O documento descreve a formação e o desenvolvimento da União Europeia como um bloco econômico. Começa com a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) entre a França e a Alemanha em 1951, e depois o Tratado de Roma de 1957 que estabeleceu a Comunidade Econômica Europeia (CEE). Explica como a UE se expandiu de 6 países originais para 15, e descreve as principais etapas e organizações que levaram à integração econômica da Europa.
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Bloco Econômico UE 2010
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BLOCO ECONÔMICO
DA
UNIÃO EUROPÉIA
IDENTIFICAÇÃO DA UNIÃO EUROPÉIA COMO UMA ORGANIZAÇÃO
ECONÔMICA QUE ATUA COMO BLOCO REGIONAL NA PROTEÇÃO
DOS INTERESSES ECONÔMICOS DE SEUS MEMBROS.
DESTAQUE DA IMPORTÂNCIA DA UNIÃO EUROPÉIA NO COMÉRCIO
MUNDIAL.
IDENTIFICAÇÃO DOS ATUAIS PAÍSES MEMBROS DA UNIÃO
EUROPÉIA.
DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS ETAPAS QUE EXPLICAM A FORMAÇÃO
DA UNIÃO EUROPÉIA, DESDE A CRIAÇÃO DA CECA.
OS PRINCIPAIS PONTOS DE AÇÃO DA UNIÃO EUROPÉIA.
AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO DESEMPREGO NA SUSTENTAÇÃO DA
UNIFICAÇÃO EUROPÉIA.
EXPLICAÇÃO DAS RELAÇÕES COMERCIAIS COM OS ESTADOS
UNIDOS DA AMÉRICA.
ENSINO MÉDIO
PARÁ - BRASIL
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2010
Bloco Econômico da União Européia -
UE1
INTRODUÇÃO
Atualmente, cerca de 85% do comércio mundial é realizado por intermédio de alianças internacionais,
entre as quais se destacam a União Européia (EU), o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), o
mercado Comum do Sul (Mercosul), a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) e a Cooperação
Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec).
Essas alianças distinguem-se por vários fatores, entre as quais está o grau de integração que objetivam e
que já atingiram. Nesse aspecto, o caso dos países europeus é singular, pois vai além da integração econômica.
Iniciou com a criação de uma zona de livre comércio e agora se completa com a união monetária e política,
servindo, portanto, como exemplo de integração completa.
Além disso, a análise da União Européia permite que se identifiquem os rumos da globalização
econômica, principalmente a tentativa de eliminação de quaisquer entraves à livre circulação do capital.
A União Européia reúne atualmente 25 países (Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha,
Finlândia, França, Grécia, Holanda (Países Baixos), Irlanda, Itália, Luxemburgo, Portugal, Reino Unido, Suécia,
Polônia, Letônia, Lituânia, República Tcheca, Hungria, Estônia, Eslovênia, Malta e Chipe), englobando mais de 400
milhões de habitantes, e é responsável por quase 45% do comércio internacional.
Esses dados fazem da União Européia ser, além de o mais antigo bloco, o maior bloco comercial do
mundo, com o mais elevado grau de integração política e econômica inexistente em outros blocos – o Banco Central
Europeu, o Parlamento europeu e o Conselho de Ministros evidenciam essa integração - e maior influência política e
econômica sobre os países mais próximos e dela dependentes, como as nações da Europa centro-oriental, do norte
africano e ex-colônias em geral.
ORIGENS HISTÓRICAS DA UNIÃO EUROPÉIA:
Com o fim da 2ª Guerra Mundial, a Europa deixa de ser o principal pólo econômico do mundo e a crise aumenta. Os
Estados Unidos da América (EUA) consolidam-se como a grande potência capitalista, que financia a reconstrução
européia por meio do PLANO MARSHALL. Diante desse quadro, os países europeus resolveram unir-se em
organizações econômicas para ampliar seus mercados consumidores e competir com as grandes potências.
O jogo das alianças
Após o término da Segunda Guerra logo ficou claro que os antigos aliados dos Estados Unidos e União Soviética,
tinham propostas diferentes para a reconstrução européia, sobretudo em seu lado oriental.
1
Apostila produzida utilizando reprodução das seguintes fontes: ADAS, Melhem, ADAS, S. Geografia. São
Paulo: Moderna, 1992, v. 1,2,3 e 4.; MOREIRA, Igor. Construindo o espaço do Homem, O Espaço Brasileiro, O Espaço
Americano e o Espaço Mundial. Volumes 1, 2, 3 e 4. São Paulo: Ática, 1998; MAGNOLI, Demétrio. Projeto de Ensino
de Geografia: Natureza, Tecnologias, Sociedade. São Paulo: Moderna, 2001; MAGNOLI, Demétrio. Geografia:
paisagem e território – Geografia Geral e do Brasil. São Paulo 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2001 ; VESENTINI, J. W.
Sociedade e Espaço: Geografia Geral e do Brasil. 31ª ed. São Paulo: Ática, 2000. – Adaptado pelo Prof. Túlio de
Souza (proftulio@ig.com.br).
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A divisão da Alemanha, em julho de 1947, os soviéticos recusaram-se a participar do plano de ajuda econômica dos
Estados Unidos para toda a Europa, o Plano Marshall, e em janeiro de 1949 fundaram o Comecon - Conselho de
Ajuda Econômica Mútua, reunindo todos os países do leste que já estavam sob sua influência político-militar. Meses
depois, em abril, o lado ocidental anunciava a criação da OTAN, organização militar que tinha por objetivo impedir o
avanço do socialismo no continente.
