SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 17
Violência Contra as
Mulheres nas Relações
de Intimidade
Formadora: Prof. Drª Carla Cerqueira
Formanda: Laura Branco
Formação de formadores para a obtenção da Certificação ou
Especialização em Igualdade de Género – Braga 2013
Violência nas Relações de
Intimidade
Introdução
Violência Doméstica
Teorias Explicativas
Intervenção

Conclusão
Introdução
No começo dos anos 70, o movimento feminista
atraiu a atenção da sociedade para as formas e
consequências da violência contra as mulheres
Em 2003, a violência doméstica foi considerada
um grave problema de saúde pública pela
Organização Mundial de Saúde

Em Portugal, entre 2000 a 2005 foi contabilizada
uma média de 40 vítimas de violência doméstica
por dia
Violência Doméstica
Acções e omissões que ocorrem em variadas
relações e pode abranger todas as violações de
carácter físico e sexual
A designação violência doméstica também inclui
a violência das mulheres contra os homens nas
relações de intimidade, o abuso de menores
pelos seus cuidadores ou outros familiares, a
violência entre irmãos, o abuso de idosos
Violência Doméstica
Trata-se de um fenómeno transversal e
multidimensional, i.e., a violência pode variar em
termos de tipologia (abuso físico, sexual,
psicológico, económico) e severidade (injúrias,
empurrões, bofetadas, violação)
Alguns autores situam os actos de violência num
contínuo comportamental que vai desde a
agressão verbal até à agressão física severa,
podendo culminar no homicídio
Ciclo da Violência
Doméstica
Ciclo da Violência
Doméstica
O Ciclo de Violência Doméstica é um padrão de
interacção circular com três fases distintas que
podem variar no tempo e na intensidade
Com o passar dos anos e a repetição contínua
deste ciclo, a fase de Lua de Mel vai ficando
progressivamente mais curta, e a agressão
progressivamente mais violenta
Factores de Risco
Agressão: ser do sexo masculino e jovem; ser
dependente de substâncias (álcool, drogas) ter
doença física ou mental; ter personalidade imatura e
impulsiva, baixo autocontrolo e baixa tolerância à
frustração; ter carência socioculturais e económicas;
apresentar antecedentes pessoais ou familiares de
vitimação
Vitimação: ser do sexo feminino; ter personalidade e
temperamento desajustados relativamente ao
agressor; dependência de substâncias; ter sido
vítima ou ter assistido a violência na infância; ter
dependência física, emocional ou económica
relativamente ao agressor; ter baixo nível
educacional
Consequências para as
Vítimas
A curto prazo: a vítima pode sofrer lesões
corporais como equimoses, hematomas, feridas
diversas, fracturas ósseas e lesões dentárias
A médio prazo: a vítima sofre alterações como
perda de sono e apetite, medo, vergonha e/ou
culpa, vulnerabilidade, baixa autoestima e
autoconceito, alterações da imagem corporal,
perturbações cognitivas e disfunções sexuais
Teorias Explicativas
As teorias intra-individuais: têm como foco as
características individuais, quer de vítimas, quer de
agressores

A teoria da intergeracionalidade da violência, assente
nas teorias sociopsicológicas, tem subjacente a
noção de aprendizagem social, a qual postula que o
comportamento de cada indivíduo é determinado
pelo ambiente em que este se insere
Nas perspectivas socioculturais a violência contra as
mulheres resulta do processo normativo de
socialização masculina, i.e., da forma como as
mulheres têm sido tratadas ao longo da história e
como ainda são, hoje em dia, na sociedade patriarcal
em que vivemos.
Intervenção
A vítima de violência doméstica requer apoio
prático e emocional, nomeadamente:
Recursos materiais (abrigo, acesso a serviços)
Apoio emocional (aconselhamento, sessões de
recuperação da autoestima e autoconfiança)
Defesa e assistência legais (custódia dos filhos,
questões relacionadas com a propriedade, apoio
financeiro)
Intervenção
O processo de apoio, tal como descrito pela APAV
(2010), compreende, pelo menos, quatro tipos de
apoios – emocional, jurídico, psicológico e social – e
divide-se em dois tipos de intervenção:
A intervenção na crise (primeiro atendimento e início
do processo de apoio)
A intervenção continuada (outros atendimentos)

