SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 20
UM ESTUDO TEÓRICO SOBRE A MORTE

Este trabalho está resumido para a publicação na biblioteca virtual. Quaisquer
dúvidas e/ou esclarecimentos, entrar em contato com a autora.

INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da Civilização, a morte é considerada um aspecto que fascina
e, ao mesmo tempo, aterroriza a Humanidade. A morte e os supostos eventos que a
sucedem são, historicamente, fonte de inspiração para doutrinas filosóficas e
religiosas, bem como uma inesgotável fonte de temores, angústias e ansiedades
para os seres humanos.

O interesse pelo tema da morte teve início com a leitura de algumas reportagens do
LELU (Laboratório de Estudos e Intervenção sobre o Luto). O contato com estas
reportagens, e a análise da morte como fenômeno psíquico, foram o ponto de
partida deste trabalho. As matérias vieram de encontro aos anseios naturais sobre a
morte e mostraram que, apesar da dimensão etérea que a morte toma em nível
psíquico, existem profissionais e entidades empenhadas em estudá-la de forma
científica, usando uma metodologia essencialmente psicológica.

Em função do contato inicial com o material do LELU e do interesse por ele
despertado, a busca de outras pesquisas já realizados no mesmo campo foi um
impulso natural, e acabou formando a base teórica que sustenta este trabalho.

A morte como fenômeno físico já foi exaustivamente estudada e continua sendo
objeto de pesquisas, porém permanece um mistério impenetrável quando nos
aventuramos no terreno do psiquismo.

Falar sobre morte, ao mesmo tempo que ajuda a elaborar a idéia da finitude
humana, provoca um certo desconforto, pois damos de cara com essa mesma
finitude, o inevitável, a certeza de que um dia a vida chega ao fim.

A certeza humana da morte aciona uma série de mecanismos psicológicos. E são
esses mecanismos que instigam a nossa curiosidade científica. Em outras palavras,
o foco de interesse seria como o homem lida com a morte; seus medos, suas
angústias, suas defesas, suas atitudes diante da morte.

O objetivo da presente pesquisa é o aprofundamento teórico da questão da morte,
enfocando a maneira pela qual o homem lida com este fenômeno humano
inevitável, percebendo os mecanismos psicológicos que entram em ação quando o
homem se encontra diante da morte.

O tema da morte não é de forma alguma uma discussão atual. Foram muitos os
filósofos, historiadores, sociólogos, biólogos, antropólogos e psicólogos a discutir o
assunto no decorrer da História. Isto porque a morte não faz parte de uma
categoria específica; é uma questão que atravessa a história, é sobretudo uma
questão essencialmente humana.

Dentro dos vários enfoques teóricos que possibilitam a reflexão sobre a morte, um
deles nos interessa em especial: o enfoque psicanalítico. Foi esse enfoque que deu
corpo às nossas indagações sobre a morte, seja através da análise pessoal, seja
através da teoria propriamente dita.

A concepção que se tem sobre a morte e a atitude do homem diante dela, tende a
se alterar de acordo com o contexto histórico e cultural. Sem dúvida o advento do
capitalismo e seus tempos de crise, fez surgir uma nova visão sobre a morte, que
segundo Torres, (1983), tem a ver com o surgimento do capital como força principal
de produção. Neste sentido, o vivo pode tudo e o morto não pode nada, já que teve
sua vida produtiva interrompida.

Diante desta crise, na qual os homens encontram-se completamente abandonados
e despreparados, vemos este aprofundamento teórico como uma forma de
dimensionar a morte, contribuindo para sua melhor compreensão e elaboração,
instrumentalizando sobretudo, os profissionais da área de saúde, que trabalham
lado a lado com este tema.

Este trabalho encontra-se estruturado em três partes principais. A primeira busca
analisar o impacto da morte na sociedade através do tempo, mostrando como
diferentes povos em diferentes épocas, lidavam com essa questão. A segunda
parte fala sobre os sentimentos ambíguos gerados em nós, seres humanos, quando
somos obrigados a encarar a nossa própria morte, bem como a morte do outro. A
terceira e última parte fala do luto, em seus diversos contextos.

DADOS HISTÓRICOS

Possuímos uma herança cultural sobre a morte que define nossa visão de morte
nos dias atuais. Segundo Kastenbaum e Aisenberg (1983), as interpretações atuais
sobre a morte constituem parte da herança que as gerações anteriores, as antigas
culturas nos legaram.

Faremos então, um pequeno passeio pela história para que possamos entender
como foi construída a idéia da morte encontrada nos dias de hoje.

Arqueólogos e antropólogos, através de seus estudos, descobriram que o homem
de Neanderthal já se preocupava com seus mortos:
“Não somente o homem de Neanderthal enterra seus mortos, mas às vezes os
reúne (gruta das crianças, perto de Menton).” Morin (1997)

Ainda segundo Morin (1997) na pré-história, os mortos dos povos musterenses
eram cobertos por pedras, principalmente sobre o rosto e a cabeça, tanto para
proteger o cadáver dos animais, quanto para evitar que retornassem ao mundo dos
vivos. Mais tarde, eram depositados alimentos e as armas do morto sobre a
sepultura de pedras e o esqueleto era pintado com uma substância vermelha.
“O não abandono dos mortos implica a sobrevivência deles. Não existe relato de
praticamente nenhum grupo arcaico que abandone seus mortos ou que os
abandone sem ritos.” Morin (1997)

Ainda hoje, nos planaltos de Madagáscar, durante toda a vida, os kiboris constróem
uma casa de alvenaria, lugar onde seu corpo permanecerá após a morte.

Segundo Kastenbaum e Aisenberg (1983), os egípcios da antigüidade, em sua
sociedade bastante desenvolvida do ponto de vista intelectual e tecnológico,
consideravam a morte como uma ocorrência dentro da esfera de ação. Eles
possuíam um sistema que tinha como objetivo, ensinar cada indivíduo a pensar,
sentir e agir em relação à morte.

Os autores seguem dizendo que os malaios, por viverem em um sistema
comunitário intenso, apreciavam a morte de um componente, como uma perda do
próprio grupo. Desta feita, um trabalho de lamentação coletiva diante da morte era
necessário aos sobreviventes. Ademais, a morte era tida não como um evento
súbito, mas sim como um processo a ser vivido por toda a comunidade.

Segundo Ariès (1977), na Vulgata, o livro da Sabedoria, após a morte, o justo irá
para o Paraíso. As versões nórdicas do livro da Sabedoria rejeitaram a idéia de
Paraíso descritas no livro original pois, segundo os tradutores, os nórdicos não
esperam as mesmas delícias que os orientais, após a morte. Isso porque os
orientais descrevem que o Paraíso tem “a frescura da sombra”, enquanto os
nórdicos preferem “o calor do sol”. Estas curiosidades nos mostram como o ser
humano deseja, ao menos após a morte, obter o conforto que não conseguiu em
vida.

Já o budismo, através da sua mitologia, busca afirmar a inevitabilidade da morte. A
doutrina budista nos conta a “Parábola do Grão de Mostarda”: uma mulher com o
filho morto nos braços, procura Buda e suplica que o faça reviver. Buda pede à
mulher que consiga alguns grãos de mostarda para fazê-lo reviver. No entanto, a
mulher deveria conseguir estes grãos em uma casa onde nunca houvesse ocorrido
a morte de alguém. Obviamente esta casa não foi encontrada e a mulher
compreendeu que teria que contar sempre com a morte.

Na mitologia hindu, a morte é encarada como uma válvula de escape para o
controle demográfico. Quando a “Mãe-Terra”, torna-se sobrecarregada de pessoas
vivas, ela apela ao deus Brahma que envia, então, a “mulher de vermelho” (que
representa a morte na mitologia ocidental) para levar pessoas, aliviando assim, os
recursos naturais e a sobrecarga populacional da “Mãe-Terra”.

Segundo Mircea Elíade (1987) os fino-úgricos (povos da região da Península de
Kola e da Sibéria Ocidental), têm sua religiosidade profundamente vinculada ao
xamanismo. Os mortos destes povos eram enterrados em covas familiares, onde os
que morreram há mais tempo, recebiam os “recém mortos”. Assim, as famílias eram
constituídas tanto pelos vivos quanto pelos mortos.

Esses exemplos nos trazem uma idéia de continuidade em relação à morte, não
sendo a mesma, considerada como um fim em si. Havia uma certa tentativa de
controle mágico sobre a morte, o que facilitava sua integração psicológica, não
havendo portanto, uma cisão abrupta entre vida e morte. Isso sem dúvida
aproximava o homem da morte com menos terror.

Apesar da familiaridade com a morte, os Antigos de Constantinopla mantinham os
cemitérios afastados das cidades e das vilas. Os cultos e honrarias que prestavam
aos mortos, tinham como objetivo mante-los afastados, de modo que não
“voltassem” para perturbar os vivos.

Por outro lado, na Idade Média, os cemitérios cristãos localizavam-se no interior e
ao redor das igrejas e a palavra cemiterium significava também “lugar onde se deixa
de enterrar”. Daí, eram tão comuns as valas cheias de ossadas sobrepostas e
expostas ao redor das igrejas.

A Idade Média foi um momento de crise social intensa, que acabou por marcar uma
mudança radical na maneira do homem lidar com a morte. Kastenbaum e Aisenberg
(1983) nos relatam que a sociedade do século catorze foi assolada pela peste, pela
fome, pelas cruzadas, pela inquisição; uma série de eventos provocadores da morte
em massa. A total falta de controle sobre os eventos sociais, teve seu reflexo
também na morte, que não podia mais ser controlada magicamente como em
tempos anteriores. Ao contrário, a morte passou a viver lado a lado com o homem
como uma constante ameaça a perseguir e pegar a todos de surpresa.

Esse descontrole, traz à consciência do homem desta época, o temor da morte. A
partir daí, uma série de conteúdos negativos começam a ser associados à morte:
conteúdos perversos, macabros, bem como torturas e flagelos passam a se
relacionar com a morte, provocando um total estranhamento do homem diante
deste evento tão perturbador. A morte se personifica como forma do homem tentar
entender com quem está lidando, e uma série de imagens artísticas se consagram
como verdadeiros símbolos da morte, atravessando o tempo até os dias de hoje.

