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SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ / SESPI
                             FACULDADE PIAUIENSE - FAP
                             COORDENAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO




                    CONTABILIADE GERENCIAL
                          PROF. HENRIQUE MELO




                      APOSTILA



ALUNO: _______________________________________________
TURMA:_______________ BLOCO: ______________




                             PARNAÍBA / PI




Contabilidade Gerencial                                                1
SUMÁRIO

A Evolução e o Impacto da Contabilidade Gerencial como ferramenta de gestão nas
organizações ....................................................................................................................... 03
A Integração do processo decisório com os sistemas de informações contábeis e
gerenciais e características das informação contábil útil .............................................. 05
Definições da Contabilidade Gerencial ............................................................................... 07
Características da Contabilidade Gerencial ........................................................................ 08
Objetivos e Finalidades da Contabilidade Gerencial .......................................................... 09
Usuários das Informações Contábil-Gerenciais ...................................................................10
Integração da Contabilidade Gerencial para fins decisoriais .............................................. 11
Métodos de Custeamento .................................................................................................. 12
Objetivo da Contabilidade de Custos .................................................................................. 13
Necessidade da Contabilidade de Custos ............................................................................ 13
Importância da Contabilidade de Custos ............................................................................. 13
Terminologia Contábil ........................................................................................................ 14
   Diferenças entre Custos e Despesas ................................................................................ 16
Classificação de Custos ....................................................................................................... 18
   Quanto à alocação ao produto ........................................................................................ 18
   Quanto ao volume .......................................................................................................... 19
Conceitos e práticas de métodos de apropriação de custos ................................................. 22
Métodos de Custeio ............................................................................................................. 23
Abordagem por Absorção ................................................................................................... 23
Abordagem do Custeio Variável ......................................................................................... 30
Abordagem do Custeio ABC ou Custeamento por Atividades ........................................... 33
   Vantagem do Sistema de Custeio ABC ......................................................................... 34
Análise Custo/Volume/Lucro ........................................................................................... 38
Margem de Contribuição .................................................................................................... 39
Ponto de Equilíbrio ............................................................................................................. 42
Estudo de Caso 1 ................................................................................................................ 52
Estudo de Caso 2 ................................................................................................................ 53
Referências ........................................................................................................................ 54




Contabilidade Gerencial                                                                                                              2
A EVOLUÇÃO E O IMPACTO DA CONTABILIDADE GERENCIAL COMO
           FERRAMENTA DE GESTÃO NAS ORGANIZAÇÕES


O ambiente nas organizações vem se modificando constantemente ao longo do tempo. A TI
(Tecnologia da Informação), está cada vez mais atuante e presente nas organizações,
deixando de ser um diferencial para passar a ser quase um produto de commodites. A TI
possibilita uma maior ação na logística, no que tange a competição pelo mercado (market
share), proporciona aos gestores uma crescente rapidez, flexibilidade e agilidade nas
tomadas de decisões. As empresas evoluem a todo o momento e por isso a contabilidade
como um sistema de informação (SI), e principal meio de informação econômico e
financeiro que é para os gestores também tende a crescer.

Analisando a contabilidade como ciência e a importância dela no SI, verifica-se que a
mesma pode ser influenciada por vários fatores no ambiente externo acarretando mudanças
no ambiente dos negócios na organização modificando todo o contexto informacional
anterior, tais fatores são: a tecnologia da informação, os capitais investidos na empresa e o
próprio mercado tão volátil hoje em dia. Tais vertentes interferem diretamente na compra
de matérias primas, na cadeia produtiva da empresa, na comercialização entre os clientes,
surgimento de novos produtos, aumento dos riscos na economia, aumento do valor
agregado ao produto/serviços, melhor gerenciamento interno e externo das organizações,
etc. Diante do exposto no que tange ao crescimento do cenário da economia mundial, a
contabilidade principalmente a gerencial, também sofrerá um impacto como uma
ferramenta de gestão nas organizações nas tomadas de decisões.

Para Atkinson (2000), contabilidade gerencial é o processo de produzir informação
operacional e financeira para funcionários e administradores. Segundo Crepaldi (2004), a
contabilidade gerencial é o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer
instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais.
A contabilidade gerencial faz parte do rol das ciências da contabilidade e como já foi
mencionado, vem tendo crescimento como ciência e consequentemente alterando e
mudando seu foco, bem como no processo de tomadas de decisões pelos gestores. Em
meados dos anos 50, a contabilidade gerencial funcionava como órgão de staff, ou seja,
efetuava apenas atividades de apoio à gestão, como: preparação dos orçamentos, processo
de elaboração e controle dos custos na produção e elaboração de relatórios gerenciais. Já
por volta dos anos 90, a contabilidade gerencial foi de certa forma “promovida”, passando
de mero órgão de apoio, para ser parte integral do processo de gestão, criando valor através
do uso da TI e disponibilizando informações em tempo real para os gestores. Hoje em dia,
os profissionais da área (contadores gerenciais, controllers), tem como foco principal,
mensurar, analisar, interpretar e gerar pareceres concisos que possam ser usados pelos
gestores em tomadas de decisões mais coerentes com a realidade. Crepaldi apud IFAC
(2004) afirma que o contador gerencial é um profissional que identifica, mede, acumula,
analisa, prepara, interpreta e relata informações (tanto financeira quanto operacionais) para
uso da administração de uma empresa [...].




Contabilidade Gerencial                                                                    3
Segundo Padoveze (2004), o atual estágio da Contabilidade Gerencial, que abarca todos os
estágios evolutivos anteriores, centra-se no processo de criação de valor por meio do uso
efetivo dos recursos empresariais.

Diante desse contexto, constata-se quatro estágios no processo evolutivo da Contabilidade
Gerencial, que influencia nas tomadas de decisão do gestor, são elas:

   •   Estágio 1 – em meados dos anos 50, o foco principal estava vinculado ao controle
       do custo de produção e a elaboração do orçamento;
   •   Estágio 2 – acontece em meados dos anos 60, a contabilidade gerencial passa a
       fornecer informações para o controle gerencial;
   •   Estágio 3 – já em meados dos anos 80, a contabilidade gerencial foi focada mais
       como ferramenta para minimizar os custos no processo começou-se a usar mais a
       tecnologia para auxiliar tal processo;
   •   Estágio 4 – e em meados dos anos 90, a contabilidade gerencial passou a fazer parte
       integrante no processo de gestão, não só apenas na geração de informações, mas
       também na criação de valor, bem como na busca de se usar tal ferramenta como um
       diferencial para alcançar vantagem competitiva no mercado.




Figura 1: Estágios Evolutivos da Contabilidade Gerencial
FONTE: Padoveze (2004)

Analisando o gráfico acima, constata-se que cada estágio representa uma evolução da
contabilidade gerencial, bem como o crescimento dos focos e objetivos da organização. A




Contabilidade Gerencial                                                                 4
evolução dos estágios não significa que os focos anteriores tenham deixado de ser
trabalhados, cada estágio é uma combinação do antes com o atual. Constata-se também que
os estágios “velhos” estão sempre sendo modificados, isso acontece para facilitar a
integração com o “novo” estágio e contribuir para a solidez e alinhamento estratégico da
organização.

A contabilidade gerencial se bem usada é uma ferramenta impar e indispensável no
processo de gestão. No decorrer de todo processo na organização, a contabilidade gerencial
vai adicionando e criando valor para os stakeholders e gerando informações necessárias
para um crescimento, perpetuidade e obtenção de lucro para a organização.

    A INTEGRAÇÃO DO PROCESSO DECISÓRIO COM OS SISTEMAS DE
   INFORMAÇÕES CONTÁBEIS E GERENCIAIS E CARACTERÍSTICAS DA
                  INFORMAÇÃO CONTÁBIL ÚTIL


O momento atual caracteriza-se com uma intensidade de mudanças significativas como o
desenvolvimento tecnológico, o aumento da competitividade, a complexidade do ambiente
econômico e a globalização, colocando as empresas diante de novos desafios.

A administração com pressões competitivas levam as empresas a obtenção de novas formas
de vantagens competitivas, caracterizadas por intensos e contínuos esforços oferecendo
produtos e serviços inovadores com padrão de qualidade, a um custo mais baixo, e
provocando uma maior satisfação dos clientes .

Uma das técnicas utilizadas para auxiliar no avanço competitivo é o uso do sistema de
informações contábeis (SIC), oferecendo as empresas relatórios gerenciais com
informações que auxilie no processo de gestão criando vantagens competitivas no mercado
concorrente.

Segundo Padoveze (2004), para que a informação contábil seja usada no processo de
administração, é necessário que essa informação contábil seja desejável e útil para as
pessoas responsáveis pela administração da entidade. Para os administradores que buscam
a excelência empresarial, uma informação, mesmo que útil, só é desejável se conseguida a
um custo adequado e interessante para a entidade. A informação não pode custar mais do
que ela pode valer para a administração da entidade.

Segundo Figueiredo e Caggiano (1997), desde que a qualidade da informação disponível
seja essencial para a qualidade da decisão, um sistema de informação adequado e eficiente
é pré-requisito do sucesso gerencial.........informação é força integradora que combina os
recursos organizacionais num plano coerentemente direcionado para a realização dos
objetivos organizacionais.

Para Laudon & Laudon (2004), hoje, todos admitem que conhecer sistemas de informação
é essencial para os administradores, porque a maioria das organizações precisa deles para
sobreviver e prosperar. Esses sistemas podem auxiliar as empresas a estender seu alcance a




Contabilidade Gerencial                                                                 5
locais distantes, oferecer novos produtos e serviços, reorganizar fluxos de tarefas e trabalho
e, talvez, transformar radicalmente o modo como conduzem os negócios.

Diante desses pressupostos básicos para a informação contábil, fica claro o caminho a ser
adotado para que a contabilidade se transforme em ferramenta de ação administrativa e se
torne um instrumento gerencial. Para se fazer, então, Contabilidade Gerencial, é mister a
construção de um Sistema de Informação Gerencial. Em outras palavras, é possível fazer e
é possível ter Contabilidade Gerencial dentro de uma entidade, desde que se construa um
Sistema de Informação Contábil.

Segundo Laudon & Laudon (2004), definem Sistemas de Informações Gerenciais como o
estudo dos sistemas de informação nas empresas e na administração. O termo Sistemas de
Informações Gerenciais (SIGs) também designa uma categoria especifica de sistemas de
informação que dão suporte às funções do nível gerencial. Os Sistemas de Informações
Gerenciais (SIGs) atendem ao nível gerencial da organização, munindo os gerentes de
relatórios ou de acesso on-line aos registros do desempenho corrente e histórico da
organização.

Com um enfoque especial a contabilidade através da aplicação de varias técnicas e
procedimentos com grau detalhado de informações feitos sob medida para o usuário, ocupa
um lugar preponderante na administração dos negócios, sendo utilizada como ferramenta de
apoio nas atividades de tomada de decisões pelos gestores.

Sob o ponto de vista teórico, evidencia a Contabilidade Gerencial, em contínua evolução
através da elaboração de relatórios que dêem suporte às etapas de planejamento, execução e
controle das atividades empresariais, com elo de comunicação vital e bidirecional das metas
e objetivos da organização para que possam chegar à melhor tomada de decisões, e
colaborar para otimizar os resultados da empresa.

Diante dessa importância, abordaremos a Contabilidade Gerencial a como fonte de dados,
planejamento e relatórios gerenciais, compatibilizando planos e procedimentos,
propiciando, assim, maior agilidade à contabilidade e maiores informações gerenciais para
a tomada de decisão, determinando, então a necessidade da cultura de controle e a utilidade
do planejamento e da Contabilidade Gerencial como sistema de informações dentro das
organizações.

Exercícios:

   a)   Como você define o momento atual em relação a Tecnologia no nosso ambiente?
   b)   O que você entende por Sistema de Informação Gerencial (SIG)?
   c)   O que você entende por Sistema de Informação Contábil (SIC)?
   d)   Qual a principal necessidade do Sistema de Informação Contábil (SIC)?
   e)   Como os Sistemas de Informações Gerenciais (SIGs), podem auxiliar o gestor nas
        tomadas de decisões?




Contabilidade Gerencial                                                                     6
DEFINIÇÕES DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Segundo Crepaldi (2004), a Contabilidade Gerencial é uma atividade fundamental na vida
econômica. Mesmo nas economias mais simples, é necessária manter a documentação dos
ativos, das dividas e das negociações com terceiros. O papel da contabilidade torna-se
ainda mais importante nas complexas economias modernas. Uma vez que os recursos são
escassos, temos de escolher entre as melhores alternativas, e para identifica-las são
necessários os dados contábeis.

Em sentido amplo, a Contabilidade trata da coleta, apresentação e interpretação dos fatos
econômicos. Usam-se os termos Contabilidade Gerencial para descrever essa atividade
dentro da organização e Contabilidade Financeira quando a organização presta
informações a terceiros (Crepaldi, 2004).

Entendemos por Contabilidade Gerencial, como conceito básico, formador do método que
orientará o conjunto de conhecimentos contábeis organizado para observar o objeto da
ciência sob o aspecto administrativo, notadamente sob os da tomada de decisões.

A Contabilidade Gerencial é, pois uma organização de conhecimentos científicos para
conseguir efeitos práticos na direção dos empreendimentos, quer sejam eles lucrativos, quer
visem a suprir apenas idéias. Não se constrói, portanto, uma outra contabilidade; utiliza-
se da doutrina e da técnica existente para encaminhá-las na observação de uma finalidade
definida, qual seja a da correta administração do patrimônio.

A Contabilidade Gerencial, através de um sistema de informações, de métodos e
conhecimento da organização e da utilização do planejamento, fornecerá informações para
atender a necessidade de seus usuários, com relatórios que demonstram os resultados por
atividades e global da empresa, comparando-se o planejado com o realizado, para análise
da gestão empresarial e da necessidade de tomada de decisões, visando auxiliar a empresa a
atingir seus objetivos.

À medida que uma empresa cresce, suas atividades tornam-se mais complexas. Para dirigi-
la, a cúpula administrativa necessita de informações para inteirar-se dos acontecimentos
importantes nas respectivas áreas de atuação. É mediante esse fluxo de informações que ela
consegue administrar sua empresa. A tomada de decisões depende, em grande parte da
quantidade e da qualidade das informações recebidas. A tarefa de coletar dados, selecioná-
los, analisá-los e retratá-los é muito importante para que a empresa alcance seus objetivos.

Em síntese, os relatórios visam fornecer à empresa melhores condições para que possa:

   •   Calcular o lucro e as vantagens obtidas em relação aos planos estabelecidos;
   •   Melhor controlar as operações correntes e tomar decisões necessárias;
   •   Avaliar o desempenho por área e responsabilidade;
   •   Fornecer base para o planejamento futuro.




Contabilidade Gerencial                                                                   7
Portanto, a condição primordial de um bom relatório é a clareza. Um bom relatório indica
claramente a situação passada e a tendência futura do fenômeno observado. Uma
informação clara e objetiva permite a compreensão, a qual conduz à confiança e ao sucesso.
Em um bom relatório as informações são classificadas em função de usa relevância ; as de
pouca importância são relegadas ao final ou eliminadas. Deverá ser evitado um número
exagerado de cifras e tabelas complicadas.

Para Padoveze (2004), a Contabilidade Gerencial é o ramo da Contabilidade que tem por
objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em sua
funções.

A Contabilidade Gerencial é um processo com a finalidade de produzir informações
estratégicas, econômicas e de gestão das operações, de custos e das demais atividades
organizacionais que ocorrem na empresa, para o processo decisório e de controle, com
medidas de desempenho e lucratividade.

A Contabilidade Gerencial utiliza em suas aplicações outros campos de conhecimento,
como os conceitos da administração, da estrutura organizacional, bem como da
administração financeira. Com a utilização de procedimentos e técnicas contábeis, produz
relatórios de informações, desenvolvidos conforme as necessidades dos usuários, para
serem utilizados no processo de avaliação ou nas tomadas de decisões da empresa.

Segundo Crepaldi (2004), o ponto fundamental da Contabilidade Gerencial é o uso da
informação contábil como ferramenta para administração. È o processo de produzir
informação operacional financeira para funcionários e administradores. Deve ser
direcionado pelas necessidades informacionais dos indivíduos internos da empresa e deve
orientar suas decisões operacionais e de investimentos.

O Sistema de Informação Contábil Gerencial só poderá ser executado de forma eficiente,
através de um sistema integrado de informações contábeis que abrangem tanto os recursos
humanos quanto o tecnológico.

Exercícios:

   a) O que você entende por Contabilidade Gerencial?
   b) Com quais ferramentas a Contabilidade Gerencial, trabalha para auxiliar os
      administradores nas tomadas de decisões?
   c) Qual a importância dos relatórios gerenciais para o gestor?
   d) Os relatórios gerenciais fornecem quais informações aos administradores?
   e) Qual a principal característica de um “bom” relatório gerencial?
   f) A Contabilidade Gerencial utiliza outros ramos do conhecimento para auxilia-la?
      Quais?

CARACTERÍSTICAS DA CONTABILIDADE GERENCIAL




Contabilidade Gerencial                                                                 8
Para Iudícibus (1998), a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada superficialmente
como: um enfoque especial, conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já
conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise
financeira de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, um grau de detalhe mais
analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar
os gerentes das entidades em seu processo decisório. A contabilidade gerencial, num
sentido mais profundo, está voltada única e exclusivamente para a administração da
empresa, procurando suprir suas informações que se encaixam de maneira válida e efetiva
no modelo decisório do administrador.

Considera-se que o modelo decisório do administrador leva em conta cursos de ações
futuras, informações sobre situações passadas ou presentes que serão de valor para o
modelo decisório, a mediada que o passado e o presente sejam estimadores daquilo que
poderá acontecer no futuro.

A Contabilidade Gerencial consiste em preparar, de forma simples e objetiva, as
informações financeiras para o processo de gestão da empresa, com conhecimento e
acompanhamento amplo do contador gerencial nos processos de planejamento, execução e
controle, apurando as variações ocorridas e suas possíveis causas.

Para Crepaldi (2004), o contador gerencial é um profissional que: identifica, mede,
acumula, analisa, prepara, interpreta e relata informações (tanto financeiras operacionais)
para uso da administração de uma empresa, nas funções de planejamento, avaliação e
controle de suas atividades e para assegurar o uso apropriado e a responsabilidade
abrangente de seus recursos.

Na aplicação da Contabilidade Gerencial em uma empresa, regras demais poderão
atrapalhar o processo de atendimento das necessidades de informações para os usuários,
porém, não se pode deixá-la solta demais, devendo-se criar parâmetros com aplicações úteis
e confiáveis ao processo de gestão empresarial.

Exercícios:

   a) Qual (s) a (s) característica (s) da Contabilidade Gerencial?
   b) O que você entende por Contador Gerencial (Controller)?

OBJETIVOS E FINALIDADES DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Uma das funções mais importantes da contabilidade gerencial, descrita por Iudícibus
(1998), consiste em “fornecer informações hábeis para a avaliação de desempenho. Este
desempenho pode ser considerado não somente em relação à apuração de resultados por
produto ou por serviços, mas envolve uma apreciação de “quão bem” se houveram os
vários setores da empresa.

Os gestores necessitam de informações de custos e lucratividade de suas linhas de produtos,
segmentos do mercado e de cada produto e cliente. Necessitam de um sistema de controle



Contabilidade Gerencial                                                                  9
operacional que acentue a melhoria de custos, de qualidade e de redução de tempo de
processamento das atividades desenvolvidas por seus funcionários.