Sair de uma relação abusiva representa um período
de ajustamento a uma nova condição de vida. É uma
fase que encerra, quer oportunidade, quer risco de
desenvolvimento de dificuldades de várias naturezas
(p.e., problemas de saúde, abuso de substâncias).
Serviços de apoio
Linha Nacional de Emergência Social: 144 (24
horas por dia)

Linha Telefónica de Informação às Vítimas de
Violência Doméstica: 800 202 148 (24 horas por
dia).
CIG – Comissão para a Cidadania e Igualdade de
Género. (Delegação Regional do Norte: 22 207 43
70)
UMAR – União Mulheres Alternativa e Resposta:
(Delegação do Porto: 22 202 50 48).
APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.
(707 20 00 77).
Conclusão
Este é um fenómeno que não pode ser ignorado.
A vitimação nas relações de intimidade pode ter
consequências muito graves para as vítimas e é
uma séria violação dos direitos humanos
Não é nada fácil sair do ciclo vicioso de violência
É fundamental adoptar uma intervenção
multidisciplinar para combater este problema
Sem nunca esquecer o ponto de vista da vítima
“Todos os seres Humanos nascem livres e
iguais em dignidade e direitos.”
Declaração Universal dos Direitos Humanos (1949), Art.1.º
Bibliografia
Bibliografia
APAV (2000). Manual Alcipe para o Atendimento de Mulheres Vítimas de Violência. Parte I:
Compreender. Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.
APAV (2010). Manual Alcipe para o Atendimento de Mulheres Vítimas de Violência (2.ª Ed.
Revista e Actualizada). Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.
Fórum Municipal de Cascais contra a Violência Doméstica (2007). Manual para Educadores de
Infância: Crianças expostas à violência doméstica: Conhecer e qualificar as respostas da
comunidade. Cascais: Câmara Municipal.
Matos, M. A. V. (2006). Violência nas relações de intimidade: Estudos sobre a mudança
psicoterapêutica na mulher. Tese de Doutoramento em Psicologia da Justiça. Universidade do
Minho.
Nações Unidas (2003). Estratégias de Combate à Violência Doméstica: Manual de Recursos.
ONU. Lisboa: Direcção-Geral da Saúde.
Santos, L. V. e Costa, L. F. (2004). Avaliação da dinâmica conjugal violenta e suas repercussões
sobre os filhos. Psicologia: Teoria e Prática, 6 (1), 59-72.
Webgrafia (consultas)
http://www.amcv.org.pt/amcv_files/homemain.html
http://www.amcv.org.pt/pt/amcv-mulheres/violencia
http://www.amnistia-internacional.pt/dmdocuments/Relatorio_das_Mulheres.pdf
http://www.cig.gov.pt/
http://www.cite.gov.pt/
http://dorquenaoseve.blogspot.pt/2011/11/o-ciclo-da-violencia-domestica.html
http://www.inmujer.gob.es/
http://www.publico.pt/mundo/noticia/cerca-de-23-de-homens-ouvidos-em-estudo-na-asiaadmitiram-ter-violado-uma-mulher-1605389
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=83444
http://www.umarfeminismos.org/
Questões?
Muito obrigada pela sua atenção

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Violencia Conjugal - Formação
Violencia Conjugal - FormaçãoViolencia Conjugal - Formação
Violencia Conjugal - FormaçãoHelena Rocha
 
Violência contra mulher e Lei Maria da Penha
Violência contra mulher e Lei Maria da Penha  Violência contra mulher e Lei Maria da Penha
Violência contra mulher e Lei Maria da Penha Vyttorya Marcenio
 
Cartilha violencia domestica_alt_0
Cartilha violencia domestica_alt_0Cartilha violencia domestica_alt_0
Cartilha violencia domestica_alt_0Jornal do Commercio
 
