SlideShare uma empresa Scribd logo
DESMISTIFICANDO A SURDEZ
NO AMBIENTE ESCOLAR
Leonardo Neves Correa (UEL)
OBJETIVOS
✤ Tecer reflexões sobre o Sujeito Surdo e sua relação com
a sociedade;
✤ Revisar o Histórico de ensino para comunidade Surda
e suas influências nas políticas educacionais atuais;
✤ Discutir pedagogias e a abordagens de ensino para
alunos Surdos.
Surdo?
Surdo-Mudo?
Deficiente
Auditivo?
SURDEZ É DEFICIÊNCIA?
MARTHA’SVINEYARD
“Sam Supalla certa vez nos contou uma história de sua
infância retratando a sua amizade com uma vizinha
ouvinte. Ele nasceu numa família de surdos, com vários
irmãos mais velhos também surdos. E conforme ele passava
a observar o mundo fora do seu círculo familiar, notou que
sua vizinha parecia ter a mesma idade. Após alguns
encontros acabaram se tornando amigos. Ela era uma
excelente companheira de brincadeira, só havia um
problema a “estranheza” dela. Sam não conseguia se
comunicar com ela da mesma maneira que se comunicava
com seus pais e irmãos. Ela apresentava uma dificuldade
extrema para compreender o mais simples dos gestos.
Depois de várias tentativas frustradas de tentar se
comunicar com a garota, ele apenas indicava com as mãos
as coisas que queria ou então arrastava a garota com ele
caso quisesse ir à algum lugar. Ele se questionava sobre o
tipo de problema que a amiga poderia ter, mas como eles
desenvolveram uma maneira de interagir um com o outro,
ele ficava satisfeito em poder acomodar as necessidades da
garota sempre que possível.
Certo dia, Sam se lembra vivamente, ele
compreendeu o quão estranha era a sua amiga. Eles
estavam brincando na casa dela quando de repente
a mãe dela passou por eles e começou a mover os
lábios. Como se fosse mágica, a garota colocou sua
boneca em outro lugar. Sam ficou fascinado e
quando voltou para casa foi correndo perguntar à
mãe sobre que tipo de problema a vizinha tinha. A
sua mãe lhe explicou que a garota era OUVINTE e
que por conta disso não sabia SINALIZAR; ao invés
disso ela e sua mãe FALAM, elas movem os seus
lábios para se comunicarem uma com a outra. Sam
perguntou então se a vizinha e a família dela eram
os únicos “daquele jeito”. Sua mãe o explicou que
não, na verdade, praticamente todas as demais
pessoas se comunicavam como seus vizinhos. Eram
eles que se comunicavam de forma diferente(...) ”.
(PADDEN & HUMPHRIES, 1988, p. 14-15)
EDUCAÇÃO DE ALUNOS
SURDOS: UM BREVE HISTÓRICO
GIROLAMO CARDANO
(1501-1575)
PEDRO PONCE DE LEON
(1520-1584)
CHARLES L’EPÉE

