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SC15
OS NOVOS
LÍDERES URBANOSNas ruas, há um novo conceito de cidadania, mais participada, mais activa. As cidades
são agora palcos de colaboração e de co-criação, nos quais as pessoas assumem o papel
principal. Se o “Citizen Kane” de Welles tinha o mundo a seus pés, os cidadãos de hoje têm
a força da mudança na palma das mãos.
14 SC
#CIDADÃO
SC1716 SC
FILIPA CARDOSO
Já ouviu falar de Jason Roberts? Se ainda não, garanto-
-lhe que é um tipo que vale a pena conhecer. Com for-
mação em Ciências Computacionais, Roberts trans-
formou radicalmente o bairro onde vivia em Dallas,
nos Estados Unidos. Esta história começa quando, nu-
ma viagem à Europa, as diferenças entre a forma co-
mo se vive nas cidades europeias e a realidade de Oak
Cliff despertaram em Roberts a vontade de “mudar”.
Fazer de Oak Cliff um bairro parisiense era impos-
sível, mas muitas outras coisas podiam ser feitas pa-
ra dar vida àquela zona conhecida como a pior desta
cidade do Texas. Começou pelo velho cinema aban-
donado do bairro, outrora famoso por ter sido palco
da detenção de Lee H. Oswald. Roberts e um grupo
de amigos remodelaram o espaço e transformaram-
-no numa galeria de arte temporária. Quando termi-
naram, mais de 700 pessoas admitiram estar à espera
de que alguém decidisse pegar naquele espaço e fi-
zesse alguma coisa com ele. E não se ficou por aí: em
Oak Cliff, Roberts criou esplanadas e floreiras para
trazer pessoas para as ruas, iniciou campanhas para
trazer de volta os eléctricos e ainda promoveu a bici-
cleta como sendo a imagem de marca daquele bairro
(ainda que ninguém a utilizasse até ali). Com acções
espontâneas, como criar um website ou organizar um
evento, tudo isto foi acontecendo e mobilizando cada
vez mais pessoas. Contado assim parece fácil, mas Ro-
berts e a sua equipa fizeram-no praticamente do na-
da e quebraram muitas regras no caminho. No fim de
contas, estas ideias ousadas reflectiam vontades ador-
mecidas da comunidade e, com a sua aprovação e en-
volvimento, tornaram Oak Cliff num bairro melhor. O
segredo? Iniciativa e paixão. “Se somos apaixonados
por alguma coisa, vamos provavelmente tornar-nos lí-
deres. Essa paixão vai ser transmitida à comunidade e
as pessoas vão seguir-nos”, resume Roberts, que é hoje
co-fundador da Better Block Foundation.
Nem todos temos o espírito de Roberts, mas, de
alguma forma, todos desejamos melhorar o local on-
de vivemos. Essa foi também a motivação de Saskia
Beer. Decidida a reanimar um bairro empresarial do
Sudeste de Amesterdão, esta arquitecta recorreu ao
glamour, oferecendo taças de champanhe às pessoas
que passavam na rua e perguntando-lhes quais eram
as suas ideias para mudar aquela zona. Ultrapassado
o cepticismo inicial, a iniciativa envolveu de tal forma
esta comunidade que resultou na criação de uma pla-
taforma de planeamento urbano colaborativo.
Histórias como estas mostram como as vontades
das pessoas relativamente àquilo que querem nas suas
cidades estão a gritar cada vez mais alto e não podem
ser ignoradas por quem as governa. A estratégia uni-
direccional, do topo para a base, já não funciona e é
preciso incorporar também as iniciativas que nascem
na génese das comunidades. Colaborar e co-criar são
os verbos do momento e, para acompanhar estes rit-
mos, os poderes políticos estão a encontrar formas de
escutar os seus cidadãos – o orçamento participativo
é uma das ferramentas mais bem sucedidas e o crowd-
sourcing é cada vez mais utilizado –, enquanto o papel
central das pessoas é entusiasticamente sublinhado
quando se fala de smart cities. Todavia, à preocupação
real com os seus cidadãos, junta-se o receio de uma
propaganda e referência vazia ao seu papel nas cida-
des. O processo não é fácil e até as metrópoles mais
ricas têm dificuldades em lidar com isto. A socióloga
urbana Saskia Sassen aponta o caso de Nova Iorque,
onde há um “subaproveitamento do conhecimento dos
seus residentes e uma falha na implementação de coi-
sas que podem ser feitas”. Não se refere, claro, às elites,
mas àqueles que têm menos poder e que são a maioria.
Como inverter o estado das coisas? “É preciso levar os
cidadãos a sério”, afirma.
