2. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
1 CARACTERÍSTICAS E TAXONOMIA DO MICRORGANISMO
TAXONOMIA
Enterobacteriaceae Mais de 2463 sorotipos
Algumas mudanças ocorreram na taxonomia da Salmonella.
Todas as salmonelas foram agrupadas em duas espécies:
S. enterica e S. bongori. E os sorovares (subdivisão das
espécies baseadas nas diferenças antigênicas) foram
divididos em subespécies, muitas classificadas como S.
enterica.
Então, a forma existente há muito tempo de tratar sorovares
de Salmonella como espécies não é mais válida. Ex: S.
typhimurium deve ser referenciada como S. enterica sorovar
Typhimurium ou somente S. Typhymurium.
3. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
CARACTERÍSTICAS
BGN – maioria é móvel (flagelos peritríquios),
não produtores de esporos
Anaeróbios facultativos
Produzem gás a partir da glicose (menos S. Typhi)
antígenos:
somáticos = Otermoestáveispolissacarídeos–membrana
flagelares = H termolábeisproteínas dos flagelos
capsulares = K termoestáveispolissacarídeos-cápsulas
4. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
Temperatura ideal: 35-37°C (mínima 5 e
máxima 47°C)
pH ótimo pra multiplicação: 7,0
Não resiste a pH <4,0 e > que 9,0
Não toleram concentrações de sal
superiores a 9%
O nitrito é inibitório
5. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
Epidemiologicamente, as salmoinelas podem ser
distribuídas em três grupos:
1- As que infectam somente os homens: S. Typhi,
S. Paratyphi.
2- Sorovares adaptados ao hospedeiro (alguns dos
quais são patógenos humanos e costumam ser
adquiridos por meio de alimentos): S. Gallinarum
(frango), S. Dublin (gado), S. Abortus-equi (equino),
S. Abortus-ovis (ovino) e S. Choleraesuis (suíno)
3- Sorovares não adaptados (sem preferência por
hospedeiro)- são patogênicos aos homens e
animais, incluindo muitos sorovares causadores de
infecções alimentares.
6. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
2 DISTRIBUIÇÃO AMBIENTAL
Amplamente distribuídas na natureza, sendo o trato intestinal
do homem e de animas os principal reservatório natural.
Entre os animas, as aves são as mais importantes (aves
podem se portadores assintomáticos=eliminação de
Salmonella nas fezes.
Alimentos envolvidos: Carnes resfriadas – congeladas –
pH= 4,5-9,0 – temperatura até 41-45ºC; ovos, leite cru.
Água do mar (3% NaCl): pescado
7. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
Causas da salmonelose humana consumo
alimentos contaminados – métodos de
processamento tecnológico -
Transmissão direta (animal – animal; humano-
humano) – fontes residuais (água – esgoto);
alimentos processados
Salmonelose impacto: sócio-econômico –
alimentar – saúde coletiva
8. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
3 CARACTERÍSTICA DA DOENÇA
As doenças causadas por salmonelas
são divididas em:
Febre tifóide (S. Typhi)
Febres entéricas (S. Paratyphi)
Enterocolites – demais salmonelas
9. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
Febre tifóide
Só acomete o homem (água e alimentos
contaminados com material fecal humano).
Sintomas muito graves: septicemia, febre
alta, diarréia , vômito
Se multiplicam dentro de células
fagocitárias
Duram 1-8 semanas
Antibióticos: cloranfenicol e ampicilina
10. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
Febre entérica
Semelhante a tifóide, mas os sintomas
são mais brandos.
No máximo 3 semanas
Antibióticos –mesmo da outra
12. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
Enterocolites (salmoneloses)
A infecção alimentar é causada pela ingestão de alimentos que
contenham números significativos de sorovares não hospedeiro-
específicos do gênero Salmonella.
A S. Choleraesuis foi descrita como a que apresenta a maior taxa de
mortalidade (21%). S. Dublin e S. Enteretidis também são as mais
patogênicas para o homem.
Diarréia, vômito, febre, dores abdominais
PI:12-36 h, dura 4 dias – geralmente não necessitam de antibióticos
Muitos pacientes tornam-se portadores após a cura da doença!!!!
Em crianças e imunodeprimidos: pode ser grave: atingir outros
orgãos
13. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
Mecanismos de patogenicidade:
Começa na mucosa do intestino delgado e cólon
Salmonelas atravessam a camada epitelial intestinal,
alcançam a lâmina própria (camada na qual as células
epiteliais estão ancoradas) onde proliferam
Causam uma mudança na aparência da superfície da célula
hospedeira, resultando na internalização da bactéria em uma
vesícula – este efeito é denominado arrepio.
São fagocitadas resultando em resposta inflamatória.
Ao contrário das outras doenças (febre entérica e tifóide),
neste caso, as salmonelas ficam somente nesta lâmina, não
indo para corrente circulatória.
14. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
Uma vez dentro das células de
defesa, as salmonelas permanecem
em vacúolos ligados à membrana
durante todo o seu estágio
intracelular.
Após a multiplicação, as células se
rompem e o patógeno é disseminado.
15. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
Endotoxina (LPS) – seu papel como agentes
causadores de diarréia é questionado
Todos os sorovares de S. enterica apresentam
ilhas de patpgenicidade (SPI)-regiões do DNA
bacteriano que possuem um número de genes de
virulência.
