O documento discute como a música pode ser usada em aulas de geografia para o ensino médio para refletir sobre os processos econômicos, políticos e sociais no capitalismo globalizado. Ele descreve uma aula observada onde músicas foram usadas para discutir temas como emprego, desemprego e exploração do trabalho. Os alunos refletiram sobre como as letras retratam problemas sociais e a desigualdade no Brasil.
Aula de geografia para ensino médio a influência da música para reflexão no cotidiano
1. AULA DE GEOGRAFIA PARA ENSINO MÉDIO:
A INFLUÊNCIA DA MÚSICA PARA REFLEXÃO
NO COTIDIANO
Lindinalva, Geovane, Tiágo, Pedro Henrique e Rosemary
Angela Maria de Araújo Leite (Orientadora)
3. Objetivo:
Este trabalho tem por objetivo apresentar as contribuições que
o uso da música na escola, pode oferecer ao processo de
compreensão de assuntos complexos como: principais
características dos processos econômicos, políticos, sociais e
ambientais no contexto do capitalismo globalizado
Estrutura do Trabalho:
1- INTRODUÇÃO:
1.1. A música e sua importância no cotidiano escolar
1.2. Capitalismo e Globalização: aulas para o Ensino
Médio
1.3. O capitalismo e a utilização de músicas em aulas de
Geografia
4. Metodologia:
1-Referencial Teórico: Diversos Autores.
2-Procedimentos Metodológicos: Pesquisa bibliográfica,
pesquisa de campo (01 ano letivo – acompanhando as aulas).
O trabalho caracteriza-se como uma pesquisa ação
participativa
1.1. Apresentação do Trabalho: Recorte de pesquisa. O início
do acompanhamento das aulas se deu de - 03/03/15 e continua
até o encerramento do ano letivo.
5. 1- INTRODUÇÃO:
A música de acordo com Paula (2012) pode ser um
instrumento de massificação de ideias e de difusão de valores
e instrumento valioso no desenvolvimento de capacidades
como contextualização, análise, expressão de ideias,
construção do conhecimento e mudanças de atitudes.
FONTE PESQUISA DE CAMPO: LINDINALVA MIGUEL DA SILVA
6. 1.1. A música e sua importância no cotidiano escolar
De acordo com Oliveira e Pereira (2015 p. 235) “a música é uma
forma de exercer o pensamento crítico, pois se trata de um
produto subjetivo, expressão de um determinado ponto de vista
através da arte”.
“Se você quer que alguém lembre, cante!”
FONTE PESQUISA DE CAMPO: LINDINALVA MIGUEL DA SILVA
7. 1.2 Capitalismo e Globalização: aulas para o Ensino
Médio
A escola passa a ganhar importância no sistema capitalista
quando ela deixa de ensinar não apenas porque os alunos
estariam fora dela, mas justamente, porque fazendo parte do
seu corpo institucional, não garante esse conhecimento a
classe trabalhadora. (LÚCIO, 2011, p. 167).
AULA DE GEOGRAFIA PARA ENSINO MÉDIO: A INFLUÊNCIA DA MÚSICA PARA REFLEXÃO NO COTIDIANO
FONTE PESQUISA DE CAMPO: LINDINALVA MIGUEL DA SILVA
8. 1.3. O capitalismo e a utilização de músicas em
aulas de Geografia
As aulas relatadas neste trabalho ocorreram na Escola Estadual
Professor José Quintella Cavalcanti, nos dias 17 e 24/03/15, nas
turmas do 2º ano (A e B) do Ensino médio.
A professor acompanhado é supervisor do PIBID/Geografia –
UNEAL e coautor deste trabalho.
O professor diz que as músicas trabalhadas tem muito a ver
com o capitalismo. Fala do emprego, do subemprego e do
desemprego. Foram trabalhados os videoclipes de quatro
músicas: Fábrica (Legião Urbana); Até quando esperar (Plebe
Rude); Quem é você (Detonautas); O meu país (Flávio José).