Segundo Crepaldi (2004), com relação à utilização dos dados da Contabilidade de Custos
para tomada de decisões, estes podem ser muito úteis para o administrador avaliar as
conseqüências de medidas tais como:

   1. Se a capacidade de produção da fábrica é insuficiente para atender a todos os
      pedidos dos clientes, qual produto ou linha de produtos deve ser cortado?
   2. Como fixar o preço de venda de um produto?
   3. Deve-se continuar comprando matérias-primas de terceiros ou interessa fabricá-los
      na empresa?

O processo da Contabilidade Gerencial deverá ser obtido através do processamento da
coleta de dados e informações que serão armazenadas e processadas no sistema de
informações da empresa.

Para Padoveze (2004), a necessidade da informação é determinada pelos usuários finais
dessa informação, por seus consumidores. Assim, a informação deve ser construída para
atender a esses consumidores e não para atender aos contadores. O contador gerencial é
aquele que sabe perfeitamente que a informação que faz parte de seu sistema foi elaborada
para atender às necessidades de outros. O contador gerencial deve fazer um estudo básico
das necessidades de informações a partir das decisões-chaves que serão tomadas baseadas
no Sistema de Informação Contábil Gerencial.

Com a integração das informações obtidas nos vários departamentos, a Contabilidade
Gerencial, como ferramenta, proporciona aos seus administradores informações que
permitem avaliar o desempenho de atividades, de projetos e de produtos da empresa, bem
como a sua situação econômico-financeira através da apresentação de informações claras e
objetivas de acordo com a necessidade de cada usuário.

Exercícios:

   a) De acordo com Iudícibus (1998), qual o principal objetivo da Contabilidade
      Gerencial?
   b) Qual a importância da Contabilidade de Custos segundo Crepaldi (2004), para o
      auxilio na tomada de decisões do gestor?

USUÁRIOS DAS INFORMAÇÕES CONTÁBIL-GERENCIAIS

A necessidade da informação é determinada por seus usuários finais, seus consumidores.
Assim, as informações deve ser gerada para atender a esses usuários e não aos contadores.
O contador gerencial é aquele que sabe perfeitamente que a informação que faz parte de seu
sistema foi elaborada para atender as necessidades de outras pessoas. Portanto, deve-se
fazer um estudo básico das necessidades das informações a partir de decisões que serão
tomadas. Os usuários finais da informação, deverão especificar claramente as necessidades



Contabilidade Gerencial                                                                10
de informações que necessitam para atender adequadamente no processo de decisão que
deverão serem tomadas.

Para a contabilidade gerencial, o fornecimento de relatórios a usuários externos, relaciona-
se a pessoas ou empresas que não participam da organização e que possuem a necessidade
de conhece-la por motivos específicos, assim como as instituições financeiras, órgãos
governamentais, fornecedores e outros. Os usuários internos, referem-se a relatório de
informações relacionadas aos membros envolvidos no processo da empresa, desde o
empresário/administrador, até os operários que necessitam estarem envolvidos no processo
de planejamento e controle do desempenho do objetivo e meta da empresa.

A Contabilidade Gerencial gera informações destinadas ao usuário interno, portanto, deve-
se distinguir três classes de participantes, diretamente envolvidos no processo:

a) Os processadores da informação
b) O público em geral
c) Os estudiosos

Exercícios:

   a) Qual a importância das informações contábil-gerenciais para os usuários?
   b) Quais os tipos de usuários que usam a informação contábil útil?
   c) Como podem ser os usuários internos?

INTEGRAÇÃO DA CONTABILIDADE GERENCIAL PARA FINS DECISORIAIS

A contabilidade gerencial, afirma IUDÍCIBUS (1998, p.22), para ser utilizada como
instrumento no processo de tomada de decisões necessita de integração com: a
contabilidade de custos, e por sua vez, com todos os procedimentos contábeis e financeiros
ligados a orçamento empresarial, a planejamento empresarial, a fornecimento de
informações contábeis e financeiras para decisão entre cursos de ação alternativos recaem,
sem sombra de dúvida, no campo da contabilidade gerencial (...) que requerem informações
contábeis (além das de outras disciplinas) que não são facilmente encontradas nos registros
da contabilidade financeira. Na melhor das hipóteses, requerem um esforço extra de
classificação, agregação e refinamento para poderem ser utilizadas em tais decisões.

Assim, a contabilidade gerencial utiliza em seus procedimentos a contabilidade de custos,
dados financeiros, operacionais, objetivos e metas das empresas, objetivando a todo
momento atender às necessidades de informações aos usuários.

A contabilidade, para apresentar informações sob o enfoque gerencial na gestão e tomada
de decisões da empresa, deverá apresentar um sistema integrado, para facilitar o nível da
informação de forma clara e objetiva na apresentação do resultado da empresa, visualizado
como um todo e detalhado conforme necessidades específicas dos usuários.

Exercícios:




Contabilidade Gerencial                                                                  11
a) Comente a afirmação de Iudícibus (1998), sobre a integração da Contabilidade
      Gerencial para fins decisoriais.

                           MÉTODOS DE CUSTEAMENTO

INTRODUÇÃO

Segundo Bruni e Famá (2004), o nascimento da Contabilidade de Custos decorreu da
necessidade de maiores e mais precisas informações, que permitissem uma tomada de
decisão correta após o advento da Revolução Industrial. Com a Revolução Industrial, as
empresas passaram a adquirir matéria-prima para transformar em novos produtos. O novo
bem criado era resultante da agregação de diferentes materiais e esforços de produção,
constituindo o que se convencionou chamar de custo de produção ou fabricação.

Atualmente as empresas enfrentam o dinamismo do mercado globalizado, as informações
são altamente divulgadas em pequenos espaço de tempo, novas ferramentas gerenciais são
desenvolvidas e as preocupações de a empresa conseguir se manter no mercado aumentam.

A necessidade da análise e do controle dos gastos empresariais acentua-se à medida que
cresce a competição entre as empresas.

A atual tendência à globalização dos mercados, que estende essa competição a um nível
internacional, enfatiza, como não poderia deixar de ser, a necessidade da adoção de técnicas
e procedimentos que permitam o adequado gerenciamento desses gastos.

A Contabilidade de Custos – que atende essa necessidade – destina-se à geração de
informações contábeis de interesse dos usuários internos da empresa, servindo de apoio
indispensável a decisões gerenciais das mais diversas naturezas.

Enquanto a Contabilidade Financeira é sintética e regida por regras bem definidas que
atendem o interesse do publico externo à empresa (ao qual se destinam às informações por
ela geradas), a Contabilidade de Custos é analítica e flexível, produzindo dados de receita,
custo e resultado por produto, por departamento, por cliente, etc.

Inicialmente desenvolvida para uma melhor avaliação dos estoques, da qual depende a
apuração do Custo dos Produtos ou Serviços Vendidos e, conseqüentemente, dos
Resultados, as funções da Contabilidade de Custos expandiram-se, à medida que
aumentava a competição dos mercados, de forma a abranger, hoje, todas as áreas e
atividades das empresas, assumindo uma posição de absoluto destaque entre as prioridades
da empresa bem administrada.

Por isso, aumenta, a cada dia, a necessidade de divulgação e aplicação das técnicas de
análise e de controle dos gastos empresariais, das quais se ocupa a Contabilidade de Custos.




Contabilidade Gerencial                                                                  12
Segundo Figueiredo e Caggiano (1997), custos são essencialmente medidas monetárias dos
sacrifícios com os quais uma organização tem que arcar a fim de atingir seus objetivos.
Conseqüentemente, são parte muito importante do processo decisorial, e não é surpresa que
os contadores estejam muito envolvidos com a coleta e análise das informações de custos.

Ainda segundo Figueiredo e Caggiano (1997), as informações de custos são necessárias
para quatro propósitos principais:

   •    Para decisão de planejamento;
   •    Para decisões de controle;
   •    Para mensuração de lucros; e
   •    Para informação aos empregados.

Exercícios:

   a)   Conceitue Contabilidade de Custos?
   b)   Qual a importância da Contabilidade de Custos na tomada de decisão do gestor?
   c)   Diferencie Contabilidade de Custos de Contabilidade Financeira.
   d)   De acordo com Figueiredo e Caggiano, as informações de custos são necessárias
        para quais propósitos?


OBJETIVO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

O objetivo básico da Contabilidade de Custos é de ser utilizado como instrumento que
possibilita à administração da empresa gerenciar suas atividades produtivas, comerciais e
financeiras, através do conhecimento dos custos dos seus produtos para avaliar estoques e
apurar o resultado das indústrias.

NECESSIDADE DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

A Contabilidade de Custos é de suma importância para a organização, pois através dela, o
gestor pode traçar estratégias e metas como por exemplo: adequar o preço de venda ao
valor praticado no mercado, pois, para a empresa é condição indispensável saber o valor do
custo de produção do produto para poder fazer esse cálculo. A administração necessita de
elementos e informações rápidas e exatas, tanto quanto possível, a fim de que se possa
tomar, em tempo real, as providências adequadas para manter o equilíbrio
econômico/financeiro e aumentar a eficiência da empresa. Isto não só em tempos normais,
mas, principalmente, em épocas de desequilíbrio econômico, quando existe forte
concorrência ou estão em perspectiva de novos concorrentes, ocasiões como estas é que
obrigam o gestor a fazer revisões de suas estratégias e metas nos âmbitos da política e
fixação de preços.

IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

Dentre as principais importâncias da Contabilidade de Custos, destacam-se:



Contabilidade Gerencial                                                                13
•   Permitir avaliar os custos unitários de produção, conseqüentemente fixar os preços
       de venda;
   •   Permite localizar os desperdícios de material, horas máquinas/homens, aproveitar
       resíduos, reduzir ou eliminar gastos;
   •   Permite apuração de custos por elementos, seções, departamentos, produtos,
       períodos, etc;
   •   Oferece elementos para estudo acurado das despesas, bem como o controle e
       previsão dos negócios;
   •   Fornece rapidamente os inventários de materiais; produtos em elaboração e
       produtos acabados, facilitando o levantamento de balancetes, balanço e
       demonstração de resultados parcial/total;
   •   Oferece elementos para comparação e interpretação dos custos ocorridos por
       departamentos, fases de fabricação, produtos;
   •   Permite descobrir quais os produtos/serviços mais lucrativos para a empresa.

Exercício:

   a) Qual o principal objetivo da Contabilidade de Custos?
   b) Qual a necessidade de se usar a Contabilidade de Custos como ferramenta
      gerencial?
   c) Cite algumas maneiras de como a Contabilidade de Custos possa ser importante nas
      decisões gerenciais.

TERMINOLOGIA CONTÁBIL

O ponto inicial da exposição sobre custos está na terminologia. Infelizmente, encontramos
em todas as áreas, principalmente nas sociais (e econômicas em particular) uma profusão de
nomes para um único conceito e também conceitos diferentes para uma única palavra.

GASTOS _ Sacrifício que a entidade arca para obtenção de um bem ou serviço,
representado por entrega ou promessa de entrega de ativos. O gasto se concretiza quando
os serviços ou bens adquiridos são prestados ou passam a ser de propriedade da empresa.

Para Padoveze (2004), gastos são todas as ocorrências de pagamentos ou recebimentos de
ativos, custos ou despesas. Significa receber os serviços e produtos para consumo para
todo o processo operacional, bom como os pagamentos efetuados e recebimentos de ativos.
Como se pode verificar, gastos são ocorrências de grande abrangência e generalização.

Exemplos:
   -      Gasto com mão-de-obra (salários e encargos sociais) = aquisição de serviços de
          mão de obra;
   -      Gasto com aquisição de mercadorias para revenda;
   -      Gasto com aquisição de matérias-primas para industrialização;
   -      Gasto com energia elétrica = aquisição de serviços de fornecimento de energia;




Contabilidade Gerencial                                                                14
-      Gasto com aluguel de edifícios;

INVESTIMENTOS _ Gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de
benefícios atribuíveis a períodos futuros.

Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são
“estocados”, nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu
consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente chamados
de investimentos (Martins, 2003).

Exemplos:
   -      Aquisição de móveis e utensílios;
   -      Aquisição de imóveis;
   -      Despesas pré-operacionais;
   -      Aquisição de marcas e patentes;
   -      Aquisição de matéria-prima;
   -      Aquisição de material de escritório.

CUSTO _ Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços:
são todos os gastos relativos à atividade de produção.

Segundo Martins (2003), o custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é,
como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a
fabricação de um produto ou execução de um serviço.

Exemplos:
   -      Salários do pessoal da produção (MOD);
   -      Matéria-prima utilizada no processo produtivo;
   -      Combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas da fábrica;
   -      Alugueis e seguros do prédio da fábrica;
   -      Depreciação dos equipamentos da fábrica;
   -      Gastos com manutenção das máquinas da fábrica.

DESPESA _ Gastos com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e
consumidos com a finalidade de obtenção de receitas.

Para Bruni e Famá (2004), despesas, correspondem a bem ou serviço consumido direta ou
indiretamente para a obtenção de receitas. Não estão associadas à produção de um produto
ou serviço. Como exemplos de despesas poder ser citados gastos com salários de
vendedores, gastos com funcionários administrativos, etc.

Exemplos:
   -      Salários e encargos sociais do pessoal de vendas;
   -      Salários e encargos sociais do pessoal administrativo;
   -      Energia elétrica consumida na sede administrativa;
   -      Gasto com combustíveis e refeições do pessoal de vendas;




Contabilidade Gerencial                                                              15
-      Conta telefônica da administração e de vendas;
   -      Alugueis e seguros da sede administrativa.

DESEMBOLSO _ Saídas de caixa para atender a aquisição de um bem ou serviço. Pode
ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não do
gasto.

PERDA _ É um gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da
atividade produtiva normal da empresa. No 1º caso, são considerados da mesma natureza
que as Despesas e são jogadas diretamente contra o resultado do período.

Exemplos:
   -      Incêndio;
   -      Obsoletismo de estoques;
   -      Período de greve;
   -      Enchente;
   -      Furto/roubo.

No 2º caso, onde se enquadram, por exemplo, as perdas normais de matérias-primas na
produção industrial, integram o custo de produção.
Exemplo:
Uma indústria de estamparia que aproveita apenas 80% da chapa de aço e considera 20%
como perda técnica. Da mesma forma, o camiseiro que considera o preço do pano total
comprado, como custo, não se importando com os retalhos. Em alguns casos admite-se
considerar dias parados por motivo de greve como “ociosidade” e inclui-los nos gastos
gerais de fabricação para rateio na formação do custo de todos os produtos.

Diferença entre Custos e Despesas

Em termos práticos, nem sempre é fácil distinguir Custos e Despesas. Pode-se, entretanto,
propor uma regra simples do ponto de vista didático: todos os gastos realizados com o
produto até que esteja pronto, são Custos; a partir daí, são Despesas. Assim, por exemplo,
gastos com embalagens são Custos se realizados no âmbito do processo produtivo (o
produto é vendido embalado); são Despesas, se realizados após a produção (o produto pode
ser vendido com ou sem embalagem).

Todos os Custos que estão incorporados nos produtos acabados que são fabricados pela
empresa industrial são reconhecidos como Despesas no momento em que os produtos são
vendidos. A matéria-prima industrial que, no momento de sua compra, representava um
Investimento, passa a ser considerada Custo no momento de sua utilização na produção e
torna-se Despesa quando o produto fabricado é vendido. Entretanto, a matéria-prima
incorporada aos produtos acabados em estoque, pelo fato destes serem ativados, volta a ser
Investimento.

Os encargos financeiros incorridos pela empresa, mesmo aqueles decorrentes da aquisição
de insumos para a produção, são sempre considerados Despesas.




Contabilidade Gerencial                                                                 16
Exercícios Resolvidos

Exemplo 1:

Classifique os eventos descritos a seguir em investimentos (I), Custo ( C ), Despesa (D) ou
Perda (P):

( I ) compra de matéria-prima;
( C ) consumo de energia elétrica;
( C ) utilização de mão-de-obra;
( C ) consumo de combustível;
( D ) gastos com pessoal do faturamento (salário);
( I ) aquisição de máquinas;
( C ) depreciação de máquinas;
( D ) remuneração do pessoal da contabilidade (salário);
( D ) pagamentos de honorários da administração;
( D ) depreciação do prédio da empresa;
( C ) utilização de matéria-prima (transformação);
( I ) aquisição de embalagens;
( P ) deterioração do estoque de matéria-prima por enchente;
( P ) remuneração do tempo de pessoal em greve;
( I ) geração de sucata no processo produtivo;
( P ) estrago acidental e imprevisível de lote de material;
( D ) imposto de circulação de mercadorias e serviços;
( D ) comissões proporcionais de vendas;

Exemplo 2:

Conforme as informações abaixo preencha os parênteses com C = Custo e D = Despesa
( D ) depreciação de máquinas e outros bens da Administração;
( C ) energia elétrica utilizada na produção;
( C ) salários de vendedores e de demonstradores de produtos;
( C ) aluguel de maquinas e equipamentos da produção;
( C ) salário do chefe do departamento de produção;
( C ) matéria-prima consumida na fábrica;
( C ) mão-de-obra indireta utilizada na produção;
( D ) pró-labore.

Exercícios:

   a)   O que são gastos?
   b)   O que são investimentos?
   c)   O que são custos?
   d)   O que são despesas?
   e)   Diferencie custos de despesas.




Contabilidade Gerencial                                                                 17
f) O que são perdas? Exemplifique.

Conforme as informações abaixo preencha os parênteses com C = Custo e D = Despesa

(   ) encargos e salários do departamento de administração;
(   ) manutenção de máquinas e equipamentos da produção;
(   ) depreciação de móveis e utensílios do escritório;
(   ) aluguel da fábrica;
(   ) energia elétrica do setor de produção;
(   ) material de embalagem consumido na fábrica;
(   ) mão-de-obra direta utilizada na produção;
(   ) encargos e salários do departamento de vendas.

CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

Quanto à alocação ao produto

CUSTO DIRETO _ São aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos
fabricados, porque há uma medida objetiva de seu consumo nesta fabricação.

Exemplos:
   -      Matérias-primas – Normalmente a empresa sabe qual a quantidade exata de
          matéria-prima que está sendo utilizada para a produção de uma unidade do
          produto. Sabe-se o preço da matéria-prima, o custo daí resultante está associado
          diretamente ao produto;
   -      Mão-de-Obra direta – Trata-se dos custos com os trabalhadores utilizados
          diretamente na produção. Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou no
          produto e o preço da mão-de-obra, é possível apropria-la diretamente ao
          produto;
   -      Material de embalagem;
   -      Depreciação de equipamento quando é utilizado para produzir apenas um tipo de
          produto;
   -      Energia elétrica das maquinas, quando é possível saber quanto foi consumido na
          produção de cada produto;

CUSTO INDIRETO _ São os custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para
serem apropriados em diferentes produtos, portanto, são os custos que só são apropriados
indiretamente aos produtos. O parâmetro utilizado para as estimativas é chamado de base
ou critério de rateio.

Exemplos:
   -      Depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um
          produto;
   -      Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção;
   -      Aluguel da fábrica;
   -      Gastos com limpeza da fábrica;



Contabilidade Gerencial                                                                18
-        Energia elétrica que não pode ser associada ao produto.

OBSERVAÇÕES:

   a) Se a empresa produz apenas um produto, todos os seus custos são diretos;
   b) Ás vezes, o custo é direto por natureza, mas é de tão pequeno valor que não
      compensaria o trabalho de associá-lo a cada produto, sendo tratado como indireto.
Exemplo: gasto com verniz e cola na fabricação de móveis.

Quanto ao volume

CUSTO FIXO _ Custos fixos são aqueles cujos valores são os mesmos qualquer que seja o
volume e produção da empresa. È o caso, por exemplo, do aluguel da fábrica. Este será
cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nível de produção, inclusive no caso da
fábrica nada produzir.

