Este documento discute vários tipos de violência, incluindo violência na escola e o papel da escola no combate à violência. A violência na escola pode ocorrer na forma de bullying entre alunos. A escola deve informar as crianças sobre violência e orientá-las a denunciar casos, e também deve construir um ambiente pacífico e aplicar métodos disciplinares de forma educativa.
2. VIOLÊNCIA
Violência: Estado daquilo que é violento.
Este fenômeno (violência) é uma aptidão inata de sobrevivência; uma
tendência natural impulsionada pela conservação da vida, ou seja, um
instinto natural.
A violência, sem resquícios de dúvidas, está associada a diversos
contextos da interação do indivíduo com o ambiente, influenciando o
funcionamento humano e os resultados comportamentais do
desenvolvimento.
Em definição ampla, violência é qualquer ação física ou não física que é
repudiada pelo meio social e que é também prevista em lei. Vale salientar a
relevância de não confundir violência com agressão. Agressividade é
qualquer ato também repudiado pelos costumes sociais, porém não
previsto em diploma legal. Enquanto violência é um crime, agressividade
não passa mera “falta de educação”, e, ausência de catequização
comportamental não é crime.
3. VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE
A violência, além de ser um constrangimento físico ou moral, a violência é
um ato vergonhoso que acontece diariamente, em todos os lugares do
Brasil e no mundo. Ninguém sai mais à rua seguro de que vai voltar ao seu
lar, muitas pessoas morrem e deixam famílias em sofrimento, por causa de
um assalto, uma bala perdida ou outra causa de violência.
Ao andar pelas ruas, ninguém mais confia em ninguém, todos ao se
aproximar de qualquer pessoa já ficam preocupadíssimos, sempre achando
que irão ser assaltados ou coisa pior.
Cada dia que passa a violência aumenta rapidamente, em vez de todos
serem unidos, parece que separam-se. Não sabemos o que será o dia de
amanhã, há tanto medo dentro de nós que não pensamos em outra coisa
senão a violência. Não podemos esquecer de ressaltar a violência nas
torcidas de esportes. Coisa que deveria ser diversão acaba em violência e
morte.
4. VIOLÊNCIA E AGRESSÃO
Violência é a conduta que causa dano a outra pessoa, ser vivo ou objeto.
Recusa a autonomia, prejudica a integridade física ou psicológica
chegando a atentar contra a vida de outrem. É o uso excessivo de força,
além do necessário ou esperado.
A noção de violência afasta-se da de força, palavra que no quotidiano
costuma estar presente quando se pensa em violência. Enquanto força
designa, em termos filosóficos, a energia ou "firmeza" de algo, a violência
caracteriza-se pela ação devassa, impaciente e baseada na fúria, que não
tenta dialogar ou fazer prevalecer a sua opinião, apenas o demonstra a
partir da violência.
Considera-se violência explícita quando as normas ou regras morais
sociais são desrespeitadas. Mas, uma vez que nem todas as sociedades
partilham as mesmas normas, também o conceito de violência varia.
5. Agressividade é a tendência humana de ter vontade de cometer uma ação
de violência contra outro humano. Pode ser também o conjunto de
tendências que se concretizam em condutas que pretendem causar danos
a outras pessoas, destruí-las, coagi-las ou até mesmo humilhá-las.
Muitas vezes a agressividade é, por motivos religiosos ou culturais,
comparada a violência ou destrutibilidade quando, na realidade, os dois
últimos são comportamentos patológicos da conduta humana que podem
pôr em causa a sobrevivência da espécie enquanto a agressividade é um
fenômeno comum no dia-a-dia.
A pessoa agressiva é alguém que reage a tudo como se fosse uma
disputa, uma prova às suas capacidades mentais. A competição passa a
fazer parte da sua vida e desde cedo esforça-se para nunca falhar, nunca
ser excluído. Para uma pessoa agressiva por natureza, a crítica é
avassaladora.
É importante salientar que a sociedade amplia o conceito de
agressividade, chegando ao absurdo de considerar a sinceridade e a
autenticidade como resultados de agressividade.
6. TIPOS DE VIOLÊNCIA
Tortura
Atos intencionalmente praticados para causar lesões físicas, ou mentais, ou de
ambas as naturezas com finalidade de obter determinada vantagem, informação,
aplicar castigo, entre outros.
Violência Psicológica
Relação de poder com abuso da autoridade ou da ascendência sobre o outro, de
forma inadequada e com excesso ou descaso. Coerção.
Discriminação
Distinção, segregação, prejuízo ou tratamento diferenciado de alguém por causa de
características pessoais, raça/etnia, gênero, religião, idade, origem social, entre
outras.
Violência Sexual
Situações de abuso ou de exploração sexual de crianças e adolescentes. Implica a
utilização de crianças e adolescentes para fins sexuais, mediada ou não por força
ou vantagem financeira.
Bullying
se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais
e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais
indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra
pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas
dentro de uma relação desigual de forças ou poder.
7. Violência Física
Ato de agressão física que se traduz em marcas visíveis ou não.
Negligência e Abandono
Abandono, descuido, desamparo, desresponsabilização e
descompromisso do cuidado. Ato que não está necessariamente
relacionado às dificuldades socioeconômicas dos responsáveis pela
criança ou pelo adolescente.
