de produtos acabados de qualidade superior.
O objetivo desse estudo é prospectar o nível do grau de gestão da qualidade na empresa
cafeeira brasileira, por meio de um método simples e rápido – o MIGG Café, para avaliar sua
aplicabilidade a uma amostra que no futuro próximo permita mapear o nível de gestão das
empresas do setor cafeeiro nas principais regiões produtoras.
Metodologia
Para avaliar o nível de gestão das empresas cafeeiras utilizou-se o MIGG – Café (Método
de Investigação do Grau de Gestão), método desenvolvido na Faculdade Engenharia Agrícola da
Universidade Estadual de Campinas – FEAGRI/UNICAMP, com a colaboração do Centro de
Café do Instituto Agronômico de Campinas – IAC. Os graus de gestão identificados pelo MIGG,
de um a nove, são apresentados no quadro 1.
Quadro 1. Níveis de gestão ou de maturidade das empresas e faixas de pontuação do MIGG - Café.
Nível Síntese da descrição da maturidade da Gestão Pontuação
1 Não há refinamento e integração. Não há resultados relevantes decorrentes de
enfoques implementados.
0 –150
2 Começam a aparecer resultados relevantes decorrentes da aplicação dos
enfoques de qualidade.
151 –250
3 Alguns resultados relevantes decorrentes da aplicação dos enfoques, avaliações e
melhorias são apresentados com algumas tendências favoráveis.
251 –350
4 Alguns resultados apresentam tendências favoráveis. Início de uso de
informações comparativas
351 –450
5 A maioria dos resultados apresenta tendência favorável. Nível atual é igual ou
superior aos referenciais pertinentes para alguns resultados
451 –550
6 O nível atual igual ou superior aos referenciais pertinentes para a maioria dos
resultados, podendo ser considerado líder do ramo.
551 –650
36
7 Nível atual superior aos referenciais pertinentes para a maioria dos resultados,
sendo considerado líder do ramo e referencial de excelência em algumas
áreas, processos ou produtos.
651 –750
8 Nível atual igual ou superior aos referenciais pertinentes para quase todos os resultados,
sendo referencial de excelência emmuitas áreas, processos ou produtos.
751 –850
9 Liderança setorial reconhecida como referencial de excelência na maioria das áreas,
processos ou produtos.
851–1000
Fonte: Resultados do estudo, com base em Bliska Jr. (2010).
O MIGG – Café é composto por questões objetivas, diretas e que admitem apenas dois tipos
de resposta – sim ou não, o que contribui para reduzir a subjetividade que geralmente acompanha os
métodos descritivos ou qualitativos. O roteiro utilizado visa à elevação contínua dos padrões de
qualidade em todos os estágios do sistema agroindustrial. Os critérios avaliados são:
• Estratégias e Planos: plano de negócios; documentação; plano de ação e periodicidade;
índice de ajuste de produção.
• Liderança: relacionamento (funcionários, fornecedores, consumidores); comunicação; domínio dos fatores
queafetama organização;atitudefrenteàdelegaçãodeações;soluçãoconjuntadospontosdeatrito.
• Clientes: Definição dos preços de venda, Classificação dos grãos e da bebida, Serviço de
atendimento ao cliente (SAC), Banco de Dados do SAC, Solução das demandas do SAC,
Cumprimento de prazos e de especificações.
• Sociedade: Uso de controle biológico, Tratamento de resíduos, Não utilização de mão-de-obra
infantil, Associativismo e cooperativismo, Pagamento de royalties, Código de conduta.
• Informações e Conhecimento: suporte técnico; acesso a internet; treinamento e aperfeiçoamento;
visitas e contatos com clientes; canais de distribuição; tecnologias, metodologias e processos.
• Pessoas: uso de E. P. I.; plano de saúde; treinamento; identificação de lideranças; reação
rápida a estímulos e demandas;capacidade de buscar informações.
• Processos: uso de material genético adequado; teste de novas variedades; uso de substratos;
uso de cultivo protegido na produção de mudas; certificação de sementes e mudas; análises de
solo; controle de ferti-irrigação; observação do ponto de colheita; controle de parâmetros
(colheita e pós-colheita); logística da colheita; instalações adequadas à pós-colheita; instalações
para beneficiamento; instalações para armazenamento; manutenção preventiva; limpeza e
organização; evitar re-trabalho; controle de qualidade; crédito agrícola; seguros.
• Resultados: vendas; aumento da receita; satisfação (clientes e mercado); relacionamento
(clientes e mercado); imagem da empresa; conformidade ambiental; bem estar, motivação;
melhoria contínua da produtividade; conformidade do produto; eficiência operacional;
qualidade dos produtos; relacionamento com fornecedores.
Foram aplicados seis questionários, três dos quais individualmente, por ocasião de
reunião com cafeicultores no Sindicato Rural de Divinolândia, e os outros três durante o
Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras, em Caxambu, ocasiões em que os produtores
foram convidados a avaliar o nível de gestão de suas empresas.
Resultados e Discussão
Os níveis de gestão das empresas avaliadas e a caracterização dessas empresas são
apresentados no quadro 2. Embora o estudo seja exploratório, os resultados obtidos indicam que
o uso de colaboradores eventuais, principalmente no processo de colheita, pode ser um aspecto
limitante no desenvolvimento e crescimento das organizações, principalmente na questão de
obtenção de produtos de qualidade. Uma vez que os colaboradores são pagos mediante a
execução de tarefas diárias, onde o volume colhido corresponde a uma maior remuneração,
37
cuidados na seleção e no manuseio dos grãos de café são relegados. Tal prática também exclui
qualquer possibilidade de capacitação da mão de obra ou incentivo de qualquer natureza para
um melhor desempenho que não seja o quantitativo. Essa característica é predominante nas
organizações que exploram pequenas áreas, uma vez que organizações de médio e grande porte
normalmente justificam a presença de um número mínimo de colaboradores regularmente
contratados.
As organizações de maior porte, mesmo que atuem com ética no mercado, não possuem
mecanismos para estimular a aplicação da mesma ao longo da cadeia. Tais organizações priorizam
a sucessão familiar em detrimento da identificação de lideranças dentro de seu quadro de
colaboradores. Ademais, as empresas analisadas, independentemente de tamanho, não exploram
plenamente o potencial das ferramentas tecnológicas disponibilizadas no mercado.
Conclusões
Para as organizações de pequeno porte, um dos grandes desafios é elevar a qualidade do
seu produto mesmo sem conseguir trabalhar com mão de obra qualificada ou que possa ser
inserida em algum programa de capacitação. Independentemente do tamanho e do nível de
gestão da organização, os produtores ainda não se convenceram de que a utilização de
tecnologias modernas e a localização da propriedade em regiões favoráveis ao cultivo do café
não são suficientes para garantir a obtenção de produtos diferenciados e a sobrevivência da
organização como empresa. Com relação às organizações de grande porte, a não priorização da
identificação de lideranças internas poderá comprometer sua competitividade e sustentabilidade.
A percepção dos gestores de que os conceitos de ética e cidadania, se permeados ao longo da
cadeia, poderão resultar em melhor remuneração para as organizações como um todo, é pouco
explorada no Brasil. Em síntese, todas as premissas de boa gestão visam transformar as
organizações em empresas e garantirem a continuidade de sua atividade e sua sobrevivência ao
longo do tempo.
Referência
BLISKA JÚNIOR, A. Método de Identificação do Grau de Gestão (MIGG) nas atividades de produção de
flores de corte, 2010, 188p. Tese (Doutorado), Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 2010.
Contato: Dra. Flávia Maria de Mello Bliska, Cetro de Café, IAC, bliska@iac.sp.gov.br
38
COMPARAÇÃO DAS VARIEDADES DE ARÁBICA DO IAC ENTRE REGIÕES E
TECNOLOGIAS DISTINTAS
Flávia Bliska1
, Patrícia Turco 2
, Sérgio Tosto3
, Thomaz Fronzaglia4
, Celso Vegro5
1.Instituto Agronômico (IAC); 2. Departamento de Descentralização do Desenvolvimento (DDD/APTA); 3. Embrapa
Monitoramento por Satélite; 4. Instituto de Geociência (IG/UNICAMP); 5.Instituto de Economia Agrícola (IEA).
Introdução
A cafeicultura brasileira se distribui por regiões com características edafoclimáticas,
competitividade e custos de produção diferenciados, resultantes de fatores como o
desenvolvimento e utilização de pacotes tecnológicos de níveis distintos. Dentre as principais
inovações tecnológicas para a produção de café se destacam variedades adaptadas a diferentes
condições de solo e clima, com características agronômicas desejáveis, além de qualidade de
bebida superior e resistência a pragas e doenças. Embora sejam utilizadas em grande parte das
regiões produtoras, os impactos e a contribuição das diferentes variedades, para o crescimento
da cafeicultura brasileira e seu desenvolvimento regional, ainda não foram quantificados. A
mensuração desses impactos é relevante tanto para o cafeicultor, pois a partir dela pode
conhecer o desempenho regional das variedades disponíveis e tomar decisões sobre sua eventual
utilização, como para as Instituições de Pesquisa e Desenvolvimento – P&D avaliarem e
atualizarem as diretrizes dos seus respectivos programas. O objetivo central deste estudo é
quantificar e comparar os impactos ambientais, sociais e econômicos das variedades de café
arábica desenvolvidas pelo Instituto Agronômico – IAC, consideradas “modernas” – registradas
a partir de 1992 – com as variedades registradas antes dessa data – variedades “antigas”, entre
regiões onde são empregados níveis tecnológicos muito distintos.
Metodologia
No Brasil os avanços nos estudos de inovações tecnológicas resultam principalmente dos
trabalhos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), que desenvolveram respectivamente os sistemas Ambitec
(Irias et al. 2004) e ESAC (Salles-Filho et al., 2007). Compararam-se esses métodos
principalmente quanto à sua composição, abrangência, complexidade e custo de aplicação, e
identificaram-se suas vantagens e desvantagens. Verificou-se a possibilidade de ajustá-los de
forma a reduzir as desvantagens e testes de campo com os dois sistemas, indicaram que algumas
características interessantes do ESAC poderiam ser incorporadas ao Ambitec. Essas
incorporações foram realizadas, porém sem alterar o sistema de pontuação, os componentes de
impacto e os indicadores originais do Ambitec.
O Sistema é constituído por um conjunto de indicadores direcionados à avaliação ex-post da
contribuição de uma inovação tecnológica para o desempenho ambiental, social e econômico de
uma atividade agrícola. O Sistema envolve: 1) Coleta de dados gerais sobre a tecnologia; 2)
Aplicação dos questionários, com adotantes selecionados e inserção dos dados sobre os
indicadores de impacto em planilhas eletrônicas, via plataforma MS-Excel, para obtenção de
resultados quantitativos dos impactos e índices parciais e agregados de impacto da tecnologia
selecionada; 3) Análise e interpretação dos índices de impacto obtidos – ambiental, econômico,
social e total – os quais variam de –15 a +15.
O município de Divinolândia – SP foi utilizado como exemplo de baixo nível tecnológico na
lavoura cafeeira. Suas condições edafoclimáticas são bastante similares àquelas observadas nas
regiões cafeicultoras do Sul de Minas Gerais, como: solos férteis; altitude; temperaturas e regime
pluviométricos propícios ao cultivo do cafeeiro e à obtenção de cafés de boa qualidade de bebida.
Porém o nível tecnológico empregado na lavoura, bem como a produtividade e a rentabilidade
médias, ainda são muito baixos em relação a outras regiões igualmente tradicionais. Como
exemplos de maior emprego de tecnologia foram utilizados os resultados médios obtidos para as
39
variedades mais cultivadas nas regiões de Piraju, Garça-Marília, Mogiana Paulista, Sul e Cerrado
de Minas Gerais, Planalto baiano e Norte do Paraná.
As variedades (tecnologias) do Instituto Agronômico – IAC, registradas entre 1992 e 2013,
consideradas “modernas”, são: Icatu vermelho, Icatu amarelo, Icatu precoce, Apoatã, Obatã IAC
1669-20, Tupi IAC 1660-33, IAC 125 RN, IAC Ouro Verde, Obatã 1669-20 e Obatã IAC4739.
As variedades “antigas” são: Mundo Novo (1952) e Catuaí (1972).
Em Divinolândia foram aplicados dez questionários, por meio de painel estruturado – os
respondentes receberam o questionário impresso e o aplicador leu as questões uma a uma, na
medida em que eram respondidas. As variedades analisadas foram:
•••• Icatu precoce em relação ao Mundo Novo: três questionários.
•••• Obatã em relação ao Catuaí, dois questionários, e ao Mundo Novo, dois questionários.
•••• Catuaí (1972), em relação ao Mundo Novo (1952): dois questionários.
•••• Catuaí e Mundo Novo em relação à variedade Bourbon (1859): um questionário (a única diferença
que o respondente vê entre as duas primeiras é quanto ao porte das plantas).
Nas demais regiões os questionários foram aplicados individualmente e foram avaliadas as
variedades Tupi (14 questionários), Obatã (12 questionários) e IAC 125 RN (11 questionários),
todas elas em relação ao Catuaí e o Mundo Novo.
Resultados
Os Índices de impacto das variedades analisadas em Divinolândia são apresentados no quadro 1
e os índices para as demais regiões são apresentados no quadro 2. A comparação entre os
resultados apresentados nos dois quadros indica que:
•••• Os índices de impactos da variedade Obatã, em Divinolândia, mesmo quando positivos, são
significativamente inferiores àqueles obtidos para a mesma variedade nas outras sete regiões.
O Obatã se destaca principalmente em Garça-Marília, Piraju e Mogiana. No Cerrado, Norte
do Paraná, Sul de Minas e Planalto baiano, os índices são menores, mas ainda assim mais
elevados que aqueles de Divinolândia.
•••• Os índices obtidos para as demais variedades “modernas” de café em Divinolândia também
são significativamente inferiores àqueles obtidos nas outras regiões.
•••• Os índices mais baixos ou negativos são, em geral, observados na dimensão ambiental e
resultam principalmente da maior utilização de nutrientes e outros insumos agrícolas,
mecanização e irrigação. Entretanto esses valores são mais do que compensados por índices
elevados nas dimensões econômica e ambiental. Em Divinolândia são observados índices
baixos ou negativos em todas as dimensões.
•••• Os índices de impactos obtidos são significativos se comparados àqueles obtidos em
avaliações similares realizadas pela Embrapa, por exemplo, para duas cultivares de trigo
lançadas após 1986, com índices de impacto social respectivamente de 0,93 e 1,39, e de
impactos ambientais de 1,91 e 0,01.