Observe que os Custos Fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem
variar de valor no decorrer do tempo. O aluguel da fábrica, mesmo quando sobre reajuste
em determinado mês, não deixa de ser considerado um Custo Fixo, uma vez que terá o
mesmo valor qualquer que seja a produção do mês. Outros exemplos: imposto predial,
depreciação dos equipamentos, salários de vigias e porteiros da fábrica, prêmios de seguro,
etc.

Segundo Sanvicente (1997), definimos como custo fixo todo aquele item de custo ou
despesas que não varia, em valor total, com o volume de atividade ou operação. Portanto, o
seu valor unitário é que varia com o volume de operação.
Para Braga (1995), são custos que permanecem constantes dentro de certo intervalo de
tempo, independentemente das variações ocorridas no volume de produção e vendas
durante esse período. O referido interalo de tempo não costuma ser superior a alguns
meses. Configurada uma retração mais prolongada nas atividades ou um ciclo de expansão
dos negócios, o valor total desses custos e despesas será ajustado para um novo patamar,
em decorrência de decisões da administração.

GRÁFICO REPRESENTATIVO DOS CUSTOS FIXOS (CF)



   custo                        custo                      custo
                                                                             Custo fixo
                                                                             unitário


                                                                                   Custo fixo
                                                                                   unitário

       Unidades produzidas       Unidades produzidas         Unidades produzidas




Contabilidade Gerencial                                                                    19
Fonte: FGV modificada pelo autor

CUSTO VARIÁVEL _ Custos variáveis são aqueles cujos valores se alteram em função do
volume de produção da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver
quantidade produzida, o Custo Variável será nulo. Os Custos Variáveis aumentam à
medida em que aumenta a produção.

Segundo Sanvicente (1997), já o custo variável é aquele que se altera em relação direta com
as modificações do volume de atividade. Portanto, o custo variável total (CVT) é
perfeitamente variável, como o próprio termo indica, e o custo variável unitário pe
constante.

São aqueles cujo valor total aumenta ou diminui direta e proporcionalmente com as
flutuações ocorridas na produção e vendas (Braga, 1995).

Segundo Hoji (2004), o valor total dos custos e despesas variáveis varia proporcionalmente
à quantidade de produção. Unitariamente, os CDVs são fixos.............a proporcionalidade
dos CDVs não é exata em alguns casos, pois vários fatores (humanos, mecânicos,
ambientais etc.) influenciam o nível de produção. Por exemplo: algumas maquinas
funcionam com maior eficiência algum tempo depois de colocadas em funcionamento; no
final do dia, a produtividade dos operários diminui em função do cansaço etc. Mas, de
modo geral, pode-se considerar que os CDVs variam linearmente.

GRAFICO REPRENSENTATIVO DOS CUSTOS VARIÁVEIS (CV)


   custo                      custo                       custo
                                                                      Custo variável total


                                                                                Custo variável
                                            prática                               unitário
              teória

     Unidades produzidas        Unidades produzidas        Unidades produzidas

Fonte: FGV modificada pelo autor

Segundo Martins (2003), é de grande importância notar que a classificação em Fixos e
Variáveis leva em consideração a unidade de tempo, o valor total de custo com um item
nessa unidade de tempo e o volume de atividade. Não se trata, como no caso da
classificação de Diretos e Indiretos, de um relacionamento com a unidade produzida. Por
exemplo, a matéria-prima é um Custo Variável, já que, por mês, seu valor total consumido
depende da quantidade de bens fabricados. Entretanto, por unidade elaborada a quantidade




Contabilidade Gerencial                                                                 20
de matéria-prima é provavelmente a mesma; mas isso não lhe tira a característica de
Variável; pelo contrario, reforça-o

CUSTO SEMI-FIXO _ Custos Semi-Fixos são custos que são fixos numa determinada
faixa de produção, mas que variam se há uma mudança nesta faixa. Considere, por
exemplo, a necessidade de supervisores de produção de uma fábrica expressa na tabela a
seguir:

   Volume de Produção           Quantidade Necessária de          Custo em R$ (Salários +
                                     Supervisores                        Encargos)
        0 – 20.000                         1                              120.000
      20.001 – 40.000                      2                              240.000
      40.001 – 60.000                      3                              360.000
      60.001 – 80.000                      4                              480.000

CUSTO SEMI-VARIÁVEL _ Custos Semi-Variáveis são custos que variam como o nível
de produção mas que, entretanto, têm uma parcela fixa que existe mesmo que não haja
produção. É o caso, por exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a
concessionária cobra uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto no período, embora o
valor da conta dependa do número de quilowatts consumidos, portanto, do volume de
produção da empresa.

Outros exemplos: aluguel de uma copiadora no qual se cobra uma parcela fixa mesmo que
nenhuma cópia seja tirada; gasto com combustível para aquecimento de uma caldeira, que
varia de acordo com o nível de atividade, mas que existirá, mesmo que seja num valor
mínimo, quando nada se produza, já que a caldeira não pode esfriar.

Exemplo 3:

Classifique os custos a seguir em

Diretos (D)           Indiretos (I)
Fixos (F)             Variáveis (V)

        CUSTOS                                           Diretos / Indiretos Fixos / Variáveis
        material de embalagem                                     D                   V
        energia elétrica da fabricação / produção              D ou I             F ou V
        matéria-prima                                             D                   V
        salários e encargos da supervisão produção                 I                  F
        aluguel da área fabril/fabrica/produção                    I                  F
        salários e encargos do pessoal da produção                D                   V
        depreciação das máquinas da fabricação                     I                  F
        consumo de água da fabricação                          D ou I             F ou V
        refeições e viagens dos supervisores da produção           I                  F

Exercícios:




Contabilidade Gerencial                                                                     21
a) O que são custos diretos?
   b) Conceitue custos indiretos. Exemplifique.
   c) O que são custos fixos e variáveis?

Classifique os custos em Custos Fixos (F), Custos Variáveis (V), Custos Indiretos (I),
Custos Diretos (D).

        CUSTOS                                           Diretos / Indiretos Fixos / Variáveis
        Matéria-prima consumida na produção
        Encargos e salários dos supervisores da produção
        Luz e força consumida na produção
        MOI do pessoal da produção
        MOD do pessoal da produção
        Depreciação de máquinas da produção
        Aluguel da fábrica
        Encargos e salários do gerente de produção
        Material de embalagem consumido na produção

CONCEITOS E PRÁTICAS DE MÉTODOS DE APROPRIAÇÃO DE CUSTOS

A Contabilidade de Custos se desenvolve oferecendo às empresas novas ferramentas que
auxiliam na tomada de decisão. A gestão de custos se torna imprescindível e a escolha de
métodos de custeio que irão auxiliar no gerenciamento da empresa deve ser estudada, para
fazer com que o projeto de implementação tenha êxito.

Dentro de um novo mercado tão globalizado e altamente competitivo, em que as
tecnologias (TI), estão cada vez mais rompendo fronteiras e maximizando as negociações
entre organizações, e até entre paises. A preocupação das empresas se voltam, então, em
ter uma gestão eficaz e eficiente, com a finalidade de obter resultados esperados, através de
desempenhos ótimos, para as organizações.

Segundo Laudon & Laudon (2004), administradores não podem ignorar os sistemas de
informação porque estes desempenham um papel fundamental nas organizações atuais. Os
sistemas de hoje afetam diretamente o modo como os administradores decidem, planejam e
gerenciam seus funcionários e cada vez mais determinam quais produtos serão produzidos e
onde, quando e como. Por conseguinte, a responsabilidade pelos sistemas não pode ser
delegada a tomadores de decisões técnicos.

Para tanto é necessário estabelecer estratégias, desenvolver novas ferramentas de análises
que auxiliem na tomada de decisão.

A Contabilidade de Custos apresenta vários sistemas de custeio sendo que determinados
métodos são aplicados apenas para fins gerenciais, pois possuem restrições impostas pela
legislação para fins contábeis. Esse evolução de métodos se deve à necessidade de as
entidades, hoje, buscarem ferramentas que proporcionem melhor visão da organização,




Contabilidade Gerencial                                                                     22
fazendo com que as mesmas tenham um papel importante na avaliação de desempenho de
forma que dê sustentação na tomada de decisões.

MÉTODOS DE CUSTEIO

Existem diversos métodos de custeio, cada um com uma metodologia própria, com
vantagens e desvantagens de aplicação. Os métodos mais utilizados no Brasil são: o
Método por Absorção (atende as necessidades societárias e fiscais) e o Método de Custeio
Variável (atende as necessidades gerenciais). Entretanto, outros métodos de custeio são
utilizados para necessidades gerenciais como: Método de Custeio Pleno (RKW) e o Custeio
Baseado em Atividades (ABC).

Entende-se por Métodos, a forma de apuração de custos de um determinado produto.
Dependendo do método de custeio adotado, tem-se diferentes custos para um mesmo
produto.

ABORDAGEM POR ABSORÇÃO

Custeio por Absorção é o método de apropriação de custos derivado da aplicação dos
Princípios da Contabilidade geralmente aceitos, em que consiste na alocação de todos os
custos de produção aos bens produzidos pela empresa, ou seja, todos dos gastos fabris de
produção são distribuídos para todos os produtos fabricados pela empresa. Assim todo o
esforço de fabricação medido em termos de custos é absorvido pela produção. As despesas
relativas aos gastos da administração, comercialização e financeiros são descarregados para
o resultado do exercício (DRE). Outros critérios têm surgido através do tempo, mas o
custeio por absorção é o único adotado pela contabilidade financeira, portanto válido tanto
para fins de elaboração do Balanço Patrimonial como Demonstração de Resultado.

Apesar de sofrer criticas e conter certas falhas como instrumento gerencial é o único
permitido para fins de avaliação de estoque, além de ser admitido pela legislação do
imposto de renda. Os conceitos de investimento, custo direto, custo indireto e despesas
administravas, comerciais e financeiras é de suma importância para aplicação ou
distribuição dos custos de produção aos produtos fabricados pela empresa. O método de
custeio consiste em considerar custos de produção a todos os gastos com a matéria-prima
direta e indireta consumidas, a mão-de-obra direta e indireta aplicadas e os demais custos
indiretos incorridos no processo de produção de bens destinados à venda. Nesse sentido os
custos decorrentes da obtenção ou transportes para colocar a matéria-prima em condições
de produção serão custos. As despesas com a administração da empresa, comercialização
dos produtos e os gastos financeiros decorrentes de empréstimos e, ainda, os gastos fabril
cuja produção não se destina à venda, não são tratados como custos, indo diretamente para
o resultado do período (considerados despesas do período).

Para Crepaldi (2004), o Custeio por Absorção ou Custeio Pleno consiste na apropriação de
todos os custos (sejam eles fixos ou variáveis) à produção do período. Os gastos não fabris
(despesas) são excluídos. È o método derivado da aplicação dos princípios fundamentais
de Contabilidade e é, no Brasil, adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal.




Contabilidade Gerencial                                                                  23
Não é um principio contábil em si, mas uma metodologia decorrente da aplicação desses
princípios. Dessa forma, o método é válido para a apresentação de demonstrações
financeiras e para o pagamento do Imposto de Renda. Segundo Padoveze (2004), é o
método de custeamento , onde, para se obter o custo dos produtos, consideram-se todos os
gastos industriais, diretos ou indiretos, fixos ou variáveis. Os gastos industriais indiretos ou
comuns são atribuídos aos produtos por critérios de distribuição.

Custeio por Absorção é o método derivado da aplicação dos princípios da contabilidade
geralmente aceitos, nascido da situação histórica mencionada. Consiste na apropriação de
todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos
relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos
(Martins, 2004). Segundo Bernardi (2004), esse sistema, como o nome sugere, direciona
todos os custos de uma fábrica, diretos e indiretos, fixos e variáveis para uma produção
dada, e finalmente aos produtos. As despesas são direcionadas para os resultados da
empresa.

Sua principal finalidade e utilidade é a avaliação de estoque, podendo ser utilizado como
parâmetro para a formação de preços. Quatro aspectos devem ser considerados na adoção
desse custeio, para avaliar o custo de um produto:

   •   Relacionamento a determinado volume de produção;
   •   Métodos de rateio dos custos indiretos e fixos que podem gerar distorções nos
       custos unitários;
   •   Capacidade utilizada da fabrica;
   •   Níveis de eficiência e produtividade.

                               Gráfico do Sistema de Custeio por Absorção

                                            Custeio por Absorção
                                             Empresa Industrial
                                                                    Custos fixos e
                      Despesas               Custos                 indiretos (rateio);
                                                                    Custos variáveis e
                                                                    diretos.
                                           Estoque de
                                            produtos

                                                                Demonstração de Resultados

                                                                Receita Líquida
                                             Venda               CPV
                                                                Lucro Bruto
                                                                 Despesas Operacionais
                                                                Lucro Líquido




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Fonte: Martins (2003) modificada pelo Autor

Segundo Crepaldi (2004), o custeio por absorção segue os seguintes passos:

   a)   separação dos gastos do período em custos e despesas;
   b)   classificação dos custos em diretos e indiretos;
   c)   apropriação dos custos diretos aos produtos;
   d)   apropriação, por rateio, dos custos indiretos de fabricação.

Exercício Resolvido:

Exemplo:
                    Gastos                                             $ mil
Salários da fábrica (MOD + MOI)                                         100
Matéria-prima                                                           120
Comissões sobre vendas                                                   10
Depreciação de maquinas e equipamentos                                    5
Energia elétrica da fabrica                                               8
Manutenção de maquinas e equipamentos                                     3
Seguros da fábrica                                                        7
Salários da administração                                                10
Material de expediente                                                    5
                                                                        268

                    Custos                                             $ mil
Salários da fábrica (MOD + MOI)                                         100
Matéria-prima                                                           120
Depreciação de maquinas e equipamentos                                   5
Energia elétrica da fabrica                                              8
Manutenção de maquinas e equipamentos                                    3
Seguros da fábrica                                                       7
                                                                        243

Total dos Custos do Período é de: $ 243.000,00

                  Gastos                                               $ mil
Comissões sobre vendas                                                   10
Salários da administração                                                10
Material de expediente                                                    5
                                                                        25

Total das Despesas do Período é de: $ 25.000,00

Os gastos, no valor de $ 268.000,00, ficaram assim distribuídos:



Contabilidade Gerencial                                                        25
Gastos                                          $ mil
Custo de produção                                                   243
Despesas do período                                                  25
                                                                    268

Como já sabemos, as despesas não compõem o custo dos produtos e, como conseqüência,
serão lançados diretamente no resultado do exercício.

Assim sendo, suponhamos que a empresa trabalhe na produção de dois produtos: A e B,
devemos, então, fazer a apropriação dos custos diretos.

Verificamos que para o consumo da matéria-prima, a empresa possui um sistema de
controle dos materiais, que lhes proporciona a condição de identificar quanto matéria-
prima, cada produto consumiu. Assim sendo, temos:

                Custo Direto                                      $ mil
Produto A                                                           80
Produto B                                                           40
                                                                   120

Com relação aos salários da fábrica, existe a necessidade de se separar a mão-de-obra direta
e a indireta.

Com isso a empresa mantém cálculos que permitem a apuração das horas gastas em cada
produto e as horas de mão-de-obra indireta.

              Custo Direto                                        $ mil
Mão-de-obra: Produto A                                              50
Mão-de-obra: Produto B                                              30
Total da MOD                                                        80
Mão-de-obra indireta (MOI)                                          20
                                                                  100

Dessa forma, os $ 80.000 são apropriados diretamente aos produtos A e B, enquanto $
20.000, serão incorporados aos gastos gerais de fabricação para posterior distribuição:


                                        Diretos

Custos                             A               B        Indiretos      Total

MOD                            50.000         30.000                          80.000

Matéria-prima                  80.000         40.000                         120.000

Depreciação                                                   5.000           5.000




Contabilidade Gerencial                                                                  26
Enérgia                                                               8.000          8.000

Manutenção                                                            3.000          3.000

Seguros da fábrica                                                    7.000          7.000

MOI                                                                   20.000        20.000

Total                             130.000               70.000        43.000       243.000
Como podemos constatar, do total de custos, $ 200.000 já estão apropriados aos produtos
A e B, e os gastos gerais de fabricação, ou custos indiretos de fabricação, no montante de $
43.000, precisam, por algum critério, ser rateados aos produtos A e B.

A seguir, mostraremos algumas formas de alocação desses custos indiretos aos dois
produtos.


 Produtos     Diretos         proporção     Indiretos       Total

A            130.000                65%     27.950        157.950

B              70.000               35%     15.050         85.050

Total        200.000               100%     43.000        243.000



A ultima coluna indica-nos o custo total de cada produto e a penúltima o montante de
custos indiretos de fabricação distribuídos segundo os custos diretos de cada produto.

Outras alternativas de rateio,
Produtos     Matéria-prima       proporção Indiretos sub-total         MOD       Total

A                    80.000            67%      28.667      108.667   50.000    158.667

B                    40.000            33%      14.333       54.333   30.000     84.333

Total            120.000              100%      43.000      163.000   80.000    243.000



Produtos        MOD            proporção Indiretos sub-total Matéria-prima       Total

A                50.000              63%     26.875       76.875       80.000   156.875

B                30.000              38%     16.125       46.125       40.000    86.125

Total            80.000            100%      43.000      123.000      120.000   243.000

Para Crepaldi (2004), existem vários critérios de rateio, alguns descendo a detalhes como
distribuição do aluguel (ou depreciação do prédio, se for próprio), por metros quadrados,
materiais auxiliares de acordo com o consumo de matéria-prima, depreciação de maquinas




Contabilidade Gerencial                                                                      27
de acordo com horas trabalhadas etc. O nível de detalhamento a ser usado depende de
relevância dos valores envolvidos e do bom-senso de cada um, visando eliminar as
arbitrariedades. É impossível determinar uma regra de rateio.

Exercícios:

       a) Quais os métodos de custeio usados na contabilidade?
       b) O que você entende por Custeio por Absorção?
       c) Segundo Crepaldi (2004), quais são os passos que o Custeio por Absorção segue
          para calculo do mesmo?

Exercício 1

       A empresa Fabricante S.A produz os itens Alfa, Beta e Delta. O custo a ratear entre
os três produtos totaliza $ 36.000,00. O rateio é baseado nas horas/máquina (h/m)
trabalhadas para cada um deles.

Com o consumo de 120, 240 e 360 h/m para cada tipo de produto, respectivamente, foi
concluída a produção de 300 unidades, em quantidades rigorosamente iguais de Alfa, Beta
e Delta.

O custo direto unitários também foi o mesmo para cada tipo de produto, ou seja, $ 250,00.
Com base nessas informações, pode-se afirmar que:

a) (    ) O custo unitário de Alfa foi de $ 250,00;
b) (    ) O custo unitário de Delta foi de $ 310,00;
c) (    ) O custo unitário de cada um dos três produtos foi de $ 370,00;
d) (    ) O custo unitário de Beta foi de $ 430,00;
e) (    ) O custo total do período foi de $ 36.000,00.

Exercício 2

A Canecão S.A fabrica canecas decoradas com personagens famosos de desenhos
animados. No ultimo ano 200.000 canecas foram fabricadas e 207.000 foram vendidas a $
5,00 cada uma. O custo unitário real para uma caneca é o seguinte:

                        Materiais diretos             $ 0,50
                        MOD                           $ 1,20
                        CIF variáveis                 $ 0,75
                        CIF fixos                     $ 1,60
                        Total do custo unitário       $ 4,05

As despesas de vendas consistiam de uma comissão de $ 0,25 por unidade vendida e os
pagamentos de propaganda totalizando $ 25.000. As despesas administrativas, todas fixas,
totalizaram $ 50.000. Não havia estoques iniciais ou finais de produtos em processo. O
estoque inicial de produtos acabados era de $ 40,500 por 10.000 canecas.



