2. Crescimento e renovação celular
A célula é a unidade estrutural e funcional dos
organismos.
Cada célula tem o seu programa genético com o
qual produzem moléculas específicas que
permitem o crescimento e renovação celular.
Entre estas moléculas destacam-se as proteínas.
3. DNA e síntese de proteínas
Ao observar pessoas da
mesma família é possível
identificar semelhanças
entre si.
Isto deve-se ao facto de
resultarem de uma
herditariedade em comum.
É, no entanto, também
possível observar
diferenças entre cada
elemento que os
distinguem uns dos outros.
4. DNA e síntese de proteínas
A existência de semelhanças
e diferenças deve-se ao
facto de cada organismo ter
um programa genético que é
herdado dos seus
antepassados mas que não
é repetido.
O facto do código genético
ser herdado de antepassados
permite que os indivíduos
sejam relativamente
semelhantes entre si.
Mas o facto de não se repetir
exactamente permite as
diferenças.
5. DNA e síntese de proteínas
O programa genético está “escrito” no ácido
desoxirribonucleico (ADN ou DNA).
Esta molécula é responsável pela coordenação de todas as
células do organismo.
6. Descoberta do ADN
Nos finais do século XIX, Miescher, ao
estudar leucócitos, isolou uma substância de
elevado peso molecular a que chamou
nucleína.
Mais tarde foi designado de ácido
desoxirrinucleico.
Esta macromolecula foi ignorada durante
muito tempo, pois os cientistas da altura
julgavam que as proteínas nucleares eram as
portadoras da informação genética.
O ADN era aparentemente muito simples
para explicar as diferenças entre os
organismos.
7. Descoberta do ADN
Foi apenas na década de 40
do século XX que o ADN foi
reconhecido como a molécula
responsável por conter e
passar a informação
genética.
A moléculas de DNA é
invariável do ponto de vista
químico, seja qual for o tipo
de célula ou de ser vivo.
Podem no entanto variar no
número e tamanho, o que em
ultima análise pode fazer
variar a quantidade de
informação.
8. Descoberta do ADN
A principal diferença no material genético entre
procariontes e eucariontes, reside na quantidade
de material, organização e localização.
9. Descoberta do ADN
Nos procariontes o DNA
encontra-se no citoplasma como
uma molécula circular, não tendo,
em regra, outros constituintes
associados.
A esta molécula dá-se o nome de
nucleóide.
10. Descoberta do ADN
Nas células eucariontes, quase todo, o
material genético encontra-se no
interior de um compartimento
membranar denominado de núcleo.
O núcleo é delimitado por duas
membranas:
Membrana nuclear externa;
Membrana nuclear interna;
Sendo que estas constituem o invólucro
nuclear, que é perfurado por poros
nuclear, os quais permitem a
comunicação entre o interior do núcleo e
citoplasma.
11. Descoberta do ADN
No interior do núcleo é possível
encontrar o nucleoplasma
(semelhante ao citoplasma)
onde se encontram os
cromossomas.
Os cromossomas são constituídos
por ADN (altamente condensado)
e proteínas (histonas).
Ao nível dos núcleos é possível
distinguir regiões mais densas e
facilmente visíveis denominadas
de nucléolos.
12. Actividade Laboratorial
Extracção e Visualização de Moléculas de DNA
Descascar e cortar o Kiwi;
Juntar o sal, detergente e água destilada
num gobelé;
Juntar o preparado ao almofariz e triturar;
Filtrar o preparado através de papel de
filtro e de algodão hidrófilo;
Adicionar lentamente o álcool usando uma
proveta.
13. Constituição e Estrutura do ADN
Cada ser vivo apresenta o
seu património genético, o
que os torna únicos.
O ADN é a molécula
biológica de suporte da
informação genética que
coordena todas as
actividades celulares e que
é transmitida a todas as
células-filhas no decurso do
desenvolvimento.
14. Constituição e Estrutura do ADN
O ADN é uma macromolécula, um
polímero, isto é, constituído por
moléculas mais pequenas, que
neste caso são nucleótidos.
Os nucleótidos são constituídos por:
1 Grupo Fosfato;
Confere características ácidas à
molécula.
1 Pentose (Desoxirribose);
Um açúcar com 5 carbonos.
1 Base Azotada (Adenina; Timina;
Citosina ou Guanina)
16. Constituição e Estrutura do ADN
Os nucleótidos têm
designações de acordo com a
base azotada.
