[1] O documento discute violência contra mulheres em relações íntimas, incluindo definições, teorias explicativas, e intervenções. [2] Aborda o ciclo da violência doméstica e fatores de risco para agressores e vítimas. [3] Enfatiza que a violência doméstica tem graves consequências físicas e psicológicas para as vítimas e viola direitos humanos.
1. Violência Contra as
Mulheres nas Relações
de Intimidade
Formadora: Prof. Drª Carla Cerqueira
Formanda: Laura Branco
Formação de formadores para a obtenção da Certificação ou
Especialização em Igualdade de Género – Braga 2013
2. Violência nas Relações de
Intimidade
Introdução
Violência Doméstica
Teorias Explicativas
Intervenção
Conclusão
3. Introdução
No começo dos anos 70, o movimento feminista
atraiu a atenção da sociedade para as formas e
consequências da violência contra as mulheres
Em 2003, a violência doméstica foi considerada
um grave problema de saúde pública pela
Organização Mundial de Saúde
Em Portugal, entre 2000 a 2005 foi contabilizada
uma média de 40 vítimas de violência doméstica
por dia
4. Violência Doméstica
Acções e omissões que ocorrem em variadas
relações e pode abranger todas as violações de
carácter físico e sexual
A designação violência doméstica também inclui
a violência das mulheres contra os homens nas
relações de intimidade, o abuso de menores
pelos seus cuidadores ou outros familiares, a
violência entre irmãos, o abuso de idosos
5. Violência Doméstica
Trata-se de um fenómeno transversal e
multidimensional, i.e., a violência pode variar em
termos de tipologia (abuso físico, sexual,
psicológico, económico) e severidade (injúrias,
empurrões, bofetadas, violação)
Alguns autores situam os actos de violência num
contínuo comportamental que vai desde a
agressão verbal até à agressão física severa,
podendo culminar no homicídio
7. Ciclo da Violência
Doméstica
O Ciclo de Violência Doméstica é um padrão de
interacção circular com três fases distintas que
podem variar no tempo e na intensidade
Com o passar dos anos e a repetição contínua
deste ciclo, a fase de Lua de Mel vai ficando
progressivamente mais curta, e a agressão
progressivamente mais violenta
8. Factores de Risco
Agressão: ser do sexo masculino e jovem; ser
dependente de substâncias (álcool, drogas) ter
doença física ou mental; ter personalidade imatura e
impulsiva, baixo autocontrolo e baixa tolerância à
frustração; ter carência socioculturais e económicas;
apresentar antecedentes pessoais ou familiares de
vitimação
Vitimação: ser do sexo feminino; ter personalidade e
temperamento desajustados relativamente ao
agressor; dependência de substâncias; ter sido
vítima ou ter assistido a violência na infância; ter
dependência física, emocional ou económica
relativamente ao agressor; ter baixo nível
educacional
9. Consequências para as
Vítimas
A curto prazo: a vítima pode sofrer lesões
corporais como equimoses, hematomas, feridas
diversas, fracturas ósseas e lesões dentárias
A médio prazo: a vítima sofre alterações como
perda de sono e apetite, medo, vergonha e/ou
culpa, vulnerabilidade, baixa autoestima e
autoconceito, alterações da imagem corporal,
perturbações cognitivas e disfunções sexuais
10. Teorias Explicativas
As teorias intra-individuais: têm como foco as
características individuais, quer de vítimas, quer de
agressores
A teoria da intergeracionalidade da violência, assente
nas teorias sociopsicológicas, tem subjacente a
noção de aprendizagem social, a qual postula que o
comportamento de cada indivíduo é determinado
pelo ambiente em que este se insere
Nas perspectivas socioculturais a violência contra as
mulheres resulta do processo normativo de
socialização masculina, i.e., da forma como as
mulheres têm sido tratadas ao longo da história e
como ainda são, hoje em dia, na sociedade patriarcal
em que vivemos.