Contabilidade Gerencial                                                                28
Pede-se:

   a) Calcule o número de canecas e o valor do estoque final de produtos acabados;
   b) Prepare uma demonstração do custo de produtos vendidos;
   c) Prepare uma demonstração de resultado de custeio por absorção.

Exercício 3

A indústria Ceras do Nordeste S.A produz cera em pó e cera em barra, ambas usadas para
diversos fins. Em determinado período produziu 80.000 kg de cera em pó e 70.000 kg de
cera em barra, incorrendo nos seguintes gastos:

                                    em Pó    em Barra
Matéria-prima           $ 2/kg     12.000 kg 8.500 kg
MOD                     $ 6/hora    6.700 h   4.000 h
Material de embalagem   $ 0,5/kg   12.000 kg 8.500 kg

Custos Indiretos de Fabricação _ CIF

Supervisores da produção                          5.000,00
Depreciação de móveis e utensílios (produção)     9.000,00
Depreciação de máquinas e equipamentos (produção) 9.500,00
Seguro da Fábrica                                 3.000,00
Energia elétrica consumida na produção            8.500,00
A matéria-prima consumida, a MOD e o material de embalagem são comuns aos dois
produtos.

A empresa não possui medidores de energia, assim sendo, todo o gasto com energia elétrica
é fixo.

Os CIF são incorporados aos produtos de acordo com o tempo usado na produção, sabendo-
se que são necessários 10 minutos para produzir um kg de cera em pó e 8 minutos para
produzir um kg de cera em barra.

Pede-se:

   a) elaborar um quadro de apropriação de custos aos produtos;
   b) calcular o custo unitário de cada produto.

Exercício 4

Devem ser classificados como custos de produção os itens:

   a) Matéria-prima, MOD, honorários da diretoria;
   b) Pro labore, seguros da Fábrica, MOD;
   c) Aluguel de galpão (produção), fretes de venda, matéria-prima;




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d) Salários da Administração, MOD, matéria-prima;
   e) Energia elétrica direta, MOD, insumos de acabamento.

Exercício 5
A empresa Diamante produz dois produtos, A e B, cujo volume de produção é de 20.000
unidades do produto A e 16.000 unidades do produto B por período. As vendas em média
são: 90% e 95% dos produtos A e B respectivamente. Sabe-se que os CIF totalizam $
500.000,00 por período.

Em determinado período, foram registrados os seguintes custos diretos por unidade ($):
                                           A                               B
Material-direto                           20                              25
Mão-de-obra direta                        15                               8
Pede-se calcular o valor dos CIF de cada produto utilizando o custos de MOD como base
de rateio.

ABORDAGEM DO CUSTEIO VARIÁVEL

Em oposição ao método por absorção, o custeio variável ou direto toma em consideração,
somente os gastos variáveis, para alocação dos custos aos produtos da empresa. Assim
sendo, não há necessidade de rateios, pois trabalharemos apenas com os gastos variáveis,
ou seja, poderão ser apropriados diretamente aos produtos, fazendo com que as distorções
que ocorrem no método por absorção (em referencia aos rateios), não existam.

Assim sendo, essa modalidade de custeio apresenta, sobre o método anterior (custeio por
absorção), algumas vantagens no que tange à apuração dos resultados financeiros gerados
pelos diferentes produtos da empresa e conseqüentemente as decisões gerenciais.
Entretanto, a grande falha deste sistema, é que não é aceito pela Legislação do Imposto de
Renda. Portanto a empresa que desejar adota-lo, deverá fazê-lo mediante controles e
relatórios distintos, em complemento á informação contábil. Método de custeio que atribui
apenas custos de manufatura variáveis aos produtos, estes custos incluem materiais diretos,
mão-de-obra e CIF variáveis. Os CIF fixos são tratados como um custo do período e são
alocados no resultado no período incorrido (Iudícibus, 2001).

É um tipo de custeamento que consiste em considerar como custo de produção do período
apenas os custos variáveis incorridos: os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que
não haja produção, não são considerados como custos de produção e sim como despesas,
sendo encerrados diretamente contra o resultado do período. Desse modo, o custo dos
produtos vendidos e os estoques finais de produtos em elaboração e acabados só conterão
custos variáveis (Viceconti, 2000). O sistema de custeio direto ou variável prevê uma
apropriação de caráter gerencial, considerando apenas os custos variáveis aos produtos
vendidos; os custos fixos ficam separados e considerados como despesas do período, indo
diretamente para os resultados; dessa forma, possibilita a apuração da margem de
contribuição, quando confrontados os custos variáveis aos valores de receita liquida ao
período objeto de analise (CFC, p. 37, 1995).




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Para Crepaldi (2004), custeio variável (também conhecido como Custeio Direto) é um tipo
de custeamento que consiste em considerar como custo de produção do período apenas os
Custos Variáveis incorridos. Os Custos Fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja
produção, não são considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo
encerrados diretamente contra o resultado do período. Assim sendo, o Custeio Variável é
um método que trabalha na separação dos gastos em custos variáveis e custos fixos, em
suma, com os gastos que oscilam proporcionalmente ao volume de produção/venda e os
gastos que mantêm sua estabilidade (estáveis) perante as produções e vendas dentro de
certos limites de produção.

Exercício Resolvido:
Exemplo:
Para deixar claro o método de custeio variável, vamos exemplificar, fazendo com que os
produtos fabricados sejam incorporados a eles, somente os gastos variáveis do período.

                                            Estoques
Meses / ano            produção             Vendas              Final
              jan/06               10.000               7.000           3.000
              fev/06               10.000               8.000           5.000
              mar/06               13.000              10.000           8.000
              abr/06                3.000              11.000              0

Custos variáveis por mês:
                    Custo Unitário por mês
Mês / ano Material Direto    MOD       Embalagens TOTAL
     Jan/06         R$ 10,00   R$ 8,00       R$ 6,00 R$ 24,00
     Fev/06         R$ 11,00 R$ 10,00        R$ 7,00 R$ 28,00
    Mar/06          R$ 12,00   R$ 7,00       R$ 6,00 R$ 25,00
     Abr/06             R$ 13,00    R$ 8,00            R$ 8,00     R$ 29,00

Preço de Venda = R$ 65,00 / unidade
Custos Fixos
Aluguel da fabrica = R$ 50.000,00
Energia =            R$ 60.000,00
MOI =                R$ 30.000,00
Manutenção =         R$ 5.000,00
Depreciação =        R$ 5.000,00
Total =            R$ 150.000,00

Pede-se:
   a) Aproprie os custos variáveis as quantidades vendidas por período;
   b) Faça a DRE, confrontando as vendas com os custos e despesas.




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Resolução:
                                  janeiro          fevereiro      março         abril           Total
(+)Vendas Líquidas                =7000*65         =8000*65       =10000*65     =11000*65       =455000+520000+650000+715000
(-) CPV – custos variáveis        =7000*24         =8000*28       =10000*25     =11000*29       =168000+224000+250000+319000
(=) Margem de Contribuição - MC   =455000-168000 =520000-224000 =650000-250000 =715000-319000 =2340000-961000
(-) Custos Fixos - CF             =150000          =150000        =150000       =150000         =150000*4

(=) Lucro Líquido                 =287000-150000 =296000-150000 =400000-150000 =396000-150000 =1379000-600000



                                                             jan/06       fev/06        mar/06      abr/06        Total
(+)Vendas Líquidas                                           455.000       520.000      650.000     715.000      2.340.000
(-) CPV - custos variáveis                                   168.000       224.000      250.000     319.000        961.000
(=) Margem de Contribuição – MC                              287.000       296.000      400.000     396.000      1.379.000
(-) Custos Fixos – CF                                        150.000       150.000      150.000     150.000        600.000
(=) Lucro Líquido                                            137.000       146.000      250.000     246.000        779.000

Para Crepaldi (2004), o sistema de custeio variável ou direto é útil para a tomada de
decisões administrativas ligadas a fixação de preços, decisão do compra ou fabricação,
determinação do mix de produtos, e ainda, para possibilitar a determinação imediata do
comportamento dos lucros em face das oscilações de vendas.

     Gráfico do Sistema de Custeio Variável

                                                         Custeio Variável
                                                         Empresa Industrial

                                                           CUSTOS


               Despesas                     Custos Variáveis           Custos Fixos



                                             Estoque de
                                              produtos

                                                                       Demonstração de Resultados

                                                                       Receita Líquida
                                                Venda                   CPV
                                                                       Lucro Bruto
                                                                        Despesas Operacionais
                                                                       Lucro Líquido




Contabilidade Gerencial                                                                                               32
Fonte: Martins (2003) modificado pelo Autor

Exercícios:

   a) Conceitue Custeio Variável.

De acordo com os dados abaixo, calcule usando o critério do Custeio Variável.

                                           Estoques
Meses / ano            produção            Vendas         Final
              jan/06                20.000        17.000         3.000
              fev/06                 5.000          4.000        4.000
              mar/06                15.000          9.000       10.000
              abr/06                 3.000        13.000            0

Custos variáveis por mês:
                    Custo Unitário por mês
Mês / ano Material Direto   MOD       Embalagens TOTAL
      jan/06        R$ 11,00 R$ 7,00        R$ 2,00 R$ 20,00
      fev/06        R$ 12,00 R$ 8,00        R$ 1,00 R$ 21,00
     mar/06         R$ 13,00 R$ 7,00        R$ 2,00 R$ 22,00
     abr/06              R$ 13,00    R$ 6,00       R$ 4,00   R$ 23,00

Preço de Venda = R$ 70,00 / unidade

Custos Fixos
Aluguel da fabrica = R$ 30.000,00
Energia =            R$ 40.000,00
MOI =                R$ 20.000,00
Manutenção =         R$ 10.000,00
Depreciação =        R$ 10.000,00
Total =            R$ 110.000,00

Pede-se:
   a) Aproprie os custos variáveis as quantidades vendidas por período;
   b) Faça a DRE, confrontando as vendas com os custos e despesas.

ABORDAGEM DO CUSTEIO ABC OU CUSTEAMENTO POR ATIVIDADES

O custeio ABC ( Activity-Based Costing ), ou Custeio Baseado em Atividades, é um
método que procura minimizar as distorções acarretadas pelos critérios de rateio dos custos




Contabilidade Gerencial                                                                 33
indiretos. Assim sendo, o custeio ABC, se torna uma poderosa ferramenta a ser utilizada
nas estratégias da gestão de custos.

Custeamento Baseado em Atividades – método de aplicar os CIF aos produtos que
consideram atividades não relacionadas ao volume que criam CIF, assim como as
atividades relacionadas ao volume. Atribui custos para o objeto de custos ao primeiramente
rastrear os custos para as atividades e depois rastrear os custos para os objetos de custos.
Método de custeio voltado para as atividades como objetos fundamentais de custos.
Emprega o custo dessas atividades como base de apropriação de custos a outros objetos de
custos, como produtos, serviços e clientes. Sistema de custeio de produtos e serviços que
procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário aos custos
indiretos (Iudícibus, 2001).

O ABC é uma ferramenta de custeio mais voltada à gestão de negócios, uma vez que, a
partir do histórico de custos ou orçamento de determinado período, proporciona uma visão
diferenciada do consumo de recursos das organizações (CFC, p.17, 1995).

Segundo Atkinson (2000), evitam alocações arbitrárias e distorções subseqüentes nos
custos por atribuir primeiro os custos dos recursos às atividades que os utilizam. A seguir,
os custos das atividades são atribuídos aos produtos, serviços e clientes que criaram
demanda pelas atividades executadas ou foram por elas beneficiadas. Isso significa que os
custos das compras é atribuídos aos itens comprados; os custos de projetar produto são
atribuídos aos novos produtos projetados; e o custo do atendimento do cliente é atribuído a
cada um deles.

Vantagens do Sistema de Custeio ABC

O CFC enumera os benefícios que a utilização do ABC pode trazer para a organização:

   1. Identifica as reais fontes geradoras de custos em função dos geradores de custos,
      podendo, desta forma, identificar exatamente quais e onde os recursos vêm sendo
      consumidos;
   2. Identifica o grau de valor agregado que cada atividade atribui ao negocio;
   3. Identifica o custo efetivo dos produtos e processos em função da eliminação das
      distorções propiciadas pelos atuais sistemas de rateio, atribuindo aos objetos de
      custeio os custos efetivamente incorridos;
   4. Permite a gestão do portifólio de produtos, analisando a rentabilidade individual de
      cada produto e sua contribuição para o negócio. É a base de remuneração, preços e
      tarifas;
   5. Incentiva a integração entre as áreas envolvidas nos processos e atividades,
      maximizando os esforços para a resolução de problemas e aumento de qualidade;
   6. Permite realizar benchmarking com outras empresas do mesmo setor, comparando
      os custos unitários dos geradores de custos, permitindo uma análise comparativa
      com as melhores práticas do mercado;




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7. Permite estabelecimento de cost target (custo meta) para cada atividade,
      possibilitando a gestão desses custos na fonte, eliminando arbitrariedade nos
      processos de redução de custos;

Para Crepaldi (2004), no Sistema ABC, as atividades são o foco do processo de custeio. Os
custos são investigados, relacionando-se as atividades aos produtos, com base na demanda
por tais atividades pelo produto durante o processo de produção. Portanto, as bases de
alocação usadas no custeio baseado na atividade são medições das atividades executadas
que podem incluir horas do tempo de ajuste de máquina ou número de vezes em que isso
foi feito.

Ainda segundo Crepaldi (2004), é o método que mede o custo e o desempenho de processos
e produtos. Mais especificamente, que:

   •   Atribui custos às atividades combase no consumo de recursos;
   •   Atribui custos a produtos ou serviços com base no consumo de atividades;
   •   Reconhece os fatores que determinam (explicam) os custos das atividades, e o
       consumo destas pelos produtos ou outras atividades.

       CLIENTES
       demandam
                   PRODUTOS
                    demandam
                                ATIVIDADES
                                 demandam
                                             RECURSOS
                                              demandam
                                                           GASTOS
                                                           demandam
                                                                       CUSTOS



   Figura 2. Custeio ABC
   Fonte: Crepaldi (2004)

Exercícios:

   a) Conceitue Custeio por Atividades (ABC).
   b) Cite algumas vantagens no uso do Custeio ABC.

Exercício 1

A empresa Enchuta produz dois produtos, A e B cujos preços de venda líquidos de tributos
são, em média, $ 80 e $ 95, respectivamente, e o volume de produção e de vendas é de
12.000 unidades do produto A e 4.490 unidades do produto B, por período.



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Em determinado período, foram registrados os seguintes custos diretos por unidade (em $):

                                   Produto A            Produto B
Material Direto                       20                  27,95
Mão-de-obra Direta                    10                    5

Os custos indiretos de Produção (CIP) totalizam $ 500.000 no referido período.

Por meio de entrevistas, análise de dados na contabilidade etc., verificou-se que esses
custos indiretos referem-se às seguintes atividades mais relevantes:

                Atividade                                 $
Inspecionar material                                             60.000
Armazenar material                                               50.000
Controlar estoques                                               40.000
Processar produtos (máquinas)                                   150.000
Controlar processos (Engenharia)                                200.000
Total                                                           500.000

Uma análise de regressão e de correlação identificou os direcionadores de custos dessas e
de outras atividades, e sua distribuição entre os produtos, a saber:

                                                                Produto A        Produto B
Número de lotes inspecionados e armazenados                         3                7
Numero de horas-máquina de processamento de produtos              4.000            6.000
Dedicação do tempo dos engenheiros                                 25%             75%
Pede-se para calcular:

       a) O valor dos Custos Indiretos de Produção (CIP) de cada produto, utilizando o
          custos de MOD como base de rateio;
       b) Idem, rateando com base no custo de material direto;
       c) Idem, pelo Custeio Baseado em Atividades (ABC); e
       d) O valor e o percentual de lucro bruto de cada produto, segundo cada uma das
          três abordagens.

Exercício 2

A empresa Pharma, produtora de laticínios da cidade de Parma, dedica-se à produção de
dois produtos: Requeijão Cremoso (unidades) e Queijo Parmesão (unidades).

Em determinado período, foram registrados os seguintes custos diretos por unidade (em $):

                                   Requeijão              Queijo
Matéria-prima                         12                   18




Contabilidade Gerencial                                                                 36
Mão-de-obra                            6                        3

Os Custos Indiretos de Fabricação (CIF) totalizaram $ 54.000,00 no referido período. Por
meio de entrevistas, análises de dados na contabilidade etc., verificou-se que esses custos
referiam-se às seguintes atividades mais relevantes:

                Atividade                                   $
Inspecionar matéria-prima                                              8.000
Armazenar matéria-prima                                                6.000
Controlar estoques                                                     5.000
Processar produtos (máquinas)                                         15.000
Controlar processos (Engenharia)                                      20.000
Total                                                                 54.000

Uma análise de regressão e de correlação identificou os direcionadores de custos dessas e
de outras atividades e sua distribuição entre os produtos, a saber:
                                                                    Requeijão     Queijo
Número de lotes inspecionados e armazenados                             15          60
Numero de pedidos de entrega de produtos aos clientes                  120         140
Número de horas-máquina de processamento de produtos                  4.000       6.000
Numero de horas de transporte                                          210         295
Dedicação do tempo dos engenheiros (em horas)                           50         150

Os dados relativos à produção e vendas do período são:
                                            Requeijão               Queijo
Quantidade produzida e vendida                 6.000                3.000
Preço médio de venda unitário (liquido)         $ 30                 $ 41

Pede-se:

       a) O valor dos Custos Indiretos de Fabricação (CIF) de cada produto, utilizando o
          custo de mão-de-obra direta como base de rateio;
       b) Idem, rateando com base no custo de matéria-prima;
       c) Idem, pelo Custeio Baseado em Atividades (ABC);
       d) O valor e o percentual de lucro bruto de cada produto, em relação à receita,
       segundo cada uma das três abordagens.

Exercício 3

A empresa de telecomunicações Telefonic dedica-se à prestação de dois serviços principais:

   •    Chamadas locais (A): Receita Liquida no período = $ 790.715,00;
   •    Chamadas em domicilio (B): Receita Líquida no período = $ 994.620,00.

Em determinado período foram constatados os seguintes custos diretos:




Contabilidade Gerencial                                                                     37
A             B
Depreciação de veículos                                                0           80.000
Salários e encargos sociais do pessoal                              200.000       120.000
Depreciação da planta básica                                        100.000          0
Material para reparos (fios de cobre, ferramentas etc.)                0           45.000
Energia elétrica                                                    155.000          0

Os Custos Indiretos, comuns aos dois serviços, foram de $ 500.000 para o mesmo período.

Por meio de entrevistas, análises de dados na contabilidade etc., verificou-se que os custos
indiretos referiam-se às seguintes atividades:

                      Atividade                                   $
Realizar manutenção preventiva de equipamentos                     150.000
Realizar manutenção corretiva de equipamentos                      180.000
Supervisionar serviços                                              70.000
Controlar a qualidade dos serviços                                 100.000
Total                                                              500.000

Lista de Direcionadores de Custos (selecionar apenas os mais adequados às atividades):

                                                                       A              B
Numero de horas de manutenção preventiva                             1.000          5.000
Numero de pedidos de manutenção corretiva                              5              20
Tempo dedicado pelos Supervisores                                    25%            75%
Numero de defeitos detectados e corrigidos                            10              40
Numero de pontos de inspeção de controle de qualidade                 20              80
Quantidade de consertos realizados em domicílio                        0             300
Quantidade de minutos de uso                                        30.000             0

Pede-se calcular:

   a) O valor dos custos indiretos, por tipo de Serviço, segundo o rateio com base no
      custo direto;
   b) Idem, rateando com base no custo de mão-de-obra direta;
   c) Idem, segundo o Custeio Baseado em Atividades (ABC);
   d) A margem bruta de lucro, em porcentagem da receita, por tipo de Serviço, segundo
      cada uma das três abordagens.

