Este documento resume uma monografia sobre o uso de histórias em quadrinhos como recurso pedagógico para estudantes com deficiência intelectual. A monografia justifica a educação inclusiva e o uso de gibis para tornar o ensino mais acessível, lúdico e envolvente para todos os alunos. Ela descreve planos de aula utilizando gibis da Turma da Mônica para trabalhar habilidades de leitura, escrita e produção de texto com uma estudante do 6o ano que tem deficiência intelectual.
2. GÊNERO TEXTUAL HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA
PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Instituto Fayol, como requisito parcial para a
obtenção do diploma / certificado do curso de
Segunda Licenciatura em Letras.
Orientador: Prof.ª Maria S. Sousa
_________________________________________________
São José dos Campos
2017
3. Agradecimento
Primeiramente a Deus que me capacitou em meio a tantas diversidades conseguir
com dedicação concluir este trabalho e a minha família todos que me auxiliaram nesta
jornada.
________________________________________________
São José dos Campos
2017
7. Resumo
Esta monografia tem o objetivo de abordar o tema, estudo da Língua
Portuguesa, com a utilização do recurso Gênero Textual Histórias em
Quadrinhos como recurso pedagógico aos estudantes com comprometimento
intelectual, por denotarem princípios básicos de narrativa, enredo,
personagens; balões de formas e tipos variados que servem de apoio para os
diálogos dos personagens, são curtos, coloridos e divertidos envolvendo e
chamando a atenção dos alunos com déficit de atenção, dificuldades e
laudados como portadores de deficiência.
Os estudantes com deficiência Intelectual como todos nós, aprendem no
seu tempo, mas os inclusos muitas vezes não compreendem certos assuntos
abordados por diversos fatores, como por exemplo, o comprometimento
cognitivo, defasagem escolar advinda do passado e/ou do histórico familiar que
muitas vezes não tem um diagnóstico, laudo fechado no início da vida
acadêmica e, por conseguinte não consegue junto à escola dar o apoio
cognitivo adequado ao estudante causando uma desvantagem no rendimento
escolar.
O ensino precisa ser lúdico, significativo e interessante para envolvê-los
na proposta pedagógica, assim os quadrinhos tornam-se um excelente recurso
educacional.
8. Palavras chaves: Língua Portuguesa; Histórias em Quadrinhos; Educação
Inclusiva; Aprendizagem; conhecimento; Participação.
9. 5
1. INTRODUÇÃO
O artigo 5º da constituição Promulgada em 1988 informa que todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no país, a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à segurança. Quanto à Educação o artigo 205 declara que a Educação
é direito de todos e dever do Estado e da família, visando o desenvolvimento
pleno da pessoa para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
O artigo 206 parágrafo I diz que o ensino será ministrado com igualdade de
condições para o acesso e permanência da escola.
A escrita do parágrafo anterior chama a atenção em diversos pontos e um
desses pontos implica no comprometimento do profissional em relação a
permanência do aluno na escola, ou seja, não é honesto estar na escola e sim
permanecer no âmbito escolar com qualidade, significado e relevância para um
ensino mais justo e integrador independente das condições, físicas, psicológicas
ou social desse cidadão.
A Educação Inclusiva é uma modalidade da Educação que respalda esse
movimento educacional do estudante incluso junto ao estudante do ensino regular
na esfera escolar.
O professor tem a incumbência de mediar esses alunos durante o discorrer
das atividades pedagógicas por meio de flexibilização quando necessário ao
incluso que de certa forma ajuda também o aluno que não tem laudo, mas que
tem dificuldade na disciplina.
Par atingir os objetivos foi utilizado o gênero textual histórias em
quadrinhos de autores reconhecidos no meio acadêmico, pois são pertinentes
para a formação do gosto pela leitura, pela escrita, participação e noção de
mundo e vida social com os valores necessários para formação cidadãos mais
críticos independente do comprometimento mental, físico e intelectual, todos
devem participar de um ensino de qualidade.
