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Conceitos de gênero, etnia e raça: reflexões sobre a diversidade cultural na educação escolar

Juliana Keller Nogueira, Delton Aparecido Felipe, Teresa Kazuko Teruya (UEM)
Educação escolar, formação de professores, diversidade cultura
ST 1 - A questão racial no Brasil e as relações de gênero

Introdução

       Nossa história é marcada pela eliminação simbólica e/ou física do “outro”. Os processos de
negação desses “outros”, na maioria das vezes, ocorreram no plano das representações e do
imaginário social quando estabelecemos os conceitos do que é ser belo, ser mulher, ou até mesmo
do que é ser brasileiro.
       Ao tratar a questão da diversidade cultural, Anete Abramowicz (2006) diz que todo o
brasileiro vive uma situação no mínimo, inusitada. De um lado, há o discurso de que nós somos um
povo único, fruto de um intenso processo de miscigenação e mestiçagem, que gerou uma nação
singular com indivíduos culturalmente diversificados. De outro, vivenciamos em nossas relações
cotidianas inúmeras práticas preconceituosas, discriminatórias e racistas em relação a alguns
segmentos da população, como, as mulheres, os indígenas e os afro-descendentes.
       Na atualidade mesmo com manutenção de vários padrões de comportamento, de beleza, os
documentos relacionados à educação brasileira outorgam que somos um país construído tendo por
base a diversidade cultural. Mas o que significa diversidade cultural em país onde os diversos
grupos sociais são marginalizados em suas representações?
       Os estudos de Ana Célia da Silva (2005) mostram que apesar da diversidade cultural
registrados nos documentos oficiais, porque os bancos escolares são freqüentados por alunos de
diferente origem étnico-raciais e gênero, os conteúdos programáticos dos livros didáticos e dos
currículos escolares apresentam ainda como padrão o homem, branco e heterossexual.
       No intuito de refletirmos sobre as possibilidades de ação pedagógica para tratar da
diversidade cultural na educação escolar, questionamos: como trabalhar os conceitos de gênero,
raça, e etnia na sala de aula, com o propósito de valorizar as múltiplas identidades constituintes no
ambiente escolar?
       Ana Célia Silva (2005) afirma que nos livros didáticos, nos currículos escolares e nas falas
dos professores, ainda há uma invisibilidade ou a visibilidade subalterna de diversos grupos sociais,
como os negros, os indígenas e as mulheres. O preconceito instituído e manifestado na prática
pedagógica pode levar tais grupos a uma auto-rejeição e rejeição ao seu grupo social,
comprometendo os processos constitutivos de sua identidade(s).
2


O que é diversidade cultural?


       Para Anete Abramowicz (2006, p12) “diversidade pode significar variedade, diferença e
multiplicidade. A diferença é qualidade do que é diferente; o que distingue uma coisa de outra, a
falta de igualdade ou de semelhança”. Nesse sentido, podemos afirmar que onde há diversidade
existe diferença.
       Marisa Vorraber Costa (2008) afirma que a diferença não é uma marca do sujeito, mas sim
uma marca que o constituem socialmente, e se estabeleceu como uma forma de exclusão, ser
diferente na educação ainda significa ser excluído e/ou ser subrepresentado nas instâncias sociais.
       Reconhecer que somos diferentes para estabelecer a existência de uma diversidade cultural
no Brasil, não é suficiente para combater os estereótipos e os estigmas que ainda marginalizam
milhares de crianças em nossas escolas e milhares de adultos em nossa sociedade. Maria Vera
Candau (2005) afima que:


                       “Não se deve contrapor igualdade a diferença. De fato, a igualdade não está oposta
                       à diferença, e sim à desigualdade, e diferença não se opõem à igualdade, e sim à
                       padronização, à produção em série, à uniformidade, a sempre o “mesmo”, à
                       mesmice”. (CANDAU, 2OO5, p. 19).