Kübler-Ross (1997) descreve que são cada vez mais intensas e velozes as
mudanças sociais, expressas pelos avanços tecnológicos. O homem tem se
tornado cada vez mais individualista, preocupando-se menos com os problemas da
comunidade. Essas mudanças tem seu impacto na maneira com a qual o homem
lida com a morte nos dias atuais.

O homem da atualidade convive com a idéia de que uma bomba pode cair do céu a
qualquer momento. Não é de se surpreender portanto que o homem, diante de tanto
descontrole sobre a vida, tente se defender psiquicamente, de forma cada vez mais
intensa contra a morte. "Diminuindo a cada dia sua capacidade de defesa física,
atuam de várias maneiras suas defesas psicológicas" Kübler-Ross (1997)

Ao mesmo tempo, essas atrocidades seriam, segundo ponto de vista de Mannoni,
(1995), verdadeiras pulsões de destruição; a dimensão visível da pulsão de morte.

Mannoni (1995), citando Ariès, conta que a morte revelou sua correlação com a vida
em diversos momentos históricos. As pessoas podiam escolher onde iriam morrer;
longe ou perto de tais pessoas, em seu lugar de origem; deixando mensagens a
seus descendentes.

A possibilidade de escolha deu lugar a uma crescente perda da dignidade ao
morrer, como nos afirma Kübler-Ross (1997): "...já vão longe os dias em que era
permitido a um homem morrer em paz e dignamente em seu próprio lar."

Para Mannoni, nos dias atuais, 70% dos pacientes morrem nos hospitais, enquanto
no século passado, 90% morriam em casa, perto de seus familiares. Isto ocorre
porque, nas sociedades ocidentais o moribundo é, geralmente, afastado de seu
círculo familiar.
“O médico não aceita que seu paciente morra e, se entrar no campo em que se
confessa a impotência médica, a tentação de chamar a ambulância (para se livrar
do “caso”) virá antes da idéia de acompanhar o paciente em sua casa, até o fim da
vida.” Mannoni (1995)

A morte natural deu lugar à morte monitorada e às tentativas de reanimação. Muitas
vezes, o paciente nem é consultado quanto ao que deseja que se tente para
aliviá-lo. A medicalização da morte e os cuidados paliativos, não raro, servem
apenas para prolongar o sofrimento do paciente e de sua família. É muito
importante que as equipes médicas aprendam a distinguir cuidados paliativos e
conforto ao paciente que está morrendo, de um simples prolongamento da vida.

Outro aspecto comportamental do ser humano em relação à morte é que
antigamente, preferia-se morrer lentamente, perto da família, onde o moribundo
tinha a oportunidade de se despedir. Atualmente, não é raro se ouvir dizer que é
preferível uma morte instantânea, que o longo sofrimento causado por uma doença.

Entretanto, segundo Kovács (1997) contrariando o senso comum, o tempo da
doença, justamente ajuda a assimilar a idéia de morte, e a conseguir tomar
decisões concretas, como a adoção dos filhos ou a resolução de desentendimentos.

Segundo Bromberg (1994) nossa cultura não incorpora a morte como parte da vida,
mas sim como castigo ou punição.

O HOMEM DIANTE DA PRÓPRIA MORTE / O HOMEM DIANTE DA MORTE DO
OUTRO

Desde muito cedo, ainda bebês, quando passamos a distinguir nosso próprio corpo
do corpo da mãe, somos obrigados a aprender a nos separar de quem ou daquilo
que amamos. A princípio, convivemos com separações temporárias, como por
exemplo, a mudança de escola. Mas chega uma hora, que acontece a nossa
primeira perda definitiva: alguém que nos é muito querido, um dia, se vai para
sempre. É justamente esse “para sempre” que mais nos incomoda.
Porém, quanto mais conscientes estivermos de nossas mortes diárias, mais nos
preparamos para o momento da grande perda de tudo que colecionamos e nutrimos
durante a vida: desde toda a bagagem intelectual, todos os relacionamentos
afetivos, até o corpo físico.

Com o distanciamento cada vez maior do homem em relação à morte, cria-se um
tabu, como se fosse desaconselhável ou até mesmo proibido falar sobre este tema.
Segundo Bromberg (1994) “como aprendemos em nossa cultura, evitamos a dor,
evitamos a perda e fugimos da morte, ou pensamos fugir dela...”

Esse quadro atual nos revela a dimensão da cisão que o homem tem feito entre vida
e morte, tentando se afastar ao máximo da idéia da morte, considerando sempre
que é o outro que vai morrer e não ele. Nos lançamos então à questão da angústia
e do medo em relação à morte.

Uma das limitações básicas do homem é a limitação do tempo. Segundo Torres
(1983): "...o tempo gera angústia, pois do ponto de vista temporal, o grande
limitador chama-se morte..."

A Psicanálise Existencial, apontada por Torres (1983) revela a dimensão da
angústia da morte: "A angústia mesma nos revela que a morte e o nada se opõe à
tendência mais profunda e mais inevitável do nosso ser", que seria a afirmação do si
mesmo.

Mannoni (1995) busca em Freud, palavras que falem da angústia do homem diante
da morte: "... Freud a situa ou na reação a uma ameaça exterior, ou como na
melancolia, ao desenrolar de um processo interno. Trata-se sempre, porém, de um
processo que se passa entre o eu e a severidade do supereu."
Segundo Kastenbaum e Aisenberg (1983) o ser humano lida com duas concepções
em relação à morte: a morte do outro, da qual todos nós temos consciência, embora
esteja relacionada ao medo do abandono; e a concepção da própria morte, a
consciência da finitude, na qual evitamos pensar pois, para isto, temos que encarar
o desconhecido.

É a angústia gerada ao entrar em contato com a fatalidade da morte, que faz com
que o ser humano mobilize-se a vencê-la, acionando para este fim, diversos
mecanismos de defesa, expressos através de fantasias inconscientes sobre a
morte. Muito comum é a fantasia de existir vida após a morte; de existir um mundo
paradisíaco, regado pelo princípio do prazer e onde não existe sofrimento; de existir
a possibilidade de volta ao útero materno, uma espécie de parto ao contrário, onde
não existem desejos e necessidades. Ao contrário dessas fantasias prazerosas,
existem aquelas que provocam temor. O indivíduo pode relacionar a morte com o
inferno. São fantasias persecutórias que têm a ver com sentimentos de culpa e
remorso. Além disso, existem identificações projetivas com figuras diabólicas,
relacionando a morte com um ser aterrorizante, com face de caveira, interligado a
pavores de aniquilamento, desintegração e dissolução.

O homem é o único animal que tem consciência de sua própria morte. Segundo
Kovács (1998): "O medo é a resposta mais comum diante da morte. O medo de
morrer é universal e atinge todos os seres humanos, independente da idade, sexo,
nível sócio-econômico e credo religioso."

Para a Psicanálise Existencial enunciada por Torres, (1983): "... o medo da morte
é o medo básico e ao mesmo tempo fonte de todas as nossas realizações: tudo
aquilo que fazemos é para transcender a morte."

Complementa esse pensamento afirmando que "todas as etapas do
desenvolvimento são na verdade formas de protesto universal contra o acidente da
morte."
Segundo Freud (1917) ninguém crê em sua própria morte. Inconscientemente,
estamos convencidos de nossa própria imortalidade. “Nosso hábito é dar ênfase à
causação fortuita da morte – acidente, doença, idade avançada; desta forma,
traímos um esforço para reduzir a morte de uma necessidade para um fato fortuito.”

Como dito anteriormente, o homem encontra-se num processo contínuo de cisão
ente vida e morte, tentando afastar-se ao máximo da idéia da morte, considerando
sempre que é o outro que vai morrer e não ele. Configura-se então, uma situação na
qual o homem se defende pela segregação.

Esse fato é constatado por Mannoni (1995): "Nossas sociedades hoje,
defendem-se da doença e da morte pela segregação. Existe aí algo importante: a
segregação dos mortos e dos moribundos caminha junto com a dos velhos, das
crianças indóceis (ou outras), dos desviantes, dos imigrantes, dos delinqüentes,
etc."

Segundo Torres (1983): "A sociedade ocidental não sabe o que fazer com os
mortos. Um intenso ou íntimo terror preside as relações que ela intervém com esses
'estranhos' - corpos que bruscamente deixaram de produzir, deixaram de consumir máscaras que não respondem a nenhum apelo e resistem a todas as seduções."

A autora segue falando dessa segregação em outro momento, quando diz que a
mesma se dá através da rejeição ao moribundo. São acionados neste processo,
alguns mecanismos que tentam negar ou encobrir a concretude da morte.

A própria equipe médica encarregada de doentes terminais, na maioria das vezes,
não consegue elaborar a possível morte ou a morte concreta de seus pacientes. No
geral, os médicos e pessoal de apoio são bastante despreparados para lidar com a
morte, não conseguindo acolher o paciente e sua família.
Segundo Mannoni (1995) dois processos podem ocorrer com o atendente em
relação ao paciente. Um desses processos seria a idealização, na qual haveria uma
sacralização do doente, como se ele estivesse protegido das forças de destruição.
Um outro processo seria a renegação, na qual haveria uma recusa da situação de
morte, um evitamento por parte do atendente. Essa conduta impede o acolhimento
dos familiares enlutados.

A equipe médica vivencia a morte de um paciente como um fracasso, colocando à
prova, a onipotência médica. Ainda segundo Mannoni (1995): "é porque a morte é
vivida como um fracasso pela medicina que os serviços médicos chegam a
esquecer a família (ou a esconder-se dela)."

Segundo Kübler-Ross (1997): "Quando um paciente está gravemente enfermo,
em geral é tratado como alguém sem direito a opinar."

A autora questiona se o fato dos médicos assumirem a vontade do paciente em
estado grave, não seria uma defesa contra "... o rosto amargurado de outro ser
humano a nos lembrar, uma vez mais, nossa falta de onipotência, nossas
limitações, nossas falhas e, por último mas não menos importante, nossa própria
mortalidade?"