As características das cafeiculturas das regiões analisadas e os resultados do estudo, ainda que
preliminares, indicam que a variedade de café, isolada de tecnologias complementares, que
componham um pacote tecnológico, pode não ser suficiente para gerar impactos positivos
significativos local e regionalmente.
Conclusões
Os resultados indicam que o desenvolvimento de novas variedades, bem como seu lançamento e
difusão, além de ser acompanhado de um conjunto de tecnologias complementares, precisa contar com
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Cafés da Bahia XIV Simpósio

  • 1.
  • 2. 2 ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE CAFÉ DA BAHIA 14° AGROCAFÉ LIVRO DE RESUMOS XIV SIMPÓSIO NACIONAL DO AGRONEGÓCIO CAFÉ Salvador, BA, 11 a 13 de março de 2013 Salvador, BA 2013
  • 3. 3 Simpósio Nacional do Agronegócio Café (14. : 2013 : Salvador, BA) Resumos / XIV Simpósio Nacional do Agronegócio Café, Salvador, BA, 11 a 13 de março de 2013. Salvador, BA: Associação dos Produtores de Café da Bahia, 2013. 60p. Organização: Guilherme Augusto Vieira 1.Café – Produção. 2. Agronegócio. 3. Bahia – Congresso. I. Vieira, Guilherme Augusto II. Título. CDD: 633.73
  • 4. 4 ORGANIZADOR Guilherme Augusto Vieira Doutorando em História das Ciências, UFBA/UFFS Coordenador da Comissão Científica XIV AGROCAFÉ Qualyagro Consultoria & Treinamento Fone: (71) 9161-2740 E-mail: guilhermevet1@hotmail.com guilherme@farmacianafazenda.com.br
  • 5. 5 APRESENTAÇÃO Nesta 14° Edição do nosso Simpósio, abordamos temas atuais do maior interesse do Agronegócio e particularmente do café. As alterações climáticas que estão acontecendo no mundo têm causado preocupações e prejuízos no nosso setor, sendo importante termos a noção exata do que está, e o que poderá acontecer no futuro. Outro assunto é a comprovação do efeito benéfico do consumo de café na qualidade de vida e na longevidade do ser humano.
  • 6. 6 SUMÁRIO Desenvolvimento e Caracterização de Soluções Filmogênicas e Embalagens de Ami- Do de Mandioca Incorporados com Extrato de Café..................................................... 8 Alterações Morfológicas de Cafeeiros Associados a Diferentes Densidades de Gre- víleas ........................................................................................................................... 11 Potencial Hídrico Foliar de Cafeeiros Associados com Diferentes Densidades de Plantio de Grevíleas.................................................................................................... 14 Avaliação do Rendimento de Frutos de Café Cultivado em Sistema Arborizado Por Grevíleas em Diferentes Densidades de Plantio.................................................. 17 Determinação da Cobertura do Solo por Análises de Imagens em Áreas de Cultivo de Cafezais Arborizados em Diferentes Densidades.................................................. 20 Disposição de Serrapilheira em Área de Cafeeiros Associados com Diferentes Densidades de Grevíleas............................................................................................ 23 Indicação Geográfica para os Cafés do Planalto de Vitória da Conquista................. 26 Estudo de Caso Sobre a Participação do Crédito Rural no Funding Necessário para A Produção de Café no Brasil...................................................................................... 29 Café Solúvel Brasileiro e o Aquecimento do Mercado de Robusta............................ 32 Níveis de Gestão da Qualidade na Produção Cafeeira: Estudo Exploratório.............. 35 Comparação das Variedades de Arábica do IAC entre Regiões e Tecnologias Dis- tintas........................................................................................................................... 38 IPR 103: Cultivar de Café Arábica Rústica mais Adaptada para Regiões Quentes e Solos Pobres.......................................................................................................... 41
  • 7. 7 Estudo da Produção Cafeeira em Sistemas de Gestão Familiar nas Regiões De Barra do Choça e Vitória da Conquista-BA.................................................... 45 Desenvolvimento Reprodutivo no Subperíodo Florescimento em Cafeeiros (Coffea arábica L.) CV. Catuaí, sob Diferentes Densidades de Grevíleas............ 49 Alterações Morfológicas em Grevíleas Associadas em Diferentes Densidades de Plantio com Cafezais........................................................................................... 52 Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA): criando oportunidades o Brasil................................................................................................................. 55 Conteúdo de Água no Solo na Projeção da Copa de Cafezais sob Diferentes Densidades de Grevíleas....................................................................................... 58
  • 8. 8 DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE SOLUÇÕES FILMOGÊNICAS E EMBALAGENS DE AMIDO DE MANDIOCA INCORPORADOS COM EXTRATO DE CAFÉ Lindaiá Santos Cruz1* , Luana de Oliveira Melo Naponucena1,2 , Luciana Emanuela Ferreira Saraiva1,2 , Aline Silva Costa1 , Wagner Barbosa Bramont1 , Bruna Aparecida Souza Machado1 , Janice Izabel Druzian2 1 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, Alimentos e Bebidas, Avenida Dendezeiros do Bonfim, 40015006, Salvador, Bahia, Brasil 2 Faculdade de Farmácia, Universidade Federal da Bahia – UFBA, Rua Barão de Geremoabo s/n, 40170290, Salvador, Bahia, Brasil INTRODUÇÃO A oxidação é um dos fatores que mais interferem na qualidade dos alimentos e em sua vida de prateleira. A constante preocupação em oferecer aos consumidores produtos de alta qualidade, tem levado a adoção de medidas que permitem limitar o processo de oxidação, como a utilização de embalagens ativas contendo agentes antioxidantes, como o café, que é um aditivo natural (MACHADO, 2011). A fim de se amenizar os problemas ambientais causados por embalagens sintéticas tem- se crescido o interesse por embalagens ativas oriundas de matrizes poliméricas naturais, como o amido. O café é um alimento rico em compostos antioxidantes, como por exemplo, compostos fenólicos, incluindo flavonoides e ácidos clorogênicos. Diante de tal problemática, esse trabalho apresenta o desenvolvimento de embalagens comestíveis de amido de mandioca adicionados de extrato de café, bem como a caracterização dos mesmos quanto às propriedades de barreira e também a caracterização das soluções filmogênicas utilizadas para a preparação das embalagens. MATERIAL E MÉTODOS Os filmes foram desenvolvidos a partir do preparo de uma solução filmogênica. Essa solução foi composta por água destilada, amido de mandioca (5%), açúcar invertido (1,4%), sacarose (0,7%) e café solúvel (0,25%, 0,5%, 0,75% e 1%). As soluções foram submetidas a aquecimento até a temperatura de gelatinização do amido (70°C), em banho-maria, sob agitação constante (VEIGA-SANTOS & SCAMPARINI, 2004). Em seguida, a mistura foi mantida em repouso até resfriamento completo. Após o resfriamento, as soluções foram caracterizadas em relação à Umidade, teor de sólidos Totais e pH. Para o desenvolvimento das embalagens, pesou-se 40 g da solução em placas de Petri de polietileno. Em seguida, as placas foram levadas à estufa com circulação de ar (35°C± 2°C) para secagem do solvente. Os mesmos foram armazenados em dessecadores contendo solução de cloreto de sódio e caracterizadas quanto as propriedades de barreira (umidade e atividade de água) e teor de sólidos totais, conforme metodologia proposta por VEIGA-SANTOS & SCAMPARINI (2004). Todas as análises foram feitas em triplicata. RESULTADOS E DISCUSSÃO As soluções filmogênicas de amido de mandioca, plastificadas sacarose e açúcar invertido e aditivadas com diferentes concentrações de extrato de café, foram preparadas de acordo com a metodologia proposta por VEIGA-SANTOS & SCAMPARINI (2004), e estão apresentadas na Figura 1. A Figura 2 apresenta as embalagens de amido e aditivadas com diferentes concentrações de extrato de café, bem como, o controle.
  • 9. 9 Figura 1. Soluções filmogênicas de amido de mandioca: C (controle), F1 (0,25% de café), F2 (0,5% de café), F3 (0,75% de café) e F4 (1% de café). Figura 2. Embalagens de amido de mandioca: C (controle), F1 (0,25% de café), F2 (0,5% de café), F3 (0,75% de café) e F4 (1% de café). A partir das análises de caracterização das soluções filmogênicas, observou-se que a umidade variou de 92,49 a 93,14%, enquanto que o percentual de sólidos totais, variaram de 6,86 a 7,51%, entre a formulações aditivas com extrato de café. O pH das soluções apresentaram valores bastante semelhantes. Estes resultados encontram-se apresentados na Tabela 1. Tabela 1.: Caracterização das soluções filmogênicas: U (umidade); ST (sólidos totais); pH SOLUÇÃO U (%) ST (%) pH C 93,33±0,04 6,67±0,34 5,33±0 F1 93,14±0,03 6,86±0,03 4,96±0,01 F2 92,99±0,03 7,01±0,03 4,93±0,02 F3 92,81±0,02 7,19±0,02 4,91±0,01 F4 92,49±0,04 7,51±0,04 4,89±0,02 Na Tabela 2 são apresentados os valores encontrados para as determinações de sólidos totais (ST), umidade (U) e atividade de água (aw) dos filmes preparados com os diferentes concentrações do aditivo natural (extrato de café) e o controle. Tabela 2: Caracterização das embalagens de amido: U (umidade); ST (sólidos totais); aw (atividade de água). Embalagens U (%) ST (%) aw C 12,20±0,33 87,80±0,33 0,742±0,004 F1 11,67±0,01 88,33±0,01 0,858±0,001 F2 13,64±0,36 86,64±0,36 0,809±0,001 F3 13,34±0,25 86,66±0,25 0,852±0,001 F4 15,35±0,18 84,65±0,18 0,814±0,003 C F1 F2 F3 F4 C F1 F2 F3 F4
  • 10. 10 Os valores de sólidos totais para os filmes com polpa de manga variaram de 84,65 a 88,33%. Valores inferiores aos encontrados neste estudo para o teor de sólidos totais foram relatados por SANTANA et al., (2013), que incorporaram urucum como aditivo antioxidante em embalagens biodegradáveis a base de quitosana (78,94 a 79,81%). MACHADO et al., (2012) encontrou variações de 81,22% a 84,50% nos teores de sólidos totais para filmes biodegradáveis de amido de mandioca incorporados com nanocelulose como reforço e com extrato de erva- mate como aditivo antioxidante, sendo estes resultados semelhantes aos encontrados neste estudo para filmes de amido aditivados com polpa de manga e acerola. Em relação ao parâmetro de umidade, foram encontrados variações de 11,67 a 15,35% para os filmes de amido incorporados com extrato de café. Alguns trabalhos na literatura descrevem a umidade de filmes biodegradáveis de quitosana (SANTANA et al., 2013) e de amido de mandioca (MACHADO et al., 2012), os quais variam de 20,19 a 21,06% e 15,50% a 18,78%, respectivamente. É estabelecido na literatura que o principal fator na estabilidade de um alimento não é a umidade, mas sim a disponibilidade da água para o crescimento de microrganismos e reações químicas. O conceito de atividade de água (aw) é universalmente adotado por pesquisadores e especialistas da área de alimentos para quantificar a disponibilidade de água presente no alimento que permita o crescimento de microrganismos e o acontecimento de reações químicas. Neste contexto, o percentual de água presente nas embalagens biodegradáveis, medida através da aw, é um parâmetro importante na utilização de um material ou biomaterial como embalagem. Produtos com aw mais baixa geralmente estão menos sujeitos à degradação por microrganismos e à alterações químicas (MÜLLER et al., 2008). Os valores de aw variaram de 0,814 a 0,858 entre as formulações, e maiores do que o controle (0,742) sendo assim considerados produtos de umidade elevada. CONCLUSÕES Concluiu-se que a adição de café nas proporções utilizadas nos filmes mantiveram próximas as propriedades de barreira dos mesmos. Os filmes comestíveis são uma boa alternativa para se minimizar os problemas ambientais, visto que podem no futuro substituir as embalagens sintéticas. A incorporação de extrato de café é viável como um aditivo natural com propriedades antioxidantes. REFERÊNCIAS MACHADO, B. A. S. Desenvolvimento e caracterização de filmes flexíveis de amido de mandioca com nanocelulose de coco. 2011, 151 p. Dissertação (Mestrado em Ciências de Alimentos) – Faculdade de Farmácia, Universidade Federal da Bahia, Salvador – BA. MACHADO, B. A. S.; NUNES, I. L.; VARGAS, F. P.; DRUZIAN, J. I. Desenvolvimento e avaliação da eficácia de filmes biodegradáveis de amido de mandioca com nanocelulose como reforço e com extrato de erva-mate como aditivo antioxidante. Ciência Rural, 2012. MÜLLER, C. M. O.; YAMASHITA, F.; LAURINDO, J. B. Evaluation of the effects of glycerol and sorbitol concentration and water activity on the water barrier properties of cassava starch films through a solubility approach. Carbohydrate Polymers, v. 72, p. 82–87, 2008. SANTANA, Maria Cecília Castelo Branco de et al. The incorporation of annatto as antioxidant additive based biodegradable packaging chitosan. Ciência Rural, 2013. VEIGA-SANTOS, P.; SCAMPARINI, A.R.P. Indicador irreversível de temperatura utilizando carboidratos. PI0403610-7 A2, patente protocolizada no INPI, 2004. * Lindaiá Santos Cruz– lindaias@fieb.org.br
  • 11. 11 ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS DE CAFEEIROS ASSOCIADOS A DIFERENTES DENSIDADES DE GREVÍLEAS Perla Novais de Oliveira1 , Sylvana Naomi Matsumoto², Luan Santos de Oliveira5 , Jerffson Lucas Santos3 , Lucialdo Oliveira D´arêde4 , Greice Marques Barbosa4 ¹Graduanda do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, bolsista CNPq, perla_oliveira2@hotmail.com; ²D.Sc. Professora do Departamento de Fitotecnia e Zootecnia, UESB. Estrada do Bem Querer, km 4, CEP 45.083-900 - Vitória da Conquista, Bahia; 3 Graduando do curso de Agronomia da Uesb, bolsistas Fapesb; 4 Pós-Graduando do Programa de Mestrado em Fitotecnia da UESB; 5 Graduado do Curso de Agronomia da UESB. INTRODUÇÃO Coffea arabica L., pertencente à família das Rubiaceas, é originária da Etiópia, nas áreas de maior altitude, em meio às florestas tropicais, onde se desenvolve sob sombreamento, como vegetação de sub-bosque (MORAES, 2008; BRITO, 2012; MANCUSO, 2012). Segundo Lunz (2006) e Righi et al. (2007) o café possui uma elevada adaptação fenotípica, podendo ser cultivado em ambientes a pleno sol ou sombreados. A arborização na agricultura é uma técnica muito utilizada em países equatoriais para a proteção de cafezais contra as adversidades climáticas e promoção da sustentação da cultura (LUNZ, 2006). Diversos estudos estão sendo realizados visando compreender os efeitos da arborização no comportamento dos cafeeiros. Morais et al. (2003) ao estudarem o plantas de café sob sombreamento denso com guandu (Cajanus cajan L. Millsp.) e a pleno sol, avaliando características de crescimento, observaram-se maior altura dos cafeeiros, folhas maiores e com menor quantidade de matéria seca. Assim,o objetivo deste estudo foi avaliar as alterações morfológicas das plantas de café (Coffea arabica L.) associado a grevíleas (Grevílea robusta A. Cunn.) no planalto de conquista, Bahia. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi conduzido na área experimental do campo agropecuário da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, município de Vitória da Conquista – Ba, localizada a 14º 53’ Latitude Sul e 40º 48’ Longitude Oeste de Greenwich, a uma altitude de 960 metros. O ensaio foi composto por seis campos de observação definidos por diferentes espaçamentos de grevíleas nos cafezais. Os Cafeeiros da variedade Catuaí vermelho (IAC 144) foram dispostos em espaçamento 3 x 1m e as grevíleas foram plantadas em seis diferentes espaçamentos, constituindo seis variações de densidades: (T1: 6 X 6 m, 277 plantas ha-1 ; T2 : 6 X 12 m, 138 plantas ha-1 ; T3: 9 X 9 m, 123 plantas ha-1 ; T4: 12 X 9 m, 69 plantas ha-1 ; T5: 9 X 18 m, 61 plantas ha-1 ; T6: 18 X 18 m, 30 plantas ha-1 ).
