SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
Baixar para ler offline
Maio-2009
Diretrizes Assistenciais
ACOMPANHAMENTO DE DOENÇA
TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL
Versão eletrônica atualizada em
Maio – 2009
Maio-2009Estadiamento:
Essa avaliação poderá ser realizada pelo exame ginecológico, além de
radiografia de tórax, ultra-som de abdome total e tomografia computadorizada
cerebral.
Estadiamento preconizado pelo National Institutes of Health (NIH):
Classificação clínica para portadoras de doença trofoblástica gestacional
maligna:
I. Doença trofoblástica gestacional não metastática:
Nenhuma evidência de metástase.
Níveis estáveis ou ascendentes de ββββ hCG
Ultra-som pélvico
transvaginal
Gravidez
normal
Cavidade uterina
vazia + imagem
miometrial de
invasão
Material heterogêneo
na cavidade uterina
Curetagem uterina
TUMOR TROFOBLÁSTICO
GESTACIONAL
Coriocarcinoma
ou mola invasora
Anátomo-patológico: restos
molares, inconclusivo ou
endométrio normal
Níveis estáveis
ou ascendentes
de ββββ hCG Negativaçao
do ββββ hCG
Maio-2009
II. Doença trofoblástica gestacional metastática:
A.Bom prognóstico - Nenhum fator de alto-risco: hCG plasmático <
40.000 mUI/ml; duração da doença, antes da quimioterapia, menor
que quatro meses; ausência de metástase cerebral ou hepática
B.Mau prognóstico – qualquer fator de alto-risco: hCG plasmático >
40.000 mUI/ml; duração da doença maior que quatro meses;
metástase hepática ou cerebral; antecedente de gravidez de termo;
quimioterapia prévia.
Quimioterapia
Utilizamos os seguintes esquemas terapêuticos:
1.NTG não-metastático, metastático de baixo risco:
- metotrexato 0,4 mg/kg/dia, IM, durante cinco dias.
- intervalo de dez dias.
- actinomicina D , 8 a 12 mcg/kg/dia, IV, durante cinco dias.
Séries alternadamente até obter negativação do beta hCG, que é dosado
no primeiro dia da série. Considera-se resposta satisfatória quando há queda
de 20% entre os títulos de hCG.
2.NTG alto risco - EMA-CO:
Primeiro dia:
etoposida - 100 mg/m2 IV em 30 minutos.
metotrexato - 100 mg/m2 IV 200 mg/m2 IV em 1.000 mL de solução
glicosada a 5% em 12 horas
actinomicina D 0,5 mg IV
Segundo dia:
etoposida 100 mg/m2 IV em 30 minutos
actinomicina D 0,5 mg IV
ácido folínico 15 mg IM ou VO a cada 12 horas, por quatro doses,
iniciando 24 após o início do metotrexato.
Intervalo.
Oitavo dia:
ciclofosfamida 600 mg/m2 IV
vincristina 1,0 mg/m2
Repetem-se as séries alternadamente até negativação do BhCG.
Considera-se remissão completa após 24 meses de hCG indetectável.
Maio-2009
A presença de metástases no sistema nervoso central coloca a paciente
em grupo de muito alto risco de falha de tratamento. Irradiação cerebral (3000
cGy em frações de 200 cGy) é freqüentemente utilizada com o início da
quimioterapia.
Durante a irradiação das metástases cerebrais, a infusão de metotrexato
no protocolo EMA-CO deverá ser aumentada em 1 g/m2,e 30 mg de ácido
folínico é dado a cada 12 horas por três dias, iniciando-se 32 horas após o
início do metotrexato. Como alternativa para a irradiação cerebral, o grupo do
CHARING CROSS HOSPITAL, Londres, tem recomendado metotrexato intratecal e
altas doses de metotrexato no protocolo EMA - CO: 86% de suas pacientes
com metástases cerebrais tiveram completa remissão com esse regime
somente.
A maioria das pacientes com metástases hepáticas tem doença extensa
quando se apresentam para o tratamento e essa é a primeira razão para falha.
O risco de sangramento hepático volumoso, especialmente durante o primeiro
ciclo de quimioterapia, é elevado. Alguns autores recomendam irradiação
hepática com 2.000 cGy em duas semanas, combinada com quimioterapia
sistêmica para reduzir mortalidade e morbidade. Outros preferem a oclusão
seletiva da artéria uterina. Em casos refratários a este esquema, podem-se
utilizar cisplatina e bleomicina com cura da maioria das pacientes.
Controle clínico e laboratorial rigoroso é obrigatório, pela alta toxicidade
hematológica e renal dessas drogas. Novas tecnologias, como uso de fatores
estimulantes de colônias de leucócitos e transplante de medula óssea, poderão
ter importante papel nas pacientes que desenvolverem resistência à droga,
pois permitem o uso de agentes mais potentes.
Controle de toxidade
Interromper a quimioterapia se a paciente manifestar efeito colateral
evidenciado por estomatite, plaquetopenia inferior a 100.000/mm3, leucopenia
abaixo de 2.500/mm3, uréia maior que 50 mg/dL e AST maior que 50 U/L.
Bibliografia:
1. Doença trofoblástica gestacional. Sun SY , Camano L, Hisaba WJ. In
Atualização Terapêutica 2007. 23ª.edição 1126-1222. Editora Artes Médicas
São Paulo.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