Por reacções de condensação
os nucleótidos podem ligar-se
sequencialmente formando
uma cadeia polinucleotídica.
A ligação faz-se sempre entre
o grupo fosfato do novo
nucleótido e o carbono 3 da
pentose do ultimo nucleótido
da cadeia.
Assim diz-se que o
alongamento da cadeia se faz
no sentido 53.
17. Constituição e Estrutura do ADN
A sequência de nucleótidos na cadeia de ADN é
muito importante dado que é nessa sequência que
está codificada a informação genética que define
as características de cada indivíduo.
A compreensão da estrutura do ADN só se tornou
possível após terem sido analisados os resultados
de diferentes experiências…
Análise quantitativa percentual dos diferentes
nucleótidos.
Verificou-se, em qualquer cadeia de ADN, de qualquer
espécie, a quantidade a Adenina é muito próxima a de
Timina, sendo que a mesma situação se verifica em
relação a Citosina e Guanina.
Regra de Chargaff
Difracção dos raios X através de ADN cristalizado.
O estudo dos radiogramas, por parte de cientistas
como Rosalind Franklin e Maurice Wilkins permitiu
concluir que a molécula de ADN se apresenta sobre a
forma de hélice.
18. Constituição e Estrutura do ADN
Observações ao
Microscópio Electrónico
(ME) revelaram que a
espessura da molécula
de ADN é de 2nm.
Isto revela que se trata
de uma dupla hélice,
dado que cada cadeia
polinucleotídica tem
uma espessura de 1nm.
19. Constituição e Estrutura do ADN
Em 1953, Watson (EUA) e Crick (UK), utilizando
a informação até então descoberta
desenvolveram um modelo único e coerente
sobre a estrutura do ADN.
Modelo da Dupla Hélice
Duas cadeias polinucleotídicas enroladas em
hélice;
As bases azotadas de uma cadeia ligam-se às
bases complementares da outra cadeia
(complementaridade de bases) através de pontes
de hidrogénio;
Isto permite que a partir de uma cadeia se
conheça a cadeia complementar;
As cadeias além de complementares são
antiparalelas, ou seja, a extremidade 3’ de uma
cadeia corresponde a extremidade 5’ da outra.
20. Constituição e Estrutura do ADN
A estrutura do ADN é universal.
Quando analisamos o ADN verificamos a
existência de genes.
Segmentos de ADN, com sequência
nucleotídica própria que contem
determinada informação.
O número e a sequência de nucleótidos
diferem de gene para gene.
A ordem dos nucleótidos num gene possui
um significado preciso, codificando então
uma característica.
É a sequência de nucleótidos que
transporta a mensagem genética.
21. Constituição e Estrutura do ADN
Uma vez que existem 4 nucleótidos, que se podem repetir no
mesmo gene e que o tamanho do gene é variável, o número
de combinações é infinita, assim a quantidade de informação
transportada pelo código genético é praticamente infinita.
Cada indivíduo é único, tem o seu próprio ADN, com as suas
sequências.
Assim pode dizer-se que o ADN é universal e variável.
Ao conjunto de todo o ADN que um individuo possui chama-se
genoma.
23. Replicação do ADN
Até Watson e Crick nada tinha
sido proposto relativamente à
replicação da molécula da
hereditariedade, isto é,
relativamente ao modo como se
duplica o ADN antes da divisão
celular.
A partir do momento da
descoberta do ADN tornou-se
claro que antes da divisão celular
as células têm que duplicar o seu
ADN assegurando assim a
conservação do património
genético ao longo das gerações.
24. Replicação do ADN
O modelo explicativo, actualmente aceite, da replicação do
ADN é o Modelo da Replicação Semiconservativo.
De um modo geral o processo ocorre da seguinte forma:
As duas cadeias polinucleotídicas são separadas uma da outra por
acção da enzima ADN helicase que ao deslizar pelo ADN quebra as
pontes de hidrogénio;
As helicases ligam-se em pontos específicos do ADN.
Cada uma das cadeias originais vai servir de molde às novas
cadeias a serem sintetizadas;
Para a construção das duas novas cadeias são utilizados nucleótidos
livres que se emparelham com os nucleótidos das cadeias moldes por
complementaridade.
Além disso as novas cadeias são antiparalelas às que lhe servem de
molde.
Formam-se assim duas moléculas de ADN, cada uma contendo uma
cadeia antiga e uma cadeia recém-formada.