       Reconhecer a diferença é questionar os conceitos homogêneos, estáveis e permanentes que
excluem o ou a diferente. As certezas que foram socialmente construídas devem se fragilizar e
desvanecer. Para tanto, é preciso desconstruir, pluralizar, ressignificar, reinventar identidades e
subjetividades, saberes, valores, convicções, horizonte de sentidos. Somos obrigados a assumir o
múltiplo, o plural, o diferente, o híbrido, na sociedade como um todo (CANDAU, 2005).
       Falar sobre diversidade não pode ser só um exercício de perceber os diferentes, de tolerar o
“outro”. Antes de tolerar, respeitar e admitir a diferença é preciso explicar como essa diferença é
produzida e quais são jogos de poder estabelecido por ela. Como nos alerta Tomaz Tadeu da Silva
(2000), a diversidade biológica pode ser um produto da natureza, mas o mesmo não se pode dizer
sobre a diversidade cultural, pois, de acordo com autor, a diversidade cultural não é um ponto de
origem, ela é em vez disso um processo conduzido pelas relações de poderes constitutivos da
sociedade que estabelece “outro” diferente do “eu” e “eu” diferente do “outro” como uma forma de
exclusão e marginalização.
       Uma ação pedagógica realmente pautada na diversidade cultural deve ter como principio
uma política curricular da identidade e da diferença. Tem obrigação de ir além das benevolentes
declarações de boa vontade para com a diferença, ela coloca em seu centro uma teoria que permita
3
não só reconhecer e celebrar a diferença, mas também questioná-la, a fim de perceber como ela
discursivamente está constituída.
       Como alerta-nos Marisa Vorraber Costa (2008), identidade e diferença são inseparáveis,
dependendo uma da outra. Elas são produzidas na trama da linguagem, a identidade e a diferença
são construídas dentro de um discurso, por isso precisamos compreendê-las como são produzidas
em locais históricos e institucionais por meio do discurso.
       Foucault argumenta que:
                        [...] são os discursos eles mesmos que exercem seu próprio controle; procedimentos
                        que funcionam, sobretudo, a título de princípios de classificação, de ordenação, de
                        distribuição, como se tratasse desta vez, de submeter outra dimensão do discurso: a
                        do acontecimento e do acaso.” ( FOUCAULT, 2002 p.21)


       Compreendemos que o discurso por meio da afirmação de conceitos essencialistas não
historicizados, são incapazes de perceber os processos de mudanças e de transformações sociais que
padronizam e marginalizam os diversos grupos sociais. Para Stuart Hall (2000), os conceitos devem
ser historicizados para perceber como eles são construídos dentro de uma prática discursiva que se
envolve nas relações assimétricas de poder.
       Os professores e as professoras que percebem em sua ação pedagógica como os conceitos de
gênero, raça e etnia são socialmente construídos e discursivamente usados para marginalizar o
“outro” estarão, de fato, contribuindo para a constituição de uma diversidade cultural que não seja
apenas tolerante, mas que perceba que “eu” e o “outro” temos os mesmos direitos e devemos ter a
mesma representatividade, tanto nos conteúdos escolares quanto nas instituições sociais.


