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MBA EM GESTÃO DE
FINANÇAS EMRESARIAIS
Controladoria
Professor: Vicente Eustáquio Mascarenhas
Realização
Faculdade Pitágoras
EAD
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
2
Todos os direitos em relação ao design deste material didático são reservados à Faculdade Pitágoras.
Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material didático são reservados ao autor.
Mascarenhas, Vicente Eustáquio.
Controladoria 1ª
ed. Belo Horizonte; Faculdade Pitágoras -
Cursos de Pós-Graduação. 99p.
Bibliografia
1 Controladoria 2. Administração I. Título
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
3
Sumário
CONTROLADORIA ______________________________________________________ 5
1 CONCEITO _________________________________________________________ 7
2 MISSÃO DA CONTROLADORIA ______________________________________ 7
3 FUNÇÕES DA CONTROLADORIA ____________________________________ 9
3.1 Subsidiar o processo de gestão _______________________________________ 10
3.2 Apoiar a avaliação de Desempenho____________________________________ 11
3.3 Apoiar a avaliação de resultado_______________________________________ 11
3.4 Gerir os sistemas de informações _____________________________________ 12
3.5 Atender aos gestores do mercado _____________________________________ 12
4 INSTRUMENTOS DA CONTROLADORIA _____________________________ 12
4.1 Processo de Gestão _________________________________________________ 13
4.1.1 Planejamento ___________________________________________________ 13
4.1.2 Organização ____________________________________________________ 15
4.1.3 Execução ______________________________________________________ 16
4.1.4 Controle _______________________________________________________ 16
4.1.5 Comunicação ___________________________________________________ 17
4.1.6 Motivação ______________________________________________________ 19
4.2 Sistemas de Informações_____________________________________________ 19
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
4
4.2.1 Delegação e Controle _____________________________________________ 20
4.2.2 Papel dos Gestores _______________________________________________ 22
4.2.3 A Informação ___________________________________________________ 23
4.2.4 O propósito da informação _________________________________________ 23
4.2.5 Características da Informação_______________________________________ 24
4.2.6 Tipos de Informações _____________________________________________ 25
4.2.7 Conceito de Sistemas de Informações ________________________________ 27
4.2.8 Limitações dos Sistemas de Informações ______________________________ 28
4.2.9 Sistemas de Informações Contábeis _________________________________ 29
4.2.10 Premissas Básicas para um Sistema de Informação Contábil______________ 29
4.2.11 Áreas de atuação do Sistema de Informação Contábil. __________________ 30
4.2.12 Fluxo das Informações Contábeis. __________________________________ 31
4.2.13 Fluxograma das Informações Contábeis______________________________ 32
5 CONTROLLER _______________________________________________________ 35
5.1 Funções Do Controller ______________________________________________ 35
5.2 Requisitos para o Desempenho da Função de Controladoria_______________ 37
6. Referências Bibliográficas ____________________________________________ 38
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
5
CONTROLADORIA
O novo cenário econômico globalizador, vivido atualmente no mundo, tem
introduzido profundas mudanças no ambiente econômico internacional, provocando novo
arranjo na Economia Mundial, que tende a um processo de globalização, caracterizado
basicamente pela união de países em torno de uma proposta comum de intercâmbio
comercial por meio da queda de barreiras tarifárias cambiais e de outras condições de livre
comércio.
Como desdobramentos dessas mudanças, emergiram os blocos econômicos:
Nafta, Mercosul, Países Asiáticos e a Comunidade Européia.
Todo esse processo impacta tanto o contexto externo das relações contratuais
das organizações, como ambiente interno das empresas, criando assim a demanda por
melhores práticas de gestão.
Quer queiramos ou não, os movimentos sociais exigirão futuramente um
posicionamento das empresas e elas serão cobradas em seu papel social, principalmente em
relação a seu desempenho; assim sendo, a otimização do uso dos recursos disponíveis é
preocupação primeira dos gerenciadores das organizações.
O objetivo de um negócio privado, em uma economia competitiva, é obter o
maior lucro possível desde que não seja inconsistente com o crescimento de longo prazo da
companhia e com os padrões éticos da sociedade.
A Contabilidade Moderna tem-se caracterizado com uma das ferramentas mais
úteis aos administradores na otimização do processo de tomada de decisão. Como um
sistema de informação e mensuração de eventos que afetam a tomada de decisão,
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
6
possibilita que,partindo do conhecimento de fatos passados, procedimentos sejam
delineados de forma que esta otimização seja, senão alcançada totalmente, buscada com
maior segurança.
O aumento da complexidade na organização das empresas, o maior grau de
interferência governamental por meio de políticas fiscais, a diferenciação das fontes de
financiamentos das atividades, a percepção das necessidades de consideração dos padrões
éticos na condução dos negócios e, principalmente, a demanda por melhores práticas de
gestão, criando a necessidade de um sistema contábil mais adequado para um controle
gerencial mais efetivo, tem sido, entre outras, algumas das razões para que a
responsabilidade com o gerenciamento das finanças das empresas tenha aumentado de
importância dentro do processo de condução dos negócios.
Diante de todo esse contexto a Controladoria não pode ser vista como um
método, voltado ao como fazer. Para uma correta compreensão do todo, devemos cindi-la
em dois vértices: o primeiro como ramo do conhecimento responsável pelo estabelecimento
de toda base conceitual, e o segundo como órgão administrativo respondendo pela
disseminação de conhecimento, modelagem e implantação de sistemas de informações.
A Controladoria está voltada para modelar a correta mensuração da riqueza, a
estruturação do modelo de gestão. Para tanto ela é vista como uma unidade administrativa
responsável pela coordenação e disseminação da Tecnologia de Gestão, no tange ao
processo de sistemas de informações e também como órgão aglutinador e direcionador de
esforços dos demais gestores que conduzam á otimização do resultado global da
organização.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
7
1 CONCEITO
Controladoria é um órgão administrativo que sendo responsável pelo
estabelecimento de toda base conceitual se faz como órgão administrativo que responde
pela disseminação de conhecimento, modelagem e implantação de sistemas de informações,
controle e gerenciamento. 1
Como órgão administrativo a Controladoria tem por finalidade garantir
informações adequadas ao processo decisório, colaborar com os gestores em seus esforços
de obtenção da eficácia de suas áreas quanto aos aspectos econômicos e assegurar a eficácia
empresarial.
2 MISSÃO DA CONTROLADORIA2
A controladoria, assim como todas as áreas de responsabilidade de uma
empresa, deve esforçar-se para garantir o cumprimento da missão e a continuidade da
organização. Seu papel fundamental nesse sentido consiste em coordenar os esforços para
conseguir um resultado global sinérgico, isto é, superior á soma dos resultados de cada
área.
1
FIPECAFI, Fundação Inst.de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, Catelli, Armando (Coordenador)
– Controladoria Uma Abordagem da Gestão Econômica – GECON. São Paulo: Atlas, 1999
2
MOSIMANN, Clara Pellegrinello, FISCH, Sílvio, Controladoria – Seu Papel na Administração de
Empresas. São Paulo:Atlas, 1999
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
8
Moscove e Simkim3
afirmam que a Controladoria desempenha um importante
papel no êxito empresarial, tendo como missão primordial a geração de informações
relevantes para a tomada de decisão no âmbito da organização.
O objeto da Controladoria é a gestão econômica, ou seja, todo conjunto de
decisões e ações orientado por resultados desejados mensurados segundo conceitos
econômicos.
O objetivo maior da Controladoria é “ a gestão econômica, compreendida
pelo conjunto de decisões e ações orientado por resultados desejados e mensurados”
Dado este maior temos que os objetivos da Controladoria, tendo em vista a missão
e seu objetivo maior estabelecidos, são:
 Promoção da eficácia organizacional
 Viabilização da gestão econômica
 Promoção da integração das áreas de responsabilidade
Desta forma, a Missão da Controladoria é:
Otimizar os resultados econômicos da empresa, para garantir sua
continuidade, por meio da integração dos esforços das diversas áreas.
3
Moscove e Simkin apud TACHIZAWA, Elio T. Referencial teórico á formulação de um modelo de
informação de suporte à Controladoria. Dissertação de Mestrado. São Paulo: FEA-USP, 1990. P. 148.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
9
3 FUNÇÕES DA CONTROLADORIA
Heckert e Wilson4
estabelecem como funções da Controladoria:
a) A função de planejamento, que inclui o estabelecimento e a manutenção de um plano
operacional integrado por meio de canais gerenciais autorizados, de curto e longo prazo,
compatível com os objetivos globais, devidamente testado e revisado, e abrangendo um
sistema e os procedimentos exigidos;
b) A função de controle, que inclui o desenvolvimento, o teste e a revisão por meios
adequados dos padrões satisfatórios contra os quais deve-se medir o desempenho real, e
a assistência á administração no incentivo à conformidade dos resultados reais com os
padrões;
c) A função de relatar, que inclui preparação, análise e interpretação dos fatos financeiros
e números para o uso da administração, envolve uma avaliação desses dados em
relação aos objetivos e métodos da área e da empresa como um todo, e influências
internas e preparação de relatórios a terceiros como órgãos governamentais, acionistas,
credores, clientes, público em geral, conforme suas exigências.
d) A função contábil, que inclui o estabelecimento e a manutenção das operações da
contabilidade geral e da contabilidade de custos, da divisão e empresa como um todo,
4
HECKERT, J. Brooks, WILLSON, James D. Controllership. 2. Ed. New York: Ronald Press, 1963.p.13-
14.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
10
juntamente com os sistemas e métodos referentes ao projeto, instalação e custódia de
todos os livros contábeis, os registros e formas requeridos para registrar objetivamente
as transações financeiras e adequá-las aos princípios contábeis, com o respectivo
controle interno e;
e) Outras funções relacionadas, de responsabilidade primária que incluem supervisão e
operação de tais áreas como: impostos, seguros, procedimentos e sistemas, etc...
Em outras palavras pode-se dizer que as funções da Controladoria são5
:
3.1 Subsidiar o processo de gestão
Esta função envolve ajudar a adequação do processo de gestão à realidade da
empresa ante seu meio ambiente. Estará sendo materializada tanto no suporte à estruturação
do processo de gestão como pelo efetivo apoio às fases do processo de gestão, por meio de
um sistema de informação que permita simulações e projeções sobre eventos econômicos
no processo de tomada de decisão.
Estará a Controladoria suprindo os Gestores das diversas áreas no processo de
gestão com instrumentos gerenciais que fornecem informações sobre desempenhos e
resultados econômicos. É inerente a esta função monitorar o processo de elaboração do
orçamento e respectiva consolidação das diversas áreas de responsabilidade da empresa.