16 cirurgia citorredutora e quimioterapia intraperitoneal hipertérmica no t...
16   cirurgia citorredutora e quimioterapia intraperitoneal hipertérmica no t...16   cirurgia citorredutora e quimioterapia intraperitoneal hipertérmica no t...
16 cirurgia citorredutora e quimioterapia intraperitoneal hipertérmica no t...ONCOcare
 
06 quimioterapia intraperitoneal no câncer de ovário - indicações, resultad...
06   quimioterapia intraperitoneal no câncer de ovário - indicações, resultad...06   quimioterapia intraperitoneal no câncer de ovário - indicações, resultad...
06 quimioterapia intraperitoneal no câncer de ovário - indicações, resultad...ONCOcare
 
Câncer de Testículo
Câncer de TestículoCâncer de Testículo
Câncer de TestículoOncoguia
 
Adrenalectomia MBM
Adrenalectomia MBMAdrenalectomia MBM
Adrenalectomia MBMUrovideo.org
 
Salvage Radical Prostatectomy: An Alternative Treatment For Local Recurrence ...
Salvage Radical Prostatectomy: An Alternative Treatment For Local Recurrence ...Salvage Radical Prostatectomy: An Alternative Treatment For Local Recurrence ...
Salvage Radical Prostatectomy: An Alternative Treatment For Local Recurrence ...Urovideo.org
 
Anticorpo monoclonal no tratamento do câncer de mama
Anticorpo monoclonal no tratamento do câncer de mamaAnticorpo monoclonal no tratamento do câncer de mama
Anticorpo monoclonal no tratamento do câncer de mamaMarco Benetoli
 
Feocromocitoma Prando
Feocromocitoma   PrandoFeocromocitoma   Prando
Feocromocitoma PrandoPrando Thiago
 
RTU - Bexiga - Como eu faço
RTU - Bexiga - Como eu façoRTU - Bexiga - Como eu faço
RTU - Bexiga - Como eu façoUrovideo.org
 
O QUE SE SABE DE PSA
O QUE SE SABE DE PSAO QUE SE SABE DE PSA
O QUE SE SABE DE PSAUrovideo.org
 
Protocolo de vancocinemia
Protocolo de vancocinemiaProtocolo de vancocinemia
Protocolo de vancocinemiaFelipe Tuon
 
Slides Sessão 19jul11
Slides Sessão 19jul11Slides Sessão 19jul11
Slides Sessão 19jul11neuroonco
 
TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA DE ALTO RISCO
TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA DE ALTO RISCOTRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA DE ALTO RISCO
TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA DE ALTO RISCOUrovideo.org
 
Neutropenia Febril E Fungemia
Neutropenia Febril E  FungemiaNeutropenia Febril E  Fungemia
Neutropenia Febril E Fungemiagalegoo
 

Mais procurados (20)

Carcinoma de mama
Carcinoma de mamaCarcinoma de mama
Carcinoma de mama
 
16 cirurgia citorredutora e quimioterapia intraperitoneal hipertérmica no t...
16   cirurgia citorredutora e quimioterapia intraperitoneal hipertérmica no t...16   cirurgia citorredutora e quimioterapia intraperitoneal hipertérmica no t...
16 cirurgia citorredutora e quimioterapia intraperitoneal hipertérmica no t...
 
Tumores da Cavidade Oral
Tumores da Cavidade Oral Tumores da Cavidade Oral
Tumores da Cavidade Oral
 
06 quimioterapia intraperitoneal no câncer de ovário - indicações, resultad...
06   quimioterapia intraperitoneal no câncer de ovário - indicações, resultad...06   quimioterapia intraperitoneal no câncer de ovário - indicações, resultad...
06 quimioterapia intraperitoneal no câncer de ovário - indicações, resultad...
 