                         ANÁLISE CUSTO/VOLUME/LUCRO

Uma das análises mais relevante nas estratégias da gestão no negócio é a de
custo/volume/lucro. Conhecendo-se o comportamento dos custos do produto, essa análise
permite estudar o efeito no lucro se ocorrer variação no volume de vendas? Ou qual o




Contabilidade Gerencial                                                                     38
volume de vendas será necessário para que o lucro do negócio seja $X?, ou que preço deve
ter o produto, dado que o volume de operação será de Y unidades e o lucro desejado deverá
ser de $Z?. As relações entre receita, despesas e lucro são estudadas a fim de responderem
perguntas similares as apresentas.

A análise CustoxVolumexLucro é uma ferramenta importante no planejamento de curto
prazo, porque explora o relacionamento existente entre as suas quatro principais variáveis –
custo, receita, volume de saídas e lucro (Figueiredo e Caggiano, 1997).

Segundo Hoji (2004), a análise da relação custo/volume/lucro tem a finalidade de calcular o
ponto de equilíbrio (breakeven point), isto é, o ponto em que as receitas de vendas se
igualam com a soma dos custos e despesas e o lucro é nulo.

Para utilizar essa análise é importante que os custos da empresa sejam divididos em fixos e
variáveis.

A análise de custo/volume/lucro evidencia a dois importantes conceitos: margem de
contribuição e ponto de equilíbrio.

Margem de Contribuição

Para Hoji (2004), Margem de Contribuição (MC) é o valor resultante das vendas (liquidas
de impostos) deduzidos dos CDVs.

Os gestores usam a análise da Margem de Contribuição como ferramenta de decisão
gerencial. Em suma, usam para tomar decisões estratégicas para a organização no mercado
em que atua. Assim sendo, a análise da Margem de Contribuição, pelo gestor, auxilia-o nas
seguintes informações:

1   Decidir se maximiza ou diminui a produção de certo produto em sua linha de produção;
2   Verifica possibilidades vindas da produção, de propagandas para melhorar suas vendas;
3   Toma decisões em relação às estratégias de minimizar custos;
4   Decidi sobre estratégias de preços;
5   Avalia o desempenho da produção e vendas dos produtos.

Em suma, com a analise da Margem de Contribuição, o gestor tem como visualizar
alternativas para melhorar a utilização da capacidade de produção da empresa; como
calcular o melhor preço de venda em relação a concorrência; como conseguir o mix de
produção.

Formulas:
A Margem de Contribuição Unitária (MCu) é dada pela formula:

Mcu = PV – (CVu + DVu)

Mcu = Margem de Contribuição Unitária




Contabilidade Gerencial                                                                  39
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Contabilidade Gerencial como ferramenta de gestão