25. Replicação do ADN
No processo de replicação
semiconservativo cada cadeia
formada é uma réplica de uma das
cadeias originais.
Formam-se assim duas moléculas de
ADN iguais às originais.
Em 1958 Meselson e Stahl
comprovaram este processo usando
isótopos de azoto 15N (isótopo não
radioactivo) que torna as moléculas
mais densas do que as que usam o
14N, menos pesado.
26. Replicação do ADN
As bactérias G0 cultivadas em meio com 15N possuem um
ADN mais denso pelo que ele precipita-se para junto do
fundo do tubo de ensaio.
As bactérias G0 entram novamente em divisão (G1) celular,
mas desta vez é introduzido 14N (menos denso), o que faz
que as novas moléculas de ADN vão ter um cadeia com 14N
e outra com 15N, fazendo com que o ADN tenha um peso
menor do que o anterior.
Numa terceira geração de bactérias (G2), mantidas com
14N, verifica-se que vão-se formar 50% de moléculas de
ADN 14N/15N e 50% de moléculas de ADN 14N.
Na eventualidade de uma quarta geração de bactérias, a
proporção de ADN com 14N vai subir, ficando 75% de ADN
14N e 25% de ADN 14N/15N.
Verifica-se assim que o mecanismos utilizados pelos seres
vivos na replicação do ADN é o processo de replicação
semiconservativo.
Os processo de duplicação de ADN parecem ser
semelhantes em todos os seres vivos, verificando-se ligeiras
diferenças entes eucariontes e procariontes.
27. Replicação do ADN
Outros modelos de ADN foram propostos:
Modelo Conservativo
Modelo Dispersivo
29. Curiosidades
Numa bactéria o ADN tem em média 600,000 pares de bases.
O ADN humano tem cerca de 3.000.000.000.000
(3x1012)pares de bases.
Cada cromossoma pode ter entre 50-250 milhões de pares de
bases.
Estima-se que o genoma humano tenha entre 20.000-25.000
genes.
A DNA polimerase opera a uma velocidade de cerca 50 pares
de bases por segundo.
O que significaria que o processo de replicação do ADN humano
demoraria cerca de 1 mês.
Na realidade demora 1 hora, dado que cada molécula de ADN
tem vários pontos de origem pelo que uma mesma molécula de
ADN pode estar a ser replicada em vários pontos.
Existem cerca de 300 unidades de DNA polimerase III, por célula
31. RNA
Outra macromolécula responsável pela
“movimentação” de informação genética nas
células é o RNA ou ARN (Ácido Ribonucleico).
Muito semelhante ao ADN é constituído por
uma sequência de nucleótidos que por sua vez
são constituídos por:
1 Grupo Fosfato;
1 Pentose (Ribose);
1 Base azotada (Adenina, Guanina, Citosina ou
Uracilo)
O Uracilo é uma base azotada de anel simples,
complementar da Adenina e com a qual
estabelece duas ligações de hidrogénio.
32. RNA
O RNA apresenta outra diferenças em relação ao ADN, a salientar:
é constituído apenas por uma cadeia e de dimensões menores.
Principais diferenças entre RNA e ADN
RNA ADN
Uma cadeia polinucleotídica Duas cadeias polinucleotídicas
Ribose Desoxirribose
A-U-C-G A-T-C-G
A razão entre nucleótidos é variável A razão entre A-T e C-G não é variável
A quantidade é variável de célula para A quantidade é constante em todas as
célula acordo com a actividade das mesmas. células, excepto nos gâmetas.
Quimicamente pouco estável Quimicamente muito estável
Tempo de duração pequeno Permanente
Pode apresentar-se sobre três formas: Somente uma forma básica.
mensageiro, transferência, ribossómico.
33. RNA
O ADN é de facto o suporte universal de
informação genética.
Existe no entanto um problema…
Em eucariontes o ADN não sai do núcleo, mas o
processo de síntese proteica ocorre no citoplasma.
O “esquema” da nova proteína encontra-se no ADN,
então de que forma chega a informação ao
citoplasma?
RNA
Sem RNA o ADN era na realidade silencioso.
34. Biossíntese de proteínas
A sequência de ADN determina a
sequência de aminoácidos, no
entanto as células não usam a
informação contida no ADN
directamente.
Depois de alguma investigação
verificou-se que as células utilizam
moléculas de RNA formadas no
núcleo e que migram para o
citoplasma, onde são lidas.