  • 12. 12 As avaliações foram feitas em períodos de dois meses em 2011/2012, totalizando 5 avaliações: setembro, novembro, janeiro, março e maio, sendo coletados dados referentes às plantas de café. Foi determinado a altura, com uma régua graduada, colocada paralelamente ao caule da planta, medindo-se o comprimento a partir do solo até a gema apical do ramo ortotrópico, e a área foliar individual, em que foram coletadas 3 folhas de cada planta do terço médio e acondicionadas em sacos plásticos previamente identificados, sendo determinada a área foliar, por meio de um integrador de área foliar de marca LI-COR (modelo 3100) Os resultados foram submetidos à análise de variância e teste F ao nível de 5% de probabilidade e análise de variância da regressão, com teste F ao nível de 10% de probabilidade. Como ferramenta de auxílio às análises estatísticas, adotou-se o procedimento do software Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas, Saeg, versão 9.1. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi observado para todas as avaliações que maiores densidades de grevíleas condicionaram maior altura dos cafeeiros (Figura 1 A). A maior altura das plantas pode ser explicada pela diminuição no fluxo de transporte das auxinas para as raízes em ambientes sombreados, condicionando maior acúmulo deste hormônio na parte aérea (MORELLI & RUBERTI, 2002). FIGURA 1. Altura e área foliar de três folhas das plantas de cafés associadas a diferentes densidades de grevíleas ((30, 61, 69, 123,138 e 277), Vitória da Conquista, Bahia. Equações obtidas pela análise de regressão: (A) set: Ŷ°=2,1275+0,0022*X (r2 =0,6397); nov: Ŷ*=2,1664+0,0022**X (r2 =0,6368); jan: Ŷ*=2,2137+0,0022*X (r2 =0,6629); mar: Ŷ°=2,2434+0,0023*X (r2 =0,6295); mai: Ŷ°=2,2921+0.0021*X (r2 =0,5762); (B) set: Ŷ**=148,618+0,2527**X (r2 =0,9255); nov: Ŷ**=155,666+0,0661**X (r2 =0,9069); jan: Ŷ°=159,37+0,1360*X (r2 =0,5725); mar: Ŷ= 157,7792; mai: Ŷ= 168,9301; **,*, ° p < 0,01, p < 0,05 e p < 0,10, respectivamente. Da mesma forma, foi verificada para os meses de setembro, novembro e janeiro, uma relação direta entre a área foliar das plantas de café e a densidade da população de grevíleas, ou seja, quanto maior a densidade do componente arbóreo, maior a área foliar das plantas de café (Figura 1 B). Segundo PAIVA et al. (2003) o aumento da área foliar pelo sombreamento é uma das maneiras de a planta aumentar a superfície fotossintetizante, promovendo um A B
  • 13. 13 aproveitamento maior das baixas intensidades luminosas. Resultados semelhantes foram observados por Lemos (2008) ao avaliar a associação de cafeeiros com abacateiros e ingazeiros no município de Barra do Choça, Bahia, observando maiores valores da altura e área foliar quando comparado ao ambiente a pleno sol. CONCLUSÃO Foi verificada forte interação entre a densidade populacional de grevíleas e o crescimento dos cafeeiros, onde as maiores densidades determinaram uma maior altura e expansão da área foliar de plantas de café. REFERÊNCIAS BOTERO, C.J. Resposta de cafeeiros ao sombreamento e à dinâmica de serrapilheira em condições de sistema agroflorestal. 2007. 72f. Tese (Doutorado em fitotecnia) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2007. COELHO, R.A.; RICCI, M.S.F.; ESPÍNDOLA, J.A.A.; COSTA,J.R. Influência do sombreamento sobre a população de plantas espontâneas em área cultivada com cafeeiro (Coffea canephora) sob manejo orgânico. Agronomia, v.38, n°.2, p.23 - 28, 2004. LEMOS, C. L. Características morfo-fisiológicas e assimilação de nitrogênio em cafeeiros em sistema a pleno sol e associados com abacateiro (Persea amarecicana) e ingazeiro (Inga edulis) em Barra do Choça, Bahia. 2008. 94 f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, BA, 2008. LUNZ, A. M. P. Crescimento e produtividade do cafeeiro sombreado e a pleno sol. 2006. 94f. Tese (Doutorado em Fitotecnia)- Escola superior de agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, SP, 2001. MORAIS,H.; MARURU, C. J., CARAMORI, P.H. RIBEIRO, A.M.A.;, J.C. Características fisiológicas e de crescimento de cafeeiro sombreado com guandu e cultivado a pleno sol. Pesquisa agropecuária. brasileira, v. 38, n. 10, p. 1131-1137, 2003. MORELLI, G.; RUBERTI, I. Light and shade in the photocontrol of Arabidopsis growth. Trends plant science., v. 7, n.9, p. 399- 404, 2002. PAIVA, L. C.; GUIMARÃES, R. J.; SOUZA, C. A. S. Influência de diferentes níveis de sombreamento sobre o crescimento de mudas de cafeeiro (Coffea arabica L.). Ciências e agrotecnologia , v.27, n.1, p.134-140, 2003. RIGHI, C. A.; BERNADES, M.S.; LUNZ, A.M.P.; PERREIRA, C. R.; NETO, D. D.; FAVARIN, J. L. Measurement and simulation of solar radiation availability in relation to the growth of coffee plants in an agroforestry system with rubber trees. Revista Árvore, v. 31, n. 2, p. 195-207, 2007. Autora: Perla Novais de Oliveira, perla_oliveira2@hotmail.com. Contato: (77) 8829-9226.
  • 14. 14 POTENCIAL HÍDRICO FOLIAR DE CAFEEIROS ASSOCIADOS COM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO DE GREVÍLEAS Perla Novais de Oliveira1 , Sylvana Naomi Matsumoto², Jerffson Lucas Santos3 , Lucialdo Oliveira D´arêde4 , Luan Santos de Oliveira5 , Ricardo de Andrade Silva3 ¹Graduanda do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, bolsista CNPq, perla_oliveira2@hotmail.com; ²D.Sc. Professora do Departamento de Fitotecnia e Zootecnia, UESB. Estrada do Bem Querer, km 4, CEP 45.083-900 - Vitória da Conquista, Bahia; 3 Pós-Graduando do Programa de Mestrado em Fitotecnia da UESB; 4 Graduado do Curso de Agronomia da UESB; 5 Graduando do curso de Agronomia da Uesb, bolsistas Fapesb. INTRODUÇÃO Embora o Brasil predomine o cultivo do café a pleno sol, a utilização de sistemas arborizados na cafeicultura é uma técnica antiga e muito difundida em diversos países com grande potencial para o estabelecimento de sistema de produção mais sustentáveis, (SEVERINO e OLIVEIRA, 1999). A inserção do componente arbóreo nos cafezais está relacionada às alterações tanto bióticas (relacionadas à fisiologia dos cafeeiros, à ocorrência e ecologia das populações da microbiota do solo, dos microorganismos, insetos e plantas espontâneas que interagem com os cafeeiros) como abióticas (relacionadas a fatores edáficos e microclimáticos) (SOUZA, 2010). Atualmente o sombreamento tem sido protagonizado como uma alternativa para a atenuação das condições hídricas e térmicas nos plantios do café. Segundo Rena e Maestri (2000) a presença da arborização, eleva a umidade do ar, promove um eficiente controle da abertura estomática, reduzindo a transpiração e, consequentemente contribui para a otimização da utilização de água pela planta de café. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial hídrico foliar de cafezais associados com diferentes densidades de plantio de grevíleas. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi conduzido no período de setembro a março de 2011/2012, em intervalos de dois meses, no campo experimental agropecuário da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), situado no Campus de Vitória da conquista a 14º 53’ latitude Sul e 40º 48’ longitude Oeste, a uma altitude de 960 metros. A precipitação pluvial (mm) anual do local de estudo atinge índices de 750mm, ocorrendo concentração de chuvas durante o verão e início do outono, conforme observado na Figura 1.
  • 15. 15 FIGURA 1. Médias mensais de precipitação pluviométrica no período de julho de 2011 a maio de 2012. Vitória da Conquista, Bahia, 2012. Fonte: Estação metereológica INMET/ Vitória da Conquista – BA, 2012. O ensaio foi composto por seis campos de observação definidos por diferentes espaçamentos de grevíleas nos cafezais. Os Cafeeiros da variedade Catuaí vermelho (IAC 144) foram dispostos em espaçamento 3 x 1m e as grevíleas foram plantadas em seis diferentes espaçamentos, constituindo seis variações de densidades: (T1: 6 X 6 m, 277 plantas ha-1 ; T2 : 6 X 12 m, 138 plantas ha-1 ; T3: 9 X 9 m, 123 plantas ha-1 ; T4: 12 X 9 m, 69 plantas ha-1 ; T5: 9 X 18 m, 61 plantas ha-1 ; T6: 18 X 18 m, 30 plantas ha-1 ). O potencial hídrico foliar (Ψwf) foi determinado no período antes do amanhecer, no horário de quatro ás cinco horas, retirando duas folhas saudáveis e completamente expandidas de um ramo situado no terço médio, com o uso de uma câmara de Scholander (Modelo 1000, PMS, Inglaterra). Os resultados foram submetidos à análise de variância e teste F ao nível de 10% de probabilidade e análise de variância da regressão, com teste F ao nível de 10% de probabilidade. Como ferramenta de auxílio às análises estatísticas, adotou-se o procedimento do software Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas, Saeg, versão 9.1. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para o potencial hídrico foliar (Ψwf), foi observado um modelo polinomial de segunda ordem entre a população de grevíleas por hectare para a primeira avaliação ocorrida em setembro de 2011, conforme a figura 2. Comportamento semelhante pode ser verificado para o mês de março de 2012, porém foram os menores valores de Ψwf obtidos, cerca de - 4,89 e - 3,34, para as densidades de plantio de grevíleas de 30 e 277 plantas ha-1 ; respectivamente. Tal fato pode ser atribuído à resposta da planta ao período de estiagem (veranico) ocorrido devido ao baixo volume de precipitação nesses meses (Figura 1). Ainda, provavelmente alterações microclimáticas definidas pelos diferentes níveis de restrição de luz, resultaram em gradientes de evapotranspiração, em que ambientes mais sombreados promovem menores taxas de evapotranspiração (CÉSAR et al. 2010). Entretanto, Lemos (2008) ao avaliar cafeeiros da cv. Catuaí cultivado em sistema a pleno sol e associados com abacateiros e ingazeiros no mês de março, observou que em sistema de cultivo de café sob sombreamento o potencial hídrico foliar não diferenciou dos cultivados a pleno sol.
  • 16. 16 FIGURA 2. Potencial hídrico foliar (Ψwf) de plantas de café associadas com diferentes densidades de plantio de grevíleas (30, 61, 69, 123,138 e 277), Vitória da Conquista, Bahia. Equações obtidas pela análise de regressão: set: Ŷ°=3,48041 – 0,0144193*X + 0,00003792*X (R2 =0,7906); nov: Ŷ= - 0,408; jan: Ŷ=0,6078; mar: Ŷ*= 5,355429 - 0,0163168*X + 0,0000326413*X (R²=0,9416); *, p < 0,05. Nos meses de outubro a dezembro 2011 houve um aumento no volume de precipitação (Figura 1) e consequentemente maior disponibilidade de água no sistema solo-planta-atmosfera, o que possibilitou o aumento gradativo do potencial da água na planta (Figura 2). No mês de novembro não foi possível definir modelo do Ψwf entre as diferentes densidades de plantio de grevíleas, entretanto, os maiores valores de potencial da água nas folhas foram observados neste período, possivelmente sendo influenciado pela precipitação ocorrida nesta época, disponibilizando mais água para o sistema. Mesmo comportamento pode ser observado para o mês de janeiro, sofrendo influência do final da estação chuvosa, por haver ainda disponibilidade de água. CONCLUSÃO Foi verificada forte interação entre a densidade populacional de grevíleas e o potencial hídrico foliar dos cafeeiros para os meses de setembro e março, em que durante o período de veranico, a arborização influenciou positivamente no potencial hídrico foliar, reduzindo a perda de água pela planta no processo transpiratório. REFERÊNCIAS CÉSAR, F. R. C. F.; MATSUMOTO, S. N.; VIANA, A. E. S.; SANTOS, M. A.; BONFIM, J. A. Morfofisiologia foliar de cafeeiro sob diferentes níveis de restrição luminosa. Coffee Science, v. 5, n.3, p. 262-271, 2010. SEVERINO, L. S.; OLIVEIRA, T. S. Sistema de cultivo sombreado do cafeeiro (Coffea arabica L.) na região de Baturité, Ceará. Revista Ceres, v. 46, n. 268, p.635-652, 1999. SOUZA, A. J. J. Qualidade do café arborizado e a pleno sol submetido a diferentes manejos pós-colheita em Barra do Choça, Ba. 2010. 73 f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, BA. 2010. RENA, A. B.; MAESTRI, M. Relações Hídricas no Cafeeiro. ITEM, Viçosa, n. 48, p. 34 41, 2000. Autora: Perla Novais de Oliveira, perla_oliveira2@hotmail.com. Contato: (77)3422-9226.