Reflexões sobre os conceitos de gênero, raça e etnia na formação de professores


       Os conceitos de gênero, raça e etnia ao serem trabalhados na sala de aula em uma
perspectiva da valorização da(s) identidade(s) dos múltiplos sujeitos que convivem no mesmo
espaço da escola devem ter um posicionamento político, a fim de desconstruir os esteriótipos e os
estigmas que foram atribuídos historicamente à alguns grupos sociais.
       A questão de gênero a ser trabalhado na sala de aula, deve começar pelo entendimento de
como esse conceito gênero ganhou contornos políticos. O conceito de gênero surgiu entre as
estudiosas feministas para se contrapor à idéia da essência, recusando qualquer explicação pautada
no determinismo biológico, que pudessem explicitar comportamento de homens e mulheres,
empreendendo, dessa forma, uma visão naturalista, universal e imutável do comportamento. Tal
determinismo serviu para justificar as desigualdades entre ambos, a partir de suas diferenças físicas.
4
       De acordo com as autoras Guacira L. Louro (1997) e Eliane Maio Braga (2007), a expressão
gênero começou a ser utilizado justamente para marcar as diferenças entre homens e mulheres não
são apenas de ordem física e biológica. Como não existe natureza humana da cultura, para as
autoras, a diferença sexual anatômica não pode mais ser pensada isolada das construções sócio-
culturais em que estão imersas.
       A diferença biológica é apenas o ponto de partida para a construção social do que é ser
homem ou ser mulher. O sexo é atribuído ao biológico enquanto gênero e é uma construção social e
histórica. A noção de gênero aponta para a dimensão das relações sociais do feminino e do
masculino (BRAGA, 2007).
       Atualmente, o conceito de raça quando aplicado a humanidade causa inúmeras polêmicas,
porque a área biológica comprovou que as diferenças genéticas entre os seres humanos são
mínimas, por isso não se admite mais que a humanidade é constituída por raças.
       No entanto na década de 1970, o Movimento Negro Unificado e os teóricos que defendiam a
causa, ressignificaram o conceito de raça como uma construção social forjada nas tensas relações
entre brancos, negros e indígenas. Muitas vezes simulados como harmoniosos, não tinha relação
com o conceito biológico de raça cunhado no século XIX, e que hoje está superado.
       O termo raça usado nesse contexto, segundo Petronilha Beatriz Silva (BRASIL, 2004), tem
uma conotação política e é utilizado com freqüência nas relações sociais brasileiras, para informar
como determinadas características físicas, como cor da pele, tipo de cabelo, entre outras,
influenciam, interferem e até mesmo determina o destino e o lugar social dos sujeitos no interior da
sociedade brasileira.
       O conceito de raça ao ser usado com conotação política permite, por exemplo, aos negros
valorizar a característica que difere das outras populações e romper com as teorias raciais que foram
formuladas no século XIX e até hoje permeia o imaginário popular.
       O termo étnico é geralmente segundo Petronilha Beatriz Silva (BRASIL, 2004), marca as
relações tensas por causa das diferenças na cor da pele e nos traços fisionômicos que caracterizam a
raiz cultural plantada ancestralidade dos mais diversos grupos, que difere em visão de mundo,
valores e princípios de origem indígena, européia ou asiática. O termo étnico é fundamental para
demarcar que individuo pode ter a mesma cor da pele que o outro, a mesmo tipo de cabelo e traços
culturais e sociais que os distingue, caracterizando assim etnias diferentes.
       Os professores e as professoras que se posicionam criticamente em relação ao conceito de
gênero, raça e etnia podem instituir discursivamente uma “vontade de verdade” de um grupo social,
para utilizar a expressão de Foucault (2002). Mobilizar uma ação contra os padrões e os processos
de exclusões instituídos é um grande passo para implantação de uma diversidade cultural, pois as
diferenças são socialmente construídas e estão envolvidas com as relações de poder.
5


As novas dimensões dos conceitos gênero, raça e etnia


        De um modo geral, mulheres, negros e indígenas são sub-representados no espaço escolar,
seja no currículo escolar, nos livros didáticos e também no posicionamento do professor na sala de
aula. Citamos alguns exemplos dessas subrepesentações e/ou estereotipias dos estudos realizados
por Ana Célia Silva (2005, p. 35) do livro Ciranda do Saber, para a 2ª série do ensino fundamental.
Existe na pagina 64 uma caricatura de uma menina com uma atividade escolar, com uma cabeça
enorme, sentada à escrivaninha, com livro nas mãos. O texto abaixo coloca em dúvida seu interesse
pelos estudos através das seguintes frases:
       A menina da gravura parece gostar estudar
       Será que ela gosta de estudar?