Trabalho Infantil
É todo o trabalho realizado por pessoas que tenham menos da idade
mínima permitida para trabalhar. No Brasil, o trabalho não é permitido
sob qualquer condição para crianças e adolescentes até 14 anos.
Adolescentes entre 14 e 16 podem trabalhar, mas na condição de
aprendizes. Dos 16 aos 18 anos, as atividades laborais são permitidas,
desde que não aconteçam das 22h às 5h e não sejam insalubres ou
perigosas.
Tráfico de crianças e adolescentes
Recrutamento, transporte, transferência, alojamento ou acolhimento de
uma criança ou um adolescente para fins de exploração.
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9. BULLYING NA ESCOLA
Até pouco tempo, o que hoje reconhecemos como Bullying, era visto como
fatos isolados, “briguinhas de criança”, e normalmente família e escola não
tomavam atitude nenhuma a respeito.
Atualmente o Bullying é reconhecido como problema crônico nas escolas,
e com conseqüências sérias, tanto para vítimas, quanto para agressores.
As formas de agressão entre alunos são as mais diversas, como
empurrões, pontapés, insultos, espalhar histórias humilhantes, mentiras
para implicar a vítima a situações vexatórias, inventar apelidos que ferem a
dignidade, captar e difundir imagens (inclusive pela internet), ameaças
(enviar mensagens, por exemplo), e a exclusão.
Entre os meninos, os ataques mais comuns são as físicas. Ainda que não
efetivada a agressão, os agressores costumam ameaçar, meter medo em
suas vítimas.
Já as meninas agressoras costumam espalhar rumores mentirosos, ou
ameaçarem e espalharem segredos para causar mal estar.
10. As ameaças podem vir acompanhadas de extorsão, chantagem para
obter dinheiro, sobretudo com alunos de 5ª e 6ª série.
Tanto vítimas, quanto agressores podem sofrer consequências
psicológicas desta situação de abuso, porém o que normalmente
acontece, é que todas as atenções dos responsáveis (pais e professores)
se voltem para o agressor, visto como um marginal em potencial, e a
vítima é esquecida.
O Bullying atrapalha inclusive a aprendizagem, sendo que normalmente
os agressores são as crianças com maior porcentagem de reprovação.
Os casos de agressão, que acontecem por um período maior devem ser
encaminhadas para atendimento psicológico.
12. VIOLÊNCIA E MÍDIA
Que influência tem exercido a mídia no comportamento de crianças e
jovens de todo o mundo? Quais as consequências físicas, emocionais e
mentais do consumo televisivo e similares, nessas faixas etárias em
desenvolvimento?
Os diferentes meios de comunicação colocam diante de nossos olhos,
mentes e corações:
Numerosas cenas onde a violência que terminamos por naturalizar e
banalizar sua realidade;
A violência que perpassa as diferentes relações sociais e aparece de
forma explícita nos meios de comunicação de massa, principalmente na
mídia televisiva;
Programas que enfatizam e reproduzem, com veemência, atos de
violência e até de barbárie;
Apresenta programas com “brincadeiras” desrespeitosas em que os
indivíduos são usados como objeto sarcástico;
Programas infantis que não fogem a essa conotação violenta.
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14. O PAPEL DA ESCOLA NO COMBATE A VIOLÊNCIA
Um dos grandes problemas em atuar para combater a violência é a falta de informação já
que muitas vezes, a sensação de vergonha ou o incômodo mantém os casos de agressão
em segredo. Por isso, a escola deve ter como compromisso informar e orientar as
crianças sobre o que é a violência, e como atuar e denunciar em caso que ela ocorra.
De acordo com a publicação da UNESCO, “a escola deve preparar um plano de ação
em conjunto com a sociedade para prevenir a violência.” Igualmente a escola deve
reduzir os fatores de risco em elementos de infraestrutura ou transmitindo atitudes para
resolver conflitos de maneira não violenta.
Uma maneira eficaz é informar os alunos a denunciar: onde, como, quem e quando.
Conhecer as maneiras de denúncia ajuda a combater com agilidade alguma situação
violenta.
Os professores devem construir um ambiente pacífico .No guia, a UNESCO
recomenda aos professores a aplicação de regras em sala de aula que sejam positivas,
instrutivas e breves. As medidas disciplinarias devem ser aplicadas de maneira educativa,
e não punitiva.
Como métodos disciplinares, a UNESCO recomenda alguns:
Reservar tempo depois das classes ou durante o recreio para examinar a má conduta
Pedir ao estudante que se desculpe
Mudar o lugar das cadeiras
Comunicar com os pais
Analisar a gravidade da situação e direcionar ao diretor da escola, dependendo da
circunstância
15. Faz-se necessário um projeto tendo como procedimentos básicos:
Ouvir todos os segmentos envolvidos, em especial os alunos.
Explicitar as contradições existentes.
Trabalhar as contradições internas.
Trabalhar as relações humanas.
Organizar comissões para aprofundar as discussões sobre violência e
sobre a segurança possível.
Fazer funcionar efetivamente as estruturas democráticas das escolas.