  • 17. 17 AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO DE FRUTOS DE CAFÉ CULTIVADO EM SISTEMA ARBORIZADO POR GREVÍLEAS EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO Perla Novais de Oliveira1 , Sylvana Naomi Matsumoto², Luan Santos de Oliveira3 , Ricardo de Andrade Silva4 , Mirlene Nunes de Oliveira3 , Jerffson Lucas Santos4 ¹Graduanda do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, bolsista CNPq, perla_oliveira2@hotmail.com; ²D.Sc. Professora do Departamento de Fitotecnia e Zootecnia, UESB. Estrada do Bem Querer, km 4, CEP 45.083-900 - Vitória da Conquista, Bahia; 3 Graduandos do curso de Agronomia da Uesb, bolsistas Fapesb; 4 Pós-Graduando do Programa de Mestrado em Fitotecnia da UESB. INTRODUÇÃO O café é um importante comodity agrícola de exportação no mundo, e dentre os países produtores o Brasil ocupa posição de destaque, sendo o estado da Bahia segundo a CONAB (2012) o quarto maior produtor nacional de café arábica. Neste sentido, a diversificação da produção é uma importante estratégia para manter o equilíbrio econômico da propriedade e os sistemas agroflorestais, segundo Lunz (2006) podem ser uma boa alternativa. De acordo com Coelho et al. (2004), a arborização com espécies e espaçamentos adequados pode apresentar resultados satisfatórios, quando comparado ao cultivo a pleno sol, como: melhoria nos aspecto vegetativo do cafeeiro, aumento do número de ramos primários e secundários, frutos maiores, moles e açucarados (BOTERO, et al.; 2007). Ainda, o efeito positivo da arborização na qualidade de bebida foi verificado por Bebé et al. (2001) no município de Barra do Choça, Bahia. Quanto maior a proximidade dos cafeeiros às árvores, maiores teores de açúcares e ácidos clorogênicos foram observados na bebida do café. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar o rendimento de frutos de café cultivado em sistema arborizado por grevíleas em diferentes densidades de plantio. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no campo experimental da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, UESB, em Vitória da Conquista, BA, 14º 53’ latitude Sul e 40º 48’ longitude Oeste, a uma altitude de 960 metros e com solo classificado como Cambissolo Háplico Tb Distrófico. Segundo a classificação de Köppen, o clima da região é do tipo Aw, clima de savana com chuvas periódicas e inverno pouco chuvoso. O ensaio foi composto por seis campos de observação definidos por diferentes espaçamentos de grevíleas nos cafezais. Os Cafeeiros da variedade Catuaí vermelho (IAC 144) foram dispostos em espaçamento 3 x 1m e as grevíleas foram plantadas em seis diferentes
  • 18. 18 espaçamentos, constituindo seis variações de densidades: (T1: 6 X 6 m, 277 plantas ha-1 ; T2 : 6 X 12 m, 138 plantas ha-1 ; T3: 9 X 9 m, 123 plantas ha-1 ; T4: 12 X 9 m, 69 plantas ha-1 ; T5: 9 X 18 m, 61 plantas ha-1 ; T6: 18 X 18 m, 30 plantas ha-1 ). Foi realizada no ano de 2012 a colheita do café, por meio de derriça manual do café “cereja”, sendo seu rendimento determinado pelo peso. Os dados foram submetidos à testes de homogeneidade de variância (teste de Cochran e Bartlett) e teste de normalidade (Lilliefors) e os modelos para a relação entre densidade de árvores e as características avaliadas foram definidos a partir da análise de variância da regressão (p≤5%), coeficiente de determinação (R2 ≥ 50%) e representatividade do fenômeno biológico. Como ferramenta de auxílio às análises estatísticas, adotou-se o procedimento do software Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas, Saeg, versão 9.1. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a produção de frutos de café cereja, em relação a densidade populacional das grevíleas, foi definido o modelo polinomial de segunda ordem (Figura 1). A estimativa de maior produção de frutos tipo cereja (7,167 ton ha-1 ) foi condicionada pela densidade populacional de 205 grevíleas por hectares, aproximadamente no espaçamento de 8 x 6. A partir desse índice até o máximo de 277 plantas por hectare ocorreu um decréscimo da produção dos cafeeiros. FIGURA 1. Peso total (g) por planta de café cereja associada a diferentes densidades de grevíleas (30, 61, 69, 123,138 e 277), Vitória da Conquista, Bahia. Equação obtida pela análise de regressão: Ŷ**=0,00978+0,0209**X-0,000051**X2 (R2 =0,9562); **, p < 0,01. Conforme Lunz (2006), nas plantas sobre maior restrição luminosa a alocação de biomassa se distribuiu por diversas partes da planta, ao contrario das plantas com menor restrição luminosa em que a alocação de biomassa é direcionada para a produção de frutos em detrimento da partes vegetativas. Porém efeito contrário foi observado por Carelli et al. (2006)
  • 19. 19 que mesmo em condições moderadas de sombreamento, a produção das plantas foi menor do que a pleno sol. CONCLUSÃO A produção de café cereja por planta aumentou diretamente com a maior densidade de grevíleas, até 205 por hectare (espaçamento aproximado de 6 x 8m), a partir do qual o incremento da densidade ocasionou decréscimo na produção de café cereja. REFERÊNCIAS BEBÉ, F. V. PIMENTEL, C. A., RIBEIRO, M. S., MATSUMOTO, S. N., MOREIRA, M. A., FERRAZ, R. C. N. Avaliação da qualidade do café Catuaí sob condições de arborização. In: SEMINÁRIO DE INCIAÇÃO CIENTÍFICA DA UESB, 6., 2003. Vitória da Conquista, Bahia. Anais... Vitória da Conquista, Bahia: Uesb, 2002. p. 155-156. BOTERO, C. J. Resposta de cafeeiros ao sombreamento e à dinâmica de serrapilheira em condições de sistema agroflorestal. 2007. 72f. Tese (Doutorado em Fitotecnia) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2007. CARELLI, M. L. C. ; FAHL, J. I. ; Alfonsi, E.L. . Efeitos de níveis de sombreamento no crescimento e produtividade do cafeeiro. In: II Simpósio de Pesquisa dos cafés do Brasil, 2001, Vitória. Resumos. Brasília: EMBRAPA CAFÉ, 2001. p. 16. COELHO, R. A.; RICCI, M. S. F.; ESPÍNDOLA, J. A. A.; COSTA, J. R. Influência do sombreamento sobre a população de plantas espontâneas em área cultivada com cafeeiro (Coffea canephora) sob manejo orgânico Agronomia, v.38, n°.2, p.23 - 28, 2004. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento da Safra Brasileira. Café Safra 2012: quarta estimativa. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/12_12_20_16_01_51_boletimcafe_deze mbro_2012.pdf>. Acesso em: 25 de jan. 2012. LUNZ, A. M. P. Crescimento e produtividade do cafeeiro sombreado e a pleno sol, 2006. 94f. Tese (Doutorado, área de concentração em Fitotecnia) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, SP, 2006. MORAES, G. A. B. K. Crescimento, fotossínte e mecanismos de fotoproteção em mudas de café (Coffea arabica L.) formadas a pleno sol e à sombra. 2008. 29f. Dissertação (Mestrado em Fisiologia Vegetal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2008. Autora: Perla Novais de Oliveira, perla_oliveira2@hotmail.com. Contato: (77) 8829-9226
  • 20. 20 DETERMINAÇÃO DA COBERTURA DO SOLO POR ANÁLISES DE IMAGENS EM ÁREAS DE CULTIVO DE CAFEZAIS ARBORIZADOS EM DIFERENTES DENSIDADES Luan Santos de Oliveira1 , Sylvana Naomi Matsumoto², Perla Novais de Oliveira3 , Ricardo de Andrade Silva4 , Lucas Coutinho Fontes Cesar5 , Mirlene Nunes de Oliveira3 ¹Graduando do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, bolsista Fapesb, luanoliveirac@yahoo.com.br; ²D.Sc. Professora do Departamento de Fitotecnia e Zootecnia, UESB. Estrada do Bem Querer, km 4, CEP 45.083-900 - Vitória da Conquista, Bahia; 3 Graduandas do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, bolsista CNPq e Fapesb; 4 Pós-Graduando do Programa de Mestrado em Fitotecnia da UESB; 5 Graduando do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB. INTRODUÇÃO O sistema arborizado é uma técnica muito utilizada em diversos países da América Central, por oferecer um maior espectro de serviços ao ecossistema. Na região Sudeste, o principal argumento da associação de árvores aos cafezais está relacionado ao manejo orgânico, como forma de suplementação de matéria orgânica ao sistema de produção. A espécie arbórea, grevílea (Grevillea robusta A. Cunn) é predominantemente utilizada por apresentar características buscadas (BATISH et al., 2008), tais como copa pouco densa que permite a passagem de luz, alta deposição de serapilheira e não infere nas culturas adjacentes por possuir características como sistema radicular profundo (SILVA, 2008). Dessa forma, o sombreamento promove um microclima favorável à manutenção da serapilheira contribuindo para uma menor taxa de decomposição do material orgânico, equilíbrio das temperaturas e diminuição das perdas de solo por erosão estes fatores por sua vez ,induz alterações nos processos fisiológicos e nas características da cultura protegida (RADOMSKI e RIBASKI, 2012). A serapilheira depositada pelo componente arbóreo, bem como a massa verde composta pelas plantas daninhas, forma uma cobertura no solo que remota aos benefícios descritos por Radomski e Ribaski (2012) e como forma de avaliar esses benefícios busca-se metodologias que reflitam as condições do campo, para fins diversos, como controle de plantas daninhas, levantamento da eficiência da deposição de serapilheira e área de solo desnudo. Para isso, metodologias aplicadas ao campo de forma abrangente e de caráter mecânico são aplicadas. Assim, este trabalho tem como objetivo expressar a composição da cobertura de solo em diferentes densidades de sombreamento, através a metodologia de analise de imagens. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no campo experimental da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, em Vitória da Conquista – BA, localizada a altitude superior a 900 metros, situada a 40º50’53"W e 14º50’53" S. Em janeiro de 2002, cafeeiros da variedade Catuaí Vermelho (IAC 144) foram plantados em espaçamento de 3,0 x 1,0m, totalizando a área de 3,2ha. Simultaneamente foi realizado o plantio de grevíleas dispostas em seis diferentes espaçamentos constituindo diferentes arranjos e densidades populacionais, definindo os seguintes tratamentos: (T1: 6 X 6 m, 277 plantas ha-1 ; T2 : 6 X 12 m, 138 plantas ha-1 ; T3: 9 X 9 m, 123 plantas ha-1 ; T4: 12 X 9 m, 69 plantas ha-1 ; T5: 9 X 18 m, 61 plantas ha-1 ; T6: 18 X 18 m, 30 plantas ha-1 ). As observações foram realizadas na área interna de cada campo, determinada por 16 árvores. As análises para levantamento da cobertura vegetal foram realizadas em dezembro de 2011, a partir da metodologia de análise de imagens, como cobertura de solo foi discriminada, serapilheira (cobertura vegetal morta), presença de plantas espontâneas (cobertura vegetal verde). A área de cobertura foi mensurada a partir da avaliação fotográfica após digitalização da imagem, esta foi analisada por meio de uma escala de cores, através do programa SisCob. 1.0 (Software para Análise da Cobertura do Solo) disponibilizado pela EMBRAPA (Jorge e Silva
  • 21. 21 2010). Para o processo de aquisição da imagem foi utilizada uma câmera digital, DC 12327 BR, Mitsuca, China, com resolução de 12 megapixels. As dimensões da imagem gerada consistiram de 2048 pixels de largura e 1566 pixels de altura. Após digitalização da imagem, esta foi analisada por meio de uma escala de cores, através do programa SisCob. 1.0. Para a definição da área de avaliação da imagem utilizou-se um retângulo de madeira vasado de 1,0 m X 0,50 m. Este quadro foi lançado 12 vezes dentro de cada campo experimental, para que a captura das imagens abrangesse uma área representativa de cada tratamento. Para elevar o grau de definição das imagens, estas foram previamente processadas pelo programa Corel PHOTO-PAINT X5 (Fagundes e Costa Junior, 2008). Foram estabelecidos modelos de regressão entre a densidade de grevíleas e as porcentagens de cobertura de solo e solo desnudo, por meio de análise de variância da regressão, utilizando-se o programa SAEG, v. 9.1. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a relação entre porcentagem de cobertura de solo com serapilheira e densidade de grevíleas foi possível estabelecer um modelo linear, sendo verificada maior ocorrência e proporção da cobertura morta em função do aumento da densidade de grevílea (Grevillea robusta) (Figura 1). Estes resultados estão de acordo com Pezzato e Wisniewski (2006) ao avaliarem a produção de serrapilheira em diferentes seres sucessionais da floresta estacional semi decidual. O aumento no sombreamento atrelado a menor insolação e maior retenção de umidade em função do aumento da densidade de grevíleas ha-1 forma um microclima favorável a manutenção da serapilheira contribuindo para uma menor taxa de decomposição do material orgânico no solo (Radomski e Ribaski, 2012). Assim, tais resultados concordam com os princípios estabelecidos por Reis e Rodella (2002), Ricci et al. (2008). ■SERSISC: Ŷ**=-3,0446+0,3648**X (r2 =0,9770) Figura 1. Porcentagem de serapilheira em cafezais associados a diferentes densidades de grevíleas (Grevillea robusta), avaliada pelo programa SISCOB (SERSISC). Quanto à relação entre porcentagem de cobertura verde e densidade de grevíleas foi possível instituir modelo polinomial de segunda ordem (Figura 2). Observou-se uma diminuição da cobertura verde do solo à proporção que foi aumentada a densidade de grevílea. Este comportamento foi descrito por Staver (2001), que explica que a quantidade de biomassa de invasoras, no sistema agroflorestal de cultivo de café, é extremamente dependente da quantidade de luz filtrada pelas espécies arbóreas e pelo dossel dos cafeeiros presentes nos sistemas, fato diretamente relacionado com a densidade de arvores que compõem o sistema.
