Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Trabalho de açao e mediaçao
1. Poemas eternizados por Autores
Maranhenses.
“deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão ”
"Não chores, meu filho”
“...Mas eu quero e é necessário
que me sofra e me solidifique em poeta”
“E em torno os olhos úmidos, tristonhos,
Espraia, e chora, como Jeremias...
2. Ferreira Gullar
Aprendizado
Do mesmo modo que te abriste à alegria
abre-te agora ao sofrimento
que é fruto dela
e seu avesso ardente.
Do mesmo modo
que da alegria foste
ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão
que a vida só consome
o que a alimenta.
3. "Não chores, meu
filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os
bravos
Só pode exaltar!“
Gonçalves Dias
4. Nauro Machado
O Parto
Meu corpo está completo, o homem - não o
poeta.
Mas eu quero e é necessário
que me sofra e me solidifique em poeta,
que destrua desde já o supérfluo e o ilusório
e me alucine na essência de mim e das coisas,
para depois, feliz e sofrido, mas verdadeiro,
trazer-me à tona do poema
com um grito de alarma e de alarde:
ser poeta é duro e dura
e consome toda
uma existência.
5. Raimundo Correia
Saudade
Aqui outrora retumbaram hinos;
Muito coche real nestas calçadas
E nestas praças, hoje abandonadas,
Rodou por entre os ouropéis mais finos...
Arcos de flores, fachos purpurinos,
Trons festivais, bandeiras desfraldadas,
Girândolas, clarins, atropeladas
Legiões de povo, bimbalhar de sinos...
Tudo passou! Mas dessas arcarias
Negras, e desses torreões medonhos,
Alguém se assenta sobre as lájeas frias;
E em torno os olhos úmidos, tristonhos,
Espraia, e chora, como Jeremias,
Sobre a Jerusalém de tantos sonhos!...
6. Poética
curvos e curvas sopram
mais que males no cordão
dos ares da verdade nua
nua e crua como a palidez
do sono quando a natureza
dos pés à cabeça nos
pergunta: como? palha
gralha linda calvo favo
aceso lâmpada do nada
sobre o pó desfeito de um
chão fugido por bicar um
pássaro maçã tarde e calma
Ah! eu adormeço... longe e
longo tomo um farol
sumido nos confins da
noite grito, coração, que
grito? fala para a ala dúbio
alvorecer fala parasia antes
de morrer do capim
Raimundo
dourado morivigerando no
verdor da lua salta o sol de
quando tudo era na erva o
Fontenele
fluxo de existir vida-
taça, gota do ser no devir.
7. Maranhão Satã
Sobrinho Nas margens de cristal do Danúbio
do sonho, cromadas de rubis, de
pérolas purpúreas, vê-se o imenso
solar sonolento e medonho do
dragão infernal das Princesas
espúrias... Guarda o nobre portal de
alabastro tristonho desse antigo
solar, de malditas luxúrias, em que
fulge o brasão heráldico do sonho
não sei quantas legiões de duendes e
fúrias! Sobre o mármore azul das
colunas austeras, que, em noivados
de luz, o luar engrinalda brilha o vivo
cristal de alígeras quimeras... Velam
desse dragão o oriental tesoiro, sobre
um trono de rei, de maciça
esmeralda, dois soberbos leões, de
grandes patas de oiro...