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Profa. Ana Carolina Schmidt de Oliveira | Psicóloga CRP 06/99198
Especialista em Dependência Química (UNIFESP) | Doutoranda (UNIFESP)
anacarolina@vidamental.com.br | vidamental.psc.br
Lei Maria da Penha
• Lei n° 11.340 de 7 de agosto de 2006
• Violência doméstica (VD): qualquer tipo de violência contra a mulher
que leve ao sofrimento físico (inclusive lesões ou morte), sexual ou
mental, dano moral ou patrimonial
• Aplicada ao contexto doméstico e familiar, compreendendo as
pessoas que convivem no mesmo espaço, que se considerem ou não
parentes
• Também é aplicada em casos de relação íntima de afeto (Violência
por Parceiro Intimo – VPI), em que o agente da violência convive ou
convivia com a mulher agredida ainda que não morassem no mesmo
lugar
Cenário Atual
• Relatório da Central de Atendimento à Mulher de 2016:
• mais de um milhão de mulheres de todo o Brasil ligaram para o número 180
(51% a mais que em 2015)
• 12,38% reportaram algum tipo de violência
• 50,70% violência física; 31,80%, violência psicológica; 6,01%, violência moral; 1,86%,
violência patrimonial; 5,05%, violência sexual; 4,35%, cárcere privado; e 0,23%, tráfico de
pessoas
• aumento de 93,87% nos relatos relacionados à VD
• 65,91% dos casos, o agressor eram homens com quem as mulheres têm ou
tiveram algum vínculo afetivo
Cenário Atual
• Características
• mulheres pretas e pardas (60,53%)
• em relacionamentos heterossexuais (67,63%), com duração de mais de 10
anos (41%), com violência diária (39,34%)
• com filhos (78,72%) que presenciaram ou sofreram violência (82,86%)
• Apesar de todos os esforços, ações ainda não são suficientes para extinguir
este tipo de violência, ou para prestar cuidados à todas as mulheres que
realizam as denúncias
• Importante o papel do profissional da saúde que muitas vezes será o primeiro
a saber da VD
VD/VPI e DQ
• Existem evidências indicando prevalência significativamente maior de
todos os tipos e gravidades VD/VPI contra mulheres usuárias ou
dependentes de álcool ou drogas, sendo o início do consumo anterior
ou posterior ao início da violência
• Zalesky et al. (2010)
• Casais brasileiros que já experenciaram alguma situação de VPI, 40% dos
homens e 10% das mulheres que cometeram a violência haviam bebido
durante a situação
• Entre as vítimas, metade das mulheres e um terço dos homens reportaram
que o parceiro havia bebido durante o ato
VD/VPI e DQ
• Álcool: Devries et al (2014) - revisão sistemática de estudos de corte
transversal e longitudinais
• Verificaram associação entre uso de álcool e subsequente violência, sendo as
chances para a ocorrência da violência aumentada
• Verificaram violência gerando aumento das chances de uso posterior de
álcool
• Drogas: Moore et al. (2008) - metanálise
• o aumento do uso de drogas e dos problemas decorrentes deste consumo
aumentam o risco de VPI
• Cocaína a substância ilícita mais relacionada à violências físicas, psicológicas e
sexuais, e a maconha também associada à VPI
VD/VPI e DQ
• Gilbert et al. (2013) – fatores de risco ao uso de drogas e violência
entre parceiros em 241 mulheres que buscaram serviços de
emergência em Nova Iorque
• Fatores de risco associados: abuso sexual infantil, histórico de prisão, estresse
psicológico, uso compulsivo de álcool, parceria usuária de drogas, e menor
poder de decisão na relação
• Estas mulheres em geral precisam de intervenções mais intensivas para o
cuidado de seus fatores de risco acumulados
VD/VPI e TM
• O uso de drogas seria uma forma de lidar com a dor da vivência da violência
ou ainda uma consequência dos transtornos mentais (TM) relacionados à
estas violências
• Mulheres que viveram (mesmo na infância) ou vivem VD/VPI são mais
vulneráveis para o desenvolvimento de TM, principalmente ansiedade,
depressão, uso de substâncias, sendo o mais comum o Transtorno de Estresse
Pós-Traumático (TEPT)
• VD/VPI promove alterações psicológicas, biológicas, neurológicas,
comportamentais e fisiológicas que estão relacionadas ao TEPT
• Becker, Stuewig e McCloskey (2010): VD na infância e VD/VPI na vida adulta
estão associadas aos sintomas de TEPT
• Machisa, Christofides e Jewkes (2017): a depressão, o TEPT, o beber
compulsivo mediam a relação entre violência na infância e VD/VPI atual
VD/VPI e TM
• Comorbidade DQ+TEPT
• doenças clínicas crônicas