5
FIPECAFI, Fundação Inst.de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, Catelli, Armando (Coordenador)
– Controladoria Uma Abordagem da Gestão Econômica – GECON. São Paulo: Atlas, 1999
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
11
3.2 Apoiar a avaliação de Desempenho
Na avaliação de desempenho, seja dos gestores ou das áreas de
responsabilidade, a Controladoria estará:
 elaborando a análise de desempenho econômico das áreas
 elaborando a análise de desempenho dos gestores
 elaborando a análise de desempenho econômico da empresa
 avaliando o desempenho da própria área
3.3 Apoiar a avaliação de resultado
Ao apoiar a avaliação de resultado, a Controladoria estará:
 elaborando a análise de resultado econômico dos produtos e serviços
 monitorando e orientando o processo de estabelecimento de padrões
 avaliando o resultado de seus serviços.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
12
3.4 Gerir os sistemas de informações
Desempenhando a função de gerir os sistemas de informações, estará a
Controladoria :
 definindo a base de dados que permita a organização da informação necessária à gestão;
 elaborando modelos de decisão para os diversos eventos econômicos, considerando as
características físico-operacionais próprias das áreas, para os gestores padronizando e
harmonizando o conjunto de informações econômicas.
3.5 Atender aos gestores do mercado
A empresa é um sistema aberto e, consequentemente, interage com o meio
ambiente, trocando os mais diferentes tipos de recursos/produtos. Ante a esta condição é
função da Controladoria atender às demandas externas, da seguinte forma:
 Analisando e mensurando o impacto das legislações no resultado econômico da empresa
 Atendendo aos diversos agentes do mercado, seja como representante legal formalmente
estabelecido, seja apoiando o gestor responsável.
4 INSTRUMENTOS DA CONTROLADORIA
A Controladoria, na execução de suas atividades, deve utilizar-se de dois
instrumentos fundamentais: Processo de Gestão e Sistemas de Informações
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
13
4.1 Processo de Gestão
Embora existam diferentes escolas de pensamento a respeito do termo
Administração e como esta dever ser praticada, é geralmente aceito que o processo de
gestão possui seis funções principais:
1. Planejamento
2. Organização
3. Execução
4. Controle
5. Comunicação
6. Motivação
4.1.1 Planejamento
Planejamento é a mais básica de todas as funções gerenciais, e a habilidade com
que esta função está sendo desempenhada determina o sucesso de todas as operações.
Planejamento pode ser definido como o processo de reflexão que procede a ação e é regido
para a tomada de decisão agora com vistas no futuro.
O planejamento é formado de cinco estágios:
1. Estabelecer os objetivos da organização
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
14
2. Avaliar o cenário no qual a organização estará operando, relacionando os fatores
externos que irão possivelmente afetar suas operações. Para este propósito, uma
projeção deve ser feita na tentativa de predizer o que irá acontecer no futuro, não
importando se deverão ser ou não mudanças na política da organização dos planos;
3. Avaliar os recursos existentes, pois a gestão tem como escopo o uso mais eficiente
destes recursos escassos homens, máquinas, materiais e dinheiro;
4. Determinar a estratégia para alcançar os objetivos estabelecidos no plano geral que
especifica as metas. As decisões estratégicas dizem respeito ao estabelecimento do
relacionamento entre a empresa e o meio ambiente;
5. Delinear um programa de ação para alcançar metas estratégicas selecionadas para
programas de longo prazo e de curto prazo, descriminando o tipo de recurso no
orçamento anual. Assim, decisões são essenciais em todos os estágios do processo de
planejamento. As áreas – chaves podem ser estabelecidas quando se decide: o que deve
ser feito, quando deve ser feito, como deve ser feito e quem deve fazê-lo.
A importância dos fatores conjunturais no processo de planejamento é óbvia, e
é igualmente claro que informações a esse respeito não devem estar sujeitas a um
tratamento menos rígido do que as informações analíticas é criticada como inadequada
para o propósito de uma decisão eficiente. As deficiências na natureza e qualidade dessas
informações serão examinadas posteriormente com maiores detalhes.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
15
Entretanto, existe a necessidade de um fluxo contínuo de informações sobre o
meio ambiente, pois o mais importante fator potencial de crescimento da firma e de maior
eficiência é a habilidade de assimilação e aprendizado de seus gestores.
Os sistemas de informação tem presentemente migrado de uma pesada ênfase
na informação analítica para a incorporação de dados ambientais.
4.1.2 Organização
Organização envolve definição da estrutura administrativa para que as decisões
estratégicas sejam implementadas.
A configuração da área administrativa procura estabelecer a estrutura e a forma
da firma ou da organização e definir as responsabilidades e linhas de autoridade.
Isto envolve definição das tarefas necessárias para alcançar as metas
estratégicas, uma determinação de quem irá desempenhar estas tarefas e assumir
responsabilidades por seu desempenho.
A função de organização é coordenar estas tarefas de modo que a empresa
esteja apta a trabalhar eficientemente e alcançar seus objetivos.
A organização é desenvolvida através do processo de departamentalização no
qual, diferentes especialistas são divididos em departamentos separados.
Estes departamentos estão ligados por uma hierarquia, uma estrutura formal de
comunicação que possibilita a passagem das instruções e das informações tanto de baixo
para cima como de cima para baixo.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
16
O propósito principal de toda estrutura organizacional é facilitar o fluxo das
informações para o processo de tomada de decisão.
4.1.3 Execução
É exatamente na fase de execução que as ações são implementadas e surgem as
transações realizadas. Nessa etapa, procura-se alcançar os objetivos e metas estabelecidos
no planejamento, de forma a otimizar cada negócio.
Com esse propósito, o processo de execução envolve a identificação, a
simulação e a escolha de alternativas para o cumprimento das metas, bem como a
implementação das ações.
São pré-requisitos: plano operacional de curto prazo aprovado e sistemas de
apoio á execução das operações.
4.1.4 Controle
Efetivamente, controle é um sistema de feedback que possibilita aos
desempenhos serem comparados com os objetivos planejados, controle é essencial para a
realização do planejamento.
Na prática, á medida que maior ênfase é dada ao controle das operações, mais
próximo estarão de ser cumpridos os objetivos descritos.
O feedback de informações é parte integrante dos procedimentos de controle
dirigidos para detectar as variações que porventura possam diariamente; o objetivo é
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
17
evidenciar os desvios do plano tão cedo quanto possível para que ações corretivas sejam
implementadas.
A função do controle está intimamente ligada á função de planejamento por um
sistema de feedback que informa o resultado de decisões passadas.
O sistema de feedback é também um instrumento de controle nas decisões, pois
proporciona meios de avaliação contínua do desempenho corrente em face do planejado
estrategicamente.
4.1.5 Comunicação
Comunicação é uma troca de fatos, idéias e opiniões, por duas ou mais pessoas.
A troca é bem-sucedida somente quando resulta num real entendimento.
Resumidamente, dizer não é o bastante, quem recebe a informação precisa
entender a mensagem que o emissor está tentando comunicar.
A comunicação, portanto, ocorre quando o receptor da informação entende o
que o emissor pretende comunicar.
Comunicação supõe ligação de todas as funções gerenciais pela transmissão de
informações e instruções internas da organização.
Adicionalmente, o processo de comunicação relaciona a organização com seu
meio ambiente por ligá-la a seus fornecedores, e aos consumidores para quem se produto é
direcionado.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
18
Em qualquer organização, a especialização das tarefas e a conseqüente divisão
do trabalho criam situações nas quais um fluxo de idéias e de fatos é necessário em função
da eficiência.
Alto grau de comunicação agrega os vários membros da organização, unindo-os
na busca das metas organizacionais.
Assim, uma empresa pode ser vista somente como um sistema de tomada de
decisão, mas também como um sistema de comunicação.
Os principais componentes de um sistema de comunicação são: o emissor, a
mensagem e o receptor.
O emissor pode ser uma pessoa, um computador ou qualquer aparelho capaz de
emitir uma mensagem.
Do ponto de vista gerencial, a comunicação escrita possui vantagens especiais,
pois nela a informação pode ser planejada e incorporada aos procedimentos formais, formas
nas quais a comunicação se efetiva.
Essencialmente, procedimentos que são destinados a comunicar informações
devem focalizar o que é importante, a fim de maximizar a possibilidade de ocorrência da
comunicação efetiva.
Isto requer um número limitado de mensagens a serem comunicadas para que a
informação realmente importante possa ser preservada.
Ressalta-se que comunicar somente informações “excepcionais” , isto é,
informações a respeito de variações do plano predeterminado, que requerem atenção
imediata, é um modelo bastante aceito.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
19
4.1.6 Motivação
Traduz-se no envolvimento total dos membros da organização e na busca de
maneiras de como melhorar a performance individual.
Quando se estuda a motivação, estudam-se as influências das pessoas e de seu
comportamento.
Alguns fatores motivacionais são basicamente biológicos ou psicológicos e
podem ser vistos como naturais ou inerentes como a necessidade de ar, água, alimentação,
sono, vestimenta e moradia.
Alguns fatores motivacionais são adquiridos, como, por exemplo, a combinação
de necessidades associadas ao ego individual e a uma correta avaliação de si próprio.
Outros fatores motivacionais estão relacionados a necessidades sociais e são
influenciados pela organização da situação do trabalho. Muitos estudos, tem examinado os
efeitos destas necessidades, e mostram como o tamanho, a coesão e a finalidade do grupo
atuam no controle dos membros, através de suas próprias razões.
Assim, a organização deve criar situação em que os objetivos pessoais e do
grupo tenham grandes possibilidades de coincidirem.
4.2 Sistemas de Informações
A empresa é constituída sob o pressuposto da continuidade. A garantia da
continuidade da empresa sé é obtida quando as atividades realizadas geram um resultado
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
20
líquido no mínimo suficiente para assegurar a reposição de todos os seus ativos
consumidos no processo de realização de tais atividades.
Todas as estratégias, planos, metas e ações que a empresa implementa, devem
objetivar em última instância a otimização do lucro. O lucro, portanto, é a melhor e mais
consistente medida da eficácia da organização.
Tendo em vista a importância do conceito de lucro , as questões que
normalmente se colocam são : Quem é o responsável pela geração do lucro? O que (quais
atividades) está contribuindo mais ou menos para a formação do lucro? Quem (quais
gestores) está obtendo melhores desempenhos? Essas questões constituem-se em
verdadeiros desafios das administrações modernas e raramente são respondidas a
contento, pela inexistência de instrumental adequado que forneça as informações
necessárias. Muito embora todas as atividades ( o que) desenvolvidas pela empresa, bem
como todos os gestores (quem) , contribuam para a formação do lucro da empresa ,
observa-se que pela utilização de sistemas de informações tradicionais simplesmente não é
identificado como as atividades analíticas contribuem no lucro global, e a performance
dos gestores é medida por parâmetros físicos e por valores de “custo” , em vez de por
resultados econômicos.
4.2.1 Delegação e Controle
As empresas em busca da continuidade, do crescimento ou da expansão de suas
atividades, em ambiente de concorrência acirrada, devem preparar-se no presente para
atuar no futuro.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
21
O aumento da quantidade e complexidade das operações indica
automaticamente a necessidade de delegação de responsabilidade e autoridade. A partir de
certos níveis de atividade empresarial, a delegação não é mais uma questão de opção, é
uma necessidade sem a qual a empresa coloca em risco sua atuação futura, pois é
impossível que somente umas poucas pessoas decidam tudo em todos os níveis.