Câncer de Testículo
Câncer de TestículoCâncer de Testículo
Câncer de Testículo
 
Carcinoma Urotelial da bexiga
Carcinoma Urotelial da bexigaCarcinoma Urotelial da bexiga
Carcinoma Urotelial da bexiga
 
Seminoma
SeminomaSeminoma
Seminoma
 
Adrenalectomia MBM
Adrenalectomia MBMAdrenalectomia MBM
Adrenalectomia MBM
 
Salvage Radical Prostatectomy: An Alternative Treatment For Local Recurrence ...
Salvage Radical Prostatectomy: An Alternative Treatment For Local Recurrence ...Salvage Radical Prostatectomy: An Alternative Treatment For Local Recurrence ...
Salvage Radical Prostatectomy: An Alternative Treatment For Local Recurrence ...
 
Anticorpo monoclonal no tratamento do câncer de mama
Anticorpo monoclonal no tratamento do câncer de mamaAnticorpo monoclonal no tratamento do câncer de mama
Anticorpo monoclonal no tratamento do câncer de mama
 
Feocromocitoma Prando
Feocromocitoma   PrandoFeocromocitoma   Prando
Feocromocitoma Prando
 
Manejo da Neutropenia Febril em Pacientes Oncológicos
Manejo da Neutropenia Febril em Pacientes OncológicosManejo da Neutropenia Febril em Pacientes Oncológicos
Manejo da Neutropenia Febril em Pacientes Oncológicos
 
RTU - Bexiga - Como eu faço
RTU - Bexiga - Como eu façoRTU - Bexiga - Como eu faço
RTU - Bexiga - Como eu faço
 
Hormonioterapia neoadjuvante do_câncer_de_mama
Hormonioterapia neoadjuvante do_câncer_de_mamaHormonioterapia neoadjuvante do_câncer_de_mama
Hormonioterapia neoadjuvante do_câncer_de_mama
 
O QUE SE SABE DE PSA
O QUE SE SABE DE PSAO QUE SE SABE DE PSA
O QUE SE SABE DE PSA
 
App PISC4-Cancer Prostata
App PISC4-Cancer ProstataApp PISC4-Cancer Prostata
App PISC4-Cancer Prostata
 
Protocolo de vancocinemia
Protocolo de vancocinemiaProtocolo de vancocinemia
Protocolo de vancocinemia
 
Slides Sessão 19jul11
Slides Sessão 19jul11Slides Sessão 19jul11
Slides Sessão 19jul11
 
TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA DE ALTO RISCO
TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA DE ALTO RISCOTRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA DE ALTO RISCO
TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA DE ALTO RISCO
 
Neutropenia Febril E Fungemia
Neutropenia Febril E  FungemiaNeutropenia Febril E  Fungemia
Neutropenia Febril E Fungemia
 

Semelhante a Guia de tratamento do câncer trofoblástico gestacional

Mola ntg patologia_ap
Mola ntg patologia_apMola ntg patologia_ap
Mola ntg patologia_apUFAL
 
Aula de Câncer de Ovário
Aula de Câncer de OvárioAula de Câncer de Ovário
Aula de Câncer de OvárioMateus Cornélio
 
Condutas para tornar a metastase hepatica colorretal ressecavel sanofi sp
Condutas para tornar a metastase hepatica colorretal ressecavel sanofi spCondutas para tornar a metastase hepatica colorretal ressecavel sanofi sp
Condutas para tornar a metastase hepatica colorretal ressecavel sanofi spCirurgia Online
 
Condutas para tornar a metastase hepatica colorretal ressecavel sanofi sp
Condutas para tornar a metastase hepatica colorretal ressecavel sanofi spCondutas para tornar a metastase hepatica colorretal ressecavel sanofi sp
Condutas para tornar a metastase hepatica colorretal ressecavel sanofi spCirurgia Online
 
Cancerdemama sergiomendes-111105-120717132029-phpapp02
Cancerdemama sergiomendes-111105-120717132029-phpapp02Cancerdemama sergiomendes-111105-120717132029-phpapp02
Cancerdemama sergiomendes-111105-120717132029-phpapp02Claudia Tanaami
 
07 cancer bexiga2- parte 2
07 cancer bexiga2- parte 207 cancer bexiga2- parte 2
07 cancer bexiga2- parte 2Arquivo-FClinico
 
Irradiação de Metástases Hepáticas
Irradiação de Metástases HepáticasIrradiação de Metástases Hepáticas
Irradiação de Metástases HepáticasRui P Rodrigues
 
Aim itu apresent caso
Aim itu   apresent casoAim itu   apresent caso
Aim itu apresent casoRenato sg
 