Portanto, a integração dos países europeus tal qual verificamos hoje é o resultado de um esforço que remonta ao
pós-guerra. O equilíbrio de forças que se estabeleceu após a derrota nazista e ameaças de novos conflitos entre os
países aliados, que já se configuravam um bloco capitalista sob a liderança dos Estados Unidfos, fizeram surgir
propostas de união dos países europeus, sobretudo numa tentativa de reconciliatória com a Alemanha.
Uma proposta inovadora
No entanto, o lado ocidental ainda se defrontava com a antiga rivalidade entre França e a Alemanha, que
após a derrota nazista ameaçava a coesão do bloco capitalista em ascensão.
França e Alemanha historicamente disputaram não apenas a hegemonia no cenário europeu, como ainda
enfrentaram inúmeras contendas fronteiriças, envolvendo particularmente a rica região de ferro e carvão que lhes
eram particularmente comum. Nesse momento, a bacia de Ruhr fora colocada sob controle internacional.
Com a derrota na guerra, a Alemanha foi obrigada a devolver a Alsásia e a Lorena para os franceses; a
região metalúrgica do Sarre manteve-se com os alemães, apesar das pretensões da França.
Para evitar que o sentimento nacionalista prosperasse pouco tempo depois da guerra, surgiu em 1950
uma proposta conciliatória e inovadora por parte do ministro das relações exteriores da França - Robert Shuman.
Ele propôs que o carvão e o aço da França e da Alemanha fossem colocados sob uma alta autoridade
comum, estabelecendo a livre circulação dos dois produtos. A idéia era revolucionária porque pela primeira vez
instituía uma autoridade independente dos governos nacionais envolvidos no acordo.
O objetivo da proposta, porém, era mais amplo, o que tornava ainda maior sua importância histórica e
geoplítica: "Esta proposta realiza as primeiras bases concretas de uma federação européia indispensável à
preservação da paz".
As duas grandes guerras mundiais fazem os Estados Unidos tomarem da Europa a posição do centro do
capitalismo internacional, portanto, consolidam-se como a grande potência capitalista, que financia a reconstrução
Européia por meio do Plano Marshall. Diante desse quadro, os países europeus resolvem unir-se em organizações
econômicas para reconstrução do continente, esquecendo parcialmente as rivalidades que levaram o continente a
duas grandes guerras e para ampliar seus mercados consumidores e competir com as grandes potências.
Assim, em 1957, França, Itália, República Federal da Alemanha e os países do Benelux (Bélgica, Holanda
e Luxemburgo) assinam o Tratado de Roma, formando o Mercado Comum Europeu (MCE) ou a Comunidade
Econômica Européia (CEE).Conhecida como Comunidade Econômica Européia (CEE), essa organização passa
formalmente a se chamar União Européia (UE) em 1993, quando o Tratado de Maastricht entra em vigor.
Fatores Internos e externos que favoreceram esse processo de unificação européia:
1.1. Fatores Internos: Os países da Europa ocidental buscam integração como forma de facilitar a
reconstrução econômica e impedir a expansão do modelo soviético que já dominava o Leste europeu.
1.2. Fatores Externos: No contexto da Guerra Fria, o governo americano favorecia essa integração -
integração européia-, inclusive com a ajuda econômica (Plano Marshall), como estratégia de contenção do
expansionismo soviético no continente europeu, criando também elo militar com os europeus (OTAN).
AS INICIATIVAS DO PROCESSO DE UNIFICAÇÃO.
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CRIAÇÃO DO BENELUX:
Criação do Benelux: Três pequenos países da Europa norte ocidental - Bélgica, Países Baixos (Holanda) e
Luxemburgo adotam, em 1944, portanto, pouco antes do final da guerra, medidas visando integração econômica
entre si após a II Guerra Mundial, criando esta entidade. A sigla foi formada com as letras iniciais dos nomes dos
países: BÉlgica, NEderland (Países Baixos, em holandês) e LUXemburgo. O objetivo era de fortalecer
economicamente esses países mediante a ampliação das trocas de mercadorias, principalmente de riquezas
minerais representadas pelo carvão e pelo ferro, as matérias básicas do modelo industrial pautado sobre a indústria
siderúrgica.
A formação do Benelux e a ajuda econômica dos EUA (Plano Marshall) favoreceram a industrialização de toda a
região. Essa formação é considerada o embrião do processo de integração econômica européia que culminou na
formação da União Européia.
O ACORDO ENTRE A FRANÇA E A ALEMANHA E A CRIAÇÃO DA CECA, EM 1951:
CECA: Comunidade Européia de Carvão e Aço
A França e a Alemanha ocidental fazem as pazes após a 2ª Guerra Mundial, assinam acordos de cooperação e
passam a ser o núcleo principal do processo de integração na Europa ocidental.
Os Benefícios da CECA, criada em 1951, para a Alemanha: A comunidade européia do carvão e do aço
representou a fusão do sistema siderúrgico de 6 países favorecendo, principalmente e França e a reconstrução da
indústria alemã.
O novo organismo foi aberto a todos os países europeus que nele quisessem ingressar. Além da França e da
Alemanha, aderiram os três países do BENELUX (Bélgica , Holanda e Luxemburgo), encaixados entre as duas
potências rivais, e a Itália.
Seis (6) anos depois, em 1957, esses mesmos países assinaram o Tratado de Roma, que criava a CEE -
Comunidade Econômica Européia, um mercado comum de pessoas, capitais, serviços e mercadorias, e a CEEA -
Comunidade Européia de Energia Atômica.