“SIM, NÓS CONSEGUIMOS”
Nos últimos anos, as iniciativas cívicas e de co-criação
com o objectivo de melhorar as cidades multiplicam-
-se. Conjunturas económicas difíceis são, muitas vezes,
apontadas como o combustível para estes movimentos,
mas é também evidente um descontentamento genera-
lizado com a actuação dos poderes políticos. “Há um
certo desagrado e desilusão relativamente ao papel do
Estado na resolução dos problemas dos cidadãos, em
resultado da falta quer de recursos financeiros, quer de
HOJE, A FUNDAÇÃO BETTER BLOCK
DE ROBERTS (NA FOTO) AJUDA
A DESENVOLVER ACÇÕES DE URBANISMO
EM VÁRIAS CIDADES DOS EUA.
❱
© Team Better Block © Texas Theatre
© Team Better Block
18 SC
vontade política”, explica José Carlos Mota, urbanista
e docente na Universidade de Aveiro. Os poderes polí-
ticos não são responsivos e cria-se um desapego entre
as políticas, políticos e cidadãos, argumenta. De entre
uma maioria de pessoas que está desiludida, mas pas-
siva, vemos ocorrer uma mudança: alguns desses ci-
dadãos começam a dizer “se eles não fazem, fazemos
nós”. Unidos por este sentimento, os cidadãos rapida-
mente apercebem-se de que a resolução dos proble-
mas do quotidiano da comunidade está ao seu alcance
e a um baixo custo. O impacto destas “intervenções ci-
rúrgicas”, por mais pequenas que sejam, acaba por ser
significativo e os resultados vão motivando as pessoas
para a acção.
A par disto, é também evidente que está a surgir
um “novo perfil” de cidadão, mais qualificado e infor-
mado e em domínios diversos, retirando a carga sec-
torial que víamos, até aqui, muitas vezes associada aos
movimentos cívicos. As pessoas já não se interessam
apenas pelas questões que lhes estão, de forma profis-
sional, afectas.
A iniciativa é o primeiro passo para a mudança.
Mas como distinguir o que faz ou não sentido? A chave
está na ideia de benefício colectivo. O que vai, efecti-
vamente, melhorar a vida dos cidadãos? Encontrar es-
sa resposta leva-nos à necessidade de criar espaços de
debate público. “Muitas vezes, não se criam condições
em que as pessoas sintam que vale a pena discutir. Os
responsáveis políticos podem chamar as pessoas pa-
ra as reuniões do município, mas essas não são locais
amigáveis para uma reflexão. São espaços muito fe-
chados, pouco inclusivos. Falta criar espaços de deba-
te”, lamenta o urbanista.
CIDADANIA INTELIGENTE
Neste desafio, a inovação tecnológica tem dado uma
ajuda. A criação de plataformas on-line, nas
quais as pessoas podem dar as suas suges-
tões e até conseguir fundos para as iniciati-
vas, tem aumentado e até os governos locais
as utilizam para auscultar as necessidades
dos seus cidadãos.
Na ultima década, Medellín, na Colômbia, tem fei-
to uma verdadeira revolução e é distinguida como um
caso de sucesso de liderança governativa. Na luta con-
tra a violência extrema (estava entre as 50 cidades mais
perigosas do mundo), o narcotráfico, a pobreza e a ex-
clusão social, o governo da cidade apostou numa estra-
tégia de valorização da vida humana e da segurança, de
melhoria da educação e redução do abandono escolar e
da revitalização das zonas mais pobres, não só através
da arquitectura como da mobilidade. Neste processo, a
alcaldía sabia que tinha um activo precioso – as pessoas
– e, por isso, criou a Mi.Medellín, uma plataforma de
co-criação que conta, hoje, com mais de 17 mil ideias de
propostas para a cidade e de uma agenda para encon-
tros ciudadanos. A ideia é perceber como estes resol-
veriam questões críticas da cidade, sendo as sugestões,
depois, avaliadas e a sua implementação analisada. “Se
fechássemos as portas [às ideias das pessoas], haveria
um talento no exterior que não estaria a ser aproveita-
do”, explica Miguel Aristizabal, director de co-criação
da agência colombiana OpenCol.
A importância crescente da cidadania não pas-
sa despercebida às tecnológicas, inclusivamente “o
conceito de Cidadania Inteligente é, de acordo com a
Gartner, um dos principais vectores de foco na estraté-
gia operacional governativa”. Rui Silva, business deve-
loper desta consultora em Portugal, diz existir mesmo
“um mercado da cidadania” e explica: “As empresas
tecnológicas estão muito atentas e focadas nestes mo-
vimentos. O interesse é transversal à dimensão ou in-
dústria, existindo desde start-ups, blue chips tecno-
lógicas, telcos ou utilities, que tentam dar resposta a
este novo mercado de cidadania, em áreas como redes
sociais, IoT, wearables, acessibilidade, comunicação,
mobilidade, sustentabilidade energética/ambiental,
saúde, etc.”. Este é um negócio “com muito interes-
se”, avança, até porque “as oportunidades na área da
cidadania são imensas, não só devido ao crescimento
da literacia digital, mas também pelos desafios popu-
lacionais”.