Embolização/Quimioembolização
Embolização/Quimioembolização Embolização/Quimioembolização
Embolização/Quimioembolização Uiliam Santos
 

Semelhante a Guia de tratamento do câncer trofoblástico gestacional (20)

Radioterapia adjuvante no_câncer_de_mama
Radioterapia adjuvante no_câncer_de_mamaRadioterapia adjuvante no_câncer_de_mama
Radioterapia adjuvante no_câncer_de_mama
 
Emergências oncologias
Emergências oncologiasEmergências oncologias
Emergências oncologias
 
Quimioterapia neoadjuvante versus cirurgia inicial em CA de ovário
Quimioterapia neoadjuvante versus cirurgia inicial em CA de ovárioQuimioterapia neoadjuvante versus cirurgia inicial em CA de ovário
Quimioterapia neoadjuvante versus cirurgia inicial em CA de ovário
 
Mola ntg patologia_ap
Mola ntg patologia_apMola ntg patologia_ap
Mola ntg patologia_ap
 
Aula de Câncer de Ovário
Aula de Câncer de OvárioAula de Câncer de Ovário
Aula de Câncer de Ovário
 
Bh Abril 2006
Bh Abril 2006Bh Abril 2006
Bh Abril 2006
 
Condutas para tornar a metastase hepatica colorretal ressecavel sanofi sp
Condutas para tornar a metastase hepatica colorretal ressecavel sanofi spCondutas para tornar a metastase hepatica colorretal ressecavel sanofi sp
Condutas para tornar a metastase hepatica colorretal ressecavel sanofi sp
 
Condutas para tornar a metastase hepatica colorretal ressecavel sanofi sp
Condutas para tornar a metastase hepatica colorretal ressecavel sanofi spCondutas para tornar a metastase hepatica colorretal ressecavel sanofi sp
Condutas para tornar a metastase hepatica colorretal ressecavel sanofi sp
 
Neoplasia gástrica, o papel do oncologista clinico
Neoplasia gástrica,   o papel do oncologista clinicoNeoplasia gástrica,   o papel do oncologista clinico
Neoplasia gástrica, o papel do oncologista clinico
 
Aula Basica Oncologia
Aula Basica OncologiaAula Basica Oncologia
Aula Basica Oncologia
 
EUM
EUMEUM
EUM
 
QUIMIOTERAPIA ANTINEOPLÁSICA
QUIMIOTERAPIA ANTINEOPLÁSICAQUIMIOTERAPIA ANTINEOPLÁSICA
QUIMIOTERAPIA ANTINEOPLÁSICA
 
Cancerdemama sergiomendes-111105-120717132029-phpapp02
Cancerdemama sergiomendes-111105-120717132029-phpapp02Cancerdemama sergiomendes-111105-120717132029-phpapp02
Cancerdemama sergiomendes-111105-120717132029-phpapp02
 
Cancer de mama-sergio_mendes-111105
Cancer de mama-sergio_mendes-111105Cancer de mama-sergio_mendes-111105
Cancer de mama-sergio_mendes-111105
 
07 cancer bexiga2- parte 2
07 cancer bexiga2- parte 207 cancer bexiga2- parte 2
07 cancer bexiga2- parte 2
 
Quimioembolização cr de cirugia 2013
Quimioembolização cr de cirugia 2013Quimioembolização cr de cirugia 2013
Quimioembolização cr de cirugia 2013
 
Irradiação de Metástases Hepáticas
Irradiação de Metástases HepáticasIrradiação de Metástases Hepáticas
Irradiação de Metástases Hepáticas
 
Megacolon ufba.
Megacolon ufba.Megacolon ufba.
Megacolon ufba.
 
Aim itu apresent caso
Aim itu   apresent casoAim itu   apresent caso
Aim itu apresent caso
 
Embolização/Quimioembolização
Embolização/Quimioembolização Embolização/Quimioembolização
Embolização/Quimioembolização
 