A Criação do Euratom se deu devido a nacionalização do Canal de Suez (Egito - 1956). Neste ano o presidente
egípcio Nasser nacionaliza o Canal de Suez que estava sobre controle Franco-Inglês, interrompendo o transporte
para a Europa e comprometendo o abastecimento energético europeu, daí a criação da Euratom como outra
alternativa energética.
O TRATADO DE ROMA (1957):
A importância do Tratado de Roma esta no que representou: a unidade mais importante visando uma
unificação da Europa ocidental após a 2ª Guerra Mundial: CRIA O MERCADO COMUM EUROPEU OU A
COMUNIDADE ECONÔMICA EUROPÉIA (CEE).
Criação do Mercado Comum Europeu (M.C.E - 1957): Já previa uma zona de livre comércio no futuro -
Europa dos 6: Benelux, França, Alemanha e Itália.
O período entre 1957 a 1970 (13 anos) foi marcado pela concretização dos dois principais objetivos do
Tratado de Roma (1957): uma Política Comercial Comum (PCC), que estabelecia uma tarifa aduaneira uniforme
entre a CEE e os demais parceiros, e a Política Agrícola Comum (PAC).
Nesse período, foram estabelecidas outras políticas comuns:
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Política dos transportes;
Política da concorrência, impedindo a distorção das regras do mercado;
Política regional, buscando evitar os desníveis entre as várias regiões européias;
Política de energia e telecomunicações.
A CRIAÇÃO DA EFTA (ASSOCIAÇÃO EUROPÉIA DE LIVRE COMÉRCIO) E A ADESÃO DE NOVOS
PAÍSES À CEE
DA EUROPA DAS 6 PARA DOS 12 E, POSTERIORMENTE, DOS 15.
No plano de fortalecimento da União dos países europeus e da própria paz no continente europeu, um fator ainda
era considerado desestabilizador: o isolamento do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, país de Gales e Irlanda do
Norte)
Fator Desestabilizador: A Grã-Bretanha após a 2ª Guerra Mundial não participa dos ideais de integração. Possui
projeto individual de potência e, posteriormente criou a AELC. O Reino Unido não havia se proposto a participar de
uma associação maior, em que fosse apenas mais um parceiro. Diante disso o país respondeu com a criação da
EFTA (European Free Trade Association), sigla em inglês da AELC - Associação Européia de Livre Comércio, em
1959, onde pretendia apenas a circulação de mercadorias. Os países integrantes eram o Reino Unido, Irlanda, os
países nórdicos (Noruega, Suécia, Finlândia, Islândia e Dinamarca), Áustria, Suíça e Portugal.
Oposição francesa ao ingresso inglês: Em 1961, o Reino Unido formulou sua proposta de integrar a CEE, o que
foi rechaçada pela França, em decorrência de suas históricas rivalidades.
O ingresso Inglês: Apenas em 1974, parte dos integrantes da AELC (Reino Unido, Irlanda e Dinamarca)
ingressou na CEE, o que representou uma importante ampliação dos países membros.
No decorrer dos anos foram integrando-se os seguintes países:
1981: Grécia.
1986: Portugal e Espanha. Nesse momento, diante da expressiva ampliação da CEE, com o surgimento da
"Europa dos Doze (12)", os países membros assinaram o Ato Único Europeu (AUE), que definitivamente
estabeleceu dois pontos gerais:
1º. Criou um mercado comum pela eliminação das fronteiras internas para a circulação de mercadorias, capitais,
serviços e pessoas;
2º. Criou novas políticas comunitárias nas áreas de Política e Desenvolvimento (P&D), Meio Ambiente e
Social.
1995: Adentraram na aliança a Áustria, Suécia e Finlândia.
Apesar do ingresso da IRLANDA, do REINO UNIDO e da DINAMARCA em 1974, vários acordos já haviam sido
realizados entre a Comunidade Econômica Européia (CEE) e a EFTA (European Free Trade Association , em
português Associação Européia de Livre Comércio), principalmente para a intensificação das trocas de produtos
industriais.
O processo de integração dos sois organismos (CEE e EFTA), porém, ampliou-se significativamente em 1992,
quando foi criado o Espaço Econômico Europeu (EEE)
O EEE, que começou a vigorar em 1994, previa gradualmente a eliminação das barreiras alfandegárias de todas as
mercadorias. Na prática, funcionava como um estágio intermediário para um possível ingresso de outros
países da EFTA na CEE.
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No ano seguinte, em 1995, ingressaram na Comunidade mais 3 membros da EFTA: A Noruega, porém, retorou sua
proposta de adesão depois de ela ter sido rejeitada em um referendo popular.
Nesse momento, no entanto, já ocorria um aprofundamento da integração européia.
O TRATADO DE MAASTRICHT (1991)
É o Tratado da União Européia, mais conhecido como o Tratado de Maastricht, nome da cidade holandesa onde
foi assinado.
A comprovação do aprofundamento da integração pode ser verificada pela própria mudança da sigla do bloco.
Passou de Comunidade Econômica Européia (CEE) para, simplesmente, Comunidade
Européia (CE)
De CEE para CE - Comunidade Européia -, em referência a uma maior integração econômica. E, em 1993, com a
entrada em vigor do tratado, a denominação foi substituída por UE - União Européia, com o objetivo de enfatizar
também a integração política.
Substitui o Tratado de Roma, determinou as diretrizes básicas do processo de unificação européia, e oficializa o
nome União Européia.
Principais formas de fortalecimento da Unificação.