• funcionamento social pobre
• aumento das chances de suicídio
• mais problemas legais
• aumento do risco de violência
• piora da adesão e da evolução no tratamento
• É maior a apresentação de sintomas de TM quanto mais grave a VD/VPI
• Ter em mente que mulheres que buscam ajuda por apresentarem
transtornos mentais podem estar vivendo ou terem vivido situações de
VD/VPI
Abordagem
• Profissionais da saúde devem estar preparados para realizar:
• o rastreio destes eventos
• avaliação das consequências para saúde física e mental da mulher
• aplicar intervenção breve
• trabalhar de forma coordenada com outros serviços de saúde e assistência
• conhecer as melhores abordagens de tratamento nestes casos
Avaliação
• Considerar tipo de substância, gravidade da dependência, ambiente e
contexto de uso
• Rastrear VD ou VPI, lembrando que esta investigação se realizada sem
julgamentos, com empatia e ética terá boa aceitação pela mulher
(nunca perguntar na frente da parceria)
• Rastrear TEPT e outras comorbidades psiquiátricas
• Rastrear HIV, infecções sexualmente transmissíveis e outras
comorbidades clínicas
Avaliação
• Sua parceria te machuca ou ameaça?
• Você tem medo da sua parceria ou ex?
• Sua parceria tenta te controlar?
• Sua parceria já tentou machucar seus filhos?
• Sua parceria já tentou te obrigar a fazer sexo?
• Alguém dificulta seu acesso à este tratamento?
• Você acha que a violência que você sofre tem a ver com o porquê
você está aqui hoje?
Avaliação
• Sintomas comuns:
• sentimentos de isolamento, culpa, vergonha, baixa autoestima
• negação do problema
• relutância em aceitar ajuda pelo medo de consequências como perder a
guarda de um filho
• medo da rejeição da comunidade ou família
• ignorar o problema esperando que desapareça
• dificuldade na tomada de decisão que pode parecer ilógico
• parceria sabota seu tratamento para uso de substâncias ou encoraja consumo
• parceria proíbe rompimento da relação
• tentativas de mudar a forma de consumo ou mudar a relação antes de deixá-
las
Plano de Segurança
• Sempre que VD ou VPI for identificada deve-se encaminhar a mulher
a serviços de referência para que de fato ocorra melhora na qualidade
de vida e segurança da mulher
• Nunca sugerir que a paciente volte para o local de violência, e sempre
checar se chegou bem e segura no local de segurança planejado
• Para o plano de segurança é importante:
• lembrar que a responsabilidade da violência sempre é do agressor
• compreender o que a mulher precisa para ficar segura e seus filhos também
• verificar quem é o suporte social e fazer contatos
• verificar as opções que ela tem para sair da situação
Intervenção Breve
• Três ou menos horas de contato com a paciente
• Planejamento da segurança, esclarecer aspectos legais, motivação,
estabelecimento de metas para eliminar a VD/VPI e aumentar a segurança
• Encaminhamento para serviços de referência para mulheres que sofreram
VD/VPI e aumento do suporte social
• Referencial teórico da terapia da entrevista motivacional (feedback,
responsabilização, aconselhamento, menu de opções, empatia, auto
eficácia)
• Intervenção precoce com manejo do estresse psicológico e
desenvolvimento de estratégias de coping para estas situações
Tratamento
• Reestruturação cognitiva
• Intervenção voltada ao trauma
• Abordar as dificuldades encontradas para a autoproteção
• Abordar alternativas para auto sustento
• Se ambos parceiros são usuários e a violência é mútua e no contexto
do uso é importante aplicar intervenções para casais, psicoeducação,
e desenvolver habilidades de comunicação, negociação, e de
resolução de problemas
Psicologia do Trânsito
Saúde Mental
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Referências
• Brasil. Lei 11340 de 07 de agosto de 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm
• Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. Ministério dos Direitos Humanos. Ligue 180: Central de Atendimento à mulher - Balanço anual -
2016. Disponível em: http://piaui.folha.uol.com.br/lupa/wp-content/uploads/sites/24/2017/03/balan%C3%A7o-Anual-180_2016-1.pdf
• Weaver TL, Gilbert L, El-Bassel N, Resnick HS, Noursi S. Identifying and intervening with substance-using women exposed to intimate partner
violence: phenomenology, comorbidities, and integrated approaches within primary care and other agency settings. J Womens Health (Larchmt).