Este RNA funciona como um
mensageiro pelo que se designou de
RNA mensageiro (mRNA)
35. Biossíntese de proteínas
Em todas as células, a informação para
a sequência dos aminoácidos está
contida nos genes.
A ordem dos nucleótidos de um gene
determina a ordem dos aminoácidos
numa proteína.
Desde o momento que se soube que os
nucleótidos codificavam os aminoácidos
que surgiu um problema.
Como é que um código de quatro “letras”
pode codificar um alfabeto de vinte e
quatro?
36. Ribossomas
O mRNA pode ser lido pelos
ribossomas que se podem encontrar
livres no citoplasma ou associados à
membrana do Retículo
Endoplasmático Rugoso.
Os ribossomas são constituídos por
duas subunidades:
Subunidade maior
Subunidade menor
Na constituição das subunidades dos
ribossomas encontramos proteínas e
RNAribossómico (rRNA)
37. Código genético
Obviamente que a cada nucleótido não pode
corresponder um aminoácido, pois nessa situação, só
poderiam existir quatro aminoácidos.
Assim os biólogos descobriram que existia um código
entre as quatro “letras” dos nucleótidos e os cerca de
20 aminoácidos das proteínas.
Um código de dois nucleótidos por cada aminoácido (42)
iria codificar apenas 16 aminoácidos, logo alguns não
seriam codificados.
Por seu lado um código de 3 nucleótidos irá codificar 64
aminoácidos (43), mais do que suficiente para os
aminoácidos existentes.
Estabeleceu-se assim que para cada aminoácidos é
necessário uma sequência de três nucleótidos consecutivos
(tripleto) a que se dá o nome de codão.
38. Código genético
Assim o código genético consiste na correspondência entre os codões e os nucleótidos.
Ao analisarmos o código genético verificamos que cada aminoácido pode ser codificado por
mais do que um codão, e que existem codões que marcam o início e o fim da síntese.
39. Características do Código Genético
Universalidade do código genético
Quase todas as células utilizam o código genético, mesmo os vírus utilizam este código. Conhecem-se algumas
excepções como o caso dos protozoários ciliados, nos quais os codões UAA e UAG não são sinais de terminação
mas sim codões para glutamina.
O código genético é redundante
Existem vários codões que codificam o mesmo aminoácido.
O código genético não é ambíguo
A cada codão só corresponde um aminoácido.
O terceiro nucleótido do codão não é tão específico como o primeiro
Por exemplo a Serina (Ser) é codificada pelos seguintes codões UCU/UCC/UCA/UCG, verifica-se que os codões
variam apenas no último aminoácido.
O tripleto AUG tem dupla função
Tanto funciona como codão de iniciação como codifica o aminoácido metionina.
Os tripletos UAA, UAG e UGA são codões de finalização ou “stop”
Marcam o fim da síntese da nova proteína.
40. Mecanismo de síntese proteica
Este conjunto de etapas que começa na transcrição do ADN
e termina na formação de uma proteína, tem também o
nome de Dogma Central, dado que é um processo universal
em todos os organismos conhecidos.
(Proposto por Crick em 1958)
Consiste na passagem da linguagem polinucleotídica do
ADN para a linguagem polipeptídica das proteínas.
Pode dividir-se em duas etapas:
Transcrição Tradução
DNA mRNA Polipeptídeo
41. Mecanismo da síntese proteica
Transcrição da mensagem
genética
A informação contida em
cada gene é copiada para
RNA.
Tradução da mensagem
genética
A informação contida nas
moléculas mRNA é
traduzida em sequências de
aminoácidos.
42. Transcrição da informação genética
A primeira etapa da transferência
de informação genética
corresponde à síntese de RNA
mensageiro.
O mRNA é sintetizado tendo com
molde uma das cadeias de ADN.
A este processo dá-se o nome de
transcrição do ADN, pois a
informação do ADN é transcrito
para o mRNA por
complementaridade de bases.
O processo é semelhante ao da
replicação do ADN, com as devidas
diferenças inerentes à própria
molécula de RNA.
43. Transcrição da informação genética
De uma forma geral os interveniente na transcrição de ADN são:
Intervenientes Funções
ADN Molde para a síntese do RNA
Nucleótidos de RNA (ribonucleótidos) Síntese de RNA
RNA polimerase Catalisa a reacção de síntese do RNA
A transcrição só se efectua numa das cadeias de ADN, isto é,
apenas uma das cadeias serve de molde.