10. 6
2. Justificativa
Por muitos anos no Brasil a o movimento de educação era o de uma
Educação Especial caminhando paralela à Educação comum e que este era o
comportamento mais viável para os estudantes com deficiência intelectual.
No ano de 1994, a Declaração de Salamanca estabelece uma Educação
igualitária às pessoas com deficiência baseada nos Direitos Humanos.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº9394/96 no artigo
59) informa que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos , métodos de
ensino e recursos específicos que atendam as necessidades dos estudantes em
virtude de suas deficiências. A escola também precisa aplicar atividades
diagnósticas para atender e promover o avanço dos estudantes com
superdotação e altas habilidades esses não podem ficar estagnados. A escola é
um espaço composto pela diversidade.
Portanto faz-se oportuno o Tema, Gênero Textual: Histórias em
Quadrinhos, este assunto abrange o interesse dos alunos independente de sua
condição e todos podem apreciar criar e expor seus textos, diálogos e ilustrações
de forma eficiente e rápida, pois os livros tradicionais e longos com uma ortografia
e linguistica que necessitem de dicionários disputam com a paciência e relevância
que muitos estudantes dos anos iniciais e do ensino fundamental não possuem,
ora por defasagem, ora por quadro neurológico.
Segundo Marcuschi (2005, p.22) nos fala que:
“Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de
sequência teoricamente definida pela natureza linguistica de sua
composição (aspectos lexicais, tempos verbais, relações lógicas).”
11. 7
3.Tema e Linha de Pesquisa
A leitura e a escrita precisa ter significado para todos os estudantes, mas
os estudantes não são iguais, nada na vida é linear, igual retilíneo e é impossível
padronizar a aquisição do conhecimento. Assim este Trabalho de Conclusão de
Curso em Letras aborda uma prática pedagógica utilizando histórias em
quadrinhos para estimular o campo cognitivo de todos os estudantes e também os
discentes com deficiência intelectual.
O Gênero Textual Histórias em Quadrinhos auxilia o estudante de Língua
Portuguesa a desenvolver habilidades de alfabetização, letramento, leitura,
escrita, textos narrativos, descritivos, expositivo, injuntivos e figuras de linguagem.
12. 8
4. Objetivos Gerais
O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural,
social e pedagógica realizada em defesa do direito de todos os alunos em ficarem
juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação.
A Educação Especial não pode se organizar em numa educação
substitutiva ao ensino regular e as ações começam do berçários ao mais alto nível
de ensino do país, logo o professor de cada disciplina precisa estar atento a um
planejamento onde todos aprendem de forma leve, inclusiva e responsável.
Desde o berçário observamos as crianças mesmo sem saber ler quando
avistam uma prateleira com livrinhos, revistas e gibis, rapidamente pegam e
folheiam os gibis observando as cores, os desenhos e a expressão facial dos
personagens.
Assim as aulas de Língua Portuguesa passam a ser mais produtivas
quando trabalha o recurso pedagógico histórias em quadrinhos que estão na
preferência dos estudantes.
13. 9
4.1 Objetivos Específicos
Utilizar o Gênero Textual Histórias em Quadrinhos para promover
ludicidade com responsabilidade linguistica aos discentes de Educação Especial
matriculados no Ensino Regular.
O estudante com necessidade educacional especial não podem frequentar
a escola assistindo desenhos, em pátios observando algo enquanto os outros
estão focados na leitura e na escrita por terem um objetivo social.
O professor tem o compromisso de utilizar atividades que incluam todos
na mesma linha de raciocínio .
O foco educacional, a oportunidade e a responsabilidade pertencem a
todos e nenhum acadêmico deve ser subestimado.
14. 10
5. Desenvolvimento
As histórias em quadrinhos são as primeiras leituras da maioria das
crianças e como começou as histórias em quadrinhos?
No dia 30 de janeiro de 1869 o Jornal Carioca publicou As aventuras de
“NHo-Quim” ou Impressões de uma viagem a corte do italiano naturalizado
brasileiro Ângelo Agostini, nascia a primeira história em quadrinhos no Brasil.