  • 22. 22 ■ MVSISC: Ŷ*=96,9139-0,528872X*+0,00064381X² (R²=0,9505) Figura 2. Porcentagem de cobertura verde em cafezais arborizados com grevíleas (Grevillea robusta) dispostas em diferentes densidades, avaliado pelo programa SISCOB (MVSISC). CONCLUSÃO Foi possível refletir as condições do campo através da metodologia de avaliação por imagem, ao estimar a cobertura de solo. Verificou-se maior ocorrência e proporção da serapilheira em função do aumento da densidade de grevílea. Houve uma diminuição da cobertura verde do solo à proporção que foi aumentada a densidade de grevílea. REFERÊNCIAS BATISH, D. R.; KOHLI, R. K.; JOSE, S.; SINGH, H. P. Ecological basis of agroforestry. CRC Press, 400p. 2008. FAGUNDES, N. A.; COSTA JUNIOR, C. V. S. Diagnóstico ambiental e delimitação de Áreas de Preservação Permanente em um assentamento rural assentamento rural. Acta Sci. Biol. Sci. Maringá, v. 30, n. 1, p. 29-38, 2008. JORGE, L. A. DE C.; SILVA D.J. DA C. B. SisCob: manual de utilização.1.ed. São Carlos, SP: Embrapa Instrumentação Agropecuária, 2009.18 p. PEZZATTO, A. W.; WISNIEWSKI, C. Produção de serapilheira em diferentes seres sucessionais da floresta estacional semi decidual no Oeste do Paraná. Floresta, Curitiba, PR, v. 36, n. 1, 2006. RADOMSKI, M. I.; RIBASKI, J. Fertilidade do solo e produtividade da pastagem em sistema silvipastoril com Grevillea robusta. Pesq. Flor. Bras., Colombo, v. 32, n. 69, p. 53-61, 2012 . REIS, T. C.; RODELLA, A. A. Cinética de degradação da matéria orgânica e variação do pH do solo sob diferentes temperaturas. R. Bras. Ci. Solo. v. 26, p. 619-626, 2002. RICCI, M. S. F.; VIRGÍNIO FILHO, L. M.; COSTA, J. R. Diversidade da comunidade de plantas invasoras em sistemas agroflorestais com café em Turrialba, Costa Rica. Pesq. Agropec. Bras., Brasília, v.43, n.7, p.825-834, jul. 2008. SILVA, J. J. Avaliação mercadológica e de produção agrícola, visando a proposição de sistemas florestais para a Mesorregião Sudoeste de Mato Grosso do Sul. Dissertação, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 153p. 2008. STAVER, C. Cómo tener más hierbas de cobertura y menos malezas en nuestros cafetales? Agroforestería em las Américas, v. 8, n. 29, 2001. Autor: Luan Santos de Oliveira, luanoliveirac@yahoo.com.br. Contato: (77) 8831-8930.
  • 23. 23 DEPOSIÇÃO DE SERRAPILHEIRA EM ÁREA DE CAFEEIROS ASSOCIADOS COM DIFERENTES DENSIDADES DE GREVÍLEAS Luan Santos de Oliveira1 , Sylvana Naomi Matsumoto², Perla Novais de Oliveira3 , Ricardo de Andrade Silva4 , Mirlene Nunes de Oliveira3 , Gabriel Netto de Paula5 ¹Graduando do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, bolsista Fapesb, luanoliveirac@yahoo.com.br; ²D.Sc. Professora do Departamento de Fitotecnia e Zootecnia, UESB. Estrada do Bem Querer, km 4, CEP 45.083-900 - Vitória da Conquista, Bahia; 3 Graduandas do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, bolsista CNPq e Fapesb; 4 Pós-Graduando do Programa de Mestrado em Fitotecnia da UESB; 5 Graduando do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB. INTRODUÇÃO A utilização de sistemas agroflorestais na cafeicultura é uma técnica antiga muito difundida em diversos países, devido ao estabelecimento de sistemas de produção mais sustentáveis. A presença da arborização permite a redução de capinas, a proteção contra o excesso de insolação e ventos e o aumento na população de inimigos naturais de pragas (FREITAS, 2000). A serrapilheira, oriunda da queda de material que se deposita sobre o solo, também é um aspecto importante da associação entre árvores e cafezais. A cobertura morta reduz a evaporação das camadas superficiais do solo, aumenta a infiltração da água, e aliada ao sombreamento, contribui para a ciclagem de nutrientes (SILVA et al. 2007). Este trabalho teve por objetivo estudar a relação entre a produção de serapilheira em áreas de plantio de cafeeiros sob seis diferentes densidades de grevíleas, município de Vitória da Conquista (BA). MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi conduzido no campo experimental agropecuário da UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista (BA), situada a altitude superior a 900 metros, situada a 40º50’53"W e 14º50’53" S. Em janeiro de 2002, cafeeiros da variedade Catuaí Vermelho (IAC 144) foram plantados em espaçamento de 3,0 x 1,0m, totalizando a área de 3,2ha. Simultaneamente foi realizado o plantio de grevíleas dispostas em seis diferentes espaçamentos constituindo diferentes arranjos e densidades populacionais, definindo os seguintes tratamentos: (T1: 6 X 6 m, 277 plantas ha-1 ; T2 : 6 X 12 m, 138 plantas ha-1 ; T3: 9 X 9 m, 123 plantas ha-1 ; T4: 12 X 9 m, 69 plantas ha-1 ; T5: 9 X 18 m, 61 plantas ha-1 ; T6: 18 X 18 m, 30 plantas ha-1 ). Os tratamentos foram dispostos em seis campos de observação, todos contendo 36 grevíleas, determinando diferentes populações de cafeeiros, conforme as diferentes densidades de árvores. As observações foram realizadas na área interna de cada campo, determinada por 16 árvores.
  • 24. 24 As análises para determinação da serrapilheira foram realizadas em dezembro de 2011, a partir da metodologia da “ponta do sapado” (Staver, 2001). Conrforme o método caminhou-se nas entrelinhas de cada um dos campos de observação, mantendo-se passadas de aproximadamente 1,0m e, a cada 10 passos foi observado na ponta do sapato a presença de serapilheira ou solo desnudo. Em cada tratamento foram coletados dados em 100 pontos. Os resultados foram submetidos à análise de variância e teste F ao nível de 5% de probabilidade e análise de variância da regressão, com teste F ao nível de 5% de probabilidade. Como ferramenta de auxílio às análises estatísticas, adotou-se o procedimento do software Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas, Saeg, versão 9.1. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a relação exposição do solo e densidades de grevílea foi observado um modelo exponencial (Figura 1). Plantas de café sob densidade populacional de 30 grevíleas por hectare apresentaram 11,39 % de solo descoberto, enquanto que o menor valor (cerca de 3,5%) foi verificado para os cafeeiros associados à 277 grevíleas por hectare. A função da grevílea no Sudoeste da Bahia é proteger os cafezais dos ventos secos. Menores populações de plantas de grevíleas sofrem maior interferência dos ventos, podendo aglomerar a cobertura vegetal na direção predominante do vento, deixando um maior percentual de solo descoberto. ♦Y°= 1/ (0,0638+0,0008*X) r2 =0,61 Figura 1. Porcentagem de solo nu em cafezais arborizados com grevíleas (Grevillea robusta) dispostas em diferentes densidades, avaliada pelo método “ponta do sapato”. Vitória da Conquista, Ba. Para a relação entre porcentagem de cobertura de solo com serapilheira e densidade de grevíleas foi possível estabelecer modelo linear (Figura 2). De modo geral, foi verificada maior ocorrência e proporção da cobertura morta em função do aumento da densidade de grevílea (Grevillea robusta).
  • 25. 25 A maior deposição de serrapilheira, provavelmente foi devido à maior densidade de árvores de grevílias promover maior deposição de folhas, galhos e cascas dos troncos. Leite et al. (20011), avaliando o acúmulo de serrapilheira de eucalipto em diferentes densidades populacionais, em Minas Gerais, verificaram menor deposição de serrapilheira em população de eucalipto com menor densidade de plantio, corroborando com os resultados encontrados neste trabalho. ♦ Ŷ**=7,1935+0,2773**X (r2 =0,9717) Figura 2. Porcentagem de deposição de serrapilheira em cafezais arborizados com grevíleas (Grevillea robusta) dispostas em diferentes densidades, avaliada pelo método “ponta do sapato”. Vitória da Conquista, Ba. CONCLUSÃO Foi possível quantificar maiores porcentagens de solo descoberto em menores densidades de grevíleas. Verificou-se maior deposição de serrapliheira, à medida que a densidade de árvores de grevíleas foi aumentada. REFERÊNCIAS LEITE, F. P.; SILVA, I. R.; NOVAIS, R. F.; BARROS, N. F.; NEVES, J. C. L.; VILLANI, E. M. A. Nutrients relations during an Eucalyptus cycle at different population densities. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 35, p. 949-959, 2011. FREITAS, R. B. de; OLIVEIRA, L. E. M. de; SOARES, A. M.; DELÚ FILHO, N.; ALVES, D.; GUERRA NETO, E. G.; GONTIJO, P. T. G. Avaliações ecofisiológicas do consórcio de cafeeiros (Coffea arabica L.) com seringueiras (Hevea brasiliensis Muell. Arg.) na região de Patrocínio-MG. In: SIMPÓSIO DE PESQUISA DE CAFÉS DO BRASIL, 1., 2000, Poços de Caldas-MG. Anais...Brasília: Embrapa Café e Minasplan, 2000. p. 971-974. v. 2. STAVER, C. Cómo tener más hierbas de cobertura y menos malezas en nuestros cafetales? Agroforestería em las Américas, v. 8, n. 29, 2001. SILVA, C. J.; SANCHES, L.; BLEICH, M. E.; LOBO, F. A.; NOGUEIRA, J. S. Produção de serrapilheira no Cerrado e Floresta de transição Amazônica-Cerrado do Centro-Oeste brasileiro. Acta Amazônica, v. 37, n.4, 2007. Autor: Luan Santos de Oliveira, luanoliveirac@yahoo.com.br. Contato: (77) 8831-8930.