O complexo RNA polimerase liga-se a locais específicos da cadeia
de ADN.
“Caixa” TATA ou uma variante desta sequência, existentes antes da
sequência a ser transcrita.
A esta sequência ligam-se diversas proteínas as quais vão permitir que a
RNA polimerase se ligue.
44. Transcrição da informação genética
Uma vez ligada à sequência promotora o
RNA polimerase desenrola o ADN e começa a
sintetizar o RNA por complementaridade.
A síntese faz-se sempre no sentido 5’3’.
Após a passagem da RNA polimerase o ADN
volta a reconstituir-se.
Em células eucariontes, este processo ocorre
no núcleo e a esta primeira forma de RNA
mensageiro denomina-se de pré-mRNA ou
RNA percursor.
O pré-mRNA é uma forma imatura de mRNA
pelo que vai ter que sofrer diversas
alterações até se tornar viável, ou seja, RNA
maturo.
Ao conjunto de processos que levam à
alteração do pré-mRNA dá-se o nome de
Processamento.
45. Transcrição da informação genética
Nos eucariontes cada gene contem sequências que não codificam informação.
A essas porções dá-se o nome de intrões, pois não devem sair do núcleo, já que não
codificam nada.
Entre os intrões existem os exões, sequências que codificam.
São os exões que realmente contêm informação para a nova proteína e que como
tal devem sair do núcleo.
Acontece que a RNA polimerase transcreve tanto os exões como os intrões,
logo o pré-mRNA vai conter partes que não codificam nada efectivamente.
46. Transcrição da informação genética
Durante o processamento, enzimas removem os
intrões e os exões são unidos formando-se uma
cadeia de mRNA maturo e que se encontra pronto
para sair do núcleo.
47. Tradução da informação genética
Nesta segunda fase do
fluxo da informação
genética a mensagem
escrita na linguagem
génica vai ser traduzida
na linguagem proteica.
Já verificamos que a
cada três nucleótidos
corresponde um
aminoácido.
Então é na sequência de
tripletos do mRNA que
reside a sequência de
aminoácidos da proteína
a ser sintetizada.
48. Tradução da informação genética
Como intervenientes deste processo destacam-se:
Intervenientes Funções
mRNA Contém a informação para a sequência
de aminoácidos.
Aminoácidos São as unidades estruturais da proteína a
ser sintetizada.
tRNA Transfere/transporta os aminoácidos
para os ribossomas.
Ribossomas Enzimas que catalisam a reacção de
síntese proteica.
Outras enzimas Aceleram as reacções
ATP Transferem energia para o sistema
49. Tradução da informação genética
É ao nível dos ribossomas
que se efectua a tradução
da mensagem genética.
Como intermediário
encontra-se o tRNA, ou
RNA de transferência.
Este tipo de molécula de
RNA apresenta uma forma
característica e vai levar os
diferentes aminoácidos até
aos ribossomas que se
encontram a ler o mRNA.
50. Tradução da informação genética
tRNA
Apresenta a forma de folha de trevo.
Apresenta 3 ansas.
É na extremidade 3’ que se vai ligar um
aminoácido específico.
Numa das ansas existe o chamado anticodão, que
se vai ligar por complementaridade aos codões
do mRNA.
A cada anticodão corresponde um aminoácido
específico.
Assim cada tRNA é específico para um aminoácido e
há tantos tRNA quantos codões existem.
51. Tradução da informação genética
Usando os tRNA os aminoácidos são
colocados na ordem correcta de acordo
com o que está “escrito” no mRNA.
Os ribossomas são os responsáveis por
criarem um meio onde os diferentes
aminoácidos são ligados uns aos outros.
O processo de síntese de proteínas pelos
ribossomas dá-se em três fases:
Iniciação
Alongamento
Finalização
52. Tradução da informação genética
Iniciação
A subunidade pequeno do ribossoma
liga-se ao mRNA ao nível do codão
AUG (codão de iniciação), por sua vez
um tRNA com anticodão UAC liga-se ao
codão de iniciação, transportando
consigo um aminoácido de metionina.
A subunidade maior liga-se à
subunidade menor.
A subunidade maior apresenta dois
locais, o local P e o local A.
O primeiro tRNA com a metionina ocupa
o local P, permanecendo o local A
desocupado.
O ribossoma encontra-se agora
funcional.