Para a autora, a preocupação da ciência e da tecnologia tem sido a de prolongar a
vida e não de torná-la mais humana. E segue falando sobre sua vontade como
médica: "se pudéssemos ensinar aos nossos estudantes o valor da ciência e da
tecnologia, ensinando a um tempo, a arte a ciência do inter-relacionamento
humano, do cuidado humano e total do paciente, sentiríamos um progresso real."

Dentro dessa humanidade no atendimento ao doente terminal, Kübler-Ross (1997)
nos fala da importância do acolhimento ao doente por parte do médico, da
importância da verdade. A autora questiona não o dizer ou não a verdade, mas sim
como contar essa verdade, aproximando-se da dor do paciente, colocando-se no
lugar dele para entender seu sofrimento. Essa seria a verdadeira disponibilidade
humana para ajudar o outro em seu caminho em direção à morte.

Apesar da importância da verdade, nem sempre o paciente consegue escutá-la,
justamente porque ele esbarra na idéia de que a morte também acontece com ele, e
não só com os outros.

Em sua pesquisa junto a pacientes terminais, Kübler-Ross (1997) identificou cinco
estágios quando da tomada de consciência por parte do paciente, de seu estágio
terminal. O primeiro estágio é a negação e o isolamento, fase na qual o paciente se
defende da idéia da morte, recusando-se a assumi-la como realidade. O segundo
estágio é a raiva, momento no qual o paciente coloca toda sua revolta diante da
notícia de que seu fim está próximo. Nesta fase, muitas vezes, o paciente chega a
ficar agressivo com as pessoas que o rodeiam. O terceiro estágio, a barganha, é um
momento no qual o paciente tenta ser bem comportado, na esperança de que isso
lhe traga a cura. É como se esse bom comportamento ou qualquer outra atitude
filantrópica, trouxesse horas extra de vida. O quarto estágio é a depressão, fase na
qual o paciente se recolhe, vivenciando uma enorme sensação de perda. Quando o
paciente tem um tempo de elaboração e o acolhimento descrito anteriormente,
atingirá o último estágio, que é o da aceitação.

Mas não são somente os pacientes terminais que provocam incômodo por
remeter-nos diretamente à questão da morte. Os idosos também nos trazem a idéia
da morte e não é sem razão que isso acontece. Com o progresso da ciência no
combate à mortalidade, a associação entre morte e velhice passou a ser cada vez
maior. Segundo Kastembaum e Aisenberg (1983), esse evento relega a morte a um
segundo plano, algo que só acontece com o outro (velho). Segundo Mannoni (1995)
o idoso nos remete a uma imagem degradada e aviltada de nós mesmos, e é dessa
imagem insuportável que advém a segregação, já discutida anteriormente.

Considerando a associação entre idade avançada e a morte, o que se cria, segundo
Torres (1983) é uma sociedade narcísica completamente voltada para a juventude.
Não há lugar para a velhice. Conseqüência disso é que "... as pessoas idosas de
modo geral, não querem se conscientizar de que estão velhas, nem procurar uma
orientação para velhos." Isso seria como dar a si próprio, uma sentença de morte,
numa sociedade cujo espaço da morte está em branco.

A segregação existente com relação aos idosos faz com que eles fiquem à mercê
da esfera social. Em muitos dos casos, há um afastamento concreto dos idosos,
que são colocados em asilos e casas de repouso. Mannoni (1995) faz uma crítica
bastante intensa a esses locais, dizendo que as instituições para idosos revelam
freqüentemente abismos de desumanidade e solidão.

Para o homem, uma criatura incapaz de aceitar sua própria finitude, não é fácil lidar
com um prognóstico de morte. No fundo, o grande medo da morte é o medo do
desconhecido.

Freud (1914) nos fala que a morte de um ente querido nos revolta pois, este ser leva
consigo uma parte do nosso próprio eu amado. E segue dizendo que, por outro
lado, esta morte também nos agrada pois, em cada uma destas pessoas amadas,
há também, algo de estranho.

Surge aí, a ambivalência, que são sentimentos simultâneos de amor e ódio, e estão
presentes em todos os relacionamentos humanos. Nestes relacionamentos, o
desejo de ferir o outro é freqüente e a morte desta pessoa pode ser
conscientemente desejada. Por isso, muitas vezes, quando o outro morre, a pessoa
que assim o desejou pode ficar com um sentimento de culpa difícil de suportar e,
para amenizar esta culpa, permanece em um luto intenso e prolongado.

Para a psicanálise, a intensidade da dor frente à uma perda, se configura
narcisicamente como a morte de parte de si mesmo.
O LUTO

Já não se vive o luto como em épocas passadas e, na maioria das vezes, os
enlutados vivenciam a dor da perda na solidão, já que as pessoas ao redor,
preferem afastar de si o medo da morte. Atualmente o que se exige é o
recalcamento da dor da perda, em lugar das manifestações outrora usuais. Mannoni
(1995) nos fala deste processo: "Hoje não se trata mais tanto de honrar os mortos,
mas de proteger o vivo que se confronta com a morte dos seus."

Os ritos, tão essenciais, tornaram-se inconvenientes em nossa sociedade
higienizada, assim como a própria morte. Hoje, os funerais são rápidos e
despojados. Os símbolos são eliminados, como se fosse possível eliminar a
realidade da morte ou banaliza-la. Mas não há como apagar a presença do ser
ausente, nem o necessário processo de luto. Para que a morte de um ente querido
não assuma formas obsessivas no inconsciente é necessário ritualizar essa
passagem.

Segundo Freud (1916), "O luto, de modo geral, é a reação à perda de um ente
querido, à perda de alguma abstração que ocupou o lugar de um ente querido,
como o país, a liberdade ou o ideal de alguém, e assim por diante." E segue dizendo
que o luto normal é um processo longo e doloroso, que acaba por resolver-se por si
só, quando o enlutado encontra objetos de substituição para o que foi perdido.

Para Mannoni (1995), seguindo a interpretação de Freud, "o trabalho de luto
consiste, assim, num desinvestimento de um objeto, ao qual é mais difícil renunciar
na medida em que uma parte de si mesmo se vê perdida nele."
Segundo Parkes (1998), o luto pela perda de uma pessoa amada “envolve uma
sucessão de quadros clínicos que se mesclam e se substituem... o entorpecimento,
que é a primeira fase, dá lugar à saudade, e esta dá lugar à desorganização e ao
desespero, e é só depois da fase de desorganização que se dá a recuperação.”
O autor segue dizendo que “o traço mais característico do luto não é a depressão
profunda, mas episódios agudos de dor, com muita ansiedade e dor psíquica.”

Diante da morte, o consciente sabe quem perdeu, mas ainda não dimensiona o que
perdeu. Por que um luto não realizado leva à melancolia, um estado patológico
capaz de durar anos e anos?

Para Freud, (1916) algumas pessoas, ao passar pela mesma situação de perda, em
vez de luto, produzem melancolia, o que provocou em Freud a suspeita de que
essas pessoas possuem uma disposição patológica. Para justificar essa premissa,
o autor fez uma série de comparações entre o luto e a melancolia, tentando mostrar
o que ocorre psiquicamente com o sujeito em ambos os casos

No luto, há uma perda consciente; na melancolia, a pessoa sabe quem perdeu, mas
não o que perdeu nesse alguém. "A melancolia está de alguma forma relacionada a
uma perda objetal retirada da consciência, em contraposição ao luto, no qual nada
existe de inconsciente a respeito da perda."

O autor fala ainda sobre o melancólico, que vivencia a perda, não do objeto como no
luto, mas como uma perda relativa ao ego. "No luto, é o mundo que se torna pobre e
vazio; na melancolia, é o próprio ego. O paciente representa seu ego para nós como
se fosse desprovido de valor, incapaz de qualquer realização e moralmente
desprezível..."

A chave do quadro clínico melancólico é a percepção de que "... as
auto-recriminações são recriminações feitas a um objeto amado, que foram
deslocadas desse objeto para o ego do próprio paciente."
A este respeito nos fala também Mannoni, (1995): "Em alguma parte existe, aí, uma
identificação com o objeto perdido, a ponto de tornar a si mesmo, enquanto objeto
(de desejo), um objeto abandonado."

Ainda citando Freud, (1916) o melancólico pode apresentar características de
mania. "...o maníaco demonstra claramente sua liberação do objeto que causou seu
sofrimento, procurando, como um homem vorazmente faminto, novas catexias
objetais." Ou seja, há uma busca indiscriminada de outros objetos nos quais o
indivíduo possa investir.

O que se poderia dizer afinal é que, a pessoa melancólica coloca a si própria como
culpada pela perda do objeto amado.

Existe um período considerado necessário para a pessoa enlutada passar pela
experiência da perda. Esse período não pode ser artificialmente prolongado ou
reduzido, uma vez que o luto demanda tempo e energia para ser elaborado.
Costuma-se considerar - sem no entanto tomar isto como uma regra fixa - que o
primeiro ano é importantíssimo para que a pessoa enlutada possa passar, pela
primeira vez, por experiências e datas significativas, sem a pessoa que morreu.

Nos rituais de enterro judaico, sã impedidos os gastos excessivos com os funerais
para que, com isso, não se compense ou se esconda qualquer sentimento da
família. O Kriyah (ato de rasgar as roupas), é como uma catarse. Logo após os
funerais, os familiares fazem uma refeição juntos, que simboliza a continuidade da
vida. O luto é estabelecido por etapas: a primeira etapa (Shivá), dura sete dias e é
considerada a etapa mais intensa, na qual a pessoa tem o direito de recolher-se
com sua família e orar pelo morto. A Segunda etapa (Shloshim), que dura trinta
dias, tem a finalidade de estabelecer um período maior para a elaboração do luto.
Já a terceira etapa, tem a duração de um ano e é designada, principalmente, para
os filhos que perderam seus pais. Enfim, o luto judaico é caracterizado por fases
que favorecem a expressão da dor, a elaboração da morte e, por fim, a volta do
enlutado à vida da comunidade.

Para cada enlutado, sua perda é a pior, a mais difícil, pois cada pessoa é aquela
que sabe dimensionar sua dor e seus recursos para enfrentá-la. No entanto, há
muitos fatores que entram em cena, quando se trata de avaliar as condições do
enlutado, seus recursos para enfrentar a perda e as necessidades que podem se
apresentar.