Guia de tratamento do câncer trofoblástico gestacional

  • 1. Maio-2009 Diretrizes Assistenciais ACOMPANHAMENTO DE DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL Versão eletrônica atualizada em Maio – 2009
  • 2. Maio-2009Estadiamento: Essa avaliação poderá ser realizada pelo exame ginecológico, além de radiografia de tórax, ultra-som de abdome total e tomografia computadorizada cerebral. Estadiamento preconizado pelo National Institutes of Health (NIH): Classificação clínica para portadoras de doença trofoblástica gestacional maligna: I. Doença trofoblástica gestacional não metastática: Nenhuma evidência de metástase. Níveis estáveis ou ascendentes de ββββ hCG Ultra-som pélvico transvaginal Gravidez normal Cavidade uterina vazia + imagem miometrial de invasão Material heterogêneo na cavidade uterina Curetagem uterina TUMOR TROFOBLÁSTICO GESTACIONAL Coriocarcinoma ou mola invasora Anátomo-patológico: restos molares, inconclusivo ou endométrio normal Níveis estáveis ou ascendentes de ββββ hCG Negativaçao do ββββ hCG
  • 3. Maio-2009 II. Doença trofoblástica gestacional metastática: A.Bom prognóstico - Nenhum fator de alto-risco: hCG plasmático < 40.000 mUI/ml; duração da doença, antes da quimioterapia, menor que quatro meses; ausência de metástase cerebral ou hepática B.Mau prognóstico – qualquer fator de alto-risco: hCG plasmático > 40.000 mUI/ml; duração da doença maior que quatro meses; metástase hepática ou cerebral; antecedente de gravidez de termo; quimioterapia prévia. Quimioterapia Utilizamos os seguintes esquemas terapêuticos: 1.NTG não-metastático, metastático de baixo risco: - metotrexato 0,4 mg/kg/dia, IM, durante cinco dias. - intervalo de dez dias. - actinomicina D , 8 a 12 mcg/kg/dia, IV, durante cinco dias. Séries alternadamente até obter negativação do beta hCG, que é dosado no primeiro dia da série. Considera-se resposta satisfatória quando há queda de 20% entre os títulos de hCG. 2.NTG alto risco - EMA-CO: Primeiro dia: etoposida - 100 mg/m2 IV em 30 minutos. metotrexato - 100 mg/m2 IV 200 mg/m2 IV em 1.000 mL de solução glicosada a 5% em 12 horas actinomicina D 0,5 mg IV Segundo dia: etoposida 100 mg/m2 IV em 30 minutos actinomicina D 0,5 mg IV ácido folínico 15 mg IM ou VO a cada 12 horas, por quatro doses, iniciando 24 após o início do metotrexato. Intervalo. Oitavo dia: ciclofosfamida 600 mg/m2 IV vincristina 1,0 mg/m2 Repetem-se as séries alternadamente até negativação do BhCG. Considera-se remissão completa após 24 meses de hCG indetectável.
  • 4. Maio-2009 A presença de metástases no sistema nervoso central coloca a paciente em grupo de muito alto risco de falha de tratamento. Irradiação cerebral (3000 cGy em frações de 200 cGy) é freqüentemente utilizada com o início da quimioterapia. Durante a irradiação das metástases cerebrais, a infusão de metotrexato no protocolo EMA-CO deverá ser aumentada em 1 g/m2,e 30 mg de ácido folínico é dado a cada 12 horas por três dias, iniciando-se 32 horas após o início do metotrexato. Como alternativa para a irradiação cerebral, o grupo do CHARING CROSS HOSPITAL, Londres, tem recomendado metotrexato intratecal e altas doses de metotrexato no protocolo EMA - CO: 86% de suas pacientes com metástases cerebrais tiveram completa remissão com esse regime somente. A maioria das pacientes com metástases hepáticas tem doença extensa quando se apresentam para o tratamento e essa é a primeira razão para falha. O risco de sangramento hepático volumoso, especialmente durante o primeiro ciclo de quimioterapia, é elevado. Alguns autores recomendam irradiação hepática com 2.000 cGy em duas semanas, combinada com quimioterapia sistêmica para reduzir mortalidade e morbidade. Outros preferem a oclusão seletiva da artéria uterina. Em casos refratários a este esquema, podem-se utilizar cisplatina e bleomicina com cura da maioria das pacientes. Controle clínico e laboratorial rigoroso é obrigatório, pela alta toxicidade hematológica e renal dessas drogas. Novas tecnologias, como uso de fatores estimulantes de colônias de leucócitos e transplante de medula óssea, poderão ter importante papel nas pacientes que desenvolverem resistência à droga, pois permitem o uso de agentes mais potentes. Controle de toxidade Interromper a quimioterapia se a paciente manifestar efeito colateral evidenciado por estomatite, plaquetopenia inferior a 100.000/mm3, leucopenia abaixo de 2.500/mm3, uréia maior que 50 mg/dL e AST maior que 50 U/L. Bibliografia: 1. Doença trofoblástica gestacional. Sun SY , Camano L, Hisaba WJ. In Atualização Terapêutica 2007. 23ª.edição 1126-1222. Editora Artes Médicas São Paulo.