O Tratado de Maastricht compreendeu, visando o aprofundamento do Mercado Comum Europeu, onde já
existia a eliminação das barreiras alfandegárias para a circulação de bens, serviços, capitais e pessoas, dois
acordos:
estabelecimento da União Monetária e Econômica, com a criação de uma moeda comum( o Euro)
para seus países membros até o final do século XX - Objetivo de criação de uma moeda única e de um Banco
Central Europeu;
A União Política, com a instituição da Cooperação de Domínio da Justiça e dos Assuntos Internos e da
Política Exterior e de Segurança Comum - Objetivo de criação de uma política externa comum e de um sistema
de defesa comum.
Observação:
Os países precisam abrir mão de suas soberanias em nome do avanço da integração e para a criação das
entidades comunitárias.
A Suíça não aderiu a União Européia, pois não abriu mão de sua política de sigilo bancário.
A eleição dos Partidos de Esquerda Moderada (ONDA ROSA) para governar 12 dos 15 países da União
Européia representa uma reação popular aos governos neoliberais.
ATUALMENTE, APENAS 16 DOS 27 PAÍSES MEMBROS DA EU INTRODUZIRAM A
MOEDA ÚNICA
11 PAÍSES NÃO PARTICIPAM DA MOEDA. QUAIS SÃO:
1. REINO UNIDO
2. DINAMARCA
3. SUÉCIA
4. BULGÁRIA
5. ESLOVÁQUIA
6. ESTÔNIA
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7. HUNGRIA
8. LETÔNIA
9. LITUÂNIA
10. POLÔNIA
11. REPÚBLICA TCHECA
12. ROMÊNIA
A IMPORTÂNCIA DO TRATADO DE MAASTRICHT E A DESAGREGAÇÃO DO BLOCO
SOCIALISTA
O Tratado de Maastricht representou o acordo do pós-guerra fria na Europa. A importância desse acordo está não
apenas na ampliação da integração em si, mas na necessidade de fortalecimento do lado ocidental, no contexto da
desagregação do bloco socialista europeu: reunificação alemã, fim dos regimes socialistas no Leste e desintegração
da União Soviética.
O TRATADO DE AMSTERDÃ (1997) E A UNIÃO MONETÁRIA
Em meados de 1997, a assinatura de um novo acordo - o TRATADO DE AMSTERDÃ - pelos países membros
da União Européia MODIFICOU O TRATADO DE MAASTRICHT.
Os principais pontos firmados na cidade holandesa foram:
Eliminação dos controles de fronteira entre os países, com estabelecimento de normas para a cooperação
da polícia, numa tentativa de conciliar liberdade e segurança. Ficaram de fora Reino Unido, Irlanda e
Dinamarca;
Fim do poder do veto de cada nação, a não ser de assuntos constitucionais ou de impostos;
Busca conjunta de soluções para problema de desemprego;
Ratificação do Pacto de Estabilidade Econômica, que preparou os países para a adoção de uma única
moeda a partir de 1º de janeiro de 1999. O pacto prevê que as regras comuns não sejam desrespeitadas, como
a manutenção dos déficits públicos inferiores a 3% do PIB.
Tratado de Lisboa (2009)
O Tratado de Lisboa entrou em vigor em 1 de Dezembro de 2009, pondo assim termo a vários
anos de negociações sobre questões institucionais.
O Tratado de Lisboa altera, sem os substituir, os tratados da União Europeia e da Comunidade
Europeia actualmente em vigor. O Tratado confere à União o quadro jurídico e os instrumentos
necessários para fazer face a desafios futuros e responder às expectativas dos cidadãos.
Os 27 países-membros da União Européia assinaram nesta quinta-feira, 13 de dezembro, o
Tratado de Lisboa, que substitui a Constituição da Europa, rejeitada em 2005 em plebiscitos na
França e na Holanda. Como as mudanças são poucas em relação ao texto rejeito, haverá
protesto dos eurocéticos.
O novo tratado entra em vigor em 1º de janeiro de 2008 e incorpora os tratados constitutivos da
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UE desde o Tratado de Roma, firmado em 1957 por seis países europeus: Alemanha
Ocidental, Bélgica, França, Holanda, Itália e Luxemburgo. É considerado importante para evitar
a paralisia administrativa da UE, que nos últimos 50 anos cresceu de seis para 27 países-
membros, com as adesões de Áustria, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia,
Espanha, Estônia, Finlândia, Grécia, Hungria, Irlanda, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia,
Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia e Suécia.
As principais mudanças do Tratado de Lisboa são:
- Desaparece a palavra Constituição.
- Não há referência aos símbolos da UE, mas eles continuam: a bandeira azul com 12 estrelas
amarelas; o Hino da Europa, a Ode à Alegria, último movimento da 9ª Sinfonia de Beethoven; o
lema: a " União na diversidade; e a menção de que "o euro é a moeda da União.
- Na terceira parte do tratado, que define as políticas e o funcionamento da UE, caem os textos
do projeto constitucional sobre mercado interno, concorrência, agricultura, união monetária,
cooperação policial e judiciária, sendo substituídos pelos dos tratados preexistentes.
- No artigo sobre concorrência, foi acrescentada, a pedido da França, a frase "a União contribui
para a proteção de seus cidadãos".
- Ampliam-se as decisões por maioria qualificada, especialmente em cooperação policial e
questões penais.
- Amplia-se a competência do Parlamento Europeu, que conquista o direito de legislar, ao lado
do Conselho de Ministros.
- Delimita-se a divisão de competências entre a União e os países-membros: união aduaneira,
comércio e política monetária são de competência da União; política social, mercado interno,
energia e pesquisa são responsabilidades compartilhadas com os países-membros.