Entre os autores preferidos temos o criador da turma da Mônica o
cartunista Mauricio de Sousa. O primeiro gibi da turma da Mônica foi publicado
em 1970.
A disciplina de Língua Portuguesa tem o foco de desenvolver nos
estudantes a competência textual e discursiva na construção de textos orais e
escritos que circulam socialmente e assim atender as demandas os objetivos
comunicativos e expressivos que se apresentam na vida em sociedade.
Este Trabalho de Conclusão de Curso baseia-se nas aulas de Língua
Portuguesa dos alunos do Ensino Fundamental do 6º Ano A da Escola Municipal
de Ensino Fundamental Luzia Levina Aparecida Borges onde o recurso
pedagógico utilizado para atender o interesse de todos os estudantes inclusive da
estudante com deficiência intelectual Julia Beatriz Lacerda é o Gênero Textual
Histórias em Quadrinhos.
Cabe ao professor envolver os alunos com atividades que proporcionem o
desenvolvimento de uma competência textual e discursiva de forma que sejam
capazes de adequar-se às diversas situações, expressando-se oralmente e por
escrito em diferentes padrões de linguagens.
15. 11
Plano de aula:
Estrutura Curricular: estudantes do 6º ano A
Componente Curricular: Língua Portuguesa
Tema: História em Quadrinhos
Objetivos da aula: trabalhar a linguagem oral, escrita e produção de texto
Público: Julia Beatriz Lacerda 12 anos estudante do 6º ano A deficiente
Intelectual para a idade.
duração das atividades: 5 horas/aula
Conhecimentos Prévios trabalhados pelo professor com a estudante:
conhecimentos básicos de leitura e escrita.
Estratégias a serem utilizadas: aula interativa, gibis, tirinhas, trabalhos em grupo,
seleção e leitura de histórias em quadrinhos, debate.
1ª Atividade:
Dado a figura abaixo recorte e cole os quadrinhos na sequência e em seguida
responda as questões.
Julia recortou e colocou na sequência dos fatos com intervenção, pois a
estudante não apresenta comprometimento motor para colar e recortar, mas tem
16. 12
problema de memória e não retém as informações dificultando a leitura e a
escrita. Julia aos 12 anos mal escreve o nome não faz garatujas é pré-silabica
com valor sonoro reconhecendo o som das vogais e as consoantes ao ditarmos,
mas se pedirmos para fazer sozinha não consegue a estudante precisa o tempo
todo de intervenção e de muita atividade com imagens que demonstre ações,
sentimentos para ativar as ideias. Em seguida exploramos questionamentos
sobre quem era o personagem, Julia não respondeu, juntas abrimos o gibi e
conversamos sobre os personagens da Turma da Mônica e suas características,
expliquei que nesse gibi os personagens são cada um de um jeito e assim
também é na vida da gente, cada um tem uma mania, gosta de uma coisa,
prefere algo e que não precisamos ser igual a ninguém, mas precisamos respeitar
a peculiaridade de cada um.
A atividade mostra que o Cascão fez um gol e perguntei o que acontece
quando um jogador ou nas brincadeiras de rua com nossos amigos faz gol, ou
ganhamos uma partida, o que acontece, Julia observa, escuta com atenção, mas
nada diz, explorou as imagens e conversamos que o personagem levanta os
braços sinal de vitória, alegria e que devemos comemorar cada acerto e conquista
por menor que seja.
O passo a seguir foi pedir que Julia cortasse a imagens dos personagens n
caderno para dar nome aos personagens e em seguida ligar a cor e o modelo das
roupas que cada personagem usa, a aluna escreve com muita dificuldade e
percebe-se no olhar dela a alegria de folhear o gibi, apreciar as imagens, cada
página é muito bem notada e treina o folhear que é algo bom para a coordenação
motora, cognitiva e psicológica.
.