Em Portugal, existem já exemplos de como as ci-
dades estão a abraçar esta cidadania digital. “No nos-
so país, este movimento tem sido liderado pelo poder
local, a maioria dos municípios disponibiliza já uma
qualquer forma de Orçamento Participativo e têm si-
do feito investimentos em ferramentas de comunica-
ção com o munícipe, que vão desde a disponibilização
de uma agenda de eventos até à participação de situa-
ções que carecem intervenção camarária (FixCascais
em Cascais, Sou Cidadão em Abrantes, Alerta Bragan-
ça em Bragança, etc.)”, enumera Rui Silva.
REAL VS. VIRTUAL
As ferramentas tecnológicas são apenas uma parte da
solução para responder às exigências dos cidadãos.
Enquanto, por um lado, permitem um maior alcance e
até democratizam a cidadania, podem, por outro, ex-
cluir quem tem menos acesso a estas ferramentas e
trazer uma falsa sensação de participação. As redes so-
ciais querem substituir o espaço público, assumindo-
-se como palcos de debate e de trocas de ideias. José
Carlos Mota distingue os “movimentos de encontro fí-
sico e os de encontro virtual”, sendo que estes últimos,
por “serem mais cómodos e exigirem menos esforço”,
correm o risco de não alcançar a mudança desejada.
Nos movimentos de cidadania, as acções no ter-
reno e os resultados são factores cruciais que servem,
acima de tudo, como motivadores para agir, mas tam-
bém para reflectir. Em Junho, o centro histórico de
Aveiro foi palco do Vivó Bairro. A iniciativa está in-
tegrada no projecto europeu Communities Participa-
tion in Planning e tem como propósito regenerar, com
a comunidade local, aquela área. O primeiro passo foi
perguntar aos residentes quais eram os seus sonhos
para o espaço onde viviam e identificar os recursos
O PRINCÍPIO
DA ENTRE-AJUDA
No Bairro do Rêgo, Francisca Assis Teixeira aguar-
da-nos de porta aberta. É a zona mais “deprimida”
daquela freguesia (Avenidas Novas, Lisboa), conta,
apresentando-nos “O nosso KM2
”. A iniciativa, pro-
movida pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela
câmara municipal de Lisboa, é gerida no terreno pe-
lo Instituto Padre António Vieira (IPAV). Seguindo
um modelo de governação integrada, pretende-se
desenvolver redes de proximidade e vizinhança pa-
ra a resolução de problemas sociais complexos. Ou
seja, encontrar no território as pontes necessárias
para o melhorar. A simples presença física do pro-
jecto teve logo um impacto positivo na dinâmica do
bairro, impulsionando a abertura das lojas em fun-
ção das necessidades da população, conta a respon-
sável. Mas não é o único, com a ajuda do programa
municipal BIP ZIP, foi possível melhorar o espaço pú-
blico desta comunidade, criando zonas de convívio,
pátios para as crianças brincarem e intervenções de
arte urbana que são o motivo de orgulho de quem
ali vive. Entre elas, está o mural com o retrato do Sr.
Fausto Monteiro, um lojista local de 80 anos, assina-
do pelo artista Daniel Eime, e que pretende repre-
sentar a união entre os bairros novo e antigo. “Tra-
balhamos completamente em rede para resolver os
problemas destas pessoas”, garante Francisca Assis
Teixeira, deixando escapar que há ainda um sonho
da população local qual não foi possível dar respos-
ta: um campo de futebol.
O BENEFÍCIO COLECTIVO
DISTINGUE AS INICIATIVAS
QUE SÃO OU NÃO EM
PROL DA COMUNIDADE.
❱
© onossokm2
SC19
20 SC
de que dispunham. Cruzando essas duas linhas, foram
criadas 60 iniciativas de intervenção no espaço públi-
co, que incluíram a colocação de redes de pesca nos
topos das ruas, com peixes decorados pelos residen-
tes, a requalificação dos bancos e das caixas de elec-
tricidade com a ajuda de artistas, e, ainda, um jantar
comunitário, “sem igual em 30 anos”, conta José Car-
los Mota, um dos dinamizadores da iniciativa. “Mui-
tas vezes, dizemos que as cidades não têm espírito de
comunidade, mas, quando se criam os palcos, vemos
que isso não é verdade e o Vivó Bairro foi um exem-
plo disso”, avalia.
REFLECTIR PARA A MUDANÇA
Não menos importante em tudo isto é a reflexão críti-
ca. A mudança na cidade exige reflexão sobre o espa-
ço e, sem ela, o preço a pagar pode ser elevado. “Se não
reflectirmos sobre o que queremos na cidade, à luz de
que modelos vamos levar a cabo os projectos?”, ques-
tiona o investigador de Aveiro.
Discutir a cidade é uma tarefa hercúlea, pelo
que William Kistler, responsável pela Urban Inno-
vation Network, tem uma postura mais céptica rela-
tivamente ao processo de co-criação urbana. “Quem
não tem formação sobre o ambiente construído dá-
-lhe muito pouco valor”, afirmou durante o último
SCEWC em Barcelona. “Pedir-lhes que participem
sem o enquadramento ou a formação necessários, é
uma receita para... um desafio”, exclamou.