A delegação, embora necessária, conduz a algumas questões. A primeira delas
diz respeito `a incerteza , ou seja, as pessoas que “recebem” a delegação devem tratar com
decisões eventos futuros. Para minimizar as incertezas e os riscos , essas decisões deve ser
tomadas dentro de determinado “ritual” , que envolve planejamento, coordenação.
Execução e controle das atividades, ou seja, o processo administrativo.
Uma Segunda questão relativa à delegação diz respeito à eficácia dos gestores,
que requer, além da competência natural exigida, participação e envolvimento profundos
em todas as decisões em seu âmbito de atividades e em todas as fases do processo
administrativo.
Uma terceira questão é quanto ao controle. Pode-se ter a falsa idéia de que a
delegação conduza á perda de controle. Pelo contrário, por meio de um estilo participativo
com envolvimento profundo dos gestores é fortalecido à medida que as decisões são
tomadas, respeitando-se o nível hierárquico , cabendo á Alta Direção a decisão final e
acionando-se um processo de “prestação de contas” de um nível hierárquico inferior para
outro imediatamente superior.
Evidentemente, esse processo de prestação de contas exige a adoção de
instrumentos , conceitos e critérios adequados e consistentes, que por um lado motivem os
gestores e canalizem seus esforços para a otimização do resultado global da empresa, e
por outro lado promovam uma efetiva avaliação de desempenho.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
22
4.2.2 Papel dos Gestores
Os gestores são os responsáveis pela eficácia da empresa. como o próprio nome
esclarece , os gestores são os responsáveis pela gestão, administração ou processo de
tomada de decisão. A gestão corresponde analiticamente ao processo de planejar ,
executar e controlar. Os gestores, portanto, não devem limitar-se apenas à execução das
atividades sob sua responsabilidade , mas também planejá-las e controlá-las . Os gestores,
além de se envolverem com todas as etapas do processo decisório, não podem furtar-se aos
três aspectos intrínsecos a qualquer atividade, ou seja, o operacional, o econômico e o
financeiro.
Os gestores competentes necessitam conhecer como está se desenvolvendo sua
performance , e normalmente desejam conhecer com seu desempenho está contribuindo
para o desempenho global da empresa. Os gestores, via de regra, tem grande preocupação
no sentido de que seu desempenho não seja influenciado pelas ações de outros gestores,
ou de variáveis fora de seu controle. Com são avaliados pelos resultados em seu âmbito de
atuação, os gestores tendem a dar mais importância aos interesses particulares de sua
área , em detrimento dos interesses da organização. A empresa, como um empreendimento
coletivo, exige para seu sucesso a definição de parâmetros que orientem a atuação das
partes em benefício do todo, principalmente considerando que a maximização dos
resultados setoriais não conduz necessariamente á otimização do resultado global da
empresa.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
23
4.2.3 A Informação
É importante num primeiro momento efetuar uma singela distinção entre dois
itens de substancial importância no contexto do trabalho: dado e informação.
Temos que dado é qualquer elemento identificado em sua forma bruta que por
si só não conduz a uma compreensão de determinado fato ou situação.
Já informação é o dado que sofreu um processo de filtração, gerado a partir do
resultado destes itens utilizáveis no processo de tomada de decisão.
Nesta mesma linha Nakagawa ( 1995, p. 60) trabalha que a informação é o
dado que foi processado e armazenado de forma compreensível para seu receptor e que
apresenta valor real ou percebido para suas decisões correntes ou prospectivas.
Padoveze ( 1998, p. 41) resume dizendo que a informação é o dado processado
de forma a ser entendido pelo usuário.
4.2.4 O propósito da informação
Para Oliveira ( 1997, p. 35) propósito básico da informação é o de habilitar a
empresa a alcançar seus objetivos pelo uso eficiente dos recursos disponíveis , nos quais se
inserem pessoas, materiais, equipamentos, tecnologia, dinheiro, além da própria
informação.
A eficiência na utilização do recurso informação é medida pela relação do custo
para obtê-la e o valor do benefício derivado do seu uso.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
24
A informação pode representar a consolidação de poder na empresa, desde o
momento de posse de dados básicos que podem ser transformados em informação , até a
possibilidade de otimizar níveis de conhecimentos técnicos, domínios de políticas e
possibilidade de maior especialização e conseqüente respeito ao executivo considerado.
É evidente que a qualidade da informação irá determinar a qualidade da decisão tomada.
Se todos estiverem conscientes disso e a empresa trabalhar no sentido de buscar as
informações que realmente interessam, proporcionando recursos adequados para sua
execução, os resultados serão alcançados. E assim se chegará ao verdadeiro valor da
informação que reside no fato de que ela deve reduzir a incerteza na tomada de decisão,
ao mesmo tempo que procura aumentar a qualidade da decisão. Ou seja, uma informação
passa a ser válida quando sua utilização aumenta a qualidade decisória diminuindo a
incerteza do gestor no ato da decisão.
4.2.5 Características da Informação
Segundo Padoveze ( 1998, p. 41) para que uma informação seja considerada
boa, ela deve preencher os seguintes requisitos:
- Conteúdo - Precisão - Atualidade
- Freqüência - Adequação da Decisão - Valor Econômico
- Relevância - Entendimento - Confiabilidade
- Relatividade - Exceção - Acionabilidade
- Flexibilidade - Motivação - Segmentação
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
25
- Consistência - Integração - Uniformidade de
Critério
- Oportunidade - Objetividade - Seletividade
- Indicação de Causas - Volume - Generalidade, etc...
4.2.6 Tipos de Informações
A satisfação das necessidades de informação pode ser obtida mediante
informações de diversas tendências, ou seja, não estruturadas ou formalizadas, centradas
em aspectos internos ou externos, financeiras , históricas ou provisionais.
A informação que se obtém de maneira não estruturada, intuitiva e informal
fundamenta-se no acesso e elaboração espontânea a partir de informação proveniente de
diferentes fontes ( conversas e contatos pessoais, acontecimentos, meios de comunicação),
cujo recolhimento e transmissão não estão sistematizados. Este tipo de informação é muito
importante e de ampla utilização, especialmente em unidades de pequena dimensão e
organizações nas quais existem elevado envolvimento do pessoal e boas relações
interdepartamentais.
Um sistema formalizado é aquele que elabora de forma explícita , estruturada,
sistemática e periódica determinada informação mediante um processo formal de
recolhimento , processamento e transmissão da informação.
A existência de um sistema formal é sempre imprescindível . Entretanto
considerações devem ser feitas; pois o predomínio de um sistema ou outro dependerá das
dificuldades que apresente o contexto, assim como da dimensão da empresa e da
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
26
profissionalização e estilo da equipe diretiva. É evidente que uma grande parte da
informação dificilmente pode ser medida de forma exata. Este é o caso, por exemplo, de
uma parte da informação comercial (por exemplo, efeitos da publicidade no volume de
vendas, produtos que devem ser introduzidos ...) e laboral ( por exemplo, nível de
satisfação dos funcionários...).
E em segundo lugar, também se pode considerar a informação financeira que se
refere à situação econômica (rentabilidade) ou financeira (liquidez) da empresa. Em
contrapartida , tem-se a informação não financeira, se comportando de forma qualitativa ou
quantitativa, onde são levados em consideração os aspectos internos como os ligados à
produção ( unidades fabricadas...) ou à gestão comercial ( visita por vendedor...).
Em terceiro lugar , a informação refere-se a aspectos internos da organização (
aspectos comerciais, financeiros, produtivos , compras, investigação e desenvolvimento).
Para ela, dispõem-se de sistemas de informação tanto financeiros como não financeiros.
Essa informação interna pode fazer referência à empresa em seu conjunto, às diferentes
unidades organizacionais (por exemplo, departamento comercial ou uma filial).
Em contrapartida, a informação pode ser externa, se centrada em fontes
externas referentes à evolução do contexto da empresa ( por exemplo, tecnológico). Apesar
de a informação externa ser abundante, o excesso de informação exige que se selecione
aquela informação que poderá ser relevante para a empresa.
Por último, a informação pode ser histórica ou estimada. A informação histórica
é aquela que se obtém a posterior, com base no registro dos fatos que já se sucederam. Por
sua vez a informação estimada é a que trata de antecipar os acontecimentos futuros ou os
resultados antes que se produzam os fatos.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
27
4.2.7 Conceito de Sistemas de Informações
Conforme Gil (1992, p. 14) os “Sistemas de Informação compreendem um
conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados segundo
uma seqüência lógica para o processamento dos dados e a correspondente tradução em
informações.”
Para Nakagawa (1995, p. 62), o sistema de informação é um subsistema do
sistema da empresa, e nesta linha de raciocínio pode-se concluir que o sistema de
informação é um conjunto de subsistemas de informações interdependentes.
Nash e Roberts, segundo ainda comenta Nakagawa ( 1995, p. 63) definem
sistema de informações como uma combinação de pessoas, facilidades, tecnologias,
mídias, procedimentos e controles , com os quais se pretende manter canais de
comunicações relevantes, processar transações rotineiras , chamar a atenção dos gerentes e
outras pessoas para eventos internos e externos significativos e assegurar as bases para a
tomada de decisões inteligentes.
Mosimann e Fisch (1999, p. 54) definem que um sistema de informações pode
ser conceituado como uma rede de informações cujos fluxos alimentam o processo de
tomada de decisões, não apenas da empresa como um todo, mas também de cada área de
responsabilidade. O conjunto de recursos humanos, físicos e tecnológicos que o compõe
transforma os dados captados em informações, com a observância dos limites impostos
pelos usuários quanto ao tipo de informação necessária a suas decisões , condicionando ,
portanto, a relação dos dados à determinação dos sacrifícios que devem ser feitos para se
obter um retorno esperado de suas decisões , tomadas em condições de incerteza.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
28
Padoveze (1998, p. 45) resume Sistema de Informações como um conjunto de
recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados segundo uma seqüência
lógica para o processamento dos dados e tradução em informações ,para, com seu produto
,permitir às organizações o cumprimento de seus objetivos principais.
4.2.8 Limitações dos Sistemas de Informações
Sabemos que a informação é umas das armas mais poderosas no que concerne
ao aspecto de competitividade para o meio empresarial.
A busca cada vez maior de informações relevantes através da eliminação de
informações irrelevantes é constante. O sistema de informação deve, portanto, possuir um
processo de filtragem e de condensação de informações relevantes, de modo a evitar que os
gestores ( tomadores de decisão) ultrapassem o ponto de saturação em sua absorção, e, ao
mesmo tempo , armazenar e manusear informações solicitadas e não solicitadas.
É de suma importância conhecer a informação que cada gestor deseja, contudo
há que se considerar que nem sempre esta se configura na informação necessária. Pois em
muitos casos estes não têm conhecimento a respeito do que realmente seria interessante
para o processo de tomada de decisão.
Neste contexto, então, o sistema de informações adequado seria aquele que
ocorre no entendimento do gestor , de sua administração e de seus anseios. Não esquecendo
, é claro que a facilidade no manuseio do mesmo é um dos requisitos essenciais do sistema,
tendo em vista a necessidade de se evitar os excessos e desperdícios de tempo, pois muitos
gestores não se sentem à vontade para avaliar um sistema automatizado, com medo de
evidenciar uma possível ignorância.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
29
4.2.9 Sistemas de Informações Contábeis
Para Padoveze (1998, p. 112) o Sistema de Informação Contábil se constitui
dos meios que o contador geral, o contador gerencial ou o “Controller” utilizarão para
efetivar a contabilidade e a informação contábil dentro da organização, para que a
Contabilidade seja utilizada em toda a sua plenitude.