    O professor ou a professora pode começar a questionar com seus alunos se gostar de estudar é
inerente ao fato de ser menino ou ser menina. Questionar frases tão comuns em nosso cotidiano
como: Isso não é coisa de menino?
        Em uma perspectiva histórica, podemos afirmar que o conceito de gênero menino e menina
foram produzidos no interior das relações sociais e faz parte do nosso cotidiano, por isso,
aprendemos a repeti-los e naturalizamos. Como nos relata Renata Vieira; Lizete Bomura Maciel
(2008), esse simples substantivo comum que varia quanto ao gênero, mas não só de acordo com a
gramática da língua portuguesa, os seres humanos são classificados como pertencentes ao sexo
masculino ou ao sexo feminino. Essa diferença de matriz biológica é extensiva a todos os
indivíduos da espécie humana.
Aprendemos a considerar que associado ao nome menino ou menina, algumas características e
comportamentos precisam existir, pois tais características quando se trabalha conceito político do
termo gênero, podemos questionar comportamentos pré- estabelecidos e com isso desconstruir os
esteriótipos.
        Ana Célia da Silva (2005, p.138), ainda nos relata que no livro de Caminho Certo, indicado
para a 3º série, a história O menino que queria mudar de cor, no decorrer do texto surgem as
seguintes frases:
               A idéia me surgiu quando minha mãe pegou preparado e com ele se pôs a tirar da
                panela o carvão grudado no fundo.
               [...] eu juntei o pó restante e com ele esfreguei a barriga de perna. Esfrequei,
                Esfrequei e vi que, diante de tanto dor, era impossível tirar todo o negro da pele.

        O ato realizado pelo menino da história propicia a visualização de que “ser negro” é algo
negativo que deve ser apagado. Ao utilizar o conceito de étnico-racial em uma dimensão política
6
percebermos os mecanismos sócio-históricos que levaram esse menino a esfregar sua pele para
mudar a sua cor. É uma forma de se auto-rejeitar como um negro.
       Ensinar que a diferença pode ser bela, que a diversidade é enriquecedora e não pode ser
sinônimo de desigualdade, pode evitar ações como essa da história do livro O menino que queria
mudar de cor. Com isso, rompermos com as verdades socialmente construídas de que para ser belo,
tenho que ser branco e ser magro.


Considerações


       Na educação escolar, trabalhar na perspectiva da diversidade cultural significa uma ação
pedagógica que vai além do reconhecimento de que os alunos sentados nas cadeiras de uma sala de
aula são diferentes, por terem suas características individuais e pertencentes a um grupo social, mas
é preciso efetivar uma pedagogia da valorização das diferenças. Entendemos que o primeiro passo
para isso é defender uma educação questionadora dos conceitos essencialistas e tratá-los como
categorias socialmente constituídas no decorrer dos discursos históricos.


Referências


ABRAMOWICZ. Anete. Trabalhando a diferença na educação infantil. São Paulo: Moderna,
2006.
BRAGA, Eliane Maio. A questão do Gênero e da sexualidade na educação. In: RODRIGUES,
Eliane; ROSIN, Sheila Maria (orgs). Infância e práticas educativas. Maringá – Pr. EDUEM. 2007.
BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da
rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras
providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 10 jan. 2003.
CANDAU, Maria Vera. Sociedade multicultural e educação: tensões e desafios. In CANDAU,
Maria Vera (org). Cultura(s) e educação: entre o crítico e pós-crítico. Rio de Janeiro: DP&A,
2005.
COSTA, Marisa Vorraber. Currículo e pedagogia em tempo de proliferação da diferença: In
Trajetórias e processos de ensinar e aprender: sujeitos, currículos e culturas – XIV ENDIPE;
Porto Alegre – RS: Edipucrs, 2008.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Aula inaugural no Collège de France, pronunciada
em 2 de dezembro de 1970. Trad. Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo:Loyola, 2002. (1 ed.
1996, Série Leituras Filosóficas).
HALL, Stuart. Quem precisa da identidade? In; SILVA, Tomaz Tadeu (org). Identidade e
diferença: a perspectiva dos Estudos culturais. Petrópolis-RJ: Editora Vozes; 2000.
LOURO. Guacira. L. Gênero, sexualidade e educação. Petropóles: Vozes 1997.
SANTOS, Gislene A. dos. A invenção do ser negro: um percurso das idéias que naturalizaram a
inferioridade dos negros. São Paulo/ Rio de Janeiro: Pallas; 2002.
7
SILVA, Ana Célia da. Desconstruindo a Discriminação do Negro no Livro Didático – Salvador,
BA, EDUFBA, 2005.
SILVA, Tomaz Tadeu. A produção social da identidade e da diferença. In; SILVA, Tomaz Tadeu
(org). Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos culturais. Petrópolis-RJ: Editora Vozes;
2000.
VIEIRA, Renata; MACIEL, Lizete Bomura. Menino Brinca de boneca? Contribuição da teoria
histórico-cultural para se pensar o preconceito em sala de aula. In: Trajetórias e processos de
ensinar e aprender: sujeitos, currículos e culturas – XIV ENDIPE; Porto Alegre – RS: Edipucrs,
2008.