O luto pela perda de uma pessoa amada é a experiência mais universal e, ao
mesmo tempo, mais desorganizadora e assustadora que vive o ser humano. O
sentido dado à vida é repensado, as relações são refeitas a partir de uma avaliação
de seu significado, a identidade pessoal se transforma. Nada mais é como
costumava ser. E ainda assim há vida no luto, há esperança de transformação, de
recomeço. Porque há um tempo de chegar e um tempo de partir, a vida é feita de
pequenos e grandes lutos, através dos quais, o ser humano se dá conta de sua
condição de ser mortal.

BIBLIOGRAFIA

BROMBERG, Maria Helena P.F. "A psicoterapia em situações de perdas e luto".
São Paulo, Editorial Psy II, 1994.

FREUD, Sigmund . “Luto e Melancolia”. Edição Standard Brasileira das Obras
Completas de Sigmund Freud, vol. XIV, Imago, Rio de Janeiro, 1914-1916.

FREUD, Sigmund . “Reflexões para os Tempos de Guerra e Morte”. Edição
Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, vol. XIV, Imago,
Rio de Janeiro, 1914-1916.

FREUD, Sigmund . “Sonhos com Mortos”. Edição Standard Brasileira das Obras
Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol.IV e V. Imago, Rio de Janeiro,
1987

KASTENBAUM, R. e AISENBERG, R. “Psicologia da morte”. Editora da
USP, São Paulo, 1983.

KOVÁCS, Maria Julia. “Morte e Desenvolvimento Humano”. 2a.ed. Casa do
Psicologo, São Paulo, 1998.

KÜBLER-ROSS, Elizabeth. “Sobre a morte e o morrer”. 8ª edição. Martins
Fontes, São Paulo, 1997.

MANNONI, Maud. “O nomeável e o inominável”. Jorge Zahar Editor, Rio de
Janeiro, 1995.

MIRCEA, Elíade. “The Encyclopedia of Religion”. Collier Macmillan, New
York, 1987.
TORRES, W.C. e outros. “A psicologia

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Capítulo 8 Filosofando - Aprender a morrer
Capítulo 8 Filosofando - Aprender a morrerCapítulo 8 Filosofando - Aprender a morrer
Capítulo 8 Filosofando - Aprender a morrerAthirson Downloadz
 
A morte no contexto hospitalar doação de órgãos
A morte no contexto hospitalar   doação de órgãosA morte no contexto hospitalar   doação de órgãos
A morte no contexto hospitalar doação de órgãosPrLinaldo Junior
 
Os aspectos religiosos envolvidos no processo de morte e luto.
Os aspectos religiosos envolvidos no processo de morte e luto.Os aspectos religiosos envolvidos no processo de morte e luto.
Os aspectos religiosos envolvidos no processo de morte e luto.PrLinaldo Junior
 
Ciclo vitais finitude humana primeira aula
Ciclo vitais finitude humana primeira aulaCiclo vitais finitude humana primeira aula
Ciclo vitais finitude humana primeira aulaErasmo Ruiz
 
Morte E Luto No Contexto Hospitalar
Morte E Luto No Contexto HospitalarMorte E Luto No Contexto Hospitalar
Morte E Luto No Contexto HospitalarWashington Costa
 
A morte e o processo de morrer
A morte e o processo de morrerA morte e o processo de morrer
A morte e o processo de morrerEliane Santos
 
O profissional da saúde diante da morte
O profissional da  saúde diante da morteO profissional da  saúde diante da morte
O profissional da saúde diante da morteMarian de Souza
 
Aula 11 a morte e o luto2
Aula 11 a morte e o luto2Aula 11 a morte e o luto2
Aula 11 a morte e o luto2Futuros Medicos
 
Aula 1 tanatologia christus introdução
Aula 1 tanatologia christus introduçãoAula 1 tanatologia christus introdução
Aula 1 tanatologia christus introduçãoErasmo Ruiz
 
Convívio congresso dor
Convívio congresso dorConvívio congresso dor
Convívio congresso dorErasmo Ruiz
 
Estará a causa de morte relacionada com o sofrimento após a desencarnação?
Estará a causa de morte relacionada com o sofrimento após a desencarnação?Estará a causa de morte relacionada com o sofrimento após a desencarnação?
Estará a causa de morte relacionada com o sofrimento após a desencarnação?ADEP Portugal
 
Aula 3 tanatologia christus pensar o impensável
Aula 3 tanatologia christus pensar o impensávelAula 3 tanatologia christus pensar o impensável
Aula 3 tanatologia christus pensar o impensávelErasmo Ruiz
 
Minicurso - A Morte no ensino das Ciências da Vida (1ª aula)
Minicurso - A Morte no ensino das Ciências da Vida (1ª aula)Minicurso - A Morte no ensino das Ciências da Vida (1ª aula)
Minicurso - A Morte no ensino das Ciências da Vida (1ª aula)Mario Amorim
 
A morte e o morrer! ( Leonardo Pereira).
A morte e o morrer! ( Leonardo Pereira). A morte e o morrer! ( Leonardo Pereira).
A morte e o morrer! ( Leonardo Pereira). Leonardo Pereira
 

Mais procurados (20)

Morte e Luto
Morte e Luto Morte e Luto
Morte e Luto
 
Capítulo 8 Filosofando - Aprender a morrer
Capítulo 8 Filosofando - Aprender a morrerCapítulo 8 Filosofando - Aprender a morrer
Capítulo 8 Filosofando - Aprender a morrer
 
A morte no contexto hospitalar doação de órgãos
A morte no contexto hospitalar   doação de órgãosA morte no contexto hospitalar   doação de órgãos
A morte no contexto hospitalar doação de órgãos
 
Os aspectos religiosos envolvidos no processo de morte e luto.
Os aspectos religiosos envolvidos no processo de morte e luto.Os aspectos religiosos envolvidos no processo de morte e luto.
Os aspectos religiosos envolvidos no processo de morte e luto.
 
Ciclo vitais finitude humana primeira aula
Ciclo vitais finitude humana primeira aulaCiclo vitais finitude humana primeira aula
Ciclo vitais finitude humana primeira aula
 
EDUCAÇÃO PARA A MORTE
EDUCAÇÃO PARA A MORTEEDUCAÇÃO PARA A MORTE
EDUCAÇÃO PARA A MORTE
 
Morte E Luto No Contexto Hospitalar
Morte E Luto No Contexto HospitalarMorte E Luto No Contexto Hospitalar
Morte E Luto No Contexto Hospitalar
 
A morte e o processo de morrer
A morte e o processo de morrerA morte e o processo de morrer
A morte e o processo de morrer
 
O profissional da saúde diante da morte
O profissional da  saúde diante da morteO profissional da  saúde diante da morte
O profissional da saúde diante da morte
 
Aula 11 a morte e o luto2
Aula 11 a morte e o luto2Aula 11 a morte e o luto2
Aula 11 a morte e o luto2
 
Texto luto 1
Texto luto 1 Texto luto 1
Texto luto 1
 
MORTE E MORRER
MORTE E MORRERMORTE E MORRER
MORTE E MORRER
 
Aula 1 tanatologia christus introdução
Aula 1 tanatologia christus introduçãoAula 1 tanatologia christus introdução
Aula 1 tanatologia christus introdução
 
Vida finitude
Vida finitudeVida finitude
Vida finitude
 
O Processo de Elaboração do Luto em Um Paciente com Diagnóstico de Esquizofre...
O Processo de Elaboração do Luto em Um Paciente com Diagnóstico de Esquizofre...O Processo de Elaboração do Luto em Um Paciente com Diagnóstico de Esquizofre...
O Processo de Elaboração do Luto em Um Paciente com Diagnóstico de Esquizofre...
 
Convívio congresso dor
Convívio congresso dorConvívio congresso dor
Convívio congresso dor
 
Estará a causa de morte relacionada com o sofrimento após a desencarnação?
Estará a causa de morte relacionada com o sofrimento após a desencarnação?Estará a causa de morte relacionada com o sofrimento após a desencarnação?
Estará a causa de morte relacionada com o sofrimento após a desencarnação?
 
Aula 3 tanatologia christus pensar o impensável
Aula 3 tanatologia christus pensar o impensávelAula 3 tanatologia christus pensar o impensável
Aula 3 tanatologia christus pensar o impensável
 
Minicurso - A Morte no ensino das Ciências da Vida (1ª aula)
Minicurso - A Morte no ensino das Ciências da Vida (1ª aula)Minicurso - A Morte no ensino das Ciências da Vida (1ª aula)
Minicurso - A Morte no ensino das Ciências da Vida (1ª aula)
 
A morte e o morrer! ( Leonardo Pereira).
A morte e o morrer! ( Leonardo Pereira). A morte e o morrer! ( Leonardo Pereira).
A morte e o morrer! ( Leonardo Pereira).
 