  • 26. 26 INDICAÇÃO GEOGRÁFICA PARA OS CAFÉS DO PLANALTO DE VITÓRIA DA CONQUISTA Pedro Bittencourt Trindade¹, Claudionor Dutra Neto², Alexandre Cristi Magalhães³, Giuliana Ribeiro da Silva¹ ¹Bolsista de Inovação tecnológica – Fapesb. Graduando em Agronomia – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia ² Professor Titular pleno da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia ³ Bolsista AT2 - FAPESB , Engenheiro Agrônomo Introdução O novo modelo no mercado de alimentos requer novas políticas e estratégias para atender uma demanda exigente em qualidade com sustentabilidade. Nessa ideia, a Indicação Geográfica “IG” regulamentada pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, o INPI. Destaca as particularidades de diferentes produtos de diferentes regiões, valorizando, então, estes territórios. Cria fator diferenciador para produto e território, que apresentam originalidade e características próprias. Essas diferenças podem estar ligadas a um gosto particular, uma história, um caráter distinto provocado por atores naturais (como clima, temperatura, umidade, solo, relevo, etc.) ou humanos (um modo de produção, um saber fazer) (MAPA). A partir daí os produtores ou agentes de produção de uma região se organizam para valorizar essas características, mobilizando um direito de propriedade intelectual: a Indicação Geográfica. Assim, a IG se torna ferramenta essencial para o desenvolvimento de uma região (INPI, 2010). No Brasil diferentes setores da economia já perceberam a importância de transformar commodity em produto diferenciado como forma de evitar falsificações e melhorar os níveis de competitividade, dessa forma a IG se encaixa perfeitamente, com essa proteção. No país existem várias Indicações Geográficas para produtos nacionais, os Vinhos Finos, do Vale dos Vinhedos (RS), o Café do Cerrado Mineiro (MG) a Carne do Pampa Gaúcho (RS), Uva e manga do vale Submédio São Francisco, a Cachaça de Paraty (RJ), Artesanato em capim dourado do Jalapão (TO) entre outros diversos produtos e serviços (Gollo, S. S., 2008). Na Bahia, o setor agropecuário tem uma participação muito pequena no PIB do estado, a região sudoeste da Bahia, também segue a mesma dinâmica do estado, e o setor que apresenta a maior produção nessa região é o “café arábica”, que é cultivado no Planalto de Vitória da Conquista por pequenos e médios produtores que somados chegam a ocupar 90% da área cultivada (Dutra, 2009). O café produzido nessa região é um produtos de alta qualidade, com uma bebida que pode expressar alta qualidade em função do tipo de clima, solo e preparo do mesmo, por as várias floradas ocorridas durante o ano permite uma colheita seletiva de cafés maduros, que nessa fase o fruto expressa uma variedade de sabores que transforma o produto dessa região em uma excelência na acidez, doçura e aromas de muito prazer, esses cafés são exportados para vários países do mundo e com um reconhecimento de origem, que inclusive é reconhecido e comercializado como “Café da Bahia”. A identificação Geográfica protege a origem e reconhece o produtos pelas suas características, melhorando a comercialização e valorização do produto, tornando importante o que já é reconhecido pelo mercado, e que o mesmo seja oficializado pelo INPI com registro da marca (INPI, 2010). O “Café do Planalto de Vitória da Conquista” sendo oficializado pelo INPI a sua IG irá contribuir para a melhoria da comercialização, consequentemente aumento da renda dos produtores, principalmente dos pequenos que não tem acesso ao mercado e ficam a margem da
  • 27. 27 comercialização, em muitas das vezes vendendo seu produto com preços bem abaixo do mercado, tudo isso por falta de uma padronização e reconhecimento de origem. O presente trabalho tem por objetivo divulgar o estudo que está sendo realizado para a obtenção de um selo de Indicação Geográfica para os cafés do Planalto de Vitória da Conquista. Materiais e métodos Foi realizado um estudo da área de cultivo de “café arábica” no planalto de Vitória da Conquista(tabela 1), este estudo buscou a comprovação da notoriedade do café, utilizando informações através de mapas já existentes para uma delimitação da área, inicialmente de forma abrangente, sem grande precisão das coordenadas geográficas, utilizou mapas contendo informações de solo e clima, pesquisou formas de organizações dos produtores, estudou através de bibliografias do histórico da região e da implantação do café. Buscou informações através de bibliografias das normas e regulamentações oficiais para as etapas do processo de certificação. Tabela 1 – Área com cultivo de café nos municípios baianos que fazem parte do planalto de Vitória da Conquista. Município Área em hectares Barra do choça 18.000 Vitória da Conquista 10.000 Encruzilhada 5.000 Ribeirão do Largo 2.500 Planalto 2.000 Poções 1.800 Itambé 500 Nova Canaã 400 Iguaí 200 Boa Nova 160 Caatiba 130 Cândido Sales 120 Total 40.810 Resultados e discussões O Planalto de Vitória da Conquista é representado por áreas planas com altitude acima de 700 metros, podendo em alguns trechos, essa altitude, pode chegar a 1.100 metros. O solo predominante na região é o Latossolo Vermelho Amarelo, a predominância do clima Subúmido a seca e com pluviosidade entre 800 a 1500mm. A região do Planalto de Vitória da Conquista que cultiva café é a região de maior índice pluviométrico, cultivando café de sequeiro, desde a faixa de 1.100mm até a faixa de 1500mm, nas outras áreas o café é cultivado apenas irrigado, sendo essa prática muito pouco, devido poucos recursos hídricos da região. A qualidade do café da região é incontestável, haja visto a notoriedade no mercado interno e externo, comprovada na procura pelos mercados e tendo a presença de várias empresas exportadoras de café na cidade de Vitória da Conquista. Essa notoriedade também é comprovada pelos resultados nos concursos de qualidade de café em nível estadual e nacional, em que todos os anos os ganhadores dos primeiros colocados são da região. O café da região é ganhador de vários prêmios no Brasil em qualidade de café, na ASSOCAFÉ (Associação dos Produtores de Café da Bahia), ABIC (Associação Brasileira de Indústria) Illycafé empresa italiana que promove concursos de qualidade de café no Brasil. O tipo de café ganhador dos
  • 28. 28 prêmios dessa região é principalmente o “café despolpado”, pois é bastante apreciado no mercado, tanto interno como o mercado externo, principalmente EUA, Itália, França e Japão, que são grandes compradores deste produto. O café despolpado produzido na região se diferencia das demais regiões do Brasil pelas suas características, tais como: cor; corpo; sabor; doçura; acidez positiva; gosto remanescente; balanço e em média mantém um padrão de nota acima de 80 pontos. Nota muito boa que só são alcançadas por cafés de alta qualidade. O sistema de organização dos produtores voltados a cultura do café a região, basicamente são limitadas a duas entidades: COOPMAC – Cooperativa Mista Agropecuária Conquistense Ltda e a ASCCON – Associação dos Cafeicultores de Conquista. Tendo a COOPMAC como a principal representação dos produtores, pois todo o sistema de armazenagem, classificação, benefício, rebenefício e comercialização é realizado para atender a demanda do mercado, principalmente para a exportação. Considerações finais Portanto, de acordo com as informações e dados levantados pelo trabalho há indicativos fortes para se tornar possível a criação da IG para o café da região do Planalto de Vitória da Conquista, pois o produto tem notoriedade, a região não apresenta dificuldade de ser definida com a delimitação da área geográfica, há organização, é preciso criar as normas de produção, estruturar o controle do processo do produto, criar o conselho regulador, o selo distintivo, provar e classificar o produto para daí dar entrada no INPI para a certificação do produto e a criação da IG com a Indicação de Procedência. Referências ANUÁRIO BRASILEIRO DO CAFÉ 2011 Benno Bernado. Editora Gazeta Santa Cruz 128p. 2011. ASCENSÃO, J. de O. Questões problemáticas em sede de indicações geográficas e denominações de origem no direito português. Revista da ABPI n.°81, Mar/Abr 2006, p.63. BAHIA AGRÍCOLA – Sócio Economia: PIB do agronegócio baiano, 2004. V.7, n.2, Abr/ 2006 CARNEIRO FILHO, F. Café: o planejamento da comercialização pelo produtor. Londrina, 106p. 1989 DUTRA NETO, C. Desenvolvimento Regional e Agronegócio. Vitória da Conquista, Bahia, UESB. 2009 FERNANDES, R, H. Diagnóstico e proposta para a cadeia produtiva do café da Bahia. Secretaria de Agricultura, irrigação e reforma agrária – SEAGRI. Salvador 2011 GOLLO, S. S.; CASTRO. A. W. V. Indicações Geográficas no Brasil: as Indicações de Procedências já outorgadas e as áreas e produtos com potencial de certificação. Anais do XLVI Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural, 2008. INDICAÇÃO GEOGRÁFICA BRASILEIRA. INPI – Instituto Nacional da Propriedade Intelectual, SEBRAE. Brasília, 2010 Jornal do Café. Brasil país do café. ABIC – Associação Brasileira de Indústria de café. Edição n°181. 2012 MAPA – Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Indicação Geográfica IG. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-sustentavel/indicacao-geografica Acesso em: 03 de mar. 2013 REVISTA DO CAFÉ. Campeões do café na Bahia. Centro de Comércio de Café do Rio de Janeiro. Ano 91. n° 842 – Junho de 2012. Pedro Bittencourt Trindade - Tel: (77) 8817-4016 - e-maill: pb.trindade@yahoo.com.br
  • 29. 29 ESTUDO DE CASO SOBRE A PARTICIPAÇÃO DO CRÉDITO RURAL NO FUNDING NECESSÁRIO PARA A PRODUÇÃO DE CAFÉ NO BRASIL. Heloisa Mara de Melo – Analista de Mercado Agroconsult Consultoria e Marketing. Luca Turello – Coordenador de Projetos Illy Cafè Tullio Gregori – Professor de Economia MIB School of Management, Professor Depto. Economia Universidade de Trieste. Trabalho oriundo da Monografia de Conclusão do Curso “MASTER COURSE IN COFFEE ECONOMICS AND SCIENCE – ERNESTO ILLY” - Trieste/ Itália – Ano acadêmico 2011/2012. Introdução A produção de café no Brasil teve seu aumento devido ao uso de inovações tecnológicas, que tem proporcionado ao produtor maior produtividade (Oxfam, 2000). Nas últimas duas décadas a área colhida teve uma redução de 2,5% e 0,5%, respectivamente, enquanto a produção, no mesmo período, teve um aumento de aproximadamente 2% e 4%, respectivamente (FAO, 2012 e Conab, 2012a). A eficiência técnica tem um papel importante no aumento da produção, e é determinada por características específicas, tais como: (i) características de produção, que dominam vantagens de competitividade na produtividade e custo de produção, e (ii) as características socioeconômicas e institucionais, que influenciam a capacidade de um agricultor a aplicar as decisões na produção agrícola, tais como a disponibilidade de crédito rural (Obwona, 2005). Descrição do Caso e Discussão A maior utilização de máquinas, agroquímicos, fertilizantes e outros insumos considerados modernos na agricultura estão associados à disponibilidade de crédito, e, neste aspecto, o Crédito Rural tem tradicionalmente desempenhado um importante papel no processo de modernização da agricultura (Figueiredo & Correa, 2006) e consequentemente no aumento da produção de café. Segundo Castro (2008), ao longo dos anos, os volumes totais dos recursos disponíveis têm diminuído. Com a redução dos recursos oficiais de crédito rural, o setor agrícola teve uma contribuição importante dos recursos próprios dos produtores, e os recursos do setor privado, para manter a sua modernização e, consequentemente, o seu crescimento de produção. Considerando as premissas acima, o presente trabalho tem como objetivo estudar a disponibilidade de Crédito Rural e verificar sua participação no funding necessário para a produção de café no Brasil. Material e Métodos O crédito rural reúne recursos designados para: (i) os custos de produção agrícolas, (ii) investimentos, (iii) a comercialização. No estudo foi considerado o recurso de Crédito Rural projetado para os custos de produção agrícola (o custo operacional efetivo), que são usados para cobrir as despesas com o ciclo produtivo, desde a compra de insumos até a época da colheita. Para calcular o funding necessário para financiar os custos de produção de café, o estudo utilizou os custos de produção referentes a 96,8% da área plantada total (considerando a média entre área plantada de 2007/08 e 2011/12). Os outros 3,2% da área plantada de café no Brasil, não serão representados no estudo por falta de informação histórica (Tabela 1). Observa-se que 99,2% dos recursos totais de crédito oferecidos para financiar a produção de café no Brasil (tabela 1) estão concentrados nos 96,8% da área plantada total com café.
  • 30. 30 Tabela 1. Percentual de Área Plantada de Café do Brasil e Percentual de Crédito Rural de café designado para custos de produção agrícola. Fonte: ConabBanco Central, 2012. Participação da Área Plantada de Café no Brasil 1 Participação da Área Plantada de Café no Brasil 2 Minas Gerais 48,0% 59,4% Espirito Santo 22,7% 17,8% São Paulo 8,3% 14,3% Paraná 4,1% 3,6% Bahia 6,4% 2,2% Rondônia 7,3% 1,9% Total 96,8% 99,2% 1 Média entre 2007/08 e 2011/12. 2 Média entre 2000 e 2011. Apesar da produção de café estar presente em 15 estados do Brasil, o estudo vai seguir a lógica apresentada na tabela 1, considerando os seis principais estados produtores para mostrar a disponibilidade de crédito rural. Para calcular o financiamento total (funding) necessário para financiar a produção de café no Brasil, foi necessário considerar a área total colhida (HA) com café e os custos operacionais efetivos (COE): TF = HA x COE Resultados e Discussão Mesmo com a diminuição da área colhida com café em cerca de 1,4% nos últimos 5 anos, os fundos necessários para financiar a produção de café aumentou substancialmente, em uma taxa de 12,4% ao ano. Este crescimento foi impulsionado pelo COE, que apresentou aumento de 14% nos últimos 5 anos (Tabela 2). Tabela 2. O financiamento necessário para financiar a produção de café no Brasil (US$ milhões). Fonte para área colhida e Custos de produção (Conab, 2012abc). Área Colhida (ha) Custo Operacional Efetivo (US$/há) Funding Total Café (US$ milhões) (HA) (COE) (TF) 2007/08 2.105.758 2.410,7 5.076,4 2008/09 2.104.184 2.797,2 5.885,8 2009/10 2.028.234 3.007,2 6.099,3 2010/11 2.010.362 3.664,1 7.366,2 2011/12 1.989.911 4.073,0 8.104,9 -1,4% 14,0% 12,4% A participação do crédito rural para produção de café, considerando os custos de produção agrícola (destinados a cobrir todas as despesas com o ciclo produtivo, desde a compra de insumos até a época da colheita) é apresentada a seguir (Tabela 3). Tabela 3. Participação de Crédito Rural no Financiamento da produção de café (%). Fonte de Crédito Rural - BCN (2012). Funding Total Café (US$ milhões) Credito Rural para Produçao Agrícola de café (US$milhões) Participação do credito rural no funding de café (%) 2007/08 5.076 1.287,9 25,4% 2008/09 5.886 1.465,2 24,9% 2009/10 6.099 1.675,1 27,5% 2010/11 7.366 1.988,7 27,0% 2011/12 8.105 2.378,9 29,4% 12,4% 16,6% 3,7% Nos últimos 5 anos, a participação do crédito rural para financiamento de café aumentou. O funding para a produção de café aumentou substancialmente, e o Crédito Rural acompanhou este aumento, apresentando um crescimento maior nos últimos 5 anos (16,6% ao ano). Mesmo que o Crédito Rural tenha apresentado um maior crescimento nos últimos cinco anos, a sua participação no financiamento de café ainda é muito pequena, e insuficiente para cobrir os custos de produção agrícola de café no Brasil.
  • 31. 31 Neste caso, os produtores de café precisam encontrar outros recursos para apoiá-los com os custos de produção. A outra parte, para completar todo o funding necessário para cobrir a produção de café, provavelmente é proveniente de outras fontes de financiamento, como recursos de capital próprio, financiamentos bancários e acesso ao setor privado através de relações de trocas por insumos agrícolas. Conclusões A questão do financiamento da agricultura tem sido um dos pontos que suscitaram mais discussões na área da política agrícola. A preocupação central é a busca de novas fontes de recursos, capazes de atender às necessidades de financiamento, uma vez que o crédito rural tem uma participação abaixo de 30% no financiamento necessário para a produção de café. Se por um lado há fatores que indicam a importância do crédito rural para o cultivo do café, por outro se percebe que a produção agrícola tem crescido mesmo com a baixa participação no financiamento de café. O crescimento da produção de café, nos últimos anos, aconteceu por causa do aumento da produtividade, o que está implícito o uso de tecnologias modernas. Assim, pode-se concluir que, se a modernização agrícola continuou mesmo com uma baixa participação do crédito rural para o financiamento de café, o desenvolvimento do setor teve uma contribuição importante de recursos próprios dos agricultores e/ ou contribuição do setor privado. Referências Bibliográficas Banco Central do Brasil, Brasil (2012). Anuário Estatístico do Credito Rural, Brasília. <http://www.bcb.gov.br/pt-br/paginas/default.aspx >, 2012. Castro, E. R. (2008) Crédito Rural e Oferta Agrícola no Brasil. Ph.D. Dissertation, Universidade Federal de Viçosa, PP. 131. Companhia Nacional de Abastecimento, Brasil (2012a). Acompanhamento da Safra Brasileira Café Safra 2012 - segunda estimativa (maio/2012), Brasília. <http://www.conab.gov.br/>, 2012. Companhia Nacional de Abastecimento, Brasil (2012b). Custos de Produção – Culturas Perenes. Café Conilon Serie 2003 a 2012. Brasília. <http://www.conab.gov.br/>, 2012. Companhia Nacional de Abastecimento, Brasil (2012c). Custos de Produção – Culturas Perenes. Café Arábica Serie 2003 a 2012. Brasília. <http://www.conab.gov.br/>, 2012. European Coffee Federation (2008). Coffee Facts and Figures. <http//:www. ecf-coffee.org>, 2008. Figueiredo, N.M.S. & Correa, A.M.C.J. (2000), “Tecnologia na Agricultura Brasileira: indicadores de modernização no início dos anos 2000”, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Texto para Discussão nº 1163. Brasília. Food and Agriculture Organization of the United Nations (2012). Statistic Division. <http://www.faostat.fao.org>, 2012. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Brasil (2012b). Política Agrícola – Plano Agrícola e Pecuário 2012/13, Brasília. <http://www.agricultura.gov.br/politica-agricola/plano- agricola-pecuario-2012-2013>, 2012. Obwona, M. (2005) “Determinants of Technical Efficiency Differentials among Small- and Medium-Scale Farmers in Uganda: A Case of Tobacco Growers.” Research Paper No. 152. African Economic Research Consortium, Nairobi. Oxfam (2000). “The Coffee Market – a Background Study”. International Commodity Research. Vegro, C. L. R. et al. (2000) “Sistemas de produção e competitividade da cafeicultura paulista”. Informações Econômicas, São Paulo, v. 30, n. 6.
