No âmbito do projecto de animação comum com a biblioteca municipal Almeida Garrett, em que participaram as bibliotecas de Agra e S. Tomé, realizou-se esta apresentação em que se apresentam as diferentes paixões deste escritor portuense.
2. João Baptista da Silva Leitão de Almeida nasceu no dia 4 de Fevereiro de 1799, no número 37 da Rua do Dr. Barbosa de Castro. Viveu nesta casa até 1804, ano em que foi viver, com seus pais, para Vila Nova de Gaia.
3. Em 1809 parte para a Ilha Terceira, nos Açores por causa das invasões francesas. Aí recebe uma educação muito rigorosa dada por um tio, bispo de Angra do Heroísmo, que desejava que o jovem também seguisse a vida eclesiástica.
4. A avó paterna chamava-se Antónia Margarida Garrett pelo que o homem apaixonado passou a ser conhecido por: Almeida Garrett
5. Era um homem vaidoso que ditava as modas nos salões mais elegantes. Aos 23 anos editou um jornal dedicado a assuntos que só interessariam às senhoras: moda, beleza e economia doméstica. Não se falava de política.
6. “ Almeida Garrett estudava, lia muito, cedo percebeu que se sentia à vontade no reino das palavras. Aos 13 anos escreveu a primeira peça de teatro sobre um herói grego Xerxes”. (Na crista da onda,2004) Também era conhecido pela sua forma de falar em público. Os seus discursos encantavam quem o ouvia.
8. Almeida Garrett era muito bom aluno. Com 17 anos foi estudar para Coimbra, onde se destacou pelos discursos que fazia. Tirou o curso de Direito e inscreveu-se no partido dos liberais.
9. Neste tempo havia dois partidos políticos: Os liberais e os absolutistas. Os liberais não queriam que o país fosse governado por reis, os absolutistas defendiam que só o rei deveria mandar no país, sem consultar ninguém. Quando os absolutistas tomaram o poder, Almeida Garrett exilou-se em Inglaterra . Lá escreveu um diário onde manifestou as saudades da família e do país.
11. No reinado de D. Maria II, Garrett dedicou-se à política e exerceu altos cargos. Coordenou e elaborou um Plano Geral para a Educação. Foi diplomata, deputado e Ministro dos Negócios Estrangeiros. Uma das decisões mais importantes foi a construção do teatro D. Maria II em Lisboa e o Conservatório Nacional.
14. Durante os 3 anos que esteve exilado em Inglaterra conheceu outros escritores, que estavam a criar um tipo de escrita diferente . Estava a nascer o ROMANTISMO . Esta corrente defendia que cada homem era livre de pensar e de sentir. Também eram livres de se expressar de forma diferente, seguindo a sua inspiração e quebrando as regras. Nesta época criaram-se muitos romances históricos porque permitiam falar de histórias de amor de pessoas verdadeiras, misturando-as com lendas e tradições do país.
15. As suas obras mais importantes, mais conhecidas e estudadas são: Viagens na minha terra – é um livro em que o autor conta uma história de amor entre Carlos e Joaninha, durante uma viagem de combóio de Lisboa e Santarém. Fala também das lindas paisagens que se podem admirar ao longo dessa viagem.
16. Folhas Caídas é uma das obras de poesia mais importantes da Literatura Portuguesa. Aqui o autor mostra a sua paixão pela vida e pela beleza feminina.
17. (…) “ Era a noite da loucura, da sedução do prazer, Que em sua mantilha escura, costuma tanta ventura, tantas glórias esconder (…) À festa hei-de ir também eu! E fui e a noite era bela, mas não vi a minha estrela Que eu sempre via no céu: (…) “ Vale a pena vir à festa e vale a pena viver” (…) (Aquela noite, 1853) http://www.estondela.pt/biblioteca/livros/poesia/folhas_caidas.pdf
18. Garrett escreveu muito teatro. Uma das mais importantes é a peça “Frei Luís de Sousa” que é muito representada. É uma história de amor cujos personagens principais são inspirados em figuras e acontecimentos históricos como D. Sebastião que se julgava ter morrido na batalha de Alcácer Quibir, mas que no final da obra aparece disfarçado de mendigo.
19. Garrett foi também jornalista. Era uma das formas de divulgar as suas opiniões e críticas políticas.
20. Faleceu em Lisboa em 1854, mas continua vivo através da sua obra, sempre que lemos os seus livros.
21. Há outras formas de não o esquecer. Estátua em frente ao edifício da Câmara Municipal do Porto Nome de uma praça na cidade do Porto, (junto à estação de S. Bento) Avião da TAP