2. François Dubet é um sociológo francês,
professor da Universidade de Bordeaux II.
Escreveu várias obras consagradas sobre
a marginalidade juvenil, a escola e as
instituições.
Entre elas: O que é uma escola justa? As
desigualdades multiplicadas e Sociologia
da experiência.
3. As desigualdades multiplicadas ou as
vicissitudes da igualdade? Será que a
multiplicação das desigualdades não são
efeitos dessa igualdade falaciosa?
Fatores de desigualdade:
1) Castas e ordens
2) O poder aquisitivo
3) A ausência de direitos políticos
4) Marginalização de determinados grupos
(mulheres, negros, homossexuais)
4. Na modernidade os indivíduos são
considerados cada vez mais iguais e suas
desigualdades não podem ser justificadas
pelo berço ou pela tradição. Os indivíduos
podem reivindicar a igualdade de
oportunidade e de direitos, formando uma
sociedade igualitária, reconhecedora, em
termos políticos e normativos, das
desigualdades, desde que essas
desigualdades não sejam empecilho para
concorrer a provas de igualdade de
oportunidades.
5. As sociedades modernas, principalmente
as capitalistas, estruturam e
fundamentam-se nas desigualdades.
Nessa perspectiva, as desigualdades
tornam-se elementos funcionais do
sistema das sociedades modernas. Há
uma análise da vida social a partir das
desigualdades, considerando as classes
sociais.
6. O estudo sobre classes e as desigualdade
de classe é, antes de tudo, o elemento
que explica grande parte das condutas
sociais.
Tornam-se, assim, uma espécie de objeto
sociológico total. As classes definem
grupos de interesses objetivos e
suscetíveis de superar o egoísmo dos
interesses individuais através de uma
consciência de classe.
7. Apesar da crise econômica e da
mundialização, observamos uma
ampliação da igualdade sob a forma de
uma homogeneização da sociedade.
A igualdade cresceu porque na educação
não é mais um bem raro, beneficiando a
todos. Mas se tornou um bem mais
hierarquizado na medida em que as
barreiras se transformaram em níveis.
8. As transformações da estrutura social e do
modo de produção fizeram emergir outras
figuras da desigualdade além daquelas do
modelo “clássico” da sociedade industrial.
Nesse contexto temos uma multiplicação
das desigualdades.
9. Novos registros de desigualdade.
A posição dominante das análises em
termos de classe é abalada pela
introdução de novos critérios de definição
das desigualdades que, anteriormente,
não eram levadas em consideração.
10. Da mesma maneira as mulheres
passaram a ter acesso a muitos setores
que antes lhes eram fechados, sem que
com isso a igualdade de fato tenha sido
alcançada.
11. Podemos também dizer que a população
negra tem mais acesso a bens e serviços
em nossa sociedade. No entanto, não
observamos a eliminação do racismo.
12. A distribuição da desigualdade entre as
faixas de idade transformou-se
profundamente nos últimos 30 anos, em
função das políticas de emprego e das
formas de redistribuição social. Enquanto
nos anos de 1960 os jovens eram
empregados com salários semelhantes
aos dos adultos, hoje essa diferença se
aprofundou consideravelmente.
13. A lista das “novas” desigualdades é
imensa e a sociologia das desigualdades
é inesgotável.
Interessante pensar em como a escola
produz suas próprias desigualdades.
Importância da construção das identidades
sociais: múltiplas e fruto das experiências
dos sujeitos sociais.
14. Nas sociedades democráticas, os indivíduos
só podem pretender a igualdade se são
livres. Isso não é garantia de uma igualdade
real mas é condição de uma igualdade de
oportunidades e, portanto, de desigualdades
justas.
Crença em um mérito individual que apaga
as desigualdades estruturais e culpabiliza os
indivíduos. (p.56)
Rejeição: não jogar o jogo escolar (p.58 e p.
59)