Segundo Nakagawa (1995, p. 71) “o sistema de informação contábil é orientado
por um conjunto de regras de controle de entrada, processamento, avaliação e saída de
dados. Na entrada , o sistema só contempla dados relacionados com transações que
guardem conformidade com os chamados Postulados Ambientais da Contabilidade , os
quais, se admitidos, passam a ser tratados de acordo com os procedimentos de controle
interno da empresa.”
O Sistema de Informações Contábeis é orientado por um conjunto de regras de
controle de entrada, processamento, avaliação e saída de dados. Na entrada, o sistema só
contempla dados relacionados com transações que guardem conformidade com os
Postulados Ambientais da Contabilidade.,
4.2.10 Premissas Básicas para um Sistema de Informação Contábil
Para Guerreiro ( 1999, p. 315) as empresas em busca da continuidade , do
crescimento ou da expansão de suas atividades , em ambiente de concorrência acirrada, ,
devem preparar-se no presente para o futuro.A garantia da continuidade da empresa só é
obtida quando as atividades realizadas geram um resultado líquido no mínimo suficiente
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
30
para assegurar a reposição de todos os seus ativos consumidos no processo de realização
de tais atividades.
Esse contexto proporciona naturalmente um crescimento na empresa e este, por
sua vez, impõe certos condicionamentos. Um deles é processo de “accountability” onde a
delegação de responsabilidade é uma conseqüência que não se pode esconder, acarretando
, desta forma, um merecimento de um controle das obrigações delegadas.
Diante deste processo, não se poderia deixar de citar o papel exercido pelos
gestores , ou seja, aqueles responsáveis pelo máximo desempenho positivo da empresa.
Estes gestores tem a obrigação plena de planejar, executar e controlar.
Uma das ferramentas essenciais ao trabalho dos gestores é a informação, pois
desta se constitui a matéria-prima do processo de tomada de decisão.
Ainda para Guerreiro ( 1999, p. 317) “ A informação útil é a que atende às
necessidades específicas dos gestores e os sistemas de informações contábeis devem ser
configurados de forma a atender eficientemente às necessidades informativas de seus
usuários , bem como incorporar conceitos, políticos e procedimentos que motivem e
estimulem o gestor a tomar as melhores decisões para a empresa.
4.2.11 Áreas de atuação do Sistema de Informação Contábil.
Para Padoveze ( 1998, p. 123), de um modo geral, as entidades partilham os
sistemas de informações contábil em três grandes áreas:
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
31
ÁREAS DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL
Área Legal/Fiscal Área de Análise Área Gerencial
- Contabilidade Geral - Análise de Balanços - Orçamentos e Projeções
- Consolidação de
Balanços
- Análise de Fluxo de
Caixa
- Custos e Preços de Vendas
- Valorização de
Inventários
- Gestão de Impostos - Contabilidade por Responsabilidade
- Controle Patrimonial - Centros de Lucros e Unidades de
Negócios
- Acompanhamento do Negócio
A origem do Sistema de Informação Contábil é o subsistema da Contabilidade
Geral. E sendo assim, o lançamento contábil se constitui peça fundamental no processo,
tendo em vista ser ele a fonte alimentadora do processo de escrituração contábil.
4.2.12 Fluxo das Informações Contábeis.
Como vimos o propósito principal da informação é possibilitar que uma
organização alcance seus objetivos pelo uso eficiente de seus outros recursos, isto é,
homens, materiais, máquinas e outros ativos e dinheiro.
O valor da informação reside em seu uso final, isto é, sua inteligibilidade para
as pessoas que tomam decisões, e sua relevância para aquelas decisões.
Em se tratando de informação e da construção de sistemas de informação, o
contador deve estar menos preocupado em minimizar o custo da informação e mais
preocupado em descobrir o nível ótimo de produção de informações.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
32
Os sistemas tradicionais de informação contábil estão muito mais voltados para
armazenar a informação de acordo como os critérios contábeis geralmente aceitos. Por isso
se torna de suma importância o estudo da forma mais eficiente de se registrar os atos e fatos
, pois são estes que alimentam os sistemas de informações.
4.2.13 Fluxograma das Informações Contábeis
Reconhecimento inicial da organização
Gestores
Descrição da Organização Situação Ambiente Organizacional
- missão - de vendas - informações setoriais
- objetivos - da administração - concorrência
- sistema tático Organiz. - do resultado -fatores de tendências do
- sistema operacional - posição de mercado mercado
- sistema estratégico - participação recursos
humanos
Reconhecimento inicial da organização
Características da Informação Contábil
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
33
Padoveze ( 1998, p. 133) defende que para que a informação contábil seja útil ,
necessária e desejável ela deve possuir as seguintes características:
• Mensuração Monetária
• A informação deve trazer mais benefício do que o custo de obtê-la.
• Deve ser compreensível
• Deve ter utilidade para o decisor
• Deve possuir relevância e confiabilidade
• Dentro da relevância , ela deve ter os aspectos de:
- oportunidade
- valor preditivo
- valor de feedback
• dentro da confiabilidade , deve ter os seguintes aspectos:
- verificabilidade
- confiança
- neutralidade
• deve ter consistência ( possibilitar a comparabilidade)
Diante das Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC T 1 entende-se que a
contabilidade é a ciência social cujo objetivo principal é o registro , controle e avaliação do
patrimônio , que se serve de suas próprias ferramentas, as informações contábeis, por ela
geradas, para fornecer aos usuários as informações úteis , necessárias e por eles desejadas
para a tomada de decisão.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
34
Estes usuários se constituem de toda e qualquer pessoa, seja ela física ou
jurídica.
É importante citar que a norma ressalta quatro pontos essenciais que uma
informação deve conter, são eles:
1. Confiabilidade: A informação não pode de maneira alguma sugerir nenhuma
característica que enseje ao usuário dúvida quanto a sua extração. Para tanto ela
deve ser extraída com fidedignidade, clareza e responsabilidade e de acordo com os
princípios fundamentais e as normas brasileiras de Contabilidade.
2. Tempestividade: Refere-se a consistência na periodicidade de geração da
informação contábil, levando em consideração o período desejado e necessário dos
usuários para o acesso as mesmas.
3. Compreensibilidade: As expressões das informações contidas nos relatórios devem
ser possuídas de extrema clareza e objetividade.
4. Comparabilidade: Neste item enfatiza-se a necessidade de se disponibilizar ao
usuário informações que lhe possibilitem efetuar uma análise comparativa da
evolução da entidade durante determinado período.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
35
5 CONTROLLER
5.1 Funções Do Controller6
Qual será o papel do controller dentro do processo de definir, planejar e
acompanhar as operações de uma entidade?
Verifica-se que este papel difere grandemente de empresa para empresa.
Dependendo do porte e estrutura organizacional, a função do controller pode atingir aos
mais diversos níveis da administração.
O trabalho do controller inicia-se na contabilidade geral o que o situaria na
estrutura organizacional como um órgão de linha, normalmente se subordinado ao principal
executivo financeiro da empresa. Suas atividades incluem a geração de informações dentro
dos diversos setores a ele subordinados. Neste caso, o controller seria responsável, entre
outras, pelas seguintes áreas e funções:
a) contabilidade geral
b) controle patrimonial
c) orçamentos
d) auditoria interna
e) administração financeira
6
PEREZ JR, José Hernandez. PESTANA, Armando Oliveira. FRANCO, Sérgio Paulo Cintra. Controladoria
de Gestão – Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 1995. P.35.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
36
Logo após o controller seria envolvido na compilação, síntese e análise das
informações geradas.
Kanitz, por sua vez, entende que as funções do Controlador podem ser resumidas como
segue.
• Informação: compreende os sistemas contábil-financeiro-gerenciais;
• Motivação: refere-se aos efeitos dos sistemas de controle sobre o
comportamento;
• Coordenação: visa centralizar informações com vista na aceitação de planos, o
controller toma conhecimento de eventuais inconsistências dentro da empresa e
assessora a direção, sugerindo solução;
• Avaliação: interpreta fatos, informações e relatórios, avaliando os resultados
por área de responsabilidade, por processos, por atividades etc.
• Planejamento: assessora a direção da empresa na determinação e mensuração
dos planos e objetivos;
• Acompanhamento: verifica e controla a evolução e o desempenho dos planos
traçados a fim de corrigir falhas ou de revisar tais planos.
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
37
As principais responsabilidades do controller:
a) organização de adequado sistema de informações gerenciais que permita à
administração conhecer os fatos ocorridos e os resultados obtidos com as atividades;
b) comparação permanente entre o desempenho esperado e o real;
c) identificação das causas e dos responsáveis pelas variações;
d) apresentação das recomendações para a adoção de medidas corretivas.
5.2 Requisitos para o Desempenho da Função de Controladoria
Segundo Mosimann e Fisch 7
para que o Controller possa desempenhar a função da
Controladoria o mesmo deve possuir as seguintes qualificações:
a) entendimento geral do setor de atividade econômica do qual sua empresa faz parte e
das forças políticas, econômicas e sociais diretamente relacionadas;
b) conhecimento amplo de sua própria empresa, sua história, suas políticas, seu programa,
sua organização e, até certo ponto, de suas operações;
c) entendimento dos problemas básicos de organização, planejamento e controle;
7
MOSIMANN, Clara Pellegrinello, FISCH, Silvio. Controladoria Seu papel na Administração de
Empresas. São Paulo: Atlas, 1999
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
38
d) entendimento dos problemas básicos de administração da produção, da distribuição, de
finanças e de pessoal;
e) habilidade para analisar e interpretar dados contábeis e estatísticos de tal forma que se
tornem a base para a ação;
f) habilidade de expressar idéias claras por escrito, isto é , na linguagem adequada;
g) conhecimento amplo de princípios e procedimentos contábeis e habilidade para dirigir
pesquisas estatísticas;
h) Habilidades para gerir pessoas, envolvendo-as no processo;
i) Habilidades para acompanhar as mudanças do mercado, além daquelas necessárias ao
desenvolvimento;
j) Ter iniciativa, visão de futuro, capacidade de se comunicar, liderança, imparcialidade e
ética.
6. Referências Bibliográficas
Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas
39
FIPECAFI, Fundação Inst.de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, Catelli,
Armando (Coordenador) – Controladoria Uma Abordagem da Gestão Econômica –
GECON. São Paulo: Atlas, 1999
HECKERT, J. Brooks, WILLSON, James D. Controllership. 2. Ed. New York: Ronald
Press, 1963.p.13-14.
Moscove e Simkin apud TACHIZAWA, Elio T. Referencial teórico á formulação de um
modelo de informação de suporte à Controladoria. Dissertação de Mestrado. São Paulo:
FEA-USP, 1990. P. 148.