(1712-1789)
SAMUEL HEINICKE 

(1729-1790)
MANUALISMO X ORALISMO
II CONGRESSO SOBRE A INSTRUÇÃO
DOS ALUNOS SURDOS (1880)
DELIBERAÇÃO DO
CONGRESSO
1. O uso da língua falada, no ensino e educação dos surdos, deve preferir-se à
língua gestual;
2. O uso da língua gestual em simultâneo com a língua oral, no ensino de surdos,
afecta a fala, a leitura labial e a clareza dos conceitos, pelo que a língua
articulada pura deve ser preferida;
3. Os governos devem tomar medidas para que todos os surdos recebam
educação;
4. O método mais apropriado para os surdos se apropriarem da fala é o método
intuitivo (primeiro a fala depois a escrita); a gramática deve ser ensinada
através de exemplos práticos, com a maior clareza possível; devem ser
facultados aos surdos livros com palavras e formas de linguagem conhecidas
pelo surdo;
5. Os educadores de surdos, do método oralista, devem aplicar-se na elaboração
de obras específicas desta matéria;
DELIBERAÇÃO DO
CONGRESSO
6. Os surdos, depois de terminado o seu ensino oralista, não esqueceram o
conhecimento adquirido, devendo, por isso, usar a língua oral na
conversação com pessoas falantes, já que a fala se desenvolve com a
prática;
7. A idade mais favorável para admitir uma criança surda na escola é entre
os 8-10 anos, sendo que a criança deve permanecer na escola um mínimo
de 7-8 anos; nenhum educador de surdos deve ter mais de 10 alunos em
simultâneo;
8. Com o objectivo de se implementar, com urgência, o método oralista,
deviam ser reunidas as crianças surdas recém admitidas nas escolas,
onde deveriam ser instruídas através da fala; essas mesmas crianças
deveriam estar separadas das crianças mais avançadas, que já haviam
recebido educação gestual, a fim de que não fossem contaminadas; os
alunos antigos também deveriam ser ensinados segundo este novo
sistema oral.
QUEDA DO ORALISMO
N o d e c o r r e r d o s a n o s , a
abordagem oralista passou a
sofrer fortes críticas. Para os
críticos do método, a abordagem
funcionava mais como um
treinamento de fala organizada.
ASCENÇÃO DA LÍNGUA DE
SINAIS
Os estudos do americano
William Stokoe (1960),
c o n t r i b u í r a m p a r a o
r e c o n h e c i m e n t o e a
autenticidade das línguas
de sinais, até então
consideradas ferramentas
para comunicação e não
línguas legítimas.
COMUNICAÇÃOTOTAL
• Essa abordagem pressupunha que a primeira
língua do surdo era, de fato, a linguagem de
sinais e esta, adicionada de métodos de leitura
labial, deveria auxiliar no processo de
aprendizagem da língua oral.
• Nessa filosofia, o aprendiz surdo é incentivado a
aprender duas modalidades linguísticas: oral e
gestual, e utilizá-las de forma simultânea,
potencializando a sua comunicação.
BILINGUISMO
•O bilinguismo propõe uma aprendizagem de
ambos os códigos linguísticos de modo
independente.
•O diferencial do bilinguismo está no conceito
de que o surdo possui língua e cultura próprias
e, ainda, que a aprendizagem da língua oral
seja essencial à integração do surdo na
sociedade mais ampla, no bilinguismo, a língua
oral passa a ser secundária.
SURDO NA ESCOLA
• Escola Especial
• Escola Regular na
perspectiva Integrativa
• Escola Regular na
perspectiva Inclusiva
• Escola Bilíngue
CONSIDERAÇÕES PEDAGÓGICAS
PARA O ENSINO PARA SURDOS
BATE-PAPO
Dúvidas?
Colocações?
Críticas?
Sugestões? 

CONTATO
leonardonevescorrea@gmail.com
Desmistificando a surdez no ambiente escolar

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Curso de libras – aula 1
Curso de libras – aula 1Curso de libras – aula 1
Curso de libras – aula 1
David Santos
 
Cultura e identidade surda
Cultura e identidade surdaCultura e identidade surda
Cultura e identidade surda
Valdemar Júnior
 
Cultura identidades surda
Cultura identidades surdaCultura identidades surda
Cultura identidades surda
Juca Junior
 

Mais procurados (20)

Curso de libras – aula 1
Curso de libras – aula 1Curso de libras – aula 1
Curso de libras – aula 1
 
Cultura e identidade surda
Cultura e identidade surdaCultura e identidade surda
Cultura e identidade surda
 
INTERPRETE DE LIBRAS
INTERPRETE DE LIBRASINTERPRETE DE LIBRAS
INTERPRETE DE LIBRAS
 
Cultura identidades surda
Cultura identidades surdaCultura identidades surda
Cultura identidades surda
 
Familia e Identidade Surda
Familia e Identidade SurdaFamilia e Identidade Surda
Familia e Identidade Surda
 
Um olhar sobre a identidade surda
Um olhar sobre a identidade surdaUm olhar sobre a identidade surda
Um olhar sobre a identidade surda
 
Quem será o modelo da Educação Bilíngue?
Quem será o modelo da Educação Bilíngue? Quem será o modelo da Educação Bilíngue?
Quem será o modelo da Educação Bilíngue?
 