Violência doméstica seminário lei maria da penha
Violência doméstica seminário lei maria da penhaViolência doméstica seminário lei maria da penha
Violência doméstica seminário lei maria da penhaNayara Mayla Brito Damasceno
 
Grupo6 ViolêNcia DoméStica Trabalho Final
Grupo6 ViolêNcia DoméStica Trabalho FinalGrupo6 ViolêNcia DoméStica Trabalho Final
Grupo6 ViolêNcia DoméStica Trabalho Finalguest9407cc
 
Violência doméstica e familiar polícia militar
Violência doméstica e familiar   polícia militarViolência doméstica e familiar   polícia militar
Violência doméstica e familiar polícia militarGeazi San
 
Pesquisa - Tipos de Violência
Pesquisa - Tipos de ViolênciaPesquisa - Tipos de Violência
Pesquisa - Tipos de ViolênciaGilvânia Jardim
 
Violencia domestica
Violencia domesticaViolencia domestica
Violencia domesticajulia-maria
 
Violência doméstica
Violência domésticaViolência doméstica
Violência domésticamartasara
 
Violencia Domestica Marina Ana Filipa
Violencia Domestica Marina Ana FilipaViolencia Domestica Marina Ana Filipa
Violencia Domestica Marina Ana Filipaaritovi
 

Mais procurados (19)

Violencia Conjugal - Formação
Violencia Conjugal - FormaçãoViolencia Conjugal - Formação
Violencia Conjugal - Formação
 
Violência contra mulher e Lei Maria da Penha
Violência contra mulher e Lei Maria da Penha  Violência contra mulher e Lei Maria da Penha
Violência contra mulher e Lei Maria da Penha
 
Trabalho
TrabalhoTrabalho
Trabalho
 
Cartilha violencia domestica_alt_0
Cartilha violencia domestica_alt_0Cartilha violencia domestica_alt_0
Cartilha violencia domestica_alt_0
 
Violência doméstica seminário lei maria da penha
Violência doméstica seminário lei maria da penhaViolência doméstica seminário lei maria da penha
Violência doméstica seminário lei maria da penha
 
Violência domestica
Violência domesticaViolência domestica
Violência domestica
 
Grupo6 ViolêNcia DoméStica Trabalho Final
Grupo6 ViolêNcia DoméStica Trabalho FinalGrupo6 ViolêNcia DoméStica Trabalho Final
Grupo6 ViolêNcia DoméStica Trabalho Final
 
Violência doméstica
Violência domésticaViolência doméstica
Violência doméstica
 
Violência doméstica e familiar polícia militar
Violência doméstica e familiar   polícia militarViolência doméstica e familiar   polícia militar
Violência doméstica e familiar polícia militar
 
Violência contra mulher
Violência contra mulherViolência contra mulher
Violência contra mulher
 
Pesquisa - Tipos de Violência
Pesquisa - Tipos de ViolênciaPesquisa - Tipos de Violência
Pesquisa - Tipos de Violência
 
Violencia domestica
Violencia domesticaViolencia domestica
Violencia domestica
 
Violência doméstica
Violência domésticaViolência doméstica
Violência doméstica
 
Violência contra a mulher
Violência contra a mulherViolência contra a mulher
Violência contra a mulher
 
Violencia domestica 2012
Violencia domestica 2012 Violencia domestica 2012
Violencia domestica 2012
 
Violência contra mulher
Violência contra mulherViolência contra mulher
Violência contra mulher
 
Violencia Domestica Marina Ana Filipa
Violencia Domestica Marina Ana FilipaViolencia Domestica Marina Ana Filipa
Violencia Domestica Marina Ana Filipa
 
Violência doméstica
Violência doméstica Violência doméstica
Violência doméstica
 
Apresentação1 cópia
Apresentação1   cópiaApresentação1   cópia
Apresentação1 cópia
 

Semelhante a Violência doméstica igualdade g

A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NA VIDA E NO TRABALHO
A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NA VIDA E NO TRABALHOA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NA VIDA E NO TRABALHO
A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NA VIDA E NO TRABALHOrafaelacushman21
 
