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GREENFIELD, John. A morte da mulher na literatura alemã. Revista da Faculdade de Letras 
Línguas e Literaturas. Porto, XVII, 2000, pp 363–388. 
Segundo Helmut Birkhan, a discussão do pensamento da morte – e a sua conquista – faz parte das 
maiores manifestações culturais de que o homem é capaz. (BIRKHAN, 1985, p. 173 Apud 
GREENFIELD, 2000, p. 364) 
Além disso, a morte é ‘machista’: das centenas de milhares de mortos representados nos textos 
narrativos em médio alto alemão, menos de uma centena são mulheres. (...) Embora a morte seja 
uma constante em toda a poesia narrativa medieval, há uma diferenciação na sua funcionalidade e no 
modo como este elemento é representado nos gêneros literários romance côrtes e epopeia heroica. 
(p. 366) 
Morrem relativamente poucas personagens no romance cortês clássico, e quando morrem – embora 
seja de forma violenta – trata-se de uma morte individual, portanto, não se morre em grupo... A morte 
no romance é apresentada como algo de acidental, que não tem uma função determinante para o seu 
desenlace. Segundo Bakhtin o romance cortês orienta-se por aquilo que é inacabado, não resolvido e 
problemático. (p. 366) 
Se no romance cortês clássico, o amor à mulher é determinante e a morte do homem acidental, pode-se 
afirmar precisamente o contrário em relação à epopeia germânica: neste gênero literário é o amor 
à mulher que é acidental e a morte do homem determinante! (p. 367) 
Segundo Bakhtin, a epopeia constitui-se como um gênero literário absolutamente completa e 
totalmente perfeita, cuja característica constitutiva é a transferência do mundo nela representado para 
o passado de um povo. (p. 367) 
No romance cortês clássico em médio alto alemão, quando a figura feminina morre, morre 
normalmente como viúva, e no romance esta morte é estilizada como um sinal evidente da 
profundidade dos sentimentos da figura feminina (...). (p. 369)

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A morte da mulher na literatura alemã

  • 1. GREENFIELD, John. A morte da mulher na literatura alemã. Revista da Faculdade de Letras Línguas e Literaturas. Porto, XVII, 2000, pp 363–388. Segundo Helmut Birkhan, a discussão do pensamento da morte – e a sua conquista – faz parte das maiores manifestações culturais de que o homem é capaz. (BIRKHAN, 1985, p. 173 Apud GREENFIELD, 2000, p. 364) Além disso, a morte é ‘machista’: das centenas de milhares de mortos representados nos textos narrativos em médio alto alemão, menos de uma centena são mulheres. (...) Embora a morte seja uma constante em toda a poesia narrativa medieval, há uma diferenciação na sua funcionalidade e no modo como este elemento é representado nos gêneros literários romance côrtes e epopeia heroica. (p. 366) Morrem relativamente poucas personagens no romance cortês clássico, e quando morrem – embora seja de forma violenta – trata-se de uma morte individual, portanto, não se morre em grupo... A morte no romance é apresentada como algo de acidental, que não tem uma função determinante para o seu desenlace. Segundo Bakhtin o romance cortês orienta-se por aquilo que é inacabado, não resolvido e problemático. (p. 366) Se no romance cortês clássico, o amor à mulher é determinante e a morte do homem acidental, pode-se afirmar precisamente o contrário em relação à epopeia germânica: neste gênero literário é o amor à mulher que é acidental e a morte do homem determinante! (p. 367) Segundo Bakhtin, a epopeia constitui-se como um gênero literário absolutamente completa e totalmente perfeita, cuja característica constitutiva é a transferência do mundo nela representado para o passado de um povo. (p. 367) No romance cortês clássico em médio alto alemão, quando a figura feminina morre, morre normalmente como viúva, e no romance esta morte é estilizada como um sinal evidente da profundidade dos sentimentos da figura feminina (...). (p. 369)