Slide libras (1)
Slide libras (1)Slide libras (1)
Slide libras (1)
 
Pessoas Surdas, bilingüismo e educação bilíngüe
Pessoas Surdas, bilingüismo e educação bilíngüePessoas Surdas, bilingüismo e educação bilíngüe
Pessoas Surdas, bilingüismo e educação bilíngüe
 
5 Parâmetros da libras
5 Parâmetros da libras5 Parâmetros da libras
5 Parâmetros da libras
 
Intérpretes Educacionais de Libras
Intérpretes Educacionais de LibrasIntérpretes Educacionais de Libras
Intérpretes Educacionais de Libras
 
Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS - Aspectos Linguísticos
Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS - Aspectos LinguísticosLíngua Brasileira de Sinais - LIBRAS - Aspectos Linguísticos
Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS - Aspectos Linguísticos
 
Arquivo 1
Arquivo 1Arquivo 1
Arquivo 1
 
Aspectos Gramaticas da Libras
Aspectos Gramaticas da LibrasAspectos Gramaticas da Libras
Aspectos Gramaticas da Libras
 
Libras língua ou linguagem de sinais?
Libras língua ou linguagem de sinais?Libras língua ou linguagem de sinais?
Libras língua ou linguagem de sinais?
 
LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais
LIBRAS - Língua Brasileira de SinaisLIBRAS - Língua Brasileira de Sinais
LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais
 
LIBRAS AULA 2: As línguas de sinais: sua importância para os Surdos
LIBRAS AULA 2: As línguas de sinais: sua importância para os SurdosLIBRAS AULA 2: As línguas de sinais: sua importância para os Surdos
LIBRAS AULA 2: As línguas de sinais: sua importância para os Surdos
 
Categorias de Classificadores em Libras
Categorias de Classificadores em LibrasCategorias de Classificadores em Libras
Categorias de Classificadores em Libras
 
Mundo Surdo
Mundo SurdoMundo Surdo
Mundo Surdo
 
Slides. libras.
Slides. libras.Slides. libras.
Slides. libras.
 

Semelhante a Desmistificando a surdez no ambiente escolar

Raimunda silva
Raimunda silvaRaimunda silva
Raimunda silva
literafro
 
1254836029 oxmundoxsurdoxinfantil
1254836029 oxmundoxsurdoxinfantil1254836029 oxmundoxsurdoxinfantil
1254836029 oxmundoxsurdoxinfantil
ilesor
 
Livro-Casa Amarela
Livro-Casa AmarelaLivro-Casa Amarela
Livro-Casa Amarela
Graça Sousa
 
Literatura Surda Imagens Textos
Literatura Surda Imagens TextosLiteratura Surda Imagens Textos
Literatura Surda Imagens Textos
asustecnologia
 
Lacerda historia abordagens_educacionais
Lacerda historia abordagens_educacionaisLacerda historia abordagens_educacionais
Lacerda historia abordagens_educacionais
Lana Mara
 

Semelhante a Desmistificando a surdez no ambiente escolar (20)

Paper libras
Paper librasPaper libras
Paper libras
 
Raimunda silva
Raimunda silvaRaimunda silva
Raimunda silva
 
LIBRAS AULA 6: A interação do surdo com o mundo
LIBRAS AULA 6: A interação do surdo com o mundo LIBRAS AULA 6: A interação do surdo com o mundo
LIBRAS AULA 6: A interação do surdo com o mundo
 
1254836029 oxmundoxsurdoxinfantil
1254836029 oxmundoxsurdoxinfantil1254836029 oxmundoxsurdoxinfantil
1254836029 oxmundoxsurdoxinfantil
 
Português
PortuguêsPortuguês
Português
 
A casa amarela
A casa amarelaA casa amarela
A casa amarela
 
Livro-Casa Amarela
Livro-Casa AmarelaLivro-Casa Amarela
Livro-Casa Amarela
 
Pdf casa amarela
Pdf casa amarelaPdf casa amarela
Pdf casa amarela
 
Literatura Surda Imagens Textos
Literatura Surda Imagens TextosLiteratura Surda Imagens Textos
Literatura Surda Imagens Textos
 
História da Libras e como ela surgiu no mundo.
História da Libras e como ela surgiu no mundo.História da Libras e como ela surgiu no mundo.
História da Libras e como ela surgiu no mundo.
 
AULA DE PORTUGUÊS - FALA E ESCRITA / CULTA E PADRÃO
AULA DE PORTUGUÊS - FALA E ESCRITA / CULTA E PADRÃOAULA DE PORTUGUÊS - FALA E ESCRITA / CULTA E PADRÃO
AULA DE PORTUGUÊS - FALA E ESCRITA / CULTA E PADRÃO
 
Libras apostilia instrutoras
Libras apostilia instrutorasLibras apostilia instrutoras
Libras apostilia instrutoras
 
A História da Libras
A História da LibrasA História da Libras
A História da Libras
 