_ O direito de inciativa cidadã vai permitir o encaminhamento de petições assinadas por pelo
menos um milhão de europeus à Comissão Européia, órgão executivo da UE.
- Faz referências ao à herança cultural, religiosa e humanista da Europa.
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TEXTOS COMPLEMENTARES:
TEXTO 1:
Os Obstáculos da Unificação:
Existem dificuldades nessa Unificação a serem enfrentadas, como as rivalidades nacionalistas que não foram
totalmente esquecidas, além de outros fatores como os enumerados a seguir
1.1. As Disparidades Econômicas entre os países da porção Norte-Ocidental e do Mediterrâneo.
O coração econômico da Europa localiza-se na porção noroeste ou norte ocidental do continente, e a periferia do
bloco corresponde a Europa Mediterrânea, que integram os países como Portugal, Espanha, Grécia e Sul da Itália.
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1.2. As diferenças das Leis Trabalhistas:
Além das diferenças nestas legislações existem também as diferenças salariais entre os países.
1.3. Questão dos Imigrantes:
Existe xenofobia no continente europeu, surgindo grupos racistas radicais de extrema direita que acusam imigrantes
de países pobres de serem os principais agentes geradores de desemprego.
1.4. O EURO e as Diferenças Econômicas:
(4) Quatro Países vão adotar a moeda única a partir de 99 ( Grã-Bretanha, Suécia e Finlândia) por opção. Enquanto
que a Grécia por não ter atingido os objetivos determinados para a adoção, ou seja redução da inflação, do déficit
público e do desemprego, não entrará.
1.5. Política Econômica da UE
Os europeus pretendem avançar com a unificação para fortalecer-se economicamente, para ocupar uma postura de
destaque e liderança na economia mundial diante dos EUA e do Japão, reconquistando a posição que o continente
ocupava no passado.
1.6. A Política de Mercado da UE X EUA e com o Japão
A APEC ( associação de Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) será a maior Zona Comercial do século XXI,
transferindo o eixo econômico e comercial mais importante do globo do Atlântico para o Pacífico, apresentando
como eixos principais o Japão e os EUA.
Conclusão:
A UE visa a criação de um mercado interno único, com uma moeda própria (o EURO entrou em vigor em
1999) e um sistema financeiro e bancário comum.
A UE também prevê a unificação das políticas externas e de defesa, das leis trabalhistas, de imigração e
de combate ao crime, além de garantir cidadania única para todos os habitantes dos países membros.
A UE procura conservar a diversidade cultural e lingüística dos seus povos e regiões: as línguas nacionais
dos Estados-membros são igualmente reconhecidas como línguas oficiais da União.
A UE pretendem avançar com os ideais de integração para formar uma confederação forte de países e
adquirir melhores condições de competitividade diante dos EUA e do Japão.
TEXTO 2:
OS PRINCIPAIS IMPACTOS DA INTEGRAÇÃO ECONÔMICA EUROPÉIA
Em todos os acordos de livre comércio, a eliminação das barreiras alfandegárias intensificou as trocas
entre os países membros, mas, em conseqüência, aumentou a concorrência entre as empresas, obrigando-as a se
tornarem muito mais competitivas através da melhoria da qualidade, da redução dos custos, etc.
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Como vimos, as desigualdades econômicas existentes entre os membros da União Européia ainda são
expressivas, Nesse aspecto, as empresas mais competitivas são as das economias mais fortes, como a alemã, a
francesa, a inglesa, a holandesa, ou mesmo a italiana.
Um dos objetivos da unificação monetária é justamente ampliar a capacidade de competição da Europa no
âmbito mundial, como anunciou o presidente francês Jacques Chirac: "O euro está baseado no poder econômico da
Europa que já superou os EUA. O euro propiciará que o continente enfrente a concorrência internacional".
Uma das conseqüências da busca por competitividade foi o grande número de fusões de empresas
européias do mesmo ramo e de segmentos afins, com destaque para as áreas farmacêutica, de seguros, bancária,
editorial, siderúrgicas, de alimentos e de bebidas.
Ao contrário, nos países menos desenvolvidos, como Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda, intensificaram-
se os investimentos externos, ou seja, a aplicação direta de capital nos setores secundários e terciários, ou mesmo
a aplicação indireta, como no mercado de ações.
Além do aumento da competitividade, das fusões de empresas e da intensificação dos investimentos nos
países menos desenvolvidos, a integração trouxe também mudanças em outros aspectos do espaço europeu.
Agropecuária
Desde os anos 60, a Política Agrícola Comum (PAC) determina:
A supressão dos entraves comerciais;
Preços comuns para os mesmos produtos aplicáveis em todos os países membros;
Preferência de compra dos produtos europeus; proteção de cerca de 70% dos produtos por meio da defesa contra a
queda de preços e garantia do escoamento da população;
Ajuda financeira aos produtores.
Mas, ao longo dos anos essa política gerou algumas conseqüências, como:
Aumento expressivos da produtividade, tronando a União Européia um dos principais exportadores mundiais de
alimentos.
Modernização acelerada da agricultura, o que implicou o aumento das desigualdades regionais e das
diferenças entre agricultores de uma mesma nação. Afinal, nem todos tiveram a mesma capacidade de
investimento em fertilizantes, tratores, etc.
Diminuição da população rural.
Degradação do meio ambiente.
No entanto, a partir do final dos anos 80 o elevado aumento da produtividade levou a excesso na produção,
que precisaram ser combatidos por meio de uma série de medidas, como redução de subsídios aos agricultores,
obrigações de defesa ambiental, antecipação da aposentadoria rural, etc.
