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CLARICE, JOÃO CABRAL   Os grandes
                       autores da
                       geração de
         E GUIMARÃES   45.
CLARICE – OS DESASTRES DE SOFIA

 ―O professor era gordo, grande e silencioso, de ombros
  contraídos. Em vez de nó na garganta, tinha ombros contraídos.
  Usava paletó curto demais, óculos sem aro, com um fio de ouro
  encimando o nariz grosso e romano.

 E eu era atraída por ele. Não amor, mas atraída pelo seu silêncio
 e pela controlada impaciência que ele tinha em nos ensinar e
 que, ofendida, eu adivinhara. Passei a me comportar mal na
 sala. Falava muito alto, mexia com os colegas, interrompia a
 lição com piadinhas, até que ele dizia, vermelho:

 — Cale-se ou expulso a senhora da sala.

 Ferida, triunfante, eu respondia em desafio: pode me mandar!
 Ele não mandava, senão estaria me obedecendo. ‖

  Lispector, Clarice – Legião estrangeira, Rio de Janeiro, Editora Rocco, 1999.)
CLARICE: POESIA EM PROSA

 “Lá (pátio do colégio) cabia um ar livre imenso. (...) Meninos e
  meninas faziam ali seu mel .”
 “É possível também que já então meu tema de vida fosse a
  irrealizável esperança.”
 “A gota de suor foi descendo pelo nariz e pela boca, dividindo ao
  meio meu sorriso.”
 “Meu sorriso cristalizara em silêncio, e mesmo os ruídos que
  vinham do parque escorriam pelo lado de fora do silêncio.”
 “Meu pai estava no trabalho, minha mãe morrera há meses. Eu
  era o único eu.”
 “Ele me olhava com os olhos despenteados, como se tivesse
  acordado.”
 “ Na minha impureza em havia depositado a esperança de
  redenção nos adultos.”
JOÃO CABRAL: MORTE E VIDA SEVERINA
GUIMARÃES ROSA: FAMIGERADO

 Nesse conto é possível observar o poder da força, Damásio,
  em oposição ao poder da instrução, do conhecimento médico.

 Um médico do interior (narrador da história) recebe a visita
  de quatro cavaleiros rudes do sertão. Seu líder, Damásio,
  conhecido assassino da região, quer que o doutor, pessoa
  letrada do lugar, o esclareça a respeito do significado da
  palavra ―famigerado‖, pois ouviu esta palavra de um moço do
  governo.

 Caso o médico tivesse revelado o sentido dicionarizado do
  termo ―famigerado‖, estaria, por certo, infligindo uma
  sentença de morte ao moço.

 Guimarães Rosa tematiza a importância da linguagem. Seu
  conhecimento ou não determina as posições sociais.
GUIMARÃES ROSA:
         A TERCEIRA MARGEM DO RIO

 Um homem que evade de toda e qualquer convivência com a
  família e com a sociedade, preferindo a completa solidão do
  rio, lugar em que, dentro de uma canoa, rema ―rio abaixo, rio
  a fora, rio a dentro‖.

 Por contradizer os padrões normais de comportamento, ele é
  tido como um desequilibrado .

 Narração em 1ª pessoa – o filho.

 A escolha do isolamento no rio instiga permanentemente o
  filho. Este é levado a questionar o próprio existir humano .
GUIMARÃES ROSA:
      PARTIDA DO AUDAZ NAVEGANTE

 Narrado em terceira pessoa, no qual há duas histórias
  justapostas: a que nos conta o narrador, envolvendo as
  crianças; e a que Brejeirinha inventa sobre o ―Audaz
  Navegante‖.

 Desenvolve duas narrativas correspondentes, a do narrador
  onisciente e a de Brejeirinha sobre as mesmas personagens e
  ações, Zito, a namorada, a separação e o reencontro .