MOSIMANN, Clara Pellegrinello, FISCH, Sílvio, Controladoria – Seu Papel na
Administração de Empresas. São Paulo:Atlas, 1999
MOSIMANN, Clara Pellegrinello, FISCH, Silvio. Controladoria Seu papel na
Administração de Empresas. São Paulo: Atlas, 1999
PEREZ JR, José Hernandez. PESTANA, Armando Oliveira. FRANCO, Sérgio Paulo
Cintra. Controladoria de Gestão – Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 1995. P.35.

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  • 1. MBA EM GESTÃO DE FINANÇAS EMRESARIAIS Controladoria Professor: Vicente Eustáquio Mascarenhas Realização Faculdade Pitágoras EAD
  • 2. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 2 Todos os direitos em relação ao design deste material didático são reservados à Faculdade Pitágoras. Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material didático são reservados ao autor. Mascarenhas, Vicente Eustáquio. Controladoria 1ª ed. Belo Horizonte; Faculdade Pitágoras - Cursos de Pós-Graduação. 99p. Bibliografia 1 Controladoria 2. Administração I. Título
  • 3. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 3 Sumário CONTROLADORIA ______________________________________________________ 5 1 CONCEITO _________________________________________________________ 7 2 MISSÃO DA CONTROLADORIA ______________________________________ 7 3 FUNÇÕES DA CONTROLADORIA ____________________________________ 9 3.1 Subsidiar o processo de gestão _______________________________________ 10 3.2 Apoiar a avaliação de Desempenho____________________________________ 11 3.3 Apoiar a avaliação de resultado_______________________________________ 11 3.4 Gerir os sistemas de informações _____________________________________ 12 3.5 Atender aos gestores do mercado _____________________________________ 12 4 INSTRUMENTOS DA CONTROLADORIA _____________________________ 12 4.1 Processo de Gestão _________________________________________________ 13 4.1.1 Planejamento ___________________________________________________ 13 4.1.2 Organização ____________________________________________________ 15 4.1.3 Execução ______________________________________________________ 16 4.1.4 Controle _______________________________________________________ 16 4.1.5 Comunicação ___________________________________________________ 17 4.1.6 Motivação ______________________________________________________ 19 4.2 Sistemas de Informações_____________________________________________ 19
  • 4. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 4 4.2.1 Delegação e Controle _____________________________________________ 20 4.2.2 Papel dos Gestores _______________________________________________ 22 4.2.3 A Informação ___________________________________________________ 23 4.2.4 O propósito da informação _________________________________________ 23 4.2.5 Características da Informação_______________________________________ 24 4.2.6 Tipos de Informações _____________________________________________ 25 4.2.7 Conceito de Sistemas de Informações ________________________________ 27 4.2.8 Limitações dos Sistemas de Informações ______________________________ 28 4.2.9 Sistemas de Informações Contábeis _________________________________ 29 4.2.10 Premissas Básicas para um Sistema de Informação Contábil______________ 29 4.2.11 Áreas de atuação do Sistema de Informação Contábil. __________________ 30 4.2.12 Fluxo das Informações Contábeis. __________________________________ 31 4.2.13 Fluxograma das Informações Contábeis______________________________ 32 5 CONTROLLER _______________________________________________________ 35 5.1 Funções Do Controller ______________________________________________ 35 5.2 Requisitos para o Desempenho da Função de Controladoria_______________ 37 6. Referências Bibliográficas ____________________________________________ 38
  • 5. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 5 CONTROLADORIA O novo cenário econômico globalizador, vivido atualmente no mundo, tem introduzido profundas mudanças no ambiente econômico internacional, provocando novo arranjo na Economia Mundial, que tende a um processo de globalização, caracterizado basicamente pela união de países em torno de uma proposta comum de intercâmbio comercial por meio da queda de barreiras tarifárias cambiais e de outras condições de livre comércio. Como desdobramentos dessas mudanças, emergiram os blocos econômicos: Nafta, Mercosul, Países Asiáticos e a Comunidade Européia. Todo esse processo impacta tanto o contexto externo das relações contratuais das organizações, como ambiente interno das empresas, criando assim a demanda por melhores práticas de gestão. Quer queiramos ou não, os movimentos sociais exigirão futuramente um posicionamento das empresas e elas serão cobradas em seu papel social, principalmente em relação a seu desempenho; assim sendo, a otimização do uso dos recursos disponíveis é preocupação primeira dos gerenciadores das organizações. O objetivo de um negócio privado, em uma economia competitiva, é obter o maior lucro possível desde que não seja inconsistente com o crescimento de longo prazo da companhia e com os padrões éticos da sociedade. A Contabilidade Moderna tem-se caracterizado com uma das ferramentas mais úteis aos administradores na otimização do processo de tomada de decisão. Como um sistema de informação e mensuração de eventos que afetam a tomada de decisão,
  • 6. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 6 possibilita que,partindo do conhecimento de fatos passados, procedimentos sejam delineados de forma que esta otimização seja, senão alcançada totalmente, buscada com maior segurança. O aumento da complexidade na organização das empresas, o maior grau de interferência governamental por meio de políticas fiscais, a diferenciação das fontes de financiamentos das atividades, a percepção das necessidades de consideração dos padrões éticos na condução dos negócios e, principalmente, a demanda por melhores práticas de gestão, criando a necessidade de um sistema contábil mais adequado para um controle gerencial mais efetivo, tem sido, entre outras, algumas das razões para que a responsabilidade com o gerenciamento das finanças das empresas tenha aumentado de importância dentro do processo de condução dos negócios. Diante de todo esse contexto a Controladoria não pode ser vista como um método, voltado ao como fazer. Para uma correta compreensão do todo, devemos cindi-la em dois vértices: o primeiro como ramo do conhecimento responsável pelo estabelecimento de toda base conceitual, e o segundo como órgão administrativo respondendo pela disseminação de conhecimento, modelagem e implantação de sistemas de informações. A Controladoria está voltada para modelar a correta mensuração da riqueza, a estruturação do modelo de gestão. Para tanto ela é vista como uma unidade administrativa responsável pela coordenação e disseminação da Tecnologia de Gestão, no tange ao processo de sistemas de informações e também como órgão aglutinador e direcionador de esforços dos demais gestores que conduzam á otimização do resultado global da organização.
  • 7. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 7 1 CONCEITO Controladoria é um órgão administrativo que sendo responsável pelo estabelecimento de toda base conceitual se faz como órgão administrativo que responde pela disseminação de conhecimento, modelagem e implantação de sistemas de informações, controle e gerenciamento. 1 Como órgão administrativo a Controladoria tem por finalidade garantir informações adequadas ao processo decisório, colaborar com os gestores em seus esforços de obtenção da eficácia de suas áreas quanto aos aspectos econômicos e assegurar a eficácia empresarial. 2 MISSÃO DA CONTROLADORIA2 A controladoria, assim como todas as áreas de responsabilidade de uma empresa, deve esforçar-se para garantir o cumprimento da missão e a continuidade da organização. Seu papel fundamental nesse sentido consiste em coordenar os esforços para conseguir um resultado global sinérgico, isto é, superior á soma dos resultados de cada área. 1 FIPECAFI, Fundação Inst.de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, Catelli, Armando (Coordenador) – Controladoria Uma Abordagem da Gestão Econômica – GECON. São Paulo: Atlas, 1999 2 MOSIMANN, Clara Pellegrinello, FISCH, Sílvio, Controladoria – Seu Papel na Administração de Empresas. São Paulo:Atlas, 1999
  • 8. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 8 Moscove e Simkim3 afirmam que a Controladoria desempenha um importante papel no êxito empresarial, tendo como missão primordial a geração de informações relevantes para a tomada de decisão no âmbito da organização. O objeto da Controladoria é a gestão econômica, ou seja, todo conjunto de decisões e ações orientado por resultados desejados mensurados segundo conceitos econômicos. O objetivo maior da Controladoria é “ a gestão econômica, compreendida pelo conjunto de decisões e ações orientado por resultados desejados e mensurados” Dado este maior temos que os objetivos da Controladoria, tendo em vista a missão e seu objetivo maior estabelecidos, são:  Promoção da eficácia organizacional  Viabilização da gestão econômica  Promoção da integração das áreas de responsabilidade Desta forma, a Missão da Controladoria é: Otimizar os resultados econômicos da empresa, para garantir sua continuidade, por meio da integração dos esforços das diversas áreas. 3 Moscove e Simkin apud TACHIZAWA, Elio T. Referencial teórico á formulação de um modelo de informação de suporte à Controladoria. Dissertação de Mestrado. São Paulo: FEA-USP, 1990. P. 148.
  • 9. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 9 3 FUNÇÕES DA CONTROLADORIA Heckert e Wilson4 estabelecem como funções da Controladoria: a) A função de planejamento, que inclui o estabelecimento e a manutenção de um plano operacional integrado por meio de canais gerenciais autorizados, de curto e longo prazo, compatível com os objetivos globais, devidamente testado e revisado, e abrangendo um sistema e os procedimentos exigidos; b) A função de controle, que inclui o desenvolvimento, o teste e a revisão por meios adequados dos padrões satisfatórios contra os quais deve-se medir o desempenho real, e a assistência á administração no incentivo à conformidade dos resultados reais com os padrões; c) A função de relatar, que inclui preparação, análise e interpretação dos fatos financeiros e números para o uso da administração, envolve uma avaliação desses dados em relação aos objetivos e métodos da área e da empresa como um todo, e influências internas e preparação de relatórios a terceiros como órgãos governamentais, acionistas, credores, clientes, público em geral, conforme suas exigências. d) A função contábil, que inclui o estabelecimento e a manutenção das operações da contabilidade geral e da contabilidade de custos, da divisão e empresa como um todo, 4 HECKERT, J. Brooks, WILLSON, James D. Controllership. 2. Ed. New York: Ronald Press, 1963.p.13- 14.
  • 10. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 10 juntamente com os sistemas e métodos referentes ao projeto, instalação e custódia de todos os livros contábeis, os registros e formas requeridos para registrar objetivamente as transações financeiras e adequá-las aos princípios contábeis, com o respectivo controle interno e; e) Outras funções relacionadas, de responsabilidade primária que incluem supervisão e operação de tais áreas como: impostos, seguros, procedimentos e sistemas, etc... Em outras palavras pode-se dizer que as funções da Controladoria são5 : 3.1 Subsidiar o processo de gestão Esta função envolve ajudar a adequação do processo de gestão à realidade da empresa ante seu meio ambiente. Estará sendo materializada tanto no suporte à estruturação do processo de gestão como pelo efetivo apoio às fases do processo de gestão, por meio de um sistema de informação que permita simulações e projeções sobre eventos econômicos no processo de tomada de decisão. Estará a Controladoria suprindo os Gestores das diversas áreas no processo de gestão com instrumentos gerenciais que fornecem informações sobre desempenhos e resultados econômicos. É inerente a esta função monitorar o processo de elaboração do orçamento e respectiva consolidação das diversas áreas de responsabilidade da empresa. 5 FIPECAFI, Fundação Inst.de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, Catelli, Armando (Coordenador) – Controladoria Uma Abordagem da Gestão Econômica – GECON. São Paulo: Atlas, 1999
  • 11. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 11 3.2 Apoiar a avaliação de Desempenho Na avaliação de desempenho, seja dos gestores ou das áreas de responsabilidade, a Controladoria estará:  elaborando a análise de desempenho econômico das áreas  elaborando a análise de desempenho dos gestores  elaborando a análise de desempenho econômico da empresa  avaliando o desempenho da própria área 3.3 Apoiar a avaliação de resultado Ao apoiar a avaliação de resultado, a Controladoria estará:  elaborando a análise de resultado econômico dos produtos e serviços  monitorando e orientando o processo de estabelecimento de padrões  avaliando o resultado de seus serviços.