17. 13
Plano de aula:
Estrutura Curricular: estudantes do 6º ano A
Componente Curricular: Língua Portuguesa
Tema: História em Quadrinhos
Objetivos da aula: observar que nas histórias em quadrinhos os diálogos ou os
pensamentos dos personagens são escritos em balões e que o formato de cada
um deles indica quem fala e de que fala e apresentam onomatopéias para traduzir
em forma de palavras os sons da história ( som da chuva, do soluço, do cachorro
latindo, uivo).
Público: Julia Beatriz Lacerda 12 anos estudante do 6º ano A deficiente Intelectual
para a idade.
duração das atividades: 5 horas/aula
Conhecimentos Prévios trabalhados pelo professor com a estudante:
conhecimentos básicos de leitura e escrita.
Estratégias a serem utilizadas: aula interativa, gibis, tirinhas, trabalhos em grupo,
seleção e leitura de histórias em quadrinhos, debate.
2ª Atividade: Iniciar a estrutura e as formas das histórias em quadrinhos.
18. 14
Em seguida propus que Julia observasse os balões acima e fizesse um risco no
balão que é igual da historia em quadrinho cortada e colada no caderno:
19. 15
A estudante Julia comparou os balões e risco o que parece com a tabela
de balões acima. Em seguida exploramos a escrita do nome do personagem
contando quantas vogais há no nome do personagem, o número de consoantes,
os possíveis acentos que a vogal “A” pode receber, somamos as vogais e
consoantes do nome Cascão e verificamos quantas letras há no nome do
protagonista.
20. 16
6. Considerações finais
Consta-se que é possível trabalhar o mesmo assunto na sala de aula, ou
seja, estudantes do ensino regular recebem o mesmo material e conteúdo do
estudante com necessidade especial e o que vai diferir é a flexibilização, o
questionamento que precisa respeitar o conhecimento prévio de cada um e as
peculiaridades cognitivas de cada um.
O Estudante que domina a escrita, leitura e sugere-se que construa uma
narrativa, dialogo o que tem dificuldade de redigir e expressar o que entende do
assunto sugeriu que observe a expressão facial e traduza os sentimentos, os
pensamentos dos personagem. Independente do curso, da disciplina ou matéria
pertinente ao aluno o professor precisar ter um comportamento, um movimento
inclusivo para que todos sem distinção tenham a oportunidade de aprender, criar
e expressar-se no mundo em que vive.
As Histórias em Quadrinhos são uma fonte inesgotável para o estudo de
Língua Portuguesa aproximando o estudante o aprender com ludicidade onde
estudar, conhecer, compreender, assimilar muitas vezes é abstrato, frustrante e
desestimulante em sala de aula.
21. 17
7. Referenciais Bibliográficos
✓ Mídias e Atividades. Identificando Balões e Onomatopeias. Disponível em:
<https://midiatividades.wordpress.com/2013/06/12/identificando-os-baloes-
e-onomatopeias-2/>. Acesso em 10/10/2017.
✓ Norma Culta. Onomatopeia. Disponível em:
<https://www.normaculta.com.br/onomatopeia>. Acesso 10/10/2017.
✓ Portal Mec. Declaração de Salamanca. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf>. Acesso em
12/102017.
✓ Portal Mec. Educação Especial. Artigo 58. Disponível em:
http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/g00003.htmhttp://p
ortal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn2> . Acesso em
12/102017.
✓ Revista Nova Escola. Gibis podem ser usados em sala de aula? Disponível
em: < https://novaescola.org.br/conteudo/2589/gibis-podem-ser-usados-
em-sala-de-aula-como >. Acesso em 13/102017.
Unicamp. Gênero Textual e Tipologia Textual. Disponível em:
<http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/g00003.htm >.
Acesso 13/102017
✓ Via Carreira. Trabalho e Conclusão de Curso. Disponível em:
<https://viacarreira.com/desenvolvimento-do-tcc-150548/>. Acesso em
14/10/2017.