Significa isto que só as “elites intelectuais” têm
legitimidade para levar a cabo a mudança? Não, es-
se não é um papel exclusivo, mas podem, sim, dar um
contributo interessante neste movimento e a acade-
mia, por exemplo, está interessada em fazê-lo. O Ins-
tituto de História Contemporânea da Faculdade de
Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova
de Lisboa está a trabalhar num projecto de investiga-
ção colaborativa, cujo objectivo é recuperar e divul-
gar as memórias das Avenidas Novas, criando novos
caminhos para a investigação. Desde Novembro do
ano passado, de quinze em quinze dias, as investiga-
doras Luísa Seixas e Inês Castaño reúnem-se com os
ditos “Maiores das Avenidas” (os residentes seniores
desta freguesia) e recolhem histórias, testemunhos,
objectos, recordações que fazem parte daquele espa-
ço. O Memória das Avenidas não é único, e nasce de
uma iniciativa mais abrangente – o Memória para To-
dos –, mas é a sua escala e impactos locais que nos
interessam. “Há uma legitimação da memória indi-
vidual destas pessoas e um reconhecimento da par-
te da comunidade científica do contributo da história
individual para uma história colectiva”, explica Inês
Castaño. Para além da construção da identidade local,
o resgatar destas memórias pode ajudar a desmistifi-
car alguns preconceitos existentes na freguesia, em
particular face às comunidades cigana e mais pobres
que ali residem, e cuja origem esteve, eventualmente,
em factos “manipulados”, contam as investigadoras.
“A construção de um conhecimento colaborativo, no
qual as pessoas estão directamente envolvidas, talvez
possa ajudar a criar mais alicerces numa comunidade
que vive no mesmo bairro”, defendem.
Dado que se dirige a uma população sénior, mais
benefícios têm surgido daí, como o estímulo ao pa-
pel activo na sociedade ou a sensibilização para a pre-
venção das doenças da memória – aspecto ainda em
desenvolvimento. À semelhança desta, outras inicia-
tivas podem dar-se noutras disciplinas, como a bio-
medicina, ajudando a incluir outros actores na in-
vestigação científica e a dar resposta àquilo que são
as preocupações da sociedade, colocando o conheci-
mento mais próximo das pessoas. “Num contexto ur-
bano, estes processos colaborativos dão voz às pessoas
e dão-lhes uma cara, um nome. As pessoas deixam de
ser uma massa que ocupa a metrópole”, defende Luí-
sa Seixas. “Estas pessoas viveram processos de mu-
dança imensos nas suas vidas e são fontes vivas des-
tas transformações. Hoje, pela inovação tecnológica,
temos a possibilidade de construir fontes como não
acontecia anteriormente, por isso, estes processos co-
laborativos chamam também a atenção para o facto de
estas pessoas poderem participar nessa construção a
vários níveis”.
A CIDADE E O CIDADÃO, HOJE E AMANHÃ
A receita para as cidades inteligentes ainda está a es-
crever-se, mas não restam dúvidas de que as pessoas
são o ingrediente base – só não se sabe em que dosa-
gem e como interligá-las da melhor forma com o pro-
cesso governativo. “As cidades constroem-se e recons-
troem-se na esfera pública, dando a todos os cidadãos
e comunidades a capacidade de criarem história, cul-
tura e política”, escreve Catarina Selada. Para a direc-
tora da unidade de cidades da Inteli, é fulcral que as
políticas públicas estimulem e alavanquem estas “prá-
ticas e intervenções sociotécnicas descentralizadas e
distribuídas, de forma a que estas ganhem abrangência
e relevância, numa lógica de governação urbana cola-
borativa e experimentalista”.
Olhando para o futuro, é difícil prever como estes
movimentos de cidadania irão evoluir e qual o seu im-
pacto na organização da cidade. Mas, à medida que o
fervilhar destas iniciativas aumenta, José Carlos Mota
antevê dois cenários: “ou as lideranças políticas perce-
bem o poder de mobilização e transformação que exis-
te nestas organizações e trazem-nas para a sua pró-
pria dinâmica; ou estes diálogos não se estabelecem e
criam-se tensões, focos de conflito, que, mais tarde ou
mais cedo, dão origem a novas lideranças políticas de
natureza independente”.
Ainda que a maioria opte por uma postura passiva,
é certo, porém, que o cidadão está a ganhar força e que,
perante a falta de actuação do poder político, este já
não hesita em agir. Esse é um factor positivo, defende
o urbanista, pois “significa que há uma maior maturi-
dade das diferentes formas de organização cívica, há
uma certa profissionalização da cidadania”. Mas esta
realidade pode também trazer um cenário “preocu-
pante: a ideia de que o Estado, afinal, não é muito im-
portante. Se o Estado, de repente, é substituído pelas
organizações cívicas ou, eventualmente, até por pri-
vados, para que é que precisamos dele?”. Em cidades
como Berlim ou Bolonha, há cerca de 40 a 50 inicia-
tivas cívicas de gestão de cidade, um número que dei-
xa José Carlos Mota desconfortável. “Receio que esta
tendência ponha em causa o interesse colectivo, que,
em última análise, é defendido pelo Estado e não pelos
cidadãos”, alerta. SC
O VIVÓ BAIRRO INCLUIU
60 INICIATIVAS COM VISTA
A REGENERAR O CENTRO
HISTÓRICO DE AVEIRO COM
A AJUDA DA COMUNIDADE
LOCAL.