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  • 1. Conceitos de gênero, etnia e raça: reflexões sobre a diversidade cultural na educação escolar Juliana Keller Nogueira, Delton Aparecido Felipe, Teresa Kazuko Teruya (UEM) Educação escolar, formação de professores, diversidade cultura ST 1 - A questão racial no Brasil e as relações de gênero Introdução Nossa história é marcada pela eliminação simbólica e/ou física do “outro”. Os processos de negação desses “outros”, na maioria das vezes, ocorreram no plano das representações e do imaginário social quando estabelecemos os conceitos do que é ser belo, ser mulher, ou até mesmo do que é ser brasileiro. Ao tratar a questão da diversidade cultural, Anete Abramowicz (2006) diz que todo o brasileiro vive uma situação no mínimo, inusitada. De um lado, há o discurso de que nós somos um povo único, fruto de um intenso processo de miscigenação e mestiçagem, que gerou uma nação singular com indivíduos culturalmente diversificados. De outro, vivenciamos em nossas relações cotidianas inúmeras práticas preconceituosas, discriminatórias e racistas em relação a alguns segmentos da população, como, as mulheres, os indígenas e os afro-descendentes. Na atualidade mesmo com manutenção de vários padrões de comportamento, de beleza, os documentos relacionados à educação brasileira outorgam que somos um país construído tendo por base a diversidade cultural. Mas o que significa diversidade cultural em país onde os diversos grupos sociais são marginalizados em suas representações? Os estudos de Ana Célia da Silva (2005) mostram que apesar da diversidade cultural registrados nos documentos oficiais, porque os bancos escolares são freqüentados por alunos de diferente origem étnico-raciais e gênero, os conteúdos programáticos dos livros didáticos e dos currículos escolares apresentam ainda como padrão o homem, branco e heterossexual. No intuito de refletirmos sobre as possibilidades de ação pedagógica para tratar da diversidade cultural na educação escolar, questionamos: como trabalhar os conceitos de gênero, raça, e etnia na sala de aula, com o propósito de valorizar as múltiplas identidades constituintes no ambiente escolar? Ana Célia Silva (2005) afirma que nos livros didáticos, nos currículos escolares e nas falas dos professores, ainda há uma invisibilidade ou a visibilidade subalterna de diversos grupos sociais, como os negros, os indígenas e as mulheres. O preconceito instituído e manifestado na prática pedagógica pode levar tais grupos a uma auto-rejeição e rejeição ao seu grupo social, comprometendo os processos constitutivos de sua identidade(s).
  • 2. 2 O que é diversidade cultural? Para Anete Abramowicz (2006, p12) “diversidade pode significar variedade, diferença e multiplicidade. A diferença é qualidade do que é diferente; o que distingue uma coisa de outra, a falta de igualdade ou de semelhança”. Nesse sentido, podemos afirmar que onde há diversidade existe diferença. Marisa Vorraber Costa (2008) afirma que a diferença não é uma marca do sujeito, mas sim uma marca que o constituem socialmente, e se estabeleceu como uma forma de exclusão, ser diferente na educação ainda significa ser excluído e/ou ser subrepresentado nas instâncias sociais. Reconhecer que somos diferentes para estabelecer a existência de uma diversidade cultural no Brasil, não é suficiente para combater os estereótipos e os estigmas que ainda marginalizam milhares de crianças em nossas escolas e milhares de adultos em nossa sociedade. Maria Vera Candau (2005) afima que: “Não se deve contrapor igualdade a diferença. De fato, a igualdade não está oposta à diferença, e sim à desigualdade, e diferença não se opõem à igualdade, e sim à padronização, à produção em série, à uniformidade, a sempre o “mesmo”, à mesmice”. (CANDAU, 2OO5, p. 19). Reconhecer a diferença é questionar os conceitos homogêneos, estáveis e permanentes que excluem o ou a diferente. As certezas que foram socialmente construídas devem se fragilizar e desvanecer. Para tanto, é preciso desconstruir, pluralizar, ressignificar, reinventar identidades e