  • 12. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 12 3.4 Gerir os sistemas de informações Desempenhando a função de gerir os sistemas de informações, estará a Controladoria :  definindo a base de dados que permita a organização da informação necessária à gestão;  elaborando modelos de decisão para os diversos eventos econômicos, considerando as características físico-operacionais próprias das áreas, para os gestores padronizando e harmonizando o conjunto de informações econômicas. 3.5 Atender aos gestores do mercado A empresa é um sistema aberto e, consequentemente, interage com o meio ambiente, trocando os mais diferentes tipos de recursos/produtos. Ante a esta condição é função da Controladoria atender às demandas externas, da seguinte forma:  Analisando e mensurando o impacto das legislações no resultado econômico da empresa  Atendendo aos diversos agentes do mercado, seja como representante legal formalmente estabelecido, seja apoiando o gestor responsável. 4 INSTRUMENTOS DA CONTROLADORIA A Controladoria, na execução de suas atividades, deve utilizar-se de dois instrumentos fundamentais: Processo de Gestão e Sistemas de Informações
  • 13. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 13 4.1 Processo de Gestão Embora existam diferentes escolas de pensamento a respeito do termo Administração e como esta dever ser praticada, é geralmente aceito que o processo de gestão possui seis funções principais: 1. Planejamento 2. Organização 3. Execução 4. Controle 5. Comunicação 6. Motivação 4.1.1 Planejamento Planejamento é a mais básica de todas as funções gerenciais, e a habilidade com que esta função está sendo desempenhada determina o sucesso de todas as operações. Planejamento pode ser definido como o processo de reflexão que procede a ação e é regido para a tomada de decisão agora com vistas no futuro. O planejamento é formado de cinco estágios: 1. Estabelecer os objetivos da organização
  • 14. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 14 2. Avaliar o cenário no qual a organização estará operando, relacionando os fatores externos que irão possivelmente afetar suas operações. Para este propósito, uma projeção deve ser feita na tentativa de predizer o que irá acontecer no futuro, não importando se deverão ser ou não mudanças na política da organização dos planos; 3. Avaliar os recursos existentes, pois a gestão tem como escopo o uso mais eficiente destes recursos escassos homens, máquinas, materiais e dinheiro; 4. Determinar a estratégia para alcançar os objetivos estabelecidos no plano geral que especifica as metas. As decisões estratégicas dizem respeito ao estabelecimento do relacionamento entre a empresa e o meio ambiente; 5. Delinear um programa de ação para alcançar metas estratégicas selecionadas para programas de longo prazo e de curto prazo, descriminando o tipo de recurso no orçamento anual. Assim, decisões são essenciais em todos os estágios do processo de planejamento. As áreas – chaves podem ser estabelecidas quando se decide: o que deve ser feito, quando deve ser feito, como deve ser feito e quem deve fazê-lo. A importância dos fatores conjunturais no processo de planejamento é óbvia, e é igualmente claro que informações a esse respeito não devem estar sujeitas a um tratamento menos rígido do que as informações analíticas é criticada como inadequada para o propósito de uma decisão eficiente. As deficiências na natureza e qualidade dessas informações serão examinadas posteriormente com maiores detalhes.
  • 15. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 15 Entretanto, existe a necessidade de um fluxo contínuo de informações sobre o meio ambiente, pois o mais importante fator potencial de crescimento da firma e de maior eficiência é a habilidade de assimilação e aprendizado de seus gestores. Os sistemas de informação tem presentemente migrado de uma pesada ênfase na informação analítica para a incorporação de dados ambientais. 4.1.2 Organização Organização envolve definição da estrutura administrativa para que as decisões estratégicas sejam implementadas. A configuração da área administrativa procura estabelecer a estrutura e a forma da firma ou da organização e definir as responsabilidades e linhas de autoridade. Isto envolve definição das tarefas necessárias para alcançar as metas estratégicas, uma determinação de quem irá desempenhar estas tarefas e assumir responsabilidades por seu desempenho. A função de organização é coordenar estas tarefas de modo que a empresa esteja apta a trabalhar eficientemente e alcançar seus objetivos. A organização é desenvolvida através do processo de departamentalização no qual, diferentes especialistas são divididos em departamentos separados. Estes departamentos estão ligados por uma hierarquia, uma estrutura formal de comunicação que possibilita a passagem das instruções e das informações tanto de baixo para cima como de cima para baixo.
  • 16. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 16 O propósito principal de toda estrutura organizacional é facilitar o fluxo das informações para o processo de tomada de decisão. 4.1.3 Execução É exatamente na fase de execução que as ações são implementadas e surgem as transações realizadas. Nessa etapa, procura-se alcançar os objetivos e metas estabelecidos no planejamento, de forma a otimizar cada negócio. Com esse propósito, o processo de execução envolve a identificação, a simulação e a escolha de alternativas para o cumprimento das metas, bem como a implementação das ações. São pré-requisitos: plano operacional de curto prazo aprovado e sistemas de apoio á execução das operações. 4.1.4 Controle Efetivamente, controle é um sistema de feedback que possibilita aos desempenhos serem comparados com os objetivos planejados, controle é essencial para a realização do planejamento. Na prática, á medida que maior ênfase é dada ao controle das operações, mais próximo estarão de ser cumpridos os objetivos descritos. O feedback de informações é parte integrante dos procedimentos de controle dirigidos para detectar as variações que porventura possam diariamente; o objetivo é
  • 17. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 17 evidenciar os desvios do plano tão cedo quanto possível para que ações corretivas sejam implementadas. A função do controle está intimamente ligada á função de planejamento por um sistema de feedback que informa o resultado de decisões passadas. O sistema de feedback é também um instrumento de controle nas decisões, pois proporciona meios de avaliação contínua do desempenho corrente em face do planejado estrategicamente. 4.1.5 Comunicação Comunicação é uma troca de fatos, idéias e opiniões, por duas ou mais pessoas. A troca é bem-sucedida somente quando resulta num real entendimento. Resumidamente, dizer não é o bastante, quem recebe a informação precisa entender a mensagem que o emissor está tentando comunicar. A comunicação, portanto, ocorre quando o receptor da informação entende o que o emissor pretende comunicar. Comunicação supõe ligação de todas as funções gerenciais pela transmissão de informações e instruções internas da organização. Adicionalmente, o processo de comunicação relaciona a organização com seu meio ambiente por ligá-la a seus fornecedores, e aos consumidores para quem se produto é direcionado.
  • 18. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 18 Em qualquer organização, a especialização das tarefas e a conseqüente divisão do trabalho criam situações nas quais um fluxo de idéias e de fatos é necessário em função da eficiência. Alto grau de comunicação agrega os vários membros da organização, unindo-os na busca das metas organizacionais. Assim, uma empresa pode ser vista somente como um sistema de tomada de decisão, mas também como um sistema de comunicação. Os principais componentes de um sistema de comunicação são: o emissor, a mensagem e o receptor. O emissor pode ser uma pessoa, um computador ou qualquer aparelho capaz de emitir uma mensagem. Do ponto de vista gerencial, a comunicação escrita possui vantagens especiais, pois nela a informação pode ser planejada e incorporada aos procedimentos formais, formas nas quais a comunicação se efetiva. Essencialmente, procedimentos que são destinados a comunicar informações devem focalizar o que é importante, a fim de maximizar a possibilidade de ocorrência da comunicação efetiva. Isto requer um número limitado de mensagens a serem comunicadas para que a informação realmente importante possa ser preservada. Ressalta-se que comunicar somente informações “excepcionais” , isto é, informações a respeito de variações do plano predeterminado, que requerem atenção imediata, é um modelo bastante aceito.
  • 19. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 19 4.1.6 Motivação Traduz-se no envolvimento total dos membros da organização e na busca de maneiras de como melhorar a performance individual. Quando se estuda a motivação, estudam-se as influências das pessoas e de seu comportamento. Alguns fatores motivacionais são basicamente biológicos ou psicológicos e podem ser vistos como naturais ou inerentes como a necessidade de ar, água, alimentação, sono, vestimenta e moradia. Alguns fatores motivacionais são adquiridos, como, por exemplo, a combinação de necessidades associadas ao ego individual e a uma correta avaliação de si próprio. Outros fatores motivacionais estão relacionados a necessidades sociais e são influenciados pela organização da situação do trabalho. Muitos estudos, tem examinado os efeitos destas necessidades, e mostram como o tamanho, a coesão e a finalidade do grupo atuam no controle dos membros, através de suas próprias razões. Assim, a organização deve criar situação em que os objetivos pessoais e do grupo tenham grandes possibilidades de coincidirem. 4.2 Sistemas de Informações A empresa é constituída sob o pressuposto da continuidade. A garantia da continuidade da empresa sé é obtida quando as atividades realizadas geram um resultado
  • 20. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 20 líquido no mínimo suficiente para assegurar a reposição de todos os seus ativos consumidos no processo de realização de tais atividades. Todas as estratégias, planos, metas e ações que a empresa implementa, devem objetivar em última instância a otimização do lucro. O lucro, portanto, é a melhor e mais consistente medida da eficácia da organização. Tendo em vista a importância do conceito de lucro , as questões que normalmente se colocam são : Quem é o responsável pela geração do lucro? O que (quais atividades) está contribuindo mais ou menos para a formação do lucro? Quem (quais gestores) está obtendo melhores desempenhos? Essas questões constituem-se em verdadeiros desafios das administrações modernas e raramente são respondidas a contento, pela inexistência de instrumental adequado que forneça as informações necessárias. Muito embora todas as atividades ( o que) desenvolvidas pela empresa, bem como todos os gestores (quem) , contribuam para a formação do lucro da empresa , observa-se que pela utilização de sistemas de informações tradicionais simplesmente não é identificado como as atividades analíticas contribuem no lucro global, e a performance dos gestores é medida por parâmetros físicos e por valores de “custo” , em vez de por resultados econômicos. 4.2.1 Delegação e Controle As empresas em busca da continuidade, do crescimento ou da expansão de suas atividades, em ambiente de concorrência acirrada, devem preparar-se no presente para atuar no futuro.