53. Tradução da informação genética
Alongamento
O local A encontra-se sobre outro codão, ao
qual vai chegar o tRNA com o anticodão
correspondente (por complementaridade), este
por sua vez transporta consigo o aminoácido
que corresponde ao codão do mRNA.
Estabelece-se a primeira ligação peptídica
entre os dois aminoácidos.
O ribossoma avança três bases (um codão),
passando o tRNA, e os aminoácidos a ele
ligados, que ocupava o local A a ocupar o
local P.
Desta forma o local A fica novamente livre e
sobre um novo codão, ao qual se vai agora ligar
o tRNA correspondente, tal e qual como o passo
anterior.
Desta forma os aminoácidos levados até ao
ribossoma vão-se ligando uns aos outros
formando uma longa cadeia que dará origem
a uma proteína.
54. Tradução da informação genética
Finalização
O processo de alongamento dá-se até ao momento
em que o ribossoma atinge um codão de finalização
(UAA, UAG e UGA).
Nesse momento liga-se um factor de terminação que
leva a que as duas subunidades do ribossoma se
separem, terminando assim a síntese proteica.
A cadeia polipeptídica separa-se .
As subunidades podem voltar a juntar-se traduzindo o
mesmo mRNA ou outro que se encontre na célula.
57. Dogma Central
Este processo de síntese proteica é bastante eficaz
sendo de salientar duas características muito
importantes: rapidez e amplificação.
A amplificação ocorrem em diferentes fases do
processo.
Várias moléculas de mRNA podem ser sintetizadas ao
mesmo tempo a partir do mesmo gene de DNA.
Vários ribossomas se podem ligar ao mesmo tempo ao
mRNA, permitindo assim um maior número de
proteínas sintetizadas por mRNA.
Assim embora o tempo de vida do mRNA seja
relativamente curto, como a mesma mensagem
pode ser traduzida várias vezes, o processo é
largamente amplificada.
A maior parte das proteínas acabadas de
sintetizar não estão ainda funcionais, sendo preciso
passar por alguns processos de maturação que as
alteram estruturalmente com vista a sua total
funcionalidade.
59. Alteração do material genético
Em todos os organismos, a
informação genética está
codificada na sequência de
nucleótidos dos genes.
Embora muito resistente o
material genético não se
mantém imutável, podendo em
algumas situações ser
modificado.
A tais modificações dá-se o
nome de mutações génicas e os
indivíduos que as sofrem
mutantes.
60. Alterações do material genético
Uma alteração na sequência de bases na molécula
de ADN pode conduzir a mudanças na proteína
sintetizada.
Se essa proteína assegurar uma função chave no
organismo, a realização dessa função pode ser muito
afectada.
No caso da drepanocitose, o gene que codifica a
sequência da cadeia da hemoglobina, sofre uma
mutação num ponto preciso, passando assim a existir
uma nova forma do gene.
A timina que existe no gene normal é substituída por uma
adenina ficando a mensagem genética modificada.
O novo codão GUG (em vez da GAG) introduz um novo
aminoácido, a valina, em vez de ácido glutâmico. Esta
alteração é suficiente para que a nova hemoglobina, a
hemoglibina S, seja menos solúvel que a normal.
Como consequência a hemoglobina S faz com que os
eritrócitos fiquem deformados, sendo então conhecidos
como eritrócitos depranocíticos que dificultam a circulação
sanguínea podendo mesmo bloquea-la.
61. Alterações do material genético
O efeito da mutação pode
ser tão pequeno que pode
não ser de fácil detecção.
Por outro lado algumas
mutações são tão graves
que podem levar a morte
da célula ou do organismo
que a evidência.
Contudo nem todas as
mutações são nefastas
para o organismo.
62. Alterações do material genético
Devido a redundância do código
genético, por vezes, algumas mutações
acabam por levar a expressão do
mesmo aminoácido.
Mutação silenciosa
Outras vezes o aminoácido expresso tem
as mesmas características do original,
não tendo por isso consequências
evidentes.
Se o aminoácido substituído não se
encontrar numa região essencial da
proteína as consequências podem
também não ser evidentes ou nefastas.
63. Alterações do material genético
Nem sempre as mutações são negativas.
Por vezes as alterações levam à formação de
proteínas com novas capacidades que podem
representar uma mais valia perante os outros que não
apresentam a mutação.
64. Este processo leva ao aumento de variabilidade
genética que por sua vez pode levar à evolução.