O GRITO DO DESESPERO: abordagem ecossistémica da violência sexual em vítim...
O GRITO DO DESESPERO: abordagem ecossistémica da violência sexual em vítim...O GRITO DO DESESPERO: abordagem ecossistémica da violência sexual em vítim...
O GRITO DO DESESPERO: abordagem ecossistémica da violência sexual em vítim...Silvia Azevedo
 
Violência na escola
Violência na escolaViolência na escola
Violência na escolaFábio Yamano
 
Violência Urbana e Tipos de Violencia,ppt
Violência Urbana e Tipos de Violencia,pptViolência Urbana e Tipos de Violencia,ppt
Violência Urbana e Tipos de Violencia,pptElisngelaLima15
 
Slides_violência/monarquia
Slides_violência/monarquiaSlides_violência/monarquia
Slides_violência/monarquiaGIFTEVERYWHERE
 
Violência e Alcoolismo na Sociedade
Violência e Alcoolismo na SociedadeViolência e Alcoolismo na Sociedade
Violência e Alcoolismo na SociedadeDouglas Lima
 
T72 rafael freire_violenciadomestica_v6
T72 rafael freire_violenciadomestica_v6T72 rafael freire_violenciadomestica_v6
T72 rafael freire_violenciadomestica_v6RafaelFreire51
 
(Dw) violencia contra mulher - palestra para hoje20200821
(Dw) violencia contra mulher -  palestra para hoje20200821(Dw) violencia contra mulher -  palestra para hoje20200821
(Dw) violencia contra mulher - palestra para hoje20200821Development Workshop Angola
 
Violencia contra mulher e recursos tecnologias.pptx
Violencia contra mulher e recursos tecnologias.pptxViolencia contra mulher e recursos tecnologias.pptx
Violencia contra mulher e recursos tecnologias.pptxVniaFerreiraCostadeO
 
Violencia contra mulher e recursos tecnologias.pptx
Violencia contra mulher e recursos tecnologias.pptxViolencia contra mulher e recursos tecnologias.pptx
Violencia contra mulher e recursos tecnologias.pptxVniaFerreiraCostadeO
 
15154038 manual-de-capacitacao-profissional-para-atendimento-em-situacoes-de-...
15154038 manual-de-capacitacao-profissional-para-atendimento-em-situacoes-de-...15154038 manual-de-capacitacao-profissional-para-atendimento-em-situacoes-de-...
15154038 manual-de-capacitacao-profissional-para-atendimento-em-situacoes-de-...Lucimária Rangel
 
Newletter da Esposende Ambiente - Nós por cá, Ed 2
Newletter da Esposende Ambiente - Nós por cá, Ed 2Newletter da Esposende Ambiente - Nós por cá, Ed 2
Newletter da Esposende Ambiente - Nós por cá, Ed 2Angelo de Sousa
 
Violencia contra mulher e recursos tecnologias (1).pptx
Violencia contra mulher e recursos tecnologias (1).pptxViolencia contra mulher e recursos tecnologias (1).pptx
Violencia contra mulher e recursos tecnologias (1).pptxtatianesouza923757
 
Eixos tematicos (1)
Eixos tematicos (1)Eixos tematicos (1)
Eixos tematicos (1)juninho-199
 
Violência conjugal - formação
Violência conjugal - formaçãoViolência conjugal - formação
Violência conjugal - formaçãoHelena Rocha
 
Trabalho de geografia parte 1 violencia domestica
Trabalho de geografia parte 1 violencia domesticaTrabalho de geografia parte 1 violencia domestica
Trabalho de geografia parte 1 violencia domesticaFelipe Feliciano
 

Semelhante a Violência doméstica igualdade g (20)

A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NA VIDA E NO TRABALHO
A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NA VIDA E NO TRABALHOA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NA VIDA E NO TRABALHO
A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NA VIDA E NO TRABALHO
 
O GRITO DO DESESPERO: abordagem ecossistémica da violência sexual em vítim...
O GRITO DO DESESPERO: abordagem ecossistémica da violência sexual em vítim...O GRITO DO DESESPERO: abordagem ecossistémica da violência sexual em vítim...
O GRITO DO DESESPERO: abordagem ecossistémica da violência sexual em vítim...
 