Enterotoxina: acredita-se que esta é responsável
pelo processo diarréico
Adesinas:fímbrias
Citotoxina: inibidora da síntese protéica
Proteína SpiC –previne a fusão das vesículas com
os lisossomos (capacidade de x dentro dos
fagócitos)
16. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
4 ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO
4.1 ENRIQUECIMENTO NÃO SELETIVO
OU PRÉ-ENRIQUECIMENTO
Meio Caldo nutritivo não seletivo
Água Peptonada Tamponada (APT)
Incubação 35-37°C/24h
17. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
4.2 ENRIQUECIMENTO SELETIVO
Meio Caldo nutritivo seletivo
Meios :
Caldo Rappaport e Caldo Selenito Cistina
Caldo Tetrationato –tb pode ser usado
Incubação: banho-maria 41°C ± 0,5/24h (ou
35-37°/24h)
18. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
4.3 PLAQUEAMENTO SELETIVO
Classificação dos meios: baixa, média e alta
seletividade
Baixa seletividade Ágar Mac Conkey – Ágar
Eosina Azul de Metileno
Média seletividade Ágar Salmonella – Shigella
– Ágar Hektoen
Alta seletividade –Ágar XLD (xilose lisina
desoxicolato)– Ágar BPLS (verde brilhante-
vermelho de fenol-lactose-sacarose)
Incubação 35-37°C/24h
19. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
Ágar Hektoen:
colônias verdes ou
pretas (H2S)
20. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
Ágar XLD: colônias
vermelhas, da cor
do meio ou pretas
(H2S)
21. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
4.4 TRIAGEM
Selecionar duas colônias características
de cada placa
Meios:
Ágar “Triple Sugar Iron” (TSI) –indicador:
vermelho de fenol
Ágar “Lisine Iron” (LIA) – indicador púrpura
de bromocresol
22. TSI
Se a bactéria fermentar apenas a
glicose (presente em baixa
concentração –0,1g), a quantidade
de ácido produzida será suficiente
somente para provocar a viragem
no fundo do tubo.
Mas se a bact utilizar tb lactose e/ou
sacarose, produzirá muito ácido ,
virando todo o meio para amarelo.
23. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
Leitura:
TSI:
Base amarela com ou sem
produção de gás; produção
de sulfeto de hidrogênio:
muitos aa contém enxofre
e a salmonela pode usá-lo
produzindo H2S. O ágar
TSI contêm sal de ferro. A
reação do sal de ferro com
o H2S produz sulfeto
ferroso que é um sal preto;
bisel rosa ou inalterado
Não inoculado
Típico de
Salmonella
24. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
LIA: a bactéria fermenta a glicose (fica
amarelo), depois que acaba a glicose do
meio, a salmonela vai utilizar o aa lisina,
gerando metabólitos alcalinos, virando a cor
do meio para púrpura novamente (meio
volta a cor púrpura original).
A bactéria que não descarboxila a lisina
continua com o meio ácido (amarelo)
25. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
Leitura LIA:
Não muda
de cor +
Observa-se
produção de
sulfeto
Descarboxila
a lisina –
meio alcalino
26. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
LIA: a bactéria fermenta a glicose (fica
amarelo), depois que acaba a glicose do
meio, a salmonela vai utilizar o aa lisina,
gerando metabólitos alcalinos, virando a cor
do meio para púrpura novamente (meio
volta a cor púrpura original).
A bactéria que não descarboxila a lisina
continua com o meio ácido (amarelo)
27. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
4.5 SERIAÇÃO BIOQUÍMICA
Uréia (-) –Caldo uréia
Meio SIM(sulfeto, indol, motilidade) (+) (-)
(+)
Caldo uréia e meio SIM:Incubação 35-
37°C/24h
Oxidase (-) palito esterilizado – tiras. Leitura
em 10-20 segundos.
28. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
Leitura:
Caldo uréia –permanece da mesma cor (uréia negativo) não
produz a enzima urease
SIM- produção de sulfeto, motilidade e indol negativo
Teste do indol: verifica se a bactéria é capaz de desaminar o
aa triptofano – libera indol que é detectado pelo reativo de
Kovacs. A reação do indol com o reativo de Kovacs gera uma
coloração avermelhada.
Oxidase: verifica a presença da enzima citocromo c oxidase
(transfere elétrons na cadeia). O reativo, ao receber os
elétrons, na cadeia respiratória de oxida e muda de cor =azul
30. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
Comportamentos atípicos:
Fermentação da lactose: TSI todo amarelo
Fermentação sacarose: TSI com o bisel amarelo
Não produção de sulfeto (14% não produz sulfeto)
Não descarboxilação da lisina (meio ácido). 4 a 5%
são lisina negativo
Produção do indol (anel vermelho no meio SIM).
1% são indol +
Não motilidade: algumas são imóveis
31.
32.
33. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
4.6 SOROLOGIA
Triple Sugar Iron Ágar Nutriente
Suspensão Bacteriana Soro
Polivalente Aglutinação
34.
35. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
Resultado
Positivo para Salmonella spp. quando
as culturas apresentarem reações
típicas nas provas bioquímicas E
reação sorológica + (antisoro
polivalente O)
Resultado: Presença ou ausência em
25g
36. Pesquisa de Salmonella spp. em
alimentos
5 MEDIDAS PREVENTIVAS
Calor
Exclusão competitiva: impede que a
Salmonella colonize o TGI das aves no
início de suas vidas: culturas microbianas
mistas contendo bactérias inócuas que
ocuparão os sítios de ligação das
salmonelas –reduz a presença deste
patógeno na granja