  • 21. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 21 O aumento da quantidade e complexidade das operações indica automaticamente a necessidade de delegação de responsabilidade e autoridade. A partir de certos níveis de atividade empresarial, a delegação não é mais uma questão de opção, é uma necessidade sem a qual a empresa coloca em risco sua atuação futura, pois é impossível que somente umas poucas pessoas decidam tudo em todos os níveis. A delegação, embora necessária, conduz a algumas questões. A primeira delas diz respeito `a incerteza , ou seja, as pessoas que “recebem” a delegação devem tratar com decisões eventos futuros. Para minimizar as incertezas e os riscos , essas decisões deve ser tomadas dentro de determinado “ritual” , que envolve planejamento, coordenação. Execução e controle das atividades, ou seja, o processo administrativo. Uma Segunda questão relativa à delegação diz respeito à eficácia dos gestores, que requer, além da competência natural exigida, participação e envolvimento profundos em todas as decisões em seu âmbito de atividades e em todas as fases do processo administrativo. Uma terceira questão é quanto ao controle. Pode-se ter a falsa idéia de que a delegação conduza á perda de controle. Pelo contrário, por meio de um estilo participativo com envolvimento profundo dos gestores é fortalecido à medida que as decisões são tomadas, respeitando-se o nível hierárquico , cabendo á Alta Direção a decisão final e acionando-se um processo de “prestação de contas” de um nível hierárquico inferior para outro imediatamente superior. Evidentemente, esse processo de prestação de contas exige a adoção de instrumentos , conceitos e critérios adequados e consistentes, que por um lado motivem os gestores e canalizem seus esforços para a otimização do resultado global da empresa, e por outro lado promovam uma efetiva avaliação de desempenho.
  • 22. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 22 4.2.2 Papel dos Gestores Os gestores são os responsáveis pela eficácia da empresa. como o próprio nome esclarece , os gestores são os responsáveis pela gestão, administração ou processo de tomada de decisão. A gestão corresponde analiticamente ao processo de planejar , executar e controlar. Os gestores, portanto, não devem limitar-se apenas à execução das atividades sob sua responsabilidade , mas também planejá-las e controlá-las . Os gestores, além de se envolverem com todas as etapas do processo decisório, não podem furtar-se aos três aspectos intrínsecos a qualquer atividade, ou seja, o operacional, o econômico e o financeiro. Os gestores competentes necessitam conhecer como está se desenvolvendo sua performance , e normalmente desejam conhecer com seu desempenho está contribuindo para o desempenho global da empresa. Os gestores, via de regra, tem grande preocupação no sentido de que seu desempenho não seja influenciado pelas ações de outros gestores, ou de variáveis fora de seu controle. Com são avaliados pelos resultados em seu âmbito de atuação, os gestores tendem a dar mais importância aos interesses particulares de sua área , em detrimento dos interesses da organização. A empresa, como um empreendimento coletivo, exige para seu sucesso a definição de parâmetros que orientem a atuação das partes em benefício do todo, principalmente considerando que a maximização dos resultados setoriais não conduz necessariamente á otimização do resultado global da empresa.
  • 23. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 23 4.2.3 A Informação É importante num primeiro momento efetuar uma singela distinção entre dois itens de substancial importância no contexto do trabalho: dado e informação. Temos que dado é qualquer elemento identificado em sua forma bruta que por si só não conduz a uma compreensão de determinado fato ou situação. Já informação é o dado que sofreu um processo de filtração, gerado a partir do resultado destes itens utilizáveis no processo de tomada de decisão. Nesta mesma linha Nakagawa ( 1995, p. 60) trabalha que a informação é o dado que foi processado e armazenado de forma compreensível para seu receptor e que apresenta valor real ou percebido para suas decisões correntes ou prospectivas. Padoveze ( 1998, p. 41) resume dizendo que a informação é o dado processado de forma a ser entendido pelo usuário. 4.2.4 O propósito da informação Para Oliveira ( 1997, p. 35) propósito básico da informação é o de habilitar a empresa a alcançar seus objetivos pelo uso eficiente dos recursos disponíveis , nos quais se inserem pessoas, materiais, equipamentos, tecnologia, dinheiro, além da própria informação. A eficiência na utilização do recurso informação é medida pela relação do custo para obtê-la e o valor do benefício derivado do seu uso.
  • 24. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 24 A informação pode representar a consolidação de poder na empresa, desde o momento de posse de dados básicos que podem ser transformados em informação , até a possibilidade de otimizar níveis de conhecimentos técnicos, domínios de políticas e possibilidade de maior especialização e conseqüente respeito ao executivo considerado. É evidente que a qualidade da informação irá determinar a qualidade da decisão tomada. Se todos estiverem conscientes disso e a empresa trabalhar no sentido de buscar as informações que realmente interessam, proporcionando recursos adequados para sua execução, os resultados serão alcançados. E assim se chegará ao verdadeiro valor da informação que reside no fato de que ela deve reduzir a incerteza na tomada de decisão, ao mesmo tempo que procura aumentar a qualidade da decisão. Ou seja, uma informação passa a ser válida quando sua utilização aumenta a qualidade decisória diminuindo a incerteza do gestor no ato da decisão. 4.2.5 Características da Informação Segundo Padoveze ( 1998, p. 41) para que uma informação seja considerada boa, ela deve preencher os seguintes requisitos: - Conteúdo - Precisão - Atualidade - Freqüência - Adequação da Decisão - Valor Econômico - Relevância - Entendimento - Confiabilidade - Relatividade - Exceção - Acionabilidade - Flexibilidade - Motivação - Segmentação
  • 25. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 25 - Consistência - Integração - Uniformidade de Critério - Oportunidade - Objetividade - Seletividade - Indicação de Causas - Volume - Generalidade, etc... 4.2.6 Tipos de Informações A satisfação das necessidades de informação pode ser obtida mediante informações de diversas tendências, ou seja, não estruturadas ou formalizadas, centradas em aspectos internos ou externos, financeiras , históricas ou provisionais. A informação que se obtém de maneira não estruturada, intuitiva e informal fundamenta-se no acesso e elaboração espontânea a partir de informação proveniente de diferentes fontes ( conversas e contatos pessoais, acontecimentos, meios de comunicação), cujo recolhimento e transmissão não estão sistematizados. Este tipo de informação é muito importante e de ampla utilização, especialmente em unidades de pequena dimensão e organizações nas quais existem elevado envolvimento do pessoal e boas relações interdepartamentais. Um sistema formalizado é aquele que elabora de forma explícita , estruturada, sistemática e periódica determinada informação mediante um processo formal de recolhimento , processamento e transmissão da informação. A existência de um sistema formal é sempre imprescindível . Entretanto considerações devem ser feitas; pois o predomínio de um sistema ou outro dependerá das dificuldades que apresente o contexto, assim como da dimensão da empresa e da
  • 26. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 26 profissionalização e estilo da equipe diretiva. É evidente que uma grande parte da informação dificilmente pode ser medida de forma exata. Este é o caso, por exemplo, de uma parte da informação comercial (por exemplo, efeitos da publicidade no volume de vendas, produtos que devem ser introduzidos ...) e laboral ( por exemplo, nível de satisfação dos funcionários...). E em segundo lugar, também se pode considerar a informação financeira que se refere à situação econômica (rentabilidade) ou financeira (liquidez) da empresa. Em contrapartida , tem-se a informação não financeira, se comportando de forma qualitativa ou quantitativa, onde são levados em consideração os aspectos internos como os ligados à produção ( unidades fabricadas...) ou à gestão comercial ( visita por vendedor...). Em terceiro lugar , a informação refere-se a aspectos internos da organização ( aspectos comerciais, financeiros, produtivos , compras, investigação e desenvolvimento). Para ela, dispõem-se de sistemas de informação tanto financeiros como não financeiros. Essa informação interna pode fazer referência à empresa em seu conjunto, às diferentes unidades organizacionais (por exemplo, departamento comercial ou uma filial). Em contrapartida, a informação pode ser externa, se centrada em fontes externas referentes à evolução do contexto da empresa ( por exemplo, tecnológico). Apesar de a informação externa ser abundante, o excesso de informação exige que se selecione aquela informação que poderá ser relevante para a empresa. Por último, a informação pode ser histórica ou estimada. A informação histórica é aquela que se obtém a posterior, com base no registro dos fatos que já se sucederam. Por sua vez a informação estimada é a que trata de antecipar os acontecimentos futuros ou os resultados antes que se produzam os fatos.
  • 27. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 27 4.2.7 Conceito de Sistemas de Informações Conforme Gil (1992, p. 14) os “Sistemas de Informação compreendem um conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados segundo uma seqüência lógica para o processamento dos dados e a correspondente tradução em informações.” Para Nakagawa (1995, p. 62), o sistema de informação é um subsistema do sistema da empresa, e nesta linha de raciocínio pode-se concluir que o sistema de informação é um conjunto de subsistemas de informações interdependentes. Nash e Roberts, segundo ainda comenta Nakagawa ( 1995, p. 63) definem sistema de informações como uma combinação de pessoas, facilidades, tecnologias, mídias, procedimentos e controles , com os quais se pretende manter canais de comunicações relevantes, processar transações rotineiras , chamar a atenção dos gerentes e outras pessoas para eventos internos e externos significativos e assegurar as bases para a tomada de decisões inteligentes. Mosimann e Fisch (1999, p. 54) definem que um sistema de informações pode ser conceituado como uma rede de informações cujos fluxos alimentam o processo de tomada de decisões, não apenas da empresa como um todo, mas também de cada área de responsabilidade. O conjunto de recursos humanos, físicos e tecnológicos que o compõe transforma os dados captados em informações, com a observância dos limites impostos pelos usuários quanto ao tipo de informação necessária a suas decisões , condicionando , portanto, a relação dos dados à determinação dos sacrifícios que devem ser feitos para se obter um retorno esperado de suas decisões , tomadas em condições de incerteza.
  • 28. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 28 Padoveze (1998, p. 45) resume Sistema de Informações como um conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados segundo uma seqüência lógica para o processamento dos dados e tradução em informações ,para, com seu produto ,permitir às organizações o cumprimento de seus objetivos principais. 4.2.8 Limitações dos Sistemas de Informações Sabemos que a informação é umas das armas mais poderosas no que concerne ao aspecto de competitividade para o meio empresarial. A busca cada vez maior de informações relevantes através da eliminação de informações irrelevantes é constante. O sistema de informação deve, portanto, possuir um processo de filtragem e de condensação de informações relevantes, de modo a evitar que os gestores ( tomadores de decisão) ultrapassem o ponto de saturação em sua absorção, e, ao mesmo tempo , armazenar e manusear informações solicitadas e não solicitadas. É de suma importância conhecer a informação que cada gestor deseja, contudo há que se considerar que nem sempre esta se configura na informação necessária. Pois em muitos casos estes não têm conhecimento a respeito do que realmente seria interessante para o processo de tomada de decisão. Neste contexto, então, o sistema de informações adequado seria aquele que ocorre no entendimento do gestor , de sua administração e de seus anseios. Não esquecendo , é claro que a facilidade no manuseio do mesmo é um dos requisitos essenciais do sistema, tendo em vista a necessidade de se evitar os excessos e desperdícios de tempo, pois muitos gestores não se sentem à vontade para avaliar um sistema automatizado, com medo de evidenciar uma possível ignorância.