Violência na escola
Violência na escolaViolência na escola
Violência na escola
 
Violência Urbana e Tipos de Violencia,ppt
Violência Urbana e Tipos de Violencia,pptViolência Urbana e Tipos de Violencia,ppt
Violência Urbana e Tipos de Violencia,ppt
 
Nas entrelinhas da violência doméstica contra a mulher
Nas entrelinhas da violência doméstica contra a mulherNas entrelinhas da violência doméstica contra a mulher
Nas entrelinhas da violência doméstica contra a mulher
 
Slides_violência/monarquia
Slides_violência/monarquiaSlides_violência/monarquia
Slides_violência/monarquia
 
Violência e Alcoolismo na Sociedade
Violência e Alcoolismo na SociedadeViolência e Alcoolismo na Sociedade
Violência e Alcoolismo na Sociedade
 
Trabalho app
Trabalho appTrabalho app
Trabalho app
 
T72 rafael freire_violenciadomestica_v6
T72 rafael freire_violenciadomestica_v6T72 rafael freire_violenciadomestica_v6
T72 rafael freire_violenciadomestica_v6
 
(Dw) violencia contra mulher - palestra para hoje20200821
(Dw) violencia contra mulher -  palestra para hoje20200821(Dw) violencia contra mulher -  palestra para hoje20200821
(Dw) violencia contra mulher - palestra para hoje20200821
 
Violencia contra mulher e recursos tecnologias.pptx
Violencia contra mulher e recursos tecnologias.pptxViolencia contra mulher e recursos tecnologias.pptx
Violencia contra mulher e recursos tecnologias.pptx
 
Violencia contra mulher e recursos tecnologias.pptx
Violencia contra mulher e recursos tecnologias.pptxViolencia contra mulher e recursos tecnologias.pptx
Violencia contra mulher e recursos tecnologias.pptx
 
15154038 manual-de-capacitacao-profissional-para-atendimento-em-situacoes-de-...
15154038 manual-de-capacitacao-profissional-para-atendimento-em-situacoes-de-...15154038 manual-de-capacitacao-profissional-para-atendimento-em-situacoes-de-...
15154038 manual-de-capacitacao-profissional-para-atendimento-em-situacoes-de-...
 
Newletter da Esposende Ambiente - Nós por cá, Ed 2
Newletter da Esposende Ambiente - Nós por cá, Ed 2Newletter da Esposende Ambiente - Nós por cá, Ed 2
Newletter da Esposende Ambiente - Nós por cá, Ed 2
 
Violencia contra mulher e recursos tecnologias (1).pptx
Violencia contra mulher e recursos tecnologias (1).pptxViolencia contra mulher e recursos tecnologias (1).pptx
Violencia contra mulher e recursos tecnologias (1).pptx
 
Eixos tematicos (1)
Eixos tematicos (1)Eixos tematicos (1)
Eixos tematicos (1)
 
Violência conjugal - formação
Violência conjugal - formaçãoViolência conjugal - formação
Violência conjugal - formação
 
Trabalho de geografia parte 1 violencia domestica
Trabalho de geografia parte 1 violencia domesticaTrabalho de geografia parte 1 violencia domestica
Trabalho de geografia parte 1 violencia domestica
 
Violência Doméstica e Dependência Química na Mulher
Violência Doméstica e Dependência Química na MulherViolência Doméstica e Dependência Química na Mulher
Violência Doméstica e Dependência Química na Mulher
 
Diga não a violência!
Diga não a violência!Diga não a violência!
Diga não a violência!
 