 A intenção é privilegiar a linguagem e o universo infantil,
  seus jogos e brincadeiras.
GUIMARÃES ROSA: A MENINA DE LÁ

 Rosa define Nhinhinha – Maria - ―com seus nem quatro anos‖
  como a menina de lá, dotada de sabedoria, personagem que
  não pertence ao mundo de cá (terra), mas o de lá (céu) por
  ser uma criança especial, diferente das demais.

 Apesar de ser quieta, cabeçuda, ter olhos grandes, corpo
  magro e frágil, torna-se milagreira, desconstruindo, dessa
  forma, a ideia de que somente o forte tem o poder. A criança
  frágil, excluída, mostra -se especial, ganha voz e vez, tendo em
  vista que ―ninguém tinha real poder sobre ela‖.

 Morre ainda menina, figurando o conto numa categoria de
  lenda, própria das lendas do interior.
GUIMARÃES ROSA:
          GRANDE SERTÃO - VEREDAS

 1956: Obra-prima de Guimarães, uma das mais importantes
  da LB;

 Mais de 600 páginas, sem divisão por capítulos;

 Foco narrativo em 1ª pessoa – Riobaldo, rico fazendeiro e um
  interlocutor, que não se apresenta no texto;

 A narrativa, longa e labiríntica, por causa das digressões do
  narrador, simula o próprio sertão físico, espaço onde se
  desenrola toda a história;

 Riobaldo e Diadorim.
GRANDE SERTÃO: CITAÇÕES

 "O ser tão não tem janelas nem por tas. E a regra é assim: ou o
  senhor bendito governa o ser tão, ou o ser tão maldito vos
  governa...―
 "Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na
  loucura.―
 "E o que era que eu queria? Ah, acho que não queria mesmo
  nada, de tanto que eu queria era – ficar sendo!"
 "O senhor sabe o que o silêncio é? É a gente mesmo, demais. "
 "Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou
  pães, questão de opiniães..."
 "O ser tão é do tamanho do mundo―
 "Ser tão é isto, o senhor sabe: tudo incer to, tudo cer to―
 “ Viver...o senhor já sabe: Viver é etecétera."

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3ao clarice, joão cabral e guimarães