Semelhante a Um estudo teorico sobre a morte

Religião e morte para entender os egipcios
Religião e morte para entender os egipciosReligião e morte para entender os egipcios
Religião e morte para entender os egipciosFabio Santos
 
A CONCEPÇÃO DE MORTE NUMA PERSPECTIVA ESPAÇO-TEMPORAL: O MORRER NA MESOPOTÂM...
A CONCEPÇÃO DE MORTE NUMA PERSPECTIVA ESPAÇO-TEMPORAL: O  MORRER NA MESOPOTÂM...A CONCEPÇÃO DE MORTE NUMA PERSPECTIVA ESPAÇO-TEMPORAL: O  MORRER NA MESOPOTÂM...
A CONCEPÇÃO DE MORTE NUMA PERSPECTIVA ESPAÇO-TEMPORAL: O MORRER NA MESOPOTÂM...Pedro Torres
 
Morte para os egípcios antiguidade classica.pptx
Morte para os egípcios antiguidade classica.pptxMorte para os egípcios antiguidade classica.pptx
Morte para os egípcios antiguidade classica.pptxjeandias52
 
Destino: A Casa de Hades - um estudo sobre a relação do homem ocidental com a...
Destino: A Casa de Hades - um estudo sobre a relação do homem ocidental com a...Destino: A Casa de Hades - um estudo sobre a relação do homem ocidental com a...
Destino: A Casa de Hades - um estudo sobre a relação do homem ocidental com a...Simone Elisa Heitor
 
J herculano pires educacao para a morte
J herculano pires   educacao para a morteJ herculano pires   educacao para a morte
J herculano pires educacao para a morteClaudia Ruzicki Kremer
 
Sentido da morte
Sentido da morteSentido da morte
Sentido da morteir_joice
 
Sentido da morte
Sentido da morteSentido da morte
Sentido da morteir_joice
 
“ESCATOLOGIA: BREVE TRATADO TEOLÓGICO - PASTORAL” Fr. Clodovis M. Boff, OSM
“ESCATOLOGIA: BREVE TRATADO TEOLÓGICO - PASTORAL” Fr. Clodovis M. Boff, OSM“ESCATOLOGIA: BREVE TRATADO TEOLÓGICO - PASTORAL” Fr. Clodovis M. Boff, OSM
“ESCATOLOGIA: BREVE TRATADO TEOLÓGICO - PASTORAL” Fr. Clodovis M. Boff, OSMBernadetecebs .
 
produção cientifica psicologia referente a morte.pdf
produção cientifica psicologia referente a morte.pdfprodução cientifica psicologia referente a morte.pdf
produção cientifica psicologia referente a morte.pdfAndressaMolina3
 
Pesquisa antropologia
Pesquisa antropologiaPesquisa antropologia
Pesquisa antropologiaClaudia
 
O Darwinismo e o Sagrado na Segunda Metade do Século XIX (Juanma Sánchez Arte...
O Darwinismo e o Sagrado na Segunda Metade do Século XIX (Juanma Sánchez Arte...O Darwinismo e o Sagrado na Segunda Metade do Século XIX (Juanma Sánchez Arte...
O Darwinismo e o Sagrado na Segunda Metade do Século XIX (Juanma Sánchez Arte...Jerbialdo
 
O suicídio ótica tomista/kotora
O suicídio ótica tomista/kotoraO suicídio ótica tomista/kotora
O suicídio ótica tomista/kotoraPequenoTigre
 
Antropologia (1).ppt
Antropologia (1).pptAntropologia (1).ppt
Antropologia (1).pptTlioLucena5
 
Antropologia - Disciplina de Fundamentos de Filosofia e Ciências Humanas
Antropologia - Disciplina de Fundamentos de Filosofia e Ciências HumanasAntropologia - Disciplina de Fundamentos de Filosofia e Ciências Humanas
Antropologia - Disciplina de Fundamentos de Filosofia e Ciências Humanasdanielaleite59
 
éTica e eutanásia
éTica e eutanásiaéTica e eutanásia
éTica e eutanásiaericacostas
 

Semelhante a Um estudo teorico sobre a morte (20)

Religião e morte para entender os egipcios
Religião e morte para entender os egipciosReligião e morte para entender os egipcios
Religião e morte para entender os egipcios
 
A CONCEPÇÃO DE MORTE NUMA PERSPECTIVA ESPAÇO-TEMPORAL: O MORRER NA MESOPOTÂM...
A CONCEPÇÃO DE MORTE NUMA PERSPECTIVA ESPAÇO-TEMPORAL: O  MORRER NA MESOPOTÂM...A CONCEPÇÃO DE MORTE NUMA PERSPECTIVA ESPAÇO-TEMPORAL: O  MORRER NA MESOPOTÂM...
A CONCEPÇÃO DE MORTE NUMA PERSPECTIVA ESPAÇO-TEMPORAL: O MORRER NA MESOPOTÂM...
 
Morte para os egípcios antiguidade classica.pptx
Morte para os egípcios antiguidade classica.pptxMorte para os egípcios antiguidade classica.pptx
Morte para os egípcios antiguidade classica.pptx
 
Destino: A Casa de Hades - um estudo sobre a relação do homem ocidental com a...
Destino: A Casa de Hades - um estudo sobre a relação do homem ocidental com a...Destino: A Casa de Hades - um estudo sobre a relação do homem ocidental com a...
Destino: A Casa de Hades - um estudo sobre a relação do homem ocidental com a...
 
Programa - Depois da morte
Programa - Depois da mortePrograma - Depois da morte
Programa - Depois da morte
 
1 a visao_morte_longo_tempo
1 a visao_morte_longo_tempo1 a visao_morte_longo_tempo
1 a visao_morte_longo_tempo
 
J herculano pires educacao para a morte
J herculano pires   educacao para a morteJ herculano pires   educacao para a morte
J herculano pires educacao para a morte
 
Sentido da morte
Sentido da morteSentido da morte
Sentido da morte
 
Sentido da morte
Sentido da morteSentido da morte
Sentido da morte
 
Discursos sobre a morte
Discursos sobre a morteDiscursos sobre a morte
Discursos sobre a morte
 
“ESCATOLOGIA: BREVE TRATADO TEOLÓGICO - PASTORAL” Fr. Clodovis M. Boff, OSM
“ESCATOLOGIA: BREVE TRATADO TEOLÓGICO - PASTORAL” Fr. Clodovis M. Boff, OSM“ESCATOLOGIA: BREVE TRATADO TEOLÓGICO - PASTORAL” Fr. Clodovis M. Boff, OSM
“ESCATOLOGIA: BREVE TRATADO TEOLÓGICO - PASTORAL” Fr. Clodovis M. Boff, OSM
 
produção cientifica psicologia referente a morte.pdf
produção cientifica psicologia referente a morte.pdfprodução cientifica psicologia referente a morte.pdf
produção cientifica psicologia referente a morte.pdf
 
Pesquisa antropologia
Pesquisa antropologiaPesquisa antropologia
Pesquisa antropologia
 
O Darwinismo e o Sagrado na Segunda Metade do Século XIX (Juanma Sánchez Arte...
O Darwinismo e o Sagrado na Segunda Metade do Século XIX (Juanma Sánchez Arte...O Darwinismo e o Sagrado na Segunda Metade do Século XIX (Juanma Sánchez Arte...
O Darwinismo e o Sagrado na Segunda Metade do Século XIX (Juanma Sánchez Arte...
 
O suicídio ótica tomista/kotora
O suicídio ótica tomista/kotoraO suicídio ótica tomista/kotora
O suicídio ótica tomista/kotora
 
Antropologia (1).ppt
Antropologia (1).pptAntropologia (1).ppt
Antropologia (1).ppt
 
Antropologia - Disciplina de Fundamentos de Filosofia e Ciências Humanas
Antropologia - Disciplina de Fundamentos de Filosofia e Ciências HumanasAntropologia - Disciplina de Fundamentos de Filosofia e Ciências Humanas
Antropologia - Disciplina de Fundamentos de Filosofia e Ciências Humanas
 
Mito e sagrado
Mito e sagradoMito e sagrado
Mito e sagrado
 
éTica e eutanásia
éTica e eutanásiaéTica e eutanásia
éTica e eutanásia
 
( Espiritismo) # - amag ramgis - a mediunidade atraves dos tempos
( Espiritismo)   # - amag ramgis - a mediunidade atraves dos tempos( Espiritismo)   # - amag ramgis - a mediunidade atraves dos tempos
( Espiritismo) # - amag ramgis - a mediunidade atraves dos tempos
 

Mais de Agassis Paulo Bezerra

Mais de Agassis Paulo Bezerra (8)

A INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ NA SOCIEDADE
A INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ NA SOCIEDADEA INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ NA SOCIEDADE
A INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ NA SOCIEDADE
 
A APLICAÇAO DA HERMENÊUTICA E DA EXEGESE NA COMPREENSÃO DE UM TEXTO BÍBLICO.
A APLICAÇAO DA HERMENÊUTICA E DA EXEGESE NA COMPREENSÃO DE UM TEXTO BÍBLICO.A APLICAÇAO DA HERMENÊUTICA E DA EXEGESE NA COMPREENSÃO DE UM TEXTO BÍBLICO.
A APLICAÇAO DA HERMENÊUTICA E DA EXEGESE NA COMPREENSÃO DE UM TEXTO BÍBLICO.
 
Educação cristã 19
Educação cristã 19Educação cristã 19
Educação cristã 19
 
Homossexualismo e pregação
Homossexualismo e pregaçãoHomossexualismo e pregação
Homossexualismo e pregação
 
A origem da vida
A origem da vidaA origem da vida
A origem da vida
 
Recursos hidricos
Recursos hidricosRecursos hidricos
Recursos hidricos
 
Pesquisa qualitativa
Pesquisa qualitativaPesquisa qualitativa
Pesquisa qualitativa
 
RESUMO Completo da Idade média
RESUMO Completo da Idade médiaRESUMO Completo da Idade média
RESUMO Completo da Idade média
 

Último

Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxLusGlissonGud
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAHELENO FAVACHO
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 

Último (20)

Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 

Um estudo teorico sobre a morte

  • 1. UM ESTUDO TEÓRICO SOBRE A MORTE Este trabalho está resumido para a publicação na biblioteca virtual. Quaisquer dúvidas e/ou esclarecimentos, entrar em contato com a autora. INTRODUÇÃO Desde os primórdios da Civilização, a morte é considerada um aspecto que fascina e, ao mesmo tempo, aterroriza a Humanidade. A morte e os supostos eventos que a sucedem são, historicamente, fonte de inspiração para doutrinas filosóficas e religiosas, bem como uma inesgotável fonte de temores, angústias e ansiedades para os seres humanos. O interesse pelo tema da morte teve início com a leitura de algumas reportagens do LELU (Laboratório de Estudos e Intervenção sobre o Luto). O contato com estas reportagens, e a análise da morte como fenômeno psíquico, foram o ponto de partida deste trabalho. As matérias vieram de encontro aos anseios naturais sobre a morte e mostraram que, apesar da dimensão etérea que a morte toma em nível psíquico, existem profissionais e entidades empenhadas em estudá-la de forma científica, usando uma metodologia essencialmente psicológica. Em função do contato inicial com o material do LELU e do interesse por ele despertado, a busca de outras pesquisas já realizados no mesmo campo foi um impulso natural, e acabou formando a base teórica que sustenta este trabalho. A morte como fenômeno físico já foi exaustivamente estudada e continua sendo objeto de pesquisas, porém permanece um mistério impenetrável quando nos
  • 2. aventuramos no terreno do psiquismo. Falar sobre morte, ao mesmo tempo que ajuda a elaborar a idéia da finitude humana, provoca um certo desconforto, pois damos de cara com essa mesma finitude, o inevitável, a certeza de que um dia a vida chega ao fim. A certeza humana da morte aciona uma série de mecanismos psicológicos. E são esses mecanismos que instigam a nossa curiosidade científica. Em outras palavras, o foco de interesse seria como o homem lida com a morte; seus medos, suas angústias, suas defesas, suas atitudes diante da morte. O objetivo da presente pesquisa é o aprofundamento teórico da questão da morte, enfocando a maneira pela qual o homem lida com este fenômeno humano inevitável, percebendo os mecanismos psicológicos que entram em ação quando o homem se encontra diante da morte. O tema da morte não é de forma alguma uma discussão atual. Foram muitos os filósofos, historiadores, sociólogos, biólogos, antropólogos e psicólogos a discutir o assunto no decorrer da História. Isto porque a morte não faz parte de uma categoria específica; é uma questão que atravessa a história, é sobretudo uma questão essencialmente humana. Dentro dos vários enfoques teóricos que possibilitam a reflexão sobre a morte, um deles nos interessa em especial: o enfoque psicanalítico. Foi esse enfoque que deu corpo às nossas indagações sobre a morte, seja através da análise pessoal, seja através da teoria propriamente dita. A concepção que se tem sobre a morte e a atitude do homem diante dela, tende a se alterar de acordo com o contexto histórico e cultural. Sem dúvida o advento do capitalismo e seus tempos de crise, fez surgir uma nova visão sobre a morte, que segundo Torres, (1983), tem a ver com o surgimento do capital como força principal
  • 3. de produção. Neste sentido, o vivo pode tudo e o morto não pode nada, já que teve sua vida produtiva interrompida. Diante desta crise, na qual os homens encontram-se completamente abandonados e despreparados, vemos este aprofundamento teórico como uma forma de dimensionar a morte, contribuindo para sua melhor compreensão e elaboração, instrumentalizando sobretudo, os profissionais da área de saúde, que trabalham lado a lado com este tema. Este trabalho encontra-se estruturado em três partes principais. A primeira busca analisar o impacto da morte na sociedade através do tempo, mostrando como diferentes povos em diferentes épocas, lidavam com essa questão. A segunda parte fala sobre os sentimentos ambíguos gerados em nós, seres humanos, quando somos obrigados a encarar a nossa própria morte, bem como a morte do outro. A terceira e última parte fala do luto, em seus diversos contextos. DADOS HISTÓRICOS Possuímos uma herança cultural sobre a morte que define nossa visão de morte nos dias atuais. Segundo Kastenbaum e Aisenberg (1983), as interpretações atuais sobre a morte constituem parte da herança que as gerações anteriores, as antigas culturas nos legaram. Faremos então, um pequeno passeio pela história para que possamos entender como foi construída a idéia da morte encontrada nos dias de hoje. Arqueólogos e antropólogos, através de seus estudos, descobriram que o homem de Neanderthal já se preocupava com seus mortos: “Não somente o homem de Neanderthal enterra seus mortos, mas às vezes os
  • 4. reúne (gruta das crianças, perto de Menton).” Morin (1997) Ainda segundo Morin (1997) na pré-história, os mortos dos povos musterenses eram cobertos por pedras, principalmente sobre o rosto e a cabeça, tanto para proteger o cadáver dos animais, quanto para evitar que retornassem ao mundo dos vivos. Mais tarde, eram depositados alimentos e as armas do morto sobre a sepultura de pedras e o esqueleto era pintado com uma substância vermelha. “O não abandono dos mortos implica a sobrevivência deles. Não existe relato de praticamente nenhum grupo arcaico que abandone seus mortos ou que os abandone sem ritos.” Morin (1997) Ainda hoje, nos planaltos de Madagáscar, durante toda a vida, os kiboris constróem uma casa de alvenaria, lugar onde seu corpo permanecerá após a morte. Segundo Kastenbaum e Aisenberg (1983), os egípcios da antigüidade, em sua sociedade bastante desenvolvida do ponto de vista intelectual e tecnológico, consideravam a morte como uma ocorrência dentro da esfera de ação. Eles possuíam um sistema que tinha como objetivo, ensinar cada indivíduo a pensar, sentir e agir em relação à morte. Os autores seguem dizendo que os malaios, por viverem em um sistema comunitário intenso, apreciavam a morte de um componente, como uma perda do próprio grupo. Desta feita, um trabalho de lamentação coletiva diante da morte era necessário aos sobreviventes. Ademais, a morte era tida não como um evento súbito, mas sim como um processo a ser vivido por toda a comunidade. Segundo Ariès (1977), na Vulgata, o livro da Sabedoria, após a morte, o justo irá para o Paraíso. As versões nórdicas do livro da Sabedoria rejeitaram a idéia de
  • 5. Paraíso descritas no livro original pois, segundo os tradutores, os nórdicos não esperam as mesmas delícias que os orientais, após a morte. Isso porque os orientais descrevem que o Paraíso tem “a frescura da sombra”, enquanto os nórdicos preferem “o calor do sol”. Estas curiosidades nos mostram como o ser humano deseja, ao menos após a morte, obter o conforto que não conseguiu em vida. Já o budismo, através da sua mitologia, busca afirmar a inevitabilidade da morte. A doutrina budista nos conta a “Parábola do Grão de Mostarda”: uma mulher com o filho morto nos braços, procura Buda e suplica que o faça reviver. Buda pede à mulher que consiga alguns grãos de mostarda para fazê-lo reviver. No entanto, a mulher deveria conseguir estes grãos em uma casa onde nunca houvesse ocorrido a morte de alguém. Obviamente esta casa não foi encontrada e a mulher compreendeu que teria que contar sempre com a morte. Na mitologia hindu, a morte é encarada como uma válvula de escape para o controle demográfico. Quando a “Mãe-Terra”, torna-se sobrecarregada de pessoas vivas, ela apela ao deus Brahma que envia, então, a “mulher de vermelho” (que representa a morte na mitologia ocidental) para levar pessoas, aliviando assim, os recursos naturais e a sobrecarga populacional da “Mãe-Terra”. Segundo Mircea Elíade (1987) os fino-úgricos (povos da região da Península de Kola e da Sibéria Ocidental), têm sua religiosidade profundamente vinculada ao xamanismo. Os mortos destes povos eram enterrados em covas familiares, onde os que morreram há mais tempo, recebiam os “recém mortos”. Assim, as famílias eram constituídas tanto pelos vivos quanto pelos mortos. Esses exemplos nos trazem uma idéia de continuidade em relação à morte, não sendo a mesma, considerada como um fim em si. Havia uma certa tentativa de controle mágico sobre a morte, o que facilitava sua integração psicológica, não havendo portanto, uma cisão abrupta entre vida e morte. Isso sem dúvida
  • 6. aproximava o homem da morte com menos terror. Apesar da familiaridade com a morte, os Antigos de Constantinopla mantinham os cemitérios afastados das cidades e das vilas. Os cultos e honrarias que prestavam aos mortos, tinham como objetivo mante-los afastados, de modo que não “voltassem” para perturbar os vivos. Por outro lado, na Idade Média, os cemitérios cristãos localizavam-se no interior e ao redor das igrejas e a palavra cemiterium significava também “lugar onde se deixa de enterrar”. Daí, eram tão comuns as valas cheias de ossadas sobrepostas e expostas ao redor das igrejas. A Idade Média foi um momento de crise social intensa, que acabou por marcar uma mudança radical na maneira do homem lidar com a morte. Kastenbaum e Aisenberg (1983) nos relatam que a sociedade do século catorze foi assolada pela peste, pela fome, pelas cruzadas, pela inquisição; uma série de eventos provocadores da morte em massa. A total falta de controle sobre os eventos sociais, teve seu reflexo também na morte, que não podia mais ser controlada magicamente como em tempos anteriores. Ao contrário, a morte passou a viver lado a lado com o homem como uma constante ameaça a perseguir e pegar a todos de surpresa. Esse descontrole, traz à consciência do homem desta época, o temor da morte. A partir daí, uma série de conteúdos negativos começam a ser associados à morte: conteúdos perversos, macabros, bem como torturas e flagelos passam a se relacionar com a morte, provocando um total estranhamento do homem diante deste evento tão perturbador. A morte se personifica como forma do homem tentar entender com quem está lidando, e uma série de imagens artísticas se consagram como verdadeiros símbolos da morte, atravessando o tempo até os dias de hoje. Kübler-Ross (1997) descreve que são cada vez mais intensas e velozes as