subjetividades, saberes, valores, convicções, horizonte de sentidos. Somos obrigados a assumir o múltiplo, o plural, o diferente, o híbrido, na sociedade como um todo (CANDAU, 2005). Falar sobre diversidade não pode ser só um exercício de perceber os diferentes, de tolerar o “outro”. Antes de tolerar, respeitar e admitir a diferença é preciso explicar como essa diferença é produzida e quais são jogos de poder estabelecido por ela. Como nos alerta Tomaz Tadeu da Silva (2000), a diversidade biológica pode ser um produto da natureza, mas o mesmo não se pode dizer sobre a diversidade cultural, pois, de acordo com autor, a diversidade cultural não é um ponto de origem, ela é em vez disso um processo conduzido pelas relações de poderes constitutivos da sociedade que estabelece “outro” diferente do “eu” e “eu” diferente do “outro” como uma forma de exclusão e marginalização. Uma ação pedagógica realmente pautada na diversidade cultural deve ter como principio uma política curricular da identidade e da diferença. Tem obrigação de ir além das benevolentes declarações de boa vontade para com a diferença, ela coloca em seu centro uma teoria que permita
  • 3. 3 não só reconhecer e celebrar a diferença, mas também questioná-la, a fim de perceber como ela discursivamente está constituída. Como alerta-nos Marisa Vorraber Costa (2008), identidade e diferença são inseparáveis, dependendo uma da outra. Elas são produzidas na trama da linguagem, a identidade e a diferença são construídas dentro de um discurso, por isso precisamos compreendê-las como são produzidas em locais históricos e institucionais por meio do discurso. Foucault argumenta que: [...] são os discursos eles mesmos que exercem seu próprio controle; procedimentos que funcionam, sobretudo, a título de princípios de classificação, de ordenação, de distribuição, como se tratasse desta vez, de submeter outra dimensão do discurso: a do acontecimento e do acaso.” ( FOUCAULT, 2002 p.21) Compreendemos que o discurso por meio da afirmação de conceitos essencialistas não historicizados, são incapazes de perceber os processos de mudanças e de transformações sociais que padronizam e marginalizam os diversos grupos sociais. Para Stuart Hall (2000), os conceitos devem ser historicizados para perceber como eles são construídos dentro de uma prática discursiva que se envolve nas relações assimétricas de poder. Os professores e as professoras que percebem em sua ação pedagógica como os conceitos de gênero, raça e etnia são socialmente construídos e discursivamente usados para marginalizar o “outro” estarão, de fato, contribuindo para a constituição de uma diversidade cultural que não seja apenas tolerante, mas que perceba que “eu” e o “outro” temos os mesmos direitos e devemos ter a mesma representatividade, tanto nos conteúdos escolares quanto nas instituições sociais. Reflexões sobre os conceitos de gênero, raça e etnia na formação de professores Os conceitos de gênero, raça e etnia ao serem trabalhados na sala de aula em uma perspectiva da valorização da(s) identidade(s) dos múltiplos sujeitos que convivem no mesmo espaço da escola devem ter um posicionamento político, a fim de desconstruir os esteriótipos e os estigmas que foram atribuídos historicamente à alguns grupos sociais. A questão de gênero a ser trabalhado na sala de aula, deve começar pelo entendimento de como esse conceito gênero ganhou contornos políticos. O conceito de gênero surgiu entre as estudiosas feministas para se contrapor à idéia da essência, recusando qualquer explicação pautada no determinismo biológico, que pudessem explicitar comportamento de homens e mulheres, empreendendo, dessa forma, uma visão naturalista, universal e imutável do comportamento. Tal determinismo serviu para justificar as desigualdades entre ambos, a partir de suas diferenças físicas.
