O documento discute como lidar com medos e inseguranças infantis, ensinando a confiar em Deus e em si mesmo. A aula inclui dinâmicas para ilustrar como o medo do desconhecido pode ser superado com coragem e fé, além de histórias e exemplos bíblicos para incentivar as crianças a buscarem proteção e força em Deus.
2. Coragem
Objetivos da aula: levar os evangelizandos a compreenderem que devemos nos fortalecer em
nosso Pai, e para isso, basta que estejamos sempre perto d’Ele. Conscientizar os evangelizandos
de que devemos relacionar coragem com confiança em Deus e nas próprias possibilidades, em
todas as circunstâncias da vida, agindo, porém, com equilíbrio, a fim de não se cair na temeridade
(coragem imprudente e presunçosa).
Prece inicial: espontânea feita pela evangelizadora ou por uma criança.
Primeiro momento: aplicar a dinâmica Medo de desafios.
3. Medo de Desafios
Material: caixa, chocolate e aparelho de som (rádio ou CD).
Procedimento: Encha a caixa com jornal para que não se perceba o que
tem dentro. Coloque no fundo o chocolate e um bilhete: COMA O CHOCOLATE!
Pedir à turma que façam um círculo. O evangelizador segura a caixa e explica o
seguinte: - Estão vendo esta caixa? Dentro dela existe uma ordem a ser
cumprida, vamos brincar de “batata quente” com ela, e aquele que ficar com a
caixa terá que cumprir a tarefa sem reclamar. Independente do que seja,
ninguém vai poder ajudar o colega, o desafio deve ser cumprido apenas por
quem ficar com a caixa (é importante que o evangelizador fale de maneira a
despertar nos evangelizandos um certo medo do conteúdo da caixa, dizendo que
pode ser uma tarefa extremamente difícil ou que poderão ficar com vergonha
de fazer).
Começa a brincadeira, com a música ligada, devem ir passando a caixa de
um para o outro. Quando a música for interrompida (o evangelizador deve estar
de costas para o grupo para não ver com quem está a caixa) aquele que ficou
com a caixa terá que cumprir a tarefa. É importante que o evangelizador faça
comentários do tipo: Você está preparado? Se não tiver coragem... Depois de
muito suspense quando finalmente o evangelizando abre a caixa encontra a
gostosa surpresa.
4. Segundo momento - questionar: Porque ninguém queria ficar com a caixa? O que sentiam quando ficavam
com a caixa em suas mãos?
Caso respondam que sentiam “MEDO”, perguntar: Medo de quê?
Concluir que temos medo perante o desconhecido, diante de situações que possam representar perigo
ou vergonha, mas devemos aprender que com Deus podemos superar todos os desafios, por mais
desesperadora que a situação se apresente.
Somente Deus pode fortalecer nossa fé e assim seguirmos confiante em nossa caminhada.
Terceiro momento: promover um diálogo em grupo, com as perguntas abaixo.
Quem se lembra de ter passado pela experiência de ficar perdido?
O maior medo das crianças mais novas é a possibilidade de ficarem separadas de seus pais. Primeiro vem
o pânico, então a solidão, depois a conclusão trágica de só haver uma pequena probabilidade de ser
encontrada.
Uma criança que já ficou perdida num shopping, na rua, numa loja ou no parque, aprende o quê?
Aprende a ficar sempre perto do adulto responsável por ela.
Obs.: o evangelizador deverá relacionar a resposta dessa pergunta ao fato de que devemos procurar
estar sempre perto de Jesus e de nossos amigos espirituais através da oração e da ação no bem, para
estarmos sempre protegidos e bem direcionados.
Muitas vezes as crianças tem temores noturnos que lhes roubam o sono. Os pais às vezes perguntam:
Medo do que? De tudo! Cantos sombrios, objetos conhecidos que parecem imensos e estranhos no escuro,
coisas desconhecidas debaixo da cama e atrás da porta, e alguma coisa que pode aparecer de repente e
agarrá-las, se for preciso ir ao banheiro no meio da noite.
5. Para os evangelizandos ficarem mais à vontade para relatarem seus medos, o evangelizador poderá
contar algum tipo de medo que possui. Os evangelizandos poderão ficar surpresas ao saberem que os
adultos também têm medos, embora tenham crescido.