  • 7. mudanças sociais, expressas pelos avanços tecnológicos. O homem tem se tornado cada vez mais individualista, preocupando-se menos com os problemas da comunidade. Essas mudanças tem seu impacto na maneira com a qual o homem lida com a morte nos dias atuais. O homem da atualidade convive com a idéia de que uma bomba pode cair do céu a qualquer momento. Não é de se surpreender portanto que o homem, diante de tanto descontrole sobre a vida, tente se defender psiquicamente, de forma cada vez mais intensa contra a morte. "Diminuindo a cada dia sua capacidade de defesa física, atuam de várias maneiras suas defesas psicológicas" Kübler-Ross (1997) Ao mesmo tempo, essas atrocidades seriam, segundo ponto de vista de Mannoni, (1995), verdadeiras pulsões de destruição; a dimensão visível da pulsão de morte. Mannoni (1995), citando Ariès, conta que a morte revelou sua correlação com a vida em diversos momentos históricos. As pessoas podiam escolher onde iriam morrer; longe ou perto de tais pessoas, em seu lugar de origem; deixando mensagens a seus descendentes. A possibilidade de escolha deu lugar a uma crescente perda da dignidade ao morrer, como nos afirma Kübler-Ross (1997): "...já vão longe os dias em que era permitido a um homem morrer em paz e dignamente em seu próprio lar." Para Mannoni, nos dias atuais, 70% dos pacientes morrem nos hospitais, enquanto no século passado, 90% morriam em casa, perto de seus familiares. Isto ocorre porque, nas sociedades ocidentais o moribundo é, geralmente, afastado de seu círculo familiar. “O médico não aceita que seu paciente morra e, se entrar no campo em que se confessa a impotência médica, a tentação de chamar a ambulância (para se livrar do “caso”) virá antes da idéia de acompanhar o paciente em sua casa, até o fim da
  • 8. vida.” Mannoni (1995) A morte natural deu lugar à morte monitorada e às tentativas de reanimação. Muitas vezes, o paciente nem é consultado quanto ao que deseja que se tente para aliviá-lo. A medicalização da morte e os cuidados paliativos, não raro, servem apenas para prolongar o sofrimento do paciente e de sua família. É muito importante que as equipes médicas aprendam a distinguir cuidados paliativos e conforto ao paciente que está morrendo, de um simples prolongamento da vida. Outro aspecto comportamental do ser humano em relação à morte é que antigamente, preferia-se morrer lentamente, perto da família, onde o moribundo tinha a oportunidade de se despedir. Atualmente, não é raro se ouvir dizer que é preferível uma morte instantânea, que o longo sofrimento causado por uma doença. Entretanto, segundo Kovács (1997) contrariando o senso comum, o tempo da doença, justamente ajuda a assimilar a idéia de morte, e a conseguir tomar decisões concretas, como a adoção dos filhos ou a resolução de desentendimentos. Segundo Bromberg (1994) nossa cultura não incorpora a morte como parte da vida, mas sim como castigo ou punição. O HOMEM DIANTE DA PRÓPRIA MORTE / O HOMEM DIANTE DA MORTE DO OUTRO Desde muito cedo, ainda bebês, quando passamos a distinguir nosso próprio corpo do corpo da mãe, somos obrigados a aprender a nos separar de quem ou daquilo que amamos. A princípio, convivemos com separações temporárias, como por exemplo, a mudança de escola. Mas chega uma hora, que acontece a nossa primeira perda definitiva: alguém que nos é muito querido, um dia, se vai para sempre. É justamente esse “para sempre” que mais nos incomoda.
  • 9. Porém, quanto mais conscientes estivermos de nossas mortes diárias, mais nos preparamos para o momento da grande perda de tudo que colecionamos e nutrimos durante a vida: desde toda a bagagem intelectual, todos os relacionamentos afetivos, até o corpo físico. Com o distanciamento cada vez maior do homem em relação à morte, cria-se um tabu, como se fosse desaconselhável ou até mesmo proibido falar sobre este tema. Segundo Bromberg (1994) “como aprendemos em nossa cultura, evitamos a dor, evitamos a perda e fugimos da morte, ou pensamos fugir dela...” Esse quadro atual nos revela a dimensão da cisão que o homem tem feito entre vida e morte, tentando se afastar ao máximo da idéia da morte, considerando sempre que é o outro que vai morrer e não ele. Nos lançamos então à questão da angústia e do medo em relação à morte. Uma das limitações básicas do homem é a limitação do tempo. Segundo Torres (1983): "...o tempo gera angústia, pois do ponto de vista temporal, o grande limitador chama-se morte..." A Psicanálise Existencial, apontada por Torres (1983) revela a dimensão da angústia da morte: "A angústia mesma nos revela que a morte e o nada se opõe à tendência mais profunda e mais inevitável do nosso ser", que seria a afirmação do si mesmo. Mannoni (1995) busca em Freud, palavras que falem da angústia do homem diante da morte: "... Freud a situa ou na reação a uma ameaça exterior, ou como na melancolia, ao desenrolar de um processo interno. Trata-se sempre, porém, de um processo que se passa entre o eu e a severidade do supereu."
  • 10. Segundo Kastenbaum e Aisenberg (1983) o ser humano lida com duas concepções em relação à morte: a morte do outro, da qual todos nós temos consciência, embora esteja relacionada ao medo do abandono; e a concepção da própria morte, a consciência da finitude, na qual evitamos pensar pois, para isto, temos que encarar o desconhecido. É a angústia gerada ao entrar em contato com a fatalidade da morte, que faz com que o ser humano mobilize-se a vencê-la, acionando para este fim, diversos mecanismos de defesa, expressos através de fantasias inconscientes sobre a morte. Muito comum é a fantasia de existir vida após a morte; de existir um mundo paradisíaco, regado pelo princípio do prazer e onde não existe sofrimento; de existir a possibilidade de volta ao útero materno, uma espécie de parto ao contrário, onde não existem desejos e necessidades. Ao contrário dessas fantasias prazerosas, existem aquelas que provocam temor. O indivíduo pode relacionar a morte com o inferno. São fantasias persecutórias que têm a ver com sentimentos de culpa e remorso. Além disso, existem identificações projetivas com figuras diabólicas, relacionando a morte com um ser aterrorizante, com face de caveira, interligado a pavores de aniquilamento, desintegração e dissolução. O homem é o único animal que tem consciência de sua própria morte. Segundo Kovács (1998): "O medo é a resposta mais comum diante da morte. O medo de morrer é universal e atinge todos os seres humanos, independente da idade, sexo, nível sócio-econômico e credo religioso." Para a Psicanálise Existencial enunciada por Torres, (1983): "... o medo da morte é o medo básico e ao mesmo tempo fonte de todas as nossas realizações: tudo aquilo que fazemos é para transcender a morte." Complementa esse pensamento afirmando que "todas as etapas do desenvolvimento são na verdade formas de protesto universal contra o acidente da morte."
  • 11. Segundo Freud (1917) ninguém crê em sua própria morte. Inconscientemente, estamos convencidos de nossa própria imortalidade. “Nosso hábito é dar ênfase à causação fortuita da morte – acidente, doença, idade avançada; desta forma, traímos um esforço para reduzir a morte de uma necessidade para um fato fortuito.” Como dito anteriormente, o homem encontra-se num processo contínuo de cisão ente vida e morte, tentando afastar-se ao máximo da idéia da morte, considerando sempre que é o outro que vai morrer e não ele. Configura-se então, uma situação na qual o homem se defende pela segregação. Esse fato é constatado por Mannoni (1995): "Nossas sociedades hoje, defendem-se da doença e da morte pela segregação. Existe aí algo importante: a segregação dos mortos e dos moribundos caminha junto com a dos velhos, das crianças indóceis (ou outras), dos desviantes, dos imigrantes, dos delinqüentes, etc." Segundo Torres (1983): "A sociedade ocidental não sabe o que fazer com os mortos. Um intenso ou íntimo terror preside as relações que ela intervém com esses 'estranhos' - corpos que bruscamente deixaram de produzir, deixaram de consumir máscaras que não respondem a nenhum apelo e resistem a todas as seduções." A autora segue falando dessa segregação em outro momento, quando diz que a mesma se dá através da rejeição ao moribundo. São acionados neste processo, alguns mecanismos que tentam negar ou encobrir a concretude da morte. A própria equipe médica encarregada de doentes terminais, na maioria das vezes, não consegue elaborar a possível morte ou a morte concreta de seus pacientes. No geral, os médicos e pessoal de apoio são bastante despreparados para lidar com a morte, não conseguindo acolher o paciente e sua família.
  • 12. Segundo Mannoni (1995) dois processos podem ocorrer com o atendente em relação ao paciente. Um desses processos seria a idealização, na qual haveria uma sacralização do doente, como se ele estivesse protegido das forças de destruição. Um outro processo seria a renegação, na qual haveria uma recusa da situação de morte, um evitamento por parte do atendente. Essa conduta impede o acolhimento dos familiares enlutados. A equipe médica vivencia a morte de um paciente como um fracasso, colocando à prova, a onipotência médica. Ainda segundo Mannoni (1995): "é porque a morte é vivida como um fracasso pela medicina que os serviços médicos chegam a esquecer a família (ou a esconder-se dela)." Segundo Kübler-Ross (1997): "Quando um paciente está gravemente enfermo, em geral é tratado como alguém sem direito a opinar." A autora questiona se o fato dos médicos assumirem a vontade do paciente em estado grave, não seria uma defesa contra "... o rosto amargurado de outro ser humano a nos lembrar, uma vez mais, nossa falta de onipotência, nossas limitações, nossas falhas e, por último mas não menos importante, nossa própria mortalidade?" Para a autora, a preocupação da ciência e da tecnologia tem sido a de prolongar a vida e não de torná-la mais humana. E segue falando sobre sua vontade como médica: "se pudéssemos ensinar aos nossos estudantes o valor da ciência e da tecnologia, ensinando a um tempo, a arte a ciência do inter-relacionamento humano, do cuidado humano e total do paciente, sentiríamos um progresso real." Dentro dessa humanidade no atendimento ao doente terminal, Kübler-Ross (1997) nos fala da importância do acolhimento ao doente por parte do médico, da importância da verdade. A autora questiona não o dizer ou não a verdade, mas sim como contar essa verdade, aproximando-se da dor do paciente, colocando-se no