11. Intervenção
A vítima de violência doméstica requer apoio
prático e emocional, nomeadamente:
Recursos materiais (abrigo, acesso a serviços)
Apoio emocional (aconselhamento, sessões de
recuperação da autoestima e autoconfiança)
Defesa e assistência legais (custódia dos filhos,
questões relacionadas com a propriedade, apoio
financeiro)
12. Intervenção
O processo de apoio, tal como descrito pela APAV
(2010), compreende, pelo menos, quatro tipos de
apoios – emocional, jurídico, psicológico e social – e
divide-se em dois tipos de intervenção:
A intervenção na crise (primeiro atendimento e início
do processo de apoio)
A intervenção continuada (outros atendimentos)
Sair de uma relação abusiva representa um período
de ajustamento a uma nova condição de vida. É uma
fase que encerra, quer oportunidade, quer risco de
desenvolvimento de dificuldades de várias naturezas
(p.e., problemas de saúde, abuso de substâncias).
13. Serviços de apoio
Linha Nacional de Emergência Social: 144 (24
horas por dia)
Linha Telefónica de Informação às Vítimas de
Violência Doméstica: 800 202 148 (24 horas por
dia).
CIG – Comissão para a Cidadania e Igualdade de
Género. (Delegação Regional do Norte: 22 207 43
70)
UMAR – União Mulheres Alternativa e Resposta:
(Delegação do Porto: 22 202 50 48).
APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.
(707 20 00 77).
14. Conclusão
Este é um fenómeno que não pode ser ignorado.
A vitimação nas relações de intimidade pode ter
consequências muito graves para as vítimas e é
uma séria violação dos direitos humanos
Não é nada fácil sair do ciclo vicioso de violência
É fundamental adoptar uma intervenção
multidisciplinar para combater este problema
Sem nunca esquecer o ponto de vista da vítima
15. “Todos os seres Humanos nascem livres e
iguais em dignidade e direitos.”
Declaração Universal dos Direitos Humanos (1949), Art.1.º
16. Bibliografia
Bibliografia
APAV (2000). Manual Alcipe para o Atendimento de Mulheres Vítimas de Violência. Parte I:
Compreender. Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.
APAV (2010). Manual Alcipe para o Atendimento de Mulheres Vítimas de Violência (2.ª Ed.
Revista e Actualizada). Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.
Fórum Municipal de Cascais contra a Violência Doméstica (2007). Manual para Educadores de
Infância: Crianças expostas à violência doméstica: Conhecer e qualificar as respostas da
comunidade. Cascais: Câmara Municipal.
Matos, M. A. V. (2006). Violência nas relações de intimidade: Estudos sobre a mudança
psicoterapêutica na mulher. Tese de Doutoramento em Psicologia da Justiça. Universidade do
Minho.
Nações Unidas (2003). Estratégias de Combate à Violência Doméstica: Manual de Recursos.
ONU. Lisboa: Direcção-Geral da Saúde.
Santos, L. V. e Costa, L. F. (2004). Avaliação da dinâmica conjugal violenta e suas repercussões
sobre os filhos. Psicologia: Teoria e Prática, 6 (1), 59-72.
Webgrafia (consultas)
http://www.amcv.org.pt/amcv_files/homemain.html
http://www.amcv.org.pt/pt/amcv-mulheres/violencia
http://www.amnistia-internacional.pt/dmdocuments/Relatorio_das_Mulheres.pdf
http://www.cig.gov.pt/
http://www.cite.gov.pt/
http://dorquenaoseve.blogspot.pt/2011/11/o-ciclo-da-violencia-domestica.html
http://www.inmujer.gob.es/
http://www.publico.pt/mundo/noticia/cerca-de-23-de-homens-ouvidos-em-estudo-na-asiaadmitiram-ter-violado-uma-mulher-1605389
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=83444
http://www.umarfeminismos.org/
Este contínuo tem a ver com o ciclo da violênciadomésticaquevem no slide seguinte.
Explicarcadauma das fases.A primeira fase, chamada a fase do Aumento da Tensão, traduz o acumular das tensões do quotidiano, que acaba por se repercutir na relação através de injúrias e ameaças. Esta fase cria na vítima uma sensação de perigo eminente. A segunda fase, designada por fase do Ataque Violento, tal como o nome sugere, é a fase onde se dá a agressão, física ou psicológica. Na última fase, chamada a fase de Lua-de-mel, o agressor pede desculpa, presenteia a vítima com oferendas, carinho e atenção, e promete mudar o seu comportamento agressivo. As coisas acalmam, para recomeçar, dando início a uma nova fase de Aumento da Tensão.
Falar das consequenciaspara a sociedade,comoosgastos com as vítimasemsaúde, advogados, apoiossociais.
A visãodeveserintegrativa. E nãoexclusiva. Cadauma tem a suapertinencia.