O evangelizador poderá pedir aos evangelizandos que contem uma experiência que os deixou com
medo. Mas só devem relatar seus medos os evangelizandos que se sentirem à vontade para tal, e ninguém
deve ser pressionado a participar desse momento.
Quarto momento: exposição dialogada.
Podemos achar essa lista de medos engraçada, mas os temores das crianças e jovens são bastante
reais para elas, e os adultos inteligentes tratarão o assunto com seriedade. As crianças, adolescentes e
jovens de hoje tem muitas outras coisas para enfrentar, alem da lista já conhecida de medos. Uma dos
maiores medos que causa a ansiedade infantil é a separação dos pais. Os índices de separações justificam
esse temor. E, alem do mais, a televisão traz todos os tipos de medos diretamente para os lares, como as
guerras, os assassinatos e outros tipos de violência. E crianças de todas as idades precisam ter a
segurança de que a vivência dos ensinamentos de Jesus são uma proteção constante e consoladora em sua
vida. Assim, ficarão confortadas em saber que existe um bom pastor que cuida delas e sempre estará
próximo, mesmo quando mamãe e papai estiverem longe.
As crianças mais velhas estão ansiosas para crescerem e conquistarem sua independência, e isso é
natural e saudável. Mas elas precisam reconhecer que maturidade também significa reconhecer o quanto
precisamos confiar em Jesus e nos fortalecer em seus ensinamentos. E isso quer dizer seguir os
ensinamentos do nosso sábio e amoroso Mestre.
Devemos sempre confiar em Jesus, pois ele sempre nos ajuda a enfrentar as situações difíceis.
Lembrar que Jesus prometeu estar sempre conosco, portanto da próxima vez que sentir medo,
lembre-se de que Jesus está sempre com você. Quem tem Jesus no coração nunca está sozinho!
6. Quinto momento - questionamentos/diálogo (o evangelizador deverá escutar as respostas dos
evangelizandos e em seguida fazer os esclarecimentos necessários):
Porque sentimos medo? Existe uma luzinha em seu peito. Uma luz que os olhos não vêem. Quando
você a acende, aparecem sentimentos bons, e tudo fica mais bonito e gostoso.
Ela faz você se sentir alegre, muito feliz.
Quando ela se apaga, aparecem sentimentos maus e tudo fica feio e dolorido. Sem ela você se sente
triste. Quando ela está acesa e brilhante, ela sai pela boca, fazendo-nos sorrir; pelos olhos, fazendo-os
brilhar; pelo peito, fazendo-nos amar e pelos braços, fazendo-nos abraçar.
Nós somos felizes quando essa luz está acesa. Muitas vezes deixamos nossa luzinha se apagar. E
quando ela se apaga, sentimos medo. O medo aparece quando pensamos que algo ruim pode acontecer. Mas
quando temos coragem, a luzinha volta a se acender.
Como acendê-la e conservá-la acesa?
Ela se acende e brilha quando você pensa positivo e age positivamente. Quando estamos perto de Jesus,
ou seja, quando agimos de acordo com os ensinamentos do Mestre.
CORAGEM é o nome do sentimento que acontece quando você acredita que só coisas boas podem
acontecer com você e com os outros. Segundo o Dicionário Aurélio, coragem é força ou energia moral que
leva a afrontar os perigos; valor; destemor, ânimo, intrepidez, bravura, denodo: lutar com coragem.
Quando você sentir medo, reforce sua luzinha pensando em Jesus. Pense que no escuro, ou em
outras situações que te fazem sentir medo, existe muitas luzinhas invisíveis e alegres que estão sempre
dispostas a nos proteger (que são nossos amigos espirituais).
Alguém quer contar como Jesus o ajudou em uma situação de medo?
7. Sexto momento: contar a história Luzes do Céu.
Luzes do Céu
Eduardo mora em uma casa grande, junto com outras crianças e tendo seu Antônio e dona Aurora
a lhes servirem de papai e mamãe.
Apesar de viver entre amigos, com crianças de sua idade, e do carinho dos pais adotivos, Edu é
uma criança que parece assustada. Tem carinha de quem sempre está com medo de alguma coisa.
E, de fato, ele é assim: tem medo de tempestade, não fica em um quarto sozinho, não dorme com
luz apagada.
Observando a dificuldade de Edu, dona Aurora teve uma idéia, em uma noite.