  • 1. SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ / SESPI FACULDADE PIAUIENSE - FAP COORDENAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO CONTABILIADE GERENCIAL PROF. HENRIQUE MELO APOSTILA ALUNO: _______________________________________________ TURMA:_______________ BLOCO: ______________ PARNAÍBA / PI Contabilidade Gerencial 1
  • 2. SUMÁRIO A Evolução e o Impacto da Contabilidade Gerencial como ferramenta de gestão nas organizações ....................................................................................................................... 03 A Integração do processo decisório com os sistemas de informações contábeis e gerenciais e características das informação contábil útil .............................................. 05 Definições da Contabilidade Gerencial ............................................................................... 07 Características da Contabilidade Gerencial ........................................................................ 08 Objetivos e Finalidades da Contabilidade Gerencial .......................................................... 09 Usuários das Informações Contábil-Gerenciais ...................................................................10 Integração da Contabilidade Gerencial para fins decisoriais .............................................. 11 Métodos de Custeamento .................................................................................................. 12 Objetivo da Contabilidade de Custos .................................................................................. 13 Necessidade da Contabilidade de Custos ............................................................................ 13 Importância da Contabilidade de Custos ............................................................................. 13 Terminologia Contábil ........................................................................................................ 14 Diferenças entre Custos e Despesas ................................................................................ 16 Classificação de Custos ....................................................................................................... 18 Quanto à alocação ao produto ........................................................................................ 18 Quanto ao volume .......................................................................................................... 19 Conceitos e práticas de métodos de apropriação de custos ................................................. 22 Métodos de Custeio ............................................................................................................. 23 Abordagem por Absorção ................................................................................................... 23 Abordagem do Custeio Variável ......................................................................................... 30 Abordagem do Custeio ABC ou Custeamento por Atividades ........................................... 33 Vantagem do Sistema de Custeio ABC ......................................................................... 34 Análise Custo/Volume/Lucro ........................................................................................... 38 Margem de Contribuição .................................................................................................... 39 Ponto de Equilíbrio ............................................................................................................. 42 Estudo de Caso 1 ................................................................................................................ 52 Estudo de Caso 2 ................................................................................................................ 53 Referências ........................................................................................................................ 54 Contabilidade Gerencial 2
  • 3. A EVOLUÇÃO E O IMPACTO DA CONTABILIDADE GERENCIAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO NAS ORGANIZAÇÕES O ambiente nas organizações vem se modificando constantemente ao longo do tempo. A TI (Tecnologia da Informação), está cada vez mais atuante e presente nas organizações, deixando de ser um diferencial para passar a ser quase um produto de commodites. A TI possibilita uma maior ação na logística, no que tange a competição pelo mercado (market share), proporciona aos gestores uma crescente rapidez, flexibilidade e agilidade nas tomadas de decisões. As empresas evoluem a todo o momento e por isso a contabilidade como um sistema de informação (SI), e principal meio de informação econômico e financeiro que é para os gestores também tende a crescer. Analisando a contabilidade como ciência e a importância dela no SI, verifica-se que a mesma pode ser influenciada por vários fatores no ambiente externo acarretando mudanças no ambiente dos negócios na organização modificando todo o contexto informacional anterior, tais fatores são: a tecnologia da informação, os capitais investidos na empresa e o próprio mercado tão volátil hoje em dia. Tais vertentes interferem diretamente na compra de matérias primas, na cadeia produtiva da empresa, na comercialização entre os clientes, surgimento de novos produtos, aumento dos riscos na economia, aumento do valor agregado ao produto/serviços, melhor gerenciamento interno e externo das organizações, etc. Diante do exposto no que tange ao crescimento do cenário da economia mundial, a contabilidade principalmente a gerencial, também sofrerá um impacto como uma ferramenta de gestão nas organizações nas tomadas de decisões. Para Atkinson (2000), contabilidade gerencial é o processo de produzir informação operacional e financeira para funcionários e administradores. Segundo Crepaldi (2004), a contabilidade gerencial é o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais. A contabilidade gerencial faz parte do rol das ciências da contabilidade e como já foi mencionado, vem tendo crescimento como ciência e consequentemente alterando e mudando seu foco, bem como no processo de tomadas de decisões pelos gestores. Em meados dos anos 50, a contabilidade gerencial funcionava como órgão de staff, ou seja, efetuava apenas atividades de apoio à gestão, como: preparação dos orçamentos, processo de elaboração e controle dos custos na produção e elaboração de relatórios gerenciais. Já por volta dos anos 90, a contabilidade gerencial foi de certa forma “promovida”, passando de mero órgão de apoio, para ser parte integral do processo de gestão, criando valor através do uso da TI e disponibilizando informações em tempo real para os gestores. Hoje em dia, os profissionais da área (contadores gerenciais, controllers), tem como foco principal, mensurar, analisar, interpretar e gerar pareceres concisos que possam ser usados pelos gestores em tomadas de decisões mais coerentes com a realidade. Crepaldi apud IFAC (2004) afirma que o contador gerencial é um profissional que identifica, mede, acumula, analisa, prepara, interpreta e relata informações (tanto financeira quanto operacionais) para uso da administração de uma empresa [...]. Contabilidade Gerencial 3
  • 4. Segundo Padoveze (2004), o atual estágio da Contabilidade Gerencial, que abarca todos os estágios evolutivos anteriores, centra-se no processo de criação de valor por meio do uso efetivo dos recursos empresariais. Diante desse contexto, constata-se quatro estágios no processo evolutivo da Contabilidade Gerencial, que influencia nas tomadas de decisão do gestor, são elas: • Estágio 1 – em meados dos anos 50, o foco principal estava vinculado ao controle do custo de produção e a elaboração do orçamento; • Estágio 2 – acontece em meados dos anos 60, a contabilidade gerencial passa a fornecer informações para o controle gerencial; • Estágio 3 – já em meados dos anos 80, a contabilidade gerencial foi focada mais como ferramenta para minimizar os custos no processo começou-se a usar mais a tecnologia para auxiliar tal processo; • Estágio 4 – e em meados dos anos 90, a contabilidade gerencial passou a fazer parte integrante no processo de gestão, não só apenas na geração de informações, mas também na criação de valor, bem como na busca de se usar tal ferramenta como um diferencial para alcançar vantagem competitiva no mercado. Figura 1: Estágios Evolutivos da Contabilidade Gerencial FONTE: Padoveze (2004) Analisando o gráfico acima, constata-se que cada estágio representa uma evolução da contabilidade gerencial, bem como o crescimento dos focos e objetivos da organização. A Contabilidade Gerencial 4
  • 5. evolução dos estágios não significa que os focos anteriores tenham deixado de ser trabalhados, cada estágio é uma combinação do antes com o atual. Constata-se também que os estágios “velhos” estão sempre sendo modificados, isso acontece para facilitar a integração com o “novo” estágio e contribuir para a solidez e alinhamento estratégico da organização. A contabilidade gerencial se bem usada é uma ferramenta impar e indispensável no processo de gestão. No decorrer de todo processo na organização, a contabilidade gerencial vai adicionando e criando valor para os stakeholders e gerando informações necessárias para um crescimento, perpetuidade e obtenção de lucro para a organização. A INTEGRAÇÃO DO PROCESSO DECISÓRIO COM OS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS E GERENCIAIS E CARACTERÍSTICAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL ÚTIL O momento atual caracteriza-se com uma intensidade de mudanças significativas como o desenvolvimento tecnológico, o aumento da competitividade, a complexidade do ambiente econômico e a globalização, colocando as empresas diante de novos desafios. A administração com pressões competitivas levam as empresas a obtenção de novas formas de vantagens competitivas, caracterizadas por intensos e contínuos esforços oferecendo produtos e serviços inovadores com padrão de qualidade, a um custo mais baixo, e provocando uma maior satisfação dos clientes . Uma das técnicas utilizadas para auxiliar no avanço competitivo é o uso do sistema de informações contábeis (SIC), oferecendo as empresas relatórios gerenciais com informações que auxilie no processo de gestão criando vantagens competitivas no mercado concorrente. Segundo Padoveze (2004), para que a informação contábil seja usada no processo de administração, é necessário que essa informação contábil seja desejável e útil para as pessoas responsáveis pela administração da entidade. Para os administradores que buscam a excelência empresarial, uma informação, mesmo que útil, só é desejável se conseguida a um custo adequado e interessante para a entidade. A informação não pode custar mais do que ela pode valer para a administração da entidade. Segundo Figueiredo e Caggiano (1997), desde que a qualidade da informação disponível seja essencial para a qualidade da decisão, um sistema de informação adequado e eficiente é pré-requisito do sucesso gerencial.........informação é força integradora que combina os recursos organizacionais num plano coerentemente direcionado para a realização dos objetivos organizacionais. Para Laudon & Laudon (2004), hoje, todos admitem que conhecer sistemas de informação é essencial para os administradores, porque a maioria das organizações precisa deles para sobreviver e prosperar. Esses sistemas podem auxiliar as empresas a estender seu alcance a Contabilidade Gerencial 5
  • 6. locais distantes, oferecer novos produtos e serviços, reorganizar fluxos de tarefas e trabalho e, talvez, transformar radicalmente o modo como conduzem os negócios. Diante desses pressupostos básicos para a informação contábil, fica claro o caminho a ser adotado para que a contabilidade se transforme em ferramenta de ação administrativa e se torne um instrumento gerencial. Para se fazer, então, Contabilidade Gerencial, é mister a construção de um Sistema de Informação Gerencial. Em outras palavras, é possível fazer e é possível ter Contabilidade Gerencial dentro de uma entidade, desde que se construa um Sistema de Informação Contábil. Segundo Laudon & Laudon (2004), definem Sistemas de Informações Gerenciais como o estudo dos sistemas de informação nas empresas e na administração. O termo Sistemas de Informações Gerenciais (SIGs) também designa uma categoria especifica de sistemas de informação que dão suporte às funções do nível gerencial. Os Sistemas de Informações Gerenciais (SIGs) atendem ao nível gerencial da organização, munindo os gerentes de relatórios ou de acesso on-line aos registros do desempenho corrente e histórico da organização. Com um enfoque especial a contabilidade através da aplicação de varias técnicas e procedimentos com grau detalhado de informações feitos sob medida para o usuário, ocupa um lugar preponderante na administração dos negócios, sendo utilizada como ferramenta de apoio nas atividades de tomada de decisões pelos gestores. Sob o ponto de vista teórico, evidencia a Contabilidade Gerencial, em contínua evolução através da elaboração de relatórios que dêem suporte às etapas de planejamento, execução e controle das atividades empresariais, com elo de comunicação vital e bidirecional das metas e objetivos da organização para que possam chegar à melhor tomada de decisões, e colaborar para otimizar os resultados da empresa. Diante dessa importância, abordaremos a Contabilidade Gerencial a como fonte de dados, planejamento e relatórios gerenciais, compatibilizando planos e procedimentos, propiciando, assim, maior agilidade à contabilidade e maiores informações gerenciais para a tomada de decisão, determinando, então a necessidade da cultura de controle e a utilidade do planejamento e da Contabilidade Gerencial como sistema de informações dentro das organizações. Exercícios: a) Como você define o momento atual em relação a Tecnologia no nosso ambiente? b) O que você entende por Sistema de Informação Gerencial (SIG)? c) O que você entende por Sistema de Informação Contábil (SIC)? d) Qual a principal necessidade do Sistema de Informação Contábil (SIC)? e) Como os Sistemas de Informações Gerenciais (SIGs), podem auxiliar o gestor nas tomadas de decisões? Contabilidade Gerencial 6
  • 7. DEFINIÇÕES DA CONTABILIDADE GERENCIAL Segundo Crepaldi (2004), a Contabilidade Gerencial é uma atividade fundamental na vida econômica. Mesmo nas economias mais simples, é necessária manter a documentação dos ativos, das dividas e das negociações com terceiros. O papel da contabilidade torna-se ainda mais importante nas complexas economias modernas. Uma vez que os recursos são escassos, temos de escolher entre as melhores alternativas, e para identifica-las são necessários os dados contábeis. Em sentido amplo, a Contabilidade trata da coleta, apresentação e interpretação dos fatos econômicos. Usam-se os termos Contabilidade Gerencial para descrever essa atividade dentro da organização e Contabilidade Financeira quando a organização presta informações a terceiros (Crepaldi, 2004). Entendemos por Contabilidade Gerencial, como conceito básico, formador do método que orientará o conjunto de conhecimentos contábeis organizado para observar o objeto da ciência sob o aspecto administrativo, notadamente sob os da tomada de decisões. A Contabilidade Gerencial é, pois uma organização de conhecimentos científicos para conseguir efeitos práticos na direção dos empreendimentos, quer sejam eles lucrativos, quer visem a suprir apenas idéias. Não se constrói, portanto, uma outra contabilidade; utiliza- se da doutrina e da técnica existente para encaminhá-las na observação de uma finalidade definida, qual seja a da correta administração do patrimônio. A Contabilidade Gerencial, através de um sistema de informações, de métodos e conhecimento da organização e da utilização do planejamento, fornecerá informações para atender a necessidade de seus usuários, com relatórios que demonstram os resultados por atividades e global da empresa, comparando-se o planejado com o realizado, para análise da gestão empresarial e da necessidade de tomada de decisões, visando auxiliar a empresa a atingir seus objetivos. À medida que uma empresa cresce, suas atividades tornam-se mais complexas. Para dirigi- la, a cúpula administrativa necessita de informações para inteirar-se dos acontecimentos importantes nas respectivas áreas de atuação. É mediante esse fluxo de informações que ela consegue administrar sua empresa. A tomada de decisões depende, em grande parte da quantidade e da qualidade das informações recebidas. A tarefa de coletar dados, selecioná- los, analisá-los e retratá-los é muito importante para que a empresa alcance seus objetivos. Em síntese, os relatórios visam fornecer à empresa melhores condições para que possa: • Calcular o lucro e as vantagens obtidas em relação aos planos estabelecidos; • Melhor controlar as operações correntes e tomar decisões necessárias; • Avaliar o desempenho por área e responsabilidade; • Fornecer base para o planejamento futuro. Contabilidade Gerencial 7
  • 8. Portanto, a condição primordial de um bom relatório é a clareza. Um bom relatório indica claramente a situação passada e a tendência futura do fenômeno observado. Uma informação clara e objetiva permite a compreensão, a qual conduz à confiança e ao sucesso. Em um bom relatório as informações são classificadas em função de usa relevância ; as de pouca importância são relegadas ao final ou eliminadas. Deverá ser evitado um número exagerado de cifras e tabelas complicadas. Para Padoveze (2004), a Contabilidade Gerencial é o ramo da Contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em sua funções. A Contabilidade Gerencial é um processo com a finalidade de produzir informações estratégicas, econômicas e de gestão das operações, de custos e das demais atividades organizacionais que ocorrem na empresa, para o processo decisório e de controle, com medidas de desempenho e lucratividade. A Contabilidade Gerencial utiliza em suas aplicações outros campos de conhecimento, como os conceitos da administração, da estrutura organizacional, bem como da administração financeira. Com a utilização de procedimentos e técnicas contábeis, produz relatórios de informações, desenvolvidos conforme as necessidades dos usuários, para serem utilizados no processo de avaliação ou nas tomadas de decisões da empresa. Segundo Crepaldi (2004), o ponto fundamental da Contabilidade Gerencial é o uso da informação contábil como ferramenta para administração. È o processo de produzir informação operacional financeira para funcionários e administradores. Deve ser direcionado pelas necessidades informacionais dos indivíduos internos da empresa e deve orientar suas decisões operacionais e de investimentos. O Sistema de Informação Contábil Gerencial só poderá ser executado de forma eficiente, através de um sistema integrado de informações contábeis que abrangem tanto os recursos humanos quanto o tecnológico. Exercícios: a) O que você entende por Contabilidade Gerencial? b) Com quais ferramentas a Contabilidade Gerencial, trabalha para auxiliar os administradores nas tomadas de decisões? c) Qual a importância dos relatórios gerenciais para o gestor? d) Os relatórios gerenciais fornecem quais informações aos administradores? e) Qual a principal característica de um “bom” relatório gerencial? f) A Contabilidade Gerencial utiliza outros ramos do conhecimento para auxilia-la? Quais? CARACTERÍSTICAS DA CONTABILIDADE GERENCIAL Contabilidade Gerencial 8
  • 9. Para Iudícibus (1998), a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada superficialmente como: um enfoque especial, conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, um grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório. A contabilidade gerencial, num sentido mais profundo, está voltada única e exclusivamente para a administração da empresa, procurando suprir suas informações que se encaixam de maneira válida e efetiva no modelo decisório do administrador. Considera-se que o modelo decisório do administrador leva em conta cursos de ações futuras, informações sobre situações passadas ou presentes que serão de valor para o modelo decisório, a mediada que o passado e o presente sejam estimadores daquilo que poderá acontecer no futuro. A Contabilidade Gerencial consiste em preparar, de forma simples e objetiva, as informações financeiras para o processo de gestão da empresa, com conhecimento e acompanhamento amplo do contador gerencial nos processos de planejamento, execução e controle, apurando as variações ocorridas e suas possíveis causas. Para Crepaldi (2004), o contador gerencial é um profissional que: identifica, mede, acumula, analisa, prepara, interpreta e relata informações (tanto financeiras operacionais) para uso da administração de uma empresa, nas funções de planejamento, avaliação e controle de suas atividades e para assegurar o uso apropriado e a responsabilidade abrangente de seus recursos. Na aplicação da Contabilidade Gerencial em uma empresa, regras demais poderão atrapalhar o processo de atendimento das necessidades de informações para os usuários, porém, não se pode deixá-la solta demais, devendo-se criar parâmetros com aplicações úteis e confiáveis ao processo de gestão empresarial. Exercícios: a) Qual (s) a (s) característica (s) da Contabilidade Gerencial? b) O que você entende por Contador Gerencial (Controller)? OBJETIVOS E FINALIDADES DA CONTABILIDADE GERENCIAL Uma das funções mais importantes da contabilidade gerencial, descrita por Iudícibus (1998), consiste em “fornecer informações hábeis para a avaliação de desempenho. Este desempenho pode ser considerado não somente em relação à apuração de resultados por produto ou por serviços, mas envolve uma apreciação de “quão bem” se houveram os vários setores da empresa. Os gestores necessitam de informações de custos e lucratividade de suas linhas de produtos, segmentos do mercado e de cada produto e cliente. Necessitam de um sistema de controle Contabilidade Gerencial 9
  • 10. operacional que acentue a melhoria de custos, de qualidade e de redução de tempo de processamento das atividades desenvolvidas por seus funcionários. Segundo Crepaldi (2004), com relação à utilização dos dados da Contabilidade de Custos para tomada de decisões, estes podem ser muito úteis para o administrador avaliar as conseqüências de medidas tais como: 1. Se a capacidade de produção da fábrica é insuficiente para atender a todos os pedidos dos clientes, qual produto ou linha de produtos deve ser cortado? 2. Como fixar o preço de venda de um produto? 3. Deve-se continuar comprando matérias-primas de terceiros ou interessa fabricá-los na empresa? O processo da Contabilidade Gerencial deverá ser obtido através do processamento da coleta de dados e informações que serão armazenadas e processadas no sistema de informações da empresa. Para Padoveze (2004), a necessidade da informação é determinada pelos usuários finais dessa informação, por seus consumidores. Assim, a informação deve ser construída para atender a esses consumidores e não para atender aos contadores. O contador gerencial é aquele que sabe perfeitamente que a informação que faz parte de seu sistema foi elaborada para atender às necessidades de outros. O contador gerencial deve fazer um estudo básico das necessidades de informações a partir das decisões-chaves que serão tomadas baseadas no Sistema de Informação Contábil Gerencial. Com a integração das informações obtidas nos vários departamentos, a Contabilidade Gerencial, como ferramenta, proporciona aos seus administradores informações que permitem avaliar o desempenho de atividades, de projetos e de produtos da empresa, bem como a sua situação econômico-financeira através da apresentação de informações claras e objetivas de acordo com a necessidade de cada usuário. Exercícios: a) De acordo com Iudícibus (1998), qual o principal objetivo da Contabilidade Gerencial? b) Qual a importância da Contabilidade de Custos segundo Crepaldi (2004), para o auxilio na tomada de decisões do gestor? USUÁRIOS DAS INFORMAÇÕES CONTÁBIL-GERENCIAIS A necessidade da informação é determinada por seus usuários finais, seus consumidores. Assim, as informações deve ser gerada para atender a esses usuários e não aos contadores. O contador gerencial é aquele que sabe perfeitamente que a informação que faz parte de seu sistema foi elaborada para atender as necessidades de outras pessoas. Portanto, deve-se fazer um estudo básico das necessidades das informações a partir de decisões que serão tomadas. Os usuários finais da informação, deverão especificar claramente as necessidades Contabilidade Gerencial 10
  • 11. de informações que necessitam para atender adequadamente no processo de decisão que deverão serem tomadas. Para a contabilidade gerencial, o fornecimento de relatórios a usuários externos, relaciona- se a pessoas ou empresas que não participam da organização e que possuem a necessidade de conhece-la por motivos específicos, assim como as instituições financeiras, órgãos governamentais, fornecedores e outros. Os usuários internos, referem-se a relatório de informações relacionadas aos membros envolvidos no processo da empresa, desde o empresário/administrador, até os operários que necessitam estarem envolvidos no processo de planejamento e controle do desempenho do objetivo e meta da empresa. A Contabilidade Gerencial gera informações destinadas ao usuário interno, portanto, deve- se distinguir três classes de participantes, diretamente envolvidos no processo: a) Os processadores da informação b) O público em geral c) Os estudiosos Exercícios: a) Qual a importância das informações contábil-gerenciais para os usuários? b) Quais os tipos de usuários que usam a informação contábil útil? c) Como podem ser os usuários internos? INTEGRAÇÃO DA CONTABILIDADE GERENCIAL PARA FINS DECISORIAIS A contabilidade gerencial, afirma IUDÍCIBUS (1998, p.22), para ser utilizada como instrumento no processo de tomada de decisões necessita de integração com: a contabilidade de custos, e por sua vez, com todos os procedimentos contábeis e financeiros ligados a orçamento empresarial, a planejamento empresarial, a fornecimento de informações contábeis e financeiras para decisão entre cursos de ação alternativos recaem, sem sombra de dúvida, no campo da contabilidade gerencial (...) que requerem informações contábeis (além das de outras disciplinas) que não são facilmente encontradas nos registros da contabilidade financeira. Na melhor das hipóteses, requerem um esforço extra de classificação, agregação e refinamento para poderem ser utilizadas em tais decisões. Assim, a contabilidade gerencial utiliza em seus procedimentos a contabilidade de custos, dados financeiros, operacionais, objetivos e metas das empresas, objetivando a todo momento atender às necessidades de informações aos usuários. A contabilidade, para apresentar informações sob o enfoque gerencial na gestão e tomada de decisões da empresa, deverá apresentar um sistema integrado, para facilitar o nível da informação de forma clara e objetiva na apresentação do resultado da empresa, visualizado como um todo e detalhado conforme necessidades específicas dos usuários. Exercícios: Contabilidade Gerencial 11