  • 32. 32 CAFÉ SOLÚVEL BRASILEIRO E O AQUECIMENTO DO MERCADO DE ROBUSTA Antônio Sérgio de Souza (graduando em Ciências de Alimentos - UFV CRP1 ); Cláudio Pagotto Ronchi (Orientador/Coordenador) (Eng. Agro. D.Sc. em Fisiologia Vegetal - UFV CRP1 ); Paulo Afonso Ferreira (Eng. Agro. D.Sc. em Fitopatologia UFV CRP1 ) e Sergio Parreiras Pereira (Eng. Agro. D.Sc. em Fitotecnia - Pesquisador IAC2 ). INTRODUÇÃO Para compreendermos a produção do café solúvel brasileiro, precisamos antes, fazer uma análise de seu principal componente, o café Robusta ou Conilon (Coffeea canephora). Neste estudo, faremos um apanhado do quadro atual da produção mundial do grão de café robusta, bem como uma análise do potencial dos países produtores. Abordaremos a industrialização e a exportação brasileira de café solúvel, assim como, a expansão do consumo para novos mercados mundiais. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi enfocar nas perspectivas mundiais para produção do café robusta, assim como, a evolução do consumo, o momento atual de mercado, sua imagem junto a governos e torrefadores internacionais. DESCRIÇÃO De acordo com Neto (2012), a primeira produção de café solúvel é atribuída a Satori Kato de Chicago (EUA), porém a primeira produção industrial foi feita pelo químico inglês George Constant Washington na Guatemala. Um dia, enquanto aguardava sua esposa no jardim de sua casa para tomar café, ele observou no bico do bule um pó muito fino, parecia ser a condensação do vapor dessa bebida. Isto o intrigou e levou-o a descobrir o café solúvel. Em 1906 ele iniciou alguns experimentos e já, em 1909, iniciou a primeira comercialização de café solúvel, produto que recebeu o nome de Red E Coffee. O tradicional Nescafé foi criado, em 1937, a pedido do Governo de Getúlio Vargas. Neste período, o Brasil encontrava-se com excesso de produção, graças a baixa demanda mundial provocada pela crise gerada pela quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929. Segundo Ronchi (2009), o C. canephora originou-se no Congo (África), e recebeu o nome de 'Robusta' por traduzir sua rusticidade e resistência, sobretudo à ferrugem. Com raízes mais profundas, gera árvores mais altas, tem origem em sub-bosques densos de Florestas Equatorias, altitude de até 1.200 m, temperaturas médias anuais entre 24 e 26 o C; precipitação superior a 2.000 mm, distribuídas ao longo de nove meses do ano, umidade relativa alta, próxima à saturação. "O café robusta é considerado uma bebida neutra, usado em misturas (blends) e utilizado na indústria de café solúvel e nas torrefações, pois possui uma maior concentração de sólidos solúveis, o que resulta em maior rendimento industrial" (MATIELLO, 1991). Visto como coadjuvante pela indústria de torrefação tradicional, o robusta é menosprezado pelos especialistas em cafés especiais. Segundo Josephs (2013), para Andrea Illy, presidente-executivo da illycaffè, os grãos de robusta normalmente não são cafés finos e não apresentam o sabor refinado do arábica, que é buscado pela indústria. Na matéria do The Wall Street Jornal, Josephs (2013) cita que por produzir uma bebida de sabor extremamente duro, de gosto amargo e qualidade inferior, em 1989, a Costa Rica criou uma lei proibindo o cultivo e autorizou o governo a destruir as árvores existentes de café robusta. Em 2010, os produtores de café da Nicarágua, país vizinho, tomaram as ruas exigindo uma lei similar contra robusta, mas não foram bem sucedidos. 1 Universidade Federal de Viçosa - Campus Rio Paranaíba - MG, UFV CRP 2 Instituto Agronômico de Campinas, IAC SP
  • 33. 33 DISCUSSÃO O Brasil, que dominava o mercado mundial de café solúvel, perdeu em 2010 a liderança para a Índia (FERREIRA, 2013). O Brasil chegou a possuir 11 empresas com industrialização de café solúvel. No entanto, há mais de 40 anos não se abre uma nova. Atualmente, só sete industrializam o café solúvel em solo brasileiro (NEVES, 2008). Essas empresas têm seu foco voltado para a exportação, sendo que aproximadamente 87% do faturamento total, proveem das vendas externas (NEVES, 2009). A indústria brasileira de café solúvel amarga um processo de estagnação em suas exportações, em uma tendência que se mantém há mais de uma década em sentido inverso ao mercado global. Dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) apontam que os embarques de café solúvel da indústria brasileira cresceram apenas 0,3% em 2012, sendo exportadas 3,31 milhões de sacas de 60 kg - cerca de 1 milhão de sacas a menos que a Índia. Em receita ouve uma alta de 3%, para US$ 672 milhões, puxada pela alta dos preços do café robusta (FERREIRA, 2013). Com base em projeções da LMC/Olam, Saoud (2011), estima que o consumo de solúvel no mundo cresceu a uma taxa anual de 2,95% de 2005 a 2010, a qual deverá manter em crescimento de 2,7% ao ano até 2015. Tendo o consumo de solúvel obtido um crescimento diferenciado em seis países: Brasil 3,0%, Indonésia 3,5%, Tailândia 7,0%, Filipinas 3,8%, Malásia 4,0%, Índia 3,0% e China 7,3%, as taxas de crescimento anual deveram continuar acima de 3% até 2020, o que representará um incremento de demanda em 3 milhões de sacos de robusta. Para novos consumidores, o solúvel, por ser prático e mais econômico, é apontado como a "porta de entrada" para a introdução do consumo de café em grandes mercados emergentes, como a China, Ex-repúblicas soviéticas e em toda região asiática, na qual o desempenho das exportações de café brasileiras não são boas. A produção de café robusta brasileira é insuficiente para atender a demanda das fábricas de solúvel, principalmente nos primeiros meses do ano. Segundo a Abics, a demanda total pela variedade no Brasil é de aproximadamente 15 milhões de sacas, para uma produção estimada em apenas 12,5 milhões, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para a safra 2012/13, sendo que cerca de 85% da produção brasileira de robusta é absorvido pela indústria do solúvel. Segundo estimativa de Saoud (2011), se o consumo mundial de robusta continuar crescendo no mesmo ritmo verificado nos últimos 10 anos (média anual de 3,6%), deverá saltar dos atuais 54,4 milhões para 77,6 milhões de sacas em 2020, um aumento de 23 milhões de sacas. Caso o crescimento arrefeça para uma taxa média anual de 2,5%, deverá atingir 69,74 milhões de sacas, ou 15 milhões de sacas acima do volume consumido hoje. Uma estimativa mais conservadora, que use uma taxa de crescimento baixa, de 1,75% ao ano, significaria um acréscimo de 10 milhões de sacas no consumo mundial de robusta, que chegaria a 64,8 milhões de sacas em 2020. MATERIAL E MÉTODOS Analisado as barreiras apontadas como impeditivas ao crescimento da indústria brasileira de solúvel, observa-se que essa vive uma realidade de estagnação ante uma tendência de crescimento mundial. De acordo com a consultoria P&A Marketing Internacional, especializada no mercado internacional de café, a indústria de solúvel vai seguir na inércia enquanto não resolver a questão do drawback (FERREIRA, 2013). O "Drawback" é a possibilidade de importar matéria prima, sem a cobranças de impostos, para que seja reexportado o produto industrializado. Segundo Ferreira (2013), o setor é penalizado com sobre taxa de importação de 9% pela Rússia, um grande importador de solúvel. Este cenário deve se agravar com a eliminação do Brasil do Sistema Geral de Preferências da União Europeia (SGP), no âmbito da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), que prevê tarifas mais baixas para produtos exportados por um grupo de países em desenvolvimento.
  • 34. 34 No mercado interno, o café solúvel apresenta um desempenho anêmico, com faturamento em 2012 de aproximadamente R$ 450 milhões, nível esse similar ao de 2011 com volume inferior a um milhão de sacas (FERREIRA, 2013). A valorização e o aquecimento de demanda do robusta no nível internacional é um fator preocupante para a industria brasileira de solúvel. Em 2012, os papeis robusta-futuros, negociados na bolsa de Londres (NYSE Liffe) tiveram alta de 13% no ano. Por outro lado, os contratos futuros de café arábica negociados na bolsa de Nova Iorque (ICE Futures) caíram 36% no período (JOSEPHS, 2013). RESULTADOS Segundo Saoud (2011), mantendo o consumo mundial de robusta, que atualmente está em 54.475 milhões de sacas, um crescimento conservador de 1.75% ano, chegaremos em 2020 consumindo 64.825 milhões de sacas em 2020, apontando para um cenário de déficit de 10 milhões de sacas baseado-se na produção atual. O estudo de Saoud (2011), aponta que para atender está nova demanda, o Brasil poderá elevar sua produção em 3 milhões de sacas, com uso de espécies mais resistentes a doenças e mais produtivas, expansão das áreas irrigadas, melhores tratos culturais e expansão da área no sul da Bahia. O Vietnã que num período de 15 anos se transformou de um país, desconhecido por muitos consumidores, no maior produtor mundial de Robusta, não tem muito potencial para aumento na área plantada e está implantado um programa de renovação de suas lavouras, que deverá elevar a produção em 2 milhões de sacas. A Indonésia em comparação com o Vietnã, tem o dobro da área cultivada, mas com um rendimento baixo, com média de apenas 7 sacas por hectare. No entanto, melhorando a produtividade, tem grande potencial para aumentar significativamente a produção, podendo elevar em mais 3 milhões de sacas. Os demais países produtores de robusta, como Índia (300 mil sacas), África (1 milhão sacas), Ásia (750 mil sacas), entre outros, deveram produzir juntos 2 milhões de sacas, segundo projeções da LMC/Olam (SAOUD 2011). CONCLUSÕES Como o consumo de robusta e solúvel cresce a taxas superiores à produção, tem-se perspectivas reais para o aumento da produção de café conilon. Mesmo com consumo crescendo a taxas modestas, se terá um cenário de déficit, estimulado pelo o aumento do volume de robusta utilizado nos blends pelas grandes torrefações, que foi motivado pela elevação dos preços do café arábica em 2010. O café solúvel brasileiro apresenta um cenário de perda gradual de mercado, com a perspectiva de agravamento, com a indústria brasileira desmotivada e a expansão na industrialização de solúvel na Ásia, principalmente na Índia. REFERÊNCIAS FERREIRA, Carine. Indústria de café solúvel amarga mais um ano de fraqueza. Valor Econômico, São Paulo, 18 jan. 2013. Disponível em: <http://www.valor.com.br/empresas/2974914/industria-de-cafe-soluvel-amarga-mais-um- ano-de-fraqueza >. Acesso em: 8 fev. 2013. JOSEPHS, Leslie. Robusta’s Moment in the Sun. The Wall Street Jornal, Nova Iorque, 8 fev. 2013. Disponível em: <http://blogs.wsj.com/marketbeat /2013/02/08/robustas-moment-in-the-sun/>. Acesso em: 12 fev. 2012. MATIELLO, José B. O Café: Do Cultivo ao Consumo. São Paulo: Editora Globo, 1991. NETO, S. L.. C. Produção de Café Solúvel Através de Secagem Spray-Drying. Universidade Regional de Blumenau – FURB. Blumenau, 2012. NEVES, Leo de A. Plataforma de exportação de café solúvel. Revista do Café, ano 84, n. 815, set. 2005. NEVES, Lincoln W. de A. Fazer ou Comprar: uma análise sob a perspectiva das teorias da Economia dos Custos de Transação e da Visão Baseada nos Recursos. Tese (Doutorado em Engenharia Industrial). Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC RJ, Rio de Janeiro, 2009. RONCHI, Claudio P. A Origem do Café Conilon. Cetcaf, Vitória, 19 ago. 2009. Disponível em: <http://www.cetcaf.com.br/informacoes%20gerais/origem%20cafe%20conilon/origem_cafe_conilon.htm>. Acesso em: 12 fev. 2012. SAOUD, Raja. Café robusta não é mais um coadjuvante. Revista do Café, ano 90, n. 838, jul. 2011. SAOUD, Raja. 2011-20: The Decade of Robusta. Brasil Coffee Dinner. São Paulo, 31 Mai. 2011. Slides.