Francielle Cantarelli - Pedagogia surda
Francielle Cantarelli - Pedagogia surdaFrancielle Cantarelli - Pedagogia surda
Francielle Cantarelli - Pedagogia surda
 
RecensãO D Escobrindo A Linguagem Escrita
RecensãO D Escobrindo A Linguagem EscritaRecensãO D Escobrindo A Linguagem Escrita
RecensãO D Escobrindo A Linguagem Escrita
 
Práticas Pedagógicas Inclusivas: Refletindo sobre o aluno surdo
Práticas Pedagógicas Inclusivas: Refletindo sobre o aluno surdoPráticas Pedagógicas Inclusivas: Refletindo sobre o aluno surdo
Práticas Pedagógicas Inclusivas: Refletindo sobre o aluno surdo
 
Lacerda historia abordagens_educacionais
Lacerda historia abordagens_educacionaisLacerda historia abordagens_educacionais
Lacerda historia abordagens_educacionais
 
Projeto Libras
Projeto LibrasProjeto Libras
Projeto Libras
 
Marcos bagno
Marcos bagnoMarcos bagno
Marcos bagno
 
Ed18 onda jovem_ler_escrever
Ed18 onda jovem_ler_escreverEd18 onda jovem_ler_escrever
Ed18 onda jovem_ler_escrever
 

Último

Manual dos Principio básicos do Relacionamento e sexologia humana .pdf
Manual dos Principio básicos do Relacionamento e sexologia humana .pdfManual dos Principio básicos do Relacionamento e sexologia humana .pdf
Manual dos Principio básicos do Relacionamento e sexologia humana .pdf
Pastor Robson Colaço
 
CONTO-3º-4º-E-5ºANO-A-PRINCESA-E-A-ERVILHA[1] (1).docx
CONTO-3º-4º-E-5ºANO-A-PRINCESA-E-A-ERVILHA[1] (1).docxCONTO-3º-4º-E-5ºANO-A-PRINCESA-E-A-ERVILHA[1] (1).docx
CONTO-3º-4º-E-5ºANO-A-PRINCESA-E-A-ERVILHA[1] (1).docx
EduardaMedeiros18
 

Último (20)

Manual dos Principio básicos do Relacionamento e sexologia humana .pdf
Manual dos Principio básicos do Relacionamento e sexologia humana .pdfManual dos Principio básicos do Relacionamento e sexologia humana .pdf
Manual dos Principio básicos do Relacionamento e sexologia humana .pdf
 
O carteiro chegou - Janet & Allan Ahlberg
O carteiro chegou - Janet & Allan AhlbergO carteiro chegou - Janet & Allan Ahlberg
O carteiro chegou - Janet & Allan Ahlberg
 
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
 
Poema - Reciclar é preciso
Poema            -        Reciclar é precisoPoema            -        Reciclar é preciso
Poema - Reciclar é preciso
 
CONTO-3º-4º-E-5ºANO-A-PRINCESA-E-A-ERVILHA[1] (1).docx
CONTO-3º-4º-E-5ºANO-A-PRINCESA-E-A-ERVILHA[1] (1).docxCONTO-3º-4º-E-5ºANO-A-PRINCESA-E-A-ERVILHA[1] (1).docx
CONTO-3º-4º-E-5ºANO-A-PRINCESA-E-A-ERVILHA[1] (1).docx
 
22-modernismo-5-prosa-de-45.pptxrpnsaaaa
22-modernismo-5-prosa-de-45.pptxrpnsaaaa22-modernismo-5-prosa-de-45.pptxrpnsaaaa
22-modernismo-5-prosa-de-45.pptxrpnsaaaa
 
Exercícios de Clima no brasil e no mundo.pdf
Exercícios de Clima no brasil e no mundo.pdfExercícios de Clima no brasil e no mundo.pdf
Exercícios de Clima no brasil e no mundo.pdf
 
AULA Saúde e tradição-3º Bimestre tscqv.pptx
AULA Saúde e tradição-3º Bimestre tscqv.pptxAULA Saúde e tradição-3º Bimestre tscqv.pptx
AULA Saúde e tradição-3º Bimestre tscqv.pptx
 
O que é uma Revolução Solar. tecnica preditiva
O que é uma Revolução Solar. tecnica preditivaO que é uma Revolução Solar. tecnica preditiva
O que é uma Revolução Solar. tecnica preditiva
 
APH- Avaliação de cena , analise geral do ambiente e paciente.
APH- Avaliação de cena , analise geral do ambiente e paciente.APH- Avaliação de cena , analise geral do ambiente e paciente.
APH- Avaliação de cena , analise geral do ambiente e paciente.
 