Desenvolvimento tecnológico
Com o objetivo de ampliar a capacidade competitiva no mercado internacional, desde os anos 80 são definidas
prioridades de investimento na área tecnológica por período de 5 anos. Dentre essas, cabe destacar:
As tecnologias de informação;
As tecnologias das comunicações;
As tecnologias das indústrias e de pesquisa de novos materiais;
ambiente;
As biotecnologias;
As ciências e tecnologias marinhas;
A pesquisa agrícola e agroindustrial;
A energia;
A pesquisa biomédica e saúde.
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Meio ambiente
Uma política comunitária ambiental surgiu no final dos anos 60 e desde então são adotadas medidas de
proteção do meio ambiente e da qualidade de vida.
As principais ações da União Européia na área ambiental são:
Combate à poluição atmosférica, das águas e à poluição sonora;
Eliminação e tratamento dos resíduos;
Redução de riscos industriais na utilização e eliminação de materiais;
Proteção à biodiversidade.
Os direitos do cidadão
Desde os anos 70 a Comunidade Européia passou a desenvolver o conceito de Europa dos cidadãos, objetivo
político que se tornou concreto principalmente a partir da década de 80.Para concessão de amplas facilidades aos
habitantes dos Estados membros em sua livre circulação foi tomada uma série de medidas:
Reconhecimento do direito do cidadão da União, que é o de circular e permanecer livremente no território dos
Estados membros
Direito de voto e elegibilidade nas eleições municipais de um Estado membro onde resida e do qual não seja
originário.
Direito de trabalho na comunidade. Ou seja, o cidadão pode residir e trabalhar em qualquer país membro sem
limitação de tempo ou discriminação de categoria profissional, o que exclui apenas os cargos de administração
pública. Criou-se um verdadeiro mercado comum do emprego.
Essa última prerrogativa, de fundamental importância para a integração européia, tem sido nos últimos anos
dificultadas por um problema mais amplo que afeta todo o continente indistintamente: o desemprego.
Desemprego: uma ameaça
O desemprego nos 15 países da União Européia atinge, em média, aproximadamente 11% da população
economicamente ativa (18 milhões de pessoas), mais do que o dobro do índice dos
EUA (4,7%) e mais do que o triplo do Japão (3,7%). Entretanto, ele varia muito de um país para o outro.
Países líderes em desemprego são a Espanha (20%), seguido da Bélgica, Itália, França, Alemanha (com
aproximadamente 13%) e da Dinamarca, Áustria, Suécia, Países Baixos, Grã-Bretanha e Suíça, com em média de
5%.
O Tratado de Amsterdã reafirmou intenção dos países membros de combater esse problema, até mesmo
porque ele não pode se mostrar uma séria ameaça à estabilidade econômica do continente e, portanto, à integração
monetária.
Para aumentar o número de postos de trabalho, têm sido tomadas algumas iniciativas, por enquanto isoladas:
envelhecimento da força de trabalho, aliado à crescente introdução de novas tecnologias, cria grandes
empecilhos ao aproveitamento dos desempregados mais idosos. Nesse sentido, cada vez mais surgem
estratégias de atualização profissional, em caráter constante, incluindo aprendizado e treinamento.
A Itália e, principalmente, a França anunciaram um projeto nacional de redução da jornada de trabalho de 39 para
35 horas semanais, sem redução do salário-hora, para permitir novas contratações sem aumento de custos; se
aprovado, esse projeto seria implementado na
França a partir do ano 2000. Já o Reino Unido propõe apenas 32 horas por semana, com redução de 3% nos
salários. Além dos empresários, algumas centrais sindicais têm se colocando contra a idéia, pois consideram
que só o crescimento simultâneo do poder aquisitivo e da atividade econômica poderia reduzir os índices de
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desemprego. Em comparação com os EUA e Japão os países europeus já apresentam um número de horas
trabalhadas mais reduzidas, ou seja, possuem trabalhadores menos produtivos, do ponto de vista empresarial:
Para a OCDE, a causa principal dos atuais índices de desemprego na Europa seria a rigidez do mercado de
trabalho e da legislação trabalhista que dificulta as contratações. Uma solução de proposta seria o aumento do
trabalho de meio-período, acabando com as restrições a esse tipo de emprego. Atualmente, um em cada cada seis
grupos de trabalhadores europeus está sob esse regime. A proporção é um para quatro no Reino Unido (24% da
PEA) e de quase dois em cada cinco nos Países Baixos (38% da PEA). Não é, portanto, coincidência o fato de
esses países possuírem as menores taxas de desocupação do continente. Os países que menos se utilizam do
sistema são os menos desenvolvidos: Grécia (5%), Itália (7%), Espanha (8%0 e Portugal (9%).
Muitos analistas europeus são contrários ao meio-emprego. Eles afirmam que os Estados Unidos criaram mais
de 7 milhões de empregos nos últimos anos, mas "empregos-hambúrguer", ou seja, mal remunerados e que só
disseminam a pobreza.
TEXTO 3:
OS NOVOS INTEGRANTES DO LESTE EUROPEU E O EQUILÍBRIO GEOPOLÍTICO NA
EUROPA
Desde a abertura político e econômica da URSS a partir de meados da década de 80, a CEE e o
Comecon passaram a firmar vários acordos de cooperação econômica.
Com o avanço da democratização em vários países do leste a partir de 1991, o bloco europeu estreou
relações com as economias mais avançadas da Europa centro-oriental, particularmente a Polônia, a Hungria e a
República Tcheca.