❱
SC21

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Os novos líderes urbanos

  • 1.
  • 2. SC15 OS NOVOS LÍDERES URBANOSNas ruas, há um novo conceito de cidadania, mais participada, mais activa. As cidades são agora palcos de colaboração e de co-criação, nos quais as pessoas assumem o papel principal. Se o “Citizen Kane” de Welles tinha o mundo a seus pés, os cidadãos de hoje têm a força da mudança na palma das mãos. 14 SC #CIDADÃO
  • 3. SC1716 SC FILIPA CARDOSO Já ouviu falar de Jason Roberts? Se ainda não, garanto- -lhe que é um tipo que vale a pena conhecer. Com for- mação em Ciências Computacionais, Roberts trans- formou radicalmente o bairro onde vivia em Dallas, nos Estados Unidos. Esta história começa quando, nu- ma viagem à Europa, as diferenças entre a forma co- mo se vive nas cidades europeias e a realidade de Oak Cliff despertaram em Roberts a vontade de “mudar”. Fazer de Oak Cliff um bairro parisiense era impos- sível, mas muitas outras coisas podiam ser feitas pa- ra dar vida àquela zona conhecida como a pior desta cidade do Texas. Começou pelo velho cinema aban- donado do bairro, outrora famoso por ter sido palco da detenção de Lee H. Oswald. Roberts e um grupo de amigos remodelaram o espaço e transformaram- -no numa galeria de arte temporária. Quando termi- naram, mais de 700 pessoas admitiram estar à espera de que alguém decidisse pegar naquele espaço e fi- zesse alguma coisa com ele. E não se ficou por aí: em Oak Cliff, Roberts criou esplanadas e floreiras para trazer pessoas para as ruas, iniciou campanhas para trazer de volta os eléctricos e ainda promoveu a bici- cleta como sendo a imagem de marca daquele bairro (ainda que ninguém a utilizasse até ali). Com acções espontâneas, como criar um website ou organizar um evento, tudo isto foi acontecendo e mobilizando cada vez mais pessoas. Contado assim parece fácil, mas Ro- berts e a sua equipa fizeram-no praticamente do na- da e quebraram muitas regras no caminho. No fim de contas, estas ideias ousadas reflectiam vontades ador- mecidas da comunidade e, com a sua aprovação e en- volvimento, tornaram Oak Cliff num bairro melhor. O segredo? Iniciativa e paixão. “Se somos apaixonados por alguma coisa, vamos provavelmente tornar-nos lí- deres. Essa paixão vai ser transmitida à comunidade e as pessoas vão seguir-nos”, resume Roberts, que é hoje co-fundador da Better Block Foundation. Nem todos temos o espírito de Roberts, mas, de alguma forma, todos desejamos melhorar o local on- de vivemos. Essa foi também a motivação de Saskia Beer. Decidida a reanimar um bairro empresarial do Sudeste de Amesterdão, esta arquitecta recorreu ao glamour, oferecendo taças de champanhe às pessoas que passavam na rua e perguntando-lhes quais eram as suas ideias para mudar aquela zona. Ultrapassado o cepticismo inicial, a iniciativa envolveu de tal forma esta comunidade que resultou na criação de uma pla- taforma de planeamento urbano colaborativo. Histórias como estas mostram como as vontades das pessoas relativamente àquilo que querem nas suas cidades estão a gritar cada vez mais alto e não podem ser ignoradas por quem as governa. A estratégia uni- direccional, do topo para a base, já não funciona e é preciso incorporar também as iniciativas que nascem na génese das comunidades. Colaborar e co-criar são os verbos do momento e, para acompanhar estes rit- mos, os poderes políticos estão a encontrar formas de escutar os seus cidadãos – o orçamento participativo é uma das ferramentas mais bem sucedidas e o crowd- sourcing é cada vez mais utilizado –, enquanto o papel central das pessoas é entusiasticamente sublinhado quando se fala de smart cities. Todavia, à preocupação real com os seus cidadãos, junta-se o receio de uma propaganda e referência vazia ao seu papel nas cida- des. O processo não é fácil e até as metrópoles mais ricas têm dificuldades em lidar com isto. A socióloga urbana Saskia Sassen aponta o caso de Nova Iorque, onde há um “subaproveitamento do conhecimento dos seus residentes e uma falha na implementação de coi- sas que podem ser feitas”. Não se refere, claro, às elites, mas àqueles que têm menos poder e que são a maioria. Como inverter o estado das coisas? “É preciso levar os cidadãos a sério”, afirma. “SIM, NÓS CONSEGUIMOS” Nos últimos anos, as iniciativas cívicas e de co-criação com o objectivo de melhorar as cidades multiplicam- -se. Conjunturas económicas difíceis são, muitas vezes, apontadas como o combustível para estes movimentos, mas é também evidente um descontentamento genera- lizado com a actuação dos poderes políticos. “Há um certo desagrado e desilusão relativamente ao papel do Estado na resolução dos problemas dos cidadãos, em resultado da falta quer de recursos financeiros, quer de HOJE, A FUNDAÇÃO BETTER BLOCK DE ROBERTS (NA FOTO) AJUDA A DESENVOLVER ACÇÕES DE URBANISMO EM VÁRIAS CIDADES DOS EUA. ❱ © Team Better Block © Texas Theatre © Team Better Block