"Nós Propomos! Mobilidade sustentável na Sertã"
"Nós Propomos! Mobilidade sustentável na Sertã""Nós Propomos! Mobilidade sustentável na Sertã"
"Nós Propomos! Mobilidade sustentável na Sertã"
 
ufcd_9649_Educação Inclusiva e Necessidades Educativas Especificas_índice.pdf
ufcd_9649_Educação Inclusiva e Necessidades Educativas Especificas_índice.pdfufcd_9649_Educação Inclusiva e Necessidades Educativas Especificas_índice.pdf
ufcd_9649_Educação Inclusiva e Necessidades Educativas Especificas_índice.pdf
 
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anosFotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
 
Multiplicação - Caça-número
Multiplicação - Caça-número Multiplicação - Caça-número
Multiplicação - Caça-número
 
prova do exame nacional Port. 2008 - 2ª fase - Criterios.pdf
prova do exame nacional Port. 2008 - 2ª fase - Criterios.pdfprova do exame nacional Port. 2008 - 2ª fase - Criterios.pdf
prova do exame nacional Port. 2008 - 2ª fase - Criterios.pdf
 
Slides Lição 8, Betel, Ordenança para confessar os pecados e perdoar as ofens...
Slides Lição 8, Betel, Ordenança para confessar os pecados e perdoar as ofens...Slides Lição 8, Betel, Ordenança para confessar os pecados e perdoar as ofens...
Slides Lição 8, Betel, Ordenança para confessar os pecados e perdoar as ofens...
 
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco LeiteOs Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
 
As Mil Palavras Mais Usadas No Inglês (Robert de Aquino) (Z-Library).pdf
As Mil Palavras Mais Usadas No Inglês (Robert de Aquino) (Z-Library).pdfAs Mil Palavras Mais Usadas No Inglês (Robert de Aquino) (Z-Library).pdf
As Mil Palavras Mais Usadas No Inglês (Robert de Aquino) (Z-Library).pdf
 
São Filipe Neri, fundador da a Congregação do Oratório 1515-1595.pptx
São Filipe Neri, fundador da a Congregação do Oratório 1515-1595.pptxSão Filipe Neri, fundador da a Congregação do Oratório 1515-1595.pptx
São Filipe Neri, fundador da a Congregação do Oratório 1515-1595.pptx
 
Os Tempos Verbais em Inglês-tempos -dos-
Os Tempos Verbais em Inglês-tempos -dos-Os Tempos Verbais em Inglês-tempos -dos-
Os Tempos Verbais em Inglês-tempos -dos-
 