  • 35. 35 NÍVEIS DE GESTÃO DA QUALIDADE NA PRODUÇÃO CAFEEIRA: ESTUDO EXPLORATÓRIO Antonio Bliska Jr1 ; Antonio C. O. FERRAZ1 ; Paulo A. M. LEAL1 ; Flávia M. M. BLISKA2 1 Faculdade de Engenharia Agrícola/UNICAMP; 2 Centro de Café, Instituto Agronômico/IAC. Introdução A preocupação com a gestão da qualidade cresce continuamente entre empresas dos diferentes setores econômicos. A criação de sistemas de gestão interna tornou-se essencial para manter ou aumentar a competitividade das micro e pequenas empresas em todo o mundo, visando um processo contínuo de aumento da satisfação e da confiança dos clientes, redução de custos internos, aumento da produtividade, melhoraria da imagem e dos processos e acesso a novos mercados. Para as empresas relacionadas ao agronegócio café a realidade é similar: a criação de mecanismos de gestão interna, dos processos agrícolas à colocação do produto no mercado de destino, é muito importante. A identificação do grau de gestão das atividades dessas empresas, de forma simples e rápida, de acordo com os fundamentos, normas e práticas de gestão da qualidade, contribui com a estruturação do seu negócio de forma organizada e para a obtenção de produtos acabados de qualidade superior. O objetivo desse estudo é prospectar o nível do grau de gestão da qualidade na empresa cafeeira brasileira, por meio de um método simples e rápido – o MIGG Café, para avaliar sua aplicabilidade a uma amostra que no futuro próximo permita mapear o nível de gestão das empresas do setor cafeeiro nas principais regiões produtoras. Metodologia Para avaliar o nível de gestão das empresas cafeeiras utilizou-se o MIGG – Café (Método de Investigação do Grau de Gestão), método desenvolvido na Faculdade Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Campinas – FEAGRI/UNICAMP, com a colaboração do Centro de Café do Instituto Agronômico de Campinas – IAC. Os graus de gestão identificados pelo MIGG, de um a nove, são apresentados no quadro 1. Quadro 1. Níveis de gestão ou de maturidade das empresas e faixas de pontuação do MIGG - Café. Nível Síntese da descrição da maturidade da Gestão Pontuação 1 Não há refinamento e integração. Não há resultados relevantes decorrentes de enfoques implementados. 0 –150 2 Começam a aparecer resultados relevantes decorrentes da aplicação dos enfoques de qualidade. 151 –250 3 Alguns resultados relevantes decorrentes da aplicação dos enfoques, avaliações e melhorias são apresentados com algumas tendências favoráveis. 251 –350 4 Alguns resultados apresentam tendências favoráveis. Início de uso de informações comparativas 351 –450 5 A maioria dos resultados apresenta tendência favorável. Nível atual é igual ou superior aos referenciais pertinentes para alguns resultados 451 –550 6 O nível atual igual ou superior aos referenciais pertinentes para a maioria dos resultados, podendo ser considerado líder do ramo. 551 –650
  • 36. 36 7 Nível atual superior aos referenciais pertinentes para a maioria dos resultados, sendo considerado líder do ramo e referencial de excelência em algumas áreas, processos ou produtos. 651 –750 8 Nível atual igual ou superior aos referenciais pertinentes para quase todos os resultados, sendo referencial de excelência emmuitas áreas, processos ou produtos. 751 –850 9 Liderança setorial reconhecida como referencial de excelência na maioria das áreas, processos ou produtos. 851–1000 Fonte: Resultados do estudo, com base em Bliska Jr. (2010). O MIGG – Café é composto por questões objetivas, diretas e que admitem apenas dois tipos de resposta – sim ou não, o que contribui para reduzir a subjetividade que geralmente acompanha os métodos descritivos ou qualitativos. O roteiro utilizado visa à elevação contínua dos padrões de qualidade em todos os estágios do sistema agroindustrial. Os critérios avaliados são: • Estratégias e Planos: plano de negócios; documentação; plano de ação e periodicidade; índice de ajuste de produção. • Liderança: relacionamento (funcionários, fornecedores, consumidores); comunicação; domínio dos fatores queafetama organização;atitudefrenteàdelegaçãodeações;soluçãoconjuntadospontosdeatrito. • Clientes: Definição dos preços de venda, Classificação dos grãos e da bebida, Serviço de atendimento ao cliente (SAC), Banco de Dados do SAC, Solução das demandas do SAC, Cumprimento de prazos e de especificações. • Sociedade: Uso de controle biológico, Tratamento de resíduos, Não utilização de mão-de-obra infantil, Associativismo e cooperativismo, Pagamento de royalties, Código de conduta. • Informações e Conhecimento: suporte técnico; acesso a internet; treinamento e aperfeiçoamento; visitas e contatos com clientes; canais de distribuição; tecnologias, metodologias e processos. • Pessoas: uso de E. P. I.; plano de saúde; treinamento; identificação de lideranças; reação rápida a estímulos e demandas;capacidade de buscar informações. • Processos: uso de material genético adequado; teste de novas variedades; uso de substratos; uso de cultivo protegido na produção de mudas; certificação de sementes e mudas; análises de solo; controle de ferti-irrigação; observação do ponto de colheita; controle de parâmetros (colheita e pós-colheita); logística da colheita; instalações adequadas à pós-colheita; instalações para beneficiamento; instalações para armazenamento; manutenção preventiva; limpeza e organização; evitar re-trabalho; controle de qualidade; crédito agrícola; seguros. • Resultados: vendas; aumento da receita; satisfação (clientes e mercado); relacionamento (clientes e mercado); imagem da empresa; conformidade ambiental; bem estar, motivação; melhoria contínua da produtividade; conformidade do produto; eficiência operacional; qualidade dos produtos; relacionamento com fornecedores. Foram aplicados seis questionários, três dos quais individualmente, por ocasião de reunião com cafeicultores no Sindicato Rural de Divinolândia, e os outros três durante o Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras, em Caxambu, ocasiões em que os produtores foram convidados a avaliar o nível de gestão de suas empresas. Resultados e Discussão Os níveis de gestão das empresas avaliadas e a caracterização dessas empresas são apresentados no quadro 2. Embora o estudo seja exploratório, os resultados obtidos indicam que o uso de colaboradores eventuais, principalmente no processo de colheita, pode ser um aspecto limitante no desenvolvimento e crescimento das organizações, principalmente na questão de obtenção de produtos de qualidade. Uma vez que os colaboradores são pagos mediante a execução de tarefas diárias, onde o volume colhido corresponde a uma maior remuneração,
  • 37. 37 cuidados na seleção e no manuseio dos grãos de café são relegados. Tal prática também exclui qualquer possibilidade de capacitação da mão de obra ou incentivo de qualquer natureza para um melhor desempenho que não seja o quantitativo. Essa característica é predominante nas organizações que exploram pequenas áreas, uma vez que organizações de médio e grande porte normalmente justificam a presença de um número mínimo de colaboradores regularmente contratados. As organizações de maior porte, mesmo que atuem com ética no mercado, não possuem mecanismos para estimular a aplicação da mesma ao longo da cadeia. Tais organizações priorizam a sucessão familiar em detrimento da identificação de lideranças dentro de seu quadro de colaboradores. Ademais, as empresas analisadas, independentemente de tamanho, não exploram plenamente o potencial das ferramentas tecnológicas disponibilizadas no mercado. Conclusões Para as organizações de pequeno porte, um dos grandes desafios é elevar a qualidade do seu produto mesmo sem conseguir trabalhar com mão de obra qualificada ou que possa ser inserida em algum programa de capacitação. Independentemente do tamanho e do nível de gestão da organização, os produtores ainda não se convenceram de que a utilização de tecnologias modernas e a localização da propriedade em regiões favoráveis ao cultivo do café não são suficientes para garantir a obtenção de produtos diferenciados e a sobrevivência da organização como empresa. Com relação às organizações de grande porte, a não priorização da identificação de lideranças internas poderá comprometer sua competitividade e sustentabilidade. A percepção dos gestores de que os conceitos de ética e cidadania, se permeados ao longo da cadeia, poderão resultar em melhor remuneração para as organizações como um todo, é pouco explorada no Brasil. Em síntese, todas as premissas de boa gestão visam transformar as organizações em empresas e garantirem a continuidade de sua atividade e sua sobrevivência ao longo do tempo. Referência BLISKA JÚNIOR, A. Método de Identificação do Grau de Gestão (MIGG) nas atividades de produção de flores de corte, 2010, 188p. Tese (Doutorado), Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2010. Contato: Dra. Flávia Maria de Mello Bliska, Cetro de Café, IAC, bliska@iac.sp.gov.br
  • 38. 38 COMPARAÇÃO DAS VARIEDADES DE ARÁBICA DO IAC ENTRE REGIÕES E TECNOLOGIAS DISTINTAS Flávia Bliska1 , Patrícia Turco 2 , Sérgio Tosto3 , Thomaz Fronzaglia4 , Celso Vegro5 1.Instituto Agronômico (IAC); 2. Departamento de Descentralização do Desenvolvimento (DDD/APTA); 3. Embrapa Monitoramento por Satélite; 4. Instituto de Geociência (IG/UNICAMP); 5.Instituto de Economia Agrícola (IEA). Introdução A cafeicultura brasileira se distribui por regiões com características edafoclimáticas, competitividade e custos de produção diferenciados, resultantes de fatores como o desenvolvimento e utilização de pacotes tecnológicos de níveis distintos. Dentre as principais inovações tecnológicas para a produção de café se destacam variedades adaptadas a diferentes condições de solo e clima, com características agronômicas desejáveis, além de qualidade de bebida superior e resistência a pragas e doenças. Embora sejam utilizadas em grande parte das regiões produtoras, os impactos e a contribuição das diferentes variedades, para o crescimento da cafeicultura brasileira e seu desenvolvimento regional, ainda não foram quantificados. A mensuração desses impactos é relevante tanto para o cafeicultor, pois a partir dela pode conhecer o desempenho regional das variedades disponíveis e tomar decisões sobre sua eventual utilização, como para as Instituições de Pesquisa e Desenvolvimento – P&D avaliarem e atualizarem as diretrizes dos seus respectivos programas. O objetivo central deste estudo é quantificar e comparar os impactos ambientais, sociais e econômicos das variedades de café arábica desenvolvidas pelo Instituto Agronômico – IAC, consideradas “modernas” – registradas a partir de 1992 – com as variedades registradas antes dessa data – variedades “antigas”, entre regiões onde são empregados níveis tecnológicos muito distintos. Metodologia No Brasil os avanços nos estudos de inovações tecnológicas resultam principalmente dos trabalhos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que desenvolveram respectivamente os sistemas Ambitec (Irias et al. 2004) e ESAC (Salles-Filho et al., 2007). Compararam-se esses métodos principalmente quanto à sua composição, abrangência, complexidade e custo de aplicação, e identificaram-se suas vantagens e desvantagens. Verificou-se a possibilidade de ajustá-los de forma a reduzir as desvantagens e testes de campo com os dois sistemas, indicaram que algumas características interessantes do ESAC poderiam ser incorporadas ao Ambitec. Essas incorporações foram realizadas, porém sem alterar o sistema de pontuação, os componentes de impacto e os indicadores originais do Ambitec. O Sistema é constituído por um conjunto de indicadores direcionados à avaliação ex-post da contribuição de uma inovação tecnológica para o desempenho ambiental, social e econômico de uma atividade agrícola. O Sistema envolve: 1) Coleta de dados gerais sobre a tecnologia; 2) Aplicação dos questionários, com adotantes selecionados e inserção dos dados sobre os indicadores de impacto em planilhas eletrônicas, via plataforma MS-Excel, para obtenção de resultados quantitativos dos impactos e índices parciais e agregados de impacto da tecnologia selecionada; 3) Análise e interpretação dos índices de impacto obtidos – ambiental, econômico, social e total – os quais variam de –15 a +15. O município de Divinolândia – SP foi utilizado como exemplo de baixo nível tecnológico na lavoura cafeeira. Suas condições edafoclimáticas são bastante similares àquelas observadas nas regiões cafeicultoras do Sul de Minas Gerais, como: solos férteis; altitude; temperaturas e regime pluviométricos propícios ao cultivo do cafeeiro e à obtenção de cafés de boa qualidade de bebida. Porém o nível tecnológico empregado na lavoura, bem como a produtividade e a rentabilidade médias, ainda são muito baixos em relação a outras regiões igualmente tradicionais. Como exemplos de maior emprego de tecnologia foram utilizados os resultados médios obtidos para as
  • 39. 39 variedades mais cultivadas nas regiões de Piraju, Garça-Marília, Mogiana Paulista, Sul e Cerrado de Minas Gerais, Planalto baiano e Norte do Paraná. As variedades (tecnologias) do Instituto Agronômico – IAC, registradas entre 1992 e 2013, consideradas “modernas”, são: Icatu vermelho, Icatu amarelo, Icatu precoce, Apoatã, Obatã IAC 1669-20, Tupi IAC 1660-33, IAC 125 RN, IAC Ouro Verde, Obatã 1669-20 e Obatã IAC4739. As variedades “antigas” são: Mundo Novo (1952) e Catuaí (1972). Em Divinolândia foram aplicados dez questionários, por meio de painel estruturado – os respondentes receberam o questionário impresso e o aplicador leu as questões uma a uma, na medida em que eram respondidas. As variedades analisadas foram: •••• Icatu precoce em relação ao Mundo Novo: três questionários. •••• Obatã em relação ao Catuaí, dois questionários, e ao Mundo Novo, dois questionários. •••• Catuaí (1972), em relação ao Mundo Novo (1952): dois questionários. •••• Catuaí e Mundo Novo em relação à variedade Bourbon (1859): um questionário (a única diferença que o respondente vê entre as duas primeiras é quanto ao porte das plantas). Nas demais regiões os questionários foram aplicados individualmente e foram avaliadas as variedades Tupi (14 questionários), Obatã (12 questionários) e IAC 125 RN (11 questionários), todas elas em relação ao Catuaí e o Mundo Novo. Resultados Os Índices de impacto das variedades analisadas em Divinolândia são apresentados no quadro 1 e os índices para as demais regiões são apresentados no quadro 2. A comparação entre os resultados apresentados nos dois quadros indica que: •••• Os índices de impactos da variedade Obatã, em Divinolândia, mesmo quando positivos, são significativamente inferiores àqueles obtidos para a mesma variedade nas outras sete regiões. O Obatã se destaca principalmente em Garça-Marília, Piraju e Mogiana. No Cerrado, Norte do Paraná, Sul de Minas e Planalto baiano, os índices são menores, mas ainda assim mais elevados que aqueles de Divinolândia. •••• Os índices obtidos para as demais variedades “modernas” de café em Divinolândia também são significativamente inferiores àqueles obtidos nas outras regiões. •••• Os índices mais baixos ou negativos são, em geral, observados na dimensão ambiental e resultam principalmente da maior utilização de nutrientes e outros insumos agrícolas, mecanização e irrigação. Entretanto esses valores são mais do que compensados por índices elevados nas dimensões econômica e ambiental. Em Divinolândia são observados índices baixos ou negativos em todas as dimensões. •••• Os índices de impactos obtidos são significativos se comparados àqueles obtidos em avaliações similares realizadas pela Embrapa, por exemplo, para duas cultivares de trigo lançadas após 1986, com índices de impacto social respectivamente de 0,93 e 1,39, e de impactos ambientais de 1,91 e 0,01. As características das cafeiculturas das regiões analisadas e os resultados do estudo, ainda que preliminares, indicam que a variedade de café, isolada de tecnologias complementares, que componham um pacote tecnológico, pode não ser suficiente para gerar impactos positivos significativos local e regionalmente. Conclusões Os resultados indicam que o desenvolvimento de novas variedades, bem como seu lançamento e difusão, além de ser acompanhado de um conjunto de tecnologias complementares, precisa contar com