  • 4. 18 SC vontade política”, explica José Carlos Mota, urbanista e docente na Universidade de Aveiro. Os poderes polí- ticos não são responsivos e cria-se um desapego entre as políticas, políticos e cidadãos, argumenta. De entre uma maioria de pessoas que está desiludida, mas pas- siva, vemos ocorrer uma mudança: alguns desses ci- dadãos começam a dizer “se eles não fazem, fazemos nós”. Unidos por este sentimento, os cidadãos rapida- mente apercebem-se de que a resolução dos proble- mas do quotidiano da comunidade está ao seu alcance e a um baixo custo. O impacto destas “intervenções ci- rúrgicas”, por mais pequenas que sejam, acaba por ser significativo e os resultados vão motivando as pessoas para a acção. A par disto, é também evidente que está a surgir um “novo perfil” de cidadão, mais qualificado e infor- mado e em domínios diversos, retirando a carga sec- torial que víamos, até aqui, muitas vezes associada aos movimentos cívicos. As pessoas já não se interessam apenas pelas questões que lhes estão, de forma profis- sional, afectas. A iniciativa é o primeiro passo para a mudança. Mas como distinguir o que faz ou não sentido? A chave está na ideia de benefício colectivo. O que vai, efecti- vamente, melhorar a vida dos cidadãos? Encontrar es- sa resposta leva-nos à necessidade de criar espaços de debate público. “Muitas vezes, não se criam condições em que as pessoas sintam que vale a pena discutir. Os responsáveis políticos podem chamar as pessoas pa- ra as reuniões do município, mas essas não são locais amigáveis para uma reflexão. São espaços muito fe- chados, pouco inclusivos. Falta criar espaços de deba- te”, lamenta o urbanista. CIDADANIA INTELIGENTE Neste desafio, a inovação tecnológica tem dado uma ajuda. A criação de plataformas on-line, nas quais as pessoas podem dar as suas suges- tões e até conseguir fundos para as iniciati- vas, tem aumentado e até os governos locais as utilizam para auscultar as necessidades dos seus cidadãos. Na ultima década, Medellín, na Colômbia, tem fei- to uma verdadeira revolução e é distinguida como um caso de sucesso de liderança governativa. Na luta con- tra a violência extrema (estava entre as 50 cidades mais perigosas do mundo), o narcotráfico, a pobreza e a ex- clusão social, o governo da cidade apostou numa estra- tégia de valorização da vida humana e da segurança, de melhoria da educação e redução do abandono escolar e da revitalização das zonas mais pobres, não só através da arquitectura como da mobilidade. Neste processo, a alcaldía sabia que tinha um activo precioso – as pessoas – e, por isso, criou a Mi.Medellín, uma plataforma de co-criação que conta, hoje, com mais de 17 mil ideias de propostas para a cidade e de uma agenda para encon- tros ciudadanos. A ideia é perceber como estes resol- veriam questões críticas da cidade, sendo as sugestões, depois, avaliadas e a sua implementação analisada. “Se fechássemos as portas [às ideias das pessoas], haveria um talento no exterior que não estaria a ser aproveita- do”, explica Miguel Aristizabal, director de co-criação da agência colombiana OpenCol. A importância crescente da cidadania não pas- sa despercebida às tecnológicas, inclusivamente “o conceito de Cidadania Inteligente é, de acordo com a Gartner, um dos principais vectores de foco na estraté- gia operacional governativa”. Rui Silva, business deve- loper desta consultora em Portugal, diz existir mesmo “um mercado da cidadania” e explica: “As empresas tecnológicas estão muito atentas e focadas nestes mo- vimentos. O interesse é transversal à dimensão ou in- dústria, existindo desde start-ups, blue chips tecno- lógicas, telcos ou utilities, que tentam dar resposta a este novo mercado de cidadania, em áreas como redes sociais, IoT, wearables, acessibilidade, comunicação, mobilidade, sustentabilidade energética/ambiental, saúde, etc.”