Desmistificando a surdez no ambiente escolar

  • 1. DESMISTIFICANDO A SURDEZ NO AMBIENTE ESCOLAR Leonardo Neves Correa (UEL)
  • 2. OBJETIVOS ✤ Tecer reflexões sobre o Sujeito Surdo e sua relação com a sociedade; ✤ Revisar o Histórico de ensino para comunidade Surda e suas influências nas políticas educacionais atuais; ✤ Discutir pedagogias e a abordagens de ensino para alunos Surdos.
  • 6. “Sam Supalla certa vez nos contou uma história de sua infância retratando a sua amizade com uma vizinha ouvinte. Ele nasceu numa família de surdos, com vários irmãos mais velhos também surdos. E conforme ele passava a observar o mundo fora do seu círculo familiar, notou que sua vizinha parecia ter a mesma idade. Após alguns encontros acabaram se tornando amigos. Ela era uma excelente companheira de brincadeira, só havia um problema a “estranheza” dela. Sam não conseguia se comunicar com ela da mesma maneira que se comunicava com seus pais e irmãos. Ela apresentava uma dificuldade extrema para compreender o mais simples dos gestos. Depois de várias tentativas frustradas de tentar se comunicar com a garota, ele apenas indicava com as mãos as coisas que queria ou então arrastava a garota com ele caso quisesse ir à algum lugar. Ele se questionava sobre o tipo de problema que a amiga poderia ter, mas como eles desenvolveram uma maneira de interagir um com o outro, ele ficava satisfeito em poder acomodar as necessidades da garota sempre que possível.
  • 7. Certo dia, Sam se lembra vivamente, ele compreendeu o quão estranha era a sua amiga. Eles estavam brincando na casa dela quando de repente a mãe dela passou por eles e começou a mover os lábios. Como se fosse mágica, a garota colocou sua boneca em outro lugar. Sam ficou fascinado e quando voltou para casa foi correndo perguntar à mãe sobre que tipo de problema a vizinha tinha. A sua mãe lhe explicou que a garota era OUVINTE e que por conta disso não sabia SINALIZAR; ao invés disso ela e sua mãe FALAM, elas movem os seus lábios para se comunicarem uma com a outra. Sam perguntou então se a vizinha e a família dela eram os únicos “daquele jeito”. Sua mãe o explicou que não, na verdade, praticamente todas as demais pessoas se comunicavam como seus vizinhos. Eram eles que se comunicavam de forma diferente(...) ”. (PADDEN & HUMPHRIES, 1988, p. 14-15)
  • 8. EDUCAÇÃO DE ALUNOS SURDOS: UM BREVE HISTÓRICO
  • 10. PEDRO PONCE DE LEON (1520-1584)
  • 14. II CONGRESSO SOBRE A INSTRUÇÃO DOS ALUNOS SURDOS (1880)
  • 15. DELIBERAÇÃO DO CONGRESSO 1. O uso da língua falada, no ensino e educação dos surdos, deve preferir-se à língua gestual; 2. O uso da língua gestual em simultâneo com a língua oral, no ensino de surdos, afecta a fala, a leitura labial e a clareza dos conceitos, pelo que a língua articulada pura deve ser preferida; 3. Os governos devem tomar medidas para que todos os surdos recebam educação; 4. O método mais apropriado para os surdos se apropriarem da fala é o método intuitivo (primeiro a fala depois a escrita); a gramática deve ser ensinada através de exemplos práticos, com a maior clareza possível; devem ser facultados aos surdos livros com palavras e formas de linguagem conhecidas pelo surdo; 5. Os educadores de surdos, do método oralista, devem aplicar-se na elaboração de obras específicas desta matéria;
  • 16. DELIBERAÇÃO DO CONGRESSO 6. Os surdos, depois de terminado o seu ensino oralista, não esqueceram o conhecimento adquirido, devendo, por isso, usar a língua oral na conversação com pessoas falantes, já que a fala se desenvolve com a prática; 7. A idade mais favorável para admitir uma criança surda na escola é entre os 8-10 anos, sendo que a criança deve permanecer na escola um mínimo de 7-8 anos; nenhum educador de surdos deve ter mais de 10 alunos em simultâneo; 8. Com o objectivo de se implementar, com urgência, o método oralista, deviam ser reunidas as crianças surdas recém admitidas nas escolas, onde deveriam ser instruídas através da fala; essas mesmas crianças deveriam estar separadas das crianças mais avançadas, que já haviam recebido educação gestual, a fim de que não fossem contaminadas; os alunos antigos também deveriam ser ensinados segundo este novo sistema oral.
  • 17. QUEDA DO ORALISMO N o d e c o r r e r d o s a n o s , a abordagem oralista passou a sofrer fortes críticas. Para os críticos do método, a abordagem funcionava mais como um treinamento de fala organizada.
  • 18. ASCENÇÃO DA LÍNGUA DE SINAIS Os estudos do americano William Stokoe (1960), c o n t r i b u í r a m p a r a o r e c o n h e c i m e n t o e a autenticidade das línguas de sinais, até então consideradas ferramentas para comunicação e não línguas legítimas.
  • 19. COMUNICAÇÃOTOTAL • Essa abordagem pressupunha que a primeira língua do surdo era, de fato, a linguagem de sinais e esta, adicionada de métodos de leitura labial, deveria auxiliar no processo de aprendizagem da língua oral. • Nessa filosofia, o aprendiz surdo é incentivado a aprender duas modalidades linguísticas: oral e gestual, e utilizá-las de forma simultânea, potencializando a sua comunicação.
  • 20. BILINGUISMO •O bilinguismo propõe uma aprendizagem de ambos os códigos linguísticos de modo independente. •O diferencial do bilinguismo está no conceito de que o surdo possui língua e cultura próprias e, ainda, que a aprendizagem da língua oral seja essencial à integração do surdo na sociedade mais ampla, no bilinguismo, a língua oral passa a ser secundária.
  • 21. SURDO NA ESCOLA • Escola Especial • Escola Regular na perspectiva Integrativa • Escola Regular na perspectiva Inclusiva • Escola Bilíngue
  • 23.
  • 24.
  • 25.
  • 26.
  • 27.