Finalmente, logo após a assinatura do Tratado de Maastricht, em 1993, o Conselho Europeu declarou que
"... os países associados da Europa central e oriental que o desejem poderão tornar-se membros da União
Européia. A adesão dar-se-á quando o país associado estiver em posição de satisfazer as obrigações daí
decorrentes, preenchidos as condições econômicas e políticas requeridas". Ou seja, basicamente uma economia de
mercado viável e que apresente instituições democráticas estáveis.
Desde então, até 1997 vários países entraram com pedido formal de adesão ao bloco. No final desse
mesmo ano, a união Européia anunciou como países admissíveis a Estônia, a Polônia, a República Tcheca, a
Hungria e a Eslovênia. Anunciou também a possível presença da parte grega da ilha de Chipre.
Os reprovados foram os demais países bálticos - Lituânia e Letônia -, além da Bulgária, da Romênia e da
Eslováquia.
Os critério levados em conta foram antes de tudo econômicos, pois com a futura integração monetária o
bloco não sobreviveria com membros fracos. Consideram-se alguns pontos em conjunto: balanço econômicos em
geral, renda per capita, inflação em queda, elevados níveis de produtividade e baixos índices de desemprego.
Porém, não há como negar que a integração européia foi pensada como um clube de países com
economia industrial avançada. Além de a União Européia já contar com expressivos desníveis regionais, o ingresso
dos países do Leste tende a aprofundar as desigualdades existentes entre países ricos e pobres. É bom lembrar o
quanto os indicadores econômicos e sociais da Europa centro-oriental, quanto a própria renda per capita utilizada
como importante critério classificatório, são muito mais baixos que os da Europa ocidental, setentrional, ou mesmo
da região meridional.
Apesar disso, a Europa já está altamente comprometida com um cronograma detalhado para a sua futura
expansão que, segundo alguns, pode culminar em 30 Estados, ou mais, no ano de 2010.
OBSERVAÇÃO: Atualmente, são 25 membros da Uni]ao Européia: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca,
Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda (Países Baixos), Irlanda, Itália, Luxemburgo, Portugal, Reino Unido,
Suécia, Polônia, Letônia, Lituânia, República Tcheca, Hungria, Estônia, Eslovênia, Malta e Chipe),
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TEXTO 4:
Estados Unidos da América X União Européia
Desde a proposta inicial apresentada por Shuman para a formação de uma comunidade de países europeus, o
objetivo central foi o equilíbrio entre os Estados europeus e a manutenção da paz.
A partir de então a posição norte-americana em relação ao continente assumiu um caráter extremamente ambíguo:
O desejo do fortalecimento da Europa ocidental para sustentar a aliança econômica e militar contra o Leste europeu
comunista;
Receio de uma Europa rival na concorrência econômica continental e mundial
Com o simultâneo desmoronamento do bloco comunista e o fortalecimento da aliança continental e o fortalecimento
da aliança continental através da criação da União Européia, a disputa por áreas de influência econômica e política
acentuou-se.
Não foi por coincidência que, pouco tempo depois da criação da união Européia, os Estados Unidos firmaram
definitivamente a aliança econômica da América Norte. Em 1994, entrou em vigor o Nafta (North American Free
Trade Agreement), formado por Estados Unidos, Canadá e México.
Os EUA procuraram evitar a consolidação das trocas comerciais entre o megabloco europeu e a América latina, pois
essa intensificação significou uma diminuição da participação norte-americana no comércio intercontinental.
Além disso, o fortalecimento da América do Norte era fundamental até mesmo porque, depois do próprio continente
europeu, os principais parceiro da União Européia são os Estados Unidos e o Canadá, respectivamente. Logo a
seguir vem o Japão.
Atualmente, a adesão de mais países ao bloco, que já é o maior do planeta, pode representar o acirramento da
competitividade EUA X Europa. Aliás, desde os anos 80, os principais parceiros comerciais do Leste europeu
deixaram de ser aqueles pertencentes ao próprio bloco socialista para serem os membros da Comunidade
Européia.
Por outro lado, a firme posição norte-americana para que determinados países do leste ingressem na Otan é
expressão da inegável influência que os EUA ainda possuem na Europa.
Em 1997 três países forma convidados: Polônia, Hungria e República Tcheca. Porém, a França e outros países
europeus defendiam o ingresso de mais dois - Romênia e Eslovênia - na Aliança Atlântica. Os EUA vetaram, pois
consideram os dois países despreparados, do ponto de vista econômico, político e militar, para participar da
coalizão.
Por seu lado, para os ex-socialistas, caso não mude o caráter participativo dos países membros da OTAN, a Europa
continuará dividida em esferas de influência em que os países poderosos negociam o futuro dos mais fracos.
Enquanto houver divergências no continente com relação à política de segurança interna, será difícil que o
estabelecimento de uma política de segurança e defesa comum da União Européia saia do papel. E isso depende
das complexas relações que têm sido estabelecidas entre a OTAN, ainda sob a influência dos EUA, a União
Européia e a Rússia.
É inegável também que, apesar do grande estabelecimento econômico e mesmo político da Europa nas últimas
décadas, os EUA atingiram um grau de modernização tecnológica, principalmente no setor das tecnologias de
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informação, que não foi ainda obtido pelo continente europeu. Desse modo, em vez de os investidores
internacionais aplicarem capital no setor industrial europeu, fazem-no nos EUA. Na Europa, preferem aplicar no
mercado financeiro.
Esse fator, segundo alguns, explica porque as taxas de desocupação são maiores na Europa do que nos EUA.
Afinal, nesse país, mais empregos têm sido criados.
TEXTO 5:
Fraturas se multiplicam na Europa unida
Extraído e adaptado de artigo de Gilles Lapouge, publicado no jornal O Estado de São Paulo, em 16 de maio de
1996.