. Este é um negócio “com muito interes- se”, avança, até porque “as oportunidades na área da cidadania são imensas, não só devido ao crescimento da literacia digital, mas também pelos desafios popu- lacionais”. Em Portugal, existem já exemplos de como as ci- dades estão a abraçar esta cidadania digital. “No nos- so país, este movimento tem sido liderado pelo poder local, a maioria dos municípios disponibiliza já uma qualquer forma de Orçamento Participativo e têm si- do feito investimentos em ferramentas de comunica- ção com o munícipe, que vão desde a disponibilização de uma agenda de eventos até à participação de situa- ções que carecem intervenção camarária (FixCascais em Cascais, Sou Cidadão em Abrantes, Alerta Bragan- ça em Bragança, etc.)”, enumera Rui Silva. REAL VS. VIRTUAL As ferramentas tecnológicas são apenas uma parte da solução para responder às exigências dos cidadãos. Enquanto, por um lado, permitem um maior alcance e até democratizam a cidadania, podem, por outro, ex- cluir quem tem menos acesso a estas ferramentas e trazer uma falsa sensação de participação. As redes so- ciais querem substituir o espaço público, assumindo- -se como palcos de debate e de trocas de ideias. José Carlos Mota distingue os “movimentos de encontro fí- sico e os de encontro virtual”, sendo que estes últimos, por “serem mais cómodos e exigirem menos esforço”, correm o risco de não alcançar a mudança desejada. Nos movimentos de cidadania, as acções no ter- reno e os resultados são factores cruciais que servem, acima de tudo, como motivadores para agir, mas tam- bém para reflectir. Em Junho, o centro histórico de Aveiro foi palco do Vivó Bairro. A iniciativa está in- tegrada no projecto europeu Communities Participa- tion in Planning e tem como propósito regenerar, com a comunidade local, aquela área. O primeiro passo foi perguntar aos residentes quais eram os seus sonhos para o espaço onde viviam e identificar os recursos O PRINCÍPIO DA ENTRE-AJUDA No Bairro do Rêgo, Francisca Assis Teixeira aguar- da-nos de porta aberta. É a zona mais “deprimida” daquela freguesia (Avenidas Novas, Lisboa), conta, apresentando-nos “O nosso KM2 ”. A iniciativa, pro- movida pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela câmara municipal de Lisboa, é gerida no terreno pe- lo Instituto Padre António Vieira (IPAV). Seguindo um modelo de governação integrada, pretende-se desenvolver redes de proximidade e vizinhança pa- ra a resolução de problemas sociais complexos. Ou seja, encontrar no território as pontes necessárias para o melhorar. A simples presença física do pro- jecto teve logo um impacto positivo na dinâmica do bairro, impulsionando a abertura das lojas em fun- ção das necessidades da população, conta a respon- sável. Mas não é o único, com a ajuda do programa municipal BIP ZIP, foi possível melhorar o espaço pú- blico desta comunidade, criando zonas de convívio, pátios para as crianças brincarem e intervenções de arte urbana que são o motivo de orgulho de quem ali vive. Entre elas, está o mural com o retrato do Sr. Fausto Monteiro, um lojista local de 80 anos, assina- do pelo artista Daniel Eime, e que pretende repre- sentar a união entre os bairros novo e antigo. “Tra- balhamos completamente em rede para resolver os problemas destas pessoas”, garante Francisca Assis Teixeira, deixando escapar que há ainda um sonho da população local qual não foi possível dar respos- ta: um campo de futebol. O BENEFÍCIO COLECTIVO DISTINGUE AS INICIATIVAS QUE SÃO OU NÃO EM PROL DA COMUNIDADE. ❱ © onossokm2 SC19
  • 5. 20 SC de que dispunham. Cruzando essas duas linhas, foram criadas 60 iniciativas de intervenção no espaço públi- co, que incluíram a colocação de redes de pesca nos topos das ruas, com peixes decorados pelos residen- tes, a requalificação dos bancos e das caixas de elec- tricidade com a ajuda de artistas, e, ainda, um jantar comunitário, “sem igual em 30 anos”, conta José Car- los Mota, um dos dinamizadores da iniciativa. “Mui- tas vezes, dizemos que as cidades não têm espírito de comunidade, mas, quando se criam os palcos, vemos que isso não é verdade e o Vivó Bairro foi um exem- plo disso”, avalia. REFLECTIR PARA A MUDANÇA Não menos importante em tudo isto é a reflexão críti- ca. A mudança na cidade exige reflexão sobre o espa- ço e, sem ela, o preço a pagar pode ser elevado. “Se não reflectirmos sobre o que queremos na cidade, à luz de que modelos vamos levar a cabo os projectos?”, ques- tiona o investigador de Aveiro. Discutir a cidade é uma tarefa hercúlea, pelo que William Kistler, responsável pela Urban Inno- vation Network, tem uma postura mais céptica rela- tivamente ao processo de co-criação urbana. “Quem não tem formação sobre o ambiente construído dá- -lhe muito pouco valor”, afirmou durante o último SCEWC em Barcelona. “Pedir-lhes que participem sem o enquadramento ou a formação necessários, é uma receita para... um desafio”, exclamou. Significa isto que só as “elites intelectuais” têm legitimidade para levar a cabo a mudança? Não, es- se não é um papel exclusivo, mas podem, sim, dar um contributo interessante neste movimento e a acade- mia, por exemplo, está interessada em fazê-lo. O Ins- tituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa está a trabalhar num projecto de investiga- ção colaborativa, cujo