  • 4. 4 De acordo com as autoras Guacira L. Louro (1997) e Eliane Maio Braga (2007), a expressão gênero começou a ser utilizado justamente para marcar as diferenças entre homens e mulheres não são apenas de ordem física e biológica. Como não existe natureza humana da cultura, para as autoras, a diferença sexual anatômica não pode mais ser pensada isolada das construções sócio- culturais em que estão imersas. A diferença biológica é apenas o ponto de partida para a construção social do que é ser homem ou ser mulher. O sexo é atribuído ao biológico enquanto gênero e é uma construção social e histórica. A noção de gênero aponta para a dimensão das relações sociais do feminino e do masculino (BRAGA, 2007). Atualmente, o conceito de raça quando aplicado a humanidade causa inúmeras polêmicas, porque a área biológica comprovou que as diferenças genéticas entre os seres humanos são mínimas, por isso não se admite mais que a humanidade é constituída por raças. No entanto na década de 1970, o Movimento Negro Unificado e os teóricos que defendiam a causa, ressignificaram o conceito de raça como uma construção social forjada nas tensas relações entre brancos, negros e indígenas. Muitas vezes simulados como harmoniosos, não tinha relação com o conceito biológico de raça cunhado no século XIX, e que hoje está superado. O termo raça usado nesse contexto, segundo Petronilha Beatriz Silva (BRASIL, 2004), tem uma conotação política e é utilizado com freqüência nas relações sociais brasileiras, para informar como determinadas características físicas, como cor da pele, tipo de cabelo, entre outras, influenciam, interferem e até mesmo determina o destino e o lugar social dos sujeitos no interior da sociedade brasileira. O conceito de raça ao ser usado com conotação política permite, por exemplo, aos negros valorizar a característica que difere das outras populações e romper com as teorias raciais que foram formuladas no século XIX e até hoje permeia o imaginário popular. O termo étnico é geralmente segundo Petronilha Beatriz Silva (BRASIL, 2004), marca as relações tensas por causa das diferenças na cor da pele e nos traços fisionômicos que caracterizam a raiz cultural plantada ancestralidade dos mais diversos grupos, que difere em visão de mundo, valores e princípios de origem indígena, européia ou asiática. O termo étnico é fundamental para demarcar que individuo pode ter a mesma cor da pele que o outro, a mesmo tipo de cabelo e traços culturais e sociais que os distingue, caracterizando assim etnias diferentes. Os professores e as professoras que se posicionam criticamente em relação ao conceito de gênero, raça e etnia podem instituir discursivamente uma “vontade de verdade” de um grupo social, para utilizar a expressão de Foucault (2002). Mobilizar uma ação contra os padrões e os processos de exclusões instituídos é um grande passo para implantação de uma diversidade cultural, pois as diferenças são socialmente construídas e estão envolvidas com as relações de poder.
  • 5. 5 As novas dimensões dos conceitos gênero, raça e etnia De um modo geral, mulheres, negros e indígenas são sub-representados no espaço escolar, seja no currículo escolar, nos livros didáticos e também no posicionamento do professor na sala de aula. Citamos alguns exemplos dessas subrepesentações e/ou estereotipias dos estudos realizados por Ana Célia Silva (2005, p. 35) do livro Ciranda do Saber, para a 2ª série do ensino fundamental. Existe na pagina 64 uma caricatura de uma menina com uma atividade escolar, com uma cabeça enorme, sentada à escrivaninha, com livro nas mãos. O texto abaixo coloca em dúvida seu interesse pelos estudos através das seguintes frases:  A menina da gravura parece gostar estudar  Será que ela gosta de estudar? O professor ou a professora pode começar a questionar com seus alunos se gostar de estudar é inerente ao fato de ser menino ou ser menina. Questionar frases tão comuns em nosso cotidiano como: Isso não é coisa de menino? Em uma perspectiva histórica, podemos afirmar que o conceito de gênero menino e menina foram produzidos no interior das relações sociais e faz parte do nosso cotidiano, por isso, aprendemos a repeti-los e naturalizamos. Como nos relata Renata Vieira; Lizete Bomura Maciel (2008), esse simples substantivo comum que varia quanto ao gênero, mas não só de acordo com a gramática da língua portuguesa, os seres humanos