Violência doméstica igualdade g

  • 1. Violência Contra as Mulheres nas Relações de Intimidade Formadora: Prof. Drª Carla Cerqueira Formanda: Laura Branco Formação de formadores para a obtenção da Certificação ou Especialização em Igualdade de Género – Braga 2013
  • 2. Violência nas Relações de Intimidade Introdução Violência Doméstica Teorias Explicativas Intervenção Conclusão
  • 3. Introdução No começo dos anos 70, o movimento feminista atraiu a atenção da sociedade para as formas e consequências da violência contra as mulheres Em 2003, a violência doméstica foi considerada um grave problema de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde Em Portugal, entre 2000 a 2005 foi contabilizada uma média de 40 vítimas de violência doméstica por dia
  • 4. Violência Doméstica Acções e omissões que ocorrem em variadas relações e pode abranger todas as violações de carácter físico e sexual A designação violência doméstica também inclui a violência das mulheres contra os homens nas relações de intimidade, o abuso de menores pelos seus cuidadores ou outros familiares, a violência entre irmãos, o abuso de idosos
  • 5. Violência Doméstica Trata-se de um fenómeno transversal e multidimensional, i.e., a violência pode variar em termos de tipologia (abuso físico, sexual, psicológico, económico) e severidade (injúrias, empurrões, bofetadas, violação) Alguns autores situam os actos de violência num contínuo comportamental que vai desde a agressão verbal até à agressão física severa, podendo culminar no homicídio
  • 7. Ciclo da Violência Doméstica O Ciclo de Violência Doméstica é um padrão de interacção circular com três fases distintas que podem variar no tempo e na intensidade Com o passar dos anos e a repetição contínua deste ciclo, a fase de Lua de Mel vai ficando progressivamente mais curta, e a agressão progressivamente mais violenta
  • 8. Factores de Risco Agressão: ser do sexo masculino e jovem; ser dependente de substâncias (álcool, drogas) ter doença física ou mental; ter personalidade imatura e impulsiva, baixo autocontrolo e baixa tolerância à frustração; ter carência socioculturais e económicas; apresentar antecedentes pessoais ou familiares de vitimação Vitimação: ser do sexo feminino; ter personalidade e temperamento desajustados relativamente ao agressor; dependência de substâncias; ter sido vítima ou ter assistido a violência na infância; ter dependência física, emocional ou económica relativamente ao agressor; ter baixo nível educacional
  • 9. Consequências para as Vítimas A curto prazo: a vítima pode sofrer lesões corporais como equimoses, hematomas, feridas diversas, fracturas ósseas e lesões dentárias A médio prazo: a vítima sofre alterações como perda de sono e apetite, medo, vergonha e/ou culpa, vulnerabilidade, baixa autoestima e autoconceito, alterações da imagem corporal, perturbações cognitivas e disfunções sexuais
  • 10. Teorias Explicativas As teorias intra-individuais: têm como foco as características individuais, quer de vítimas, quer de agressores A teoria da intergeracionalidade da violência, assente nas teorias sociopsicológicas, tem subjacente a noção de aprendizagem social, a qual postula que o comportamento de cada indivíduo é determinado pelo ambiente em que este se insere Nas perspectivas socioculturais a violência contra as mulheres resulta do processo normativo de socialização masculina, i.e., da forma como as mulheres têm sido tratadas ao longo da história e como ainda são, hoje em dia, na sociedade patriarcal em que vivemos.
  • 11. Intervenção A vítima de violência doméstica requer apoio prático e emocional, nomeadamente: Recursos materiais (abrigo, acesso a serviços) Apoio emocional (aconselhamento, sessões de recuperação da autoestima e autoconfiança) Defesa e assistência legais (custódia dos filhos, questões relacionadas com a propriedade, apoio financeiro)
  • 12. Intervenção O processo de apoio, tal como descrito pela APAV (2010), compreende, pelo menos, quatro tipos de apoios – emocional, jurídico, psicológico e social – e divide-se em dois tipos de intervenção: A intervenção na crise (primeiro atendimento e início do processo de apoio) A intervenção continuada (outros atendimentos) Sair de uma relação abusiva representa um período de ajustamento a uma nova condição de vida. É uma fase que encerra, quer oportunidade, quer risco de desenvolvimento de dificuldades de várias naturezas (p.e., problemas de saúde, abuso de substâncias).
  • 13. Serviços de apoio Linha Nacional de Emergência Social: 144 (24 horas por dia) Linha Telefónica de Informação às Vítimas de Violência Doméstica: 800 202 148 (24 horas por dia). CIG – Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. (Delegação Regional do Norte: 22 207 43 70) UMAR – União Mulheres Alternativa e Resposta: (Delegação do Porto: 22 202 50 48). APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. (707 20 00 77).
  • 14. Conclusão Este é um fenómeno que não pode ser ignorado. A vitimação nas relações de intimidade pode ter consequências muito graves para as vítimas e é uma séria violação dos direitos humanos Não é nada fácil sair do ciclo vicioso de violência É fundamental adoptar uma intervenção multidisciplinar para combater este problema Sem nunca esquecer o ponto de vista da vítima
  • 15. “Todos os seres Humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos.” Declaração Universal dos Direitos Humanos (1949), Art.1.º
  • 16. Bibliografia Bibliografia APAV (2000). Manual Alcipe para o Atendimento de Mulheres Vítimas de Violência. Parte I: Compreender. Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. APAV (2010). Manual Alcipe para o Atendimento de Mulheres Vítimas de Violência (2.ª Ed. Revista e Actualizada). Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. Fórum Municipal de Cascais contra a Violência Doméstica (2007). Manual para Educadores de Infância: Crianças expostas à violência doméstica: Conhecer e qualificar as respostas da comunidade. Cascais: Câmara Municipal. Matos, M. A. V. (2006). Violência nas relações de intimidade: Estudos sobre a mudança psicoterapêutica na mulher. Tese de Doutoramento em Psicologia da Justiça. Universidade do Minho. Nações Unidas (2003). Estratégias de Combate à Violência Doméstica: Manual de Recursos. ONU. Lisboa: Direcção-Geral da Saúde. Santos, L. V. e Costa, L. F. (2004). Avaliação da dinâmica conjugal violenta e suas repercussões sobre os filhos. Psicologia: Teoria e Prática, 6 (1), 59-72. Webgrafia (consultas) http://www.amcv.org.pt/amcv_files/homemain.html http://www.amcv.org.pt/pt/amcv-mulheres/violencia http://www.amnistia-internacional.pt/dmdocuments/Relatorio_das_Mulheres.pdf http://www.cig.gov.pt/ http://www.cite.gov.pt/ http://dorquenaoseve.blogspot.pt/2011/11/o-ciclo-da-violencia-domestica.html http://www.inmujer.gob.es/ http://www.publico.pt/mundo/noticia/cerca-de-23-de-homens-ouvidos-em-estudo-na-asiaadmitiram-ter-violado-uma-mulher-1605389 http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=83444 http://www.umarfeminismos.org/