2015 Jan;24(1):51-6.
• Zaleski M, Pinsky I, Laranjeira R, Ramisetty-Mikler S, Caetano R. Intimate partner violence and contribution of drinking and sociodemographics: the
Brazilian National Alcohol Survey. J Interpers Violence. 2010 Apr;25(4):648-65.
• Devries KM, Child JC, Bacchus LJ, Mak J, Falder G, Graham K, Watts C, Heise L. Intimate partner violence victimization and alcohol consumption in
women: a systematic review and meta-analysis. Addiction. 2014 Mar;109(3):379-91.
• Moore TM, Stuart GL, Meehan JC, Rhatigan DL, Hellmuth JC, Keen SM. Drug abuse and aggression between intimate partners: a meta-analytic
review. Clin Psychol Rev. 2008 Feb;28(2):247-74.
• Gilbert, L., El-Bassel, N., Chang, M., Shaw, S. A., Wu, E. and Roy, L. Risk and protective factors for drug use and partner violence among women in
emergency care. J. Community Psychol. 2013; 41: 565–581.
• Ferrari G, Agnew-Davies R, Bailey J, Howard L, Howarth E, Peters TJ, Sardinha L, Feder GS. Domestic violence and mental health: a cross-sectional
survey of women seeking help from domestic violence support services. Glob Health Action. 2016 Feb 8;9:29890.
Referências
• Dutton MA, Green BL, Kaltman SI, Roesch DM, Zeffiro TA, Krause ED. Intimate partner violence, PTSD, and adverse health outcomes. J Interpers Violence. 2006 Jul;21(7):955-68.
• Becker KD, Stuewig J, McCloskey LA. Traumatic stress symptoms of women exposed to different forms of childhood victimization and intimate partner violence. J Interpers Violence. 2010 Sep;25(9):1699-
715.
• Machisa MT, Christofides N, Jewkes R. Mental ill health in structural pathways to women's experiences of intimate partner violence. PLoS One. 2017 Apr 6;12(4):e0175240.
• Howard LM, Oram S, Galley H, Trevillion K, Feder G. Domestic violence and perinatal mental disorders: a systematic review and meta-analysis. PLoS Med. 2013;10(5):e1001452.
• McCauley, J. L., Killeen, T., Gros, D. F., Brady, K. T., & Back, S. E. Posttraumatic Stress Disorder and Co-Occurring Substance Use Disorders: Advances in Assessment and Treatment. Clinical Psychology : A
Publication of the Division of Clinical Psychology of the American Psychological Association, 2012; 19(3), 10.1111/cpsp.12006.
• Iverson KM, Litwack SD, Pineles SL, Suvak MK, Vaughn RA, Resick PA. Predictors of intimate partner violence revictimization: the relative impact of distinct PTSD symptoms, dissociation, and coping
strategies. J Trauma Stress. 2013 Feb;26(1):102-10.
• Lanarkshire Alcohol and Drug Partnership. Guidance for domestic abuse and alcohol and drugs services in Lanarkshire. 2011. Disponível
em:http://www.lanarkshireadp.org/ResourcesLinks/Professional/DomesticAbuse/Documents/DomesticAbuseResource.pdf
• Gebara CF, Ferri CP, Lourenço LM, Vieira Mde T, Bhona FM, Noto AR. Patterns of domestic violence and alcohol consumption among women and the effectiveness of a brief intervention in a household
setting: a protocol study. BMC Womens Health. 2015 Sep 24;15:78.
• Peters EN, Khondkaryan E, Sullivan TP. Associations between expectancies of alcohol and drug use, severity of partner violence, and posttraumatic stress among women. J Interpers Violence. 2012
Jul;27(11):2108-27.
• Rivas C, Ramsay J, Sadowski L, Davidson LL, Dunne D, Eldridge S, Hegarty K, Taft A, Feder G. Advocacy interventions to reduce or eliminate violence and promote the physical and psychosocial well-being of
women who experience intimate partner abuse. Cochrane Database of Systematic Reviews 2015, Issue 12. Art. No.: CD005043.