  • 12. a) Comente a afirmação de Iudícibus (1998), sobre a integração da Contabilidade Gerencial para fins decisoriais. MÉTODOS DE CUSTEAMENTO INTRODUÇÃO Segundo Bruni e Famá (2004), o nascimento da Contabilidade de Custos decorreu da necessidade de maiores e mais precisas informações, que permitissem uma tomada de decisão correta após o advento da Revolução Industrial. Com a Revolução Industrial, as empresas passaram a adquirir matéria-prima para transformar em novos produtos. O novo bem criado era resultante da agregação de diferentes materiais e esforços de produção, constituindo o que se convencionou chamar de custo de produção ou fabricação. Atualmente as empresas enfrentam o dinamismo do mercado globalizado, as informações são altamente divulgadas em pequenos espaço de tempo, novas ferramentas gerenciais são desenvolvidas e as preocupações de a empresa conseguir se manter no mercado aumentam. A necessidade da análise e do controle dos gastos empresariais acentua-se à medida que cresce a competição entre as empresas. A atual tendência à globalização dos mercados, que estende essa competição a um nível internacional, enfatiza, como não poderia deixar de ser, a necessidade da adoção de técnicas e procedimentos que permitam o adequado gerenciamento desses gastos. A Contabilidade de Custos – que atende essa necessidade – destina-se à geração de informações contábeis de interesse dos usuários internos da empresa, servindo de apoio indispensável a decisões gerenciais das mais diversas naturezas. Enquanto a Contabilidade Financeira é sintética e regida por regras bem definidas que atendem o interesse do publico externo à empresa (ao qual se destinam às informações por ela geradas), a Contabilidade de Custos é analítica e flexível, produzindo dados de receita, custo e resultado por produto, por departamento, por cliente, etc. Inicialmente desenvolvida para uma melhor avaliação dos estoques, da qual depende a apuração do Custo dos Produtos ou Serviços Vendidos e, conseqüentemente, dos Resultados, as funções da Contabilidade de Custos expandiram-se, à medida que aumentava a competição dos mercados, de forma a abranger, hoje, todas as áreas e atividades das empresas, assumindo uma posição de absoluto destaque entre as prioridades da empresa bem administrada. Por isso, aumenta, a cada dia, a necessidade de divulgação e aplicação das técnicas de análise e de controle dos gastos empresariais, das quais se ocupa a Contabilidade de Custos. Contabilidade Gerencial 12
  • 13. Segundo Figueiredo e Caggiano (1997), custos são essencialmente medidas monetárias dos sacrifícios com os quais uma organização tem que arcar a fim de atingir seus objetivos. Conseqüentemente, são parte muito importante do processo decisorial, e não é surpresa que os contadores estejam muito envolvidos com a coleta e análise das informações de custos. Ainda segundo Figueiredo e Caggiano (1997), as informações de custos são necessárias para quatro propósitos principais: • Para decisão de planejamento; • Para decisões de controle; • Para mensuração de lucros; e • Para informação aos empregados. Exercícios: a) Conceitue Contabilidade de Custos? b) Qual a importância da Contabilidade de Custos na tomada de decisão do gestor? c) Diferencie Contabilidade de Custos de Contabilidade Financeira. d) De acordo com Figueiredo e Caggiano, as informações de custos são necessárias para quais propósitos? OBJETIVO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS O objetivo básico da Contabilidade de Custos é de ser utilizado como instrumento que possibilita à administração da empresa gerenciar suas atividades produtivas, comerciais e financeiras, através do conhecimento dos custos dos seus produtos para avaliar estoques e apurar o resultado das indústrias. NECESSIDADE DA CONTABILIDADE DE CUSTOS A Contabilidade de Custos é de suma importância para a organização, pois através dela, o gestor pode traçar estratégias e metas como por exemplo: adequar o preço de venda ao valor praticado no mercado, pois, para a empresa é condição indispensável saber o valor do custo de produção do produto para poder fazer esse cálculo. A administração necessita de elementos e informações rápidas e exatas, tanto quanto possível, a fim de que se possa tomar, em tempo real, as providências adequadas para manter o equilíbrio econômico/financeiro e aumentar a eficiência da empresa. Isto não só em tempos normais, mas, principalmente, em épocas de desequilíbrio econômico, quando existe forte concorrência ou estão em perspectiva de novos concorrentes, ocasiões como estas é que obrigam o gestor a fazer revisões de suas estratégias e metas nos âmbitos da política e fixação de preços. IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Dentre as principais importâncias da Contabilidade de Custos, destacam-se: Contabilidade Gerencial 13
  • 14. Permitir avaliar os custos unitários de produção, conseqüentemente fixar os preços de venda; • Permite localizar os desperdícios de material, horas máquinas/homens, aproveitar resíduos, reduzir ou eliminar gastos; • Permite apuração de custos por elementos, seções, departamentos, produtos, períodos, etc; • Oferece elementos para estudo acurado das despesas, bem como o controle e previsão dos negócios; • Fornece rapidamente os inventários de materiais; produtos em elaboração e produtos acabados, facilitando o levantamento de balancetes, balanço e demonstração de resultados parcial/total; • Oferece elementos para comparação e interpretação dos custos ocorridos por departamentos, fases de fabricação, produtos; • Permite descobrir quais os produtos/serviços mais lucrativos para a empresa. Exercício: a) Qual o principal objetivo da Contabilidade de Custos? b) Qual a necessidade de se usar a Contabilidade de Custos como ferramenta gerencial? c) Cite algumas maneiras de como a Contabilidade de Custos possa ser importante nas decisões gerenciais. TERMINOLOGIA CONTÁBIL O ponto inicial da exposição sobre custos está na terminologia. Infelizmente, encontramos em todas as áreas, principalmente nas sociais (e econômicas em particular) uma profusão de nomes para um único conceito e também conceitos diferentes para uma única palavra. GASTOS _ Sacrifício que a entidade arca para obtenção de um bem ou serviço, representado por entrega ou promessa de entrega de ativos. O gasto se concretiza quando os serviços ou bens adquiridos são prestados ou passam a ser de propriedade da empresa. Para Padoveze (2004), gastos são todas as ocorrências de pagamentos ou recebimentos de ativos, custos ou despesas. Significa receber os serviços e produtos para consumo para todo o processo operacional, bom como os pagamentos efetuados e recebimentos de ativos. Como se pode verificar, gastos são ocorrências de grande abrangência e generalização. Exemplos: - Gasto com mão-de-obra (salários e encargos sociais) = aquisição de serviços de mão de obra; - Gasto com aquisição de mercadorias para revenda; - Gasto com aquisição de matérias-primas para industrialização; - Gasto com energia elétrica = aquisição de serviços de fornecimento de energia; Contabilidade Gerencial 14
  • 15. - Gasto com aluguel de edifícios; INVESTIMENTOS _ Gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros. Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são “estocados”, nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente chamados de investimentos (Martins, 2003). Exemplos: - Aquisição de móveis e utensílios; - Aquisição de imóveis; - Despesas pré-operacionais; - Aquisição de marcas e patentes; - Aquisição de matéria-prima; - Aquisição de material de escritório. CUSTO _ Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços: são todos os gastos relativos à atividade de produção. Segundo Martins (2003), o custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. Exemplos: - Salários do pessoal da produção (MOD); - Matéria-prima utilizada no processo produtivo; - Combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas da fábrica; - Alugueis e seguros do prédio da fábrica; - Depreciação dos equipamentos da fábrica; - Gastos com manutenção das máquinas da fábrica. DESPESA _ Gastos com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de obtenção de receitas. Para Bruni e Famá (2004), despesas, correspondem a bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. Não estão associadas à produção de um produto ou serviço. Como exemplos de despesas poder ser citados gastos com salários de vendedores, gastos com funcionários administrativos, etc. Exemplos: - Salários e encargos sociais do pessoal de vendas; - Salários e encargos sociais do pessoal administrativo; - Energia elétrica consumida na sede administrativa; - Gasto com combustíveis e refeições do pessoal de vendas; Contabilidade Gerencial 15
  • 16. - Conta telefônica da administração e de vendas; - Alugueis e seguros da sede administrativa. DESEMBOLSO _ Saídas de caixa para atender a aquisição de um bem ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não do gasto. PERDA _ É um gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa. No 1º caso, são considerados da mesma natureza que as Despesas e são jogadas diretamente contra o resultado do período. Exemplos: - Incêndio; - Obsoletismo de estoques; - Período de greve; - Enchente; - Furto/roubo. No 2º caso, onde se enquadram, por exemplo, as perdas normais de matérias-primas na produção industrial, integram o custo de produção. Exemplo: Uma indústria de estamparia que aproveita apenas 80% da chapa de aço e considera 20% como perda técnica. Da mesma forma, o camiseiro que considera o preço do pano total comprado, como custo, não se importando com os retalhos. Em alguns casos admite-se considerar dias parados por motivo de greve como “ociosidade” e inclui-los nos gastos gerais de fabricação para rateio na formação do custo de todos os produtos. Diferença entre Custos e Despesas Em termos práticos, nem sempre é fácil distinguir Custos e Despesas. Pode-se, entretanto, propor uma regra simples do ponto de vista didático: todos os gastos realizados com o produto até que esteja pronto, são Custos; a partir daí, são Despesas. Assim, por exemplo, gastos com embalagens são Custos se realizados no âmbito do processo produtivo (o produto é vendido embalado); são Despesas, se realizados após a produção (o produto pode ser vendido com ou sem embalagem). Todos os Custos que estão incorporados nos produtos acabados que são fabricados pela empresa industrial são reconhecidos como Despesas no momento em que os produtos são vendidos. A matéria-prima industrial que, no momento de sua compra, representava um Investimento, passa a ser considerada Custo no momento de sua utilização na produção e torna-se Despesa quando o produto fabricado é vendido. Entretanto, a matéria-prima incorporada aos produtos acabados em estoque, pelo fato destes serem ativados, volta a ser Investimento. Os encargos financeiros incorridos pela empresa, mesmo aqueles decorrentes da aquisição de insumos para a produção, são sempre considerados Despesas. Contabilidade Gerencial 16
  • 17. Exercícios Resolvidos Exemplo 1: Classifique os eventos descritos a seguir em investimentos (I), Custo ( C ), Despesa (D) ou Perda (P): ( I ) compra de matéria-prima; ( C ) consumo de energia elétrica; ( C ) utilização de mão-de-obra; ( C ) consumo de combustível; ( D ) gastos com pessoal do faturamento (salário); ( I ) aquisição de máquinas; ( C ) depreciação de máquinas; ( D ) remuneração do pessoal da contabilidade (salário); ( D ) pagamentos de honorários da administração; ( D ) depreciação do prédio da empresa; ( C ) utilização de matéria-prima (transformação); ( I ) aquisição de embalagens; ( P ) deterioração do estoque de matéria-prima por enchente; ( P ) remuneração do tempo de pessoal em greve; ( I ) geração de sucata no processo produtivo; ( P ) estrago acidental e imprevisível de lote de material; ( D ) imposto de circulação de mercadorias e serviços; ( D ) comissões proporcionais de vendas; Exemplo 2: Conforme as informações abaixo preencha os parênteses com C = Custo e D = Despesa ( D ) depreciação de máquinas e outros bens da Administração; ( C ) energia elétrica utilizada na produção; ( C ) salários de vendedores e de demonstradores de produtos; ( C ) aluguel de maquinas e equipamentos da produção; ( C ) salário do chefe do departamento de produção; ( C ) matéria-prima consumida na fábrica; ( C ) mão-de-obra indireta utilizada na produção; ( D ) pró-labore. Exercícios: a) O que são gastos? b) O que são investimentos? c) O que são custos? d) O que são despesas? e) Diferencie custos de despesas. Contabilidade Gerencial 17
  • 18. f) O que são perdas? Exemplifique. Conforme as informações abaixo preencha os parênteses com C = Custo e D = Despesa ( ) encargos e salários do departamento de administração; ( ) manutenção de máquinas e equipamentos da produção; ( ) depreciação de móveis e utensílios do escritório; ( ) aluguel da fábrica; ( ) energia elétrica do setor de produção; ( ) material de embalagem consumido na fábrica; ( ) mão-de-obra direta utilizada na produção; ( ) encargos e salários do departamento de vendas. CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS Quanto à alocação ao produto CUSTO DIRETO _ São aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, porque há uma medida objetiva de seu consumo nesta fabricação. Exemplos: - Matérias-primas – Normalmente a empresa sabe qual a quantidade exata de matéria-prima que está sendo utilizada para a produção de uma unidade do produto. Sabe-se o preço da matéria-prima, o custo daí resultante está associado diretamente ao produto; - Mão-de-Obra direta – Trata-se dos custos com os trabalhadores utilizados diretamente na produção. Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou no produto e o preço da mão-de-obra, é possível apropria-la diretamente ao produto; - Material de embalagem; - Depreciação de equipamento quando é utilizado para produzir apenas um tipo de produto; - Energia elétrica das maquinas, quando é possível saber quanto foi consumido na produção de cada produto; CUSTO INDIRETO _ São os custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados em diferentes produtos, portanto, são os custos que só são apropriados indiretamente aos produtos. O parâmetro utilizado para as estimativas é chamado de base ou critério de rateio. Exemplos: - Depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um produto; - Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção; - Aluguel da fábrica; - Gastos com limpeza da fábrica; Contabilidade Gerencial 18
  • 19. - Energia elétrica que não pode ser associada ao produto. OBSERVAÇÕES: a) Se a empresa produz apenas um produto, todos os seus custos são diretos; b) Ás vezes, o custo é direto por natureza, mas é de tão pequeno valor que não compensaria o trabalho de associá-lo a cada produto, sendo tratado como indireto. Exemplo: gasto com verniz e cola na fabricação de móveis. Quanto ao volume CUSTO FIXO _ Custos fixos são aqueles cujos valores são os mesmos qualquer que seja o volume e produção da empresa. È o caso, por exemplo, do aluguel da fábrica. Este será cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nível de produção, inclusive no caso da fábrica nada produzir. Observe que os Custos Fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem variar de valor no decorrer do tempo. O aluguel da fábrica, mesmo quando sobre reajuste em determinado mês, não deixa de ser considerado um Custo Fixo, uma vez que terá o mesmo valor qualquer que seja a produção do mês. Outros exemplos: imposto predial, depreciação dos equipamentos, salários de vigias e porteiros da fábrica, prêmios de seguro, etc. Segundo Sanvicente (1997), definimos como custo fixo todo aquele item de custo ou despesas que não varia, em valor total, com o volume de atividade ou operação. Portanto, o seu valor unitário é que varia com o volume de operação. Para Braga (1995), são custos que permanecem constantes dentro de certo intervalo de tempo, independentemente das variações ocorridas no volume de produção e vendas durante esse período. O referido interalo de tempo não costuma ser superior a alguns meses. Configurada uma retração mais prolongada nas atividades ou um ciclo de expansão dos negócios, o valor total desses custos e despesas será ajustado para um novo patamar, em decorrência de decisões da administração. GRÁFICO REPRESENTATIVO DOS CUSTOS FIXOS (CF) custo custo custo Custo fixo unitário Custo fixo unitário Unidades produzidas Unidades produzidas Unidades produzidas Contabilidade Gerencial 19
  • 20. Fonte: FGV modificada pelo autor CUSTO VARIÁVEL _ Custos variáveis são aqueles cujos valores se alteram em função do volume de produção da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver quantidade produzida, o Custo Variável será nulo. Os Custos Variáveis aumentam à medida em que aumenta a produção. Segundo Sanvicente (1997), já o custo variável é aquele que se altera em relação direta com as modificações do volume de atividade. Portanto, o custo variável total (CVT) é perfeitamente variável, como o próprio termo indica, e o custo variável unitário pe constante. São aqueles cujo valor total aumenta ou diminui direta e proporcionalmente com as flutuações ocorridas na produção e vendas (Braga, 1995). Segundo Hoji (2004), o valor total dos custos e despesas variáveis varia proporcionalmente à quantidade de produção. Unitariamente, os CDVs são fixos.............a proporcionalidade dos CDVs não é exata em alguns casos, pois vários fatores (humanos, mecânicos, ambientais etc.) influenciam o nível de produção. Por exemplo: algumas maquinas funcionam com maior eficiência algum tempo depois de colocadas em funcionamento; no final do dia, a produtividade dos operários diminui em função do cansaço etc. Mas, de modo geral, pode-se considerar que os CDVs variam linearmente. GRAFICO REPRENSENTATIVO DOS CUSTOS VARIÁVEIS (CV) custo custo custo Custo variável total Custo variável prática unitário teória Unidades produzidas Unidades produzidas Unidades produzidas Fonte: FGV modificada pelo autor Segundo Martins (2003), é de grande importância notar que a classificação em Fixos e Variáveis leva em consideração a unidade de tempo, o valor total de custo com um item nessa unidade de tempo e o volume de atividade. Não se trata, como no caso da classificação de Diretos e Indiretos, de um relacionamento com a unidade produzida. Por exemplo, a matéria-prima é um Custo Variável, já que, por mês, seu valor total consumido depende da quantidade de bens fabricados. Entretanto, por unidade elaborada a quantidade Contabilidade Gerencial 20
  • 21. de matéria-prima é provavelmente a mesma; mas isso não lhe tira a característica de Variável; pelo contrario, reforça-o CUSTO SEMI-FIXO _ Custos Semi-Fixos são custos que são fixos numa determinada faixa de produção, mas que variam se há uma mudança nesta faixa. Considere, por exemplo, a necessidade de supervisores de produção de uma fábrica expressa na tabela a seguir: Volume de Produção Quantidade Necessária de Custo em R$ (Salários + Supervisores Encargos) 0 – 20.000 1 120.000 20.001 – 40.000 2 240.000 40.001 – 60.000 3 360.000 60.001 – 80.000 4 480.000 CUSTO SEMI-VARIÁVEL _ Custos Semi-Variáveis são custos que variam como o nível de produção mas que, entretanto, têm uma parcela fixa que existe mesmo que não haja produção. É o caso, por exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a concessionária cobra uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto no período, embora o valor da conta dependa do número de quilowatts consumidos, portanto, do volume de produção da empresa. Outros exemplos: aluguel de uma copiadora no qual se cobra uma parcela fixa mesmo que nenhuma cópia seja tirada; gasto com combustível para aquecimento de uma caldeira, que varia de acordo com o nível de atividade, mas que existirá, mesmo que seja num valor mínimo, quando nada se produza, já que a caldeira não pode esfriar. Exemplo 3: Classifique os custos a seguir em Diretos (D) Indiretos (I) Fixos (F) Variáveis (V) CUSTOS Diretos / Indiretos Fixos / Variáveis material de embalagem D V energia elétrica da fabricação / produção D ou I F ou V matéria-prima D V salários e encargos da supervisão produção I F aluguel da área fabril/fabrica/produção I F salários e encargos do pessoal da produção D V depreciação das máquinas da fabricação I F consumo de água da fabricação D ou I F ou V refeições e viagens dos supervisores da produção I F Exercícios: Contabilidade Gerencial 21
  • 22. a) O que são custos diretos? b) Conceitue custos indiretos. Exemplifique. c) O que são custos fixos e variáveis? Classifique os custos em Custos Fixos (F), Custos Variáveis (V), Custos Indiretos (I), Custos Diretos (D). CUSTOS Diretos / Indiretos Fixos / Variáveis Matéria-prima consumida na produção Encargos e salários dos supervisores da produção Luz e força consumida na produção MOI do pessoal da produção MOD do pessoal da produção Depreciação de máquinas da produção Aluguel da fábrica Encargos e salários do gerente de produção Material de embalagem consumido na produção CONCEITOS E PRÁTICAS DE MÉTODOS DE APROPRIAÇÃO DE CUSTOS A Contabilidade de Custos se desenvolve oferecendo às empresas novas ferramentas que auxiliam na tomada de decisão. A gestão de custos se torna imprescindível e a escolha de métodos de custeio que irão auxiliar no gerenciamento da empresa deve ser estudada, para fazer com que o projeto de implementação tenha êxito. Dentro de um novo mercado tão globalizado e altamente competitivo, em que as tecnologias (TI), estão cada vez mais rompendo fronteiras e maximizando as negociações entre organizações, e até entre paises. A preocupação das empresas se voltam, então, em ter uma gestão eficaz e eficiente, com a finalidade de obter resultados esperados, através de desempenhos ótimos, para as organizações. Segundo Laudon & Laudon (2004), administradores não podem ignorar os sistemas de informação porque estes desempenham um papel fundamental nas organizações atuais. Os sistemas de hoje afetam diretamente o modo como os administradores decidem, planejam e gerenciam seus funcionários e cada vez mais determinam quais produtos serão produzidos e onde, quando e como. Por conseguinte, a responsabilidade pelos sistemas não pode ser delegada a tomadores de decisões técnicos. Para tanto é necessário estabelecer estratégias, desenvolver novas ferramentas de análises que auxiliem na tomada de decisão. A Contabilidade de Custos apresenta vários sistemas de custeio sendo que determinados métodos são aplicados apenas para fins gerenciais, pois possuem restrições impostas pela legislação para fins contábeis. Esse evolução de métodos se deve à necessidade de as entidades, hoje, buscarem ferramentas que proporcionem melhor visão da organização, Contabilidade Gerencial 22
  • 23. fazendo com que as mesmas tenham um papel importante na avaliação de desempenho de forma que dê sustentação na tomada de decisões. MÉTODOS DE CUSTEIO Existem diversos métodos de custeio, cada um com uma metodologia própria, com vantagens e desvantagens de aplicação. Os métodos mais utilizados no Brasil são: o Método por Absorção (atende as necessidades societárias e fiscais) e o Método de Custeio Variável (atende as necessidades gerenciais). Entretanto, outros métodos de custeio são utilizados para necessidades gerenciais como: Método de Custeio Pleno (RKW) e o Custeio Baseado em Atividades (ABC). Entende-se por Métodos, a forma de apuração de custos de um determinado produto. Dependendo do método de custeio adotado, tem-se diferentes custos para um mesmo produto. ABORDAGEM POR ABSORÇÃO Custeio por Absorção é o método de apropriação de custos derivado da aplicação dos Princípios da Contabilidade geralmente aceitos, em que consiste na alocação de todos os custos de produção aos bens produzidos pela empresa, ou seja, todos dos gastos fabris de produção são distribuídos para todos os produtos fabricados pela empresa. Assim todo o esforço de fabricação medido em termos de custos é absorvido pela produção. As despesas relativas aos gastos da administração, comercialização e financeiros são descarregados para o resultado do exercício (DRE). Outros critérios têm surgido através do tempo, mas o custeio por absorção é o único adotado pela contabilidade financeira, portanto válido tanto para fins de elaboração do Balanço Patrimonial como Demonstração de Resultado. Apesar de sofrer criticas e conter certas falhas como instrumento gerencial é o único permitido para fins de avaliação de estoque, além de ser admitido pela legislação do imposto de renda. Os conceitos de investimento, custo direto, custo indireto e despesas administravas, comerciais e financeiras é de suma importância para aplicação ou distribuição dos custos de produção aos produtos fabricados pela empresa. O método de custeio consiste em considerar custos de produção a todos os gastos com a matéria-prima direta e indireta consumidas, a mão-de-obra direta e indireta aplicadas e os demais custos indiretos incorridos no processo de produção de bens destinados à venda. Nesse sentido os custos decorrentes da obtenção ou transportes para colocar a matéria-prima em condições de produção serão custos. As despesas com a administração da empresa, comercialização dos produtos e os gastos financeiros decorrentes de empréstimos e, ainda, os gastos fabril cuja produção não se destina à venda, não são tratados como custos, indo diretamente para o resultado do período (considerados despesas do período). Para Crepaldi (2004), o Custeio por Absorção ou Custeio Pleno consiste na apropriação de todos os custos (sejam eles fixos ou variáveis) à produção do período. Os gastos não fabris (despesas) são excluídos. È o método derivado da aplicação dos princípios fundamentais de Contabilidade e é, no Brasil, adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal. Contabilidade Gerencial 23
  • 24. Não é um principio contábil em si, mas uma metodologia decorrente da aplicação desses princípios. Dessa forma, o método é válido para a apresentação de demonstrações financeiras e para o pagamento do Imposto de Renda. Segundo Padoveze (2004), é o método de custeamento , onde, para se obter o custo dos produtos, consideram-se todos os gastos industriais, diretos ou indiretos, fixos ou variáveis. Os gastos industriais indiretos ou comuns são atribuídos aos produtos por critérios de distribuição. Custeio por Absorção é o método derivado da aplicação dos princípios da contabilidade geralmente aceitos, nascido da situação histórica mencionada. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos (Martins, 2004). Segundo Bernardi (2004), esse sistema, como o nome sugere, direciona todos os custos de uma fábrica, diretos e indiretos, fixos e variáveis para uma produção dada, e finalmente aos produtos. As despesas são direcionadas para os resultados da empresa. Sua principal finalidade e utilidade é a avaliação de estoque, podendo ser utilizado como parâmetro para a formação de preços. Quatro aspectos devem ser considerados na adoção desse custeio, para avaliar o custo de um produto: • Relacionamento a determinado volume de produção; • Métodos de rateio dos custos indiretos e fixos que podem gerar distorções nos custos unitários; • Capacidade utilizada da fabrica; • Níveis de eficiência e produtividade. Gráfico do Sistema de Custeio por Absorção Custeio por Absorção Empresa Industrial Custos fixos e Despesas Custos indiretos (rateio); Custos variáveis e diretos. Estoque de produtos Demonstração de Resultados Receita Líquida Venda CPV Lucro Bruto Despesas Operacionais Lucro Líquido Contabilidade Gerencial 24