Notas do Editor

  1. Falarsobre aevolução no papel da mulher. Comparar com actualidade
  2. Explicarqueoshomenstambémsãovítimasdestefenómeno, emboraosnúmerosnãosejamtãosignificativos
  3. Este contínuo tem a ver com o ciclo da violênciadomésticaquevem no slide seguinte.
  4. Explicarcadauma das fases.A primeira fase, chamada a fase do Aumento da Tensão, traduz o acumular das tensões do quotidiano, que acaba por se repercutir na relação através de injúrias e ameaças. Esta fase cria na vítima uma sensação de perigo eminente. A segunda fase, designada por fase do Ataque Violento, tal como o nome sugere, é a fase onde se dá a agressão, física ou psicológica. Na última fase, chamada a fase de Lua-de-mel, o agressor pede desculpa, presenteia a vítima com oferendas, carinho e atenção, e promete mudar o seu comportamento agressivo. As coisas acalmam, para recomeçar, dando início a uma nova fase de Aumento da Tensão.
  5. Falar das consequenciaspara a sociedade,comoosgastos com as vítimasemsaúde, advogados, apoiossociais.
  6. A visãodeveserintegrativa. E nãoexclusiva. Cadauma tem a suapertinencia.
  7. Linhasgeraisparatodo o tipo de profissionais
  8. É UM CRIME PÚBLICO: DENÚNCIE!