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Violência Doméstica e Dependência Química na Mulher

  • 1. Profa. Ana Carolina Schmidt de Oliveira | Psicóloga CRP 06/99198 Especialista em Dependência Química (UNIFESP) | Doutoranda (UNIFESP) anacarolina@vidamental.com.br | vidamental.psc.br
  • 2.
  • 3. Lei Maria da Penha • Lei n° 11.340 de 7 de agosto de 2006 • Violência doméstica (VD): qualquer tipo de violência contra a mulher que leve ao sofrimento físico (inclusive lesões ou morte), sexual ou mental, dano moral ou patrimonial • Aplicada ao contexto doméstico e familiar, compreendendo as pessoas que convivem no mesmo espaço, que se considerem ou não parentes • Também é aplicada em casos de relação íntima de afeto (Violência por Parceiro Intimo – VPI), em que o agente da violência convive ou convivia com a mulher agredida ainda que não morassem no mesmo lugar
  • 4. Cenário Atual • Relatório da Central de Atendimento à Mulher de 2016: • mais de um milhão de mulheres de todo o Brasil ligaram para o número 180 (51% a mais que em 2015) • 12,38% reportaram algum tipo de violência • 50,70% violência física; 31,80%, violência psicológica; 6,01%, violência moral; 1,86%, violência patrimonial; 5,05%, violência sexual; 4,35%, cárcere privado; e 0,23%, tráfico de pessoas • aumento de 93,87% nos relatos relacionados à VD • 65,91% dos casos, o agressor eram homens com quem as mulheres têm ou tiveram algum vínculo afetivo
  • 5. Cenário Atual • Características • mulheres pretas e pardas (60,53%) • em relacionamentos heterossexuais (67,63%), com duração de mais de 10 anos (41%), com violência diária (39,34%) • com filhos (78,72%) que presenciaram ou sofreram violência (82,86%) • Apesar de todos os esforços, ações ainda não são suficientes para extinguir este tipo de violência, ou para prestar cuidados à todas as mulheres que realizam as denúncias • Importante o papel do profissional da saúde que muitas vezes será o primeiro a saber da VD
  • 6. VD/VPI e DQ • Existem evidências indicando prevalência significativamente maior de todos os tipos e gravidades VD/VPI contra mulheres usuárias ou dependentes de álcool ou drogas, sendo o início do consumo anterior ou posterior ao início da violência • Zalesky et al. (2010) • Casais brasileiros que já experenciaram alguma situação de VPI, 40% dos homens e 10% das mulheres que cometeram a violência haviam bebido durante a situação • Entre as vítimas, metade das mulheres e um terço dos homens reportaram que o parceiro havia bebido durante o ato
  • 7. VD/VPI e DQ • Álcool: Devries et al (2014) - revisão sistemática de estudos de corte transversal e longitudinais • Verificaram associação entre uso de álcool e subsequente violência, sendo as chances para a ocorrência da violência aumentada • Verificaram violência gerando aumento das chances de uso posterior de álcool • Drogas: Moore et al. (2008) - metanálise • o aumento do uso de drogas e dos problemas decorrentes deste consumo aumentam o risco de VPI • Cocaína a substância ilícita mais relacionada à violências físicas, psicológicas e sexuais, e a maconha também associada à VPI
  • 8. VD/VPI e DQ • Gilbert et al. (2013) – fatores de risco ao uso de drogas e violência entre parceiros em 241 mulheres que buscaram serviços de emergência em Nova Iorque • Fatores de risco associados: abuso sexual infantil, histórico de prisão, estresse psicológico, uso compulsivo de álcool, parceria usuária de drogas, e menor poder de decisão na relação • Estas mulheres em geral precisam de intervenções mais intensivas para o cuidado de seus fatores de risco acumulados
  • 9. VD/VPI e TM • O uso de drogas seria uma forma de lidar com a dor da vivência da violência ou ainda uma consequência dos transtornos mentais (TM) relacionados à estas violências • Mulheres que viveram (mesmo na infância) ou vivem VD/VPI são mais vulneráveis para o desenvolvimento de TM, principalmente ansiedade, depressão, uso de substâncias, sendo o mais comum o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) • VD/VPI promove alterações psicológicas, biológicas, neurológicas, comportamentais e fisiológicas que estão relacionadas ao TEPT • Becker, Stuewig e McCloskey (2010): VD na infância e VD/VPI na vida adulta estão associadas aos sintomas de TEPT • Machisa, Christofides e Jewkes (2017): a depressão, o TEPT, o beber compulsivo mediam a relação entre violência na infância e VD/VPI atual