  • 1. CLARICE, JOÃO CABRAL Os grandes autores da geração de E GUIMARÃES 45.
  • 2. CLARICE – OS DESASTRES DE SOFIA  ―O professor era gordo, grande e silencioso, de ombros contraídos. Em vez de nó na garganta, tinha ombros contraídos. Usava paletó curto demais, óculos sem aro, com um fio de ouro encimando o nariz grosso e romano. E eu era atraída por ele. Não amor, mas atraída pelo seu silêncio e pela controlada impaciência que ele tinha em nos ensinar e que, ofendida, eu adivinhara. Passei a me comportar mal na sala. Falava muito alto, mexia com os colegas, interrompia a lição com piadinhas, até que ele dizia, vermelho: — Cale-se ou expulso a senhora da sala. Ferida, triunfante, eu respondia em desafio: pode me mandar! Ele não mandava, senão estaria me obedecendo. ‖ Lispector, Clarice – Legião estrangeira, Rio de Janeiro, Editora Rocco, 1999.)
  • 3. CLARICE: POESIA EM PROSA  “Lá (pátio do colégio) cabia um ar livre imenso. (...) Meninos e meninas faziam ali seu mel .”  “É possível também que já então meu tema de vida fosse a irrealizável esperança.”  “A gota de suor foi descendo pelo nariz e pela boca, dividindo ao meio meu sorriso.”  “Meu sorriso cristalizara em silêncio, e mesmo os ruídos que vinham do parque escorriam pelo lado de fora do silêncio.”  “Meu pai estava no trabalho, minha mãe morrera há meses. Eu era o único eu.”  “Ele me olhava com os olhos despenteados, como se tivesse acordado.”  “ Na minha impureza em havia depositado a esperança de redenção nos adultos.”
  • 4. JOÃO CABRAL: MORTE E VIDA SEVERINA
  • 5. GUIMARÃES ROSA: FAMIGERADO  Nesse conto é possível observar o poder da força, Damásio, em oposição ao poder da instrução, do conhecimento médico.  Um médico do interior (narrador da história) recebe a visita de quatro cavaleiros rudes do sertão. Seu líder, Damásio, conhecido assassino da região, quer que o doutor, pessoa letrada do lugar, o esclareça a respeito do significado da palavra ―famigerado‖, pois ouviu esta palavra de um moço do governo.  Caso o médico tivesse revelado o sentido dicionarizado do termo ―famigerado‖, estaria, por certo, infligindo uma sentença de morte ao moço.  Guimarães Rosa tematiza a importância da linguagem. Seu conhecimento ou não determina as posições sociais.
  • 6. GUIMARÃES ROSA: A TERCEIRA MARGEM DO RIO  Um homem que evade de toda e qualquer convivência com a família e com a sociedade, preferindo a completa solidão do rio, lugar em que, dentro de uma canoa, rema ―rio abaixo, rio a fora, rio a dentro‖.  Por contradizer os padrões normais de comportamento, ele é tido como um desequilibrado .  Narração em 1ª pessoa – o filho.  A escolha do isolamento no rio instiga permanentemente o filho. Este é levado a questionar o próprio existir humano .
  • 7. GUIMARÃES ROSA: PARTIDA DO AUDAZ NAVEGANTE  Narrado em terceira pessoa, no qual há duas histórias justapostas: a que nos conta o narrador, envolvendo as crianças; e a que Brejeirinha inventa sobre o ―Audaz Navegante‖.  Desenvolve duas narrativas correspondentes, a do narrador onisciente e a de Brejeirinha sobre as mesmas personagens e ações, Zito, a namorada, a separação e o reencontro .  A intenção é privilegiar a linguagem e o universo infantil, seus jogos e brincadeiras.
  • 8. GUIMARÃES ROSA: A MENINA DE LÁ  Rosa define Nhinhinha – Maria - ―com seus nem quatro anos‖ como a menina de lá, dotada de sabedoria, personagem que não pertence ao mundo de cá (terra), mas o de lá (céu) por ser uma criança especial, diferente das demais.  Apesar de ser quieta, cabeçuda, ter olhos grandes, corpo magro e frágil, torna-se milagreira, desconstruindo, dessa forma, a ideia de que somente o forte tem o poder. A criança frágil, excluída, mostra -se especial, ganha voz e vez, tendo em vista que ―ninguém tinha real poder sobre ela‖.  Morre ainda menina, figurando o conto numa categoria de lenda, própria das lendas do interior.
  • 9. GUIMARÃES ROSA: GRANDE SERTÃO - VEREDAS  1956: Obra-prima de Guimarães, uma das mais importantes da LB;  Mais de 600 páginas, sem divisão por capítulos;  Foco narrativo em 1ª pessoa – Riobaldo, rico fazendeiro e um interlocutor, que não se apresenta no texto;  A narrativa, longa e labiríntica, por causa das digressões do narrador, simula o próprio sertão físico, espaço onde se desenrola toda a história;  Riobaldo e Diadorim.
  • 10. GRANDE SERTÃO: CITAÇÕES  "O ser tão não tem janelas nem por tas. E a regra é assim: ou o senhor bendito governa o ser tão, ou o ser tão maldito vos governa...―  "Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura.―  "E o que era que eu queria? Ah, acho que não queria mesmo nada, de tanto que eu queria era – ficar sendo!"  "O senhor sabe o que o silêncio é? É a gente mesmo, demais. "  "Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, questão de opiniães..."  "O ser tão é do tamanho do mundo―  "Ser tão é isto, o senhor sabe: tudo incer to, tudo cer to―  “ Viver...o senhor já sabe: Viver é etecétera."