  • 13. lugar dele para entender seu sofrimento. Essa seria a verdadeira disponibilidade humana para ajudar o outro em seu caminho em direção à morte. Apesar da importância da verdade, nem sempre o paciente consegue escutá-la, justamente porque ele esbarra na idéia de que a morte também acontece com ele, e não só com os outros. Em sua pesquisa junto a pacientes terminais, Kübler-Ross (1997) identificou cinco estágios quando da tomada de consciência por parte do paciente, de seu estágio terminal. O primeiro estágio é a negação e o isolamento, fase na qual o paciente se defende da idéia da morte, recusando-se a assumi-la como realidade. O segundo estágio é a raiva, momento no qual o paciente coloca toda sua revolta diante da notícia de que seu fim está próximo. Nesta fase, muitas vezes, o paciente chega a ficar agressivo com as pessoas que o rodeiam. O terceiro estágio, a barganha, é um momento no qual o paciente tenta ser bem comportado, na esperança de que isso lhe traga a cura. É como se esse bom comportamento ou qualquer outra atitude filantrópica, trouxesse horas extra de vida. O quarto estágio é a depressão, fase na qual o paciente se recolhe, vivenciando uma enorme sensação de perda. Quando o paciente tem um tempo de elaboração e o acolhimento descrito anteriormente, atingirá o último estágio, que é o da aceitação. Mas não são somente os pacientes terminais que provocam incômodo por remeter-nos diretamente à questão da morte. Os idosos também nos trazem a idéia da morte e não é sem razão que isso acontece. Com o progresso da ciência no combate à mortalidade, a associação entre morte e velhice passou a ser cada vez maior. Segundo Kastembaum e Aisenberg (1983), esse evento relega a morte a um segundo plano, algo que só acontece com o outro (velho). Segundo Mannoni (1995) o idoso nos remete a uma imagem degradada e aviltada de nós mesmos, e é dessa imagem insuportável que advém a segregação, já discutida anteriormente. Considerando a associação entre idade avançada e a morte, o que se cria, segundo
  • 14. Torres (1983) é uma sociedade narcísica completamente voltada para a juventude. Não há lugar para a velhice. Conseqüência disso é que "... as pessoas idosas de modo geral, não querem se conscientizar de que estão velhas, nem procurar uma orientação para velhos." Isso seria como dar a si próprio, uma sentença de morte, numa sociedade cujo espaço da morte está em branco. A segregação existente com relação aos idosos faz com que eles fiquem à mercê da esfera social. Em muitos dos casos, há um afastamento concreto dos idosos, que são colocados em asilos e casas de repouso. Mannoni (1995) faz uma crítica bastante intensa a esses locais, dizendo que as instituições para idosos revelam freqüentemente abismos de desumanidade e solidão. Para o homem, uma criatura incapaz de aceitar sua própria finitude, não é fácil lidar com um prognóstico de morte. No fundo, o grande medo da morte é o medo do desconhecido. Freud (1914) nos fala que a morte de um ente querido nos revolta pois, este ser leva consigo uma parte do nosso próprio eu amado. E segue dizendo que, por outro lado, esta morte também nos agrada pois, em cada uma destas pessoas amadas, há também, algo de estranho. Surge aí, a ambivalência, que são sentimentos simultâneos de amor e ódio, e estão presentes em todos os relacionamentos humanos. Nestes relacionamentos, o desejo de ferir o outro é freqüente e a morte desta pessoa pode ser conscientemente desejada. Por isso, muitas vezes, quando o outro morre, a pessoa que assim o desejou pode ficar com um sentimento de culpa difícil de suportar e, para amenizar esta culpa, permanece em um luto intenso e prolongado. Para a psicanálise, a intensidade da dor frente à uma perda, se configura narcisicamente como a morte de parte de si mesmo.
  • 15. O LUTO Já não se vive o luto como em épocas passadas e, na maioria das vezes, os enlutados vivenciam a dor da perda na solidão, já que as pessoas ao redor, preferem afastar de si o medo da morte. Atualmente o que se exige é o recalcamento da dor da perda, em lugar das manifestações outrora usuais. Mannoni (1995) nos fala deste processo: "Hoje não se trata mais tanto de honrar os mortos, mas de proteger o vivo que se confronta com a morte dos seus." Os ritos, tão essenciais, tornaram-se inconvenientes em nossa sociedade higienizada, assim como a própria morte. Hoje, os funerais são rápidos e despojados. Os símbolos são eliminados, como se fosse possível eliminar a realidade da morte ou banaliza-la. Mas não há como apagar a presença do ser ausente, nem o necessário processo de luto. Para que a morte de um ente querido não assuma formas obsessivas no inconsciente é necessário ritualizar essa passagem. Segundo Freud (1916), "O luto, de modo geral, é a reação à perda de um ente querido, à perda de alguma abstração que ocupou o lugar de um ente querido, como o país, a liberdade ou o ideal de alguém, e assim por diante." E segue dizendo que o luto normal é um processo longo e doloroso, que acaba por resolver-se por si só, quando o enlutado encontra objetos de substituição para o que foi perdido. Para Mannoni (1995), seguindo a interpretação de Freud, "o trabalho de luto consiste, assim, num desinvestimento de um objeto, ao qual é mais difícil renunciar na medida em que uma parte de si mesmo se vê perdida nele." Segundo Parkes (1998), o luto pela perda de uma pessoa amada “envolve uma sucessão de quadros clínicos que se mesclam e se substituem... o entorpecimento,
  • 16. que é a primeira fase, dá lugar à saudade, e esta dá lugar à desorganização e ao desespero, e é só depois da fase de desorganização que se dá a recuperação.” O autor segue dizendo que “o traço mais característico do luto não é a depressão profunda, mas episódios agudos de dor, com muita ansiedade e dor psíquica.” Diante da morte, o consciente sabe quem perdeu, mas ainda não dimensiona o que perdeu. Por que um luto não realizado leva à melancolia, um estado patológico capaz de durar anos e anos? Para Freud, (1916) algumas pessoas, ao passar pela mesma situação de perda, em vez de luto, produzem melancolia, o que provocou em Freud a suspeita de que essas pessoas possuem uma disposição patológica. Para justificar essa premissa, o autor fez uma série de comparações entre o luto e a melancolia, tentando mostrar o que ocorre psiquicamente com o sujeito em ambos os casos No luto, há uma perda consciente; na melancolia, a pessoa sabe quem perdeu, mas não o que perdeu nesse alguém. "A melancolia está de alguma forma relacionada a uma perda objetal retirada da consciência, em contraposição ao luto, no qual nada existe de inconsciente a respeito da perda." O autor fala ainda sobre o melancólico, que vivencia a perda, não do objeto como no luto, mas como uma perda relativa ao ego. "No luto, é o mundo que se torna pobre e vazio; na melancolia, é o próprio ego. O paciente representa seu ego para nós como se fosse desprovido de valor, incapaz de qualquer realização e moralmente desprezível..." A chave do quadro clínico melancólico é a percepção de que "... as auto-recriminações são recriminações feitas a um objeto amado, que foram deslocadas desse objeto para o ego do próprio paciente."
  • 17. A este respeito nos fala também Mannoni, (1995): "Em alguma parte existe, aí, uma identificação com o objeto perdido, a ponto de tornar a si mesmo, enquanto objeto (de desejo), um objeto abandonado." Ainda citando Freud, (1916) o melancólico pode apresentar características de mania. "...o maníaco demonstra claramente sua liberação do objeto que causou seu sofrimento, procurando, como um homem vorazmente faminto, novas catexias objetais." Ou seja, há uma busca indiscriminada de outros objetos nos quais o indivíduo possa investir. O que se poderia dizer afinal é que, a pessoa melancólica coloca a si própria como culpada pela perda do objeto amado. Existe um período considerado necessário para a pessoa enlutada passar pela experiência da perda. Esse período não pode ser artificialmente prolongado ou reduzido, uma vez que o luto demanda tempo e energia para ser elaborado. Costuma-se considerar - sem no entanto tomar isto como uma regra fixa - que o primeiro ano é importantíssimo para que a pessoa enlutada possa passar, pela primeira vez, por experiências e datas significativas, sem a pessoa que morreu. Nos rituais de enterro judaico, sã impedidos os gastos excessivos com os funerais para que, com isso, não se compense ou se esconda qualquer sentimento da família. O Kriyah (ato de rasgar as roupas), é como uma catarse. Logo após os funerais, os familiares fazem uma refeição juntos, que simboliza a continuidade da vida. O luto é estabelecido por etapas: a primeira etapa (Shivá), dura sete dias e é considerada a etapa mais intensa, na qual a pessoa tem o direito de recolher-se com sua família e orar pelo morto. A Segunda etapa (Shloshim), que dura trinta dias, tem a finalidade de estabelecer um período maior para a elaboração do luto. Já a terceira etapa, tem a duração de um ano e é designada, principalmente, para os filhos que perderam seus pais. Enfim, o luto judaico é caracterizado por fases que favorecem a expressão da dor, a elaboração da morte e, por fim, a volta do
  • 18. enlutado à vida da comunidade. Para cada enlutado, sua perda é a pior, a mais difícil, pois cada pessoa é aquela que sabe dimensionar sua dor e seus recursos para enfrentá-la. No entanto, há muitos fatores que entram em cena, quando se trata de avaliar as condições do enlutado, seus recursos para enfrentar a perda e as necessidades que podem se apresentar. O luto pela perda de uma pessoa amada é a experiência mais universal e, ao mesmo tempo, mais desorganizadora e assustadora que vive o ser humano. O sentido dado à vida é repensado, as relações são refeitas a partir de uma avaliação de seu significado, a identidade pessoal se transforma. Nada mais é como costumava ser. E ainda assim há vida no luto, há esperança de transformação, de recomeço. Porque há um tempo de chegar e um tempo de partir, a vida é feita de pequenos e grandes lutos, através dos quais, o ser humano se dá conta de sua condição de ser mortal. BIBLIOGRAFIA BROMBERG, Maria Helena P.F. "A psicoterapia em situações de perdas e luto". São Paulo, Editorial Psy II, 1994. FREUD, Sigmund . “Luto e Melancolia”. Edição Standard Brasileira das Obras
  • 19. Completas de Sigmund Freud, vol. XIV, Imago, Rio de Janeiro, 1914-1916. FREUD, Sigmund . “Reflexões para os Tempos de Guerra e Morte”. Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, vol. XIV, Imago, Rio de Janeiro, 1914-1916. FREUD, Sigmund . “Sonhos com Mortos”. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol.IV e V. Imago, Rio de Janeiro, 1987 KASTENBAUM, R. e AISENBERG, R. “Psicologia da morte”. Editora da USP, São Paulo, 1983. KOVÁCS, Maria Julia. “Morte e Desenvolvimento Humano”. 2a.ed. Casa do Psicologo, São Paulo, 1998. KÜBLER-ROSS, Elizabeth. “Sobre a morte e o morrer”. 8ª edição. Martins Fontes, São Paulo, 1997. MANNONI, Maud. “O nomeável e o inominável”. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 1995. MIRCEA, Elíade. “The Encyclopedia of Religion”. Collier Macmillan, New York, 1987.
  • 20. TORRES, W.C. e outros. “A psicologia