  • 29. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 29 4.2.9 Sistemas de Informações Contábeis Para Padoveze (1998, p. 112) o Sistema de Informação Contábil se constitui dos meios que o contador geral, o contador gerencial ou o “Controller” utilizarão para efetivar a contabilidade e a informação contábil dentro da organização, para que a Contabilidade seja utilizada em toda a sua plenitude. Segundo Nakagawa (1995, p. 71) “o sistema de informação contábil é orientado por um conjunto de regras de controle de entrada, processamento, avaliação e saída de dados. Na entrada , o sistema só contempla dados relacionados com transações que guardem conformidade com os chamados Postulados Ambientais da Contabilidade , os quais, se admitidos, passam a ser tratados de acordo com os procedimentos de controle interno da empresa.” O Sistema de Informações Contábeis é orientado por um conjunto de regras de controle de entrada, processamento, avaliação e saída de dados. Na entrada, o sistema só contempla dados relacionados com transações que guardem conformidade com os Postulados Ambientais da Contabilidade., 4.2.10 Premissas Básicas para um Sistema de Informação Contábil Para Guerreiro ( 1999, p. 315) as empresas em busca da continuidade , do crescimento ou da expansão de suas atividades , em ambiente de concorrência acirrada, , devem preparar-se no presente para o futuro.A garantia da continuidade da empresa só é obtida quando as atividades realizadas geram um resultado líquido no mínimo suficiente
  • 30. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 30 para assegurar a reposição de todos os seus ativos consumidos no processo de realização de tais atividades. Esse contexto proporciona naturalmente um crescimento na empresa e este, por sua vez, impõe certos condicionamentos. Um deles é processo de “accountability” onde a delegação de responsabilidade é uma conseqüência que não se pode esconder, acarretando , desta forma, um merecimento de um controle das obrigações delegadas. Diante deste processo, não se poderia deixar de citar o papel exercido pelos gestores , ou seja, aqueles responsáveis pelo máximo desempenho positivo da empresa. Estes gestores tem a obrigação plena de planejar, executar e controlar. Uma das ferramentas essenciais ao trabalho dos gestores é a informação, pois desta se constitui a matéria-prima do processo de tomada de decisão. Ainda para Guerreiro ( 1999, p. 317) “ A informação útil é a que atende às necessidades específicas dos gestores e os sistemas de informações contábeis devem ser configurados de forma a atender eficientemente às necessidades informativas de seus usuários , bem como incorporar conceitos, políticos e procedimentos que motivem e estimulem o gestor a tomar as melhores decisões para a empresa. 4.2.11 Áreas de atuação do Sistema de Informação Contábil. Para Padoveze ( 1998, p. 123), de um modo geral, as entidades partilham os sistemas de informações contábil em três grandes áreas:
  • 31. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 31 ÁREAS DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL Área Legal/Fiscal Área de Análise Área Gerencial - Contabilidade Geral - Análise de Balanços - Orçamentos e Projeções - Consolidação de Balanços - Análise de Fluxo de Caixa - Custos e Preços de Vendas - Valorização de Inventários - Gestão de Impostos - Contabilidade por Responsabilidade - Controle Patrimonial - Centros de Lucros e Unidades de Negócios - Acompanhamento do Negócio A origem do Sistema de Informação Contábil é o subsistema da Contabilidade Geral. E sendo assim, o lançamento contábil se constitui peça fundamental no processo, tendo em vista ser ele a fonte alimentadora do processo de escrituração contábil. 4.2.12 Fluxo das Informações Contábeis. Como vimos o propósito principal da informação é possibilitar que uma organização alcance seus objetivos pelo uso eficiente de seus outros recursos, isto é, homens, materiais, máquinas e outros ativos e dinheiro. O valor da informação reside em seu uso final, isto é, sua inteligibilidade para as pessoas que tomam decisões, e sua relevância para aquelas decisões. Em se tratando de informação e da construção de sistemas de informação, o contador deve estar menos preocupado em minimizar o custo da informação e mais preocupado em descobrir o nível ótimo de produção de informações.
  • 32. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 32 Os sistemas tradicionais de informação contábil estão muito mais voltados para armazenar a informação de acordo como os critérios contábeis geralmente aceitos. Por isso se torna de suma importância o estudo da forma mais eficiente de se registrar os atos e fatos , pois são estes que alimentam os sistemas de informações. 4.2.13 Fluxograma das Informações Contábeis Reconhecimento inicial da organização Gestores Descrição da Organização Situação Ambiente Organizacional - missão - de vendas - informações setoriais - objetivos - da administração - concorrência - sistema tático Organiz. - do resultado -fatores de tendências do - sistema operacional - posição de mercado mercado - sistema estratégico - participação recursos humanos Reconhecimento inicial da organização Características da Informação Contábil
  • 33. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 33 Padoveze ( 1998, p. 133) defende que para que a informação contábil seja útil , necessária e desejável ela deve possuir as seguintes características: • Mensuração Monetária • A informação deve trazer mais benefício do que o custo de obtê-la. • Deve ser compreensível • Deve ter utilidade para o decisor • Deve possuir relevância e confiabilidade • Dentro da relevância , ela deve ter os aspectos de: - oportunidade - valor preditivo - valor de feedback • dentro da confiabilidade , deve ter os seguintes aspectos: - verificabilidade - confiança - neutralidade • deve ter consistência ( possibilitar a comparabilidade) Diante das Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC T 1 entende-se que a contabilidade é a ciência social cujo objetivo principal é o registro , controle e avaliação do patrimônio , que se serve de suas próprias ferramentas, as informações contábeis, por ela geradas, para fornecer aos usuários as informações úteis , necessárias e por eles desejadas para a tomada de decisão.
  • 34. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 34 Estes usuários se constituem de toda e qualquer pessoa, seja ela física ou jurídica. É importante citar que a norma ressalta quatro pontos essenciais que uma informação deve conter, são eles: 1. Confiabilidade: A informação não pode de maneira alguma sugerir nenhuma característica que enseje ao usuário dúvida quanto a sua extração. Para tanto ela deve ser extraída com fidedignidade, clareza e responsabilidade e de acordo com os princípios fundamentais e as normas brasileiras de Contabilidade. 2. Tempestividade: Refere-se a consistência na periodicidade de geração da informação contábil, levando em consideração o período desejado e necessário dos usuários para o acesso as mesmas. 3. Compreensibilidade: As expressões das informações contidas nos relatórios devem ser possuídas de extrema clareza e objetividade. 4. Comparabilidade: Neste item enfatiza-se a necessidade de se disponibilizar ao usuário informações que lhe possibilitem efetuar uma análise comparativa da evolução da entidade durante determinado período.
  • 35. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 35 5 CONTROLLER 5.1 Funções Do Controller6 Qual será o papel do controller dentro do processo de definir, planejar e acompanhar as operações de uma entidade? Verifica-se que este papel difere grandemente de empresa para empresa. Dependendo do porte e estrutura organizacional, a função do controller pode atingir aos mais diversos níveis da administração. O trabalho do controller inicia-se na contabilidade geral o que o situaria na estrutura organizacional como um órgão de linha, normalmente se subordinado ao principal executivo financeiro da empresa. Suas atividades incluem a geração de informações dentro dos diversos setores a ele subordinados. Neste caso, o controller seria responsável, entre outras, pelas seguintes áreas e funções: a) contabilidade geral b) controle patrimonial c) orçamentos d) auditoria interna e) administração financeira 6 PEREZ JR, José Hernandez. PESTANA, Armando Oliveira. FRANCO, Sérgio Paulo Cintra. Controladoria de Gestão – Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 1995. P.35.
  • 36. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 36 Logo após o controller seria envolvido na compilação, síntese e análise das informações geradas. Kanitz, por sua vez, entende que as funções do Controlador podem ser resumidas como segue. • Informação: compreende os sistemas contábil-financeiro-gerenciais; • Motivação: refere-se aos efeitos dos sistemas de controle sobre o comportamento; • Coordenação: visa centralizar informações com vista na aceitação de planos, o controller toma conhecimento de eventuais inconsistências dentro da empresa e assessora a direção, sugerindo solução; • Avaliação: interpreta fatos, informações e relatórios, avaliando os resultados por área de responsabilidade, por processos, por atividades etc. • Planejamento: assessora a direção da empresa na determinação e mensuração dos planos e objetivos; • Acompanhamento: verifica e controla a evolução e o desempenho dos planos traçados a fim de corrigir falhas ou de revisar tais planos.
  • 37. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 37 As principais responsabilidades do controller: a) organização de adequado sistema de informações gerenciais que permita à administração conhecer os fatos ocorridos e os resultados obtidos com as atividades; b) comparação permanente entre o desempenho esperado e o real; c) identificação das causas e dos responsáveis pelas variações; d) apresentação das recomendações para a adoção de medidas corretivas. 5.2 Requisitos para o Desempenho da Função de Controladoria Segundo Mosimann e Fisch 7 para que o Controller possa desempenhar a função da Controladoria o mesmo deve possuir as seguintes qualificações: a) entendimento geral do setor de atividade econômica do qual sua empresa faz parte e das forças políticas, econômicas e sociais diretamente relacionadas; b) conhecimento amplo de sua própria empresa, sua história, suas políticas, seu programa, sua organização e, até certo ponto, de suas operações; c) entendimento dos problemas básicos de organização, planejamento e controle; 7 MOSIMANN, Clara Pellegrinello, FISCH, Silvio. Controladoria Seu papel na Administração de Empresas. São Paulo: Atlas, 1999
  • 38. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 38 d) entendimento dos problemas básicos de administração da produção, da distribuição, de finanças e de pessoal; e) habilidade para analisar e interpretar dados contábeis e estatísticos de tal forma que se tornem a base para a ação; f) habilidade de expressar idéias claras por escrito, isto é , na linguagem adequada; g) conhecimento amplo de princípios e procedimentos contábeis e habilidade para dirigir pesquisas estatísticas; h) Habilidades para gerir pessoas, envolvendo-as no processo; i) Habilidades para acompanhar as mudanças do mercado, além daquelas necessárias ao desenvolvimento; j) Ter iniciativa, visão de futuro, capacidade de se comunicar, liderança, imparcialidade e ética. 6. Referências Bibliográficas
  • 39. Controladoria – Vicente Eustáquio Mascarenhas 39 FIPECAFI, Fundação Inst.de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, Catelli, Armando (Coordenador) – Controladoria Uma Abordagem da Gestão Econômica – GECON. São Paulo: Atlas, 1999 HECKERT, J. Brooks, WILLSON, James D. Controllership. 2. Ed. New York: Ronald Press, 1963.p.13-14. Moscove e Simkin apud TACHIZAWA, Elio T. Referencial teórico á formulação de um modelo de informação de suporte à Controladoria. Dissertação de Mestrado. São Paulo: FEA-USP, 1990. P. 148. MOSIMANN, Clara Pellegrinello, FISCH, Sílvio, Controladoria – Seu Papel na Administração de Empresas. São Paulo:Atlas, 1999 MOSIMANN, Clara Pellegrinello, FISCH, Silvio. Controladoria Seu papel na Administração de Empresas. São Paulo: Atlas, 1999 PEREZ JR, José Hernandez. PESTANA, Armando Oliveira. FRANCO, Sérgio Paulo Cintra. Controladoria de Gestão – Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 1995. P.35.