Muitos analistas têm salientado o quanto é "estranho" que, simultaneamente ao poderoso movimento de união do
Velho Continente, haja a multiplicação de fraturas dentro de cada membro dessa mesma Europa. Tudo acontece
como se, em proporção inversa à aproximação dos Estados-nações, se acelerasse o movimento que tende a fazer
em cacos esses mesmos Estados-Nações
O Reino Unido, para começar, tem de enfrentar a violência dos separatistas católicos irlandeses. E agora, uma
província da Grã-Bretanha, até aqui aparentemente bem-comportada, a Escócia começa também a levantar a voz.
Os escoceses exigem uma "devolução", o que significa a criação de um Parlamento nacional escocês.
Na Espanha, já é velha a história dos bascos, no norte, e dos catalães, no leste, reivindicando autonomia. E o
governo do país tem concedido consideráveis privilégios aos deputados catalães e aos bascos. Resultado: a
autonomia dessas duas províncias vai crescer mais ainda.
A Itália está dividida em duas: a pobre, no sul, e a rica, no norte, que anda cansada de puxar carroça de seus
compatriotas sulistas. Umberto Bossi, o líder direitista da Liga do Norte, vem exigindo uma "separação no estilo
thecoslovaco. "
Com que justificativa? Bossi e seus compatriotas do norte estão se lixando para a ideologia. "Os caras do sul são
pobres e preguiçosos, não há razão alguma para que a gente do norte fique subvencionando eternamente esses
lazzaroni (pobretões). "
A França também tem suas minorias. Algumas são folclóricas, como os bretões, que querem sua identidade "celta"
reconhecida. Mas há uma prova real de forças: a Córsega, no sul da França, reclama sua independência com
assassinatos.
Não nos esqueçamos da Bélgica, onde os flamengos - que falam o holandês - e os valões - que falam francês -
vivem em atrito. Se continuam a fazer parte do mesmo Estado é por puro milagre. E, quem diria, a própria Suíça, a
pacífica Suíça, modelo mundial de tolerância, começa a se despertar. Os suíços de origem alemã, são alérgicos à
mitologia da Europa unida: os francófonos, ao contrário, adoram a idéia da Europa unificada.
Último conflito: na Alemanha, a fricção entre lados ex-ocidental e ex-oriental renasce com violência. Num plebiscito
recente, os moradores de Berlim e de Brandemburgo, na Prússia, rejeitaram a proposta de fusão entre suas
províncias, o que deve ser interpretado como um sinal de desconfiança que os alemães do leste têm em relação aos
do oeste.
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O que é inquietante é que esses dois movimentos - o de aproximação das nações e o da fragmentação de cada
uma dessas nações - avançam, em sentidos contrários, é claro, mas com a mesma velocidade, a ponto de se poder
perguntar se, na realidade, eles não estão profundamente ligados e não são gerados um pelo outro.
MEMBROS DA UNIÃO EUROPÉIA
Membros Fundadores:
FRANÇA (GUIANA FRANCESA, na América do Sul; Arquipélagos da Martinica;
Guadalupe e Reunion);
ALEMANHA;
BENELUX (BÉLGICA, PAÍSES BAIXOS ou HOLANDA e LUXEMBURGO);
LIECHENTEING E
ITÁLIA.
Aceitos em 1973:
REINO UNIDO (INGLATERRA, ESCÓCIA E IRLANDA DO NORTE);
IRLANDA E
DINAMARCA.
Aceitos em 1981:
GRÉCIA.
Aceitos em 1986:
PORTUGAL (Arquipélago dos Açores) E ESPANHA (Ilhas Canárias).
Aceitos em 1995:
SUÉCIA; FINLÂNDIA E ÁUSTRIA.
Aceitos em 2004:
POLÔNIA;
LETÔNIA;
LITUÂNIA;
REPÚBLICA TCHECA;
ESLOVÁQUIA;
HUNGRIA;
ESTÔNIA;
ESLOVÊNIA;
MALTA
CHIPRE
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Aceitos em 2007:
BULGÁRIA
ROMÊNIA
Países fora da União Européia:
ISLÂNDIA;
NORUEGA;
SUÍÇA
CROÁCIA,
BÓSNIA-HERZEGOVÍNA
IUGOSLÁVIA E
MACEDÔNIA
ALBÂNIA
Países candidatos
Croácia
Antiga República Jugoslava da Macedónia
Turquia
Islândia
Candidatos potenciais
Albânia
Bósnia e Herzegovina
Kosovo, sob a égide das Nações Unidas, de acordo com a Resolução
1244 do Conselho de Segurança
Montenegro
Sérvia
Fontes Bibliográficas:
ADAS, Melhem, ADAS, S. Geografia. São Paulo: Moderna, 1992, v. 1,2,3 e 4.;
MOREIRA, Igor. Construindo o espaço do Homem, O Espaço Brasileiro, O Espaço Americano
e o Espaço Mundial. Volumes 1, 2, 3 e 4. São Paulo: Ática, 1998;
MAGNOLI, Demétrio. Projeto de Ensino de Geografia: Natureza, Tecnologias, Sociedade. São
Paulo: Moderna, 2001;
MAGNOLI, Demétrio. Geografia: paisagem e território – Geografia Geral e do Brasil. São Paulo
3ª ed. São Paulo: Moderna, 2001 ;
VESENTINI, J. W. Sociedade e Espaço: Geografia Geral e do Brasil. 31ª ed. São Paulo: Ática,
2000.
Prof. Túlio de Souza (proftulio@ig.com.br)
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