  • 10. VD/VPI e TM • Comorbidade DQ+TEPT • doenças clínicas crônicas • funcionamento social pobre • aumento das chances de suicídio • mais problemas legais • aumento do risco de violência • piora da adesão e da evolução no tratamento • É maior a apresentação de sintomas de TM quanto mais grave a VD/VPI • Ter em mente que mulheres que buscam ajuda por apresentarem transtornos mentais podem estar vivendo ou terem vivido situações de VD/VPI
  • 11. Abordagem • Profissionais da saúde devem estar preparados para realizar: • o rastreio destes eventos • avaliação das consequências para saúde física e mental da mulher • aplicar intervenção breve • trabalhar de forma coordenada com outros serviços de saúde e assistência • conhecer as melhores abordagens de tratamento nestes casos
  • 12. Avaliação • Considerar tipo de substância, gravidade da dependência, ambiente e contexto de uso • Rastrear VD ou VPI, lembrando que esta investigação se realizada sem julgamentos, com empatia e ética terá boa aceitação pela mulher (nunca perguntar na frente da parceria) • Rastrear TEPT e outras comorbidades psiquiátricas • Rastrear HIV, infecções sexualmente transmissíveis e outras comorbidades clínicas
  • 13. Avaliação • Sua parceria te machuca ou ameaça? • Você tem medo da sua parceria ou ex? • Sua parceria tenta te controlar? • Sua parceria já tentou machucar seus filhos? • Sua parceria já tentou te obrigar a fazer sexo? • Alguém dificulta seu acesso à este tratamento? • Você acha que a violência que você sofre tem a ver com o porquê você está aqui hoje?
  • 14. Avaliação • Sintomas comuns: • sentimentos de isolamento, culpa, vergonha, baixa autoestima • negação do problema • relutância em aceitar ajuda pelo medo de consequências como perder a guarda de um filho • medo da rejeição da comunidade ou família • ignorar o problema esperando que desapareça • dificuldade na tomada de decisão que pode parecer ilógico • parceria sabota seu tratamento para uso de substâncias ou encoraja consumo • parceria proíbe rompimento da relação • tentativas de mudar a forma de consumo ou mudar a relação antes de deixá- las
  • 15. Plano de Segurança • Sempre que VD ou VPI for identificada deve-se encaminhar a mulher a serviços de referência para que de fato ocorra melhora na qualidade de vida e segurança da mulher • Nunca sugerir que a paciente volte para o local de violência, e sempre checar se chegou bem e segura no local de segurança planejado • Para o plano de segurança é importante: • lembrar que a responsabilidade da violência sempre é do agressor • compreender o que a mulher precisa para ficar segura e seus filhos também • verificar quem é o suporte social e fazer contatos • verificar as opções que ela tem para sair da situação
  • 16. Intervenção Breve • Três ou menos horas de contato com a paciente • Planejamento da segurança, esclarecer aspectos legais, motivação, estabelecimento de metas para eliminar a VD/VPI e aumentar a segurança • Encaminhamento para serviços de referência para mulheres que sofreram VD/VPI e aumento do suporte social • Referencial teórico da terapia da entrevista motivacional (feedback, responsabilização, aconselhamento, menu de opções, empatia, auto eficácia) • Intervenção precoce com manejo do estresse psicológico e desenvolvimento de estratégias de coping para estas situações
  • 17. Tratamento • Reestruturação cognitiva • Intervenção voltada ao trauma • Abordar as dificuldades encontradas para a autoproteção • Abordar alternativas para auto sustento • Se ambos parceiros são usuários e a violência é mútua e no contexto do uso é importante aplicar intervenções para casais, psicoeducação, e desenvolver habilidades de comunicação, negociação, e de resolução de problemas
  • 19. anacarolina@vidamenta.com.br / (11) 94384-3586 lobo@vidamental.com.br / (11) 99622-8835 rosineide@vidamental.com.br / (11) 99901-6189 Venha se especializar com a gente! Se quiser ir assistir a uma de nossas aulas para conhecer nossa metodologia, é só entrar em contato com nossa equipe!  Obrigada!