AULA DE GEOGRAFIA PARA ENSINO MÉDIO: A INFLUÊNCIA DA MÚSICA PARA REFLEXÃO NO COTIDIANO
9. Fábrica (Legião
Urbana)
Até quando
esperar (Plebe
Rude)
Quem é você
(Detonautas)
O meu país
(Flávio José)
Nosso dia vai chegar
Teremos nossa vez
Não é pedir demais:
Quero justiça
Quero trabalhar em
paz
Não é muito o que lhe
peço
Eu quero um
trabalho honesto
Em vez de escravidão
Não é nossa culpa
nascemos já com uma
benção
mas isso não é
desculpa pela má
distribuição
Com tanta riqueza
por aí, onde é que
está
cadê sua fração?
Até quando esperar a
plebe ajoelhar
esperando a ajuda de
Deus
Você trabalha feito um
burro de carga
Puxando um sistema
podre que é bancado
com o seu suor
E sexta-feira vai pra
igreja comungar com a
sua família
A voz sagrada, Jesus
Cristo é o senhor
E deixa parte do
salário em retribuição
À dádiva divina da
palavra do pastor
É melhor garantir um
lugar no céu
Aqui nesse inferno
Um país onde as leis
são descartáveis
Pela ausência de
códigos corretos
Com quarenta
milhões de
analfabetos
E maior multidão de
miseráveis
Um país onde os
homens confiáveis
Não têm voz, não têm
vez, nem diretriz
Mas corruptos têm
voz e vez e bis
10. “Os artistas através de suas canções descrevem o atraso que o Brasil vive, através das
letras eles retratam a exploração da mão de obra na fábrica. No Brasil o poder está nas
mãos de poucas pessoas que muitas vezes não são tão caridosas não sentem uma vontade
de ajudar o próximo. As grandes propriedades e os grandes meios de comunicação que
aliás vendem uma imagem muitas vezes de um país “perfeitinho” ao invés de mostrar a
nossa realidade que é de um país subdesenvolvido devagar quase parando, são
comandados por poucas famílias então, é muito dinheiro nas mãos de poucas pessoas. O
Brasil é um país rico e pobre ao mesmo tempo, é uns com muito e outros sem nada, essa é
a realidade do nosso país. Muitas vezes isso gera uma revolta e os brasileiros acabam
perdendo o amor a pátria porque no Brasil educação, saúde e segurança não são
prioridades, mas sim o que da dinheiro e atrai turistas como o carnaval e o futebol já o
que era para ser prioridade que é o caso da nossa saúde que sangra juntamente com nossa
educação e segurança que gritam pedindo socorro e eles fazem de conta que não vê. Mas é
muito importante nos prestarmos atenção porque senão mais tarde vamos ter que dançar
conforme eles tocam (o que praticamente já vivemos) e não poderemos reclamar”.
Quadro III–Resposta pessoal da atividade proposta (aluna A1) Fonte: dados da pesquisa.
11. Considerações finais
Acredita-se que as aulas ministradas, como também as
reflexões aqui apresentadas contribuíram para que os
alunos das duas turmas acompanhadas, como também os
futuros professores, bolsistas do PIBID/Geografia-
UNEAL, pudessem refletir acerca da importância da
utilização de músicas com temas contextualizados com os
assuntos trabalhados no livro didático. Trabalhando desta
forma, a não aceitação das injustiças sofridas pelas
classes menos favorecidas e a mudança de atitudes que
levariam a reversão de tais situações.
12. “O ensino de Geografia deve
aproximar o cotidiano dos alunos
de uma forma reflexiva, pois é
muito importante, um processo
de ensino-aprendizagem que, de
fato, incorpore o diálogo com os
alunos como uma prática
constante e que aumente a
participação deles em aula”.
(Kaercher (2014, p. 79)
13. ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de; RIGOLIN, Tércio Barbosa.
Fronteiras da Globalização: o espaço globalizado. São Paulo:
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TONINI, Ivaine Maria {et al}. Ensino da Geografia e da História:
Saberes e fazeres na contemporaneidade. Porto Alegre: Evagraf,
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14. GONÇALVES, Francisco Ednardo; NASCIMENTO, Francisco
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