  • 25. Fonte: Martins (2003) modificada pelo Autor Segundo Crepaldi (2004), o custeio por absorção segue os seguintes passos: a) separação dos gastos do período em custos e despesas; b) classificação dos custos em diretos e indiretos; c) apropriação dos custos diretos aos produtos; d) apropriação, por rateio, dos custos indiretos de fabricação. Exercício Resolvido: Exemplo: Gastos $ mil Salários da fábrica (MOD + MOI) 100 Matéria-prima 120 Comissões sobre vendas 10 Depreciação de maquinas e equipamentos 5 Energia elétrica da fabrica 8 Manutenção de maquinas e equipamentos 3 Seguros da fábrica 7 Salários da administração 10 Material de expediente 5 268 Custos $ mil Salários da fábrica (MOD + MOI) 100 Matéria-prima 120 Depreciação de maquinas e equipamentos 5 Energia elétrica da fabrica 8 Manutenção de maquinas e equipamentos 3 Seguros da fábrica 7 243 Total dos Custos do Período é de: $ 243.000,00 Gastos $ mil Comissões sobre vendas 10 Salários da administração 10 Material de expediente 5 25 Total das Despesas do Período é de: $ 25.000,00 Os gastos, no valor de $ 268.000,00, ficaram assim distribuídos: Contabilidade Gerencial 25
  • 26. Gastos $ mil Custo de produção 243 Despesas do período 25 268 Como já sabemos, as despesas não compõem o custo dos produtos e, como conseqüência, serão lançados diretamente no resultado do exercício. Assim sendo, suponhamos que a empresa trabalhe na produção de dois produtos: A e B, devemos, então, fazer a apropriação dos custos diretos. Verificamos que para o consumo da matéria-prima, a empresa possui um sistema de controle dos materiais, que lhes proporciona a condição de identificar quanto matéria- prima, cada produto consumiu. Assim sendo, temos: Custo Direto $ mil Produto A 80 Produto B 40 120 Com relação aos salários da fábrica, existe a necessidade de se separar a mão-de-obra direta e a indireta. Com isso a empresa mantém cálculos que permitem a apuração das horas gastas em cada produto e as horas de mão-de-obra indireta. Custo Direto $ mil Mão-de-obra: Produto A 50 Mão-de-obra: Produto B 30 Total da MOD 80 Mão-de-obra indireta (MOI) 20 100 Dessa forma, os $ 80.000 são apropriados diretamente aos produtos A e B, enquanto $ 20.000, serão incorporados aos gastos gerais de fabricação para posterior distribuição: Diretos Custos A B Indiretos Total MOD 50.000 30.000 80.000 Matéria-prima 80.000 40.000 120.000 Depreciação 5.000 5.000 Contabilidade Gerencial 26
  • 27. Enérgia 8.000 8.000 Manutenção 3.000 3.000 Seguros da fábrica 7.000 7.000 MOI 20.000 20.000 Total 130.000 70.000 43.000 243.000 Como podemos constatar, do total de custos, $ 200.000 já estão apropriados aos produtos A e B, e os gastos gerais de fabricação, ou custos indiretos de fabricação, no montante de $ 43.000, precisam, por algum critério, ser rateados aos produtos A e B. A seguir, mostraremos algumas formas de alocação desses custos indiretos aos dois produtos. Produtos Diretos proporção Indiretos Total A 130.000 65% 27.950 157.950 B 70.000 35% 15.050 85.050 Total 200.000 100% 43.000 243.000 A ultima coluna indica-nos o custo total de cada produto e a penúltima o montante de custos indiretos de fabricação distribuídos segundo os custos diretos de cada produto. Outras alternativas de rateio, Produtos Matéria-prima proporção Indiretos sub-total MOD Total A 80.000 67% 28.667 108.667 50.000 158.667 B 40.000 33% 14.333 54.333 30.000 84.333 Total 120.000 100% 43.000 163.000 80.000 243.000 Produtos MOD proporção Indiretos sub-total Matéria-prima Total A 50.000 63% 26.875 76.875 80.000 156.875 B 30.000 38% 16.125 46.125 40.000 86.125 Total 80.000 100% 43.000 123.000 120.000 243.000 Para Crepaldi (2004), existem vários critérios de rateio, alguns descendo a detalhes como distribuição do aluguel (ou depreciação do prédio, se for próprio), por metros quadrados, materiais auxiliares de acordo com o consumo de matéria-prima, depreciação de maquinas Contabilidade Gerencial 27
  • 28. de acordo com horas trabalhadas etc. O nível de detalhamento a ser usado depende de relevância dos valores envolvidos e do bom-senso de cada um, visando eliminar as arbitrariedades. É impossível determinar uma regra de rateio. Exercícios: a) Quais os métodos de custeio usados na contabilidade? b) O que você entende por Custeio por Absorção? c) Segundo Crepaldi (2004), quais são os passos que o Custeio por Absorção segue para calculo do mesmo? Exercício 1 A empresa Fabricante S.A produz os itens Alfa, Beta e Delta. O custo a ratear entre os três produtos totaliza $ 36.000,00. O rateio é baseado nas horas/máquina (h/m) trabalhadas para cada um deles. Com o consumo de 120, 240 e 360 h/m para cada tipo de produto, respectivamente, foi concluída a produção de 300 unidades, em quantidades rigorosamente iguais de Alfa, Beta e Delta. O custo direto unitários também foi o mesmo para cada tipo de produto, ou seja, $ 250,00. Com base nessas informações, pode-se afirmar que: a) ( ) O custo unitário de Alfa foi de $ 250,00; b) ( ) O custo unitário de Delta foi de $ 310,00; c) ( ) O custo unitário de cada um dos três produtos foi de $ 370,00; d) ( ) O custo unitário de Beta foi de $ 430,00; e) ( ) O custo total do período foi de $ 36.000,00. Exercício 2 A Canecão S.A fabrica canecas decoradas com personagens famosos de desenhos animados. No ultimo ano 200.000 canecas foram fabricadas e 207.000 foram vendidas a $ 5,00 cada uma. O custo unitário real para uma caneca é o seguinte: Materiais diretos $ 0,50 MOD $ 1,20 CIF variáveis $ 0,75 CIF fixos $ 1,60 Total do custo unitário $ 4,05 As despesas de vendas consistiam de uma comissão de $ 0,25 por unidade vendida e os pagamentos de propaganda totalizando $ 25.000. As despesas administrativas, todas fixas, totalizaram $ 50.000. Não havia estoques iniciais ou finais de produtos em processo. O estoque inicial de produtos acabados era de $ 40,500 por 10.000 canecas. Contabilidade Gerencial 28
  • 29. Pede-se: a) Calcule o número de canecas e o valor do estoque final de produtos acabados; b) Prepare uma demonstração do custo de produtos vendidos; c) Prepare uma demonstração de resultado de custeio por absorção. Exercício 3 A indústria Ceras do Nordeste S.A produz cera em pó e cera em barra, ambas usadas para diversos fins. Em determinado período produziu 80.000 kg de cera em pó e 70.000 kg de cera em barra, incorrendo nos seguintes gastos: em Pó em Barra Matéria-prima $ 2/kg 12.000 kg 8.500 kg MOD $ 6/hora 6.700 h 4.000 h Material de embalagem $ 0,5/kg 12.000 kg 8.500 kg Custos Indiretos de Fabricação _ CIF Supervisores da produção 5.000,00 Depreciação de móveis e utensílios (produção) 9.000,00 Depreciação de máquinas e equipamentos (produção) 9.500,00 Seguro da Fábrica 3.000,00 Energia elétrica consumida na produção 8.500,00 A matéria-prima consumida, a MOD e o material de embalagem são comuns aos dois produtos. A empresa não possui medidores de energia, assim sendo, todo o gasto com energia elétrica é fixo. Os CIF são incorporados aos produtos de acordo com o tempo usado na produção, sabendo- se que são necessários 10 minutos para produzir um kg de cera em pó e 8 minutos para produzir um kg de cera em barra. Pede-se: a) elaborar um quadro de apropriação de custos aos produtos; b) calcular o custo unitário de cada produto. Exercício 4 Devem ser classificados como custos de produção os itens: a) Matéria-prima, MOD, honorários da diretoria; b) Pro labore, seguros da Fábrica, MOD; c) Aluguel de galpão (produção), fretes de venda, matéria-prima; Contabilidade Gerencial 29
  • 30. d) Salários da Administração, MOD, matéria-prima; e) Energia elétrica direta, MOD, insumos de acabamento. Exercício 5 A empresa Diamante produz dois produtos, A e B, cujo volume de produção é de 20.000 unidades do produto A e 16.000 unidades do produto B por período. As vendas em média são: 90% e 95% dos produtos A e B respectivamente. Sabe-se que os CIF totalizam $ 500.000,00 por período. Em determinado período, foram registrados os seguintes custos diretos por unidade ($): A B Material-direto 20 25 Mão-de-obra direta 15 8 Pede-se calcular o valor dos CIF de cada produto utilizando o custos de MOD como base de rateio. ABORDAGEM DO CUSTEIO VARIÁVEL Em oposição ao método por absorção, o custeio variável ou direto toma em consideração, somente os gastos variáveis, para alocação dos custos aos produtos da empresa. Assim sendo, não há necessidade de rateios, pois trabalharemos apenas com os gastos variáveis, ou seja, poderão ser apropriados diretamente aos produtos, fazendo com que as distorções que ocorrem no método por absorção (em referencia aos rateios), não existam. Assim sendo, essa modalidade de custeio apresenta, sobre o método anterior (custeio por absorção), algumas vantagens no que tange à apuração dos resultados financeiros gerados pelos diferentes produtos da empresa e conseqüentemente as decisões gerenciais. Entretanto, a grande falha deste sistema, é que não é aceito pela Legislação do Imposto de Renda. Portanto a empresa que desejar adota-lo, deverá fazê-lo mediante controles e relatórios distintos, em complemento á informação contábil. Método de custeio que atribui apenas custos de manufatura variáveis aos produtos, estes custos incluem materiais diretos, mão-de-obra e CIF variáveis. Os CIF fixos são tratados como um custo do período e são alocados no resultado no período incorrido (Iudícibus, 2001). É um tipo de custeamento que consiste em considerar como custo de produção do período apenas os custos variáveis incorridos: os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção, não são considerados como custos de produção e sim como despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do período. Desse modo, o custo dos produtos vendidos e os estoques finais de produtos em elaboração e acabados só conterão custos variáveis (Viceconti, 2000). O sistema de custeio direto ou variável prevê uma apropriação de caráter gerencial, considerando apenas os custos variáveis aos produtos vendidos; os custos fixos ficam separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para os resultados; dessa forma, possibilita a apuração da margem de contribuição, quando confrontados os custos variáveis aos valores de receita liquida ao período objeto de analise (CFC, p. 37, 1995). Contabilidade Gerencial 30
  • 31. Para Crepaldi (2004), custeio variável (também conhecido como Custeio Direto) é um tipo de custeamento que consiste em considerar como custo de produção do período apenas os Custos Variáveis incorridos. Os Custos Fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção, não são considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do período. Assim sendo, o Custeio Variável é um método que trabalha na separação dos gastos em custos variáveis e custos fixos, em suma, com os gastos que oscilam proporcionalmente ao volume de produção/venda e os gastos que mantêm sua estabilidade (estáveis) perante as produções e vendas dentro de certos limites de produção. Exercício Resolvido: Exemplo: Para deixar claro o método de custeio variável, vamos exemplificar, fazendo com que os produtos fabricados sejam incorporados a eles, somente os gastos variáveis do período. Estoques Meses / ano produção Vendas Final jan/06 10.000 7.000 3.000 fev/06 10.000 8.000 5.000 mar/06 13.000 10.000 8.000 abr/06 3.000 11.000 0 Custos variáveis por mês: Custo Unitário por mês Mês / ano Material Direto MOD Embalagens TOTAL Jan/06 R$ 10,00 R$ 8,00 R$ 6,00 R$ 24,00 Fev/06 R$ 11,00 R$ 10,00 R$ 7,00 R$ 28,00 Mar/06 R$ 12,00 R$ 7,00 R$ 6,00 R$ 25,00 Abr/06 R$ 13,00 R$ 8,00 R$ 8,00 R$ 29,00 Preço de Venda = R$ 65,00 / unidade Custos Fixos Aluguel da fabrica = R$ 50.000,00 Energia = R$ 60.000,00 MOI = R$ 30.000,00 Manutenção = R$ 5.000,00 Depreciação = R$ 5.000,00 Total = R$ 150.000,00 Pede-se: a) Aproprie os custos variáveis as quantidades vendidas por período; b) Faça a DRE, confrontando as vendas com os custos e despesas. Contabilidade Gerencial 31
  • 32. Resolução: janeiro fevereiro março abril Total (+)Vendas Líquidas =7000*65 =8000*65 =10000*65 =11000*65 =455000+520000+650000+715000 (-) CPV – custos variáveis =7000*24 =8000*28 =10000*25 =11000*29 =168000+224000+250000+319000 (=) Margem de Contribuição - MC =455000-168000 =520000-224000 =650000-250000 =715000-319000 =2340000-961000 (-) Custos Fixos - CF =150000 =150000 =150000 =150000 =150000*4 (=) Lucro Líquido =287000-150000 =296000-150000 =400000-150000 =396000-150000 =1379000-600000 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 Total (+)Vendas Líquidas 455.000 520.000 650.000 715.000 2.340.000 (-) CPV - custos variáveis 168.000 224.000 250.000 319.000 961.000 (=) Margem de Contribuição – MC 287.000 296.000 400.000 396.000 1.379.000 (-) Custos Fixos – CF 150.000 150.000 150.000 150.000 600.000 (=) Lucro Líquido 137.000 146.000 250.000 246.000 779.000 Para Crepaldi (2004), o sistema de custeio variável ou direto é útil para a tomada de decisões administrativas ligadas a fixação de preços, decisão do compra ou fabricação, determinação do mix de produtos, e ainda, para possibilitar a determinação imediata do comportamento dos lucros em face das oscilações de vendas. Gráfico do Sistema de Custeio Variável Custeio Variável Empresa Industrial CUSTOS Despesas Custos Variáveis Custos Fixos Estoque de produtos Demonstração de Resultados Receita Líquida Venda CPV Lucro Bruto Despesas Operacionais Lucro Líquido Contabilidade Gerencial 32
  • 33. Fonte: Martins (2003) modificado pelo Autor Exercícios: a) Conceitue Custeio Variável. De acordo com os dados abaixo, calcule usando o critério do Custeio Variável. Estoques Meses / ano produção Vendas Final jan/06 20.000 17.000 3.000 fev/06 5.000 4.000 4.000 mar/06 15.000 9.000 10.000 abr/06 3.000 13.000 0 Custos variáveis por mês: Custo Unitário por mês Mês / ano Material Direto MOD Embalagens TOTAL jan/06 R$ 11,00 R$ 7,00 R$ 2,00 R$ 20,00 fev/06 R$ 12,00 R$ 8,00 R$ 1,00 R$ 21,00 mar/06 R$ 13,00 R$ 7,00 R$ 2,00 R$ 22,00 abr/06 R$ 13,00 R$ 6,00 R$ 4,00 R$ 23,00 Preço de Venda = R$ 70,00 / unidade Custos Fixos Aluguel da fabrica = R$ 30.000,00 Energia = R$ 40.000,00 MOI = R$ 20.000,00 Manutenção = R$ 10.000,00 Depreciação = R$ 10.000,00 Total = R$ 110.000,00 Pede-se: a) Aproprie os custos variáveis as quantidades vendidas por período; b) Faça a DRE, confrontando as vendas com os custos e despesas. ABORDAGEM DO CUSTEIO ABC OU CUSTEAMENTO POR ATIVIDADES O custeio ABC ( Activity-Based Costing ), ou Custeio Baseado em Atividades, é um método que procura minimizar as distorções acarretadas pelos critérios de rateio dos custos Contabilidade Gerencial 33
  • 34. indiretos. Assim sendo, o custeio ABC, se torna uma poderosa ferramenta a ser utilizada nas estratégias da gestão de custos. Custeamento Baseado em Atividades – método de aplicar os CIF aos produtos que consideram atividades não relacionadas ao volume que criam CIF, assim como as atividades relacionadas ao volume. Atribui custos para o objeto de custos ao primeiramente rastrear os custos para as atividades e depois rastrear os custos para os objetos de custos. Método de custeio voltado para as atividades como objetos fundamentais de custos. Emprega o custo dessas atividades como base de apropriação de custos a outros objetos de custos, como produtos, serviços e clientes. Sistema de custeio de produtos e serviços que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário aos custos indiretos (Iudícibus, 2001). O ABC é uma ferramenta de custeio mais voltada à gestão de negócios, uma vez que, a partir do histórico de custos ou orçamento de determinado período, proporciona uma visão diferenciada do consumo de recursos das organizações (CFC, p.17, 1995). Segundo Atkinson (2000), evitam alocações arbitrárias e distorções subseqüentes nos custos por atribuir primeiro os custos dos recursos às atividades que os utilizam. A seguir, os custos das atividades são atribuídos aos produtos, serviços e clientes que criaram demanda pelas atividades executadas ou foram por elas beneficiadas. Isso significa que os custos das compras é atribuídos aos itens comprados; os custos de projetar produto são atribuídos aos novos produtos projetados; e o custo do atendimento do cliente é atribuído a cada um deles. Vantagens do Sistema de Custeio ABC O CFC enumera os benefícios que a utilização do ABC pode trazer para a organização: 1. Identifica as reais fontes geradoras de custos em função dos geradores de custos, podendo, desta forma, identificar exatamente quais e onde os recursos vêm sendo consumidos; 2. Identifica o grau de valor agregado que cada atividade atribui ao negocio; 3. Identifica o custo efetivo dos produtos e processos em função da eliminação das distorções propiciadas pelos atuais sistemas de rateio, atribuindo aos objetos de custeio os custos efetivamente incorridos; 4. Permite a gestão do portifólio de produtos, analisando a rentabilidade individual de cada produto e sua contribuição para o negócio. É a base de remuneração, preços e tarifas; 5. Incentiva a integração entre as áreas envolvidas nos processos e atividades, maximizando os esforços para a resolução de problemas e aumento de qualidade; 6. Permite realizar benchmarking com outras empresas do mesmo setor, comparando os custos unitários dos geradores de custos, permitindo uma análise comparativa com as melhores práticas do mercado; Contabilidade Gerencial 34
  • 35. 7. Permite estabelecimento de cost target (custo meta) para cada atividade, possibilitando a gestão desses custos na fonte, eliminando arbitrariedade nos processos de redução de custos; Para Crepaldi (2004), no Sistema ABC, as atividades são o foco do processo de custeio. Os custos são investigados, relacionando-se as atividades aos produtos, com base na demanda por tais atividades pelo produto durante o processo de produção. Portanto, as bases de alocação usadas no custeio baseado na atividade são medições das atividades executadas que podem incluir horas do tempo de ajuste de máquina ou número de vezes em que isso foi feito. Ainda segundo Crepaldi (2004), é o método que mede o custo e o desempenho de processos e produtos. Mais especificamente, que: • Atribui custos às atividades combase no consumo de recursos; • Atribui custos a produtos ou serviços com base no consumo de atividades; • Reconhece os fatores que determinam (explicam) os custos das atividades, e o consumo destas pelos produtos ou outras atividades. CLIENTES demandam PRODUTOS demandam ATIVIDADES demandam RECURSOS demandam GASTOS demandam CUSTOS Figura 2. Custeio ABC Fonte: Crepaldi (2004) Exercícios: a) Conceitue Custeio por Atividades (ABC). b) Cite algumas vantagens no uso do Custeio ABC. Exercício 1 A empresa Enchuta produz dois produtos, A e B cujos preços de venda líquidos de tributos são, em média, $ 80 e $ 95, respectivamente, e o volume de produção e de vendas é de 12.000 unidades do produto A e 4.490 unidades do produto B, por período. Contabilidade Gerencial 35
  • 36. Em determinado período, foram registrados os seguintes custos diretos por unidade (em $): Produto A Produto B Material Direto 20 27,95 Mão-de-obra Direta 10 5 Os custos indiretos de Produção (CIP) totalizam $ 500.000 no referido período. Por meio de entrevistas, análise de dados na contabilidade etc., verificou-se que esses custos indiretos referem-se às seguintes atividades mais relevantes: Atividade $ Inspecionar material 60.000 Armazenar material 50.000 Controlar estoques 40.000 Processar produtos (máquinas) 150.000 Controlar processos (Engenharia) 200.000 Total 500.000 Uma análise de regressão e de correlação identificou os direcionadores de custos dessas e de outras atividades, e sua distribuição entre os produtos, a saber: Produto A Produto B Número de lotes inspecionados e armazenados 3 7 Numero de horas-máquina de processamento de produtos 4.000 6.000 Dedicação do tempo dos engenheiros 25% 75% Pede-se para calcular: a) O valor dos Custos Indiretos de Produção (CIP) de cada produto, utilizando o custos de MOD como base de rateio; b) Idem, rateando com base no custo de material direto; c) Idem, pelo Custeio Baseado em Atividades (ABC); e d) O valor e o percentual de lucro bruto de cada produto, segundo cada uma das três abordagens. Exercício 2 A empresa Pharma, produtora de laticínios da cidade de Parma, dedica-se à produção de dois produtos: Requeijão Cremoso (unidades) e Queijo Parmesão (unidades). Em determinado período, foram registrados os seguintes custos diretos por unidade (em $): Requeijão Queijo Matéria-prima 12 18 Contabilidade Gerencial 36
  • 37. Mão-de-obra 6 3 Os Custos Indiretos de Fabricação (CIF) totalizaram $ 54.000,00 no referido período. Por meio de entrevistas, análises de dados na contabilidade etc., verificou-se que esses custos referiam-se às seguintes atividades mais relevantes: Atividade $ Inspecionar matéria-prima 8.000 Armazenar matéria-prima 6.000 Controlar estoques 5.000 Processar produtos (máquinas) 15.000 Controlar processos (Engenharia) 20.000 Total 54.000 Uma análise de regressão e de correlação identificou os direcionadores de custos dessas e de outras atividades e sua distribuição entre os produtos, a saber: Requeijão Queijo Número de lotes inspecionados e armazenados 15 60 Numero de pedidos de entrega de produtos aos clientes 120 140 Número de horas-máquina de processamento de produtos 4.000 6.000 Numero de horas de transporte 210 295 Dedicação do tempo dos engenheiros (em horas) 50 150 Os dados relativos à produção e vendas do período são: Requeijão Queijo Quantidade produzida e vendida 6.000 3.000 Preço médio de venda unitário (liquido) $ 30 $ 41 Pede-se: a) O valor dos Custos Indiretos de Fabricação (CIF) de cada produto, utilizando o custo de mão-de-obra direta como base de rateio; b) Idem, rateando com base no custo de matéria-prima; c) Idem, pelo Custeio Baseado em Atividades (ABC); d) O valor e o percentual de lucro bruto de cada produto, em relação à receita, segundo cada uma das três abordagens. Exercício 3 A empresa de telecomunicações Telefonic dedica-se à prestação de dois serviços principais: • Chamadas locais (A): Receita Liquida no período = $ 790.715,00; • Chamadas em domicilio (B): Receita Líquida no período = $ 994.620,00. Em determinado período foram constatados os seguintes custos diretos: Contabilidade Gerencial 37
  • 38. A B Depreciação de veículos 0 80.000 Salários e encargos sociais do pessoal 200.000 120.000 Depreciação da planta básica 100.000 0 Material para reparos (fios de cobre, ferramentas etc.) 0 45.000 Energia elétrica 155.000 0 Os Custos Indiretos, comuns aos dois serviços, foram de $ 500.000 para o mesmo período. Por meio de entrevistas, análises de dados na contabilidade etc., verificou-se que os custos indiretos referiam-se às seguintes atividades: Atividade $ Realizar manutenção preventiva de equipamentos 150.000 Realizar manutenção corretiva de equipamentos 180.000 Supervisionar serviços 70.000 Controlar a qualidade dos serviços 100.000 Total 500.000 Lista de Direcionadores de Custos (selecionar apenas os mais adequados às atividades): A B Numero de horas de manutenção preventiva 1.000 5.000 Numero de pedidos de manutenção corretiva 5 20 Tempo dedicado pelos Supervisores 25% 75% Numero de defeitos detectados e corrigidos 10 40 Numero de pontos de inspeção de controle de qualidade 20 80 Quantidade de consertos realizados em domicílio 0 300 Quantidade de minutos de uso 30.000 0 Pede-se calcular: a) O valor dos custos indiretos, por tipo de Serviço, segundo o rateio com base no custo direto; b) Idem, rateando com base no custo de mão-de-obra direta; c) Idem, segundo o Custeio Baseado em Atividades (ABC); d) A margem bruta de lucro, em porcentagem da receita, por tipo de Serviço, segundo cada uma das três abordagens. ANÁLISE CUSTO/VOLUME/LUCRO Uma das análises mais relevante nas estratégias da gestão no negócio é a de custo/volume/lucro. Conhecendo-se o comportamento dos custos do produto, essa análise permite estudar o efeito no lucro se ocorrer variação no volume de vendas? Ou qual o Contabilidade Gerencial 38
  • 39. volume de vendas será necessário para que o lucro do negócio seja $X?, ou que preço deve ter o produto, dado que o volume de operação será de Y unidades e o lucro desejado deverá ser de $Z?. As relações entre receita, despesas e lucro são estudadas a fim de responderem perguntas similares as apresentas. A análise CustoxVolumexLucro é uma ferramenta importante no planejamento de curto prazo, porque explora o relacionamento existente entre as suas quatro principais variáveis – custo, receita, volume de saídas e lucro (Figueiredo e Caggiano, 1997). Segundo Hoji (2004), a análise da relação custo/volume/lucro tem a finalidade de calcular o ponto de equilíbrio (breakeven point), isto é, o ponto em que as receitas de vendas se igualam com a soma dos custos e despesas e o lucro é nulo. Para utilizar essa análise é importante que os custos da empresa sejam divididos em fixos e variáveis. A análise de custo/volume/lucro evidencia a dois importantes conceitos: margem de contribuição e ponto de equilíbrio. Margem de Contribuição Para Hoji (2004), Margem de Contribuição (MC) é o valor resultante das vendas (liquidas de impostos) deduzidos dos CDVs. Os gestores usam a análise da Margem de Contribuição como ferramenta de decisão gerencial. Em suma, usam para tomar decisões estratégicas para a organização no mercado em que atua. Assim sendo, a análise da Margem de Contribuição, pelo gestor, auxilia-o nas seguintes informações: 1 Decidir se maximiza ou diminui a produção de certo produto em sua linha de produção; 2 Verifica possibilidades vindas da produção, de propagandas para melhorar suas vendas; 3 Toma decisões em relação às estratégias de minimizar custos; 4 Decidi sobre estratégias de preços; 5 Avalia o desempenho da produção e vendas dos produtos. Em suma, com a analise da Margem de Contribuição, o gestor tem como visualizar alternativas para melhorar a utilização da capacidade de produção da empresa; como calcular o melhor preço de venda em relação a concorrência; como conseguir o mix de produção. Formulas: A Margem de Contribuição Unitária (MCu) é dada pela formula: Mcu = PV – (CVu + DVu) Mcu = Margem de Contribuição Unitária Contabilidade Gerencial 39