  • 20. Referências • Brasil. Lei 11340 de 07 de agosto de 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm • Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. Ministério dos Direitos Humanos. Ligue 180: Central de Atendimento à mulher - Balanço anual - 2016. Disponível em: http://piaui.folha.uol.com.br/lupa/wp-content/uploads/sites/24/2017/03/balan%C3%A7o-Anual-180_2016-1.pdf • Weaver TL, Gilbert L, El-Bassel N, Resnick HS, Noursi S. Identifying and intervening with substance-using women exposed to intimate partner violence: phenomenology, comorbidities, and integrated approaches within primary care and other agency settings. J Womens Health (Larchmt). 2015 Jan;24(1):51-6. • Zaleski M, Pinsky I, Laranjeira R, Ramisetty-Mikler S, Caetano R. Intimate partner violence and contribution of drinking and sociodemographics: the Brazilian National Alcohol Survey. J Interpers Violence. 2010 Apr;25(4):648-65. • Devries KM, Child JC, Bacchus LJ, Mak J, Falder G, Graham K, Watts C, Heise L. Intimate partner violence victimization and alcohol consumption in women: a systematic review and meta-analysis. Addiction. 2014 Mar;109(3):379-91. • Moore TM, Stuart GL, Meehan JC, Rhatigan DL, Hellmuth JC, Keen SM. Drug abuse and aggression between intimate partners: a meta-analytic review. Clin Psychol Rev. 2008 Feb;28(2):247-74. • Gilbert, L., El-Bassel, N., Chang, M., Shaw, S. A., Wu, E. and Roy, L. Risk and protective factors for drug use and partner violence among women in emergency care. J. Community Psychol. 2013; 41: 565–581. • Ferrari G, Agnew-Davies R, Bailey J, Howard L, Howarth E, Peters TJ, Sardinha L, Feder GS. Domestic violence and mental health: a cross-sectional survey of women seeking help from domestic violence support services. Glob Health Action. 2016 Feb 8;9:29890.
  • 21. Referências • Dutton MA, Green BL, Kaltman SI, Roesch DM, Zeffiro TA, Krause ED. Intimate partner violence, PTSD, and adverse health outcomes. J Interpers Violence. 2006 Jul;21(7):955-68. • Becker KD, Stuewig J, McCloskey LA. Traumatic stress symptoms of women exposed to different forms of childhood victimization and intimate partner violence. J Interpers Violence. 2010 Sep;25(9):1699- 715. • Machisa MT, Christofides N, Jewkes R. Mental ill health in structural pathways to women's experiences of intimate partner violence. PLoS One. 2017 Apr 6;12(4):e0175240. • Howard LM, Oram S, Galley H, Trevillion K, Feder G. Domestic violence and perinatal mental disorders: a systematic review and meta-analysis. PLoS Med. 2013;10(5):e1001452. • McCauley, J. L., Killeen, T., Gros, D. F., Brady, K. T., & Back, S. E. Posttraumatic Stress Disorder and Co-Occurring Substance Use Disorders: Advances in Assessment and Treatment. Clinical Psychology : A Publication of the Division of Clinical Psychology of the American Psychological Association, 2012; 19(3), 10.1111/cpsp.12006. • Iverson KM, Litwack SD, Pineles SL, Suvak MK, Vaughn RA, Resick PA. Predictors of intimate partner violence revictimization: the relative impact of distinct PTSD symptoms, dissociation, and coping strategies. J Trauma Stress. 2013 Feb;26(1):102-10. • Lanarkshire Alcohol and Drug Partnership. Guidance for domestic abuse and alcohol and drugs services in Lanarkshire. 2011. Disponível em:http://www.lanarkshireadp.org/ResourcesLinks/Professional/DomesticAbuse/Documents/DomesticAbuseResource.pdf • Gebara CF, Ferri CP, Lourenço LM, Vieira Mde T, Bhona FM, Noto AR. Patterns of domestic violence and alcohol consumption among women and the effectiveness of a brief intervention in a household setting: a protocol study. BMC Womens Health. 2015 Sep 24;15:78. • Peters EN, Khondkaryan E, Sullivan TP. Associations between expectancies of alcohol and drug use, severity of partner violence, and posttraumatic stress among women. J Interpers Violence. 2012 Jul;27(11):2108-27. • Rivas C, Ramsay J, Sadowski L, Davidson LL, Dunne D, Eldridge S, Hegarty K, Taft A, Feder G. Advocacy interventions to reduce or eliminate violence and promote the physical and psychosocial well-being of women who experience intimate partner abuse. Cochrane Database of Systematic Reviews 2015, Issue 12. Art. No.: CD005043.