- Muito bem, crianças. Por hoje vamos desligar a televisão; está na hora de dormir.
A criançada deu um beijo em mãe Aurora e se dirigiu para suas camas, no andar de cima.
Edu ficou para trás, com cara de choro. É que seus amigos de quarto, o Júlio e o Flavinho, estavam
visitando uns parentes, e ele, Edu, teria de dormir sozinho. Pior é que a lâmpada do quarto queimara e
ainda não foi trocada.
Tomando-o pela mão, dona Aurora se dirigiu para o quarto, e, abrindo a janela, falou para Edu,
mostrando a noite estrelada:
- Meu filho, o que você está vendo lá no céu?
- Uma porção de estrelas brilhando! - respondeu o menino, encantado.
8. - E amanhã cedo, se olhar para o céu, você as verá?
- Não, mãe, as estrelas só aparecem à noite.
- Pois bem, meu filho, mas elas estarão lá. Só que a claridade do sol impede que as vejamos.
Nós nunca estamos sós. Mesmo que não os enxerguemos, temos Protetores Espirituais que
nos auxiliam, em nome do amor de Deus. Se nos sentimos fracos, façamos uma prece, pensemos
na proteção de nosso Pai, para melhor sentirmos Seu amparo. E ficaremos encorajados para fazer
o que precisamos.
- Mas, mãe, e o escuro?
- Edu, tudo o que existe com a luz acesa, permanece quando a apagamos. Não “brotam” coisas do
escuro só porque é escuro. Não se esqueça do recurso da prece para combater o medo...
Edu pensou, pensou... Mais uma vez olhou o céu estrelado. Imaginou que também podemos ter uma
estrelinha no coração, a nos iluminar, brilhando sempre: é a confiança em Deus e em Jesus, que nos dá
coragem para cumprirmos nossos deveres e vivermos sem medo, enfrentando dificuldades com
segurança.
Vocês acham que Edu deixou dona Aurora ir para o quarto dela, e dormiu sozinho naquela noite?
Fonte: Departamento de Evangelização da Criança da Aliança Municipal Espírita de Juiz de Fora/MG
9. Sétimo momento: lembrar o episódio em que Jesus caminha sobre as águas e socorre o discípulo Pedro.
Desesperado... afundando nas ondas agitadas! O que aconteceu com Pedro? Ele e os outros discípulos
estavam numa barca atravessando para outra margem. Jesus os vê na barca agitada pelo vento forte e
vai ao encontro deles, caminhando sobre o mar. Pedro, vendo Jesus, pede-lhe para ir até Ele. ”Vem”,
Jesus diz. Pedro sai do barco e vai andando... Enquanto confia em Jesus, ele fica de pé sobre as águas!
Mas... a “violência do vento redobrou”. Pedro teve medo e afunda gritando: “Senhor, salva-me!” “No
mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse”: "Homem de pouca fé, por que
duvidaste?"
Ao gritar “Senhor”, Pedro afirma que está diante Daquele que tudo pode sobre terra, céu e mar.
Ao gritar - “salva-me” - está diante Daquele que se faz Misericórdia, socorrendo a todos que Lhe pedem.
Pedro via acontecer isso... Mesmo assim, Pedro tem medo...
Na pergunta que faz a Pedro, o Senhor está ensinando que não basta ter confiança quando tudo
está tranquilo, mas manter a fé mesmo na tempestade! Como nos identificamos com Pedro, não é
mesmo?
Mas ele também nos ensina! Ele mostra que o discípulo de Jesus não é aquele que nunca afunda,
mas o que sempre volta a confiar. Quantas vezes acontecem coisas semelhantes conosco!... Quando as
ondas do mar da vida se agitam e parece que nosso barco vai virar. Sim... Clamamos por Jesus. Ele diz
“vem”, e até damos passos na sua direção. Mas de repente o vento sopra mais forte, as ondas dos
problemas se agigantam... E temos medo... O medo nos paralisa. Impede de percebermos as mãos fortes
de Jesus segurando a nossa para não afundarmos. Mas as mãos de Jesus estarão sempre lá, quando
necessitamos delas.
Quando estivermos com medo, basta nos lembrar de confiar em Jesus, Ele há de segurar nossa
mão com a firmeza com que segurou a de Pedro.