objectivo é recuperar e divul- gar as memórias das Avenidas Novas, criando novos caminhos para a investigação. Desde Novembro do ano passado, de quinze em quinze dias, as investiga- doras Luísa Seixas e Inês Castaño reúnem-se com os ditos “Maiores das Avenidas” (os residentes seniores desta freguesia) e recolhem histórias, testemunhos, objectos, recordações que fazem parte daquele espa- ço. O Memória das Avenidas não é único, e nasce de uma iniciativa mais abrangente – o Memória para To- dos –, mas é a sua escala e impactos locais que nos interessam. “Há uma legitimação da memória indi- vidual destas pessoas e um reconhecimento da par- te da comunidade científica do contributo da história individual para uma história colectiva”, explica Inês Castaño. Para além da construção da identidade local, o resgatar destas memórias pode ajudar a desmistifi- car alguns preconceitos existentes na freguesia, em particular face às comunidades cigana e mais pobres que ali residem, e cuja origem esteve, eventualmente, em factos “manipulados”, contam as investigadoras. “A construção de um conhecimento colaborativo, no qual as pessoas estão directamente envolvidas, talvez possa ajudar a criar mais alicerces numa comunidade que vive no mesmo bairro”, defendem. Dado que se dirige a uma população sénior, mais benefícios têm surgido daí, como o estímulo ao pa- pel activo na sociedade ou a sensibilização para a pre- venção das doenças da memória – aspecto ainda em desenvolvimento. À semelhança desta, outras inicia- tivas podem dar-se noutras disciplinas, como a bio- medicina, ajudando a incluir outros actores na in- vestigação científica e a dar resposta àquilo que são as preocupações da sociedade, colocando o conheci- mento mais próximo das pessoas. “Num contexto ur- bano, estes processos colaborativos dão voz às pessoas e dão-lhes uma cara, um nome. As pessoas deixam de ser uma massa que ocupa a metrópole”, defende Luí- sa Seixas. “Estas pessoas viveram processos de mu- dança imensos nas suas vidas e são fontes vivas des- tas transformações. Hoje, pela inovação tecnológica, temos a possibilidade de construir fontes como não acontecia anteriormente, por isso, estes processos co- laborativos chamam também a atenção para o facto de estas pessoas poderem participar nessa construção a vários níveis”. A CIDADE E O CIDADÃO, HOJE E AMANHÃ A receita para as cidades inteligentes ainda está a es- crever-se, mas não restam dúvidas de que as pessoas são o ingrediente base – só não se sabe em que dosa- gem e como interligá-las da melhor forma com o pro- cesso governativo. “As cidades constroem-se e recons- troem-se na esfera pública, dando a todos os cidadãos e comunidades a capacidade de criarem história, cul- tura e política”, escreve Catarina Selada. Para a direc- tora da unidade de cidades da Inteli, é fulcral que as políticas públicas estimulem e alavanquem estas “prá- ticas e intervenções sociotécnicas descentralizadas e distribuídas, de forma a que estas ganhem abrangência e relevância, numa lógica de governação urbana cola- borativa e experimentalista”. Olhando para o futuro, é difícil prever como estes movimentos de cidadania irão evoluir e qual o seu im- pacto na organização da cidade. Mas, à medida que o fervilhar destas iniciativas aumenta, José Carlos Mota antevê dois cenários: “ou as lideranças políticas perce- bem o poder de mobilização e transformação que exis- te nestas organizações e trazem-nas para a sua pró- pria dinâmica; ou estes diálogos não se estabelecem e criam-se tensões, focos de conflito, que, mais tarde ou mais cedo, dão origem a novas lideranças políticas de natureza independente”. Ainda que a maioria opte por uma postura passiva, é certo, porém, que o cidadão está a ganhar força e que, perante a falta de actuação do poder político, este já não hesita em agir. Esse é um factor positivo, defende o urbanista, pois “significa que há uma maior maturi- dade das diferentes formas de organização cívica, há uma certa profissionalização da cidadania”. Mas esta realidade pode também trazer um cenário “preocu- pante: a ideia de que o Estado, afinal, não é muito im- portante. Se o Estado, de repente, é substituído pelas organizações cívicas ou, eventualmente, até por pri- vados, para que é que precisamos dele?”. Em cidades como Berlim ou Bolonha, há cerca de 40 a 50 inicia- tivas cívicas de gestão de cidade, um número que dei- xa José Carlos Mota desconfortável. “Receio que esta tendência ponha em causa o interesse colectivo, que, em última análise, é defendido pelo Estado e não pelos cidadãos”, alerta. SC O VIVÓ BAIRRO INCLUIU 60 INICIATIVAS COM VISTA A REGENERAR O CENTRO HISTÓRICO DE AVEIRO COM A AJUDA DA COMUNIDADE LOCAL. ❱ SC21