são classificados como pertencentes ao sexo masculino ou ao sexo feminino. Essa diferença de matriz biológica é extensiva a todos os indivíduos da espécie humana. Aprendemos a considerar que associado ao nome menino ou menina, algumas características e comportamentos precisam existir, pois tais características quando se trabalha conceito político do termo gênero, podemos questionar comportamentos pré- estabelecidos e com isso desconstruir os esteriótipos. Ana Célia da Silva (2005, p.138), ainda nos relata que no livro de Caminho Certo, indicado para a 3º série, a história O menino que queria mudar de cor, no decorrer do texto surgem as seguintes frases:  A idéia me surgiu quando minha mãe pegou preparado e com ele se pôs a tirar da panela o carvão grudado no fundo.  [...] eu juntei o pó restante e com ele esfreguei a barriga de perna. Esfrequei, Esfrequei e vi que, diante de tanto dor, era impossível tirar todo o negro da pele. O ato realizado pelo menino da história propicia a visualização de que “ser negro” é algo negativo que deve ser apagado. Ao utilizar o conceito de étnico-racial em uma dimensão política
  • 6. 6 percebermos os mecanismos sócio-históricos que levaram esse menino a esfregar sua pele para mudar a sua cor. É uma forma de se auto-rejeitar como um negro. Ensinar que a diferença pode ser bela, que a diversidade é enriquecedora e não pode ser sinônimo de desigualdade, pode evitar ações como essa da história do livro O menino que queria mudar de cor. Com isso, rompermos com as verdades socialmente construídas de que para ser belo, tenho que ser branco e ser magro. Considerações Na educação escolar, trabalhar na perspectiva da diversidade cultural significa uma ação pedagógica que vai além do reconhecimento de que os alunos sentados nas cadeiras de uma sala de aula são diferentes, por terem suas características individuais e pertencentes a um grupo social, mas é preciso efetivar uma pedagogia da valorização das diferenças. Entendemos que o primeiro passo para isso é defender uma educação questionadora dos conceitos essencialistas e tratá-los como categorias socialmente constituídas no decorrer dos discursos históricos. Referências ABRAMOWICZ. Anete. Trabalhando a diferença na educação infantil. São Paulo: Moderna, 2006. BRAGA, Eliane Maio. A questão do Gênero e da sexualidade na educação. In: RODRIGUES, Eliane; ROSIN, Sheila Maria (orgs). Infância e práticas educativas. Maringá – Pr. EDUEM. 2007. BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 10 jan. 2003. CANDAU, Maria Vera. Sociedade multicultural e educação: tensões e desafios. In CANDAU, Maria Vera (org). Cultura(s) e educação: entre o crítico e pós-crítico. Rio de Janeiro: DP&A, 2005. COSTA, Marisa Vorraber. Currículo e pedagogia em tempo de proliferação da diferença: In Trajetórias e processos de ensinar e aprender: sujeitos, currículos e culturas – XIV ENDIPE; Porto Alegre – RS: Edipucrs, 2008. FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Trad. Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo:Loyola, 2002. (1 ed. 1996, Série Leituras Filosóficas). HALL, Stuart. Quem precisa da identidade? In; SILVA, Tomaz Tadeu (org). Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos culturais. Petrópolis-RJ: Editora Vozes; 2000. LOURO. Guacira. L. Gênero, sexualidade e educação. Petropóles: Vozes 1997. SANTOS, Gislene A. dos. A invenção do ser negro: um percurso das idéias que naturalizaram a inferioridade dos negros. São Paulo/ Rio de Janeiro: Pallas; 2002.
  • 7. 7 SILVA, Ana Célia da. Desconstruindo a Discriminação do Negro no Livro Didático – Salvador, BA, EDUFBA, 2005. SILVA, Tomaz Tadeu. A produção social da identidade e da diferença. In; SILVA, Tomaz Tadeu (org). Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos culturais. Petrópolis-RJ: Editora Vozes; 2000. VIEIRA, Renata; MACIEL, Lizete Bomura. Menino Brinca de boneca? Contribuição da teoria histórico-cultural para se pensar o preconceito em sala de aula. In: Trajetórias e processos de ensinar e aprender: sujeitos, currículos e culturas – XIV ENDIPE; Porto Alegre – RS: Edipucrs, 2008.